Semmais 30 novembro 2019

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PRÓXIMA SEMANA

Edição Semmais Alentejo

Região

Diretor Raul Tavares

Semanário Região de Setúbal

Edição n.º 1061 9.ª série

DISTRIBUÍDO COM O

Sábado 30 novembro

2019

SOCIEDADE

Casos de HIV e SIDA descem na região, mas continuam acima da média nacional

Enfermeiros na região são apenas 60% do desejado pág. 6

POLÍTICA

Negócio de Braamcamp avança com a abstenção do PSD pág. 10

NEGÓCIOS

94 novos casos de infeção pelo vírus HIV colocam Setúbal entre os distritos com maior taxa de incidência por cada cem mil habitantes. A média nacional é superior a 9 casos, enquanto a região ainda ultrapassa os 11 pág. 2

João Galamba sugere outro uso para a Central de Sines pág. 11

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ABERTURA

INCIDÊNCIA É DE 11.2 CASOS POR 100 MIL HABITANTES NO DISTRITO

Infeções por HIV e Sida continuam a diminuir na região Os concelhos de Almada e Seixal ainda apresentam valores de infeções por HIV e Sida elevados e preocupantes. Mas, no geral, a taxa de incidência da doença no distrito continua a descer. No ano passado, houve registo de 94 casos na região. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM GETTY IMAGES Almada e Seixal são os concelhos do distrito com valores mais elevados e preocupantes, situando-se entre os vinte primeiros concelhos nacionais onde a taxa de incidência de infeção pelo HIV é bastante superior à média nacional. No ano passado registaram-se 973 novos casos de infeção a nível nacional, sendo que quase metade deles foram identificados na Área Metropolitana de Lisboa com o distrito de Setúbal a contabilizar 94 casos. Ainda que os números indiquem que a região continua a ser a terceira do país ao nível de novos casos de infeção e também em casos de SIDA, a verdade é que os valores têm descido de forma continuada ao longo dos últimos anos fruto de uma maior informação e consciencialização das populações de risco. O relatório elaborado pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e pela Direção Geral de Saúde dá conta dos dados obtidos até 30 de julho deste ano com base em testes realizados durante o ano de 2018. Segundo esses dados a taxa de incidência do vírus HIV é de 9,5 casos por cada 100 mil habitantes, valores conside-

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ravelmente abaixo da taxa do distrito de Setúbal que é de 11,2. Os números da Área Metropolitana são ainda mais elevados, situando-se acima dos 16. O documento analisa no ano de 2018 o número de pessoas infetadas com o vírus e os casos de diagnóstico de SIDA em igual período. Dados que deixam, uma vez mais, quer a AML quer o distrito no topo da tabela. A área metropolitana é aquela onde se verificaram geograficamente mais casos de SIDA a nível nacional e o distrito continua a ser o terceiro deste ranking. Em 2018, o distrito contabilizou 34 novos doentes com o Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, dos 227 casos registados a nível nacional, o que significa 15 por cento da média dos casos em território português. Evolução descendente, mas ainda assim preocupante A análise apresentada esta semana refere-se aos números existentes desde o ano de 1983, altura em que surgiram os primeiros casos diagnosticados. O final da década de 90 é o perío-

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SIDA - Novos casos

HIV - Novos casos

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1426 1428

1235 973

376

333

362

277

704

227

6895

66 460

688

34

Setúbal

33

41

38

34

Portugal

do em que se observaram mais casos em Portugal, com números médios superiores a três mil novos casos por ano. A partir de 2001, os novos casos têm sido em cada vez menor número e, pela primeira vez em 2018, descem abaixo dos mil, com uma taxa de incidência inferior a 10 por cada cem mil habitantes. A mudança dos grupos de risco também é notória em relação aos primeiros anos de identificação da doença. Inicialmente a grande maioria dos casos registava-se entre toxicodependentes, nomeadamente os utilizadores de drogas injetáveis, e os homossexuais do sexo masculino. Atualmente, os homossexuais homens continuam a ser a maior fatia de casos, mas há um aumento substancial entre os homens heterossexuais. Os dois grupos representam mais de 80 por cento dos casos registados no último ano, enquanto os toxicodependentes são cerca de 15%. De entre os grupos de risco, os homens com idades entre os 39 e os 60 anos são aqueles em que a taxa de infeção é mais alta. A realização de cada vez maior número de testes de diagnóstico e de rastreio, fruto das várias

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136

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123

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Setúbal

campanhas realizadas para alertar para o facto de que uma mais rápida identificação da doença e num estágio inicial, podem permitir uma vida mais ou menos normal aos portadores do vírus, têm contribuído também para a redução do número de casos. No ano passado realizaram-se mais de 257 mil testes de HIV, ainda assim isso não reflete que a doença seja identificada precocemente. Almada e Seixal entre os 20 concelhos mais afetados Entre os anos de 2014 e 2018, em Almada e no Seixal registaram-se 332 novos casos dos 565 detetados no distrito, colocando os dois concelhos do arco ribeirinho entre os vinte mais afetados do país. Almada é o 12º concelho com maior incidência, num total de 181 casos, com uma taxa de

AML

Portugal

21,4 casos por cada cem mil habitantes, enquanto no Seixal, os 151 casos detetados representam um valor de 18,3. Em contrapartida, nos concelhos do Litoral Alentejano a taxa de incidência é relativamente baixa, tendo no ano de 2018 registado apenas dois casos de infeção pelo vírus HIV. No que se refere a mortes por infeções relacionadas com SIDA e HIV, o distrito de Setúbal mantem-se também no topo da tabela, registando uma percentagem significativa das 354 mortes que ocorreram a nível nacional. A Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a área mais atingida, a par do Algarve, e a taxa de mortalidade observada em Portugal é muito superior à observada na União Europeia, à semelhança do que acontece para a taxa de novos diagnósticos de infeção e de SIDA.

ERRATA Na última edição do Semmais, na notícia da página 4, referente à candidatura de Jaime Martins e Ana Luísa Lourenço à Ordem dos Advogados, com o título “Bastonário da Ordem dos Advogados é eleito este mês”, atribuímos, erradamente, a Ana Luísa Lourenço, o sobrenome “Albuquerque”. Pelo lapso, e pelos constrangimentos que possa ter causado à interlocutora, o Semmais apresenta as suas desculpas a Ana Luísa Lourenço.


SOCIEDADE

“Roteiros 2019. Desafiar o Futuro” em Grândola O Cineteatro Grandolense, em Grândola, acolhe, na segunda feira às 15h, a conferência “Roteiros 2019. Desafiar o Futuro”. Uma iniciativa a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo em parceria com a CIMAL e em con-

EDITORIAL RAUL TAVARES DIRETOR

Joacine e a oportunidade perdida A DEPUTADA Joacine Katar Moreira, eleita pelo Livre está a prestar um péssimo serviço ao esforço que o país político tem empreendido a favor de todo o tipo de igualdade, matéria que, no que diz respeito a Portugal, tem sido desenvolvida legislação muito significativa. Simpatizava até com a pessoa em causa, embora a sua dificuldade com a gaguez – mais ou menos evidente, conforme os palcos, pelo que se vê em vídeos repetidos nas redes sociais – não me passasse ao lado. Sentia esforço, algo desumano, e considerava não muito adequado às lides parlamentares. Mas parecia ser “uma lança em África”. Joacine emproa-se, é truculenta, menos inteligente do que parecia ser, tem laivos de xenofobismo e acicata mentes e minorias, que já de si, têm muitos obstáculos sociais a vencer. Nem o seu partido parece já tolerar a deputada e, antevejo, uma antipatia geral contra a sua forma de estar e o seu comportamento público. É lamentável e triste. Julgo que a Joacine está a perder uma grande oportunidade, oferecida de bandeja pelos eleitores que, mais uma vez, mostraram a sua capacidade de entender os tempos e a maturidade de trazer à AR vozes e ideias diferentes. Mesmo que isso tenha custado a entrada de uma direita populista que não se sabe ainda como vai progredir na nossa cena política. A deputada (ainda) do Livre tem duas hipóteses. Ou faz um ato de contrição e assume com responsabilidade, humildade e tolerância os ditames da nossa democracia e as regras do Estado de direito, ou sai de cena. Assim, com este comportamento de estrela e de abuso, parece apenas haver uma certeza: Será muito difícil uma segunda eleição.

junto com as restantes Comunidades Intermunicipais do Alentejo e da Lezíria do Tejo. Uma conferência cujo objetivo é debater os desafios que se colocam à região, abordando os grandes temas de desenvolvimento do Alentejo.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA VITIMOU TRÊS MULHERES, UM HOMEM E UMA CRIANÇA

Setúbal está no topo da tabela dos crimes passionais O distrito ocupa a terceira posição no ranking nacional de vítimas de violência doméstica. O flagelo já fez cinco mortes este ano na região. TEXTO MARTA DAVID IMAGEM DR 33 pessoas morreram este ano vítimas de violência doméstica. No distrito de Setúbal foram cinco as vítimas, três mulheres, um homem e uma criança de dois anos. Números que deixam o distrito de Setúbal no terceiro lugar de uma lista que ninguém quer encabeçar quer no último ano quer numa análise temporal mais alargada. Em 15 anos foram assassinadas 54 mulheres no distrito. Regra geral, o homicida é alguém com quem a vítima manteve ou mantém uma relação afetiva e, na maior parte das vezes, é o final dessa relação que despoleta as ações de violência. Apesar das várias campanhas levadas a cabo pelas autoridades e de, cada vez mais, o assunto ser abordado na comunicação social, a verdade é que nem sempre a uma queixa apresentada por uma vítima se segue uma atuação rápida e eficaz das forças policiais e judiciais. Não raras vezes, a vítima é confrontada com o agressor por ausência de medidas de preservação da integridade. Outro dos problemas identificados prende-se com a existência de decisões contraditórias entre os tribunais de família e menores e os tribunais criminais, com os primeiros a atribuir regulação de responsabilidades parentais a agressores. Uma situação para a qual o Governo está a tentar encontrar solução, atribuindo aos juízes de instrução criminal a possibilidade de decretar medidas de responsabilidade parental, ainda que provisórias, sempre que decidem medidas de coação a aplicar ao alegado agressor. Segundo o relatório anual de segurança interna de 2018, registaram-se em Portugal 110 homícidios voluntários, sendo 39 em

973 agressores estão em prisão efetiva. Em 15 anos 54 mulheres pereceram às mãos dos agressores

Quem são as vítimas de 2019? O ano começou praticamente com a morte de Vera Silva, de 30 anos, de Almada. Foi agredida a soco e pontapé sem recurso a arma ou objeto por parte do ex-companheiro. Ainda tentou pedir ajuda arrastando-se para fora de casa, mas acabaria por falecer já no hospital por falência do baço. O agressor está em prisão preventiva. Em Fevereiro, a morte de Maria Helena Cabrita, de 57 anos, e da neta Lara, de dois,

chocou o país. No Seixal, Pedro Henriques, pai da Lara, esfaqueou a sogra e, posteriormente, matou a filha asfixiando-a e deixando-a dentro da mala do carro. Acabou por se suicidar de seguida. Violante Raposo, de 77 anos, foi baleada, em Setúbal, no final de agosto. Doente e com graves sinais de demência, a antiga professora já tentara suicidar-se por várias vezes. O marido, cuidador, evitou que o fizesse saltando de uma janela, mas acabaria por ser

ele a matá-la, a tiro, tendo-se suicidado em seguida. Bruno Caril, de 27 anos, foi um dos oito homens mortos. A 11 de novembro foi esfaqueado pela companheira, de 54 anos, na Moita, e queimado com óleo a ferver. Apesar de alegar que era vítima de violência doméstica, a autora do crime levantou fortes suspeitas que levaram as autoridades a considerar que premeditara o crime. Encontra-se em prisão preventiva.

contexto de violência doméstica.

ro que em setembro deste ano ascendia já a 215. Em termos de penas de prisão efetiva, em 2018 contavam-se 820 presos efetivos, este ano são já 973. Para o aumento das detenções, em muito contribuiu o aumento das respostas efetivas existentes. Atualmente existem

44 casas abrigo espalhadas por todo o país e que podem receber mulheres e crianças vítimas de violência. Para além disso existem 26 locais de acolhimento e mais de centena e meia de estruturas de atendimento que podem acompanhar e apoiar quem procura ajuda.

Mais crimes e mais detenções Dados relativos aos meses de setembro, indicam que o ano passado eram 112 os presos preventivos por alegado crime de violência doméstica, um núme-

/ Ficha Técnica Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, José Bento Amaro, Marta David / Coordenação Comercial Cristina Almeida / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas | EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição VASP e Maiscom, Lda / Propriedade e Editor Maiscom Edição e Publicações, Unipessoal, Lda; NIPC 513 409 246 / Capital Social Raul Manuel Tavares Pereira (100%) / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 20.000 (média semanal) / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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SOCIEDADE

JORNADAS JUNTARAM 250 PESSOAS NO AUDITÓRIO MUNICIPAL

A partir de janeiro mais famílias carenciadas recebem ajuda alimentar

Prevenção da Diabetes em debate no Barreiro VI Jornadas da Diabetes juntaram profissionais de unidades de saúde de Lisboa, Almada, Litoral Alentejano, Leiria e Évora. TEXTO ELOÍSA SILVA O Centro Hospitalar do Barreiro Montijo, único equipamento do distrito de Setúbal com um Centro Colocador de Sistemas de Perfusão Contínua de Insulina, promoveu este mês as 6.ªs Jornadas do dia Mundial da Diabetes, em parceria com o Agrupamento de Centros de Saúde do Arco Ribeirinho. A iniciativa, organizada pela Unidade Coordenadora Funcional da Diabetes e pela Academia da Diabetes do Barreiro, juntou no Auditório Augusto Cabrita 250 profissionais de várias unidades de saúde do país. Uma forma, admite a presidente das jornadas, Paula Pona, de “reforçar que

Organização das Jornadas evidencia a importância de todos os profissionais que lidam com o doente

médicos, enfermeiros e nutricionistas têm a mesma importância no tratamento e prevenção da doença”. “Particularmente a diabetes tipo 2 tem uma grande prevalência na região, e todos podemos, juntos, contribuir para uma maior consciencialização, relativamente às medidas de prevenção e ao cumprimento das terapias prescritas”, enalteceu ao Semmais Paula Pona, enquanto se congratulava pelo “sucesso” da iniciativa

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que é uma “mais valia para nós, para o doente e para as famílias”. Durante as jornadas, precedidas de dois cursos sobre “Insulinoterapia” e “Contagem dos Hidratos de Carbono na alimentação”, foram abordadas, entre outras, as “novidades que cruzam a Cardiologia e os fármacos recém-descobertos para o tratamento da Diabetes, e o papel da autoimunidade e da sua terapêutica na etiologia e descontrolo da Diabetes Mellitus”. PUBLICIDADE

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Uma parceria com o Centro Cultural e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara de Setúbal, que cedem uma parcela de espaço, vai permitir à Refood Setúbal levar por diante os seus propósitos de combate ao desperdício alimentar em paralelo com o alívio à pobreza, já a partir de Janeiro. Para Filipa Bento, Gestora de Voluntários da Refood Setúbal, esta parceria “é o empurrão que necessitávamos e que há tanto tempo procurávamos. É um novo fôlego que vai gerar mais voluntários, mais parcerias e mais ajuda”. As instalações, próximas ao bairro da Bela Vista, vão permitir ajudar as comunidades vizinhas, nomeadamente o próprio bairro, o Bairro Santos Nicolau e a Camarinha. No entanto, a ajuda pode chegar mais longe. “Não fechamos a porta a pessoas/famílias carenciadas de outros locais na cidade, se puderem deslocar-se até nós”. O novo espaço vai permitir à Refood passar da “Ope-

ração Pão e Bolos”, em que os excedentes alimentares de pastelarias e cafés parceiros são entregues diretamente às instituições beneficiárias, para a criação de um núcleo com um Centro de Operações que possibilita o armazenamento devido dos alimentos. Ainda assim, o ideal seria ter um espaço com cerca de 80 metros quadrados, água e luz. O fundador da Refood, Hunter Halder, estima que, face às carências de Setúbal, seriam necessários três ou quatro núcleos para servir os vários bairros da cidade. Para já, e a partir de janeiro, o núcleo existente começa a trabalhar tendo já marcada uma “Reunião Sementeira” para captar novos voluntários e definir os passos a dar. Neste momento “procuram-se também novos parceiros que possam contribuir com excedentes alimentares”. Quem quiser ser voluntário Refood pode inscrever-se através do endereço vol.refood.setubal.@gmail.com.



SOCIEDADE

ENFERMEIROS NOS HOSPITAIS DE SETÚBAL SÃO APENAS 60 POR CENTO DO DESEJADO

Corrida às urgências pode triplicar O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses alerta para o perigo de rutura, sobretudo no inverno, com o substancial aumento do número de doentes. Há urgências que, por vezes, têm 300 por cento de utentes a mais. TEXTO JOSÉ B. AMARO IMAGEM DR Os quatro hospitais do distrito de Setúbal integrados na Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa estão a trabalhar com menos 40 por cento dos enfermeiros estimados para que o serviço decorra de forma considerada ótima. A constatação é do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que alerta ainda para o facto

A capacidade de resposta de algumas urgências dos hospitais públicos nacionais chega a ser ultrapassada em 300 por cento. O setor privado continua a ‘roubar’ profissionais ao SNS

de as urgências dessas unidades estarem sobrelotadas, por vezes a 300 por cento. Em declarações ao Semmmais, a delegada sindical Zoraima Prado alertou para o facto de os hospitais de Santiago do Outão, São Bernardo, Garcia de Orta (Almada) e Barreiro/Montijo, terem falta de pessoal de enfermagem em consequência da debandada para o setor privado e, tal como já sucede há vários anos,

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ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA CONVOCATÓRIA Nos termos do disposto nos artigos 45º, nº 2. e 49ª alínea d), do Código Cooperativo, e no artigo 20º, nº 2, dos Estatutos, convoco a Assembleia Geral da SOCRABINE – Cooperativa dos Camionistas Fornecedores de Materiais de Construção de Responsabilidade Limitada, para reunir, em sessão ordinária, na nova sede sita na Estrada Nacional 10 em Coina, no dia 18 de Dezembro de 2019 ( Quarta-feira), pelas 19 horas, com a seguinte ORDEM DE TRABALHOS 1º - Apreciar, discutir e votar o orçamento e o plano de atividades para o exercício de 2020; 2º - Informações. Nota: Se, à hora marcada para a reunião, não estiver presente mais de metade dos cooperadores com direito de voto ou seus representantes devidamente credenciados, a Assembleia reunirá, com qualquer número de cooperadores, às 19h 30m do mesmo dia, no mesmo local, em conformidade com o disposto no artigo 22º, nº 3, dos Estatutos. Palhais, 21 de Novembro de 2019 O Presidente da Mesa da Assembleia Geral Francisco Simões Mateus

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para o estrangeiro. “A falta de enfermeiros é real. Acontece porque as condições que o Estado oferece são deficitárias, seja para quem ingressa agora na profissão, seja para os que já a exercem há 20 ou mais anos e mesmo assim não são contemplados com uma progressão condigna na carreira”, adiantou a sindicalista. Zoraima Prado explicou que um enfermeiro acabado de formar, caso trabalhe apenas as 35 horas semanais estipuladas legalmente, não chega a receber no final do mês, já com os descontos efetuados, mais de 1000 euros. “O baixo vencimento aliado à desmotivação e até à degradação das condições de trabalho são fatores decisivos para que muitos procurem ingressar no privado, deixando o setor público da Saúde cada vez mais fragilizado”, afirmou. Falta de progressão na carreira iguala vencimento dos profissionais A mesma responsável disse ainda que mesmo os enfermeiros mais antigos, por nunca terem sido contemplados com fatores de progressão na carreira defendidos pelo sindicato, acabam por auferir vencimentos idênticos a quem está no

início da atividade. “Há casos de enfermeiros com 25 anos de profissão que ganham tanto como os que agora começam a trabalhar”. A sindicalista referiu depois que, a juntar à falta de pessoal, existe outro aspeto que pode levar à rutura dos hospitais do distrito de Setúbal integrados na ARS de Lisboa. “Esta região (Setúbal) tem uma grande densidade populacional, sendo que o número de idosos é muito significativo, pelo que é cada vez mais frequente, sobretudo no inverno, o recurso aos serviços de urgência dos hospitais. Por vezes, nos hospitais públicos, as urgências têm utentes que são 100, 200 e 300 por cento acima da capacidade”, disse. Zoraima Prado explicou ainda que, apesar das “deserções” para o setor privado e da crescente emigração (Inglaterra e Irlanda são alguns dos destinos preferidos pelos jovens enfermeiros), não é nos hospitais públicos que se notam mais carências de pessoal especializado no decurso de intervenções cirúrgicas (isto depois de, no início da semana que agora terminou, terem sido denunciadas a realização de duas intervenções cirúrgicas no Hospital de Santiago do Outão sem a presença de enfermeiros).

Dois dos óbitos de grávidas aconteceram no Garcia de Orta A ministra da Saúde afirmou ontem, 29 de novembro, que a “morte de 17 mulheres durante a gravidez, parto e pós-parto, em 2018, está já a ser investigada”. Segundo o portal do Serviço Nacional de Saúde, estão registados nos hospitais públicos oito óbitos, dois dos quais no Garcia de Orta, em Almada. No total, no ano passado, 17 mulheres faleceram durante a gravidez, um número que representa um aumento de quase 100% comparativamente com 2017, em que se verificaram nove vítimas. “Estamos muito preocupados e atentos à situação. A Direção-Geral de Saúde (DGS) tem estado a fazer uma análise cuidadosa, que envolve uma metodologia que passa pela deslocação de uma equipa a cada um dos hospitais onde se verificaram os óbitos de 2017 e 2018. Isto

tem estado a ser feito e será concluído em relação aos 17 casos de 2018 no próximo dia 6 de dezembro”, disse Marta Temido no final da sessão de abertura do 11º Encontro das Unidades de Saúde Familiares, realizada na Cooperativa de Ensino Superior Egas Moniz, no Monte da Caparica, Almada.


SOCIEDADE

CORTICEIRA AMORIM QUER CONTRIBUIR PARA A EXPANSÃO DAS FLORESTAS DE SOBRO

Mais de dois mil sobreiros plantados em Herdade de Alcácer do Sal Cem voluntários e um dia foi quanto bastou para serem plantados na Herdade Castelo de Arez, em Alcácer do Sal, mais de dois mil sobreiros. A iniciativa, promovida pela Corticeira Amorim, insere-se no projeto Green Cork, da Quercus, do qual a empresa é parceira desde a fundação. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR A Herdade Castelo de Arez, propriedade da Santa Casa da Misericórdia de Alcácer do Sal, conta, desde o fim-de-semana passado, com mais dois mil sobreiros no seu território. A ação de plantação inseriu-se numa campanha da Quercus, associada ao Green Cork, da qual a Corticeira Amorim é parceira desde a sua génese, que já possibilitou a plantação de mais de 22 mil árvores autóctones em Portugal. A maior empresa mundial de produtos de cortiça, e a mais internacional das empresas portuguesas, tem apostado na plantação desta espécie autóctone em vários pontos da região alentejana e, para isso, conta, desde 2011, com a colaboração de “mais de 100 funcionários que se voluntariam para o projeto”. O intuito, disse ao Semmais Cristina Amorim, administradora da CASGPS, é “dispersar as árvores ao longo do território”, particularmente o sobreiro, “elemento fundamental para o ecossistema da região do Alentejo, que infelizmente, e graças à ação humana, tem perdido uma parte significativa da sua biodiversidade”. A cidade de Alcácer do Sal foi o local escolhido neste ano de 2019, “uma região icónica, tendo em conta que tem procurado

Corticeira Amorim valoriza que Alcácer do Sal procure colmatar as pressões da atividade económica exercida um pouco por todo o concelho

colmatar as pressões resultantes das atividades económicas exercidas sobre o município”, sublinha Cristina Amorim. A administradora da CASGPS acredita que, com esta iniciativa “assegura-se a expansão das florestas de sobro, que desempenham funções importantes na conservação do solo, na regularização do ciclo hidrológico, na qualidade da água, na produ-

ção de oxigénio e no sequestro de CO2”. Mas não só. “A nossa intenção é, também, contribuir para o bem-estar da comunidade. Isto enquanto ator social importante na região”. Empresa reconhece e valoriza voluntários A Corticeira Amorim constata “com indisfarçável agrado”

Magia do Natal invade espaços públicos do distrito A Aldeia Natal do Seixal, a Pista de Gelo do Barreiro e o Christmas Fest de Setúbal prometem atrair e cativar miúdos e graúdos para um natal ainda mais colorido, feliz, alegre e solidário. A Aldeia Natal do Seixal só fechará portas a 29 de dezembro. Até lá, entre as 09h00 e as 22h00 (dependendo dos dias da semana, fechará mais cedo) todos são convidados a visitar a casa do Pai Natal, o ateliê mágico dos duendes, a viajar no carrossel de Natal parisiense, a divertir-se no baloiço de Natal e na pista de gelo natural. Ao longo da Avenida D. Nun’Álvares Pereira, nas casinhas do Mercado de Natal, haverá artesanato e gastronomia, e também o palco onde atuam vários grupos do concelho. Andar no comboio de Natal é uma boa oportunidade para passear pelo espaço e ver a iluminação da época.

E um comboio de natal é, precisamente, a novidade deste ano do Setúbal Christmas Fest. Os passeios, para apreciar as iluminações natalícias e conhecer o espírito natalício que invade as ruas da cidade, começam e terminam na Casa da Baía ou no Parque do Bonfim. Uma novidade que será custeada pelos utilizadores. Crianças dos 5 aos 11 anos pagam três euros, acima dessa faixa etária o valor sobe para os cinco euros. Ao habitual Mercado de Natal, que conta com quatro dezenas de casinhas de comércio de artesanato e produtos de gastronomia da região, junta-se este ano a Feira Popular, no largo José Afonso. A feira estará aberta até dia 6 de janeiro e dispõe de diversões para toda a família. Animação natalícia também não falta no Barreiro. Além do Mercado de Natal, no largo do

mercado 1.º de Maio, onde foi instalada a casa do Pai Natal, há ateliers, oficinas de artes e espetáculos para os mais pequenos, com destaque para “Super Wings”, na Casa da Cultura da Baía do Tejo. No Parque da Cidade mostram-se os dotes artísticos e de equilíbrio na Pista de Gelo Solidária, cujas verbas arrecadadas, com cada volta de patins em linha, revertem para associações do concelho. Até 25 de dezembro é possível apreciar as montras dos estabelecimentos comerciais e serviços do Concelho, que integram o XVIII Concurso de Montras de Natal, e há atividades desportivas para os mais destemidos. O tradicional Passeio Noturno São Silvestre, a 12ª Taça de Natal de Ginástica e a 7ª Caminhada Treino Solidário de Natal acontecem este mês. ES

o crescente empenho que ano após ano todos os seus colaboradores colocam neste projeto de promoção de um futuro mais sustentável. “Os nossos colaboradores, provenientes de todos os pontos do território nacional, são, pois, os atores principais desta ação. Sem o seu trabalho voluntário, a sua imensa disponibilidade e inestimável preocupação social, o projeto certa-

mente seria inviável”. Cristina Amorim destaca que “as pessoas que trabalham na Corticeira Amorim representam a face visível da nossa empresa no seu firme compromisso com a sustentabilidade. Pois nesta luta pela defesa ambiental não chegará apenas ter boas ideias. Mais do que isso: é preciso ter pessoas com capacidade de atuação”. Neste contexto, acrescenta, “a Corticeira Amorim tem nos seus colaboradores esta força motriz. Alavanca traduzida quer no dia a dia da empresa, quer em iniciativas como esta que demonstram o compromisso de todos com a proteção do meio ambiente. Uma missão de hoje com o futuro no horizonte”. Além desta parceria a Corticeira Amorim e a Quercus estão juntas noutra ação de sensibilização ambiental, que inclui, também, a Missão Continente. Os três parceiros voltaram a lançar este ano uma campanha de recolha de rolhas, com a qual pretendem incentivar a reciclagem da cortiça e contribuir para a reflorestação em Portugal. Cristina Amorim evidencia que “já foram distribuídas 500.000 “rolhinhas” pelos clientes das lojas Continente, numa iniciativa que já permitiu a recolha de cerca de 84 milhões de rolhas, desde 2008”.

Olaria de Melides transformada em atrativo turístico de utilidade pedagógica A câmara de Grândola vai investir 300 mil euros na recuperação, requalificação e ampliação do edifício onde funcionava a Olaria de Melides. Em declarações à Lusa, o Edil Figueira Mendes explicou que o objetivo é preservar o edifício “como memória da arte da olaria de Melides”, mas transformá-lo “num instrumento turístico e num espaço pedagógico para as crianças das escolas do concelho”. Apesar de existirem muitas olarias em Melides “esta, que já foi adquirida pela autarquia, é a mais interessante do ponto de vista arquitetónico”, reconhece o presidente da câmara que pretende com esta intervenção “preservar, recuperar e valorizar uma

importante atividade” deste concelho do litoral alentejano. A obra, que vai ser candidatada a financiamento comunitário, inclui a reconstrução do edifício que “já estava muito degradado”, a construção de uma nova estrutura e a transformação do espaço envolvente “numa zona de lazer e de recreio com vista para a várzea” de Melides. No futuro a autarquia espera poder usar o espaço para implementar um “museu interativo” com a instalação de equipamento para “recriar a última olaria” de um importante centro oleiro que existiu em Melides, cuja produção remonta ao século XVII. ES

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LOCAL

Luís Represas canta no Forum de Alcochete

Sesimbra assinala Dia do Voluntário

Com uma carreira repleta de muitos êxitos, o conhecido cantor português Luís Represas, que fez parte dos Trovante, encetou carreira a solo no ano de 1992 e depois de se apresentar em Alcochete nas

Para assinalar o Dia do Voluntário, o município e a Junta do Castelo promovem, a 4 de dezembro, às 14h30, no Lugar da Terra, no Zambujal, o projeto “Construir Pontes”.

comemorações do 25 de Abril sobe agora ao palco do Fórum Cultural de Alcochete para um concerto memorável. Este sábado, a partir das 21h30. Ingressos a 10 euros.

Visa “envolver voluntários na confeção de capas para as incubadoras dos bebes prematuros que se encontram internados nas unidades neonatais dos hospitais que manifestaram essa necessidade”.

MONTIJO IMPLEMENTA ORÇAMENTO PARTICIPATIVO NO ENSINO

MUSEU VAI INTEGRAR REDE NACIONAL

“Proposta de extrema importância na vivência das nossas escolas”

Moita recupera palacete de Alhos Vedros

Apoiar as escolas do pré-escolar e do 1.º ciclo no desenvolvimento e implementação das suas estratégias de educação para a cidadania é a meta da nova ferramenta da autarquia do Montijo.

O Orçamento Participativo nas Escolas do Município arranca este ano letivo

Dos 3 aos 10 anos, todas as crianças, que frequentem as escolas do pré-escolar e 1.º ciclo vão ter oportunidade de transmitir as suas ideias no Orçamento Participativo das Escolas do Município 2019/2020. Trata-se de “mais um contributo da Câmara Municipal para apoiar as escolas no desenvolvimento e implementação das suas estraté-

gias de educação para a cidadania”. A iniciativa começa já este ano letivo, mas terá continuidade, em cada ano letivo, em todos os estabelecimentos de educação/ensino pré-escolares e do 1.º ciclo do ensino básico do concelho uma vez que estes abrangem o leque de competências da autarquia e que os outros graus de ensino já têm orça-

Setúbal inaugura obras de milhões

Alcácer cria estacionamentos

As obras de requalificação dos bairros dos Pescadores e Grito do Povo são inauguradas no dia 7, às 15 horas, em cerimónia que inclui uma caminhada com animação cultural. A obra representa um investimento superior a 2 milhões de euros e foi financiada a 50 por cento pelo PEDU, no âmbito do Portugal 2020. A intervenção realizada nestes bairros permitiu a criação de zonas de lazer, de estadia e de circulação, assim como áreas de enquadramento, incluindo espaços verdes, que contribuem para “uma maior versatilidade de usos do espaço público e em condições favoráveis de maior conforto urbano”.

O município, com vista à criação de estacionamento, adquiriu à Caixa Agrícola, um terreno, adjacente à ponte metálica rodoviária, com uma área total de cerca de 10 mil metros quadrados, pela quantia de 60 mil euros. A compra do terreno, segundo o edil Vítor Proença, “faz parte de uma estratégia do executivo em implementar e dinamizar a cidade de duas margens, enriquecendo ambos os lados da cidade banhados pelo Sado”, fazendo com que a margem sul de Alcácer seja “uma alternativa em termos de estacionamento, dado que os problemas de estacionamento na margem norte são difíceis de contornar”.

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mento participativo por parte do Ministério da educação. O desenvolvimento e apresentação das propostas realizadas pelas crianças terá lugar até ao dia 14 de fevereiro. Depois de um período de divulgação e debate durante 10 dias, as mesmas, serão votadas a 12 de março do próximo ano. Em reunião de câmara, no passado dia 27, a vice-presidente Maria Clara Silva, responsável pela Educação afirmou que esta é “uma proposta de extrema importância na vivência das nossas escolas”, acrescentando que “a cidadania é das questões que melhor devem ser trabalhadas pelas escolas”. Maria Clara Silva afiançou que as normas deste Orçamento foram elaboradas “por grupo de trabalho do Conselho Municipal de Educação e por eu própria”. O documento teve em conta o “Perfil do aluno, à saída da escolaridade obrigatória”, disse a autarca.

FMM Sines na corrida aos prémios O Festival Músicas do Mundo de Sines está nomeado para os Iberian Festival Awards 2020, relativos às edições de 2019 dos festivais ibéricos. O FMM está nomeado nas seguintes categorias com votação do público: Melhor Grande Festival e Melhor Alinhamento. As votações decorrem até ao dia 7 de janeiro de 2020. Os concertos de Dino D’ Santiago, Ronda da Madrugada e Virgem Suta deste ano também estão nomeados e podem ser votados pelo público. O FMM Sines concorre também às categorias cujos vencedores serão escolhidos por um júri: Melhor Programa Cultural e Melhor Promoção Turística.

IMAGEM DOSSIER DE HISTÓRIA LOCAL

TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGENS DR

A degradação do palacete do Conde de Sampayo vai ser travada

Na última reunião pública, o município aprovou, por unanimidade, o projeto de execução referente à “Intervenção de Conservação e Restauro do Palacete do Conde de Sampayo – 1.ª fase”. Este projeto visa a intervenção faseada no edifício histórico, como “forma de travar o processo de deterioração em termos estruturais, na perspetiva da sua futura integração numa estrutura museológica municipal que o município pretende integrar na Rede Portuguesa de Museus”. Sendo o edifício contíguo ao

Barreiro homenageia dadores de sangue

“Esperança” é o nome da nova escultura que foi implantada na Av.ª Bento Gonçalves, em frente ao Grupo dos Dadores de Sangue. A escultura, da autoria de Camarro, presta homenagem aos Dadores de Sangue. Na cerimónia marcaram presença os presidentes do município, Frederico Rosa, e da Assembleia Municipal, André Pinotes Batista, o presidente da direção do Grupo dos Dadores de Sangue do Barreiro, Virgílio Lourenço, o autor, Camarro, entre outros.

Moinho de Maré de Alhos Vedros, a Câmara pretende ainda, com esta intervenção, “ampliar as valências multifuncionais deste último, de modo a que o conjunto edificado possa assumir-se como um polo dinamizador do Largo do Descarregador, fomentando uma utilização plena do espaço envolvente e criando, assim, um foco de interesse e atração da população”. Esta obra insere-se, igualmente, no Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, no domínio da regeneração urbana.

Almada celebra o Natal com vários eventos Almada celebra o Natal em dezembro com vários eventos especiais. Humor, música e animação marcam a programação do Feliz Almada. Miguel Esteves Cardoso, Gregório Duvivier, Miguel Araújo, Aldina Duarte, António Zambujo, Diogo Piçarra, Ana Bola, Eduardo Madeira, António Raminhos, Carolina Deslandes, Pedro Abrunhosa são alguns dos convidados do Feliz Almada. O programa inclui ainda os tradicionais Mercado de Natal Amigo da Terra e Natal no Solar, a iniciativa Do Natal aos Reis em Coro, a Rua dos Presépios, as divertidas Pista de Gelo e Carrossel, entre muitas outras iniciativas natalícias. De 7 a 22 de dezembro, é tempo de celebrar o Natal, no centro de Almada e em vários equipamentos municipais.


LOCAL

INTERVENÇÃO DE 40 MIL EUROS

Grândola coloca nova iluminação no parque desportivo

O executivo tem apostado na requalificação do parque desportivo

O município concluiu os trabalhos de reparação e de substituição de materiais nas torres de iluminação do parque desportivo, tornando estes equipamentos elétricos “mais eficientes”. A intervenção permitiu ainda dotar os aparelhos que iluminam o campo de futebol e rugby e a pista de atletismo com sistema de funcionamento automático com 5 possíveis níveis de iluminação. No pavilhão n.º 2, os aparelhos

de iluminação, de “difícil manutenção e com elevados consumos de energia”, foram substituídos por aparelhos LED mais eficientes e económicos e com sistema de regulação das luminárias. Esta obra, orçada em 40 mil euros, visa dotar este equipamento de “mais e melhores condições”. O investimento na requalificação do parque desportivo tem sido “prioridade” do executivo.

Palmela requalifica escola de Quinta do Anjo

A EB António Matos Fortuna, em Quinta do Anjo, foi alvo de requalificação com valor superior a 900 mil euros. Esta escola ficou com “mais e melhores condições” para prestar serviço de “qualidade” às 380 crianças que a frequentam, com valências de pré-escolar e de 1.º ciclo. Ganhou salas de aula do 1.º ciclo, sala multiusos para a educação pré-escolar, vestiários do pré-escolar, ginásio com balneários e arrumos, biblioteca ampliada, melhores espaços exteriores, sala de professores e sala de coordenação, instalações sanitárias e sala com copa para pessoal docente e não docente, arrecadações, refeitório ampliado e cozinha requalificada. Para o edil Álvaro Amaro, a concretização da obra “só faz sentido se for ao encontro das necessidades técnicas que existem na educação”.

Seixal reivindica parque de estacionamento gratuitos Já se encontra disponível online a petição “Parques de estacionamento gratuitos! Por mais e melhores transportes!”, que reivindica medidas que promovam a gratuitidade dos parques de estacionamento junto das estações da Fertagus e do terminal fluvial da Transtejo. O presidente do município seixalense, Joaquim Santos, reforça que ”esta petição vai ao encontro daquilo que tem sido defendido pela câmara municipal: mais e melhores transportes públicos para a população e estacionamentos gratuitos nas estações ferroviárias e fluvial”. Segundo a petição, “o concelho do Seixal tem vindo a ser con-

frontados ao longo dos anos com a existência de um total desaproveitamento dos espaços atribuídos aos parques de estacionamento nos quatro terminais intermodais do concelho”.

Santiago do Cacém aprova orçamento para 2020 O município aprovou por maioria, as Grandes Opções do Plano e Orçamento para 2020, na ordem dos 39,441 milhões de euros, o que corresponde, face a o ano anterior, a um crescimento de 10,5 por cento, ou seja mais 3,754 milhões de euros. O edil Álvaro Beijinha sublinha que o orçamento 2020 “inclui inves-

timentos muito significativos e que decorrem em simultâneo”. Algumas destas obras já se iniciaram, como é o caso do Br.º do Pinhal, em Santo André, e outras estão prestes a começar, nomeadamente a qualificação da Área de Acolhimento Empresarial, com um investimento de 2,372.837 euros.

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POLÍTICA

BE de Santiago prossegue jornada autárquica

PCP reúne com FIAR sobre o Apoio às Artes

Desde o passado dia 23 que a concelhia do Bloco de Esquerda, de Santiago do Cacém, tem estado a promover as suas “jornadas autárquicas” 2019. Este sábado a iniciativa vai chegar a Vila Nova de

O PCP reuniu esta semana com o FIAR, em Palmela. Em causa está a exclusão deste “importante” festival do concurso de Apoio às Artes para 2020. Os comunistas, sensíveis ao problema, agenda-

Santo André onde os eleitos visitarão os bairros do Pinhal, das Flores e do Pôr do Sol e, também, a Feira Anual da Aldeia, onde farão um contacto direto com a população.

ram para ontem, dia 29, um debate temático na Assembleia da República sobre os apoios às artes. Os resultados dos últimos concursos têm gerado “precariedade e instabilidade”.

PROCEDIMENTO E PEÇAS CONEXAS DO PROJETO APROVADOS POR MAIORIA

Abstenção viabiliza requalificação de Braamcamp Foram aprovados os procedimentos do projeto de requalificação da Quinta de Braamcamp. Ainda que defendam o projeto para o Barreiro, dois deputados do PSD abstiveram-se na votação e o terceiro votou contra, apesar de ser a favor. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Os deputados do Partido Social Democrata, na Assembleia Municipal do Barreiro, divergiram no sentido de voto e os procedimentos mais recentes, relativos ao projeto de requalificação da Quinta de Braamcamp, que vai

acolher um megaprojeto imobiliário, acabaram aprovados com 15 votos a favor (PS), 14 contra (CDU, BE, PAN e um do PSD) e duas abstenções (PSD). Vítor Castro Nunes, deputado do PSD, votou contra “o que esta-

Com 2 abstenções, 14 votos contra e 15 a favor Braamcamp avança

va em apreciação”, as peças escritas e desenhadas da hasta pública, e não contra a reabilitação em si, com recurso a investimento privado, à qual “é favorável”. Já Ana Xavier e Marco Binhã abstiveram-se, ancorados num argumento semelhante, admitindo ao Semmais que o projeto “é bom para o Barreiro”. “O nosso sentido de voto foi ao encontro da posição que já ti-

JOSÉ FERREIRA COSTA PÕE FIM A 40 ANOS DE VIDA AUTÁRQUICA

Vereador do SIM considera que esta foi “uma grande experiência de vida” A aventura política começou aos 32 anos, durante 18 desempenhou funções executivas na Câmara de Sines. Sai para dar oportunidade a Paulo Beliche, o número dois da sua lista, de ganhar experiência e, quem sabe, ser o cabeça de lista do SIM nas próximas autárquicas. José Ferreira Costa deixa de ser vereador da câmara de Sines a partir deste domingo, dia 1 de dezembro, e vai ser substituído por Paulo Beliche nos dois últimos anos que faltam de mandato. Sem funções executivas na atual gestão camarária, o vereador do SIM – Sines Interessa Mais, foi durante 40 anos um autarca ativo, ocupando vários cargos ao longo deste período, desde vereador a deputado e presidente da Assembleia Municipal. Em declarações ao Semmais, José Ferreira Costa, considera que o balanço “é de um grande enriquecimento pessoal”. Admite que começou sem qualquer experiência, numa altura em que quase ninguém a tinha, quando foi eleito nas primeiras autárquicas realizadas em 1976. Os anos, no entanto, deram-lhe os conhecimentos necessários e permitiram-lhe tomar decisões que “ajudaram a resolver mui-

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tos dos problemas da população, dando-lhe melhor qualidade de vida”. De 1976 a 2019 muita coisa mudou, inclusivamente as necessidades dos sineenses. Ferreira Costa acompanhou essa evolução. “No início os principais problemas prendiam-se com o abastecimento de água,

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fornecimento de energia, melhores acessos e habitação, mas nos últimos anos em que tive mandato executivo (2001/2015) as necessidades eram bem diferentes. Com exceção da habitação que se mantinha premente, os objetivos passaram por dar às populações melhor qualidade de vida, melhor ambiente, equipamentos culturais e desportivos”. Destas quatro décadas há um momento que destaca. Quando foi convidado para ser número dois de Manuel Coelho, em 1997, nas listas da CDU. “Foi empolgante pelo programa traçado e pela confiança que tinha no novo candidato. Fizeram-se grandes investimentos na habitação, na regeneração urbana, em centros escolares, em equipamentos culturais e desportivos, foram de facto novas realizações que me encheram de satisfação por poder participar na sua concretização”. MD

nha sido manifestada na câmara. Defendemos este projeto para o Barreiro. Achamos é que o procedimento precisa de algumas retificações. Há algumas deficiências na documentação, que achamos que devem ser revistas”, esclareceu Marco Binhã. No final da sessão da Assembleia Municipal foi aprovada uma recomendação para que a câmara possa “rever o que não está tão

claro”, acrescentou. Um dos aspetos que não é claro, pelo menos para o deputado Vítor Castro, é a inexistência de uma cláusula que salvaguarde a posição do município. O social democrata justificou que votou “contra os documentos, estando a favor da reabilitação, com recurso a investimento privado”. “Existem zonas de risco, entre o contrato de promessa de compra e venda e a escritura. Riscos que podem ter a ver com intervenção de pessoas que queiram impugnar, pareceres negativos, ou a eventual verificação de que há área sujeita ao domínio público hídrico”, enalteceu na sua declaração de voto. Para Vítor Castro “seria fácil inserir uma cláusula de salvaguarda que permita ao município saltar fora do negócio, devolvendo o sinal sem ter que o pagar, eventualmente, em dobro”. Sem comprovativos da capacidade financeira e técnica dos adjudicatários, para “não acabarmos com uma Verderena dois”, e por questões muito técnicas, Vítor Castro “sentiu-se” na obrigação de votar contra, “para que se reformulem os procedimentos”.

Embarcações e segurança de ancoradouros preocupa Os Verdes O Partido Ecologista “Os Verdes” entregou na Assembleia da República um documento onde questiona o governo sobre o facto do concurso para a aquisição e manutenção de navios que serviriam as empresas Transtejo e Soflusa ter ficado deserto. O concurso público previa a chegada de três novos navios para servir as ligações entre as duas margens do Tejo, em 2021, mas não houve nenhum concorrente. Face a esta situação, o partido quer saber “qual o novo calendário de aquisições” e para quando está prevista a chegada das primeiras embarcações. Outra das preocupações manifestadas pelo partido no documento entregue pela deputada Mariana Silva tem a ver com a segurança dos pontões de acostagem que em alguns casos apresentam “problemas estruturais e de segurança” para além do facto de alguns terem as licenças de utilização a expirar e outros estarem a funcionar com licenças provisórias. Seixal e Moita “barram” aeroporto no Montijo Os transportes marítimos não são, nesta altura, a única

preocupação dos Verdes. Também a questão do aeroporto do Montijo foi abordada, esta semana, pelo líder parlamentar d’Os Verdes, José Luís Ferreira, que, em declarações à Antena1 aludiu ao decreto lei 186/2007 para justificar que a hipótese Portela+1 no Montijo “não vai avançar” por haver autarquias contra o projeto. José Luís Ferreira refere-se às câmaras do Seixal e da Moita que já se posicionaram contra a alternativa Montijo e, por esse facto, o regulador não pode dar viabilidade ao projeto. “O regulador tem que fazer uma avaliação prévia de viabilidade de construção do aeroporto (para a posterior autorização) e há um artigo, logo a seguir, que diz que o mesmo regulador tem que indeferir liminarmente esse pedido, se não houver parecer favorável de todas as câmaras potencialmente afetadas”. José Luís Ferreira acredita que, além das questões ambientais amplamente discutidas, a posição das duas autarquias comunistas vai inviabilizar a opção do Montijo que “não resolve o problema central do aeroporto de Lisboa”.


NEGÓCIOS

Porto de Sines recebes delegação do Panamá

Setúbal na estação náutica de Sesimbra

O Porto de Sines recebeu, esta semana, representantes da agência para a atração de investimentos e promoção das exportações do Panamá e da Associação Panamiana de Exportadores. A visi-

A Administração dos Portos de Setúbal/ Sesimbra, acaba de aderir, através de protocolo, à Estação Náutica de Sesimbra, com o município de Sesimbra e outras entidades. Integrada numa rede de 15 es-

ta, coordenada pela Aicep Global Parques, permitiu dar a conhecer as potencialidades do Porto e da ZIL de Sines com vista ao reforço do relacionamento económico entre os dois países.

tações náuticas, a ENS “permite potenciar o aproveitamento dos recursos patrimoniais e naturais, e os equipamentos e infraestruturas de Sesimbra e a oferta turística”.

SECRETÁRIO DE ESTADO LANÇA REPTO PARA TRAVAR DESMANTELAMENTO

Central de São Torpes poderá ser reaproveitada O Secretário de Estado da Energia admite a utilização do complexo elétrico para produção de eletricidade, mas com meios menos poluentes. Para os sineenses continua a ser fundamental preservar os postos de trabalho. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO IMAGEM DR

Central de Sines é a 22.ª mais poluente da Europa. O seu encerramento está previsto para 2023

O secretário de Estado da Energia, João Galamba, admite que as centrais de carvão de São Torpes, Sines, e do Pego, Abrantes, cujos encerramentos estão previstos até 2023, possam vir a ser recicladas, sendo aproveitadas para incinerarem outras matérias. No caso da estrutura do distrito de Setúbal, tal situação poderia contribuir para ajudar a solucionar parte do problema causado pelo

eventual desemprego de algumas centenas de operários. A sugestão do governante, para que se estude a viabilidade daqueles equipamentos poderem continuar a laborar em lugar de se proceder ao seu desmantelamento, foi feita na última quinta-feira, no decurso da conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis. “É uma dúvida que tenho.

Não será também possível reciclar as centrais a carvão? Não sou engenheiro, mas sei que se se queimam algumas coisas, também se podem queimar outras. É um desafio que deixo: olhar para o Pego e para Sines e tentar perceber se, em vez de serem desmanteladas, podem vir a ser total ou parcialmente convertidas e reaproveitadas e, assim, beneficiar da descarbonização do setor do gás. Não tenho certezas sobre isto, mas deixo o desafio”, disse João Galamba. Em declarações ao Semmais, o presidente do conselho de administração do Porto de Sines, José Luís Cacho, não quis pronunciar-se sobre a eventual reciclagem da central de São Torpes - “não é diretamente da minha competência” -, mas não deixou de salientar que a infraestrutura é importante na atividade portuária, “estando há algum tempo a serem estudadas soluções e alternativas para trazer novas cargas que não o carvão”. “Este é um assunto que naturalmente preocupa e que já está identificado sob o ponto de vista estratégico”, adiantou.

Seis vinhos da Península de Setúbal premiados pelo Crédito Agrícola O Crédito Agrícola distinguiu 6 vinhos da Península de Setúbal no 6.º Concurso de Vinhos do Crédito Agrícola. Os vinhos da região premiados, com a medalha de Prata, é o tinto “Serras de Grândola” - Private Selection Vinho Regional 2018, de Maria Jacinta Sobral da Silva (A Serenada); com a medalha de Ouro, os brancos Dona Ermelinda Reserva DOC Palmela 2018, da Casa Ermelinda Freitas; e o Villa Palma Reserva DOC Palmela 2016, da Adega Cooperativa de Palmela; e os tintos Adega de Pegões Grande Reserva Vinho Regional 2016, da Adega de Pegões; o Lobo Mau Reserva DO Palmela 2013, da Casa Agrícola Assis Lobo e o Quinta da Mimosa DOC Palmela

2016, da Casa Ermelinda Freitas. Dos 244 vinhos brancos, tintos e espumantes colocados à prova por 145 produtores nacionais das várias regiões vitivinícolas do país, o júri distinguiu, durante as provas cegas realizadas a 19 de Outubro no auditório municipal de Peso da Régua, 76 vinhos com a Tambuladeira dos Escanções de Portugal, 3 com Grande Medalha de Ouro, 35 com medalha de ouro e 38 com medalha de prata. Entre o painel de Júri, destaque para Andres Rosberg, escanção argentino e atual presidente da Association de La Sommellerie Internationale. A cerimónia que contou com a presença de Licínio Pina, presidente do CAE do Crédito Agrí-

cola, José Manuel Gonçalves, presidente da Câmara de Peso da Régua, e Manuel Cardoso, vice-presidente do Instituto da Vinha e do Vinho e reuniu duas centenas de convidados. Nesta 6.ª edição, além dos 6 vinhos da Península de Setúbal, foram distinguidos vinhos oriundos das regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes (3 medalhas), Douro (13 medalhas), Beiras (3 medalhas), Dão (5 medalhas), Bairrada (3 medalhas), Tejo (9 medalhas), Lisboa (12 medalhas), Alentejo (18 medalhas) e Algarve (4 medalhas). Foi mais uma iniciativa do Grupo Crédito Agrícola para apoiar o sector vitivinícola e o desenvolvimento das economias locais. AL

Sines defende energias limpas e manutenção dos postos de trabalho A Câmara Municipal de Sines tem acompanhado o processo do futuro desmantelamento da central de São Torpes, sendo conhecidas as preocupações do seu presidente, Nuno Mascarenhas, relativamente aos problemas ambientais, mas, também as referentes aos operários que, com as transformações anunciadas, podem vir a perder os postos de trabalho. Contactado pelo Semmais, o autarca reiterou, como já tínhamos noticiado, que tem “mantido contactos com o secretário de Estado da Energia e com a EDP”, salientando “ser fundamental a manutenção dos 350 empregos diretos, para além dos indiretos, gerados pela central a carvão. “O município é favorável à manutenção no concelho de qualquer unidade de produção de energia limpa, como por exemplo através da utilização de hidrogénio”, disse ao nosso jornal, Nuno Mascarenhas. O Governo português, que

até final do ano irá entregar em Bruxelas o Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) 2030, prevê uma maior utilização futura dos gases renováveis que, de acordo com João Galamba, “podem dar um excelente contributo ao setor da eletricidade renovável e contribuir para a descarbonização do setor elétrico”. Para Sines a intenção é a instalação de um complexo industrial de hidrogénio verde. “O hidrogénio pode reforçar a segurança do abastecimento, introduzir capacidade e flexibilidade no sistema e armazenamento. Poucas tecnologias podem competir com o hidrogénio nesse aspeto”, adiantou João Galamba. A central de São Torpes é uma das 300 a carvão que ainda subsistem na Europa. Estudos recentes revelaram que, entre todas, é a 22ª mais poluente. É, também, responsável por cerca de 20 por cento de toda a energia elétrica produzida em Portugal.

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DESCONVOCATÓRIA Associação do Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal Instituição de Utilidade Pública Informamos todos os senhores associados que é desconvocado o acto eleitoral marcado para 05 de Dezembro de 2019. Foi apresentada a concurso eleitoral uma Lista Única, a Lista A, concorrente aos três Órgãos da Associação. Uma vez que esta Lista Única não cumpria na íntegra todas as exigências estatutárias e regulamentares, correndo o risco de impugnação, a mesma foi excluída do concurso eleitoral, conforme estipula o § único no artigo 5.º, n.º 7, do Regulamento Eleitoral. Dentro de 60 dias terá lugar novo acto eleitoral que, atempadamente, será convocado. Todos os atuais Órgãos da Associação continuam em plenitude de funções – Mesa da Assembleia-Geral, Conselho Fiscal, Direção e Comissões Diretivas. Setúbal, 30 de Novembro de 2019 O Presidente da Comissão Eleitoral e Mesa da Assembleia-Geral (Albertino José da Rocha Vieira Figueira)

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CULTURA

Relembrar as melodias de António Variações

I Festival das Marias em Santiago do Cacém

A Escola de Artes Sinfonias & Eventos apresenta, este sábado, às 21 horas, no teatro Joaquim D´Almeida, a II edição do espetáculo “Há Séculos que não ouvia isto”, desta vez dedicado a António

Integrado no I Festival das Marias, realiza-se este sábado, às 21h30, o concerto com a brasileira Marina de La Riva, no auditório António Chainho. A artista interpreta temas cubanos, populares, bos-

Variações, a que se juntam temas de outros autores, sobretudo portugueses, que marcaram os anos 80. O evento é constituído por um misto de música, dança e outras artes.

sa nova e pop. O evento é organizado pelo Lendias d’Encantar e assume-se como “internacional e pluridisciplinar, que se baseia na perspetiva da arte no feminino”.

ELEMENTO DOS PASSIONE PROMETE CONCERTO ÚNICO EM ESTRASBURGO

O tenor João Mendonza estreia-se a cantar em palcos franceses

agenda cultural ALMADA “SE ISTO É UM HOMEM”

Depois de ter cantado em Roma para o Papa e em Goa, o tenor setubalense irá aquecer o coração dos franceses, com concerto único de Natal com melodias famosas e intemporais.

Com texto de Primo Levi e encenação de Rogério de Carvalho, a CTA repõe uma peça que fala do Holocausto, visando o extermínio. TEATRO JOAQUIM BENITE, 30NOV19, 21H00

TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR O tenor setubalense João Mendonza, de 28 anos, ligado ao duo Passione, estreia-se amanhã, dia 1 de dezembro, a cantar em França. O convite partiu do Consulado Geral Português em Estrasburgo. Depois de ter feito performances a nível internacional em 2018, em Roma, para o Papa Francisco, e já este ano em Goa, na Índia, com os Passione, eis que o artista prepara-se para mostrar os seus dotes vocais em terras francesas. O concerto terá lugar na igreja católica de Saint-Ostwald, em Estrasburgo, às 17 horas, com

entrada livre, e contará com a presença do corpo diplomático português radicado na cidade, bem como de outros convidados, nomeadamente o embaixador português em França, Jorge Torres Pereira, tal como a Cônsul de Estrasburgo, Patrícia Gaspar, o Cônsul da República Popular da China em França, Ling-Jun, e o presidente da Câmara de Estrasburgo, Rich Orndorff, entre outros. Serão cantadas as maiores canções de Natal, desde “White Christmas”, “Adeste Fideles”, “Silent Night” ou “You Raise Me Up”.

João Mendonza é elemento do duo setubalense Passione que já cantou para o Papa Francisco

“Inspirei-me no repertório de Andrea Bocelli e de Luciano Pavarotti, nas canções de Natal intemporais em qualquer parte do mundo, e tenho a certeza que em França também irão gostar do meu concerto”, sublinha o cantor.

João Mendonza será acompanhado ao órgão por Léo Sabo, com a participação da soprano francesa Mathilde Perrin. Este concerto “único” do tenor setubalense integra-se nos festejos natalícios da cidade francesa de Estrasburgo.

GRÂNDOLA “O TRIUNFO DOS VALENTES” Lançamento do romance “O triunfo dos valentes: luta e resistência numa vila mineira do século XX”, com a presença da autora Mercedes Guerreiro. CINETEATRO GRANDOLENSE, 30NOV19, 17H00

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Bruno Frazão estreia conto de Natal

SEIXAL FESTIVAL DE TEATRO “O que é a felicidade”, com texto e encenação de Paula Perdigão, é uma peça que fala sobre os filhos e àqueles que são pais e mães verdadeiros. O autor/ator Bruno Frazão está de regresso aos palcos desta vez com um conto de Natal

“Podia ser um conto de Natal”, um original de Bruno Frazão, estreia no dia 11 de dezembro, às 10h30, na coletividade “Força de Todos”, na localidade das Pontes, em Setúbal. Trata-se de uma animação preparada para a quadra natalícia que irá proporcionar “boa animação aos mais novos”, a pedido da Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra. O elenco da peça é formado por Bruno Frazão e

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Natália Abreu, além de 5 figurantes. Tem algumas músicas de Natal contemporâneas e originais de Artur Jordão. O autor/ator Bruno Frazão realça que a peça, com 45 minutos de duração, “faz a comparação entre o Natal do antigamente e o dos nossos dias”, deixando a mensagem de que “a tradição já não é o que era, mas o importante é sermos felizes e vivermos o Natal à nossa maneira”.

CENTRO DE APOIO AO MOVIMENTO ASSOCIATIVO JUVENIL, 16NOV19, 21H30


CULTURA

NUNO ROCHA LANÇA CD “SOU FILHO DO FADO”

“Cantar o fado não é só abrir a boca, é preciso senti-lo” O setubalense Nuno Rocha não hesitou em seguir a carreira do fado. O CD de estreia é apresentado no início de dezembro, com grande festa na União Setubalense e outros artistas convidados. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR

“Sou filho do fado” inclui três fados originais de José Raposo e Sandra Guerreiro

O fadista setubalense Nuno Rocha, 24 anos, vai lançar o seu CD de estreia “Sou filho do fado”, dia 7 de dezembro, às 14h30, na União Setubalense, com entrada livre. Carla Lança, Joana Lança, Eugénio Almeida, Maria Caetano, pessoas “essenciais” na curta carreira de fado do jovem, são os fadistas que irão animar a festa, não esquecendo os músicos Eduardo Silva (viola de fado), Jorge Pimentel (guitarra portuguesa) e Vítor

Pereira Júnior (viola baixo). Com 500 exemplares produzidos, esta edição de autor de “Sou filho do fado” é composto por 12 temas, dos quais três são originais, dois da autoria de José Raposo e um de Sandra Guerreiro. “Tenho temas lindíssimos e encaixam muito bem na minha voz. Encontrei no fado uma liberdade que nunca tinha tido”. Nuno Rocha, artista residente de três restaurantes da região,

dedica-se ao fado há 1 ano e 9 meses. Esta aventura teve início quando o jovem estava a “trabalhar e a estudar” em Londres, e a sua colega Carla Lança lhe enviava cartazes de fado. “Em 2018, um ano depois de ter chegado a Portugal, estreou-se a cantar em público no concurso de fado do município de Setúbal. A Carla Lança foi a pessoa que me incentivou nesta carreira, não esquecendo a poetisa Cecília Gomes e amigos”. O artista já participou em vários concursos de fado, mas a melhor classificação alcançada aconteceu em 2018 no concurso “Lisboa e o Tejo”, organizado pelo Clube Lisboa Amigos do Fado. Em Setúbal, não passou à final, porque considera que “não estava ali para concorrer. Fui mostrar-me para perder o medo e a timidez”. Nuno Rocha ensaia “3 a 4 vezes por dia” e luta diariamente por um lugar ao Sol. “Cantar o fado não é só abrir a boca. Quem não sente o que canta não é fadista. O jovem, Auxiliar de Geriatria, em vários lares, tem como fadistas preferidos Amália Rodrigues e Tony de Matos, entre outros.

RAIO-X_VASCO AVENÇA

Comédia anima Independente “Janela de aluguer” é o título da comédia que sobe ao palco do Grupo Desportivo Independente, em Setúbal, no dia 6 de dezembro, pelas 21h30, depois de ter passado por Palmela e Moita. Com texto de Suzanna Rodrigues, adaptação de Miguel Dias e encenação de Filipe Almeida, é protagonizada por Susana Cacela e Rosa Villa, que já trabalharam juntas noutras peças. Susana Cacela, aquando da passagem da comédia no Bairro Alentejano, na Quinta do Anjo, disse ao Semmais que o público “reagiu muito bem” ao espetáculo que anda em digressão um pouco por todo o país, “há um mês e pouco”. “Nesta digressão apostamos sobretudo em coletividades. Nestas terras mais pequenas, as pessoas também merecer ver bom teatro”. Susana Cacela confessa que o elenco divertiu-se “imenso” com a peça, uma vez que “gostamos do texto e da dinâmica do espetáculo”. Já Rosa Villa realçou que o público irá divertir-se com esta história de “duas mulheres de 50 anos, uma que aceita envelhecer e a outra não”.

Passatempo Temos convites duplos para oferecer aos nossos leitores para as peças “Rua Gagarin” e “Vanessa vai à Luta”, do ArteViva, que começa agora a celebrar os seus 40 anos de atividade. Basta ligar 935388102.

cinema

“Midway” Realização: Roland Emmerich Atores: Woody Harrelson, Luke Evans, Patrick Wilson Género: Ação, drama, história Duração: 138 minutos País: EUA/China.

“Midway” foca-se na famosa batalha de Midway, um confronto entre a frota norte-americana e a marinha imperial japonesa que mudou o rumo dos acontecimentos no teatro de guerra do Pacifico durante a II Guerra Mundial. O filme baseia-se em eventos verídicos e heróis verdadeiros, narrando a história da audácia e da coragem, de ambos os lados, naquela que foi a mais longa batalha marítima da II Grande Guerra. Para ver no confortável cinema City do Alegro de Setúbal.

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“A minha vida é um mar de emoções” O músico setubalense, 20 anos, quer dar aulas de saxofone e conhecer Nova Iorque. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGENS DR Qual o seu maior sonho profissional? Professor de saxofone e/ou músico militar. E pessoal? Ser um músico reconhecido. Cidade preferida? Porto.

O que não suporta no sexo oposto? Falta de sinceridade. Comida e bebida preferida? Esparguete à bolonhesa e cerveja. Qual o seu maior vício? Ser demasiado perfeccionista.

Local que gostaria de conhecer? Nova Iorque.

Último livro que leu? “Equador”, de Miguel Sousa Tavares.

Um desejo para 2020? Poder continuar a fazer o que mais gosto e ser feliz.

Último filme que viu no cinema? “Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald”.

Quem convidaria para jantar a dois? Alguém especial.

Melhor peça de teatro? “Pássaros”, do “Bando”.

A mulher mais sexy do Mundo? Sofia Vergara.

Melhor música de sempre? “Sinfonia à Juventude”, de Joly Braga Santos.

Complete: A minha vida é… Um mar de emoções.

Qual a sua maior virtude? A paciência.

E defeito? A preguiça. Como se chama o seu animal de estimação? Bléblé. O que levaria para uma ilha deserta? Amigos e o saxofone. Dia ou noite? Noite. O que mais teme na vida? A solidão. A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém. O maior desgosto da sua vida? Nunca ter tocado música para os meus avós paternos.

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OPINIÃO

Et tu, Brute?

Orçamentos PlayStation

ATUALIDADE

ATUALIDADE

LUÍS MIGUEL FRANCO COLABORADOR

BRUNO RIBEIRO BARATA AUTARCA DO PS SEIXAL

OS ENREDOS, literários ou cinematográficos, que tratam das tramas e conspirações motivadas por razões políticas tornaram-se temáticas de sucesso intelectual e comercial por, porventura, versarem acerca dos caminhos e labirintos do poder político, na sua tensão permanente com o âmago dos sentimentos humanos, sendo prolixos os factos que a História forjou e a memória das sociedades vai sucessivamente transportando para o presente, assim provocando a sua eternização. Mais ou menos profundamente, os relatos dos circunstancialismos inerentes a esses factos históricos encontram-se vívidos no nosso imaginário, tendo, quase todos, curiosamente, uma simbologia individualizadora. A expressão latina que intitula o presente texto remonta aos idos de Março do ano 46 a.C. Nesse dia 15, não obstante ter sido advertido de que a conspiração de assassínio que o tinha por sujeito, Gaius Julius Ceasar, recentemente declarado ditador perpétuo de Roma, apresentou-se no Senado Romano, rezando, então, as crónicas que foi apunhalado por um grupo de senadores, tendo, então, em momento anterior à exalação do último suspiro e constatando que Brutus – um senador que prezava e de quem se sussurrava que seria seu filho – integrava a horda dos conspiradores, proferido a pergunta revestida de indignação: “Até tu, Brutus?” Por sua vez, Judas terá beijado Jesus para assim melhor o identificar perante os soldados romanos; Viriato, líder dos Lusitanos, assassinado que foi por três dos seus seguidores de maior confiança, e tendo estes reclamado a recompensa financeira acordada com o Cônsul Cipião, foram executados em público e envoltos num pano de algodão com a sentença de que “Roma não paga a traidores”; mais recentemente, Kennedy terá sido assassinado pela CIA, naquela que terá sido a primeira de muitas tragédias que vitimaram quem ostentava esse apelido; mais recentemente, ainda, na

nossa política coeva, num contexto em que a tragédia cedeu o passo ao oportunismo cínico, António Costa “pontapeou” António José Seguro, num quadro teatral que teria tido um epílogo sem sorte e sem graça não fosse alguém – que somente não se nomeia por ter um estatuto de idoneidade que se eleva muito para além do sentido deste escrito e que, sim, é dos nossos e que, depois do adeus, quando esse momento tiver de chegar, continuará a ser dos nossos – lhe ter estendido a passadeira da oportunidade de governação com a célebre frase “O PS só não forma governo porque não quer.” Estarão, pois, os actores políticos condenados à convivência com um qualquer Brutus ou – na estrita observância das regras da igualdade de género – com o correspectivo equivalente do género feminino? A resposta a esta questão terá de ser obviamente negativa, inclusivamente porque esse apelido há muito que sucumbiu perante a inclemência das adaptações e inovações hodiernas, sendo outras e diversas as graças, actualmente. A credulidade na actividade política enquanto fonte de virtude para a sociedade, enquanto factor de correcção de assimetrias económicas geradoras e potenciadoras de desigualdades sociais, não resulta afectada pelas pinceladas de negrume anteriores, na medida em que igualmente proliferam os exemplos meritórios e antagónicos de sacrifícios pessoais em razão de valores e bens superiores, de fraternidade nas relações humanas, de respeito pela palavra e pelos compromissos, em suma, de carácter, de bondade, de dignidade e de honra. Serão sempre estes, portanto, os verdadeiros protagonistas que a História tratará com a devida reverência, que, contudo, sendo os heróis numa narrativa que, do mesmo modo, contém vilões, deverão estar conscientes de que, acomodando-se aos propósitos do texto um conhecido adágio popular galego, a descrença na existência de “Brutus” não significa necessariamente que eles não existam.

“Sabe onde isso acontece? Sabe aonde? Na PlayStation. Na PlayStation isso acontece … aqui não acontece.” Jorge Jesus, Treinador de Futebol

TINHA o meu primogénito 5 ou 6 anos e iniciou-se no FIFA da PlayStation, naturalmente - e sem qualquer influência positiva da minha parte – escolhia sempre o Glorioso como a equipa dele. Passados alguns meses vencia sempre o derby lisboeta com uma margem confortável de 3 ou 4 golos e ficava eufórico, cantarolando a tão conhecida SLB SLB Glorioso SLB! Ironia do destino … passados 4 dias houve mesmo um Glorioso-Sporting, mesmo à séria, e o Benfica ganhou pela margem mínima ao eterno rival. Posto isto, o meu filho chegou à conclusão de que o Benfica dele – o da PlayStation - era melhor do que o Benfica verdadeiro aquele que deu na televisão. Não vos vou maçar como, mas expliquei-lhe a diferença entre futebol a sério e o futebol de ficção. Acho que a partir desse dia ficou a perceber e a distinguir a realidade da ficção. O orçamento comunista da Câmara do Seixal apresentado à Assembleia Municipal no passado 25 de novembro – 44.º aniversário da normalização democrática – trouxe uma pérola inacreditável. Para obrigar a oposição política a uma leitura falsa, trazia nos seus mapas orçamentais da proposta para 2020 a comparação com o orçamento proposto para 2019 que foi “chumbado” por toda a oposição, ou seja, um documento que nunca vigorou e sem qualquer validade técnica, orçamental e política, pois materialmente não existiu. Ficção! Por outro lado – mas na mesma perspetiva da realidade virtual – os orçamentos comunistas neste muni-

cípio – há 43 anos – são ficção, pois os investimentos propostos nunca são realizados a tempo e como proposto, ou seja, existe uma incapacidade crónica em executar. Para concretizar dou um dos inúmeros exemplos: O Centro Distribuidor de Água (CDA) em Fernão Ferro, que se espera que venha a resolver o problema da falta de água e respetiva pressão naquela localidade. Esta obra está inscrita desde 2007 nos sucessivos orçamentos e ainda não foi concluída, note-se que esta obra foi já financiada através de contratação de um empréstimo bancário a 27/06/2007. Entretanto, já passaram 12 anos. É a dureza da nossa realidade. A (in)governação comunista continua agarrada aos 43 orçamentos PlayStations apresentados que não são mais do que uma ficção que nunca conseguem concretizar. Imagine um país onde não existe défice orçamental. Aliás, existe excedente orçamental de cerca de 20%. Nesse mesmo país não existe investimento público, os serviços públicos funcionam mal e a carga fiscal mantém-se inalterada. Certo: já tinha havido uma moção de censura e/ou uma revolução! Adivinhou?! Esse “país” é o concelho do Seixal que tem uma gestão comunista ineficiente e ineficaz. Nós, o Partido Socialista, iremos fazer do concelho do Seixal uma referência nacional, iremos transformar o concelho do Seixal para muito melhor. Almada pôde, o Barreiro também! Falta o Seixal! #2021esperaporsi #2021esperapornós #vamosFazerMuitoMelhorPeloSeixal #psocialista

O centenário de Levi BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO DIRETOR DA COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA NO ANO em que se assinala o centenário do nascimento de Primo Levi, lançámo-nos no projecto de levar à cena um texto que é considerado um dos livros fundamentais da literatura europeia: «Se isto é um homem», no qual Levi descreve a forma como conseguiu sobreviver no campo de concentração de Monowitz, que integrava o complexo de Auschwitz, e como logrou manter a humanidade num sítio concebido para reduzir os prisioneiros a coisas. Tendo tido um impacto bastante discreto junto do público aquando da sua primeira publicação, em 1947 (não sem antes ter sido recusado por duas editoras), «Se isto é um homem» foi

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editado na Einaudi em 1958, traduzido em dezenas de línguas, e é hoje em dia uma das obras basilares para o estudo do holocausto. O livro continua a integrar os cânones escolares, para que os horrores cometidos durante a II Grande Guerra jamais sejam esquecidos: era essa também a intenção de Primo Levi. São poucas as versões em teatro de «Se isto é um homem». O próprio autor participou em 1966 numa adaptação para teatro do seu texto, a qual foi estreada em Turim, com direcção de Gianfranco De Bosio, e com a participação de 54 actores de sete nacionalidades distintas. Mas Levi não terá ficado

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satisfeito com o resultado do espectáculo, e deixou expresso que não autorizaria futuras adaptações da sua obra nem para teatro nem para cinema. Esse desejo foi respeitado pelos seus herdeiros, com raríssimas excepções. Convidámos para este projecto uma dupla cujos percursos no teatro nunca se haviam cruzado: o encenador Rogério de Carvalho e o actor Cláudio da Silva. Renovámos ainda a colaboração com dois criadores que ficarão para sempre ligados à nossa Companhia: os arquitectos Manuel Graça Dias e Egas José Vieira, que assinaram a cenografia do espectáculo. (Manuel Graça Dias viria

a falecer em Março deste ano, sendo-lhe atribuída postumamente a Medalha de Ouro de Mérito Cultural da Cidade de Almada no primeiro dia da carreira da peça). «Se isto é um homem» estará em cena até 15 de Dezembro na Sala Experimental do TMJB, de Quinta a Sábado às 21h00, e Quartas e Domingos às 16h00 – a grande afluência de público obrigou-nos já ao agendamento de sessões-extra. E, à imagem do que tem acontecido em nas nossas criações, à margem das representações manteremos aos Sábados à tarde um ciclo de «Conversas com o público» (no ‘foyer’ do teatro, com entrada gratuita),

desta vez animadas pelo poeta e professor Fernando Pinto do Amaral. No Sábado 30 de Novembro conversaremos com Rogério de Carvalho e Cláudio da Silva; no Sábado 7 de Dezembro com Luís Filipe Castro Mendes (diplomata, escritor, ex-ministro da cultura), Diana Andringa (jornalista) e José Mário Silva (escritor e crítico literário do Expresso); e no Sábado 14 de Dezembro com Irene Flunser Pimentel e com a descendente de uma sobrevivente do holocausto. Como pano de fundo, a pergunta: até que ponto estamos a ser capazes de transmitir a memória às novas gerações?


OPINIÃO

Resultados do Turismo por Município em 2018 (II). Entre o presente e o futuro. TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO COLABORADOR

FIO DE PRUMO JORGE SANTOS JORNALISTA

Festas ESTAMOS a chegar ao fim do ano e embora sejamos um povo que não se faz rogado para usufruir de momentos de festarola, Dezembro é o grande ancoradouro de festas, certamente por o calendário nos dizer que o Natal é da família e uma semana volvida termos a Passagem do Ano que se regista como marco para deixar para trás o que houve de menos bom e renovar a esperança de que melhores dias virão. Feiras, festas e romarias fazem parte dos programas de actividades de qualquer concelho ou freguesia e, com mais ou menos divulgação, lá nos vão atraindo para uma passeata, não só para conhecer as belezas paisagísticas, mas também a diversidade gastronómica de cada região. Outras festas são mantidas nas escolas para que a gaiatagem não fique limitada à matéria dada e até nalguns locais de trabalho de vez em quando a entidade patronal “oferece” uns minutos para que o espírito de colectivo se mantenha entre quem passa cerca de um terço das horas do dia ali fechado. Mas nesta altura do ano o espírito atira-se para o Natal e desde já se começa a falar na carta que é pedida à criança para que os adultos que dela cuidam fiquem a saber o que esta deseja que o “pai Natal” lhe traga na noite do dia 24. E até a televisão “institucionalizou” «O Natal dos Hospitais» que com transmissão directa de um deles proporciona momentos de alegria a todo o País. Os tempos são outros e há mais de meio século tínhamos a tradição de ser “o menino Jesus” a presentear-nos com os brinquedos e uns rebuçadinhos que encontrávamos na chaminé na manhã do dia de Natal e que ali tinha sido colocado depois de irmos para a cama. Mas nem tudo são alegrias e todos desejamos que quem nos governa seja iluminado e tenha a sabedoria para dar alguns bons momentos aos mais desprotegidos, muitos deles sem abrigo, para que consigam força para suplantar as carências.

PRIMEIRO explicar o II que consta no título. Exatamente há um mês atrás escrevi uma crónica sobre os resultados do turismo em 2018, na nossa região, numa avaliação exaustiva município a município. A descrição e o detalhe de cada município libertou muito pouco espaço para um registo de análise e interpretação. Na prática juntar às quantidades as percetíveis qualidades. Na altura deixei prometida uma segunda crónica com estes precisos objetivos. Aqui está ela. Numa visão global, a olhar para toda a região, o essencial é que a Península de Setúbal cresceu, de 2018 para 2017, 8%. Bem mais do que o país (3,5%) e mais do que a Área Metropolitana de Lisboa como um todo (4,9%). Reduzimos distâncias e estamos a percorrer um caminho de afirmação turística mas, ainda assim, os 9 municípios da Península de Setúbal, “valem apenas” 7,2% da AML. E este “valem apenas” significa não que valem pouco mas que uma enorme margem de progressão se encontra por cumprir no médio prazo. Para termos uma ideia do que já se percorreu, e foi muito, em 2013, apenas há 5 anos, a Penín-

sula de Setúbal registou 730.000 dormidas no alojamento turístico. Em 2018 este indicador subiu para 1.260.000. Entre o presente e o futuro, onde a nossa Região, tendo em atenção o enorme conjunto de recursos que tem, pode ter um peso e uma expressão turística bastante mais relevante, “distam 3 diferentes observações”. Na realidade um misto entre previsões e realidades. Em primeiro lugar o nosso futuro turístico, no curto prazo, depende, em larga medida, dos dois principais municípios turísticos da Região: Almada e Setúbal. Curiosamente com estratégias de afirmação distintas. Almada muito ligada à Caparica, ao Tejo e a Lisboa. Setúbal associada à Baía (no Clube das Mais Belas Baías do Mundo), à gastronomia e à natureza. Se olharmos com alguma distância, e tantas vezes a distância é boa conselheira, para os perfis turísticos de Almada e Setúbal, o que vimos é uma saudável complementaridade. Quase uma ligação entre o Tejo e o Sado pelo lado Atlântico da Península de Setúbal. A segunda observação remete, exatamente, para o outro município que respira Atlântico por

todos os lados: Sesimbra. Sesimbra concentra, hoje em 2019, o maior número de projetos turísticos em construção e, ainda, o maior número de projetos turísticos em intenção. Sabendo como de “intenções está o inferno cheio”, e atendendo apenas aos projetos que abrirão portas nos próximos 2 anos, ainda assim Sesimbra terá uma escala e uma dimensão turística totalmente distinta da que tem hoje. E como as quantidades nem sempre são uma boa notícia, Sesimbra terá, em simultâneo, um conjunto muito relevante de desafios para incorporar. O maior deles integrar este aumento da procura na experiência turística de Sesimbra, mantendo o que faz de Sesimbra única e irrepetível. A boa notícia é que, em Sesimbra, quer o município quer as principais empresas de alojamento e de animação turística estão perfeitamente conscientes do desafio que têm pela frente. E desenvolvem uma estratégia comum. A terceira, e última observação, remete para os municípios do Tejo. Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo e Seixal têm procurado, no Tejo, um caminho para o turismo. Com resultados

que, na realidade, não têm acompanhado a dinâmica turística da Região. Um novo e muito relevante facto, porém, vem a caminho: o futuro aeroporto do Montijo. Esta infraestrutura pode fazer a diferença no acesso, na visibilidade e no conhecimento de um território a que não faltam recursos, identidade e cultura próprias. De facto se juntarmos, a este novo “protagonismo” em termos de acessibilidades, a Reserva Natural do Estuário do Tejo, o birdwatching, as embarcações tradicionais (e, interessa tanto sublinhar, as empresas marítimo-turísticas que começam a oferecer percursos em embarcações típicas do Tejo), o mundo rural e o património industrial, temos um conjunto de ofertas e experiências turísticas que, rapidamente, farão a diferença. A diferença para um futuro turístico. Em síntese: de Tejo, de Arrábida e de Almada se vai construir o turismo na nossa Região. O caminho não parece muito difícil de entender. A partir dos nossos recursos e das nossas tradição (identidade, diferenciação, cultura) inventar novas tradições.

A coligação negativa para a energia e a negação das evidências ATUALIDADE SÉRGIO FAIAS GESTOR PÚBLICO & PROFESSOR UNIVERSITÁRIO A POTENCIAL constituição de uma coligação negativa para forçar a inclusão no Orçamento do Estado de uma redução de impostos nas faturas de energia, está na ordem do dia. Depois de uma campanha eleitoral em que o tema da emergência climática recolheu o consenso da generalidade das forças políticas, a possibilidade de se constituir agora uma coligação para implementar políticas públicas que induzam maiores consumos de energia, traduz-se em mero populismo e incoerência. Como se sabe, a produção da energia que diariamente consumimos, seja ela sob a forma de eletricidade, gás natural ou outros combustíveis fósseis, é um dos principais responsáveis pelas emissões de gases com efeito de estufa e, consequentemente, pelas alterações climáticas e pelos fenómenos extremos a que estamos expostos, com cada vez maior frequência. Reconhece-se que em Portugal tem existido, ao longos dos últimos 20 anos, um esforço na integração de tecnologias de produção de eletricidade mais limpas e sustentáveis, as quais têm contribuído até para o desenvolvimento de importan-

tes clusters tecnológicos, como aconteceu com a produção de equipamentos para energia eólica, com particular expressão em Aveiro e Viana do Castelo, mas que mais recentemente chegou a Setúbal, através da construção das plataformas flutuantes para a energia eólica oceânica (offshore). Mas por muito que se evolua tecnologicamente do lado da produção de energia, se não houver também uma atuação, sem hesitações, no lado do consumo, a tendência será para que o mesmo continue a aumentar. E é aqui que o sinal do preço da energia surge como um dos instrumentos mais eficazes para induzir racionalidade e eficiência nos consumos. A única energia barata é aquela que não se consome. Pelo que, a redução do preço da energia, através da redução dos impostos que lhe estão associados, daria um sinal exatamente contrário ao pretendido, passando a mensagem de que se deve consumir, cada vez, em maior quantidade. Não se quer com isto dizer que não existam grupos da sociedade ou setores de atividade em que não haja necessidade de aumentar o consumo ou permitir um acesso mais facilitado à ener-

gia. Existem, de facto, cidadãos que veem o seu conforto muito afetado pela falta de capacidade económica. Mas, para essas situações, desde há alguns anos que foi estabelecida uma tarifa social que beneficia agregados familiares com menores recursos, suportada financeiramente pelas empresas de produção de energia. Existem também setores de atividade em que, pela necessidade de se manter a produção nacional e todo o tecido socioeconómico que lhe está associado, como são o caso da agricultura e da pesca, os custos com combustíveis são subsidiados, através do denominado gasóleo verde e, mais recentemente, com alargamento para a gasolina das embarcações da pequena pesca. Mas também um conjunto muito alargado de portugueses passou recentemente a beneficiar de consideráveis poupanças no orçamento familiar, na sequência da implementação do sistema de passe único. Com essa medida, induziu-se uma redução na utilização do transporte individual, reduzindo assim os consumos energéticos associados à mobilidade, com consequentes ganhos para o ambiente e para a qualida-

de de vida dos cidadãos. Outros passos importantes estão a ser dados no incentivo à utilização mais eficiente da energia e à produção para autoconsumo. Por exemplo, a partir de 1 de janeiro de 2020, vai ser possível aos consumidores de energia agregarem-se para constituir as chamadas “comunidades energéticas”, que permitirão, por um lado, aumentar o seu poder negocial juntos dos comercializadores e, por outro lado, gerirem de forma mais eficaz o conjunto dos seus consumos e dos meios de autoprodução, permitindo assim reduzir os seus custos energéticos e a sua dependência da rede elétrica. Conclui-se assim que o caminho da sustentabilidade não passa por meros oportunismos conjunturais. Não se pode, num dia, embandeirar em arco com Greta Thunberg e declarar a emergência climática e, no dia seguinte, vestir a pele de Donald Trump e negar as evidências. A herança ambiental que deixamos aos nossos filhos, e demais gerações vindouras, já é suficientemente pesada, para que possamos assistir serenamente a certos desvarios populistas.

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