EM TEMPO - 15 de abril de 2012

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Política

MANAUS, DOMINGO, 15 DE ABRIL DE 2012

Cláudio Humberto COM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Custo das eleições no AM deve ser de R$ 8 mi

www.claudiohumberto.com.br

As interceptações tinham por alvo Cachoeira”

Jornalista

PROCURADOR-GERAL, ROBERTO GURGEL, ao defender legalidade das escutas de Demóstenes

Esse valor deve ser investido na aquisição das urnas eletrônicas, logística e toda uma equipe de funcionários ARQUIVO EM TEMPO/MARCELL MOTA

PMDB pode indicar Jucá para presidente da CPI A cúpula do PMDB tenta convencer o ex-líder do governo no Senado Romero Jucá (RO) a assumir a presidência da CPI do Cachoeira. Sua experiência da CPI da Petrobras, conduzida sem sobressaltos para o governo, é referência para sua escolha. Como no caso do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), cotado para a relatoria, a indicação de Jucá representaria reconhecimento ao trabalho como líder do governo. Bancada sênior O PMDB se fará representar, na CPI do Cachoeira, por uma bancada de parlamentares experientes para não dar chance a “erros”. Possíveis nomes O líder Renan Calheiros (AL), Eunício Oliveira (CE), Vital do Rego (PB) e Lobão Filho (MA) podem ser os demais nomes do PMDB na CPI. Paralisia à vista A presidente Dilma agora acha que CPI só interessa a oposição. Ela teme que a comissão paralise votações importantes no Congresso. Caciques e índios Líder do PT, Valter Pinheiro (BA) só chama o correligionário Wellington Dias (PI) de “Índio”. O apelido já ganha adesão de caciques no Senado. Lupi e Paulinho brigam no PDT por novo ministro O ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, travam queda de braço para emplacar o futuro ministro do Trabalho. Presidente do partido,

Lupi rompeu com Paulinho após seu veto à indicação do deputado Vieira da Cunha (RS) e defesa Brizola Neto (RJ), seu desafeto na sigla. Dilma decidiu “dar um tempo”. Descobriu que, sem ministro, a pasta vai bem. Imbróglio Dilma preferia Vieira da Cunha, vetado pela Força Sindical, e rejeitou Manoel Dias, secretário do PDT e ligado demais a Lupi para ser aceito. Na pressão Paulinho da Força procurou Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), esta semana, para cobrar a nomeação de Brizola Neto. Só falta você O bloco PTB-PR-PSC, batizado de União e Força e liderado por Gim Argello (DF), ganhou outro apelido no Senado: “Agora só falta você”. Curta e intensa O belo voto do ministro Carlos Ayres Britto, no caso dos anencéfalos, sinaliza que sua presidência no Supremo Tribunal Federal será curta, posto que se conclui já em setembro, mas será mesmo intensa. Nem o MP sabia O promotor Fernando Krebs revelou que o Ministério Público de Goiás não conhecia o esquema do bicheiro Carlinhos Cachoeira “na dimensão em que apareceu”. A surpresa foi geral, no Estado. Cintura de pilão O PMDB está embasbacado com a menção de Dilma ao projeto social do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN) em reunião com

2.500 prefeitos. Soou como elogio. Madame está aprendendo a jogar. Na luta Aos 85 anos e com a humildade que caracteriza seus gestos e a própria vida, o ex-governador da Bahia e exministro da Defesa Waldir Pires (PT) será candidato a vereador, em Salvador. Sem distinções A ministra Ideli Salvatti estranhou que o ministro Alexandre Padilha (Saúde) tenha sido “poupado” de convocação. Mas é que, ao contrário dela, ele já havia aceitado convite para comparecer à Câmara em maio. Guilhotina só coletiva O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) disse a Roberto Requião (PMDB-PR), em papo de cafezinho, que ele deveria relatar a cassação do mandato de Demóstenes: “Para cortar uma cabeça só? Quero não”, respondeu o exgovernador do Paraná. Beco sem saída No DEM, avalia-se que “não é tão simples assim” decidir pela fusão com outros partidos. O problema são as desavenças estaduais com o PSDB em Estados como Goiás, Sergipe, Rio Grande do Sul e Bahia. Deixa pra lá A bancada feminina da Câmara bem que tentou a presença da primeira presidente eleita do país, Dilma Rousseff, em café da manhã com as deputadas. Diante de negativas sucessivas, desistiram. Pensando bem... ...o escândalo Cachoeira é o mensalão enjaulado.

PODER SEM PUDOR

Animal errado No final dos anos 70, quando Arena e MDB eram os partidos autorizados pela ditadura, vivia em Manaus um comerciante sírio, Salim, conhecido por “Jacaré”. Certo dia, às vésperas da eleição de 1978, recebeu uma ligação: - Aqui é Luís Humberto, da Comissão de Finanças da Arena. Estamos reunindo recursos para a campanha do vice-governador João Bosco, nosso candidato ao Senado. Precisamos de sua contribuição financeira. - De jeito nenhum, patrício. A Arena só tem leão ou rato. Eu sou Jacaré.

As urnas eletrônicas têm que chegar aos 62 municípios do AM, seja de lancha ou helicóptero MOARA CABRAL Equipe EM TEMPO

A

s eleições municipais somente vão acontecer dentro de seis meses, no dia 7 de outubro, mas a preparação do pleito está a todo vapor no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que estima um custo de R$ 8 milhões, investidos na estrutura e organização do processo eleitoral em todo o Estado, segundo informou o diretor-geral Pedro Batista. Ele acredita que esses valores ainda podem aumentar para R$ 12 milhões, caso a seca dos rios cheguem ao nível de 2010 e deixar muitas cidades do interior com dificuldades no acesso. Se isso acontecer, em vez das urnas chegarem de lanchas, o tribunal terá que se utilizar de helicópteros para transportar as urnas até os municípios afetados com a estiagem. “Não importa o que aconteça. As urnas têm de che-

gar a todas as sessões nas 72 zonas eleitorais (13 na capital e 59 no interior). Então, precisamos dispor de um recurso maior nesse tipo de situação”, destacou. Ele informou que entre 40% a 50% do orçamento das elei-

PREPARATIVOS

As eleições acontecem em 7 de outubro, mas os preparativos estão a todo vapor no TRE. Um dos principais problemas que o órgão enfrenta, neste período, é a seca que assola o interior do Estado ções é gasto com a logística dessas urnas eletrônicas, principalmente quando se tratar de comunidades rurais longíquas, como as do município Atalaia do Norte. Mas a estrutura vai além dos equipamentos. O TRE pre-

cisa contratar uma empresa que vai fazer todo esse trabalho de logística, tanto de material como de pessoal, e contratar também técnicos de transmissão de dados, que serão responsáveis por fazer a transmissão via satélite os resultados das urnas. O quadro de funcionários do TRE, que hoje soma cerca de 400 servidores, deve chegar a mais de 2 mil, contando com os juízes e promotores eleitorais, técnicos de transmissão de dados, de urnas e mesários. Apesar do alto custo das eleições de 2012, Pedro disse que as eleições municipais costumam ser mais “baratas” que as estaduais, pois mesmo que haja segundo turno no pleito municipal, fato que ocorre somente na capital, o processo tem que ser refeito só em Manaus. “Nas eleições gerais, quando ocorre segundo turno, o processo acontece de novo em todo o Estado”, explicou o diretor.

Força nacional pode ser acionada Pedro explicou que em todas as eleições, via de regra, os municípios solicitam força militar para resguardar o bom andamento do pleito. Mas, dentre as 62 cidades amazonenses, 13 costumam pedir, além da policiamento militar o auxílio de força federal, a exemplo de Boca do Acre, Alvarães, Coari, Tefé, Novo Airão, Iranduba e Tapauá. “Esse municípios em todas as eleições pedem a apoio das forças federais, porque possuem histórico de violência no período mais próximo dos pleitos”, afirmou. Ele revelou que essas so-

licitações são compiladas pelo TRE, que abre processo administrativo e a corte eleitoral precisa deliberar e enviar esses pedidos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para que sejam homologados. “É uma decisão que envolve tanto o regional como o TSE, que se não homologar o pedido, a força federal não vai para o município requerente”, disse. Fiscalização Uma comissão de juízes para fiscalizar as propagandas eleitorais está sendo criada no âmbito do TRE, que deve atuar em parceria com

as polícias Federal e Civil. Três juízes titulares foram escolhidos: Naira Neila Batista Norte (62ª Zona Eleitoral), Alexandre Henrique Araújo (40ª zona) e Margareth Rose Cruz Hoagem (59ª Zona Eleitoral). O trio vai atuar somente a partir da autorização da propaganda gratuita eleitoral, em agosto. “A Justiça age por provocação e quando for liberada a propaganda, os próprios candidatos estarão atentos às falhas de seus adversários”, disse. Uma comissão auxiliar também está sendo formada para fiscalizar o pleito.


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