Não é pouco considerar a existência entre nós de um dos principais eventos do circuito mundial da arte contemporânea, acontecimento cultural que já em 2011 completa sessenta anos. Destacada desde o pós-guerra num circuito artístico que mediou a internacionalização da arte moderna e contemporânea, ela também garantiu o deleite do grande público com as criações que surgiam no novo Ocidente. Ainda hoje a Bienal de São Paulo é ponto de referência para a história da arte no século 20, num arco que vai da Biennale di Venezia até a Documenta de Kassel. Juntamente com essas outras duas grandes mostras sazonais, forma um enlace da rede mundial de curadorias e conceitos que enreda a opinião pública num debate sobre o sentido e a atualidade de uma tradição da contemporaneidade. Esta 29ª edição será importante para a redefinição de escala e importância do evento. A Bienal retoma seu projeto de ser uma plataforma de trocas de conhecimento, de economia criativa e fomento de redes globais, assim como de pesquisa de conceitos e de produção artística. Se ela é o lócus para o intercâmbio entre várias gerações e tradições, tanto quanto exerce funções cruciais no desenvolvimento das artes visuais e da economia da cultura brasileira, merece prioridade nas políticas públicas, principalmente neste ciclo de internacionalização que estamos vivendo. O Ministério da Cultura, portanto, reconhece nesta nova gestão um horizonte de trabalho que garante o desempenho da Bienal como principal ponto de conexão da arte brasileira com o mundo. Estamos vivendo um novo estágio de profissionalização e de organização dos empreendimentos. Esperamos com nossas iniciativas colaborar com a sociedade brasileira e o meio artístico, e fazer, assim, jus à nossa arte, que é uma das mais destacadas produções da cultura do país no mundo contemporâneo. Juca Ferreira Ministro da Cultura