Newsletter 6ª Conseguro 1º dia

Page 3

6a CONSEGURO

Conferência Brasileira de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização

Brasil precisa retornar à rota de crescimento

Megatendências para o mercado mundial de seguros

A primeira palestra do dia reuniu três diferentes pensamentos para debater o tema “Brasil em 2015 – um pensamento estratégico”, que discutiu alternativas para que o país possa continuar trilhando o caminho do crescimento. O ministro do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso – após elencar disfunções históricas: patrimonialismo, oficialismo e autoritarismo –, afirmou que a cultura brasileira associa o sucesso empresarial exclusivamente a coisas ruins, como fraudes e corrupção. “Está provado que a iniciativa privada é melhor geradora de riqueza que a empresa estatal, que deveria focar suas ações na arrecadação justa e no amparo social”, sugeriu. Para Armínio Fraga, sócio-fundador da Gávea Investimentos e ex-presidente do Banco Central (1999/2003), o Brasil terá muito trabalho para se colocar novamente numa rota de crescimento e

de riqueza. “Estamos adotando alguns modelos errados, de políticas que não deram certo em outros governos”, avaliou. Segundo ele, nos últimos anos, o Brasil cresceu focado no consumo, mas, a partir de 2006, a economia se tornou mais protecionista, com uma estratégia de integração voltada para o terceiro mundo, com foco em políticas de subsídio. O historiador e sociólogo Bolívar Lamonier se disse otimista em relação à história da política brasileira, mas criticou a falta de investimento em educação. “Com a disponibilização do crédito e o aumento da renda, uma nova parcela da população passou a consumir mais, mas o nível educacional desta parcela da população é aterrorizantemente baixo”, concluiu.

O futuro é agora! Dois vídeos institucionais apresentados na abertura deram o tom das discussões do evento. Tudo vai mudar, frisou a atriz Fernanda Montenegro, no primeiro vídeo. “O futuro se faz com ações presentes, e 2025 é agora”, afirmou. No outro vídeo, a plateia conheceu as projeções sobre as oportunidades de negócios para a indústria brasileira de seguros em 2025. ➜ O mercado pode representar 7% do PIB brasileiro, com um volume de R$ 11,1 trilhões. No ano passado, representava 6%. ➜ O crescimento médio anual no período será de 1,8% acima do PIB. ➜ A arrecadação pode chegar à R$ 768 bilhões, um crescimento anual médio de

Reciclagem de peças de automóveis

A atriz Fernanda Montenegro: “tudo vai mudar”

17% no período. Em 2012, foram R$ 253 bilhões. ➜ A arrecadação anual do setor de saúde suplementar deverá alcançar R$ 215,5 bilhões. No ano passado foi de R$ 95,9 bilhões. ➜ A saúde suplementar deverá pagar R$ 185 bilhões de indenizações, contra R$ 80 bilhões do ano passado. ➜ Estima-se que haverá 16 milhões de residências seguradas. Hoje são 12 milhões.

Social: uma mudança de equilíbrio que favorece os consumidores, fortalecidos pelo grande poder de comunicação com a democratização da informação gerada pela explosão das mídias sociais.

Luis Roberto Barroso, Armínio Fraga e Bolívar Lamonier, no debate mediado pela jornalista Mara Luquet

➜ O segmento de previdência e vida pagará R$ 27 bilhões em indenizações. No ano passado, foram R$ 12 bilhões. ➜ Os resgates em capitalização devem chegar a R$ 36 bilhões, mais do que o triplo observado de 2012, R$ 11 bilhões. ➜ O Brasil poderá ser a

5ª maior economia

do mundo, à frente de Alemanha, Reino Unido e França. Atualmente, ocupa a 7ª posição.

A reutilização de peças automotivas deve entrar em vigor em 2014, segundo afirmou Paulo Marraccini, presidente da FenSeg, mediador da palestra “Desmontagem de Veículos”. O setor se prepara para atuar com a reciclagem de peças assim que a Lei dos Desmanches (23/2011) for aprovada. “Queremos trazer a experiência argentina para o Brasil”, afirmou. O projeto que cria regras para o desmanche de veículos foi aprovado na Câmara, em junho. Fabian Pons, do Cesvi Argentina, disse que a experiência em seu país reduziu em 50% os roubos e furtos de veículos, além de aumentar a base de carros segurados. Hoje a Cesvi fatura US$ 5 milhões anuais com a reciclagem de peças. Francisco Gaetani, do Ministério do Meio Ambiente, disse que acredita na parceria com o setor privado para ajudar a reduzir os impactos ao meio ambiente.

Leopoldo Barreto (SulAmérica), Cláudio Sanches (Itaú Unibanco), Osvaldo do Nascimento (FenaPrevi), Edson Luis Franco (Zurich) e Ricardo Aguida Geraldes (Bradesco) assistem à palestra de Simon Godsave.

A experiência do Reino Unido em previdência O forte impacto do envelhecimento e do aumento da longevidade da população no Reino Unido, à semelhança do Brasil, faz com que um número cada vez menor de pessoas mais jovens arque com os recursos destinados aos mais velhos, parcela cada vez maior de indivíduos. Lá, porém, a entrada da mão de obra de outros países da Comunidade Europeia no mercado de trabalho vem ajudando a minimizar o problema – o que não ocorre por aqui. As informações foram dadas na palestra “A experiência de suitibility” no Reino Unido no processo de estruturação e comercialização de produtos de vida e previdência, por Simon Godsave, executivo sênior da Divisão de Compliance da Zurich Insurance Group. “Quem pretende se aposentar hoje em dia precisa poupar muito mais. Muitas pessoas não guardam recursos suficientes para garantir o futuro. Acredito que isso se aplique também ao Brasil”. Para ajudar a reduzir os desequilíbrios em relação aos fundos de pensão, cabe aos empregadores elaborar melhor os esquemas dos fundos de pensão para seus funcionários, de modo a evitar a dependência do estado na aposentadoria. E quando se fala de estado, o governo

Simon Godsave: é preciso evitar a dependência do estado na aposentadoria

do Reino Unido também tem um papel fundamental nessa questão. A começar pelos gastos que chegam a até 1,6 bilhão de libras anualmente no financiamento das aposentadorias do funcionalismo público. Na busca por minimizar o problema, o governo inglês tem procurado reduzir os encargos para estimular o aumento da poupança, além de empreender diversas outras iniciativas, como o fornecimento de uma série de opções de investimentos para os fundos de pensão, alguns mais arriscados e outros menos, adaptando-se melhor ao perfil de cada investidor.

Tecnológica: os avanços farão surgir softwares e hardwares que transformam os "grandes dados" em conhecimentos utilizáveis. Essa tendência afetará o segmento de bens, de acidentes, de vida e previdência, pois a informação consolidada dos hábitos ajudará a inovar produtos e serviços com base nas necessidades dos clientes. Clima: a severidade e a frequência de eventos catastróficos fariam surgir modelos de risco e estruturas de compartilhamento de risco mais sofisticados para solucionar esses eventos. Entre 1990 e 2009, furacões e tempestades tropicais foram responsáveis por 45,2% das perdas totais com catástrofes. Econômico: o aumento do poder político e econômico dos mercados emergentes também deve provocar alterações no mercado segurador mundial. O Brasil integra essa lista, de acordo com o estudo da PwC. Os países emergentes do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) no PIB global vêm aumentando nos últimos 20 anos. Enquanto os prêmios de seguros como um todo caíram 1,9% nos países desenvolvidos, aumentaram 7,1% nas economias em desenvolvimento. Político: a harmonização e a padronização do mercado segurador, motivada por um maior diálogo entre autoridades regulamentadoras americanas e europeias e de mercados emergentes, podem criar uma maior padronização de produtos e contratos de seguro. O aspecto negativo é que os países emergentes poderão impedir a entrada de participantes de mercados desenvolvidos ou limitar suas atividades.


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.