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AGO 01 a SET 08

Resid Ncia Art Stica

PERFORMANCE | COSMIC PHASE/ STAGE

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Ana Libório, Bruno José Silva e João Estevens

Foto: Tânia Geiroto Marcelino ou Alípio Padilha

Estreia 24 de Novembro de 2023

O Espaço do Tempo

O espaço teatral é ocupado por seres humanos e não humanos (objetos, estruturas, robótica), que se movem num mundo pós-digital alternativo. A constante alteração do sujeito referencial da ação faz com que os espectadores tenham de ajustar as suas dinâmicas de interação e comunicação ao longo do objeto. Este apresenta um percurso dramatúrgico que promove a fusão entre o espaço da performance e da instalação, tornando-se um lugar de utopia e filosofia, que procura a reflexão sobre arte e tecnologia. À medida que as artes performativas se ajustam ao palco cibernético - por vontade, ou por necessidade, como no caso da pandemia -, a investigação artística acaba por incidir numa reflexão sobre a hibridez dos objetos performativos e questões do pós-humanismo, onde se questionam fronteiras entre “humano-performer” e “máquina-performer”. Surge um espaço de reflexão ontológica acerca do campo more than humans no contexto da experiência performativa, onde o espaço natural da peça - o palco - é ocupado por outros corpos com materialidades distintas daquelas apresentadas pelos perfor- mers humanos. Assim sendo, é com naturalidade que a presença dos performers acontece tanto presencialmente, como em vídeo, hologramas ou robôs. É este o principal motivo para esta investigação artística que originará um objeto de natureza, simultaneamente, performativa e instalativa. Pretende-se pensar a criação em artes performativas com premissas provenientes de diferentes campos disciplinares (teatro, dança, artes visuais, tecnologia), acreditando que a associação de linguagens e estéticas permite a produção de outras formas de fazer e objetos transdisciplinares, que sugerem novas relações com o público.

Assim, e no que diz respeito ao modelo de autoria que se manifesta como coletivo, encontra-se um interseccionismo artístico que privilegia distintos deslocamentos interpretativos no objeto performativo, explorando e enriquecendo relações entre diferentes sources culturais, digitais e políticas numa realidade global. É este o contexto que leva a que se assuma um modelo de cocriação artística, cujas referências não só se inserem no campo das artes performativas contemporâneas, mas também das ciências sociais e da arte e tecnologia. A construção de um processo criativo dialogante, que permitirá a partilha destas referências e o desenvolvimento de uma reflexão profunda e sustentada acerca dos impactos das atuais transformações tecnológicas nas sociedades e na criação em artes performativas.

A equipa de “Cosmic Phase/Stage” é composta por artistas emergentes com práticas maturadas e complementares. A decisão de avançar para uma criação coletiva parte de um lugar que coloca em causa a ideia do criador-autor, procurando criar outras relações de poder no ambiente de trabalho. Esta proposta visa colocar em contacto um conjunto de afinidades pessoais e artísticas, suportando-se mutuamente na procura de lógicas de fazer partilhadas e mais sustentáveis.