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Venerável Padre Aloísio

Coração acolhedor e bondoso, assim como o de Jesus

Recentemente proclamado pela Igreja, em Roma, Venerável Servo de Deus, Pe. Aloísio Sebastião Boeing nasceu em 24 de dezembro de 1913, em Vargem do Cedro, distrito de São Martinho (SC). Iniciou sua vida religiosa aos 11 anos, quando sentiu o chamado de Deus e entrou para o seminário, sendo ordenado em 1º de dezembro de 1940, em Taubaté (SP). No início da década de 1950, passou por Brusque como formador e reitor do Convento Sagrado Coração de Jesus. Em 1955, durante as obras de ampliação do edifício, o sacerdote obteve aprovação de Roma para transferir o noviciado para Rio Cerro, em Jaraguá do Sul. Em 1982, quando foi inaugurada a Casa Padre Dehon, o religioso foi designado como colaborador do primeiro reitor, padre Alírio Pedrini. Padre Aloísio passou seus últimos anos na cidade de Jaraguá do Sul (SC), trabalhando na administração da Casa Shalom, até seu falecimento, em 17 de abril de 2006.

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A Revista A Palavra conversou com o Padre Léo Heck, diretor do Instituto Padre Aloísio (IPA) e vice-postulador da Causa do Servo de Deus Padre Aloísio, sobre o processo de beatificação e o recente reconhecimento do Vaticano. Já a assessora da causa de postulação, Ir. Edna Bittencourt, FMCJ, fala sobre a continuidade da obra deixada pelo religioso da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus (SCJ).

Revista A Palavra:

Como a Congregação recebeu a notícia da Venerabilidade do Pe. Aloísio?

Padre Léo Heck:

A Província Brasileira Meridional através do provincial, padre Sildo César da Costa, publicou uma nota exaltando a Venerabilidade. Nossos confrades das Dioceses de Joinville e Florianópolis se alegraram muito com a notícia, assim como todo o sul do Brasil. Além disso, o nosso superior geral de Roma, padre Luis Carlos, ficou muito feliz e entusiasmado. Então, em um aspecto geral, foi uma impressão muito positiva, que vai dar um grande avanço nessa caminhada de beatificação.

Revista A Palavra:

Quais são os próximos passos rumo à beatificação?

Padre Léo Heck:

O processo de beatificação continua após a declaração de Venerável Pe. Aloísio, agora vai se abrir uma nova fase. Porque, com o término desta última etapa até a Venerabilidade, se deu um avanço essencial para a beatificação e a canonização. Então, o próximo passo é um milagre, o reconhecimento de um milagre para que ele possa ser beatificado. E, uma vez beatificado, esperamos um segundo milagre, para que ele possa ser canonizado e ser um santo na honra dos altares. Tudo isso demanda tempo e o tempo é o tempo de Deus, nós não sabemos quanto vai demorar esse processo, mas vamos intensificar nossas orações para que tudo isso aconteça logo.

Fraternidade Mariana do Coração de Jesus

Revista A Palavra:

O que está sendo feito para preservar a obra do Pe. Aloísio?

Ir. Edna Bittencourt, FMCJ:

Desde que o padre Aloísio faleceu, sua memória e obra estão sendo mantidas através das missas devocionais, que acontecem todo dia 17 do mês. Também, por meio de tudo que ele falou e escreveu, aqui entram as sete libras de espiritualidade do Pe. Aloísio. E, no dia 17 de julho do ano passado, foi inaugurado o espaço Padre Aloísio, onde temos um local belíssimo para acolher os peregrinos. Mas, desde o início, sempre mantivemos bem viva, tanto a obra, como a vida, do Pe. Aloísio, em todos esses sentidos como a fé, devoção e a acolhida dos peregrinos que, diariamente, visitam o memorial, o túmulo e a casa do sacerdote.

Conforme divulgado pelo Vaticano, “após várias atribuições, em 1954 [Pe. Aloísio] iniciou a construção do Noviciado de Nossa Senhora de Fátima, em Jaraguá do Sul (Santa Catarina), inaugurado em 8 de junho de 1956 e, juntamente com Neide Girolla, em 1976 iniciou a experiência da Fraternidade Mariana do Coração de Jesus, com o objetivo de viver a consagração feminina de acordo com o carisma dehoniano”.

Espaço Padre Aloísio

Conforme descrito no endereço oficial www.padrealoisio.org. br esta obra compreende o túmulo e o velário, em uma área de peregrinação. A parte central é formada pelo hall de entrada e por um amplo salão, além da Capela, onde se celebram missas ocasionais.

“O memorial, de forma didática, expõe o arco da vida e da obra do Servo de Deus e os objetos mais significativos por ele utilizados. A casa de Pe. Aloísio é um verdadeiro memorial vivo. Quem pisa nestes espaços e faz o caminho, é tocado pela graça de Deus e, certamente, levará esta experiência para toda sua vida”.

Dons da vida nova

Quinta-feira Santa

A quinta-feira santa é marcada por duas celebrações: A primeira, chamada missa do Crisma, acontece na Catedral. A solenidade é presidida pelo bispo e concelebrada por presbíteros das várias regiões da Arquidiocese. Nela acontece a consagração do santo Crisma e a bênção dos Óleos dos Catecúmenos e Enfermos. Segundo o Pontifical Romano, a celebração é “considerada uma das principais manifestações da plenitude do sacerdócio do bispo e sinal da íntima união dos presbíteros para com ele”.

Conforme explica o pároco, padre Diomar Romaniv, a Igreja Arquidiocesana, da qual a paróquia São Luís Gonzaga faz parte, celebra a missa na catedral Metropolitana de Florianópolis. Presidida por Dom Wilson Tadeu Jonk, além da consagração dos Óleos, os padres renovam suas promessas sacerdotais.

O rito inicia com a consagração do Óleo dos Enfermos, que faz com que quem o receba recorde que Deus é pai de toda consolação e que, por meio de Jesus, veio curar os males dos doentes. “Através da oração o bispo pede para que o Óleo forneça o alívio, e todos que receberem o sacramento da Unção tenham a proteção do corpo, da alma e do espírito, libertando-o de toda a dor, fraqueza e enfermidade”, ressalta padre Diomar.

O Óleo dos Catecúmenos representa a fortaleza. Durante a oração o sacerdote pede o dom da força para aqueles que vão recebê-lo, para que possam ter a virtude de compreender o Evangelho. “Nesta oração o bispo profetiza: ‘concedei o dom da força aos catecúmenos, para que, recebendo a sabedoria e virtude divinas, compreendam mais profundamente o evangelho do Vosso filho, sejam generosos no cumprimento dos deveres cristãos e dignos da adoção filial e alegrem-se por terem renascido e viverem na Vossa Igreja”’, diz o pároco.

Ao longo da Semana Santa a Igreja contempla os mistérios da salvação. Através do tríduo pascal, que culmina na ressurreição do Senhor, é celebrado a centralidade da fé cristã. Desde a Quinta-feira Santa até o Domingo de Páscoa, a liturgia vivenciada recorda os dons pascais, que dão vida nova em Cristo ressuscitado.

Finalizando o ritual, o bispo inicia a consagração do Óleo do Crisma em silêncio, e soprando sobre ele, concedendo o espírito. Por fim, o povo é convidado a rezar para que Deus abençoe e santifique o Crisma, fazendo assim com que todos que o recebam tornemse dignos da divina redenção.

Na parte da noite, quando se inicia o tríduo pascal, se celebra a Ceia do Senhor e se reforma do gesto do lava pés. Nesta celebração é recordado Jesus que colocou-se como servo, trocou a túnica pelo avental e serviu seus discípulos, demonstrando que é preciso doar-se a si mesmo. Em outro momento da celebração há a instituição da Eucaristia, onde o sacerdote repete o gesto de Jesus na última ceia com os apóstolos.