Revista DiverCidades Novembro / 2015

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ÍNDICE Palavra do Editor ................... 08 De Tudo um Pouco ................. 10

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PONTO DE VIRADA

Arquitetura & Design ............ 12 Pessoas & Negócios Anderson Siqueira ....................... 14 Restaurante Donna Eurice ........... 16 INSG / Castelo ............................. 18 Visage ............................................ 20 Vip Consultoria de Moda e Estilo .. 22 Alphaville ........................................ 24 MaxClin ........................................ 26 Boteco do Bigode .......................... 28 ISOM Curso de Inglês .................. 30

54 SURFE EM MACAÉ

Central de Aços ............................. 32 Drª Angélica Amaral ...................... 34 Estação da Praia .............................. 36 A Cidade Home Office ................................ 38 Capa/Ponto de Virada .................. 42 Vitrine de Presentes ....................... 50 Surfe em Macaé ............................ 54 Pesca Submarina ............................. 60 Ubuntu ............................................ 66

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PESCA SUBMARINA

Perfil Família Campos .............................. 70 Delícias de Família Bolo de Tronco da família Monteiro ....................... 76 Pessoas Doutores Palhaços ......................... 80 Leitor em Foco Moadyr Victorino ......................... 82

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FAMÍLIA CAMPOS

Expediente Colaboradores desta edição A Revista DIVERCIDADES é uma pu- • Gianini Coelho, Leila Pinho, Alle Tavares, Fernanda Pinheiro, Luciene Rangel, Raphael blicação da Formato Publicidade com Bózeo, Juliana Carvalho, Alice Cordeiro, Cris Rosa e Júnior Costa. tiragem de 7.000 exemplares, com distribuição gratuita e dirigida. End.: Rua Dolores Carvalho Vasconcelos, 270 - Sala 1 - Glória - Macaé/RJ CEP: 27.937-600 - Tel.: (22) 3717-1000 • Direção geral: Gianini Coelho • Jornalista responsável: Leila Pinho Reg. profissional: MTB/MG 14.017 JP

• Fotografia editorial: Alle Tavares • Foto Capa: Ana Nogueira Publicidade • Gianini Coelho - Tel.: (22) 99985-5645 - www.divercidades.com E-mail: revista@divercidades.com • facebook.com/grupodivercidades •3


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Alle Tavares

PALAVRA DO EDITOR

PONTO DE VIRADA

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ano de 2015 está se encerrando, e não me recordo de ter vivido um ano tão difícil como este em Macaé. Sempre fomos uma cidade privilegiada e protegida por uma “blindagem” contra crises. Muito em função da indústria do petróleo, que aqui, concentra 85% da produção nacional, chegando a nos render o título de “motorzinho” do país. O problema é que agora, a crise atingiu em cheio a principal engrenagem da nossa economia, a Petrobras, invertendo assim a nossa situação e nos obrigando a reavaliar a realidade dos negócios diante deste novo cenário. Isso em todos os setores da nossa economia, mas principalmente no setor offshore e na construção civil, nossa segunda maior força motriz, que impulsionava todo a cadeia de comércio e serviços na cidade. E foi dentro desse contexto de dificuldades e necessidade de mudanças, que fomos buscar inspiração para nossa matéria de capa da edição de fim de ano.

Dudu, Leila, Vanda e Vinícius. Os entrevistados da matéria “Ponto de Virada”, sendo clicados pelas lentes de Ana Nogueira para a nossa foto de capa

O “Ponto de Virada” é um momento crucial que pode acontecer a qualquer hora na vida de todos nós. Seja por um questionamento próprio sobre a vida, pela busca da satisfação pessoal e profissional, por um choque traumático ocasionado pela perda de alguém querido, por um problema de saúde ou até mesmo por uma imposição das circunstâncias da vida, como a perda inesperada do emprego com suas incógnitas que vão definir o futuro de nossas vidas e de nossas famílias.

ESPAÇO DO LEITOR

Adorei a matéria da capa e fiquei surpresa em me ver estampando um dos picos mais lindos que já vi na Serra Macaense! Chegar até ele não é fácil, mas quando alcancei, a sensação foi indescritível, e com a escolha da minha foto para compartilhar esse lugar incrível e incentivar as pessoas a prática do trekking, tenho a sensação de recompensa e de que “podemos chegar lá”! Parabéns a toda equipe, a revista online está ótima.” - Geane Martins

Linda homenagem a ilustre mestre de diversas gerações Dona Mavi!! Ao lado de sua linda família!” - Rubem Gonzaga Almeida Pererira

Envie seu comentário para: jornalismo@divercidades.com ou facebook.com/grupodivercidades

Seguindo a nossa linha editorial “positivista”, de sempre ver o “copo meio cheio”, buscamos personagens com histórias relevantes e de superação em algum momento de suas trajetórias na cidade. Vinícius, Dudu, Vanda e Leila mostram em seus depoimentos, exemplos de superação de dificuldades emocionais, busca pela satisfação pessoal no trabalho e soluções criativas de empreendedorismo. Servindo de exemplo positivo e mostrando que é possível passar pelos momentos difíceis da vida, abrir novos horizontes, com outras possibilidades para dar a volta por cima e seguir em frente. Confiram! As mesmas mudanças vividas pelas pessoas, também ocorrem com a nossa cidade. Macaé está tendo que aprender a lidar com estes momentos de crise e mudanças. Empresários, poder público e toda a população estão tendo que reavaliar suas prioridades, valores e, principalmente, a forma de gerir seus negócios e suas vidas dentro desta nova realidade. E é nesse momento, quando menos esperamos, que a nossa força interior vem à tona, nos mostrando novos caminhos e soluções para superarmos todas as dificuldades. Basta querer, estar atento para perceber os “sinais da vida”, trabalhar duro e ter fé, para aproveitar as possibilidades que a própria dificuldade nos apresenta. No mais, é pensar positivo sempre! Desejo um Feliz Natal e um 2016 com muita saúde e superação para todos nós. Boa leitura a todos! Gianini Coelho Editor-chefe

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Divulgação Macaloha

DE TUDO UM POUCO

O ponto de encontro dos praticantes da Canoa Havaiana é na Lagoa de Imboassica, perto dos quiosques

CANOA HAVAIANA

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om a chegada do verão, é muito natural que as pessoas queiram estar mais perto da natureza na hora de se exercitar. Pra quem está procurando por uma atividade diferente, a dica da DiverCidades é a canoa havaiana. Em Macaé, o Clube Macaloha estimula a prática do remo na canoa havaiana e reúne cerca de 50 membros. Segundo o fundador e presidente do clube, Carlos Paiva, o esporte também promove a interação social e consci-

ência ambiental. “O ambiente é bem familiar. Na minha casa, todo mundo pratica: minha esposa, filhos, genro e nora. Isso, sem falar do contato com a natureza. Muito bom estar dentro da lagoa (de Imboassica), isso gera um policiamento ambiental”, fala Carlos. O Clube Macaloha está aberto aos interessados. A mensalidade custa R$50 e os horários de treinamento são: às segundas, quartas e sextas-feiras às 7h30; às terças e quintas-feiras às 19h30 e, aos sába-

Gianini Coelho

MASSAS EM CASA

Regina aposta na massa congelada como uma boa opção para quem quer comida prática

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ara quem gosta de uma boa massa e nem sempre encontra tempo para preparar, aí vai uma sugestão. A empresária Regina Maria Pegoraro está comercializando um tipo de massa italiana congelada

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mais leve, a Massas em Casa, com entrega em domicílio. A refeição é pré-cozida, basta que o consumidor faça o molho e termine de cozinhar a massa. A Massas em Casa é representante da fábrica Dom Conchiglione, localizada

dos e domingos às 11h. Quem tiver curiosidade de conhecer o esporte pode fazer uma aula experimental, sem custo. Mais informações pelo site www.macaloha.com ou na Lagoa de Imboassica, perto dos quiosques, nos dias e horários de treinamento.

em Curitiba e é feita com água, trigo e ovo em pó, sem lactose, sem açúcar e sem gordura. “Entregamos para empresas, levamos na casa das pessoas e também fazemos eventos”, explica Regina. Algumas das opções de massa são: canelones, rondelis, lasanhas, nhoques, capelettis, conchigliones e panquecas. Os recheios são variados como: quatro queijos, ricota com nozes, frango com requeijão, quatro queijos com tomate seco, etc. Há dois tipos de massa: a tradicional e a verde, feita com espinafre. Regina destaca os recheios de queijo com goiabada e ricota com figo como especiais, por serem diferentes e de deliciosa combinação. As massas, que pesam 1kg ou mais, são vendidas em bandejas e podem ser preparadas de maneira fracionada, sendo uma ótima opção para quem mora sozinho. Os preços variam entre R$ 20 e R$ 60. Para mais informações contate a Massas em Casa pelos telefones (22) 988284168 e 98158-0803 ou pelo e-mail reginapegoraro@yahoo.com.br


ANUÁRIO DE SAÚDE DIVERCIDADES INOVA NO MERCADO EDITORIAL MACAENSE

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e forma precursora, o Grupo DiverCidades inova mais uma vez ao lançar um novo produto, com a mesma credibilidade e qualidade de conteúdo conquistadas pela Revista DiverCidades. O Anuário de Saúde é um guia didático para as pessoas que utilizam serviços de saúde na cidade, sendo assim, uma excelente vitrine para profissionais e empresas do setor divulgarem seus serviços para os nossos leitores. Com formato prático (21 x 20cm), que permite um fácil manuseio e com um acabamento diferenciado (lombada quadrada e verniz High Gloss na capa). O anuário oferece aos profissionais de medicina e odontologia, um espaço especial para apresentar seus perfis profissionais, bem como seus consultórios. Clínicas e laboratórios também poderão adquirir um espaço na publicação, para apresentar suas instalações, equipamentos, equipes e todos os serviços oferecidos ao público. Os leitores poderão encontrar no anuário, matérias na área de medicina e odontologia e, ainda, um guia de saúde com uma relação de médicos, dentistas, clínicas e laboratórios disponíveis na cidade. Com uma tiragem de 5 mil exemplares, o anuário terá a mesma distribuição dirigida e gratuita da revista DiverCidades, como: salões de beleza, clínicas de estética, principais restaurantes do Centro e da orla e todos os anunciantes da Revista DiverCidades, atingindo assim o público das classes A e B de Macaé. Para os profissionais de saúde interessados em participar deste produto inovador na cidade, favor entrar em contato através do e-mail: revista@divercidades.com ou pelo telefone: 22 99985-5645.

O protótipo do Anuário de Saúde apresenta, de forma fictícia, as seções disponíveis para os médicos, dentistas, clínicas e laboratórios anunciarem seus serviços para o público macaense, assim como o seu Guia de Saúde

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Studio Mipa

ARQUITETURA & DESIGN

Linhas modernas e contemporâneas marcam o trabalho criativo do Studio Mipa, como nesta simulação em 3D do projeto de um cliente que será construído em Alphaville

STUDIO MIPA

Milene Bittencourt e Paulo Rodrigues. Dupla de arquitetos proporciona uma arquitetura funcional e acessível

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esgatar a arte de projetar em pranchetas é um dos objetivos do Studio MIPA, dos arquitetos Milene Bittencourt e Paulo Rodrigues. A dupla, que atua no mercado com projetos de arquitetura e interiores, paisagismo, consultorias e legalizações, busca promover um atendimento mais humanizado, no sentido de proporcionar ao cliente uma arquitetura mais palpável. “A ideia é que tudo que a gente for mostrar para o cliente dentro do escritório seja mais humanizado, não utilizando tanto o computador. A gente quer recuperar a prancheta, o dese12 •

Por: Cris Rosa • Fotos: Alle Tavares

nho, os traços, que são a nossa essência como profissional e que acaba se perdendo um pouco por conta da correria do dia a dia”, destaca Milene. “Tudo fica muito mecânico e muito frio por conta da tecnologia. Então, resgatar um pouco desse desenho à mão, algo mais artesanal, mais artístico, é um dos nossos focos pro Studio”, completa Paulo. Concretizar sonhos aliados à criatividade e funcionalidade também faz parte do trabalho da dupla. “Ter a possibilidade de realizar sonhos, transformar pequenos espaços, formas, em algo palpável é muito gratificante. Principalmente, quando a pessoa chega com

A mescla de materiais, cores fortes e os efeitos de iluminação valorizam os projetos de decoração


Gianini Coelho

A comerciante Célia Peçanha teve sua cobertura toda reformada por Danielle. Materiais rústicos com sofisticação marcam o projeto que teve o acompanhamento da arquiteta

Neste projeto, a fachada é imponente e chama a atenção pelo janela frontal da sala, com quase 6 metros de altura

Paulo Rodrigues e Milene Bittencourt formaram o MIPA para somar forças no sentido de resgatar a arte de projetar

uma perspectiva e começa a ver tudo se tornando visível, através de papel, desenhos 3D, e começa a olhar com outra visão e mostrar um retorno para a gente de que está contente e realizada com o que está sendo feito”, avalia Paulo. Com pouco mais de dois anos, o Studio MIPA é a concretização do sonho dos arquitetos, que se conheceram através de um projeto e graças a anseios em comum, decidiram se tornar sócios. Apesar de trilharem caminhos diferentes no início da carreira – Paulo estudou em Campos, e desde a faculdade, atuava em Macaé, e Milene formou-se em Niterói – têm em comum o desejo de mudar a percepção das pessoas sobre a arquitetura. “O Studio nasceu com essa proposta, de mudar um pouco esse olhar sobre a arquitetura. Todo mundo acha que ter um projeto é algo distante demais, caro ou até desnecessário. Então, o que a gente busca é mostrar para o

cliente que às vezes, com materiais que não são tão caros e cabem dentro do orçamento a gente consegue fazer algo bacana, com harmonia e funcionalidade”, aponta Milene. O casal Fabiane e Ivo Santos apostou na sensibilidade dos arquitetos para dar forma à área de lazer da casa onde moram. A indicação partiu de uma amiga que havia adorado o trabalho da dupla, embora não tivesse realizado a obra em sua casa. “Não conhecíamos o trabalho deles, mas logo fizemos o contato e passamos sugestões do que gostaríamos no espaço a ser construído. Milene e Paulo nos ajudaram a realizar o sonho de um cantinho nosso, aconchegante e que nos permitiria aproveitar melhor a casa. Projetaram e nós confiamos. O resultado foi muito satisfatório. Adoramos”, revela Fabiane.

Vasos e Plantas: Macaúba

No projeto da Esmalteria Nacional, o espaço do cliente tem charme, conforto e destaca bem os emaltes

O espaço aconchegante no projeto de Fabiane Santos conquistou a cliente

MILENE E PAULO NOS AJUDARAM A REALIZAR O SONHO DE UM CANTINHO NOSSO, ACONCHEGANTE E QUE NOS PERMITIRIA APROVEITAR MELHOR A CASA. PROJETARAM E NÓS CONFIAMOS. O RESULTADO FOI MUITO SATISFATÓRIO. ADORAMOS” FABIANE SANTOS • 13


PESSOAS & NEGÓCIOS

Segundo Anderson Siqueira, um dos períodos mais importantes para prevenção das cáries é durante o nascimento dos dentes

ANDERSON SIQUEIRA

Reprodução

Rebeca e sua mãe Gisele vão com frequência ao dentista

CRO/RJ: 30183

O futuro da odontologia é a prevenção!

Por: Marianna Faria • Fotos: Alle Tavares

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segredo para promover a saúde bucal e reduzir os gastos com o tratamento dentários é a prevenção. Segundo o dentista Anderson Siqueira, a maioria dos pacientes só procura o profissional de odontologia quando está com dor, sinal de que a doença já está instalada ou que necessita de uma reabilitação oral. Um dos períodos mais importantes para se prevenir as cáries é durante o nascimento dos dentes, sejam eles “de leite” ou permanentes. Por isso, é muito importante incentivar as crianças a terem um hábito saudável. O ideal é que a primeira consulta seja feita aos seis meses, pois é nesta época que nascem os primeiros dentinhos. A Associação Brasileira de Odontopediatria recomenda que a primeira visita ao dentista deve ocorrer antes que o bebê complete um ano.

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É na primeira consulta que o dentista vai orientar os pais a acompanharem o nascimento dos dentes, assim como ficarem atentos para reduzir os danos causados pelo consumo de doces, refrigerantes, sorvetes e outras tantas guloseimas que a criançada adora. Além de evitar a ingestão de açúcares, é importante criar uma rotina de higiene oral com a escova. Por isso, Anderson recomenda que os pais tornem a hora da escovação um momento divertido. Na família da engenheira Giselle Martinelli Chunques, de 41 anos, a ida ao dentista é um hábito praticado logo nos primeiros anos de vida. “Levei a minha filha Rebeca ao dentista, ainda pequeninha. Desde a primeira dentição, eu já tive problema, porque os dentes de leite dela não caíram sozinhos, todos foram extraídos com o Anderson. E ela nunca teve trauma de dentista”, fala Gisele. Para ela, a forma paciente e cuidadosa com que o dentista trata sua

Implante fabricado a partir de cerâmica de dióxido de zircônio

filha é determinante para a garota gostar de cuidar dos dentes. Hoje, Rebeca, com 8 anos, já diz à mãe que quando crescer quer ser dentista. Anderson afirma que realizando uma higiene bucal correta e mantendo uma boa frequência de visitas ao dentista, você provavelmente não precisará fazer grandes tratamentos odontológicos. Mas se mesmo assim for necessário, Anderson, que esteve recentemente em Estocolmo, na Suécia, acompanhando as novidades no EAO (European Association for Osseointegration), diz que atualmente, as soluções para vários problemas odontológicos são menos invasivas e mais estéticas, como os implantes de cerâmica que oferecem um resultado estético super moderno e livre de metal. Macaé

Av. Atlântica, 1980 Cavaleiros Tel.: (22) 2757-1313

Campos Rua 21 de Abril, 81 - Centro Tel.: (22) 2723-4879 www.smilex.com.br


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PESSOAS & NEGÓCIOS

O casal Danielle e Gustavo Moraes ficou encantado com o atendimento do Donna Eurice

A arquitetura da casa, que explora a rusticidade torna o espaço aconchegante

DONNA EURICE

Um restaurante diferenciado, com culinária italiana no Bairro da Glória

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m um casarão colonial que remete à casa da vovó, muita cor e estilo se misturam com um aroma pra lá de agradável. A massa caseira criada pela pizzaiola Viviane Andrade Lima Abreu dá as boas-vindas aos clientes do restaurante Donna Eurice. A casa de dois andares manteve suas nuances originais, sendo adicionados toques rústicos, com mosaicos e pisos hidráulicos. Ainda estão sendo garimpadas coisas antigas, para relembrar o passado. Aberto há um mês e meio, o restaurante é especializado na culinária italiana e sua pizza de massa fina já faz sucesso desde 2013, com o delivery do Home Pizza, na Linha Vermelha. Do antigo negócio, os sócios trouxeram a experiência e os sabores já aprovados pelo mercado. “O nome Donna Eurice foi uma homenagem à minha avó, uma sergipana arretada. A ideia de montar o restaurante surgiu quando eu, Wilson Santos e Gustavo de Almeida Abreu começamos a procurar uma casa e conhecemos essa linda, na Glória, com detalhes que me chamaram muito a atenção, uma fonte de leão e azulejos coloridos... O conceito do restaurante é como casa de vó, local com comida farta, gostosa, aconchegante, onde você chega e não quer ir embora, local de rir, conversar e saborear comida com gosto de quero mais, onde o importante é a satisfação do cliente”, explica.

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Por: Fernanda Pinheiro • Fotos: Alle Tavares

O cardápio do Donna Eurice está sempre trazendo novidades dos principais centros gastronômicos do país

Nascida na Bahia e criada em Vila Velha, no Espírito Santo, Viviane se diz ‘ligada em 220 volts’. “Mudei para Macaé em 2004, meus dois filhos nasceram aqui, faço uma brincadeira que eu também sou macaense, pois amo beber moranguito!”, revela. Como pizzaiola, fez seu primeiro curso em São Paulo com um dos papas da pizza paulista, Hassin Ghannan. Outros cursos vieram depois, como um sobre cadeia de glúten, com o melhor do mundo, William Alfred Gazal. Foi deste curso que Viviane criou sua massa, oferecida hoje no Donna Eurice e guardada a sete chaves. “A casa é muito confortável, clima agradável e o atendimento de primeira qualidade. Todos os garçons são muito atenciosos e solícitos. A entrada de bruschettas de cream cheese com geleia de pimenta que me serviram uma vez, durante um evento, ficou na memória!”, comenta o cliente Gustavo Moraes. A cozinha de Viviane apresenta pizzas de 30 ou 35 cm de diâmetro. No cardápio, estão a de carne seca com cream cheese e cebola roxa, a chamada Tropicale, com pera e gorgonzola, Carbonara, com ovos de codorna, bacon e parmesão e as com filet mignon cortado na faca e acompanhada por molhos como o barbecue, gorgonzola ou quatro queijos. Além das pizzas, o cardápio está em constante expansão, buscando sempre as novidades na gastronomia.

“A novidade da casa é o Picollo: uma espécie de mini calzone retangular, delicioso! Nossa sugestão é experimentar o de cream cheese, geleia de amora e presunto de Parma”, complementa o sommelier da casa e estudante de gastronomia, João Miguel de Sá. O profissional oferece uma carta de vinhos com cerca de 20 rótulos, com ótimo custo/ benefício para os clientes. A geofísica Danielle dos Santos Marques mora há dois anos em Macaé e, há um mês, conheceu os encantos gastronômicos do Donna Eurice. “Fiz o curso de introdução ao mundo dos vinhos, foi realmente muito bom! Estou aguardando pelas próximas oficinas. Já as pizzas... massa crocante com muito recheio, recomendo!”, elogia. Ainda passando pelos retoques finais, a reforma está quase terminada e contará com uma brinquedoteca para a criançada, com monitores especializados, além de um amplo bar e uma fonte. Aguardem! O Picollo é a novidade da casa. Um tipo de minicalzone retangular que faz sucesso

Rua Alzira Hipólito dos Santos, 130 Bairro da Glória - Macaé/RJ Tel.: (22) 2772-6112 /DonnaEurice


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PESSOAS & NEGÓCIOS

Henrique e Marcela com os três filhos. Vários membros da família de Marcela estudaram ou estudam no Castelo

A irmã Rosa Idália e José Augusto Abreu Aguiar destacam a importância da formação humana, no ensino do INSG

INSG/CASTELO

Warlley com o filho Eduardo. Pai e filho valorizam o ensino preocupado com a formação do cidadão

Instituto que é referência de ensino em Macaé, continua se atualizando e investindo em qualidade

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om mais de 52 anos de história, o Instituto Nossa Senhora da Glória (INSG) — composto pela escola Castelo e a faculdade Salesiana — é uma referência de ensino de qualidade em Macaé e região. Desde o ensino infantil até a pós-graduação, o INSG se preocupa com a formação do ser plural, investindo não só em aspectos pedagógicos, mas na construção de valores como amor, bondade, ternura e firmeza. “A nossa formação é cristã e acolhemos todos os credos. Somos tradicionais porque a identidade pedagógica segue o feito de Dom Bosco. Somos um colégio que se atualiza, sem abrir mão das crenças”, pontua a diretora geral do INSG, irmã Rosa Idália Pesca. O engenheiro químico Warlley Ligório Antunes, de 44 anos, tem dois filhos: um já estudou no Castelo e o outro ainda estuda. O mais novo, Eduardo, está 18 •

Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

no 2º ano do ensino médio. “A gente vê que o foco não é só o técnico científico porque pretende formar a pessoa humana. A escola está preocupada com o que o cidadão vai ser e como vai se portar na sociedade. Acho esse ponto crucial”, fala o pai. Boa parte da família da comerciante Marcela Borges Streichar estudou no Castelo: sua mãe, marido, sobrinhos e filhos. Entre as qualidades do instituto, ela destaca uma afetiva. “Um colégio tradicional, com profissionais qualificados em todas as áreas e que nos tratam com um carinho e atenção sem igual”, fala Marcela. A modernidade do INSG pode ser observada por vários ângulos, como o espaço físico da escola. São seis laboratórios de informática; laboratório de física, química e biologia; quatro quadras, sendo três cobertas; laboratório de Comunicação Social; entre outros espaços. Desde o ano de 2014, o Instituto Nossa Senhora da Glória, visando valorizar o processo ensino e aprendiza-

gem, adota o Material Didático Digital (MDD). “No MDD estão previstas situações desafiadoras de aprendizagem, que exigem a mobilização de conhecimento, o enfrentamento e a resolução de problemas. Nele, os estudantes aprendem pela experiência, testando hipóteses, fazendo observações e descobertas, desenvolvendo o processo de ensino e aprendizagem de forma dinâmica e inovadora”, pontua o assessor pedagógico do INSG, José Augusto Abreu Aguiar. Outro avanço é o convênio firmado com o Geekie Lab, uma plataforma que acompanha, sistematicamente, o desempenho de aprendizagem dos alunos. Segundo explica José Augusto, o sistema está sendo de grande ajuda em relação ao Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Neste ano, a plataforma foi usada de forma piloto para alunos do ensino médio. “O Geekie Lab emite resultados individuais dos alunos em relação às habilidades e competências avaliadas no Enem. Esse instrumento tem nos servido muito e em 2016, vamos usar no ensino fundamental”, afirma José Augusto.

Rua Monte Elíseo, s/n - Visconde de Araújo Macaé/RJ - Tel.: (22) 2791-9500 www.insgmacae.com.br


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PESSOAS & NEGÓCIOS

No microagulhamento, microagulhas de ouro são introduzidas na pele do paciente

VISAGE

A dermatologista Michele Monteiro lembra que o tratamento é pouco doloroso e pode ser feito no verão

Microagulhamento: novo método ajuda no rejuvenescimento da pele e no combate à queda de cabelo

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ratamento mais comentado no momento, a técnica do microagulhamento com Drug Delivery é uma tendência mundial. Já disponível em Macaé, é indicado para rejuvenescimento da pele, tratamento de manchas, rugas, estrias e ainda no combate à alopecia androgenética masculina, a calvície. Destaque no último Congresso Brasileiro de Dermatologia, o Drug Delivery é um tratamento estético usado por dermatologistas para facilitar a aplicação de substâncias nas camadas internas da pele e que tem apresentado resultados positivos no tratamento da queda de cabelo. De acordo com a dermatologista Michele Monteiro, para iniciar o tratamento, o paciente precisa fazer uma avaliação do couro cabeludo através da dermatoscopia, exame que permite analisar que tipo de resultado pode ser esperado pelo paciente. Michele explica que o equipamento que faz o microagulhamento possui uma técnica totalmente automatizada, emitindo radiofrequência em toda a extensão das agulhas, aquecendo a derme e contraindo e estimulando a produção de colágeno. “O aparelho tem 25 microagulhas de ouro, que vão ser introduzidas na pele na profundidade adequada ao procedimento a ser tratado e de acordo com o tipo 20 •

Por: Cris Rosa • Fotos: Alle Tavares

de pele também. O procedimento é rápido e pouco doloroso”, explica Michele. Depois de feitos os micro furos, a pele fica permeável e consegue absorver a substância terapêutica aplicada pela dermatologista. A substância age no folículo piloso, atingindo o bulbo capilar, o que permite inibir o receptor de hormônio – causador da queda de cabelo – e fazer com que o folículo miniaturizado volte a crescer. De acordo com Michele, o tratamento pode ser feito por qualquer pessoa que já apresente os sintomas da calvície. “São três sessões mensais e, após seis meses, é preciso fazer mais uma sessão de manutenção e ficar em acompanhamento clínico com tratamento em casa sendo orientado pelo dermatologista. Também são feitos exames laboratoriais para acompanhar qualquer alteração hormonal”, conta Michele. Os resultados aparecem já na segunda sessão. “É claro que tudo vai depender do grau da alopecia. Em pacientes que tem o couro cabeludo todo calvo, é mais difícil recuperar mas, em geral, após a segunda sessão já nota-se um crescimento dos cabelos”, destaca. Como consegue atingir uma camada mais profunda da pele, o equipamento pode ser utilizado ainda para tratamentos de manchas, rugas, de cicatriz de acne e outras causas, estrias e rejuvenescimen-

Tatiana Barbosa já vê resultados na pele após a primeira sessão

to da pele, que podem ser feitos durante todo o ano, inclusive no verão. A engenheira Tatiana Barbosa experimentou a técnica para rejuvenescimento da pele e ficou surpresa com os resultados. “Estou com 35 anos e em uma fase de cuidados com a saúde em geral. Com a perda de peso, senti minha pele flácida e não usava proteção solar diária. Foi então que resolvi fazer o tratamento com microagulhamento combinado com radiofrequência, além do preenchimento do bigode chinês. Depois de 15 dias da primeira seção, a dermatologista avaliou a minha pele e percebeu que não precisaria fazer o preenchimento, pois o próprio colágeno produzido conseguiu corrigir. O que mais me impressionou foi que, em uma única seção, a aparência da minha pele é de saúde, viçosa, as pessoas ao meu redor estão notando e comentando, rejuvenesci alguns anos e já estou contando os dias para a segunda seção”, comenta.

Rua Robert Francis Kennedy, 13 - Cavaleiros - Macaé/RJ Tel.: (22) 2793-0486 / 3717-1722 / 99882-1015 f /visagemacae


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PESSOAS & NEGÓCIOS

Maria Célia contratou os serviços da VIP, como vitrinismo e ambientação para repaginar sua loja, a Tutti Per Te

As consultoras Bruna Coutinho e Ana Catarina atendem tanto pessoas físicas quanto as empresas

VIP CONSULTORIA DE MODA E ESTILO

A empresária Layni viveu uma transformação do próprio estilo com a ajuda da VIP

Bruna Coutinho e Ana Catarina Bico revelam o que a moda pode fazer de melhor por cada personalidade

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aber expressar a identidade pessoal por meio de roupas e acessórios de moda é um desafio pra muita gente. Por isso, as amigas Bruna Coutinho e Ana Catarina Bico criaram a VIP Consultoria de Moda e Estilo, uma empresa que oferece várias soluções de moda para pessoas e empresas, de Macaé e região. Com formação específica na área, as duas consultoras usam de vários conhecimentos que vão desde as tendências até o comportamento humano. “A gente começa identificando a imagem que a pessoa tem de si mesma, a que ela passa aos outros e a que deseja ter. Acontece uma incompatibilidade muito grande, em muitos casos, e trabalhamos para a identidade da pessoa transparecer no look”, afirma Bruna Coutinho. Ana Catarina reforça ser comum as pessoas não se atentarem para a influência que a maneira de se vestir exerce nas relações. “O jeito de vestir pode dizer muito sobre as pessoas. E com a consultoria, mostramos como é possível valorizar o que a cliente tem de

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Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

melhor e imprimir sua personalidade em qualquer peça”, fala Ana Catarina. A VIP Consultoria realiza vários serviços para pessoas como: consultoria de imagem e estilo pessoal e profissional, mini consultoria de estilo, elaboração de looks semanais para o trabalho, personal stylist, assessoria personalizada aos noivos, personal shopper, closed clearing, organização e planejamento de mala de viagem e análise cromática. E para empresas oferece soluções como: criação ou atualização de dress code, palestras e treinamentos personalizados, vitrinismo/virtual merchandising e assessoria de compras. A empresária Layni Chaplin contratou os serviços da VIP Consultoria e viveu uma verdadeira transformação no próprio estilo. “Fiz troca de guarda-roupa, visagismo, corte de cabelo, curso de automaquiagem, etc. Depois que fiz a consultoria, me senti mais confiante em relação ao que eu queria passar para as pessoas. Hoje, eu sei valorizar o que tenho de melhor, me acho mais bonita e me amo mais”, conta Layni. Já as empresárias Samara Ribeiro e Maria Célia Barbosa contrataram os serviços de Bruna e Ana Catarina para seus

Samara teve o suporte da VIP para montar sua loja, a Hit, que será no Espaço Junior Miranda

negócios. Samara está montando uma loja feminina, depois de ter sucesso com vendas online. “Elas estão me orientando sobre a estrutura da loja, a compra das peças, o impacto que vai causar no público, enfim. Elas mudaram a minha visão e conceito sobre o negócio. Estou adorando porque o que elas dizem é muito construtivo”, ressalta Samara. Já Maria Célia já tem uma loja física, a Tutti Per Te, uma maison com atendimento exclusivo. A VIP está realizando vários trabalhos para a loja como vitrinismo, ambientação, plano de negócios e editorial de moda. “Com a visão de moda e estilo, elas estão me ajudando a repaginar a loja, a montar os looks e a fazer o plano de negócios. A ajuda delas traz retorno porque as clientes percebem a mudança”, diz Maria Célia. Tel.: (22) 99861-1030 (22) 98140-3170 www.vipmodaestilo.com.br /vipconsultoriadeimagem


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PESSOAS & NEGÓCIOS

Para os amantes do tênis, o clube oferece duas quadras de saibro para a prática do esporte. São as únicas deste tipo na região

ALPHAVILLE RIO COSTA DO SOL

Gianini Coelno

O parque aquático do Clube Alphaville é composto por duas piscinas, sendo uma olímpica

Condomínio une tecnologia e sustentabilidade para propiciar o bemviver através do convívio social e qualidade de vida

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spaços estruturados e pensados, onde projetos e sonhos se tornem realidade. Onde vizinhos formem verdadeiras comunidades. Onde zelar pelo meio ambiente seja tarefa e direito de cada um. Em poucas palavras, resumimos o conceito da marca Alphaville, um modelo de empreendimento de sucesso no Brasil. A empresa tem como carro-chefe a marca Alphaville, de condomínios de grande porte e alto padrão. Na região, o condomínio Alphaville Rio Costa do Sol possui 1.500 lotes a partir de 300m² e ênfase no convívio e na segurança. Com mais de 40 anos de atuação, o tipo de desenvolvimento proposto pelo Alphaville é exemplo de sucesso em todo o Brasil. “Nosso principal objetivo é converter expertise em equilíbrio, adequar

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Por: Fernanda Pinheiro • Fotos: Alphaville

tecnologia e natureza, criar excelência em perenidade. Desta forma, trazemos qualidade de vida aos nossos moradores e desenvolvimento às pessoas, às organizações e à própria sociedade. A região tem fama de ser inóspita, onde as pessoas que trabalham não têm onde ir nem o que fazer. Aqui, temos tudo o que as pessoas sonham em ter dentro de um único lugar”, explica João Gallerani, presidente do Alphaville. O condomínio realmente impressiona pela estrutura. São quatro quadras de tênis, sendo duas de saibro, duas quadras poliesportivas, um campo de futebol, quadras de vôlei e basquete, parques, acesso privado a uma praia praticamente deserta. “Somos o único Alphaville com praia, isso já é um ‘algo a mais’ dentro do próprio diferencial que o modelo oferece! Além de tudo e acho que mais importante, é ressaltar nosso esquema arrojado de segurança, com cerca elétrica em todo o períme-

Augusto e Carla Teixeira, com seus filhos, foram os primeiros moradores do Alphaville

tro, monitoramento eletrônico e plano de contingência”, continua o diretor administrativo Wilson Molinari. A área de lazer dá direito aos moradores de aproveitarem mesas de carteado, pingue-pongue e sinuca. Televisores sempre ligados atualizam os espectadores no espaço lounge do clube e o restaurante Alpha Gourmet abre diariamente oferecendo, aos associados e convidados, os serviços self-service e à La carte. “Tenho orgulho de oferecer inúmeras atividades aos associados Alphaville, com ranking interno e promoção de torneios internos e interclubes. Em nosso time de professores, temos três campeões mundiais. Os moradores podem fazer Jiu-jitsu, tênis infantil ou adulto, Zumba, balé, dança de salão e natação. As quadras de futebol, vôlei


Gianini Coelno

A parte social do Alphaville fica por conta do grupo responsável pelos eventos. Da esquerda para a direita, em pé: Márcia, Roberta, Michele e Suzana. Sentadas: Rosimere e Luciana

João, Carla, Wilson e Breno integram a nova diretoria que proporcionou mudanças importantes para melhorar a qualidade de vida dos moradores

tal, sempre abertas aos associados e seus convidados”, complementa Luciana. A administradora e presidente do conselho Carla Teixeira foi a primeira moradora do Alphaville Rio Costa do Sol. Na região desde 2004, festejou quando descobriu que o Alphaville viria para Rio das Ostras. Em 2009, ela e o marido compraram o primeiro lote do condomínio. “Amamos morar aqui com nossos filhos e fazemos todas as atividades que o clube nos proporciona e sem custo extra. Isso é diferencial perante qualquer condomínio da região. O clima interno é super agradável, criamos um círculo de amizades muito bom, como uma extensão da nossa família”, comenta.

“Nosso primeiro evento foi um happy hour dos anos 80, recebemos umas trezentas pessoas! Nosso intuito foi divulgar a dança de salão e daí para frente não paramos mais de produzir eventos aqui dentro”, explica Roberta.

Participante ativa da administração, ela elogia a atual diretoria e seus membros, todos empresários locais, com formação e vivência suficiente para gerirem e manterem a robusta estrutura do condomínio. “Não precisamos sair daqui para nada. Temos até transporte interno, com horários estabelecidos e amplamente divulgados, onde moradores e funcionários dos moradores podem circular pelo condomínio e arredores, com rota que também faz o trecho Parque de Tubos x clube, proporcionando aos proprietários dos lotes que ainda não moram nos residenciais, que não tenham carro ou que os filhos ainda não dirijam, a possibilidade dos mesmos chegarem até o clube e usufruírem de todas as atividades”, finaliza.

“Estamos planejando a Semana Cultural, onde teremos escritores macaenses e contadores de histórias lendo livros para crianças, além de exposições e palestras sobre arte, e a Festa de Na-

Rod. Amaral Peixoto, Km165 Balneário das Garças Rio das Ostras Tel.: (22) 2006-0085 (22) 2006-0087 www.alphavilleriocostadosol.com.br

Uma estrutura de área de lazer completa está à disposição para atender os moradores

O contato direto com a natureza é um dos diferenciais para os moradores, com acesso privado à praia

e basquete sempre ficam abertas para que os próprios grupos de associados se formem, caso queiram bater uma bolinha. Nossa academia de musculação tem três professores que sempre estão presentes, dando atenção aos moradores. Até nos esportes radicais estamos presentes, com uma pista de skate”, conta Breno Andrade, diretor de esportes do Alphaville.

Soares planejam, desde junho deste ano, festas e eventos internos, cuidando da decoração, convites aos moradores e dos temas escolhidos.

BEM-ESTAR SOCIAL Para garantir ainda mais lazer aos associados, o Alphaville Rio Costa do Sol conta ainda com um grupo bem seletivo de produção de eventos internos. A empresária Suzana Bonfim Santos, a corretora de imóveis Michele Junger, a engenheira Roberta Rizzo, a matemática Luciana Bosqueti, a professora de educação física Márcia Borges e a administradora Rosimere

“Os associados podem trazer os filhos, o ambiente é bem interessante, existe muita interação entre famílias e amigos”, comenta Suzana.

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PESSOAS & NEGÓCIOS

Henrique Ribeiro

Com equipe multidisciplinar, os especialistas da MaxClin dão dicas variadas para curtir o verão com qualidade e segurança

As profissionais da MaxClin orientam ter atenção redobrada com as brincadeiras de criança para evitar quebrar os dentes e a ingestão de muito líquido no verão

MAXCLIN

Quer curtir o verão com saúde e bem-estar? A MaxClin dá ótimas dicas para aproveitar o melhor da estação

A estrutura da MaxClin, localizada nos Cavaleiros, reúne num só lugar várias especialidades

Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

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verão se aproxima e junto com ele aquela vontade de aproveitar melhor o dia, tomar banho de mar, curtir a praia, sair com os amigos, levar os filhos pra passear e fazer muitas outras atividades. Para que esse desejo natural seja aproveitado com plenitude, é preciso estar em dia com a própria saúde. Pensando nisso, os especialistas da MaxClin prepararam dicas super práticas que têm tudo a ver com a estação solar. Confira! PARA A VIAGEM Quem viaja por longas horas, deve ficar atento à postura para evitar desconforto e lesões. O quadril deve fazer um ângulo de 90 graus com o acento, assim como o joelho e o tornozelo com o chão. A coluna deve estar sempre ereta, de preferência toda apoiada em um encosto, inclusive a cabeça. Sempre que possível, movimente as articulações, tornozelos e punhos (fazendo movimentos circulares), joelho (dobrando e esticando) para manter uma boa lubrificação articular e, se possível, nas paradas durante a viagem, alongue o corpo inteiro para aliviar as tensões. Dicas da fisioterapeuta Mariah Natalino PARA A SAÚDE BUCAL Com as férias escolares, as crianças têm mais tempo livre pra brincar e muitas vezes acabam se machucando. Se a

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criança quebrar um dente, ligue imediatamente para o dentista e leve-a ao consultório. Pegue o dente que quebrou e coloque-o num frasco com água ou leite, isso ajuda a deixar o dente hidratado até chegar ao consultório. Para prevenir acidentes desse tipo, oriente as crianças a evitar tomar refrigerantes diretamente na garrafa, a tomar cuidado durante os jogos com contato físico, a evitar empurrões nas brincadeiras, a não saltar de balanço em movimento, etc. O fim de ano e as férias são ótimos momentos para ir ao dentista e fazer a limpeza dental. Aproveite o tempo livre para ficar em dia com a saúde bucal. Dicas dos dentistas Maurício Araújo, Márcia Coutinho, Mayra Elisa, Janaina Aguiar, Mariana Rangel, Jaqueline Mateus e Henrique Ribeiro. PARA A NUTRIÇÃO Para aproveitar o fim de semana de sol e manter a dieta detox, vai ai uma dica de suco pró-bronzeado: 200 ml de suco de laranja, ½ cenoura crua, ½ beterraba crua e 1 colher de chá de raspa de gengibre. Bata tudo no liquidificador e sirva com gelo. Dicas das nutricionistas Cristina Rezende e Cinthia Lopes PARA A HIDRATAÇÃO Reforce a hidratação e dê preferência para a água. Isotônicos, água de coco e

chás também podem ser ingeridos, mas com moderação. O isotônico, por exemplo, contém uma quantidade grande de sódio. Então, é importante ser usado com cautela, principalmente, por pessoas hipertensas. A busca por uma vida saudável deve ser sempre acompanhada por um médico e nutricionista, pois nem tudo que é bom para um indivíduo é bom para outro. Dicas da endocrinologista e clínica geral Lutieska Garrone PARA CURTIR A FAMÍLIA Relaxe, se desligue do estresse do trabalho e aproveite para estreitar os laços com a família e amigos. É importante não estabelecer rotinas rígidas. Agende atividades divertidas, pensando nas crianças e no casal. Aproveite as férias de maneira saudável e afetuosa com a família. Mais do que o conforto material, as lembranças da convivência familiar são de extrema importância no desenvolvimento humano e serão guardadas por toda a vida. Dicas da psicóloga Diessika Oleari e do psiquiatra Adriano Machado.

Rua Bariloche, 24 - Cavaleiros - Macaé/RJ Tel.: (22) 2773-4921 (22) 7811-5346 www.clinicamaxclin.com.br /maxclin

Atendemos pacientes conveniados e particulares.


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Felipp é cliente assíduo do Bigode, fã de cerveja artesanal e adora harmonizar com os petiscos da casa João e Aécio apostam no novo conceito de boteco para Macaé e acabam de fazer uma reestruturação, com novos ambientes, como o Espaço Retrô

BOTECO DO BIGODE Charme e bom atendimento para os amantes da boa gastronomia de boteco, nos Cavaleiros

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Por: Júnior Costa Fotos: Alle Tavares

Boteco do Bigode está comemorando um pouco mais de um ano de sucesso com o objetivo de alçar novos voos. O ano de novidade conquistou os macaenses e os radicados pelo estômago com boa comida, petiscos e bebidas, que vão desde o tradicional chope, passando pelas cervejas artesanais, até os drinques sofisticados. A meta agora, no entanto, é encarar a crise de frente. Após a obra de expansão, o novo Boteco do Bigode quer aumentar sua cartela de clientes. Aécio Lopes, proprietário do boteco, visualiza um novo momento para o negócio, que vai de vento em popa. “A ideia surgiu da necessidade que a cidade tinha de um boteco como o nosso, com preço justo e atrativo, ambiente agradável e bom atendimento. Quando cheguei em Macaé, há seis anos, para trabalhar no ramo offshore, vi que aqui não tinha botecos como nos grandes centros do país. Estamos avançando nesse ano com novos projetos. Durante o verão, todos os sábados, teremos o Bigode 40°. A partir das 20h, faremos o esquenta para outras festas. Teremos DJ e drinques a partir de R$ 22”, conta Aécio. 28 •

O Espaço Lapa recria o ambiente boêmio do Rio de Janeiro

Ao lado do sócio João Maurício Oliveira, Aécio já planeja objetivos maiores. O grupo pretende lançar novos empreendimentos na área, em Macaé. Antes, eles querem fortalecer a marca Boteco do Bigode. Para isso, contam com o apoio de 15 funcionários. Os clientes aprovam e muito o novo estilo do Boteco do Bigode. A evolução desde a inauguração é evidente, segundo Felipp Chaves, gerente de vendas de uma concessionária de veículos em Macaé. “Frequento o Boteco desde que abriu. A harmonia do local é impressionante. O croquete de carne, o empanado de camarão e a picanha do Bigode são meus pratos favoritos. Aprecio muito a cerveja artesanal e aqui tem muita opção. Os garçons te ajudam na escolha. Eles entendem e explicam sobre a harmonização dos pratos”, comenta Felipp. “Tem muita gente que nos prestigiou e continua prestigiando nesse um ano e três meses. Mas tem muita gente que ainda não nos conhece. Para eles, temos a oferecer mais de 70 rótulos de cervejas artesanais nacionais e importadas, o chope mais barato da região, funcionários motivados, um novo ambiente, banheiros limpos a cada meia hora e um novo conceito de atendimento e prestação de serviço”, comenta Aécio. Para atrair novos adeptos e aproxi-

A Picanha do Bigode, agora com a opção de porção individual para o verão

mar o público do boteco, a direção apostou nas redes sociais. Na página Boteco do Bigode, no Facebook, dá para acompanhar as promoções como a #QuartadaHeineken. Consumindo seis long necks, o cliente paga quatro. Ou o Novembro Azul do Bigode. Os homens mandam uma foto ao longo do mês usando bigode natural. A imagem será postada na página do boteco e a mais curtida ganhará R$ 300 em consumação na casa e um lugar no mural dos bigodudos. No local, ainda há um telão com exibição de shows de grandes nomes da música nacional e internacional. O Boteco do Bigode funciona de segunda a sábado, das 17h à 1h. Rua Jorge Reid, 44 Cavaleiros - Macaé/RJ Tel.: (22) 2757-1286 /botecodobigode


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PESSOAS & NEGÓCIOS

somente em inglês. O processo ocorre de forma natural. Não temos livro nem caderno nos primeiros anos, demonstramos e remontamos situações do cotidiano de forma teatral em sala de aula, com jogos, brincadeiras e até projetos científicos”, explica Leslie. O ISOM trabalha em parceria com o Colégio Ativo, no Bairro da Glória, mas o curso funciona independentemente. Atende crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, matriculados no Ativo e também de vários outros colégios de Macaé. Embora o desenvolvimento da língua para cada criança seja singular, a coordenadora do curso destaca que entre dois anos, percebe-se que já existe domínio pleno da nova língua. “Quando entrei, não sabia falar nada em inglês. Até para pedir água eu me enrolava. Hoje escrevo, leio e falo tudo”, comenta, orgulhosa, Lana Silva Shibasaki Engel, de 12 anos.

A administradora do ISOM, Leslie Mota, é quem desenvolve as metas e objetivos do curso e articula a visão para os próximos 10 anos

O nível de inglês desses meninos e meninas é tão surpreendente que Lana e outros dez alunos foram convidados para participar de uma olimpíada acadêmica em Londres, em 2016.

O inglês faz parte da rotina dos filhos de Marcele Raposo

Lana Engel foi convidada para participar de uma olimpíada acadêmica em Londres, em 2016

ISOM, O CURSO DE INGLÊS DE REFERÊNCIA Com metodologia única, curso de inglês usa a vida cotidiana para ensinar nova língua

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uando entramos em uma das salas do International School of Macaé, logo percebemos que este curso de inglês não funciona como os demais. Ali, as crianças não se comunicam em português. Em hipótese nenhuma, o professor fala português com seus alunos. O curso de imersão ISOM é dirigido pela advogada Leslie Mota, tendo sido fundado por sua família e que, neste mês, celebra 10 anos de êxito no ensino de inglês em Macaé. “Em 2004, a minha mãe, Irene Mika Esther da Mota, trouxe para o Colégio Ativo uma nova proposta de ensinar inglês. Irene era professora e diretora

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Por: Fernanda Pinheiro • Fotos: Alle Tavares

de colégios de ensino fundamental e de segundo grau em uma carreira de mais de 25 anos nos Estados Unidos, com um mestrado em educação da Universidade de Illinois, em Chicago” contextualiza a administradora. A metodologia praticada no ISOM, foi estabelecida pela irmã de Irene, Lidia Mika. Também educadora, Lidia trouxe conceitos para o ensino de inglês que seguem as teorias de aprendizado da língua materna. “O método de imersão que oferecemos é único, aqui, as crianças entram e são estimuladas a se comunicar

Eduarda Salema Raposo, de 12 anos, também vai para Londres. Ela iniciou o curso aos 8 anos de idade. “Aqui não é chato, não tem teste todo o tempo, aprendemos brincando, sem sentir, é como aprender a falar em português”, explica. “Eduarda e seus outros dois irmãos vivem surpreendendo toda a família. Em nossa última viagem, os três falavam inglês com uma naturalidade fantástica, a evolução é incrível!”, complementa a mãe de Eduarda, Marcele Salema. Hoje, a diretora fala com orgulho dos sucessos que obtiveram ao longo dos primeiros 10 anos. “O projeto mais visível nesses últimos anos talvez seja o nosso ‘Learning Garden’ um espaço verde criado para aprendizagem, diversão e atividade física com gramado, pomares e plantas floridas e uma horta. Neste ambiente, os alunos ficam fascinados e empolgados com as atividades e assim desenvolvem melhor a prática do inglês, se esforçando para se comunicar com alegria e criatividade. Se retirando das salas de aula, os alunos criam experiências que os permitem aplicar o que aprenderam no mundo ‘real’”, finaliza Leslie. Rua João Batista da Silva Lessa, 275 Bairro da Glória - Macaé/RJ Tel.: (22) 2765-5199 www.isom.net /isomacae


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Divulgação

PESSOAS & NEGÓCIOS

O protótipo do Baja foi projetado e construído pela equipe

João Guilherme Faria (ao centro): “Entrega do motor foi o pontapé do projeto”

CENTRAL DE AÇOS E EQUIPE ALI BABAJA UFRJ

Equipe de Engenharia da UFRJ Macaé constrói carro para competição nacional, tendo a Central de Aços como patrocinadora diamante

A equipe Ali Babaja já participou de duas competições

magine construir o próprio carro, desde os sistemas de suspensão, transmissão e freios, assim como o chassi? Pois essa foi a missão da equipe Ali Babaja, composta por estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Campus Macaé, dos cursos de Engenharia Civil, Mecânica e Produção no projeto Baja SAE Brasil.

o projeto, desde o desenvolvimento das peças até a construção do veículo. “Toda a estrutura é projetada por nós, soldada, entre outros aspectos. A premissa do projeto é que seja um carro resistente, simples, de fácil manutenção, e que quem vá adquirir esse veículo possa ele mesmo fazer a manutenção e consertar as peças”, destaca Rodrigo.

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O projeto Baja SAE é um desafio lançado pela Sociedade de Engenharia Automotiva aos estudantes da área, que oferece a oportunidade de aplicar na prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula. Os estudantes se envolvem em casos reais de desenvolvimento de projetos, desde a sua concepção e construção e ainda têm a tarefa de buscar patrocínio para viabilizar o mesmo. Em Macaé, uma das empresas que apoiou a Ali Babaja foi a Central de Aços. A parceria surgiu depois que o diretor comercial João Guilherme Faria avaliou o projeto e percebeu a dificuldade da equipe em conseguir apoio. A equipe Ali Babaja é a primeira representante de uma faculdade federal do Norte Fluminense a participar dessa modalidade, outro motivo pelo qual a 32 •

Por: Cris Rosa • Fotos: Alle Tavares

Central de Aços comprou a ideia. “Além de levar a bandeira da UFRJ, levaria também o nome da nossa querida Macaé, cidade onde estamos instalados há 25 anos”, conta o diretor comercial. João Guilherme explica que o patrocínio, inicialmente, seria total, mas a empresa decidiu participar como patrocinador diamante, doando a parte estrutural, CVT (transmissão automática), motor, uniforme, entre outros itens importantes para a equipe. “Entendemos que essa relação com outros patrocinadores, além de saudável, fortalece ainda mais o projeto. O pontapé inicial foi o motor, por ser o coração do projeto e que deu o gás que faltava”, acredita. A COMPETIÇÃO O capitão da equipe e coordenador de estrutura, Rodrigo Caride, explica que a competição consiste em criar um veículo off-road, monoposto e robusto, capaz de transpor qualquer obstáculo. “A proposta é que a gente pense como uma empresa que esteja desenvolvendo um protótipo de um veículo de baixa manutenção, boa dirigibilidade e conforto”, declara. A equipe é formada por 16 membros que se dividem para fazer todo

A responsável pelo setor de transmissão da equipe, Nicole França, ressalta que a experiência de participar da Baja SAE Brasil traz um aprendizado, na prática, de situações que poderão ser vivenciadas no dia a dia da profissão. Além da criação, desenvolvimento e construção do carro, a equipe precisa lidar com subdivisão de tarefas, trabalho em conjunto, testes, controle de qualidade e de fabricação, entre outros aspectos. Para a Central de Aços, apoiar iniciativas como essa é motivo de orgulho. “A troca de conhecimento técnico, espírito de equipe é algo muito gratificante e que nossa empresa se orgulha muito de fazer parte”, finaliza João.


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PESSOAS & NEGÓCIOS

O novo consultório, nos Cavaleiros, foi projetado para atender os clientes com muito conforto

Muito criteriosa, Angélica avalia não só os aspectos clínicos, mas também os psicológicos antes de submeter o paciente à cirurgia

Drª ANGÉLICA AMARAL

Drª Angélica também realiza pequenas cirurgias e procedimentos estéticos, no consultório

Com 11 anos de experiência, cirurgiã plástica pauta seu trabalho na reconstrução do equilíbrio estético em novo espaço, nos Cavaleiros

Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

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rª Angélica Amaral abre novo consultório com espaço amplo, moderno e muito confortável para atender seus clientes no bairro dos Cavaleiros. Para receber os pacientes com toda a comodidade, Angélica reformou a cobertura de um prédio na Rua Winston Churchill, pertinho da orla e já está de portas abertas. O ambiente é climatizado, bem decorado, com sala de esterilização, banheiros e, no consultório, há um ambiente específico para realização de pequenas cirurgias e outros procedimentos estéticos. Mineira de Belo Horizonte, Angélica precisou se dedicar muito aos estudos para conquistar o prestígio e respeito profissional. “Acho que esse esforço foi muito importante para que eu pudesse vencer os obstáculos diários da profissão”, conta. Ela se formou na Universidade Federal Fluminense (UFF), com residência em cirurgia geral e cirurgia plástica. Veio trabalhar em Macaé quan-

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do o Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) foi inaugurado, em 2004. Desde então, a cirurgiã plástica atende pacientes que necessitam fazer procedimentos estéticos ou reparadores. Atualmente, Drª Angélica atende apenas pacientes particulares e realiza várias cirurgias como: lipoaspiração, abdominoplastia, prótese mamária, redução das mamas, pálpebras, face, nariz, entre outras. Também faz pequenos procedimentos estéticos como: diversos tipos de peeling, toxina botulínica (botox), preenchimento, etc. A médica ressalta que também faz operações reparadoras. Além do consultório em Macaé, ela também atende no Rio de Janeiro, no bairro da Gávea. Os pacientes de Macaé que se tratam com a especialista, têm ainda a opção de se consultar na capital com o mesmo padrão de Macaé. O seu trabalho é pautado na reconstrução do equilíbrio estético, resgatando a harmonia corporal e, muitas vezes, a

dignidade e a autoestima, sem jamais ultrapassar os limites do bom senso. Conforme explica Angélica, para a cirurgia ser bem-sucedida é fundamental que os exames do pré-operatório estejam bons e que o paciente esteja bem emocionalmente. “Sou muito criteriosa. O sucesso depende de um bom diagnóstico e de saber operar na hora certa. Acompanho de perto não só a parte clínica, mas também o momento emocional e psicológico do paciente. Quem vai passar por isso, precisa estar bem e feliz”, pontua a cirurgiã. “O trabalho do cirurgião, às vezes, lembra o do artesão. É preciso ter um bom acabamento. Sou perfeccionista e, por isso, optei por operar menos por dia”, fala. Após a operação, os pacientes são acompanhados por seis meses. “Depois da cirurgia, podem aparecer algumas alterações que necessitam intervenções imediatas. Com o acompanhamento, eu faço as intervenções antes do problema surgir, e isso faz muita diferença no resultado final”, finaliza a doutora. Rua Winston Churchill, 71 Cobertura - Cavaleiros - Macaé-RJ www.angelicaplastica.com.br Tels. Macaé: (22) 2762-7535 Rio de Janeiro: (21) 3204-2521


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Agilda Carvalho, ao centro, frequenta o Estação há nove anos, sempre com a família Localizado em frente à orla, o ambiente do Estação da Praia é bem familiar e muito procurado por empresas para confraternizações

ESTAÇÃO DA PRAIA Restaurante tradicional na orla dos Cavaleiros com 11 anos de história na cidade

O Salmão ao molho de maracujá, com arroz de brócolis e panache de legumes é novidade no cardápio

Por: Cris Rosa• Fotos: Alle Tavares

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iz o ditado que em time que está ganhando não se mexe. E é assim que o Restaurante Estação da Praia segue há 11 anos oferecendo o melhor da gastronomia, em um ambiente aconchegante e de frente para a Praia dos Cavaleiros. A tradição é a marca forte do Estação da Praia, que vai dos pratos antigos que fazem sucesso no cardápio a funcionários que estão no estabelecimento desde a sua inauguração. Segundo André Neves, um dos proprietários, a receita vem do Estação da Moqueca, do qual também é um dos sócios. “Quando eu e minha família abrimos o Estação da Moqueca, já namorávamos um ponto na praia. Dois anos depois, eu e meu irmão, Cristhóvão Neves, conseguimos abrir o Estação da Praia. Aí foi fácil, implementamos o mesmo padrão que já era sucesso lá”, conta. Os dois também estão à frente do restaurante Benedito, no Bairro da Glória. No Estação da Praia, o forte são as carnes. De acordo com André, correspondem a cerca de 80% dos pedidos. “Hoje, o público que frequenta o restaurante vai para comer, sobretudo, picanha, mas nosso cardápio é variado e inclui ainda os peixes, que também são

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bem aceitos pelo público”, comenta. E por falar em público, são as famílias que mais frequentam o restaurante. Os dias mais movimentados são as quintas e sextas, além dos fins de semana. “Desde o começo, o público sempre foi mais familiar e, no decorrer do tempo, foi virando um restaurante também pra grupos de empresas que fazem confraternizações, almoçam juntos, devido ao espaço amplo que atende a essa demanda”, ressalta Cristhóvão. A aposentada Agilda Gomes de Carvalho é uma dessas clientes que frequenta o restaurante com toda a família. “Me sinto em casa no Estação da Praia, principalmente pelo atendimento não só comigo, mas com a minha mãe de 87 anos e minha neta, que desde os seis meses também frequenta conosco. Assistimos jogos, comemoro meu aniversário e dos meus familiares, e também almoçamos aos fins de semana”, declara. Apesar da tradição, André comenta que o Estação da Praia vem passando por um processo de renovação, mas sem perder a identidade. O ambiente foi reformado e o cardápio passa por algumas transformações, mas nunca fugindo do perfil do restaurante. “Nosso perfil é oferecer uma comida bem servida e farta. Então,

Outro novidade no menu é o Salmão ao molho rosé, com arroz de açafrão e batatas coradas

A Picanha à Estação, para duas pessoas, é tradicional

todo prato que entra no cardápio tem que se adequar a essa regra”, afirma. A equipe é composta por 25 funcionários, que passam por constantes treinamentos em parceria com o Sebrae e o Cetep, além de atualizações com a equipe de nutricionistas que faz o controle nutricional do restaurante. O Estação da Praia funciona de terça a domingo, das 11h à meia-noite. Aos domingos, o restaurante abre somente para o almoço e fecha às 18 h. Av. Atlântica, 2.720 Cavaleiros - Macaé/RJ Tel.: (22) 2765-4127 /estacaodapraia


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DECORAÇÃO

Alguns detalhes valorizam o home office da família Lemos como o revestimento espelhado no armário, a iluminação atrás do móvel e a cadeira Egg, de design diferenciado

HOME OFFICE, O ESCRITÓRIO NO ACONCHEGO DO LAR Tendência nos projetos contemporâneos, escritório em casa investe em mais funcionalidade e poucas peças de decoração

Os vinhos são harmonizados com pratos diferenciados, preparados por algum chef convidado

Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

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diferença. Por isso, o home office ganha, no contexto geral do projeto da casa, cada vez mais importância. Não por acaso, algumas construtoras já entregam os apartamentos e casas com espaço reservado para os moradores trabalharem e estudarem.

Quando o lar vira local para exercer a profissão, ter um espaço ideal para realizar as atividades faz toda a

HOME OFFICE DA FAMÍLIA LEMOS Bem coerente com o estilo da casa, o home office da família Lemos, projetado pela arquiteta Nana Nogueira e executado pela Todeschini, é integrado à sala de estar que por sua vez é inter-

omeçar o dia de trabalho em casa já é rotina para alguns profissionais. Para funcionários e donos do próprio negócio, executar as tarefas da empresa em casa pode ser muito vantajoso, além de mais produtivo. Ganha-se mais tempo não enfrentando o trânsito e mais qualidade de vida.

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O espaço é usado pelo casal Júlio e Maria Luiza para trabalho e, pelos filhos, para estudo

ligada à sala de jantar e à cozinha. Eles se identificam tanto com a integração dos ambientes que antes de se mudar, reformaram o apartamento quebrando uma das paredes da cozinha para ter mais amplitude.


Divulgação Todeschini

Para o projetista Luiz Castro, bancadas para computador, prateleiras e gavetas não podem faltar no home office

O escritório é composto por uma bancada para o computador, algumas prateleiras, armários e uma mesa para reuniões ou estudo. O revestimento espelhado nos armários ajuda a dar a sensação de maior amplitude e a iluminação do projeto imprime um ar de sofisticação e elegância. Uma luz amarela surge atrás dos armários superiores do móvel planeja-

As cores e elementos como a laca, conferem um tom mais pessoal e leve ao ambiente

do e dá mais destaque à prateleira que fica logo abaixo, onde algumas peças de decoração e livros estão colocados. Um pouco à frente do móvel e próximo à mesa de reunião, o rebaixamento do teto em gesso, revela outra iluminação diferenciada. O casal gosta de decoração e, segundo conta Júlio, a escolha dos móveis costuma ficar por conta de Maria Luiza.

Dos elementos do home office da família Lemos, a cadeira Egg, com design diferenciado chama bastante atenção. A poltrona Egg tem esse nome devido à sua geometria que parece a forma de um ovo. Revestida com fibra natural, o design clássico quebra a sobriedade do escritório e faz um link interessante com a modernidade e o aconchego da casa. A almofada no tom laranja traz contraste e colorido ao ambiente

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Luiz e Renata estão reformando a casa e já planejaram um cômodo exclusivo para o home office no projeto

TENTO AO MÁXIMO DESVINCULAR A DECORAÇÃO DO AMBIENTE DO DIA A DIA DO PROFISSIONAL. USO TECIDOS E PAPÉIS DE PAREDE COMO FORMA DE FAZER O LOCAL SER MAIS ACOLHEDOR” MARCELO MUQUICI

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que tem predominância de tons amarronzados. O casal Júlio Lemos e Maria Luiza Lemos mudou de casa há 6 meses e antes de entrar no apartamento que moram hoje, em Macaé, já pensavam em fazer o home office. No primeiro momento, Júlio tinha cogitado o espaço como local de estudo, já que ele estava fazendo uma pós-graduação e precisava de lugar para ler e pesquisar. Depois, ele não achou nada mau trabalhar no período da manhã ou à tarde dentro de casa. “Aqui é o meu cantinho. Uso, basicamente, o computador para ler e responder e-mails e acessar as câmeras da empresa”, diz Júlio. A família Lemos adora o conceito de integração dos cômodos e preferiu fazer o home office junto à sala de estar. O objetivo do projeto era não destoar do estilo do apartamento e ser bem funcional. “Tínhamos que estar no escritório, sem parecer escritório. Temos muitos livros, pastas e documentos e nossa preocupação era que isso não ficasse aparente, justamente pra fugir daquela cara de empresa”, fala Júlio. O engenheiro civil que atua projetando ambientes, Marcelo Muquici, segue uma linha mais contemporânea quando planeja o home office. Ele atende vários clientes em Macaé e região, e busca aliar as necessidades de trabalho do morador com a funcionalidade adequada em projetos mais clean. Nesse caso, a tendência segue a máxima do menos é mais.

Marcelo Muquici aposta nos toques de aconchego para suavizar a sobriedade do home office

Pouca aparência de escritório corporativo e alguns toques de aconchego marcam bem os projetos de home office assinados por ele. “Tento ao máximo desvincular a decoração do ambiente do dia a dia do profissional. Uso tecidos e papéis de parede como forma de fazer o local ser mais acolhedor”, explica Muquici. De acordo com o projetista Luiz Castro, da Todeschini Macaé, entre os clientes da loja, as mulheres mostram mais preocupação com a estética geral e querem bancadas menores, enquanto os homens pedem bancadas amplas e mais gavetas. “O cliente quer espaço prático, o mais bonito possível, porém com menos itens. Pode-se observar que os projetos modernos usam poucas peças de decoração”, ressalta Luiz. Os móveis planejados chegam muito perto do efeito da mobília sob medida e possuem alto nível de personalização. O benefício está em poder criar um projeto que atende bem às especificidades dos moradores e principais características de uso do recinto, ajustando-se ao espaço disponível. Luiz ressalta que em um bom planejado não pode faltar bancada para notebooks ou computadores, gavetas e prateleiras. “As prateleiras abertas são


Todeschini

No projeto do home office de Luiz e Renata, duas bancadas lado a lado vão acomodar bem o casal que vai poder trabalhar junto

ótimas para dar destaque aos livros. Como Macaé tem alto índice de umidade, eu indico usar mais prateleiras abertas para que o ar circule bem”, afirma o projetista. Para escolher as cores do revestimento, ele sugere levar em consideração as características do local. Se o local for exclusivamente destinado para o escritório, ele recomenda usar tons mais escuros que conferem sobriedade, como a tonalidade avelã touch, amadeirado escuro com textura leve. Quando for conjugado, ele indica os tons mais claros para harmonizar o ambiente. Os empresários Renata Azevedo e Luiz Aurélio Ferreira mudaram há pouco tempo e sentiram a necessidade de incluir o escritório na reforma da casa. O ambiente ainda não está pronto, mas Renata já vislumbra como será útil para a rotina do casal. “Na empresa, o tempo todo, ocorrem interrupções e, às vezes, sinto falta de um local mais reservado para fazer planejamento”, relata a empresária. Ela acredita que trabalhando em casa, esporadicamente, vai conseguir fazer tarefas com mais tranquilidade, sem perder a disciplina e o foco. No projeto de reforma da casa de Renata e Luiz, assinado por Marcelo Muquici, o antigo mezanino foi transformado em uma suíte para hóspedes com home office acoplado. “A gente imaginava um escritório bem funcional, com o conforto de casa”, conta Renata. Armário na vertical, com algumas prateleiras para guardar documentos importantes são itens primordiais para eles. “Vamos ter uma bancada grande até a janela e outra menor com gavetas. Também vamos ter uma tela de videomonitoramento para acompanhar tudo o que acontece na empresa. Embora a gente (ela e o marido) tenha negócios diferentes, nós trocamos muitas ideias, afinal somos um casal. E, se tiver necessidade, poderemos trabalhar os dois juntos”, pontua Renata. Em tempos de grande empreendedorismo, onde cada vez mais pessoas estão deixando o emprego formal e abrindo sua própria empresa para tocar seus negócios, por vontade própria ou pela necessidade de recolocação no mercado de trabalho, ter um espaço aconchegante e funcional em casa para gerir os negócios, como Renata, Luiz, Maria Luiza e Júlio pode ser a solução para otimização do tempo e aumento da produtividade com qualidade de vida. • 41


CAPA

PONTO DE VIRADA. A TODO INSTANTE, TUDO PODE MUDAR

Depois de perder a namorada num acidente trágico, Vinícius deixou pra trás o futuro promissor em Ciências da Computação e encontrou a felicidade na ioga

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Henrique, no Rio de Janeiro. “No dia do acidente, eu tinha sonhado com um braço que segurava a minha mão com muita força. Ficamos com ela por sete dias no hospital, mas ela não resistiu e faleceu”, conta. A perda, além de causar profunda tristeza em Vinícius, desencadeou várias perguntas existenciais e a busca pelo verdadeiro sentido da vida. “Foi um choque. Nunca tinha me apaixonado dessa forma, não me interessava por mais ninguém. Nunca a morte tinha chegado tão perto de mim. Aquilo me fez pensar muito sobre o que é a vida, o que aconteceu com ela, como fica o amor que eu tenho por ela. Fiquei muito perdido e não sabia o que fazer”, fala Vinícius.

Com as duas filhas e a mulher Stephanie, Vinícius compartilha uma nova concepção de vida

Existem momentos em que a vida dá uma guinada e tudo muda, por escolha própria ou por necessidade, alterando a rota do destino

Por: Leila Pinho • Fotos: Alle Tavares

T

udo segue na mais perfeita normalidade. Você acorda, escova os dentes, vai trabalhar, estuda, chega em casa, vê a família, se diverte com os amigos, viaja e leva a vida mais ou menos do mesmo jeito, quase todos os dias. Mas, em algum momento, o destino surpreende e altera, de forma radical, o que parecia tranquilo e previsível. Em outros casos, a pessoa se questiona, toma as rédeas da própria vida e decide escrever uma nova história. Com grande capacidade de reagir de formas tão diferentes a mudanças significativas, os entrevistados dessa matéria revelam como passaram pelo ponto de virada, esse momento crucial que rompe com o antigo e dá lugar ao novo. Vinícius, Dudu, Vanda e Leila tiveram a coragem de viver grandes transformações

e contam como mudar pode ser uma coisa boa. A DOR DA PERDA LEVOU VINÍCIUS A SE ENCOTRAR NA IOGA O ponto de virada de Vinícius Toledo Nunes aconteceu há cerca de 4 anos, quando ele cursava Ciências da Computação na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Rio das Ostras. Nessa época, ele se dedicava basicamente aos estudos e trabalhava na área. O rapaz tinha carreira promissora e passava longas horas na frente do computador. “Minha vida era estudo, faculdade e ‘chopadas’. Era um típico universitário”, recorda-se. Numa noite do fim de fevereiro de 2011, enquanto Vinícius dormia em Rio das Ostras, sua namorada foi atropelada por um táxi na Avenida Infante Dom

As indagações de Vinícius começaram a encontrar respostas quando ele teve contato com a filosofia da ioga. A mãe da sua ex-namorada o presenteou com alguns livros sobre o assunto, despertando muito seu interesse. O rapaz passou a frequentar retiros de ioga e se conectar mais com o lado espiritual, o que o estimulou a buscar mais informações sobre meditação. Por isso, Vinícius

FOI UM CHOQUE. NUNCA TINHA ME APAIXONADO DESSA FORMA, NÃO ME INTERESSAVA POR MAIS NINGUÉM. NUNCA A MORTE TINHA CHEGADO TÃO PERTO DE MIM. AQUILO ME FEZ PENSAR MUITO SOBRE O QUE É A VIDA...” VINÍCIUS TOLEDO • 43


Arquivo pessoal

Antes de adotar hábitos saudáveis e mudar o estilo de vida, Dudu pesava 158 quilos Erik Johansson (na frente), é o fundador do Ponto da Aventura e pratica o trekking há 10 anos

PERGUNTEI AO MÉDICO SE PODIA PEDALAR E ELE ME LIBEROU, MAS QUE NÃO ERA PRA FAZER MUITO ESFORÇO (...) ENTÃO, FUI PEDALAR NA ORLA E QUANDO VI, JÁ ESTAVA LÁ NO TREVO DA BR 101. EU OLHEI PRA MINHA PERNA E PERCEBI QUE NÃO ESTAVA DOENDO. DESDE ENTÃO, NÃO PAREI MAIS DE PEDALAR.” DUDU JARDIM 44 •

Dudu exibe orgulhoso as medalhas que conquistou nas competições de mountain bike, a paixão que mudou a vida dele

foi a Santa Catarina fazer um curso de ioga. “Esse curso foi transformador. Pratiquei durante um mês a filosofia da ioga. O retiro era total, exigia muita dedicação e alimentação vegetariana. Desde então, a minha alimentação também mudou. Antes, eu comia só carne e arroz, mas descobri esse novo gosto pela comida natural”, conta.

Vinícius passou por alterações intensas no jeito de levar a vida. A transformação tocou os aspectos profissionais, a relação com as coisas, os valores e conceitos. Hoje, ele acredita que precisa de poucos recursos materiais para viver feliz e dá pra ver pelo seu semblante o valor imensurável da paz de espírito.

Quando voltou do retiro, já estava decidido o novo caminho que o coração de Vinícius queria trilhar. Ele largou o curso de Ciências da Computação, no 7º período, abdicou do futuro promissor e escolheu se dedicar à ioga e à meditação. “Agora, sou outra pessoa. Eu precisava de uma resposta e encontrei”. Hoje, Vinícius dá aula de ioga, virou vegetariano, encontrou um novo amor, tem duas filhas, e está feliz com suas escolhas.

Mas, para tomar outro rumo, ele confessa ter sentido muito medo. “Eu não tinha noção do que ia acontecer comigo. Tive receio de não conseguir me sustentar, de não dar certo viver de ioga. E, ao mesmo tempo, eu tinha certeza de que era aquilo o que eu queria. Eu venci o medo e descobri que dá para sobreviver de ioga”, fala. A BIKE E O NOVO DUDU Para o empresário macaense Carlos


Arquivo pessoal

Em Mariana (MG), Dudu disputou o Iron Biker e ficou em 48º lugar entre 243 pilotos

Eduardo Jardim, mais conhecido como Dudu Jardim, de 41 anos, o ponto de virada foi, principalmente, na saúde. Dudu pesava 158 quilos até o ano passado, tinha uma vida política atribulada e vários problemas de saúde. Os exames dele revelavam altas taxas de glicose, de colesterol e ácido úrico, mas o problema mais latente era mesmo o das varizes na perna. A situação era antiga e por duas vezes ele já havia adiado passar por cirurgia. Porém, a insistência da dor e a restrição social que isso causava, fez Dudu repensar. Ele sentia a perna pesada e não conseguia ficar parado muito tempo, nem em pé, nem sentado. Para operar, ele precisava mudar para que as taxas dos exames melhorassem. Em dezembro de 2014, Dudu finalmente se submeteu à operação e, na mesma época, mudou seus hábitos alimentares. Por coincidência ou não, logo no início do ano de 2015, uma nova atividade daria o tom da sua transformação. Na primeira semana de janeiro, Dudu ainda estava de repouso e sentiu vontade de pedalar. “Perguntei ao meu médico se podia pedalar e ele me liberou, mas que não era pra fazer muito esforço. Ele disse: — Não faz estripulias! Então, eu fui pedalar na orla e quando vi, já estava lá no trevo da BR 101. Eu olhei pra minha perna e percebi que não estava doendo. Desde então, eu não parei mais de pedalar”, recorda. Andando de bicicleta, em 30 dias ele perdeu 8 quilos e depois, com acompanhamento nutricional, ele perdeu mais 16 quilos de gordura. A identificação com o esporte foi total e ele descobriu no mountain bike sua grande paixão. Hoje, com 106 quilos, Dudu participa de várias competições e tem nas pedaladas, um exercício de grande prazer. “Agora tenho uma nova vida. Como muito verde, me alimento como tem que ser mesmo no dia a dia e, o melhor, não tomo remédio nenhum.” Ao participar do Montanha Cup (competição de mountain bike), em Petrópolis, o empresário se surpreendeu com o resultado, 3º lugar na categoria. Ali, a formiguinha da competição pegou Dudu de jeito. “Hoje, a bike nas montanhas me completa, é o que quero morrer fazendo.” Depois disso, ele • 45


participou do Iron Biker, em Mariana e faz planos para o futuro. O empresário se prepara para competir no Iron Man (maratona de corrida, natação e bicicleta), em maio de 2016. Ficou no passado de Dudu não só o sedentarismo, mas também a política. Ele foi secretário em duas gestões, na Prefeitura de Macaé, de 2005 a 2008 e de 2010 a 2012. Desde a candidatura a deputado federal em 2014, que ele não se envolve no meio. Hoje, administra o próprio negócio, uma empresa de segurança eletrônica em Niterói e passa os fins de semana em Macaé. “Deixei um pouco de lado a vida política e hoje procuro mais o meu bem-estar”, pontua. FIQUEI DESEMPREGADA E ABRI MEU NEGÓCIO Não foi a primeira vez que o desemprego assombrou Vanda Silva, de 32 anos, em Macaé. Ela trabalhava com planejamento de compras em uma empresa de alimentação do ramo offshore, quando em fevereiro deste

Depois de ficar desempregada, Vanda decidiu apostar na abertura do negócio próprio, uma franquia de alimentação saudável

A GENTE DESCOBRE QUE É CAPAZ DE MUITA COISA. EU NÃO ME IMAGINAVA ACORDANDO 5H30 DA MANHÃ PARA IR COZINHAR. A GENTE PRECISA COLOCAR OS SONHOS PRA FORA, ACREDITAR E SE ESFORÇAR MUITO PARA ALCANÇAR O SUCESSO.” VANDA SILVA

46 •

Vanda acorda às 5h30 para cozinhar e está feliz com sua escolha profissional

ano, foi demitida. Natural de Porto Trombetas, no Pará, ela já teve muitas idas e vindas entre Macaé e o seu Estado natal. Quando ficou desempregada na cidade pela primeira vez, em 2013, ela precisou interromper os estudos na faculdade e ficou, por cerca de seis meses, procurando recolocação no mercado, sem sucesso. Vanda voltou para o Pará e retornou a Macaé quando conseguiu emprego em setembro de 2014. Mas no início de 2015, foi desligada da empresa, como muitos outros trabalhadores, devido à atual crise eco-

nômica. “Da segunda vez, pensei: não vim pra Macaé pra ficar desempregada, de novo, e ir embora. Não posso esperar as coisas acontecerem. Dessa vez, vou fazer diferente”, conta. Vanda deu o passo da virada quando desistiu de procurar emprego para abrir o próprio negócio. Nessa mesma época, ela mudou os hábitos alimentares e aprendeu a valorizar a comida mais natural. De funcionária, se transformou em empresária. Junto com uma amiga, ela investiu na abertura do negócio próprio de entrega em domicílio de refeição saudável, a


franquia Nutrifit, do norte do país. “A gente acreditou muito que ia dar certo. Pesquisamos o mercado local e vimos que aqui não tinha nada parecido. Hoje, as pessoas estão buscando cada vez mais a alimentação saudável e gostosa, então, nós achamos que era a hora certa”, fala Vanda. No início, não foi fácil. A cozinha da casa da sócia de Vanda era o local onde elas preparavam tudo. No primeiro dia de funcionamento da empresa, apenas 11 pessoas compraram a refeição e todos eram amigos. Com o passar do tempo, a propaganda “boca a boca” foi mostrando sua força e trazendo mais clientes. De acordo com a empresária, atualmente, 60 refeições são entregues por dia.

Segundo a psicóloga Camila, a capacidade humana da resiliência ajuda a enfrentar as dificuldades e se adaptar às mudanças

Segundo a psicóloga e psicanalista Camila Butinholli, as pessoas tendem a ficar na zona de conforto e não mudar. Mas algumas habilidades humanas costumam auxiliar bastante nessas situações. “Na psicologia, nós chamamos de resiliência a capacidade de enfrentamento do ser humano, de se adaptar e de vencer obstáculos. Quando menos se espera, vem uma força que nos ajuda a superar as dificuldades e transfor-

NA PSICOLOGIA, NÓS CHAMAMOS DE RESILIÊNCIA A CAPACIDADE DE ENFRENTAMENTO DO SER HUMANO, DE SE ADAPTAR E DE VENCER OBSTÁCULOS. QUANDO MENOS SE ESPERA, VEM UMA FORÇA QUE NOS AJUDA A SUPERAR AS DIFICULDADES...” CAMILA BUTINHOLLI

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ALGUMAS PESSOAS QUANDO ME ENCONTRAVAM, PERGUNTAVAM COM PRECONCEITO, SE EU TINHA DEIXADO DE SER GESTORA DE RH PARA VENDER SEX SHOP. E EU RESPONDIA QUE NÃO. EU TINHA DEIXADO A GESTÃO DE RH PARA LEVAR SAÚDE E BEM-ESTAR PARA A VIDA ÍNTIMA DAS PESSOAS”

A vida profissional da Leila foi transformada e hoje ela atua como consultora em sexualidade

LEILA CAMPOS ma um momento difícil em algo mais produtivo”, afirma Camila. “A gente descobre que é capaz de muita coisa. Eu não me imaginava acordando 5h30 da manhã para ir cozinhar. A gente precisa colocar os sonhos pra fora, acreditar e se esforçar muito para alcançar o sucesso”, pontua Vanda. DE GESTORA DE RH A CONSULTORA EM SEXUALIDADE A história profissional de Leila Campos também foi radicalmente alterada. Ela trabalhou por 15 anos no mercado offshore e sempre gostou de lidar com pessoas. Nos últimos 7 anos como funcionária, Leila atuou na área de RH, onde tinha uma rotina atribulada com acúmulo de funções e estresse, como muitos trabalhadores do segmento. O estalo que provocou o ponto de virada na vida dela se manifestou através dos estudos. Sentindo a necessidade de se atualizar, Leila fez MBA em gestão e como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentou 48 •

Com coragem, Leila mudou de profissão e enfrenta tabus e preconceitos para difundir a importância do bem-estar sexual

um plano de negócios para criação de uma boutique sensual (mercado de sex shop), em julho de 2013. “Sempre fui apaixonada por esse universo da sensualidade e, depois que fiz o TCC, falei pro meu marido: — Um dia, vamos abrir a Mata Hari Boutique Sensual. Só não imaginava que fosse tão próximo”, conta. Em novembro de 2013, Leila pediu demissão, mas só saiu da empresa em fevereiro de 2014 para se dedicar à abertura da sua em-

presa. De gestora de RH, ela se tornou empresária de uma boutique sensual, mercado que ainda enfrenta muitos preconceitos e tabus na sociedade. Ela escolheu sem medo, embora sentisse um frio na barriga por fazer algo totalmente novo. “Tudo tem sua hora. Se eu estivesse empregada, mediante essa crise que estamos vivendo, quem me garante que eu ainda estaria trabalhando? Se a gente não tiver a coragem e a ousadia de fazer o que


a gente gosta, como saber se vai dar certo? É preciso tentar”, afirma a empresária. Quem pensa que o dono trabalha menos que o empregado, engana-se. Muitas vezes, o proprietário se empenha mais. Leila continua trabalhando muito, inclusive aos sábados e domingos, quando costuma participar de eventos. “Hoje, trabalho todos os dias, mas com emoção e com prazer. Não me estressa porque estou fazendo aquilo que amo e me sinto muito realizada com isso”, fala com um sorriso no rosto. A identificação de Leila com sua nova área de atuação foi tão grande que ela investiu em especialização e hoje é consultora em sexualidade. Além de vender produtos de sex shop, ela dá palestras, organiza chá de lingeries e dá consultoria sobre sexualidade. “Alguma pessoas quando me encontravam, perguntavam com preconceito, se eu tinha deixado de ser gestora de RH para vender sex shop. E eu respondia que não. Eu tinha deixado a gestão de RH para levar saúde e bem-estar para a vida íntima das pessoas. Isso é um novo olhar”, pontua Leila. “RESSIGNIFICANDO” A VIDA Ao longo do tempo, as pessoas constroem sentido para as coisas. É do ser humano atribuir significados e isso reflete na forma como cada indivíduo vê os valores, os sentimentos, etc. Segundo explica a psicóloga e psicanalista Camila Butinholli, quando algo brusco acontece, como uma tragédia ou mudança muito grande, o sujeito pode passar a “ressignificar” a vida. “A pessoa dá novos sentidos para as coisas da vida. Para isso, é preciso desconstruir conceitos que foram sendo formados com o tempo”, explica Camila. Esse processo de desconstrução e formação de novos sentidos pode ser muito difícil, principalmente, quando toca em conceitos muito arraigados. Dudu Jardim passou por isso e deu um novo sentido para a forma como ele enxerga a si mesmo. “Antes, eu estava acima do peso, mas não sentia isso. Eu achava que podia tudo mas, na verdade, eu não conseguia nem identificar o meu amor-próprio. Eu custei a criar isso dentro de mim e hoje estou muito feliz por ter enxergado a tempo”, fala Dudu. Vanda também “ressignificou” sua vida profissional. Antes, ela só enxergava a possibilidade de trabalho como funcionária. Mas, descobriu como abrir o próprio negócio pode ser revigorante, apesar das dificuldades comuns a qualquer pessoa que começa a fazer algo novo. Depois da triste experiência da morte da namorada, Vinícius passou a valorizar mais o contato consigo mesmo e com o próximo. Se antes ele gastava longas horas em frente ao computador, hoje, ele prefere meditar. “Tem pessoas que não valorizam os relacionamentos, não têm tempo para o outro e não aproveitam os momentos da vida. Quando a pessoa passa a entender que as coisas podem não durar pra sempre, geralmente vem a mudança. O incômodo e a dor fazem a gente mudar e ‘ressignificar’ a vida”, pontua Camila Butinholli. • 49


VITRINE DE PRESENTES

V

em chegando o verão, praia, sol, fim de tarde, pôr do sol, happy hour, noitada, balada, enfim, tudo de bom para a estação. Separamos boas opções dos nossos parceiros de moda, decoração e utilidades para o lar. São opções para você se vestir, decorar sua casa para as festas de fim de ano, ou então presentear as pessoas que você ama neste Natal. Aproveite!

Blusa decote V com amarração Cholet R$ 308,00 ARMADIO

Vestido curto estampa Revoada Denim Blue R$ 259,00 REDLEY

Sapatilha Boneca R$ 149,00 ANDARELLA Macacão Viscose Estampa Patch Afghan R$ 454,00 ARMADIO

Bolsa Quilted Bag Lança Perfume R$ 597,00 ARMADIO

Macaquinho Estampa Luau Maria Filó R$ 379,00 ARMADIO

Sandália Festa R$ 209,00 ANDARELLA

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Saia Midi Nesgada Jeans - Cholet R$ 309,00 ARMADIO

T-Shirt Silk Cores R$ 99,00 REDLEY

Rasteira com Pedras R$ 169,00 ANDARELLA Regata Alma Solar Verão 16 - R$ 89,00 REDLEY

Short Jeans/Sarja degradê - R$ 219,00 REDLEY

Mochila Jeans R$ 279,00 ANDARELLA

Sandália Kenner Kivah- R$ 49,90 REDLEY

ONDE ENCONTRAR: •ANDARELLA - Tropical Plaza - Rui Barbosa, 698 - Centro - (22) 2772-7227 - Shopping Plaza Macaé - Lojas 114/115 - (22) 2765-4798 •ARMADIO - Shopping Plaza Macaé - Loja 227 - (22) 2757-5797 •REDLEY - Shopping Plaza Macaé - Lojas 231/232 - (22) 2757-5796

Bermuda Moleton Light/Cores R$ 179,00 REDLEY

Rasteira Couro R$ 199,00 ANDARELLA

Tênis Cores R$ 299,00 REDLEY • 51


VITRINE DE PRESENTES

Jogo de Panela Alumínio Tramontina Mônaco (5 peças) R$ 869,00 KAZA AMBIENTE

Relógio Wood (26cm) Amêndoa - R$ 129,00 KAZA AMBIENTE

Porta Retrato Madeira Cobre R$ 59,90 VILAREJO

Aparelho de Chá e Jantar Renda Oxford (30 peças) R$ 399,90 VILAREJO

Tela Vista Pão de Açúcar Sépia (1,58 x 1,20m) R$ 829,00 KAZA AMBIENTE

Seat Garden Cruchy Amarelo (Cerâmica) R$ 599,00 KAZA AMBIENTE

Lanterna Cromo Vintage (30,5 x 17,4cm) R$ 286,90 (unidade) VILAREJO

Armário 2 portas Vertical Preto - R$ 999,00 (0,45 L x 0,35P x 1,15m A) KAZA AMBIENTE

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ONDE ENCONTRAR: •KAZA AMBIENTE - Rua Silva Jardim, 142 - Centro - (22) 22772-6304 •VILAREJO - Av. Augusto Tinoco Garcia, 1100 - (22) 2765-9100

Cadeira Mademoiselle Estampa Floral R$ 689,90 VILAREJO

Mesa de apoio Vintage Azul R$ 973,90 VILAREJO


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ESPORTE

SURFE, O ESPORTE QUE ENCANTA MACAÉ O surfista Carlos Eduardo (Kaká) começou no esporte aos 15 anos, se formou, constituiu família e hoje, aos 47 anos, continua na ativa, com todo gás

Cada vez mais pessoas se rendem à prática do surfe na cidade. Despontando a nova geração e resgatando os surfistas da “antiga” Por: Raphael Bózeo • Fotos de surfe: Leandro (Foca)

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E

m cima da prancha, eles olham a praia por outro ângulo. Enquanto se divertem nas quebradas de uma onda ou outra, assistem a plateia, aquelas pessoas sentadas na areia, que sonham em praticar esse esporte. Alguns, só olham, mas é difícil encontrar quem não ache, no mínimo, bonito. E a cada mergulho, a cada caldo que levam e a cada manobra, se orgulham de serem surfistas. O surfe é um esporte que não pode ser praticado em qualquer lugar. Por questões óbvias, é preciso praia com ondas. E Macaé recebeu essa benção da natureza. A Praia do Pecado é o principal local dos praticantes da modalidade na cidade e reúne um “mar de surfistas”, principalmente nos fins de semana. O INÍCIO DE TUDO Em Macaé, o surfe começou a ganhar destaque no final da década de 1970. Nesta época, a Praia do Pecado ainda era “proibida” para a população em geral, por


Gianini Coelho

O empresário Raul Pacheco foi o precursor no comércio de artigos para surfe na cidade, na década de 1980

destaque com o primeiro campeonato de peso realizado na cidade, colocando o nome de Macaé no cenário nacional do surfe. A 1ª Copa Pecado de Surf contou com o patrocínio da Petrobras e da Atol, com o surfista macaense Hércules Zarour sagrando-se campeão em um final histórica na Laje, contra o surfista Dodô de Melo, parceiro de Ricardo Tatuí, de Niterói, que foi destaque do surfe nacional da época.

ser taxada de perigosa por causa de suas ondas de grande tamanho e de ótima formação. Enfim, um paraíso para os surfistas locais. O empresário e surfista carioca Raul Pacheco chegou em Macaé no início da década de 1980 para abrir a primeira loja de surfe da cidade, a Atol Surf Shop, que ficava no Shopping 300. O local logo virou o point de toda uma geração, sendo o único lugar onde podia-se encontrar as novidades do surfe, vindas do Rio de Janeiro, para atender aos anseios dos praticantes do esporte na cidade, como pranchas, roupas e até revistas especializadas, que ainda não eram vendidas por aqui. Em 1984, o surfe em Macaé ganhou

“A Copa Pecado de Surf foi especial, por ser o primeiro campeonato realizado na cidade com divulgação nacional, trazendo competidores de todo o país. A Atol ofereceu uma viagem para o Peru e foi muito positivo para todos. Hoje, a cidade cresceu e o número de surfistas também. Acho importante o trabalho de base que está sendo feito pela Associação de Surfe para as novas gerações”, comenta Raul. De lá pra cá, o surfe ganhou ainda mais projeção nacional com o título mundial, em 2014, conquistado por Gabriel Medina. Foi com esse feito inédito que a modalidade ganhou amplo destaque no país. Aumentou o espaço publicitário, com matérias nos principais veículos de comunicação, ganhando respeito e aumentando o número de praticantes do esporte. NOVOS TALENTOS Um dos destaques da nova geração do surfe macaense, o jovem André Cadinelli, o Dedé, de apenas 15 anos,

HOJE, QUEM SURFA BEM NA CIDADE SÃO OS MAIS VELHOS, MAS JÁ TEM ALGUNS NOMES DA NOVA GERAÇÃO DESPONTANDO. É UM PROCESSO QUE LEVA TEMPO. NOSSO TRABALHO DE BASE É PARA FAZER COM QUE ESSES MENINOS CRESÇAM NO ESPORTE”

AUGUSTO JÚNIOR (GUTO) • 55


Alle Tavares

COSTUMO DIZER QUE NÃO HÁ NADA QUE UM BOM DIA DE SURFE NÃO CURE. NÃO DÁ PARA DEIXAR DE PRATICAR O ESPORTE. QUEBRA A ROTINA DA GENTE. TEM SEMPRE AQUELE GRUPO DE AMIGOS QUE SURFA JUNTO”

CARLOS EDUARDO (KAKÁ)

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percebeu a mudança. “Eu estava torcendo muito para o Medina, fiquei muito feliz e nos representou muito bem. Vi que nos jornais, na televisão, na internet, se falava o tempo inteiro dele. Foi o primeiro brasileiro a vencer, o primeiro campeão do mundo de um país que não fala inglês como primeira língua. Vi uma diferença no número de surfistas pegando onda depois disso”, conta o jovem. Dedé começou a surfar no início de 2014 e, desde então, não parou mais. Venceu competições locais, mas admite que não pretende seguir carreira nas águas. Mas uma coisa é certa e não vai abrir mão, o surfe jamais sairá da sua vida. “Na época das férias, é sempre melhor para pegar onda. No início do ano, eu vinha todo dia para a praia, mas vai chegando o fim do ano, daí tenho que estudar e só posso nos fins de semana. É a maior paixão. Sonho em fazer isso para o resto da minha vida. Gosto de competir para ficar perto dos meus amigos e me divertir. É um esporte incrível”, revela. ASSOCIAÇÃO MAIS ATUANTE Dedé é um dos novos surfistas da cidade que anima a Associação de Surf de Macaé. Com o “boom” do esporte no país, uma preocupação com a renovação de alto nível aconteceu. A associação, então, percebeu que as novas gerações não estavam correspondendo à altura e resolveu investir nisso.

Alle Tavares

O trabalho de base da ASM está sendo muito importante para o desenvolvimento do esporte na cidade. Na foto acima, no Tênis Clube, sede de praia, a diretoria fez a entrega dos prêmios de um dos campeonatos realizados este ano

Dedé, de 15 anos, é um dos destaques da nova geração de surfistas da cidade Alle Tavares

Para o professor Cristiano Silva, conhecido como Mosquito, não existe idade para começar a praticar o surfe

Louro e Guto. A Associação tem realizado campeonatos e feito intercâmbio com outras cidades, como Saquarema

“A associação de surfe se preocupava muito com a renovação das novas gerações do surfe em Macaé. A renovação não foi feita. Hoje, quem surfa bem na cidade são os mais velhos, mas já tem alguns nomes da nova geração despontando. É um processo que leva


Alle Tavares

O dentista Kaká e o filho Eduardo (Kakazinho). Pai e filho unidos pela rotina do surfe e na filosofia de vida

tempo. Nosso trabalho de base é para fazer com que esses meninos cresçam no esporte”, conta José Augusto Mattos Júnior, o Guto, diretor da Associação de Surf de Macaé. Marco Antônio, ou Louro, como é conhecido o presidente da Associação de Surf de Macaé, enaltece a importância da base e lembra também que o esporte virou uma indústria que fatura cifras altíssimas. O surfe, que outrora era mal visto, inclusive com os praticantes ganhando o rótulo de preguiçoso ou folgado, de não gostar de trabalho, ganhou ainda mais respeito e entendimento como uma profissão a ser seguida. “Hoje, o surfe é uma indústria milionária, praticada por empresários e pessoas de todos os tipos e classes sociais. O esporte, inclusive, é usado para tratamento de doenças, é um esporte que fortalece o sistema respiratório. Melhorou muito a imagem e a aceitação pelas pessoas”, conta Louro. O trabalho da associação está muito focado nas competições, como forma de estimular as novas gerações no esporte através de campeonatos de peso, que tragam para Macaé, surfistas de ponta no cenário estadual e até nacional. Foi assim em 2011, 2012 e 2013, com a realização das três edições do Macaé Eco Surf, que contou pontos para o ranking profissional brasileiro e estadual. “Em 2014, o campeonato não aconteceu por causa da Copa do Mundo, mas ainda estamos tentando fechar a etapa para este ano de 2015”, explica o presidente da associação. Se muitos meninos novos se apaixonaram pelo esporte depois do título de Gabriel Medina, há outros surfistas que pegam altas ondas há muito tempo. Quando Macaé ainda não era a Capital do Petróleo, o mar macaense já fazia festa com o surfe. Água de coco, cervejinha, frescobol, crianças brincando e, no mar, completando a paisagem, os surfistas. Foi nesse cenário, mais de três décadas atrás, que o dentista Carlos Eduardo Gonçalves da Silva, que troca o rótulo nas águas para Doutor Kaká, fez suas primeiras manobras, aos 15 anos. Se formou, constituiu família, e o surfe tem um espaço reservado • 57


Alle Tavares

O professor Mosquito em ação na Praia do Pecado, clicado pela lente de Foca

Momentos radicais registrados por Foca. Cláudio Freitas “voando alto”

O fotótografo Leandro Foca começou na profissão meio que por acaso, e hoje é referência em fotos de surfe na cidade

EU VI QUE EM MACAÉ NÃO TINHA NINGUÉM FOTOGRAFANDO NA PRAIA. COMPREI UMA MÁQUINA, FIZ UMA PÁGINA NA INTERNET E COMECEI A REGISTRAR TODO MUNDO QUE SURFA NA CIDADE” LEANDRO FOCA

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nas suas horas de folga e lazer. Muitas vezes, antes mesmo de atender os pacientes, ele pega a sua prancha para renovar as energias no mar pela manhã. E o tempo passou. Hoje, o Doutor Kaká tem um filho de 15 anos, Eduardo Lima, que inicia também sua jornada no surfe e ganhou o apelido de Kakazinho. A paixão passou para a nova geração e, além de esporte, virou um programa familiar. “Costumo dizer que não há nada que um bom dia de surfe não cure. Não dá para deixar de praticar o esporte. Quebra a rotina da gente. Tem sempre aquele grupo de amigos que surfa junto. Meu filho começou a surfar agora, na mesma idade que comecei lá atrás, está sendo uma experiência muito prazerosa. É muito bom poder levar meu filho e os amigos deles para surfarmos juntos”, conta Kaká. NUNCA É TARDE PARA APRENDER Não é qualquer pessoa que consegue comprar uma prancha, mergulhar na água e surfar de uma hora para outra. É algo que necessita de treinamento, como toda modalidade. Porém, se engana quem acha que só os mais novos podem aprender. Na escolinha de surfe do professor Cristiano Silva (Mosquito), há alunos das mais variadas idades. E a maioria é de pessoas acima dos 40 anos. Segundo ele, muitos profissionais que trabalham no mercado de petró-

leo, antes de iniciarem as atividades do dia, estão na praia fazendo aula de surfe. “Tenho alunos de várias idades, até de 60 anos. Tem a garotada nova também, mas o público maior é dos mais velhos. Muita gente acha que a idade chegou, que não dá mais para aprender, e não é verdade. O surfe é um esporte incrível e que pode ser aprendido em qualquer tempo”, comenta o professor. UMA CÂMERA NA MÃO E VÁRIAS ONDAS NO MAR A paixão pelo esporte fez o também surfista Leandro Norberto, o Foca, desenvolver uma nova habilidade, que acabou virando uma ocupação. Certa vez, sentado na praia, olhando o mar, começou a apreciar a beleza das ondas quebrando na arrebentação. Via e se encantava com cada manobra dos surfistas e as pranchas saltando diante de seus olhos. Como num passe de mágica, teve a ideia de comprar uma máquina fotográfica e fazer um grande ensaio sobre o surfe macaense. Percebeu que os antigos surfistas não tinham esses registros da sua juventude e resolveu aproveitar esta oportunidade. “Eu vi que em Macaé não tinha ninguém fotografando na praia. Comprei uma máquina, fiz uma página na internet e comecei a registrar todo mundo que surfa na cidade. Eu virei fotógrafo por causa do surfe. O meu tempo de surfe diminuiu e o tempo de registro aumentou. Tudo pelo esporte. Estou me profissionalizando, fazendo cursos e tirando fotos ainda melhores. Para quem quer iniciar no esporte e experimentar as emoções de entrar no mar, subir numa prancha, deslizar nas ondas, a hora é essa. Aproveite e boas ondas!


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Romulo Campos

HOBBY

O Arquipélago de Sant’Anna é um dos locais propícios para a prática do esporte em Macaé

PESCA SUBMARINA Grupo de amigos formado por empresários, engenheiro aposentado e militar se reúne para praticar a pesca esportiva no mar de Macaé e mundo afora

Por: Júnior Costa • Fotos: arquivos pessoais

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A paixão de Jaime Neto pela pesca submarina está registrada na pele


Um bom dia de pescaria do grupo. Da esquerda para a direita: Sereleco, Ricardo, Jaime, Dr. Fábio Brito, Dr. Niraldo, Renato e Ciro

M

acaé é conhecida e intitulada como a “Capital Nacional do Petróleo” pelo grande volume de óleo que é produzido em suas águas. Mas, o mar da cidade não é explorado apenas por sondas ou plataformas. Mergulhadores fazem do litoral macaense fonte de diversão e prática esportiva. Há quem diga que o mar que banha a outrora conhecida como “Princesinha do Atlântico” é o melhor local do mundo para praticar a pesca submarina. A Pedra do Hermes, no litoral norte do município, e o arquipélago de Sant’Anna são alguns dos principais destinos dos pescadores por apneia. Também chamados de pescadores esportivos. No dia a dia, eles são pessoas comuns. Engenheiros, empresários, bombeiros e aposentados. Mas, basta o tempo mudar, e a água clarear, para eles largarem tudo o que estão fazendo. Pode ser o compromisso mais irrelevante ou o mais sério. Entram em cena arbaletes (uma espécie de arpão), roupas de neoprene, máscaras de mergulho, lanternas e facas. “Já conheci várias partes do mundo, já pesquei em muitos lugares, mas o melhor é no norte de Macaé. Em um

lugar conhecido como Pedra do Hermes, próximo a uma boia da Marinha. Na minha opinião, é o melhor lugar do mundo para mergulhar. Pelo fato da água ali ter condições de visibilidade raras e por isso, a preservação é muito maior”, comenta o empresário Emerson Maia. Durante a semana, ele comanda sua empresa na área de educação em Macaé, mas há 17 anos dedica parte do tempo à pesca submarina. Foi por meio de um amigo que ele conheceu o esporte e mergulhou pela primeira vez. “Nunca tive paciência para pescar. Ficar ali parado, esperando o peixe beliscar a isca, nunca foi minha praia. Aliás, minha relação com o mar era de ir à praia, ficar lá sentado e entrar na água de vez em quando. Foi quando um amigo me apresentou o esporte, me treinou e me levou para mergulhar em Abrolhos - no litoral da Bahia”, contou. Aliás, quase todos eles tem a mesma história quando o assunto é a forma que começaram a relação com o mar. Um foi levado pelo pai, o outro convidado pelo amigo, aquele gostava de pescar de linha, esse pegou emprestada a roupa de um colega e fez o primeiro mergulho. Mas, a ligação que mais impressiona

OS PEIXES NÃO SÃO MAIS OS MESMOS E NÃO SÃO MAIS ENCONTRADOS FACILMENTE. ANTES, DAVA PARA SAIR DA AREIA DA PRAIA DOS CAVALEIROS E VOLTAR COM LAGOSTA E BONS PEIXES. AGORA NÃO SE CONSEGUE MAIS ISSO AQUI PERTO DA COSTA” EMERSON MAIA • 61


Alle Tavares

Jaime Neto e o seu troféu pescado no Panamá

Ciro, Ricardo e Rodrigo nos Cavaleiros. As condições do vento nordeste deixam a água barrenta e sem visibilidade

JÁ PRATICAVA POR INFLUÊNCIA DE UM AMIGO E DO MEU IRMÃO MAIS VELHO. MEU PRIMEIRO MERGULHO FOI NA ILHA GRANDE. FOI A EXPERIÊNCIA MAIS FASCINANTE QUE JÁ VIVI, PORQUE NA MINHA PRIMEIRA DESCIDA VI VÁRIOS CARDUMES DE PEIXES E CORAIS” RODRIGO MAURÍCIO

Na viagem ao Panamá, da esquerda para a direita: Ciro, Dr. Niraldo e Emerson Maia, com a Caranha, que lhe deixou a marca de três dentes no peito

é o fascínio e o amor que sentem pelo fundo do mar, pela caça submarina. “Já praticava por influência de um amigo e do meu irmão mais velho. Meu primeiro mergulho foi na Ilha Grande. Foi a experiência mais fascinante que já vivi, porque na minha primeira descida vi vários cardumes de peixes e corais. Foi no meu primeiro mergulho que vi também um cavalo marinho muito grande, o que nunca mais encontrei”, lembrou o dentista e capitão do Corpo de Bombeiros, Rodrigo Maurício. “Comecei a pescar por influência do meu pai, novo, com 10 anos. Ele me levava para as ilhas e para os costões e pescávamos de linha. Quando completei 15 anos migrei para a caça submari-

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na e pratico até hoje. Sempre quando o pessoal marca e percebemos que o mar virou, saímos para pescar. Os peixes mais comuns de se encontrar aqui no nosso litoral são a garoupa, a cavala, o xareu e também o badejo”, comenta o empresário Ciro Ken Jouti. Com relação às condições da pesca submarina na cidade, eles concordam que Macaé não é mais um paraíso a mar aberto. Para a maioria, o mar macaense foi muito impactado com o avanço da pesca em larga escala. “Na minha avaliação, a pesca de arrasto acabou com a base da cadeia alimentar do nosso litoral. Estou em Macaé desde 1979 e cheguei a encontrar camarão grande e barato. No meio da década de 1980, era igual a ir a um supermer-


Rodrigo Maurício com uma garoupa e uma cavala. Um dia de pesca no Ilhote Sul, em Macaé

cado. Queria pegar anchova, ia em um lugar que já sabia que tinha. Queria pegar lagosta, a mesma coisa. E assim era com garoupa e com badejo”, lembra o engenheiro aposentado, Ricardo Gonçalves. “O mar de Macaé tem uma característica de vento nordeste forte, o que deixa a água barrenta e sem visibilidade. Para dar água clara, tem que entrar uma condição de tempo específica. Tem que ser um vento sudoeste fraco, o que acontece uma ou duas vezes por semana de novembro a março. Aí, é parar, desligar tudo e correr para o mar, porque amanhã não tem mais”, completa Ricardo. “Hoje saio com essa galera toda aí. Bastou o mar clarear, entrar nas condições ideais, para a gente largar tudo e ir. Com as mudanças do clima, as condições para a pesca é de novembro a março”, ressalta Rodrigo Maurício. Para driblar todas estas situações e não ficarem restritos a apenas este período do ano para praticar o esporte, eles formam expedições para pescar fora do país. Panamá, México e Porto Rico são alguns dos países preferidos. “Antes, tínhamos um padrão de clima e de condições favoráveis para a pesca. Chegava o mês de outubro e bastava virar um dia de vento sul para clarear a água. A gente não tem mais esse padrão. Os peixes também não são mais os mesmos, e não são mais encontrados facilmente. Antes, dava para sair da areia da Praia dos Cavaleiros e voltar com lagosta e bons peixes. Agora, não se consegue mais isso aqui perto da costa”, lembra Emerson Maia. Laje Brava, Pedras na Praia Campista e atrás da Petrobras, na Praia Campista, eram os pontos de saída da turma. Jaime lembra que, pelo fato de não ter acesso fácil a embarcações, o ponto de saída era a praia mesmo. “Era muito perto, na costa tinha muita opção. A saída era da faixa de areia mesmo. Hoje, nós temos barcos e temos que nos afastar para conseguir pescar algo. Saímos para o sul, na direção de Rio das Ostras, é o lugar mais procurado por nós. Temos equipamentos que nos garantem marcar as pedras e mergulhar próximo a elas”, explica Jaime. Mesmo com as adversidades, o grupo se fortalece a cada saída ao mar. A amizade é mesmo a maior conquista des• 63


EM 2005, FIZ UM MERGULHO SOZINHO EM MACAÉ. EU APAGUEI QUANDO ESTAVA SUBINDO, MAS, POR SORTE, ACORDEI AO CHEGAR À SUPERFÍCIE. MERGULHO É UMA COISA MUITO SÉRIA E VOCÊ PRECISA RESPEITAR SEU LIMITE” JAIME NETO

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Esses são alguns dos peixes mais encontrados por quem mergulha no litoral macaense

ses pescadores. Jaime é sócio de Ciro, que conhece Emerson, que participa do grupo de Ricardo e de Rodrigo. O clima entre eles é tão bom e leve que se permitem “zoar” e tirar sarro um do outro. “Teve um de nós que estava precisando de óculos. Uma vez, pescando no Panamá, ele acordou cedo e foi escovar os dentes. Só que, confundiu pasta de dentes com uma pomada para assaduras. Não satisfeito, ainda bebeu água com sabão que estava em uma garrafa pet, que deixei reservada”, conta Ricardo, aos risos, sem entregar o nome do amigo. Rodrigo, inclusive, foi eleito pela turma como “o cozinheiro”. Após a pesca, a parte social continua, pois é quando eles preparam os peixes pescados no

Garoupa

dia. Modesto, Rodrigo diz que o título de mestre-cuca foi dado pelos companheiros de pesca. “Alguns dizem isso aí. Falam que sou mestre-cuca porque tenho um amor muito grande pela cozinha. Não sou especialista como outros do nosso grupo mas, na maioria das vezes, assumo a cozinha quando nos reunimos ou reunimos nossas famílias”, ressalta. HISTÓRIAS DE PESCADOR Toda vez que alguém conta uma história e não inspira muita veracidade, costuma-se dizer que não passa de história de pescador. Que aquela história é ficção ou até um delírio. Imagina, então, ouvir a história de que alguém nadou ao lado de dois tubarões-baleia, sendo um deles, de 12 metros de comprimento. Essa foi a experiência vivida por Emerson Maia, que garante não ser his-


Xareu

Badejo

Cavala

tória de pescador. O peixe estava ao lado do filhote, com sete metros de comprimento, aqui no mar de Rio das Ostras. “Foi o momento mais incrível que vivi nesses anos de pescaria. Ficamos mais de uma hora mergulhando ao lado deles, sem nos incomodar e sem nenhuma restrição. Foi um momento inesquecível”, lembra. Emerson, aliás, tem história para contar. Ele foi mordido por uma Caranha, uma espécie de peixe, na primeira viagem que fez ao Panamá. Marca que carrega até hoje no peito. O acidente ainda é encarado com bom humor por ele e pela família. “Duro é voltar para casa e ter que explicar para a esposa que foi um peixe que deixou aquela marca no seu corpo. Eu acho que ela entendeu bem, pelo fato de ter ficado uma marca de só três dentes”, brincou. Agora, quando o assunto é história de assustar, aí pede ao Jaime Neto para contar a vez que ele desmaiou debaixo d’água. A experiência deu a ele uma lição: respeitar os limites dele e a natureza. “Em 2005, fiz um mergulho sozinho, em Macaé. Eu apaguei quando estava subindo, mas por sorte, acordei ao chegar à superfície. Mergulho é uma coisa muito séria e você precisa respeitar seu limite. Porque se você não respeitá-lo, você pode pagar com a vida”, comenta Jaime. Rodrigo também já suou frio durante um mergulho em Macaé. Foi no Arquipélago de Sant’Anna. Ele e Jaime mergulharam, mas não conseguiram voltar ao barco, tendo que ser resgatados por outro amigo que permaneceu no barco para dar auxílio à pescaria. “Quando subimos, entramos em uma corrente marinha muito forte. Tentávamos nadar e não saíamos do lugar. Fomos resgatados somente na ponta do Ilhote Sul por um amigo que nos esperava no barco. Ele deu a volta na ilha e nos viu tentando nadar e sendo arrastados”, lembrou Rodrigo. Para quem quer iniciar no esporte e aproveitar o período do verão, que inicia agora em novembro, o ideal é seguir o exemplo dos nossos entrevistados. Sempre procurar pela orientação de um pescador experiente, como mestre, para não passar por apertos e riscos desnecessários, ficando somente com a parte prazerosa da pesca submarina. • 65


SOLIDARIEDADE

UBUNTU!

Elida, Lúcia Helena, Ana Patricia, Livia, Isaura, Isabela, Alexandre, Mônica, Fernanda, Heloisa, Giovanne, Adriana, Thais e Geórgia, unidos pelo desejo de ajudar o próximo

Perdas, recomeços, interrupções... 2015 talvez tenha sido o ano mais difícil dos últimos tempos. Mas também foi tempo de Ubuntu, energia boa que deve povoar cada vez mais a vida das pessoas e, assim, fazer a diferença para o outro

A

mor ao próximo, generosidade, solidariedade, compaixão com os necessitados e o desejo sincero de felicidade e harmonia entre os homens. Isso é Ubuntu! Conceitualmente, Ubuntu é uma filosofia africana cujo significado se refere à humanidade com os outros. Para os africanos, é a capacidade humana de compreender, aceitar e tratar bem o outro. É tudo o que devemos ser, praticar, desejar. 66 •

Por: Luciene Rangel • Fotos: Alle Tavares

Viver Ubuntu está nas menores coisas, nas mais simples atitudes. Está no respeito no trânsito. No se importar com a alegria e com a tristeza do outro. Em se preocupar com a necessidade material, emocional e física de quem é próximo e, sobretudo, de quem não é. Praticar Ubuntu é se mobilizar para garantir o Natal com alimentos e alegria para dezenas de famílias. É manter instituições sociais somente com doa-

ções para garantir lazer e oportunidades a crianças e jovens. É sair nas ruas em noites frias para entregar cobertores a pessoas em situação de rua. Ubuntu é o que praticam Maurício Gonçalves, Giovanne Fin, Livia Melo, Thais Ribeiro Pessanha, Mônica Canellas, Adriana Mendonça, Jefferson Marcos e seus colaboradores. “Gente que se torna mais gente quando ajuda gente a sentir-se gente”, como muito bem disse o pastor de Joinville, Thiago Rodrigo, num vídeo sobre Ubuntu, que ganhou repercussão nas redes sociais recentemente. CORRENTES DO BEM Inspirados na produção cinematográfica norte-americana “A Corrente do Bem”, dois movimentos com igual desejo de fazer o bem sem olhar a quem, ganham destaque em Macaé. Há dois anos, nesta mesma época de Natal, o médico Maurício Gonçalves reuniu amigos e conhecidos para angariar recursos e, assim, adquirir cestas básicas destinadas ao Centro de Apoio Flor do Amanhã, ao Centro Espírita Vicente de Paulo e Atos em Ação, na Piracema.


A SOLIDARIEDADE ESTÁ NA MINHA VIDA DESDE PEQUENA. SINTO UMA ALEGRIA ENORME EM PODER AJUDAR O OUTRO E TENHO GRANDES PARCEIROS NESSA MISSÃO” MÔNICA CANELLAS Jefferson Marcos, da Casa do Abraço, está empenhado em transformar vidas

“Quando propus o movimento pela primeira vez, tive uma resposta positiva e percebi que os maiores beneficiados fomos nós que nos empenhamos à causa. Pode ser pouco, mas para quem tem o prato vazio é o que importa”, destacou Maurício que, em 2014, deixou adormecida a iniciativa que este ano vem com força total e remodelada. Segundo ele, a Corrente do Bem assumiu compromisso de doar mensalmente à “Casa do Caminho” 30 cestas básicas, uma ação que mobiliza colaboradores pelo Facebook. “Tenho família, amigos... mas sentia falta de algo mais e a solidariedade vem preencher essa lacuna. Sou apenas uma ferramenta para que o bem seja uma realidade”, enfatizou o médico macaense de 43 anos. Também defendendo a “Corrente do Bem” como estratégia, Livia Melo e Thais Ribeiro Pessanha estão empenhadíssimas na causa, que tem como meta final a manutenção da Associação Pestalozzi de Macaé. Elas contam que a Corrente do Bem pela Pestalozzi foi lançada em 7 de maio deste ano, visando angariar recursos com a venda de camisas, canecas e realização de eventos e, assim, complementar a manutenção da instituição, que assiste 178 pessoas de 0 a 18 anos com necessidades especiais.

“Decidimos tornar pública a situação da Pestalozzi e vimos na Corrente do Bem uma forma de sensibilizar e envolver a sociedade numa causa séria, fundada em 1973”, disseram Livia, tesoureira e membro da família fundadora, e Thais, assessora de divulgação da instituição. SOLIDARIEDADE PELO ESPORTE Aulas de capoeira e de computação. Momentos de lazer e acesso à informação. Assim, 40 crianças são assistidas pela Uniarte Abadá Capoeira, no Lagomar, uma iniciativa do empresário Giovanne Fin que, há quatro anos, decidiu viver solidariedade e cidadania mantendo o projeto com recursos próprios e com a ajuda de colaboradores. “O propósito é tirar as crianças das ruas, dos riscos. A Uniarte assiste 40 crianças, de idades entre 5 e 17 anos, com atividades duas vezes por semana. É uma ação conjunta com o capoeirista Pedreira, que doou a área onde ergui o galpão”, enfatizou Giovanne, que vê no social e na educação, o verdadeiro caminho para a cidadania. DOE VIDA Voluntária nas ações de outras pessoas e responsável em Macaé pela ONG Doe Vida, Adriana Mendonça sabe bem o que é estar na fila de espera para um transplante. Em Macaé desde 1999, ela recebeu um rim quando

residia ainda no interior de São Paulo, após nove anos de espera, realidade que mudou a sua vida. “Vivi a experiência de esperar e hoje me dedico, pela Doe Vida, à conscientização das pessoas quanto à importância de ser doador. Levo minha vivência às pessoas, num trabalho nas empresas”, explicou Adriana, sempre empenhada à mudança de atitude das pessoas pela conscientização, para que a lista de doadores seja uma crescente. GRANDE MOTIVADORA Incansável, revolucionária, ousada, Mônica Canellas é o que se pode chamar de “a grande motivadora”. Durante todo o ano, onde aponta uma necessidade, lá estão ela e seus colaboradores com um único propósito: ajudar. “A solidariedade está na minha vida desde pequena. Sinto uma alegria enorme em poder ajudar o outro e tenho grandes parceiros nessa missão”, conta Mônica, que se dedica o ano inteiro a causas sociais, desde sair de casa no meio da noite para aquecer uma pessoa em situação de rua com a entrega de um cobertor, até fazer o Natal para centenas de pessoas com enxovais completos, entre roupas e itens de higiene. Para este ano, Mônica e sua equipe estão focados na Pestalozzi e em uma • 67


Maurício e as parceiras Renata e Márcia, da Corrente do Bem. Missão 2015: Casa do Caminho

comunidade que, até o fechamento desta edição, ainda estava indefinida. Mas, a exemplo de todos os anos, padrinhos e madrinhas acolherão jovens e crianças com enorme carinho e respeito, regras básicas para participar do movimento, que já ocorre há mais de uma década em Macaé.

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SOLIDARIEDADE A dedicação do jovem Jefferson Marcos Andrade da Silva tem feito a diferença na vida de algumas dezenas de crianças e jovens das comunidades do Morro de São Jorge e Ilha Leocádia, onde a ONG Casa do Abraço atua. O empenho para que a assistência aconteça é integral.

NUNCA FALTA NADA. TEMOS COLABORADORES FIXOS E MUITAS PESSOAS NOS OFERECEM AJUDA, DE MUITAS MANEIRAS, TODO O TEMPO. TRANSFORMAR VIDAS É A MINHA VIDA E TENHO TIDO A AJUDA DE PESSOAS QUE, COMO EU, QUEREM SER O SAL DA TERRA” JEFERSON MARCOS A. DA SILVA


No ano de 2010, foi quando tudo começou e, desde então, num processo crescente, a Casa do Abraço tem feito parte da vida de 110 crianças, que participam de atividades educativas, recreativas e sociais, recebendo três refeições por dia, viabilizadas exclusivamente por doações. “Nunca falta nada. Temos colaboradores fixos e muitas pessoas nos oferecem ajuda, de muitas maneiras, todo o tempo. Transformar vidas é a minha vida e tenho tido a ajuda de pessoas que, como eu, querem ser o sal da terra”, exaltou Jefferson, rodeado e acarinhado por um grupo de crianças. SOLDADOS DO BEM A grandiosidade das ações só é possível graças ao voluntariado de pessoas que, incansáveis, fazem as coisas acontecerem. Pessoas como Heloisa Araújo, Ana Patricia Cruz, Isaura Chiesse, Lucia Helena Reis, Alexandre Carvalho, Georgia Allen, Élida Bodart e Cristina Gonçalves, verdadeiros soldados do bem que, ao mínimo sinal de necessidade, seja de quem for, destinam tempo, dinheiro e forças para fazerem a diferença na vida de pessoas, quase sempre, desconhecidas. Para Alexandre Carvalho, que desde 2003 tem engajamento em causas sociais, a motivação está no futuro. “Meu prazer em ajudar está diretamente ligado à satisfação que sinto no ato de ajudar e por acreditar ser este o caminho para um futuro melhor para meus filhos. O caos social só não é maior graças à solidariedade”, acredita o engenheiro. UBUNTU HOJE, SEMPRE E CADA VEZ MAIS Histórias de pessoas que são o que são porque se importam. Gente que pratica Ubuntu em sua essência e vive a consciência de que é afetada quando um semelhante é afetado. Viver Ubuntu é estar no mundo não apenas para viver, mas para conviver. Viver com e para as pessoas que estão à volta, buscando tornar satisfatória a vida delas no dia a dia. Partilhar, se importar e agir pelo outro é sinal de compaixão. Ninguém é feliz sozinho. As pessoas precisam umas das outras para serem felizes. Ninguém é alguém sem outro alguém. Somos únicos, mas feitos para viver coletivamente. E isso é maior que educação, religião, política. É vida! E é essa vida, cheia de Ubuntu, que deve ser vivida, compartilhada, propagada. Vencer desafios e perdas fundamentados na crença de que a união fortalece, faz o mundo girar numa sintonia mais positiva, movido a uma energia de paz e amor. Energia que revigora, restabelece, preenche e faz bem. Para quem quiser compartilhar desta energia e colaborar com os nossos entrevistados, não perca tempo. Ubuntu agora! Casa do Abraço

Rua Alzemiro Rocha, 123 - Morro São Jorge www.facebook.com/CasadoAbraco/?fref=ts Corrente do Bem - Pestalozzi Macaé

www.facebook.com/pestalozzi.macae/?fref=photo Corrente do Bem - Casa do Caminho (cestas básicas)

www.facebook.com/groups/macae. correntedobem/?fref=ts Doe Vida - Macaé

email: mta@viacabo.com.br Uniarte Abadá Capoeira - Lagomar

www.facebook.com/uniarte.abadacapoeira Você Transformando Vidas (Mônica Canellas)

Apadrinhamento de jovens e crianças para o Natal vocetransformandovidas@hotmail.com • 69


PERFIL

Início da construção da Petrobras, na Praia da Imbetiba, registrado por Jacyra Campos, no final da década de 1970

SOB AS LENTES DA FAMÍLIA CAMPOS A profissão de fotógrafo envolveu gerações da família e se tornou um legado para Romulo, Lívio e Bruno Campos Por: Juliana Carvalho • Fotos: arquivo de família Campos

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U

ma paixão ou um legado? A fotografia na família Campos é algo tão envolvente que se confunde com a própria história. Romulo, Lívio e Bruno são de gerações diferentes. Em comum, além do sobrenome, mantêm vivo um ofício iniciado pelos patriarcas Lívio Campos e Jacyra Hilda Campos e demonstram, a cada clique, que o talento na captura de uma imagem é sim coisa de família. A década era de 1960 e em Macaé a família Campos acabava de chegar de Niterói para iniciar aqui uma nova jornada. Lívio e Jacyra traziam consigo os seis filhos: Romulo, Lívio, João Carlos, Luiz Carlos, Rosana e o filho adotivo José Carlos. Logo, se tornaram referência em fotografia, com a loja Foto Lívio Campos, no coração da cidade, instalada à Avenida Rui Barbosa, próximo onde hoje é o Teatro Municipal. O contato dos filhos com este mundo foi natural, ajudavam no atendimento e no laboratório da loja, experiência esta que foi fundamental para Romulo e Lívio. Os dois são os únicos dos filhos que, até hoje, seguem carreira como fotógrafos, cada um em um segmento. O sobrinho dos dois, que é filho de Luiz Carlos, Bruno, também foi envolvido pelo universo da fotografia e hoje, atua como fotógrafo profissional.


Jacyra Campos

Os patriarcas Lívio e Jacyra com os filhos Rosana, Romulo, Livinho e João Carlos

Lívio, o filho, foi atraído pela magia e fascínio da fotografia

Para Romulo Campos, a relação com a fotografia, que antes era uma obrigação, se tornou uma paixão

COMO TUDO COMEÇOU Lívio Campos, o pai, nasceu em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, em 1932. O sonho de seguir carreira como militar o trouxe para o Rio de Janeiro e foi exatamente na Escola de Fuzileiros Navais que ele aprendeu a fotografar. Um acidente o levou a encerrar suas atividades militares e foi na fotografia que Lívio realmente se encontrou. Chegando em Macaé, anos mais tarde, Lívio entrou para a história da imprensa local sendo um dos pioneiros no fotojornalismo, já que manteve

Lívio Campos, foi pioneiro do fotojornalismo em Macaé

aqui sua atuação como fotógrafo do jornal Última Hora - periódico carioca, fundado pelo jornalista Samuel Wainer, que teve importante papel político no governo de Getúlio Vargas, sendo um dos jornais de maior circulação no Rio de Janeiro na década de 1950. Casado com a também fotógrafa Jacyra, juntos eles criaram um novo hábito para a população local, já que faziam da vitrine de sua loja, uma verdadeira galeria para exposição de imagens e fatos do cotidiano macaense. Jogos de futebol, Carnaval eram alguns dos even-

tos que embelezavam a frente da loja, e atraiam os olhares de curiosos e de um público que sabia que ali poderia encontrar registros de eventos recém-acontecidos na cidade. A matriarca, além de ajudar no laboratório da loja, exercia a atividade de fotógrafa tendo como forte a documentação social. Capturando o crescimento das famílias e de uma população que seria drasticamente impactada pela chegada da Petrobras, na década de 1970. Jacyra ficou conhecida ainda pelo seu talento ao desenvolver uma técnica para pintura de fotos a óleo, em uma época onde as imagens eram apenas em preto e branco. Um dos marcos da história da família Campos com Macaé, que demonstra tamanho envolvimento de Lívio com a • 71


Claudia Barrreto

Photon editada

Foto em família. Da direita para a esquerda: Romulo, sua esposa Cláudia Barreto, Bruno e Lívio, unidos pela mesma paixão

MEU PAI SEMPRE TRABALHOU COM A PERSPECTIVA DE EXPOR MACAÉ DE UMA MANEIRA POSITIVA NOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO E, SEM DÚVIDA, QUALIFICOU A QUESTÃO DO FOTOJORNALISMO NA CIDADE” ROMULO CAMPOS

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Romulo em ação, registrando a natureza um dos seus momentos de prazer

fotografia e comprometimento com a cidade que adotou, aconteceu em 1974. Neste período, o fotojornalista se dedicava à cobertura do despejo de famílias que viviam no Pontal. Com olhar crítico e denunciante, Lívio acabou sendo preso no exercício de sua profissão e, logo depois, foi alvo de seis tiros disparados pelo responsável pela sua cautela. O fato causou grande comoção na cidade, ganhando repercussão em grandes veículos de comunicação da época. Todo esse apego em retratar e questionar uma estrutura política e social, bem como o carinho em eternizar as belezas de uma Macaé - que ainda fazia jus ao título de Princesinha do Atlântico -, fizeram com que Lívio e Jacyra escrevessem, com imagens, uma bela história de amor à cidade que os acolheu e ao ofício exercido com talento e paixão.Esses sentimentos eram repassados aos filhos, que recebiam dos pais total apoio e incentivo para trilharem seus próprios caminhos guiados pela fotografia. SEGUINDO O LEGADO Romulo Campos começou a fotografar aos 12 anos, quando acompanhava o pai nos jogos de futebol no antigo Estádio Expedicionário de Macaé. A formação como jornalista contribuiu para o seu tino fotográfico desempenhado em alguns jornais da região. Romulo acredita que o grande legado deixado pelos pais é o amor e carinho com que se dispunham a retratar a cidade fluminense. “Meu pai sempre trabalhou com a perspectiva de expor Macaé de uma manei-

ra positiva nos meios de comunicação e, sem dúvida, qualificou a questão do fotojornalismo na cidade”, conta. Hoje, ele tem a profissão como uma paixão, mas, no início, a relação com a fotografia foi conflituosa, confessa ele. “Quando se tem 10 anos, qualquer criança quer brincar, se divertir. Mas eu tinha as minhas obrigações na loja. Todos os filhos tinham que dar a sua contribuição, afinal era dali que meus pais tiravam o sustento da família. No entanto, a fotografia é algo tão fantástico que acabei descobrindo ali um novo universo, em que eu poderia buscar a minha própria linguagem, o meu olhar, algo que era muito incentivado pelo meu pai. Ele colocava tudo à nossa disposição, lentes, material, não havia limites”, relembra Romulo. Atualmente, este olhar está voltado para a observação na natureza e registros de aves e da fauna macaense. Este trabalho já rendeu a Romulo a publicação de dois livros, “Lagoa Imboassica”, lançado em 2008 e “Parque Atalaia”, de 2011, ambos realizados em parceria com a esposa e também fotógrafa Cláudia Barreto. Seu trabalho pode ser observada no último projeto fotográfico, Parque Nacional de Jurubatiba - o primeiro parque nacional no Brasil a compreender exclusivamente o ecossistema de restinga, e que abrange as cidades de Macaé, Carapebus e Quissamã -, cujo acervo já reúne cerca de 20 mil fotos. O livro com algumas dessas imagens foi lançado em novembro deste ano.


A Preservação da fauna também é o objetivo do trabalho de Romulo

Registro de Romulo de uma das aves da região

A Família Barcelos, que fez morada e tradição em Macaé

As imagens de Romulo já lhe renderam dois livros. O terceiro, sobre o Parque de Jurubatiba, foi lançado em novembro

INFELIZMENTE, MEU PAI NÃO VIU MINHA ASCENSÃO COMO FOTÓGRAFO. MAS, ACABEI ENCONTRANDO NA FOTOGRAFIA A MELHOR FORMA DE VER E SENTIR O MUNDO. NÃO SABERIA VIVER E ME EXPRESSAR SEM ESSA MAGIA...” LIVIO CAMPOS

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PARA QUEM É FOTÓGRAFO, NÃO EXISTE BOTÃO DE LIGA E DESLIGA. A GENTE QUER FICAR FOTOGRAFANDO O TEMPO TODO. QUANDO EU NÃO ESTOU COM A MINHA CÂMERA, EU LAMENTO E BRINCO DIZENDO QUE GOSTARIA MUITO QUE MEUS OLHOS PUDESSEM FAZER FOTOS” BRUNO CAMPOS “A fotografia sempre permeou a nossa família, faz parte da nossa história e sempre rende boas discussões entre nós. Acredito que a exemplo do Bruno, teremos as futuras gerações perpetuando algo que tanto nos envolve e que, para mim, é uma forma de tentar entender e retratar a realidade em que vivo, na qual estou inserido, de uma maneira muito particular”, revela Romulo. Lívio Campos também começou muito novo sua carreira. Desde os 12 anos já atuava como assistente dos pais em trabalhos variados, casamentos, batizados, eventos corporativos e até perícias policiais, o que, segundo ele, lhe deu muita bagagem fotográfica. “A fotografia está na minha veia desde cedo. Fiquei estarrecido quando vi, pela primeira vez, surgir uma imagem na banheira com o revelador, enquanto meu irmão Romulo trabalhava. Ali, senti o fascínio e a magia que a fotografia me proporcionaria”, relembra Lívio, cuja assinatura profissional em homenagem ao pai é feita sem o “Júnior”, o que, segundo ele, ainda é motivo de muita confusão. 74 •

A cantora Elba Ramalho pelas lentes de Lívio Campos

Fachada de um loja, no distrito de Glicério, registrada por Lívio utilizando um smartphone

Estabelecendo o seu talento e voltando suas lentes para o mundo artístico-cultural, Lívio logo saiu de Macaé. Em 1978, teve a publicação de sua primeira capa de disco de vinil, do cantor Emílio Santiago. Assim, começava uma carreira de sucesso fotografando artistas como Caetano Veloso, Cássia Eller, Chico Buarque, Gilberto Gil, entre outros, incluindo a Playboy da Elba Ramalho, em 1989, que aceitou o convite da revista, tendo como requisito ter o Lívio como seu fotógrafo. “Infelizmente, meu pai não viu minha ascensão como fotógrafo. Mas acabei encontrando na fotografia a melhor forma de ver e sentir o mundo. Não saberia viver e me expressar sem essa magia onde, em fração de segundos, congelamos uma ação. Sempre gostei de fotografar o ser humano com as suas características”, afirma Lívio, que mesmo com toda notoriedade, acredita que é preciso se manter sempre atualizado.

O cantor Caetano Veloso engrossa a lista de artistas fotografados por Lívio

PAIXÃO QUE ULTRAPASSA GERAÇÕES Bruno Campos carrega no nome e na profissão a responsabilidade de dar seguimento ao legado da fotografia na família. Aos 29 anos, ele já contabiliza mais de 10 na carreira que foi iniciada através do tio Romulo. “No início, não foi fácil. Meu pai evitava que eu seguisse por esse caminho, deixava bem claro que eu não tinha a obrigação de fazer. Para ele, eu tinha que fazer o que tivesse vontade. Além disso, ainda tinha o peso do nome da família e a comparação com os tios, ou seja, meu trabalho não podia ser ruim. Eu queria ser motivo de orgulho. Tinha receio de que esperassem de mim muito mais do que eu poderia oferecer. Por isso, eu sabia


O pôr do sol com kitesurf, na Praia dos Cavaleiros, eternizado por Bruno Campos, foi capa da edição de Fim de Ano da DiverCidades, em 2011

Registrar esportes radicais é uma das preferências de Bruno

que teria que me esforçar muito mais, porque meu nível de exigência comigo mesmo era muito maior”, recorda Bruno. Dos tios, ele traz grandes aprendizados. “Cada um teve uma contribuição significativa na minha carreira. O Romulo é mais técnico e crítico, o Lívio mais emoção e feeling”, descreve. Tendo a lua eternizada sobre o Porto da Imbetiba, como sua primeira fotografia, Bruno percebeu que era realmente aquilo que queria fazer para a vida toda. “Eu e a câmera somos uma coisa só. Gosto das possibilidades que um registro traz de poder alegrar, emocionar, questionar, tirar as pessoas do seu lugar comum. A minha primeira foto me trouxe essa noção de que aquele olhar foi único. Se mesmo diante de um cenário normal, com poucos recursos, sem técnica, eu fui capaz de fazer aquela imagem e gostei tanto, sabia que se continuasse poderia fazer melhor do que aquilo, aliando técnica e estética”, explica. Sobre o legado da família, Bruno acredita que existe sim o fascínio, até mesmo pelo contato que acabam tendo. Sua irmã, Lívia Campos, também realiza alguns trabalhos na área como assistente de fotografia e fazendo vídeos. “Existe sim um envolvimento, mas nada que seja uma obrigação”, pontua. Sobre o ofício, Bruno, que adora fotografar esportes radicais como surf e motocross é só amores, em uma relação que, para ele, não tem fim. “Para quem é fotógrafo não existe botão de liga e desliga, a gente quer ficar fotografando o tempo todo. Quando eu não estou com a minha câmera, eu lamento e brinco dizendo que gostaria muito que meus olhos pudessem fazer fotos. A gente treina o olhar e vive atento, querendo captar tudo à nossa volta”, finaliza. • 75


DELÍCIAS DE FAMÍLIA

Feito com um bolo claro e um escuro, o tronco é montado a partir de faixas das cores intercaladas

Recheado com baba de moça, o tronco deve ficar pendurado por 24 horas antes de ser servido

Maria José, mais conhecida como Dona Santa, prepara seus famosos doces desde os 18 anos. O tronco é um dos preferidos da família

FAMÍLIA MONTEIRO Bolo de Tronco da Dona Santa

Os três dias de preparação são recompensados pelo sabor único do quitute que é sucesso há mais de 40 anos

A

Monteiro, de 80 anos, que a acompanha há 55, Maria José Barroco Monteiro, de 78, revela que aprendeu a confeitar bolos olhando pelo buraco da fechadura de uma tradicional boleira em Conceição de Macabu, sua cidade natal.

Rodeada pelas três filhas, genros, netos, netas e pelo marido Raphael

“Sempre fui interessada por cozinha e, desde pequena, queria ajudar minha mãe. Quando era adolescente aprendi a fazer doces, bolos e glacê

primeira impressão de seriedade, ao se apresentar como Maria José, ficou para trás quando Dona Santa – como é conhecida – contou com carinho e bom humor a trajetória de sua família em Macaé e o amor que sente ao fazer seus famosos doces.

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Por: Alice Cordeiro • Fotos: Alle Tavares

com uma doceira, em Conceição. Ela nos ensinava tudo, mas na hora de confeitar os bolos se trancava em um quarto para ninguém a incomodar. Como eu queria aprender, olhava pelo buraco da fechadura. Até que um dia ela descobriu meu interesse e me chamou para dentro do quarto”, lembra. Caçula de oito irmãos, Maria José ganhou o apelido de Santinha graças a uma irmã que não aceitava o nome Maria José por achar que poderia estar relacionado o sofrimento dos pais de Jesus. “Ela tinha medo que o nome me trouxesse sofrimentos e passou a me chamar de Santinha. O apelido pegou e hoje todos me conhecem assim”, explica. Doceira de mão cheia, Dona Santa faz bolos e doces desde os 18 anos. Muitos enfeitaram diferentes tipos de


Feito com um bolo claro e outro escuro, o tronco é montado a partir de faixas das cores, intercaladas

Fã de Célia, a família é só elogios. Além da coxinha, o empadão de frango, a farofa e a tortinha de limão estão entre suas receitas favoritas

Ao lado do marido Raphael e das três filhas, Dona Santa orgulha-se de ter os netos (sentados) como seus maiores fãs. Os genros e namorados das netas (em pé) também se deliciam com seus quitutes

festas, aniversários, formaturas e casamentos. Entre eles o de suas filhas, Cristina, de 54 anos, Rose, de 50 anos, e Cláudia, de 47. “Também fiz o bolo das minhas bodas de ouro”, conta. O famoso tronco entrou na vida da família através de uma amiga que passou a receita para ela há mais de 40 anos, desde então é sua receita de maior sucesso. Principalmente entre as crianças. Muitas a conheceram através da extinta escola “Gotinhas do Saber” que funcionou no Centro de Macaé, entre os anos de 1986 e 1999, e pertencia às filhas Cristina e Rose. “Nossa escola era do maternal à alfabetização e, por ser pequena, as mães diziam que era uma extensão de suas casas e famílias. Assim, minha mãe, que cuidava com todo carinho da cantina, era vista pelas crianças como a vovó Santa. Entre os quitutes que ela fazia estava o tronco que era o preferido da garotada. Toda festa de aniversário ou formatura esse era o bolo escolhido”, conta Cristina. “Até hoje uma das alunas vai até Conceição de Macabu, onde moro atualmente, buscar o tronco para o seu aniversário. Todos os anos ela faz a mesma coisa”, conta radiante, Dona Santa.

Se os alunos da escola“Gotinhas do Saber” eram apaixonados pelo tronco, imagina seus netos? Sophia, Isabela, Mariana e Liz contam que cresceram vendo sua avó preparar o doce. “Ele é tão marcante em nossa família que quando fazemos aniversário, nossos amigos perguntam se vai ter o bolo e dizem que se não tiver não comparecerão”, diverte-se Sophia, acompanhando atenta a montagem do tronco. Além das meninas, Dona Santa tem os netos Raphael e Caio. Ao revelar a famosa receita, Dona Santa explica que é preciso ter paciência, já que a ela demora três dias para ficar pronta. “Primeiro fazemos dois bolos, um branco e outro preto, no dia seguinte cortamos as tiras, recheamos com baba de moça e o amarramos. Ele tem que ficar por mais 24 horas pendurado até que possa ser desenformado”, detalha, acrescentando ser necessária a ajuda de outra pessoa para amarar o quitute. O tempo de preparo é recompensador ao observarmos a alegria de Dona Santa ao reunir a família em torno de um doce que faz parte de sua trajetória.

PRIMEIRO, FAZEMOS DOIS BOLOS. UM BRANCO E OUTRO PRETO. NO DIA SEGUINTE, CORTAMOS AS TIRAS, RECHEAMOS COM BABA DE MOÇA E O AMARRAMOS. ELE TEM QUE FICAR 24 HORAS PENDURADO ATÉ QUE POSSA SER DESENFORMADO” DONA SANTA • 77


COBERTURA Ingredientes: • 1 barra de chocolate; • 4 colheres (sopa) de creme de leite; Leve ao fogo em banho-maria. MONTAGEM Preferido entre as crianças, o tronco fez sucesso no extinto colégio “Gotinhas do Saber”. Até hoje, uma das alunas não passa seu aniversário sem o doce

BOLO DE TRONCO DA DONA SANTA BOLO BRANCO Ingredientes: • 3 xícaras (chá) de açúcar refinado; • 5 ovos; • 200g de margarina; • 4 xícaras (chá) de trigo; • 1 xícara (chá) de leite; • 1colher (sopa) de fermento em pó. Preparo: Na batedeira, bata bem o açúcar, os ovos e a margarina. Acrescente o trigo e o leite e bata novamente. Por último, misture delicadamente o fermento em pó. Asse em um tabuleiro retangular (de 40X30 aproximadamente), untado e polvilhado.

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BOLO DE CHOCOLATE Seguir a mesma receita e acrescentar: 1 xícara (chá) de chocolate em pó. BABA DE MOÇA Ingredientes: • 12 gemas (ovos caipiras), passadas em peneira fina; • 500 ml de leite de coco; • 800 gramas de açúcar refinado. Preparo: Misture as gemas peneiradas com o leite de coco, depois acrescente o açúcar. Leve ao fogo baixo e mexa até ficar cremosa, levantando fervura. Não deixe ferver.

1) Corte os dois bolos em tiras de mais ou menos 3cm (sentido do comprimento). Sobre uma mesa, forre uma toalha de tecido e sobre a toalha um plástico grande. Comece a montar o tronco: 2) Faça uma carreira de bolo branco, ao lado de uma carreira de bolo escuro e mais uma de branco e mais uma de escuro, formando listras. Molhe com baba de moça. Em cima da primeira carreira, coloque mais uma camada. Sobre a listra branca, coloque o bolo escuro e assim, vá alternando. Molhe com baba de moça e repita a sequência até terminar o bolo. 3) Enrole o bolo no plástico, dando forma de cilindro/tronco, bem justo. Amarre as pontas para fechar. Enrole o tronco já envolto no plástico em uma toalha, amarre as pontas e deixe pendurado de um dia para o outro, para que a baba de moça possa colar o tronco. Desenrole, corte do tamanho desejado e faça a montagem que preferir, com frutas ou fios de ovos. Acesse o site www.divercidades.com e veja a montagem do tronco.


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PESSOAS

HOJE TEM PALHAÇADA?

O objetivo do grupo é levar alegria a crianças e adultos através de ações descontraídas e animadas

Tem, sim senhor! Com o Doutores Palhaços, brincadeira é coisa séria

V

estidos com jaleco, peruca e nariz de palhaço, eles visitam hospitais, asilos, abrigos e comunidades de Macaé para levar alegria e uma palavra de conforto utilizando um único remédio: o riso. São os Doutores Palhaços, grupo criado há três anos na cidade pela jovem Érika Leal. O objetivo é proporcionar um momento de descontração através do bom humor, da música e da arte, baseados na ideia de que um sorriso pode fazer toda a diferença. Segundo Érika, tudo começou quando um amigo precisou ficar internado em um hospital da cidade e ela passou a observar como o ambiente era triste. “Vi que as pessoas recebiam poucas visitas. Logo lembrei do filme ‘Doutores da Alegria’ e quis fazer algo parecido”, conta. Porém, a jovem descobriu que para fazer parte de um grupo que já existia aqui no país, inspirado no filme, era preciso ser formado em teatro ou ser 80 •

Por: Cris Rosa • Fotos: Arquivo Drs. Palhaços

estudante de medicina. Como ainda estava longe de fazer faculdade e a maioria dos amigos também, Érika montou um grupo em uma rede social e convidou cerca de 300 pessoas para participar. Um amigo foi chamando o outro e das 60 pessoas que se candidataram na época, hoje 25 compõem o Doutores Palhaços. “Só ficou quem realmente tem interesse e dá prioridade a ‘perder’ um fim de semana para estar no grupo”, acredita Érika. Hoje, o Doutores Palhaços é dividido em membros fixos e colaboradores – que são aquelas pessoas que não podem participar sempre. Eles visitam asilos, hospitais, comunidades e, sempre que possível, realizam campanhas para ajudar ONGs e outros projetos sociais. Érika explica que as visitas são feitas duas vezes por mês, sempre aos fins de semana. Antes, é feito um contato com a instituição a ser visitada, por telefone ou em uma reunião breve, onde são de-

finidos os detalhes. O grupo não possui ajuda de custo com passagem, lanche e nenhum outro gasto. E, como no início do projeto, ainda se articula pelas redes sociais. “A gente se organiza como dá, na correria do dia a dia. Cada um prepara o que for preciso em casa e vai”, conta. Quando a visita é em comunidades ou abrigos e as atividades envolvem crianças, os voluntários levam doces, brinquedos, contam histórias, tudo para divertir os pequenos. Com os idosos, há sempre uma roda de música, jogos de mesa e muito bate-papo. Já nos hospitais, as atividades são mais tranquilas. “A gente leva palavras positivas e, quando os pacientes dão liberdade, faz algumas brincadeiras, conta piada. As crianças sempre recebem uma bola, um brinquedo. Mas quem gosta mesmo são os idosos quando estão internados, são os que ficam mais emocionados”, lembra a voluntária Letícia Valença. Segundo Letícia, o hospital é o lugar onde o grupo mais se emociona. Apesar de o objetivo ser dar uma injeção de alegria aos pacientes, os palhaços também ficam tristes. Mas se escondem antes que alguém perceba.


Érika Leal e Letícia Valença são responsáveis pela coordenação das ações do grupo Atualmente, o Doutores Palhaços conta com 25 membros no seu quadro de voluntários

Voluntários se reúnem para ações em datas comemorativas, como a festa de Natal

O oncologista Sávio Mussi destaca a importância do trabalho do Doutores Palhaços

“Eu sou a mais chorona de todas. Meu coração fica partido. Quando é uma situação extrema, a gente sai e vai para o banheiro. Ninguém vai ver um palhaço chorando”, diz Érika. “Por mais que a gente esteja triste e não possa fazer quase nada para livrar essas pessoas da dor, a gente pode amenizar. Acredito que nesses momentos é que a gente precisa pegar a nossa força e transformar em alegria. Nessas horas, estar de peruca e maquiagem facilita”, completa Letícia.

entrarem na enfermaria masculina, um dos idosos internados exclamou: “Parece que abriram as portas do céu”.

A CADA VISITA, UMA HISTÓRIA PARA CONTAR Toda palhaçada é feita na intuição. Ninguém fez curso para aprender como levar alegria às outras pessoas. Além de aprenderem através da internet, eles usam as experiências do dia a dia para se aperfeiçoarem. Mesmo sem serem “profissionais” na arte de fazer rir, o grupo é muito respeitado por onde passa e coleciona boas histórias para contar, sejam elas tristes, alegres ou de superação. A primeira ida ao Hospital Público de Macaé (HPM) foi tão marcante que Érika lembra até hoje. Por coincidência, na ocasião, o grupo que visitava a unidade de saúde era composto em sua maioria por mulheres. Ao

Natália Azevedo, que também é voluntária no grupo, sempre lembra das histórias das crianças do Cemaia - Centro Municipal de Atenção à Infância e à Adolescência. “A gente conhece uma realidade muito diferente da nossa. Uma vez, uma menina conversou comigo, só tinha 13 anos, mas o que ela já tinha passado eu não sei se suportaria”, destacou. E mesmo as histórias mais tristes trazem algo de positivo. “A gente ganha mais que as pessoas que estão internadas. Elas não esperam que, dentro de um hospital, vão encontrar pessoas que lhe farão sorrir e esquecer um pouquinho do seu sofrimento”, ressalta Letícia. De fato, os benefícios da risada vão além do que se imagina. O médico oncologista Sávio Mussi acredita que a presença e o trabalho desenvolvido por grupo de pessoas que levam entretenimento, cultura e arte nos ambientes hospitalares estimula aos pacientes uma mudança de foco. “Essa mudança do foco da doença

para a vida traz alegria e uma perspectiva diferente do momento que o paciente vive no ambiente hospitalar, onde existe uma visão distorcida do cuidado. O cuidado não é a visita médica, a administração de medicamentos nos horários corretos e os cuidados de higiene e curativos. O cuidado no ambiente hospitalar é se importar com o outro, é distribuir atenção integral e amor das mais variadas formas, respeitando a individualidade e a necessidade de cada paciente e seus familiares”, acredita. Ainda segundo o médico, o Doutores Palhaços traz reflexões aos pacientes, aos familiares e à equipe de saúde e de todo o hospital, capazes de motivar, mudar o humor, o comportamento e relacionamento entre as pessoas e com suas próprias doenças e limitações. “Trabalho fantástico de promoção de saúde e felicidade”, destaca o oncologista. APOIO O grupo está recrutando pessoas que tenham interesse em ser palhaço. A idade não importa, basta ter bom coração e responsabilidade. O Doutores Palhaços também está de braços abertos para qualquer tipo de ajuda, seja na preparação ou nos eventos em si, doação de brinquedos, doces, fralda geriátrica, material de limpeza e alimentos. Outra necessidade apontada pelo grupo é a maquiagem e roupa de palhaço. Atualmente, os voluntários usam uma camisa com a logotipo do Doutores Palhaços, mas entre os objetivos está a aquisição de roupas próprias para as atividades. Quem tiver interesse em ajudar, pode entrar em contato pela página do facebook Doutores Palhaços ou pelo e-mail doutorespalhacos@gmail.com • 81


MOADYR VICTORINO, uma história de paixão com o teatro

Alle Tavares

LEITOR EM FOCO

Por: Leila Pinho Fotos: arquivo pessoal

As mulheres reinam na família de Moadyr que tem três filhas e seis netas

uma chama bastante atenção. Na década de 1980, Moadyr mandou fazer divulgação da peça “Motel Paradiso” num outdoor que ficava perto da Câmara Municipal de Macaé (que na época ficava no Centro). Na publicidade, o M do Motel era, na verdade, um desenho de uma mulher de biquíni com as pernas flexionadas que davam a forma da letra M. “A peça era uma comédia, então era para o pessoal ir lá se divertir. A propaganda tinha os dizeres “Passe seus melhores momentos no Motel Paradiso”. E tinha também as informações de direção, data de estreia da peça, etc. Mas, quem passava em frente achava que o motel da propaganda era na verdade, a Câmara Municipal. Foi uma divulgação bem provocativa”, lembra Moadyr, aos risos.

Moadyr fez história em Macaé pelos mais de 50 anos dedicados às artes cênicas

“O crime roubado” é uma das 20 peças que ele dirigiu, produziu e atuou

N

um simples bate-papo, Moadyr Victorino mostra que a sua história com as artes cênicas parecia estar predestinada. É de surpreender que, aos 17 anos, esse macaense tenha começado no teatro como diretor, ator e autor de uma peça, sem nunca antes ter assistido a uma montagem teatral. A peça de estreia dele foi “Diário de um fracassado”, apresentada em 6 de julho de 1965. Hoje, com 68 anos e mais de 50 dedicados ao teatro, ele celebra uma carreira de muita dedicação e perseverança. Ao todo, ele dirigiu, atuou e produziu 20 peças, sem contar as

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diversas montagens que fez. Entre os vários espetáculos, ele cita com frequência “O crime roubado”, “Fero-cidade”, “Toda donzela tem um pai que é uma fera”, “Motel Paradiso”, etc. “Dou muito valor às coisas que faço por causa da luta. Fazer teatro aqui no Brasil é muito difícil”, fala. Em 6 de julho de 2015, o artista comemorou os 50 anos de carreira em grande estilo no Teatro Municipal de Macaé e emocionou a plateia com sua trajetória. “Quase chorei aquele dia, minha voz até embargou. Foi uma emoção muito grande”, recorda. Entre as várias histórias inusitadas e engraçadas presentes na memória dele,

Na casa dele, as mulheres reinam. Do casamento de Moadyr com Maria de Lourdes nasceram Vanessa, Verônica e Viviane. E elas deram ao pai seis netas. A relação dele com a família é de muito amor e carinho. Quando concedeu esta entrevista para a equipe da DiverCidades, ele já estava de viagem marcada para Pouso Alegre, onde sua filha Viviane mora. Já as duas outras moram bem pertinho, Vanessa vive em Macaé e Verônica em Rio das Ostras. PINGUE-PONGUE Adoro fazer... caminhada nos Cavaleiros Um sonho... que o Teatro Municipal de Macaé funcione ininterruptamente Uma frase... amo teatro Peça... “Motel Paradiso” Minha inspiração... a grande receptividade do público Comida predileta... peixe Meu hobby... ler


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