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OS INVESTIMENTOS E PROGRESSO CAMINHAM JUNTOS

Os primeiros investimentos no Porto de Itajaí ainda foram feitos pelo Império: a ligação com a Colônia de Blumenau e remoção de banco de areia que dificultava a navegação. Outros projetos também ganharam prioridade pelas autoridades da Província, que contratou peritos para elaborarem estudos visando a minimização dos problemas de acesso. Entretanto, ao fim dos 67 anos de Império os problemas de acessibilidade à barra de Itajaí não haviam sido solucionados. As esperanças aumentaram com a chegada da República. O governo federal organizou em 1895 a Comissão de Melhoramentos do Rio Itajaí, o que resultou na elaboração de muitos estudos e, inclusive, algumas obras. Muitos dos projetos foram retomados no início do século XX, com a criação da Comissão de Melhoramentos dos Portos de Santa Catarina. Foi concluído o Farol de Cabeçudas e bancos de areia foram removidos, mas com resultados pouco satisfatórios. Foi com o catarinense Lauro Muller a frente do Ministério da Viação que, em 1905, as obras ganharam celeridade: foram iniciadas obras de espigões, molhes e guias correntes, que garantiriam a proteção das margens do rio. As obras prosseguiram até 1914, conforme os recursos permitiam. O conjunto de ações propunha ainda a construção de um novo cais de 700 metros e muralhas de proteção, além de cais de saneamento. Posteriormente, entre 1923 e 1936, com o Victor Konder a frente do Ministério, foi resolvido um dos principais problemas, que era a redução do Pontal do Saco da Fazenda, além do aprofundamento dos canais e a construção do Molhe Norte, o que deu ao porto a configuração atual. Nos anos 30 os navios atracavam ainda nos trapiches de madeira. No entanto, o incremento da atividade exigia novas estruturas. Foi quando na década de 40 iniciou a construção da primeira fase das obras de cais, de 233 metros, onde atualmente está localizado o Porto de Itajaí. Em 1950 foi aprovada a construção de mais 270 metros de cais e, na sequência, em 1950, mais 200 metros, dando ao porto a configuração que ele teve até 2010, quando a iniciativa privada concluiu as obras do prolongamento do cais. Hoje o Porto Público de Itajaí, juntamente com a APM Terminals, que é a arrendatária das operações com contêineres na cidade, operam com cerca de mil metros de cais, sendo que cerca de 450 metros estão em obras de reforço e realinhamento.

MOVIMENTAÇÃO DE MADEIRA MARCOU UM CICLO ECONÔMICO

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Desde o inicia de suas operações, a madeira foi a grande dama do Porto de Itajaí. Aliás, foi a qualidade do produto local que alavancou a operação portuária antes mesmo do surgimento do município. Produto que garantiu seu espaço no decorrer dos séculos, sendo, até os anos 80, responsável pelo maior volume das operações na cidade. Também foi a madeira a responsável pelo surgimento do comércio exterior no município, transformando simples casas de comércio em empresas exportadoras. As tábuas serradas desciam do interior pelo Rio Itajaí-Açu e depois eram embarcadas para o Rio de Janeiro e outras localidades. Por conta dessa abundância de madeira, Itajaí havia se tornado ainda, no final do século XIX, a praça exportadora dessa mercadoria e importadora de produtos industrializados. Tanto que, nos primeiros anos da República, o produto estava entre os principais da economia catarinense e liderava a pauta de exportações em Itajaí. Realidade que persistiu até meados do século XX. Inclusive, com por volta de 1940, a abertura das rodovias ampliou as exportações desse tipo de carga. As filas de caminhões carregados de madeira eram constantes nas décadas de 1950 e 1960 e embora em outras épocas o Porto já tivesse na madeira sua principal mercadoria operada, a rodovia ligando as regiões produtoras ao litoral ampliou seus horizontes, inserindo-o no contexto litorâneo como o porto da maneira.