semmais 2019
Um grafismo em mudança, a referência de sempre.
Região
Diretor Raul Tavares
Semanário Região de Setúbal
Edição n.º 1036 9.ª série
Distribuído com o
Sábado 18 maio
2019
sociedade
Transferência de competências opõe Alcácer e Ministério da Educação
Tão perto e tão longe Lagoas fechadas ao mar
Executivo municipal aprova discordância ao projeto de mapas de montantes financeiros, associados ao exercício das competências transferidas na área da Educação pág. 4
negócios
A Lagoa de Albufeira só vai reabrir mesmo em cima da época dos banhos, a de Santo André já não reabre este ano. As culpas estão a ser 'mais ou menos' sacudidas, as consequências são imprevisíveis pág.2
Casa Ermelinda Freitas considerada Melhor Produtor Europeu Sommelier Wine Awards, em Inglaterra, elegeu como Produtor Europeu do Ano a Casa Ermelinda Freitas. Competição é uma das mais reconhecidas em todo o mundo pág. 10
negócios
MG Photo
Investimento da ADREPES supera os 30 milhões de euros
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Desde 2002 a Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal já garantiu 400 postos de trabalho. Atualmente é a única entidade, a nível nacional, responsável pela gestão de 3 DLBC nas vertentes rural, costeira e urbana pág. 11
enfoque
Lagoa de Albufeira só será aberta em Junho e a de Santo André já não vai abrir
Lagoas da região com águas muito agitadas A abertura das Lagoas de Albufeira, em Sesimbra, e Santo André, em Santiago do Cacém, estão ainda por receber as abençoadas águas do mar, que revitalizam o ecossistema e permitem uma época balnear sem problemas. A APA e as autarquias estão à procura de soluções. texto eloísa silva Imagem DR
Quercus atenta às consequências para o ecossistema
A Lagoa de Albufeira devia ter sido aberta ao mar no equinócio da primavera mas a APA ainda não adjudicou a obra
Os banhos a sério na Lagoa de Albufeira só deverão ser possíveis mais para o meio de junho, já com a época balnear oficialmente declarada, apesar dos «esforços» desencadeados na última semana pela Câmara de Sesimbra e pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). O problema, que tem agitado a opinião pública e as duas entidades em torno da falha na abertura desta importante lagoa ao oceano, decorre de um atraso no procedimento de adjudicação da empreitada, antes garantido pelo município de Sesimbra e, agora sob a alçada direta da APA. Ontem, sexta-feira, tanto o presidente da APA, Nuno Lacasta, como o edil de Sesimbra, Francisco Jesus, garantiam ao Semmais que a obra vai, mesmo, ser efetuada no prazo de três semanas. «Já está assegurado financiamento e vamos lançar procedimento público para iniciar a obra nos timings acertados com a autarquia», afirmou o responsável da APA. Esta situação foi confirmada por Francisco Jesus, que não declina, no entanto, as preocupações quanto às consequências que este atraso vai provocar. «A escassez de água pode comprometer a época balnear, causar danos no ecossistema e adensar o descontentamento de todos os que habitam e visitam aquela zona protegida». O Semmais sabe, também, que as duas entidades decidi-
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Paulo do Carmo, presidente da QUERCUS, acompanha a situação de perto
Tanto no caso de Sesimbra como no de Santo André as questões ambientais e de preservação do ecossistema, associadas a este problema, deixaram em alerta o presidente da Associação Nacional de Conservação da Natureza (Quercus). Paulo do Carmo diz estar «a acompanhar a situação» que se revela, ainda, mais grave se associada ao período de seca que afeta o país. «A não renovação das águas das Lagoas é preocupante. O facto de estarmos pe-
rante uma situação de águas paradas, aliada à subida expectável da temperatura e em que não há oxigenação, pode originar a morte de vários peixes e por em causa a atividade dos pescadores locais». Garantindo estar «atento» aos desenvolvimentos nas duas áreas de reserva natural o presidente da Quercus deixa o apelo ás entidades competentes para que «comecem a planear com mais antecedência e precisão estas intervenções, para que surtam o efeito necessário», sublinhou.
Em Santo André bastaram 24 horas para a lagoa se fechar de forma autónoma
ram retomar a metodologia em vigor até 2018, que colocava nas mãos da Câmara de Sesimbra a responsabilidade de proceder à abertura da lagoa, operação que este ano competia à APA. «Até 2016, a autarquia assegurava a contratação de maquinaria, executava a obra e depois era ressarcida, financeiramente, pela CCDR-LVT. Em 2017 e 2018 o procedimento teve uma comparticipação do Fundo Ambiental, num financiamento sem continuidade nos anos seguintes que nos levou a procurar
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respostas junto da APA que assumiu, para este ano, o financiamento e a execução», explica o edil. Lagoa de Santo André submissa da cota mínima O caso da Lagoa de Santo André, em Santiago do Cacém, é ainda mais complicado. O canal de ligação ao oceano foi, efetivamente, aberto, mas, devido à fraca intensidade das correntes, fechou passadas 24 horas e, segundo a APA, não vai voltar a abrir.
Albano Pereira, vereador do ambiente na câmara de Santiago do Cacém, mostra-se «preocupado». «Cabe à APA, e ao Instituto de Conservação da Natureza, fazer uma avaliação profunda sobre as condições atuais do estado da Lagoa, porque o nível da água está igual ao que estava em março». O autarca explica que «a lagoa não tinha pressão para fazer uma abertura, e continua a não ter, porque não chove de forma intensa e a ribeira que abastece a lagoa pouco correu».
A Agência Portuguesa do Ambiente confirma a situação de cota mínima, que condiciona a renovação da água. Sobretudo, diz Nuno Lacasta, por razões ambientais, nomeadamente a salvaguarda dos berçários piscícolas. «A Lagoa vai ficar fechada, porque não tem quantidade de água suficiente para renovar, com água do mar, além de que estamos em período de nidificação de espécies que usam a lagoa para o efeito», clarificou.
sociedade
CASCADE’19 testa resposta da Proteção Civil
Contagem decrescente para a Semana do Mar
Portugal vai realizar, de 28 de maio a 1 de junho, o exercício europeu de Proteção Civil CASCADE’19, o maior de sempre em território nacional. Organizado pela Autoridade Nacional de Emergên-
A pesca e a economia do mar voltam a estar em destaque, em Setúbal, com a realização, de 23 de maio a 2 de junho, da Semana do Mar e do Pescador. A valorização das tradições marítimas, a educa-
cia e Proteção Civil, com a colaboração da Autoridade Marítima, irá mobilizar mais de 600 operacionais de 5 países europeus: Alemanha, Bélgica, Croácia, Espanha e França.
ção marinha e a sustentabilidade, o desenvolvimento do setor das pescas e das atividades económicas ligadas ao estuário são eixos que norteiam o programa de atividades.
Tripulação confecionou uma caldeirada à fragateiro
“Sesimbra é Peixe” no mês de maio
Seixal promove potencialidades turísticas a bordo do “Amoroso” O município do Seixal juntou, num passeio promocional pela Baía e Estuário do Tejo, investidores, representantes da ERT e da FIL (Fundação AIP). A bordo do Varino “Amoroso” avaliaram-se oportunidades de investimento e degustou-se uma caldeirada, confecionada por Filipe Caetano, membro da tripulação. texto Eloísa silva Imagem DR O desafio foi lançado por ocasião da apresentação da Bolsa de Turismo de Lisboa 2019, cujo município convidado foi o Seixal, e visava “um passeio pela Baía e pelo estuário do Tejo, a bordo de uma das duas embarcações turísticas da autarquia”, que juntasse promotores, investidores, membros da Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal (ACISTDS), representantes da Fundação AIP e da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa. A diretora de Feiras da AIP, Fátima Vila Maior, foi uma das convidadas do passeio, que acabou por concretizar-se na última segunda feira, juntando mais de 30 pessoas a bordo do Varino “Amoroso”, e elogiou a ação. «Nós temos muita sorte em ter nascido em Portugal e podermos ter, a tão poucos quilómetros da capital, uma experiência deste género. Única, bastante enriquecedora e atrativa. Tenho pena, por um lado, mas, claro que, acho bem por outro. Este paraíso devia ser um pequeno segredo, mas é justo que se promova a região e as suas potencialidades para que, particularmente, os estrangeiros, tenham uma experiência marcante, aqui». Fátima Vila Maior acredita que «se o Seixal não está na moda, vai estar muito em breve», pela aposta promocional em todas as frentes. Nas Smart Cityes, na Bolsa de Turismo de Lisboa, no Salão Imobiliário de Portugal e no Salão do Imobiliário e
«A Baía do Seixa sempre foi o meu quintal»
A bordo do Varino "Amoroso" foi servida uma caldeirada à fragateiro
do Turismo Português em Paris, ainda este mês. 900 mil euros para embarcações tradicionais A visita pelo Rio Tejo, que incluiu a degustação de uma caldeirada a bordo, «coisa única que pouca gente faz», foi «um sucesso» e permitiu «mostrar aos investidores e promotores nacionais presentes o respeito que temos pela preservação da memória e da cultura do Seixal», afiançou o presidente da câmara, Joaquim Santos. «O Seixal, continua a apostar na preservação das memórias vivas que são as embarcações tradicionais do Tejo. É muito caro ter este este tipo de embar-
cações, mas é um investimento válido porque isto é único, é dos portugueses, é do rio Tejo e se não forem as Câmaras a cuidar e promover ninguém o fará. Temos que continuar a contribuir para a preservação da memória e da cultura locais». Além do Varino “Amoroso” a autarquia conta, desde sábado, com mais uma embarcação tradicional, recuperada por 350 mil euros, e prepara-se para intervencionar uma terceira. «O bote fragata “Baía do Seixal”, totalmente reparado e com capacidade para 40 pessoas, já nos foi entregue pelo estaleiro, e queremos avançar, em 2020, com a recuperação do “Gaivota”». O custo da operação de recuperação deste último barco ronda os 600 mil euros.
Luís Filipe Caetano, membro da tripulação da embarcação, foi o responsável pela confeção da caldeirada à fragateiro servida a bordo. Fascinado pela culinária desde tenra idade, foi a responsabilidade «pela alimentação dos irmãos» que fez despertar uma paixão que viria a tornar-se a sua profissão até há um ano, altura em que integrou a tripulação do “Amoroso”. «Sempre trabalhei em cozinha, mas estava cansado. Há um ano surgiu a oportunidade de abraçar outra paixão, já que o mar é a minha segunda casa, e aqui estou». Sendo neto de pescadores e vivendo «com os pés dentro de água», a Baía sempre foi o seu «quintal». Ainda assim o amor pela cozinha não esmoreceu e é ao Filipe que o mestre da embarcação recorre, cada vez que há ações promocionais. Filipe acede, mesmo estando ao serviço da associação náutica. «Faço os serviços para a autarquia porque há poucas pessoas qualificadas, e eu reunia as condições para integrar o grupo», esclarece. Quanto à caldeirada Filipe foi parco em revelações, adiantando apenas dois dos três segredos de um prato, que antigamente «se servia dentro de um alguidar ou num tacho e era comido à mão ou com recurso a uma fatia de pão: amor e dedicação e peixe fresco e de qualidade. Mais, não digo».
Seniores de Santiago visitam Salvaterra de Magos No âmbito do Projeto Sénior promovido pelo município de Santiago do Cacém uma centena de idosos do concelho participaram nos Passeios da Primavera que tiveram como destino Salva Terra de Magos. Nesta vila visitaram a Igreja Matiz, a Falcoaria Real, a Capela da Misericórdia e a Casa Museu Escaroupim e o Rio. O Vereador Albano Pereira acompanhou este passeio em que participaram utentes da Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos de Alvalade, da Casa do Povo
de Alvalade, de Abela, de Santiago do Cacém e do Cercal do Alentejo, do Projeto Agulhas e Dedais, e outras coisas mais de São Domingos, da Associação de Apoio ao Desenvolvimento Integrado de Ermidas do Sado, da Associação de Bem Estar Social de Santa Cruz, da Associação de Moradores de Brescos, entre outros. O Projeto Sénior, que a Autarquia promove há 18 anos, tem com o objetivo combater o isolamento dos seniores e proporcionar momentos de convívio e alegria.
O peixe fresco, uma das grandes riquezas gastronómicas tradicionais de Sesimbra, vai ser o rei no concelho do litoral português, até 31 de maio, dia do pescador. Nos 35 restaurantes aderentes, distribuídos pelo território sesimbrense, vão poder saborear-se especialidades como Imperador Escalado na Grelha a Carvão com Legumes Salteados em Alho e Azeite, Filetes de Peixe-espada-preto com Molho de Vieiras, Cavala de Escabeche, entre muitos outros. A acompanhar as mais de 50 receitas apresentadas pelos chefes sesimbrenses estão alguns dos melhores vinhos da Península de Setúbal. Em declarações ao Semmais, Francisco de Jesus assume que durante a última década, tem havido uma «aposta mais forte na divulgação de algumas espécies, que têm uma importância mais acentuada para a frota e para a gastronomia locais», dando mesmo os exemplos do peixe-espada-preto, espadarte ou cavala. «Essas iniciativas [quinzenas gastronómicas] contribuíram para uma afirmação das espécies e para o aumento da procura. Atualmente, o consumo está generalizado, portanto a opção foi alargar a quinzena ao pescado mais representativo de Sesimbra, o que em termos gastronómicos torna mais diversificada e interessante a quinzena. Para os restaurantes é uma oportunidade de mostrarem especialidades confecionadas com outro tipo de pescado», justifica. As reações têm sido positivas quer por parte dos restaurantes aderentes, quer por parte das pessoas que os visitam durante as quinzenas. «Tem havido bastante adesão, o que se comprova pela média de 40 restaurantes participantes por evento, que veem nestas quinzenas uma forma de se publicitarem nos diversos meios usados pela autarquia, mas também de darem a conhecer o seu trabalho a um público mais vasto», conclui o presidente do município. A quinzena gastronómica “Sesimbra é Peixe” integra o conjunto de iniciativas que são desenvolvidas pelo executivo camarário ao longo do ano para promoção da pesca, dos pescadores e das tradições do concelho. Para além disso, é aberta a todas as espécies capturadas pela frota sesimbrense e não há qualquer tipo de limitação ao uso de espécies, assim como não é feita restrição à criatividade dos chefs. CR
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sociedade
no processo de transferência de competência
Alcácer do Sal discorda do Ministério da Educação Problemas nas formas de financiamento e relativamente à falta de clarificação do governo das propostas apresentadas, tanto ao nível dos edifícios, equipamentos, pessoal não docente, ou ação social, estão entre os pontos de discórdia. texto carlos ribeiro Imagem DR Em reunião ordinária o executivo municipal de Alcácer do Sal aprovou, por maioria, uma proposta de discordância relativa ao «teor do projeto de mapas de montantes financeiros associados ao exercício anual das competências transferidas no domínio da Educação, assim como da lista de património a transferir para o município». No entendimento da autarquia, na pessoa do seu presidente Vítor Proença, o mesmo, «contém questões que carecem de esclarecimento e outras que são incomportáveis». «Constatamos que o documento não dispõe de informação global suficiente, que permita avaliar a dimensão das competências que se querem transferir, nem sobre as verbas necessá-
rias para as exercer a níveis satisfatórios», afiançou o autarca. «Este processo de transferência de competências configura uma situação de agravamento do subfinanciamento das autarquias, comprometendo o cumprimento do direito à igualdade de oportunidade de acesso e sucesso escolar, impossibilitando uma resposta adequada aos problemas das populações, com os riscos de degradação do serviço da escola pública», completou. Os encargos com pessoal não-docente mencionados são «inferiores aos estimados», além de os números apresentados «não refletirem as reais necessidades rácio/aluno das escolas do concelho». De acordo com o comunicado oficial o diploma não pre-
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vê, igualmente, a adaptabilidade gradual da estrutura orgânica da autarquia para gerir e transferir os trabalhadores do Ministério da Educação para a autarquia. Os valores referentes aos refeitórios são inferiores aos indicados pelos Agrupamentos de Escolas do concelho e aos transferidos atualmente, sendo que estes montantes carecem de atualização a cada ano letivo. Na especificidade dos circuitos especiais de transportes, que acarreta já para o município um grande investimento, podem surgir dificuldades no transporte de alunos em modalidade de educação especial, a nível da existência de transporte adaptado, e a nível de especialização do pessoal acompanhante.
Formas de financiamento e falta de informação estão na base da discórdia
Lacunas identificadas pelo executivo municipal Para além dos protestos já mencionados, o executivo de Alcácer do Sal identificou, ainda, algumas lacunas. «O financiamento apresentando é insuficiente para garantir a qualidade e universalidade da escola a tempo inteiro, além de não estarem explícitos os critérios referentes às estimativas sobre as atividades de apoio à família e de enriquecimento curricular. Não estão, também, incluídas no mapa as despesas com seguros e certificações legais que os estabelecimentos de ensino têm de ter; falta informação sobre os contratos de média e longa du-
Delegação da Moita da OA acolheu conferência sobre violência doméstica O Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados, através da delegação da Moita, promoveu esta semana mais uma sessão formativa, alusiva à temática da violência doméstica. Um dos aspetos de maior relevância desta 11.ª ação de formação foi a confirmação de que a formação dos psicólogos, técnicos de ação social, juízes, magistrados do Ministério Público e forças de segurança tem permitido a todos criar uma perceção mais fiel da dimensão e gravidade deste flagelo, que tantas vítimas tem provocado. Facto que deve traduzirse na aplicação de medidas cada vez mais eficazes no combate à violência doméstica. João Massano, vice-presidente do Conselho Regional de Lisboa, da Ordem dos Advogados, reporta-se ao «aumento do número de pulseiras eletrónicas que reflete a consciencialização da especial censurabilidade e da relevância social que as situações de violência doméstica têm vindo a assumir». Opinião partilhada por Jaime Martins, presidente do Conselho Regional, que, em entrevista à RTP, enalteceu o “contributo modesto” do CRL para que o assunto da violência doméstica “esteja permanentemente em cima da mesa”. “O facto de haver aumento de pulseiras nos suspeitos e arguidos significa que há consciencialização dos judiciários para a censurabilidade muito forte deste crime e para prevenir situações de revitimização”, disse. Este é um dos indicadores precisos «que nos motiva a apostar cada vez mais na formação no Conselho Regional, que abrange cerca de 50% da advocacia nacional», reconhecendo ainda que «para o mesmo muito tem contribuído a mediatização crescente do fenómeno da violên-
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ração existentes e há várias questões pendentes, como o inventário do equipamento a transferir em cada imóvel, pagamento de obras manutenção diária e fornecimento de eletricidade, água, gás e saneamento», evidencia Vítor Proença. Esta não concordância não traz quaisquer consequências para o município de Alcácer do Sal e o presidente da câmara acrescenta mesmo que «se fosse aceite, aí sim, traria graves problemas». Até 1 de janeiro de 2021, a Câmara Municipal «não é obrigada a aceitar a transferência de competências, conforme rejeição aprovada em Assembleia Municipal», conclui.
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cia doméstica. Não só através das notícias sobre os crimes, mas também de todas as que dão nota de iniciativas de prevenção e combate à violência doméstica», destacando aqui «o importante papel que a comunicação social tem tido». Durante a conferência na Moita o Psicólogo Telmo Torrinha, coordenador do Centro de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica, deixou a promessa de que os advogados da Moita iriam ser «chamados a prestar apoio jurídico às vítimas, tal como está a ser implementado no Barreiro». Uma promessa que surgiu na sequência da intervenção inicial de João Massano ao alertar para a necessidade de os gabinetes de atendimento às vítimas de violência doméstica “terem advogados para a prestação de apoio jurídico às vítimas”. «A violência doméstica combate-se com formação! De uma forma geral, na família e na escola, desde a mais tenra idade. De modo mais específico, fazendo com que todos os setores da sociedade e todas as áreas profissionais pensem na problemática e contribuam com medidas concretas e ações para mitigar o fenómeno. Os profissionais da Justiça, querem estar na linha da frente no combate ao flagelo da violência doméstica, assumiu João Massano. Com esta décima primeira iniciativa dedicada à violência doméstica, num ciclo que arrancou em novembro do ano passado, o Conselho Regional de Lisboa da Ordem dos Advogados atingiu os cerca de mil participantes nas ações sobre esta temática. Entre os participantes estão, por norma, vários profissionais de Justiça e técnicos ligados às áreas sociais, bem como as forças de segurança. ES
sociedade
Campeã nacional de Trampolins precisa de verba para tratamentos em Itália
População da região une-se pela causa “Vamos Ajudar a Catarina Santos” Catarina ficou tetraplégica durante uma queda num treino para os mundiais de trampolins. Tem feito tratamentos intensivos em Florença, mas não tem verba suficiente para viajar este ano. Anónimos e famosos juntaram-se à causa e estão empenhados em ajudar a jovem. texto eloísa silva Imagem Filipe abrantes A história da Catarina Santos, ginasta do clube recreativo e desportivo brasileiro “Rouxinol”, em Corroios, no Seixal, que aos 12 anos ficou tetraplégica após uma queda num treino para o campeonato mundial de trampolins, não deixa ninguém indiferente. A jovem, ex-campeã distrital e nacional, ambicionava o título mundial, mas uma queda em falso destruiu-lhe o sonho. O caso remonta a 2014 e, desde então, a comunidade do distrito tem-se multiplicado em iniciativas e eventos para tentar ajudar a jovem, atualmente com 17 anos, a contrariar o prognóstico inicial de “imobilidade total permanente”. Depois de um diagnóstico «arrasador para a família e para os colegas», traçado pelas equipas médicas do Hospital Garcia de Orta e do centro de tratamentos de Alcoitão, «recebemos de Itália, do centro Giusti, uma luz que nos deu algum alento, para acreditar que podíamos reverter a situação da nossa menina». Diz-nos Filipa Martins, fundadora do movimento “Vamos ajudar a Catarina Santos”. Desde que receberam a indicação de que «com tratamentos regulares e exercícios intensivos a Catarina podia recuperar alguma mobilidade e independência, não mais parámos». Fo-
Catarina Santos com Tobias Rocha, organizador da caminhada, e com Jardel Vieira capitão dos Encarnados
ram organizados e promovidos dezenas de eventos solidários, para angariar o valor necessário para, pelo menos, um mês de tratamentos. Na totalidade, e incluindo a estadia da jovem ginasta em Itália, «falamos de 15 mil euros por mês, que estamos com muita dificuldade em garantir este ano», revela Filipa Martins que faz re-
evento acontece hoje e dia 20
“Dia B” de consciência social no Barreiro O município do Barreiro volta a promover o “Dia B” – que na verdade decorre em dois dias, 18 e 20 de maio – com uma vertente muito forte de consciência social e de préstimo de ajuda àqueles que mais necessitam. O objetivo da iniciativa, de acordo com a vereadora Sara Ferreira, é «reforçar o exercício da participação, da democracia e da cidadania ativa, e envolver a população num movimento social de caráter solidário». Para quem não está familiarizado com o conceito deste “Dia B”, este consiste numa campanha que tem o intuito de envolver todos os munícipes, de uma forma integrada e em rede, ajudando, desta forma, os barreirenses em situação económica mais complicada e as IPSS que prestam apoio aos mais caren-
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ciados. Este evento temático irá, igualmente, reunir esforços para ajudar o povo Moçambicano, no seguimento da recente tragédia resultante da passagem do Furacão Idai. Assim sendo, serão recolhidos pelas escolas, associações e IPSS bens essenciais e material médico. Neste que é considerado um «grande evento de solidariedade social», após a recolha de bens o município organizará e distribuirá os mesmos consoante as necessidades identificadas pelas IPSS do concelho, ao mesmo tempo que reencaminhará o material médico para Moçambique. Segundo Sara Ferreira, vereadora dos assuntos sociais na autarquia, «este Dia B pretende deixar uma marca na comunidade, apelando à consciência social dos barreirenses». CR
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colha de tampas, diariamente, para contribuir para as despesas da família quando esta se desloca para Itália. Sensibilizado com esta situação Tobias Rocha, um atleta amador de Pinhal de Frades, pôs «mãos à obra» e está a organizar uma caminhada na Mata da Machada «com a qual esperamos reunir a verba necessária para
que a Catarina volte à clínica este verão», revela ao Semmais. «Temos tido bastante recetividade de particulares e empresas que conhecem, amplamente, o caso da Catarina e que têm assistido à sua recuperação (a jovem, natural de Sesimbra, já adquiriu alguma mobilidade da cintura para cima e começou recentemente o exercício de mar-
cha). Tem sido gratificante ver como a comunidade apoia esta causa», elogia Tobias Rocha, militar reformado. Até ao momento «150 pessoas, já manifestaram interesse em participar no evento solidário, com inscrição mínima de 1€, que vai decorrer no dia 26 a partir das 8h30». Entre os patrocinadores estão pequenos e médios empresários e entidades como a câmara do Barreiro, a adega Lima Fortuna e a empresa de construção “Altura Malabarista”. Além do evento de dia 26, esta caminhada de 10 quilómetros, com sorteio de prendas pelos participantes, Filipa relembra que está a decorrer uma venda de rifas para sortear «as chuteiras do Jardel, jogador do SLB, e uma camisola assinada por todo o plantel do Benfica. Foram muito generosos com a nossa causa, e nós agradecemos, de coração». Quem se quiser juntar a esta iniciativa deve agendar a sua participação no facebook através da página “Vamos ajudar a Catarina Santos”. Entretanto pode, também, adquirir uma rifa para ficar habilitado às chuteiras do Capitão das águias ou a uma camisola oferecida e assinada pelo plantel do Benfica.
Park Agro botânico abre em Sesimbra Mário Gonçalves e Gilberta Gonçalves são sócios, nos negócios e no amor. O casal sesimbrense investiu 60 mil euros num parque único, a nível nacional, que conjuga a agricultura com a parte ornamental e ecológica dos catos. O ATLANTIS CACTUS PARK é inaugurado dia 25, no Zambujal, em Sesimbra, e resulta de um projeto com mais de 10 anos, como explica o “mestre” Mário. «Tudo começou em 2009 com a aposta pioneira que fizemos na Figueira da Índia com a plantação em pomar, para venda da fruta em fresco, de Figueiras da Índia e palmas para plantio. Em 2013, introduzimos a produção da Pitaya em sombreiro, fomos ampliando o espaço e, neste momento, produzimos várias variedades de Pitaya. Somos viveiristas certificados e temos certificação biológica. Em 2018, pretendíamos "concluir" o projeto com a introdução de catos ornamentais, oriundos dos mais diversos paí-
Inauguração do Atlatis Cactus Park está prevista para as 10h00 de dia 25
ses, que nos trouxe a este Park Agro botânico que inauguramos dia 25 às 10h00, após um trabalho bastante árduo». O parque estará aberto ao público, gratuitamente, de terçafeira a domingo, entre as 8h30 e as 12h e entre as 15h30 e as 18 horas, possibilitando a «visita aos pomares, degustação da fruta, participação em oficinas temáticas e workshops ou, até mesmo, a realização de piqueniques ou acompanhar a polinização notur-
na», adianta Gilberta Gonçalves, responsável administrativa do Parque. «Fomos os grandes impulsionadores da promoção deste género de catos frutíferos em Portugal e queremos continuar a fazer a diferença», assume Mário Gonçalves. Com a inauguração oficial do CACTUS PARK os empresários garantem estar «mais próximos do objetivo principal, que passa por criar algo emblemático e de referência mundial». ES
sociedade
Viriato Soromenho-Marques fala do novo livro sobre questões europeias
«União Europeia tem condições para ser uma força benigna global»
ahresp em setúbal
«Os bons projetos só se fazem com O professor catedrático setubalense aborda nesta obra “Depois da Queda - A União Europeia inovação e entre o Reerguer e a Fragmentação”, os grandes temas da atualidade. Viriato Soromenho- valorização Marques, fala de uma crise de liderança e adverte para o risco do projeto europeu “agonizar” dos recursos humanos» se os problemas matriciais da moeda comum não forem resolvidos. texto anabela ventura Imagem DR lismo poderá mudar de tom. É provável que o papel dos nacionalistas liberais tenda a ser ainda mais relevante. Personalidades como Salvini ou Marine le Pen (que poderá vir a substituir Macron) encaram a UE como um obstáculo para as suas economias. Eles irão tentar “reformar” o euro. Infelizmente, as suas propostas só agravariam o problema, em vez de o resolver.
Qual é a sua tese central neste novo livro sobre a crise europeia? A ideia central do livro é a de que o projeto europeu estará condenado a agonizar se os problemas matriciais da moeda comum não forem resolvidos. Estamos condenados a perder tempo se tentarmos analisar os problemas do populismo, dos refugiados, da ausência de política de defesa, da deriva autoritária de países como a Hungria ou a Polónia, da corrupção e fuga ao fisco em larga escala, sem os relacionar com o coração da crise: a péssima estrutura de funcionamento e governação do euro, que é um travão a uma verdadeira unidade europeia, democrática e efetiva. Tudo o resto depende desta tarefa por realizar.
Apesar das dificuldades, contradições e obstáculos: a Europa tem futuro?
Aproveito para lhe perguntar o que poderão os portugueses esperar da Europa saída das próximas eleições para o Parlamento Europeu? Em 2019 é provável que a UE continue nas mãos de líderes que sempre puseram o interesse nacional imediato acima do interesse estratégico europeu. A diferença é que, até aqui, dominaram aqueles que poderemos designar como nacionalistas liberais, de que a chanceler Merkel é o
Capa do livro de Soromenho - Marques pela Temas e Denates/Círculo de Leitores
exemplo maior, que utilizaram a UE como veículo para uma hegemonia das suas economias. Por exemplo, não é possível perceber o sucesso do mercantilismo exportador, dos últimos 25 anos da economia alemã, sem compreender que o euro foi estrutu-
rado como uma espécie de marco para a época da globalização. Corremos o risco de se manter esse status? Claramente. Penso que depois das eleições, esse naciona-
A União Europeia tem condições materiais para ser uma força benigna global, com capacidade para construir um diretório mundial pacífico com os EUA, a China, a Índia, o Japão, e o Brasil. Um diretório para combater os riscos existenciais globais da crise ambiental e climática e da distopia tecnológica em que estamos mergulhados. Mas para isso, a Europa teria de apostar numa verdadeira revolução federal, que aumentaria, simultaneamente, a democracia e o poder europeus. Os povos não são o problema. A dificuldade reside no provincianismo das lideranças. Na falta de verdadeiros estadistas europeus.
Prémio foi atribuído pelo segundo ano consecutivo
Fertagus é transporte “Cinco Estrelas” Na segunda edição dos Prémios Cinco Estrelas Regiões a empresa de transporte Fertagus, afeta ao Grupo Barraqueiro, que opera o serviço ferroviário suburbano de passageiros concessionado pelo Estado Português, repetiu os resultados de 2018 e conquistou o prémio “Cinco Estrelas” na categoria “Transporte Ferroviário de Passageiros” nos distritos de Lisboa e Setúbal. Cristina Dourado, administradora delegada da Fertagus, justifica este reconhecimento com a qualidade do serviço prestado. “Acreditamos que a qualidade do nosso serviço faz a diferença e que os nossos comboios serão o transporte de futuro, em alternativa ao veículo próprio”. O prémio “deixa-nos bastan-
te satisfeitos porque simboliza o reconhecimento dos nossos clientes de Lisboa e dos concelhos da margem sul”, vincou. Melhorias na forja Na senda de manutenção deste prémio, e considerando o aumento de 20% do número de validações no sistema em abril, aquando da introdução dos passes metropolitano e municipal, a Fertagus anunciou esta semana que está a estudar medidas que possam aumentar os níveis de qualidade do transporte e, por conseguinte, de satisfação dos seus clientes. Nesse sentido a empresa tem em “avaliação um conjunto de medidas que visam poder dar
resposta aos acréscimos de procura, desde já a reformulação do interior dos comboios, de forma a melhorar a circulação dos clientes”. O objetivo, ressalva a Fertagus em comunicado, é facilitar as entradas e saídas e permitir uma melhor distribuição de passageiros no interior do comboio. “Trata-se de uma medida que está a ser estudada, com as entidades competentes, e entrará em modelo piloto apenas numa unidade quádrupla elétrica (UQE), previsivelmente, no fim do mês de maio”. Está também a ser avaliado com o fabricante do material circulante (Alstom) a possibilidade de se adicionar uma quinta carruagem nos comboios com
quatro carruagens. “É uma matéria que tem de ser estudada diretamente com o fornecedor dos comboios, mas que implica também outras intervenções, que nunca serão conseguidas a curto prazo, nomeadamente a alteração da dimensão de algumas plataformas”, informa a Fertagus. Neste momento, e porque tem sido possível dar resposta ao aumento de passageiros, embora com um reconhecido “menor conforto” nas horas de ponta, a Fertagus está a estudar um novo mapa de horários e a aconselhar, até à sua elaboração, que os clientes optem por comboios em que exista menor concentração da procura, já que a frequência, nestes períodos, é de 10 minutos. ES
A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) promoveu um almoço-debate, no passado dia 10, na Escola de Hotelaria e Turismo de Setúbal, no qual foi realizada uma breve apresentação dos instrumentos de financiamento disponíveis para o setor do turismo, com especial foco no Enoturismo. Depois de Leiria, coube a Setúbal receber o encontro dos conselheiros da referida associação para discutir os temas mais prementes relacionados com os grupos de setor e as delegações da AHRESP. Carlos Abade, vogal do Conselho de Administração do Turismo de Portugal, realçou que «a criação de valor por parte das empresas de turismo depende, entre outros aspetos, da concretização de bons projetos de investimento, e estes só acontecem se as empresas conhecerem todas as variáveis que podem condicionar os seus investimentos». Para o responsável, as empresas devem ainda investir «no constante reforço e valorização dos seus recursos humanos», na promoção de «estratégias de crescimento assentes na inovação» e que tenham «acesso a um quadro adequado de instrumentos de apoio financeiro». «É precisamente nestas dimensões que o Turismo de Portugal tem vindo a atuar de uma forma muito focada, em conjunto com as demais entidades públicas e privadas com responsabilidades no turismo, entre as quais a AHRESP», concluiu. Já Carlos Moura, vice-presidente da AHRESP, reforçou a aposta da direção em levar a associação a todo o território nacional. Esta entidade pretende chegar às 20 delegações: 18 em Portugal continental e duas nas regiões autónomas. «A AHRESP, que tem mais de 100 dirigentes, é uma associação de empresas, de gestores e empresários, por isso, tem de estar em todo o território respondendo e esclarecendo na hora», justificou Carlos Moura. No evento estiveram presentes, Manuel Pisco, vice-presidente da Câmara de Setúbal, e Vítor Costa, presidente da Turismo da Região de Lisboa, que destacaram o crescimento da região de Setúbal a nível turístico, e diversos representantes de adegas da Península de Setúbal. De referir ainda a tomada de posse de Daniel Piedade, o novo delegado da AHRESP para o distrito de Setúbal. AL
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local
Noite dos museus no Seixal
Festas populares arrancam no Montijo
O Seixal comemora a Noite dos Museus, este sábado, a partir das 21h30, com vários eventos. A iniciativa inclui concerto com Zé Soares Trio, que convida Maria Anadon; a
Prosseguem até domingo as festas em honra de St.º Isidro, com música, largadas e bailes. Este sábado tem lugar a 3.ª Caminhada Santo Isidro, pelas 18 horas, e o concerto com os Canta Brasil, às 23
exposição “Barcos, Memórias do Tejo” e passeios noturnos pela baía. Está prevista a abertura do núcleo museológico, entre as 21 horas do dia 18 e a 1 hora de dia 19.
horas. No domingo, às 15 horas, realiza-se a procissão, às 20 horas, um espetáculo com a Banda Função Públika e o encerramento das festas com fogode-artifício.
AZEITÃO VAI ESTAR EM FESTA COM “MANEL DA HORTA”
Setúbal revive tradições, sabores e aromas de Azeitão A festa do Manel da Horta regressa a Azeitão, de 24 a 26 deste mês, com gastronomia, artesanato, música, ateliers, jogos tradicionais e exposições. texto António luís imagem dr A vida no campo e o espírito de aldeia são recriados neste evento, organizado pela Junta de Azeitão que destaca produtos gastronómicos, vínicos e artesanais da região da Arrábida e de Azeitão. As tasquinhas, com sopa caramela, provas de vinho, queijos, mel, doçaria e produtos hortícolas da região, marcam, uma vez mais, presença no certame, de entrada gratuita. Os produtos hortícolas, flo-
Almada anuncia novos nomes no Sol Mariza, Luísa Sobral, Seu Jorge, Gabriel o Pensador, Flak, Jafumega, Dany Silva, Força Suprema e DJ Riot são as novas confirmações para a 6.ª edição do Festival O Sol da Caparica, que decorre entre 15 e 18 de agosto, no Parque Urbano da Costa da Caparica. Com organização da Câmara e promoção do Grupo Chiado, a Costa da Caparica volta a ser ‘invadida’ pelo rock alternativo, pelos ritmos africanos, pelo samba, pelo hip hop, pelo funk e, a terminar as noites, música de dança por vários DJ. O último dia é reservado aos mais pequenos e respetivas famílias. Os bilhetes para o Festival O Sol da Caparica já se encontram à venda nos locais habituais pelo preço de 19 euros para os bilhetes diários e 39 euros para os passes de 4 dias.
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rais, artesanais e turísticos são também atrativos da quinta do Manel da Horta, que inclui ainda a venda de artigos em chita e de croché e uma exposição de antigas alfaias agrícolas. Jogos tradicionais e didáticos ligados à sensibilização do ambiente, bem como ateliers para crianças e adultos fazem igualmente parte do programa do fim-de-semana. As atividades arrancam às 15 horas e, até às 20 horas, de-
corre o “Café Conserto para a família”, destinado a arranjos de roupa, pequenos móveis e eletrodomésticos e à recuperação de brinquedos. No sábado e domingo, às 15h30, há jogos de aprendizagem para crianças no atelier “A brincar também se aprende”. Nos dois dias, às 16h00, Ana Castilho desenvolve o atelier “Conhecer algumas espécies da flora local”, através de identificações e desenhos de espécies.
Barreiro adere ao tarifário zapping A partir do dia 1 de junho, arranca a validação e carregamento de títulos Zapping. Este novo título ocasional, com um valor de utilização de 1,35 euros, poderá ser carregado nos pontos de venda TCB, bem como na restante rede de vendas dos operadores de transportes públicos da AML, em carregamentos mínimos de 3 euros, até um máximo de 40 euros. O título Zapping pode ser carregado no “Lisboa Viva” ou “Viva Viagem”, e permite com um único título de transporte deslocar-se na rede de transportes públicos da ÁML. Este título oferece a possibilidade de deslocar-se entre carreiras dos TCB, com uma duração de 45 minutos após a primeira validação, sem qualquer custo adicional. De salientar que os atuais pré-comprados válidos exclusivamente nos TCB, mantêm-se em vigor e sem alteração, permitindo igualmente o transbordo entre carreiras dos TCB até 45 minutos após a sua primeira validação. Sem dúvida, um «momento marcante» no sistema tarifário dos transportes públicos na ÁML.
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Alcochete candidata festas a galardão O acordo de colaboração entre o Aposento do Barrete Verde de Alcochete e o município, com vista à candidatura das Festas do Barrete Verde e das Salinas a Património Cultural Imaterial, é assinado este sábado, dia 18, às 16 horas. A cerimónia festiva tem lugar na sede do Aposento do Barrete e conta com as intervenções de Cândido Perinú, presidente do Aposento do Barrete Verde, do vereador responsável pelo pelouro da Cultura e Identidade Local, Vasco Pinto, e ainda do edil local, Fernando Pinto.
Festa do Manel da Horta recria a vida no campo
Às 17h00, “A Horta na Cozinha” inclui modelagem com pasta de açúcar, com Cláudia Ribeiro. Meia hora depois, Andreia Pinheiro Oliveira, da Paladares Biológicos, dá luzes sobre “Construção de Bonecos Ecológicos”. No sábado decorre ainda um atelier de pintura e feitura de pulseiras e anéis inspirados nos
animais da Arrábida, na atividade “Cria a tua pulseira e o teu anel”. O teatro de rua está em destaque com a peça “O Mercado de Azeitão”, sábado, às 18h00, e domingo, às 12h00 e 17h30. A partir das 21h30 há o “Baile do Chapéu”, pela Orquestra Típica O.C.T.A., e a partir das 22h45, prossegue a animação musical.
Palmela apoia feira agrícola do Poceirão
Sesimbra relembra combatentes da grande guerra
O município aprovou, por unanimidade, na reunião pública do passado dia 8 de maio, a atribuição de um apoio financeiro no valor de 4 mil euros à Associação da Feira Comercial e Agrícola do Poceirão, para colmatar parte das despesas da organização da 30.ª edição do evento. A autarquia assegura, ainda, apoio logístico e técnico, no valor de 7 mil euros. O tradicional certame decorre de 12 a 14 de julho e assume-se como um evento de afirmação da ruralidade do território e de promoção dos produtos da terra, sendo a montra do que de melhor se faz na freguesia de Poceirão. Frutas, legumes, queijos, gado, artesanato, vinhos, gastronomia local, atividades equestres e animação diversa são algumas das componentes da Feira Comercial e Agrícola do Poceirão. Divirta-se.
«Congratulamos a Liga pelos seus 75 anos, pela homenagem a todos os combatentes, e por este exercício patriótico e cívico de lembrar a nossa história e autenticidade enquanto portugueses. É esta história coletiva que não devemos esquecer. Da parte da Câmara, continuaremos disponíveis para apoiar a Liga nas suas atividades». As palavras foram proferidas pela vice-presidente da autarquia, Felícia Costa, na cerimónia comemorativa dos 75 anos do Núcleo de Sesimbra da Liga dos Combatentes de Sesimbra, que se realizou no dia 12, junto ao monumento aos Combatentes. O programa comemorativo incluiu ainda um almoço convívio, uma exposição fotográfica de homenagem aos combatentes do município e um concerto pela Orquestra Ligeira do Exército.
local
Moita recebe a tradicional Feira de Maio texto António luís imagem dr Na primeira noite, dia 23 de maio, às 21 horas, abre a feira franca, com carroceis e divertimentos, bem como o espaço da gastronomia e a mostra de artesanato. De seguida, está prevista, entre outras atividades, a realização de um desfile de moda com a participação de várias lojas do comércio local. No dia 24 de maio, pelas 15 horas, realiza-se a conferência integrada no 20.º concurso regional da raça holstein frísia da Moita, na biblioteca municipal Bento Jesus Caraça, e a abertura oficial do 20.º concurso regional da raça holstein frísia da Moita e da 2.ª CAPRILEITE – Mostra de Caprinos Leiteiros de Raças Exóticas, no pavilhão municipal de exposições. De salientar que esta iniciativa, que decorre até dia 26, agrega algumas das maiores e mais produtivas explorações nacionais. Ainda no dia 24, a Praça da República recebe o espetáculo de fado com António Pinto Basto e, na Av.ª Teófilo de Braga, realiza-se, nessa noite, a 1.ª largada de toiros. No sábado, dia 25, às 10 ho-
Feira regional de Maio conta com desfile de moda do comércio tradicional
ras, abre o “Páteo das Velharias”, no Largo das Palmeiras. À noite, pelas 22 horas, o espetáculo musical é com Micaela, na Praça da República, e tem lugar a 2.ª largada de toiros na Av.ª Teófilo de Braga. No domingo, dia 26, realiza-se a 3.ª Largada de Toiros, a abertura do Espaço Biofesta
2019 – 15ª. Mostra de Projetos e Produtos Biológicos, a 2.ª CAPRILEITE, o VIII Almoço da Feira, entre outras iniciativas que se prolongam até à noite, com muita animação. Na programação deste dia, está incluída a corrida de toiros, na Praça Daniel do Nascimento, no dia 26, pelas 17 horas.
Grândola arranja parque de Melides
Alcácer integra Defesa do Consumidor
Já arrancaram as obras de requalificação do parque de estacionamento da praia de Melides. Têm um custo total de cerca de 85 mil euros e prevê a requalificação de toda a estrutura de ensombramento do parque e colocação de novo mobiliário urbano, permitindo aos veraneantes melhores condições de estacionamento nesta época balnear.
O município assinou dia 15, em Grândola, o protocolo para a criação do Centro Intermunicipal de Apoio ao Consumidor, organismo que almeja garantir uma rápida resolução de conflitos de consumo. «O centro vai reforçar as capacidades de informação e defesa do consumidor e a capacidade de várias ofertas e de relações dos cidadãos com as entidades», referiu Vítor Proença.
Sines ocupa jovens no Verão
Santiago adquire camião
Já abriram as inscrições para o “Mãos à Obra”, um programa ocupacional de Verão para Jovens, que decorre em julho. Pretende contribuir para o desempenho de atividades socialmente úteis, que permitam a aquisição de conhecimentos, potenciado a formação cívica dos jovens dos 15 aos 25 anos que residam no município há mais de um ano e que se inscrevam pela primeira vez no programa.
O município adquiriu novo camião de carga de 26 toneladas, com caixa basculante. Custou 143 mil euros e destina-se ao transporte de terras, inertes e outros materiais a granel, matérias destinadas a obras de administração nas suas várias vertentes de construção. O veículo substitui um velho camião, que contava já com elevado número de horas de serviço e um milhão de quilómetros.
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Côte D’Azur no salão do imobiliário de Paris
Ministro de Timor visitou o Porto de Sines
A equipa da Côte D’Azur está, pelo sexto ano consecutivo, no Salon de L’Immobilier et du Tourisme Portugais. O certame começou ontem, e vai decorrer até amanhã, no Parque de Exposições de Por-
O Ministro dos Transportes e Comunicações de Timor-Leste, José Agustinho da Silva, visitou o Porto de Sines para conhecer o funcionamento e as potencialidades da infraestrutura. José Luís Ca-
te de Versailles, na capital francesa. Além de Paris, a empresa de mediação imobiliária vai mostrar a sua carteira de imóveis em eventos semelhantes no Dubai e em Bruxelas.
cho, presidente da APS, aproveitou para destacar o papel de Sines enquanto principal porto nacional em carga movimentada e o potencial de cooperação no âmbito dos PALOP’s
Distinção foi feita no “Sommelier Wine Awards, em Inglaterra
Casa Ermelinda Freitas eleita Melhor Produtor Europeu É uma das mais importantes distinções vitivinícolas da Europa, atribuída num evento que distingue os chamados ‘vinhos tranquilos’. texto anabela ventura Imagem dr A Casa Ermelinda Freitas foi eleita produtor europeu do ano pelo “Sommelier Wine Awards”, evento que se realiza todos os anos em Inglaterra, e que reúne destacados especialistas da Europa. Trata-se do primeiro produtor português de vinhos tranquilos a ganhar este prémio, que também já tinha sido atribuído a um produtor de vinho da Madeira. «Esta distinção tem uma importância muito grande, pois vem dar reconhecimento a todo o trabalho desenvolvido a nível internacional», disse ao Semmais Leonor Freitas, a gerente da empresa de Fernando Pó, concelho de Palmela. Esta competição é uma das mais reconhecidas em todo o mundo e a mais importante de
Inglaterra. Os júris são sommerliers que representam Inglaterra e dos melhores restaurantes à escala internacional. A timoneira da Casa Ermelinda Freitas, recorda que este esforço de internacionalização da marca e dos seus vinhos, decorre da «consolidação» do mercado nacional, onde também foi feita «uma grande aposta na qualidade». Leonor Freitas não esquece de enaltecer a sua «grande equipa», porque, sem ela, reafirma, «nada disto seria possível». Região como ícone de Portugal no Mundo «A estratégia de internacionalização da empresa vem compro-
Embaixadora da Casa Ermelinda Freitas orgulhosa do percurso da marca pela Europa. De Inglaterra veio o último prémio
var que os vinhos da península de Setúbal e os seus produtores estão de parabéns pelo grande trabalho que têm desenvolvido na região, fazendo que a mesma se torne um ícone de Portugal no Mundo», afirma a empresária. Na mesma semana, a empresa obteve também o prémio mais alto atribuído pela Federação Internacional dos Jornalistas de Vinhos e Bebidas Espirituosas, no concurso “Citadelle du Vin”, em Bordéus, França, com o vinho “Vinha da Fonte Reserva 2016”. Só este ano a Casa Ermelinda Freitas já conquistou um total de 158 prémios, entre os quais 9 medalhas de Grande Ouro, 88 medalhas de Ouro e outras 48 medalhas de Prata.
Casas da Moagem em S. Domingos
Se quer descansar, relaxar, estar em contato com a natureza e ouvir apenas os pássaros durante o dia e os grilos à noite, o projeto de turismo rural Casas da Moagem, é o ideal para as famílias. Localiza-se na aldeia pacata de S. Domingos, com cerca de 600 habitantes, a 18 quilómetros de Santiago do Cacém, e nasceu da
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recuperação da antiga fábrica de moagem de José Mateus Vilhena, que funcionou durante 94 anos. O gerente Luís Vilhena realça que os turistas procuram o projeto para «descansar e fugir do reboliço da cidade». No Verão, os turistas «vão de manhã e à tarde à praia e, no final do dia, regressam, comem aqui uma salada ou uma tosta mista e disfrutam da piscina». Além dos portugueses, que estão em maioria, o projeto também é frequentado por holandeses, alemães, italianos, franceses e espanhóis. Com dois postos de trabalho fixos, Casas da Moagem celebram 5 anos em outubro próximo, sempre a pensar no conforto e lazer dos seus hóspedes. «A moagem foi recuperada com toda a sua maquinaria, dando origem ao Museu da Farinha, enquanto o celeiro e a casa de habitação fo-
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ram recuperados para turismo rural. O museu recebe cerca de mil visitantes por ano e os alunos das escolas podem aqui aprender a fazer pão no forno». Pode dizer-se que «a antiga moagem que era do meu avô, ficou exatamente como estava. Colocámos um telhado novo e as madeiras foram tratadas. O património é original e interessante. É uma forma de perpetuar a atividade do meu avô». O projeto Casas da Moagem está dotado de 5 suites e quatro quartos, com ar condicionado, televisão, wc e wi-fi. Os hóspedes podem tomar o pequeno-almoço no jardim, com piscina, nos dias soalheiros, enquanto nos dias frios as pessoas podem aquecerse na lareira tipicamente alentejana na sala de estar. Quem aprecia pão caseiro pode adquiri-lo na padaria própria. AL
Leonor Freitas em destaque Uma das distinções mais importantes da história desta empresa familiar com mais de cem anos de vida, ocorreu com a atribuição do Prémio Agricultura 2018, na categoria Empresas. Leonor Freitas, o rosto da empresa desde a sua modernização, na década de 90, é hoje uma das principais empresárias do país. Em novembro de 2008, recebeu o do prémio de Inovação e Empreendedorismo, pelo Ministro da Agricultura. Foi tornada Comendadora de Ordem de Mérito Agrícola, pelo ex-presidente da Repúbli-
ca, Cavaco Silva, no dia 10 de Junho de 2009. No ano seguinte, recebeu a Medalha de Mérito no Grau Ouro, pelo município de Palmela. Já em 2017, foi condecorada com o Prémio Mercúrio – Prestígio, pela Confederação do Comércio e Serviços de Portugal pela Escola de Comércio de Lisboa, sendo este prémio o mais alto atribuído por esta organização. Em 2018, ganhou o Prémio Mulher Empresária, um galardão que visa reconhecer o percurso as gestoras portuguesas.
Palmela conquista 4 medalhas no Algarve A Adega de Palmela acaba de conquistar 4 medalhas no 7.º concurso de vinhos da 11.ª Mostra de Vinhos de Portugal, uma iniciativa da “Confraria de Bacchus de Albufeira”, que decorreu de 3 a 5 deste mês. Esta iniciativa, que se afirma como uma das mais conceituadas e procuradas mostras de vinhos realizada a sul do país, ano após ano, tem ultrapassado «todas as expectativas» quanto à qualidade dos produtores e ao número de visitantes nacionais e estrangeiros. Desta vez, os premiados foram o Adega de Palmela Moscatel de Setúbal 201, com medalha de ouro, e os vinhos Villa Palma Reserva Tinto 2015, Villa Palma Reserva Branco 2016 e Moscatel 10 anos, com medalhas de prata.
Durante o evento, viticultores, enólogos, profissionais do sector e da restauração e apreciadores, tiveram a oportunidade de conhecer o que de melhor se produz num segmento em franca evolução em Portugal. Além da habitual degustação de vinhos, houve show cookings de tributo à dieta mediterrânica harmonizados com diferentes castas e workshops. No 7.º concurso de vinhos foram atribuídas medalhas de ouro, prata e bronze nas diversas categorias em competição, cujos prémios foram anunciados no jantar inaugural do evento que se realizou no dia 3. A mostra contou com a participação de cerca de 120 produtores nacionais e 900 rótulos diferentes. AL
negócios
Apoios já permitiram investimento de 30.418 milhões desde do arranque da Associação
ADREPES é o catavento do investimento local Gere e financia centenas de apoios junto de agentes e empresas locais. Desde o início da sua intervenção já ajudou a criar 400 postos de trabalho em projetos cujo investimento é superior a 30 milhões de euros. texto anabela ventura Imagem DR A Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal (ADREPES), já financiou 429 projetos, que criaram 400 postos de trabalho, num investimento total de 30.418 milhões de euros. São números de monta para uma entidade que lida diretamente com micros e pequenas empresas. Criada em 2002 por agentes locais representantes de diversos setores de atividade económica, privados e públicos, a ADREPES não tem fins lucrativos e o seu objeto é a promoção e desenvolvimento rural da Península de Setúbal e gestão de fundos comunitários. Desde essa altura, de passo seguro, tem vindo a desenvolver apoio substantivo junto de pequenas empresas, em especial nas áreas das pescas e da agricultura. E em 2014 face ao reconhecimento e impacto do trabalho desenvolvido no território sofreu uma alteração estatutária e passou a ter uma intervenção de âmbito mais regional. «Atualmente, contamos com 24 associados, que participam ativamente no trabalho da Associação e que se apresentam como parceiros estratégicos no desenvolvimento das suas atividades», explica ao Semmais, Natália Henriques, diretora executiva. No início da sua intervenção, a ADREPES tornou-se a entidade gestora do Programa LEADER+ na Península, tendo como área de intervenção os concelhos de Palmela, Sesimbra, Setúbal, Alcochete, Moita e Montijo face às suas características rurais. E veio a acrescentar ao seu portfólio de atuação outros programas como o Eixo 3 PRODER e Eixo 4 PROMAR, Iniciativa Comunitária EQUAL, PDR e MAR 2020 e POR Lisboa 2020. «No âmbito do presente quadro comunitário (2014 – 2020), a ADREPES é a única entidade a nível nacional responsável pela gestão de 3 DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária) em três vertentes: rural, costeira e urbana», diz a representante da
Cluster’s agrícola e pescas no topo No que concerne ao DLBC Rural, financiado através do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020) e no âmbito do presente quadro comunitário (20142020), é possível financiar proje-
Parcerias, ações e outros projetos Para além das parcerias que estão subjacente aos 3 DLBC que envolvem mais de 100 parceiros, a ADREPES está representada nas seguintes estruturas: Plataforma Supraconcelhia da Península de Setúbal; Conselhos Locais de Ação Social (CLAS) de Almada, Moita, Montijo, Palmela, Sesimbra e Setúbal; Conselho Regional do PEDEPES; Conselho Estratégico do Parque Natural da Arrábida; Conselho Estratégico da Paisagem Protegida Arriba Fóssil Costa da Caparica; Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa; Federação Minha Terra; Interface Colaborativo Desenvolvimento e Inovação da Península de Setúbal – IN2SET; Plataforma Local de Operacionalização e Gestão da marca Natural.PT do ICNF; Rede Rural Nacional; Comissão de acompanhamento do MAR 2020. Natália Henriques, diretora da ADREPES que já criou 400 postos de trabalho
Acção ativa junto dos diferentes ‘stakeholders’
Associação, com sede em Palmela. E acrescenta: «Atualmente na terceira geração da gestão de fundos comunitários, já financiámos
429 projetos que criaram cerca de 400 postos de trabalho, num investimento total que ascende a 30.418 milhões de euros».
Em termos de acção no terreno, segundo a mesma responsável, a ADREPES «empreende todos os esforços para desenvolver um modelo de boa governação que promova a participação ativa dos diferentes stakeholders, a parceria e a cooperação enquanto os pilares fundamentais para a implementação e desenvolvimento da Estratégia de Desenvolvimento Local». Mas há também dificuldades, tanto por parte da entidade gestora, como por parte dos promotores. «Do lado da ADREPES, porque o seu funcionamento é
tos através das seguintes ações: Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola e na Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas; Diversificação das Atividades na Exploração Agrícola; Cadeias Curtas e Mercados Locais e Promoção de Produtos de Qualidade Locais. Para o efeito a ADREPES contratualizou 4,5 milhões de euros, o que permite apoiar projetos na ordem dos 9 milhões de euros de investimento total, uma vez que as taxas médias de financiamento rondam os 45%.
No primeiro trimestre de 2019 foi efetuada a avaliação intercalar que corresponde ao período 2014-2018 que permitiu aferir o estado da arte relativamente ao cumprimento das metas contratualizadas. Assim, até ao momento, foram aprovados 112 projetos que totalizam 4,8 milhões de euros de investimento, que promovem a criação de 59 postos de trabalho e cuja despesa pública ascende a 2,2 milhões de euros. Estes números traduzem uma taxa de compromisso de 80%. Relativamente ao DLBC Cos-
teiro há que referir o alargamento do território de intervenção da ADREPES às freguesias costeiras do concelho de Almada. Neste DLBC apenas foram abertos 3 concursos, 2 fechados e outro a decorrer, que facilitaram a receção de candidaturas em áreas dedicadas à economia do mar. Foram aprovadas 27 candidaturas, em setores como a pesca, turismo, património, comércio e serviços que totalizam 2,2 milhões de euros de investimento e 1,1 milhões de despesa pública, que visam a criação de 43 postos
ADREPES é a entidade nacional responsável pelo 3 DLBC
tutelado por duas entidades pagadoras e três autoridades de gestão. Ao nível dos promotores coloca-se a exigência ao nível da demonstração da capacidade financeira para investir, no cumprimento dos prazos, de alguma iliteracia ao nível dos sistemas de informação que, na maior parte dos casos, não são acessíveis, bem como do conhecimento técnico específico para construir a candidatura e demonstrar a viabilidade do investimento. Acresce o transversal e de suma importância excesso de burocracia associada a todo o processo», explica a responsável. Os promotores apoiados pela ADREPES correspondem, maioritariamente, a micro e pequenas empresas, criadas há mais de cinco anos que investiram na expansão e modernização da sua atividade. Trata-se de empresas de diferentes setores de atividade associados às tipologias de projetos enquadráveis na estratégia da associação e nas estruturas de financiamento do PDR 2020, MAR 2020 ou SI2E / PO Lisboa 2020. No âmbito do desenvolvimento rural, destacam-se os setores da viticultura, cultura de produtos hortícolas, plantas aromáticas, ovinocultura, transformação de produtos agrícolas e turismo em espaço rural. No âmbito do FEAMP, destacam-se as empresas do setor da animação marítimo turístico, comércio a retalho de peixe, crustáceos e moluscos e atividades de transformação de produtos da pesca e aquicultura. No âmbito do SI2E e do Programa de Apoio ao Empreendedorismo e à Criação do Próprio Emprego (PAECPE), as empresas apoiadas apostam em áreas diversificadas de negócio, desde as atividades associadas ao setor do turismo e do comércio a retalho passando pelos serviços associados às tecnologias da informação e informática, design, atividades de prática médica de clínica geral, atividades de consultoria para os negócios e a gestão, contabilidade e o setor da indústria e construção civil.
de trabalho. Em termos globais, foram contratualizados junto do MAR2020, aproximadamente 3,14 milhões de euros de despesa pública, o que no final do programa se traduz no investimento global na ordem dos 6,3 milhões de euros. À semelhança do DLBC Rural também foi efetuada uma avaliação intercalar que concluiu sobre o cabal cumprimento dos objetivos para 2018 que se cifravam em 19 postos de trabalho, tendo sido criados 43.
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Teatro de comédia de borla vai ao Seixal
Bom teatro para ver na Baixa da Banheira
“Quando ela… é Ele!” é a comédia que vai este domingo à Associação de Amigos do Pinhal do General, no Seixal, pelas 16 horas, com entrada livre. Com encenação de Luís Mascarenhas, a peça conta
João Mota leva “Cordéis Minimalistas”, pela Companhia Maior, ao Forum José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, este sábado, às 21h30. Trata-se de um divertido texto de Luíz Felipe Botelho.
com interpretações de Filipa Giovanni, Luís Mascarenhas, Paulo Oliveira e Tiago d’Almeida. Uma peça hilariante que mostra que a nossa sociedade ainda vive assente em tabus.
Numa sequência de vários quadros, com base neste texto da literatura de cordel brasileira, a sátira e a comédia estão de mãos dadas, proporcionando um divertido espetáculo.
SOB O LEMA “É PRECISO FAZER UM DESENHO?”
Festa da Ilustração regista recorde de inscrições Um recorde de inscrições, novos espaços expositivos e uma exposição de Tignous, assassinado no atentado ao Charlie Hebdo, são destaques da Festa da Ilustração de Setúbal deste ano. texto antónio luís Imagens dr
Os desenhos estão de volta a Setúbal na Festa da Ilustração, que decorre de 31 de maio a 1 de junho, sob o lema “É Preciso Fazer um Desenho?” e que tem como ilustradores convidados Cristina Sampaio, Manuel Lapa e Tignous. Cristina Sampaio realçou, durante a apresentação do evento, que decorreu na Casa da Cultura, no dia 14, que a sua exposição «revela as diferentes facetas do meu trabalho como ilustradora de imprensa, construído no jornal Público». Já o vereador Pedro Pina recordou que um dos impulsos para a realização da 1.ª Festa da
Ilustração, em 2015, foi o atentado terrorista ao jornal francês Charlie Hebdo, em janeiro do mesmo ano, que resultou na morte de 12 pessoas, entre as quais o ilustrador Tignous. Cinco anos depois, Tignous está em Setúbal com a exposição “Ilustrar a Liberdade”, que mostra trabalhos selecionados pela viúva do ilustrador. «Tignous tem um trabalho excecional e com uma força particular. Através dele, homenageamos na Festa da Ilustração a equipa do Charlie Hebdo que foi vítima do atentado terrorista», revela a ilustradora Cristina Sampaio.
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Um dos destaques deste ano é o crescimento da exposição “Ilustração Portuguesa”, que, segundo o curador da Festa da Ilustração, João Paulo Cotrim, teve um «número recorde» de inscrições. «Além dos ilustradores clássicos, que continuam a trabalhar e têm conseguido de alguma forma renovar-se, também recebemos inscrições de novos ilustradores. A adesão foi incrível e bateu recordes». Exposições ficam até ao Verão A exposição, uma das referências do certame, mostra o trabalho desenvolvido por ilustradores portugueses que se destacaram em 2018 e 2019, na biblioteca de Azeitão e num dos novos espaços expositivos do certame, a galeria Lapso. Já a livraria Culsete acolhe uma nova rubrica, “Desenhos nos Livros”, com trabalhos da ilustradora Mariana Malhão. Outra novidade é o prolongamento de algumas exposições, que vão ficar patentes até ao verão, como forma de «capitalizar o investimento, o esforço e o trabalho desenvolvidos nessas exposições», frisa Pedro Pina. A mostra “Linha Clara”, de Cistina Sampaio, fica patente na Casa da Cultura até ao final de julho, enquanto “Ilustrador Veterano”, de Manuel Lapa, na Galeria Municipal do 11, e “Ver ao Perto”, coletiva, na Casa Bocage, podem ser visitadas até ao final de agosto. Pedro Pina destaca, igualmente, a aposta na captação de novos públicos para a ilustração, através do trabalho desenvolvido com as escolas, através da exposição “Coisas com nome no universo de Sophia”. O trabalho dos alunos das escolas superiores de arte também está em destaque na mostra “TPC”, na Casa do Largo, e no dia 1, às 21h30, na Casa da Cultura há concerto de ilustradores músicos.
O ilustrador francês Tignous, do Charlie Hebdo, vai ser homenageado
agendacultural ALMADA “PERPLEXOS” FAZ RIR A comédia de costumes “Perplexos”, de Marius Von Mayenburg, tem encenação de Cristina Carvalhal e interpretação de Nuno Nunes, Pedro Lacerda, Sara Carinhas e Sílvia Filipe. Teatro Joaquim Benite, 18.maio.19, 21h30
BARREIRO COMÉDIA “O ANIMADOR” A comédia “O Animador”, de Rodolfo Santana, com encenação de Luís Pacheco, e interpretação de Luís Pacheco e Rui Félix, continua a fazer rir o Barreiro. teatro municipal , 18.maio.19,
21h30
ALCOCHETE CENAS HILARIANTES O Teatro em Curso apresenta “A Solução é tu Morreres!”, uma comédia que retrata uma família típica que vive em crise financeira. CASA DO POVO, 18.MAIO.19, 16h00
SANTIAGO DO CACÉM CHAÍNHO CONVIDA MANÉ No âmbito do 10.º aniversário do auditório local, o Mestre António Chaínho convida Camané para uma agradável noite musical. Bilhetes a 5 euros. Auditório ANTÓNIO CHAÍNHO, 23.MAIO.19, 21h30
cultura
SINES GANHA FESTIVAL DE MÚSICA CLÁSSICA
cinema
Batuta vem diversificar o cartaz cultural da cidade alentejana Enriquecer e diversificar a oferta cultural da cidade é a finalidade do novo certame organizado pelo município. Além de concertos, há exposições e arruadas texto antónio luís Imagens dr De 23 a 25 de maio, em vários espaços da cidade, realiza-se a primeira edição do Batuta -Festival Sines Clássico, dedicado à música clássica. Pretende-se com esta iniciativa, organizada pela Câmara Municipal de Sines e produzida pela Apreciarte, «enriquecer e diversificar» a oferta cultural de Sines. O festival tem início no dia 23, às 21h30, no Centro de Artes de Sines, com um concerto baseado na obra “West Side Story”, de Leonard Bernstein, com os pianistas António Rosado e Armado Mota e os Percussionistas de Lisboa. No dia 24, às 19 horas, no Largo Poeta Bocage, “Porgy and Bess”, de George Gershwin, é a obra em destaque no concerto pelo GMS - Quinteto de Metais do Seixal. Ainda no mesmo dia,
GMS - Quinteto de Metais do Seixal vai atuar no dia 24 no Largo Bocage
às 21h30, na Capela da Misericórdia, Eudoro Grade (guitarra) e Vasco Ramalho (marimba) interpretam “Guirimburu”.
No dia 25 de maio, das 10 às 18 horas, no Jardim das Descobertas, está patente uma exposição de instrumentos musicais.
RAIO-X_LUÍS ALELUIA
Entre as 10 e as 12 horas, a banda filarmónica da SMURSS faz uma arruada pelas ruas da cidade que culmina, às 12 horas, com um concerto no Jardim das Descobertas onde participa a Escola das Artes do Alentejo Litoral. Finalmente, às 21h30, no Centro de Artes de Sines, a Algarve Camerata apresenta-se em concerto, com direção de João Rocha e João Pedro Cunha como concertino. Hugo Carabineiro (piano) e Gonçalo Pescada (acordeão) serão os solistas que tocarão peças de Mendelssohn e Piazzolla. As iniciativas do Batuta são de entrada livre, com exceção dos concertos no Centro de Artes, cujo bilhete, por espetáculo, custa cinco euros. Uma nova aposta cultural.
O INTRUSO Data de lançamento: 09.05.2019 Nacionalidade: EUA Género: Drama, Horror, Mistério Elenco: Meagan Good, Dennis Quaid, Joseph Sikora Realizador: Deon Taylor Duração: 102 minutos.
Quando um jovem casal compra a casa dos seus sonhos em Napa Valley, pensa que encontrou o lar perfeito para dar os próximos passos em família. Mas, quando o ex-proprietário permanece estranhamente ligado à casa e continua a infiltrar-se nas suas vidas, eles começam a suspeitar que ele esconde outras intenções para além de uma venda rápida.
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«Quero ficar na lembrança do público» O ator gostaria que a Ministra da Cultura lhe explique os critérios de atribuição de subsídios aos teatros. texto antónio luís Imagens dr Maior sonho profissional? Ficar na lembrança do público. E pessoal? Assistir ao sucesso dos meus filhos. Cidade preferida? Setúbal. Qual o local que gostaria de conhecer? “Estúdios da Universal”, em Orlando. Um desejo para 2019? Terminar o curso de Ciências da Comunicação que ficou a meio. Quem convidaria para um jantar a dois? A Ministra da Cultura para me explicar os critérios de atribuição de subsídios às companhias de teatro. Homem mais sexy do Mundo? Eu. O meu espelho não mente. Complete: A minha vida é… Um palco. O que não suporta no sexo oposto? A manipulação. Comida e bebida preferida? Arroz de Cabidela e cerveja ou água. Qual o seu maior vício? O pão.
Que livro anda a ler? “O Fado da Severa”, de Maria Carvalho. Qual o último filme que viu? “Parque Maravilha”, com a família. Melhor peça de teatro? “O Primeiro”, de Israel Horowitz. Melhor música de sempre? “No teu Poema”, de José Luís Tinoco. Qual a sua maior virtude? A Filantropia. E defeito? Perfeccionismo. Como se chama o seu animal de estimação? Não tenho. O que levaria para uma ilha deserta? Livros, papel e lápis. Dia ou noite? Noite. O que mais teme na vida? Perder a liberdade, a mobilidade e as faculdades cognitivas. A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém. O maior desgosto da sua vida? Ter perdido a minha mãe.
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Alcochete – Capítulo I: Considerações gerais
editorial
atualidades Luís Miguel Franco colaborador
Raul tavares diretor
Histerias e abutres ANDA para aí uma histeria de condenação devassa do senhor Joe Berardo, figura muitas vezes bizarra que, pelos vistos, como tantos outros, aproveitou tempos de ganância e de selvajaria bancária. Na verdade, brincou ao monopólio real, trocando fichas da jogatana por euros, muitos milhões de euros. Não sei se Berardo, que por acaso tem negócios na nossa região, é produto de um tempo político que muitos querem julgar de forma partidária, que se dá pelo nome ‘período socrático’. Que sucedeu, aliás, a outro, alegadamente muito semelhante, pelas razões sobejamente conhecidas, da era “cavaquista”. A tomar como certo o que tem enxameado a opinião pública e, mais concretamente, os casos que chegaram à barra dos tribunais, um e outro marcaram um desnorte do sistema, onde acima da política se sobrepuseram muitos interesses – pessoais e de grupo - e gigantescas vagas de falta de caráter protagonizadas por figuras sombrias que chegaram ao poder no nosso país. Acresce outra realidade pura e dura: o desnorte da ganância e os atropelos de ética e, porque não dizê-lo, de crime, que contaminaram o Estado de direito e a democracia, nas suas regras da economia, da concorrência e dos pressupostos bancário, foram mel do melhor para um frenético banquete de abutres. Estes homens, Armando Vara, Ricardo Salgado, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Arlindo de Carvalho, sem esquecer, entre muitos outros, Zeinal Bava e Jardim Gonçalves, foram endeusados por uma linhagem política de segundo plano e por uma classe jornalística que já não filtra, já não atende ao interesse público e do público, e que deixou de ser, há muito, ‘gatekkeper’, guardas-do-portão. Berardo tem a sua culpa. Mas a culpa maior é de quem, gerindo a banca nacional, lhe emprestou essa fortuna de milhões sem cuidar das garantias e sem defender o dinheiro que, dizem, é de todos nós. Esta é a maior das injustiças num país que fragmentou os que podem e os que não podem. Os pseudo-ricaços e os que vivem ou sobrevivem do seu trabalho. Por mim, já agora, o homem que fique com a Comenda, porque ela foi igualmente banalizada, por cumplicidade dos nossos Presidentes da República, assentindo, de olhos fechados, ao que estava à vista, num autêntico regabofe de cegueira nacional.
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DURANTE cerca de dezanove meses, impus a mim próprio o distanciamento que considerava indispensável, após doze anos de exercício das funções de Presidente da Câmara Municipal de Alcochete, interrompidos, numa análise puramente objectiva e factual, pela vigência de uma Lei de Limitação de Mandatos Assumi essa não presença física na vivência política do Concelho como incontornável, numa dupla perspectiva, que se encontrava relacionada com a concentração absoluta no retomar da minha actividade profissional enquanto Advogado e com a não manifestação pública de juízos de valor críticos, relativamente aos novos titulares do órgão municipal executivo. Entendo que, neste momento, cumpridos os pressupostos descritos, esses tempos de observação e contemplação – não raras vezes aflitivamente sobressaltado perante a constatação da inércia e indesmentível incompetência na gestão da res publica – deixaram de possuir qualquer razão de ser, pelo que assumirei na plenitude os meus direitos de participação e de cidadania. Naturalmente, o exercício da minha liberdade de expressão, materializado em textos desta natureza, será objecto de extracção de ilações de natureza política, possuindo a complexa virtude do agrado ou do
seu inverso no seu acolhimento pelos diversos agentes políticos locais, ficando esse estado de espírito vinculado e dependente de ambições e antecipações meramente eleitoralistas, pelo que, respeitosamente, terei de solicitar aos dotados desses estados psicológicos de inquietude que mantenham a serenidade. Esclarecidas as premissas, importa, numa análise inicialmente genérica, afirmar sem hesitações que, não obstante o estado de saúde financeira, a evolução do crescimento económico – que produziu efeitos de ampliação nos parâmetros da disponibilidade financeira nunca verificados – e o planeamento e aprovação de candidaturas a fundos comunitários, para a realização de obras públicas herdados do mandato anterior, a execução de políticas públicas pela actual maioria é absolutamente confrangedora e medíocre, não apresentando capacidade sequer, perante a inexistência de pensamento próprio – quer anterior, quer posterior à tomada de posse – , para a concretização de compromissos de gestão e eleitorais da CDU. No plano da execução de obras públicas, a intenção de conceder ao decurso do tempo o efeito de diluição da consciência do Povo no que à respectiva concepção concerne – referindo-se, como meros exemplos, as Escolas da Restauração e do Val-
bom, a Rua do Láparo e o Miradouro Amália Rodrigues, sendo a gestão das obras de requalificação deste último um caso de estudo verdadeiramente aterrador e lamentável – mais não representa do que um exercício inconsequente e, mais gravoso! Traduz uma postura de desconsideração oportunística dos interesses da população e da satisfação das suas necessidades. Ainda no respeitante ao aproveitamento, ou não, das candidaturas aprovadas durante o anterior mandato, independentemente do labor que se empregue numa tentativa inútil de percepção do respectivo alcance e sentido, não se compreendem os fundamentos políticos que determinaram a desistência das candidaturas a fundos comunitários que proporcionariam a requalificação da entrada nascente na Vila de Alcochete – que contemplava a requalificação das Avenidas do Canto do Pinheiro e 5 de Outubro (que incluía percursos pedonais e cicláveis) e uma bolsa de estacionamento no Largo da Feira de apoio ao centro histórico – e construção faseada de um parque urbano no Sítio das Hortas e Pinhal das Areias. No que respeita à primeira, a saudável situação financeira não obstaculizaria à assunção da componente pública municipal; no segundo, existindo inclusivamente um
entendimento entre a Câmara Municipal de Alcochete e o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, não se descortina o fundamento para a não imposição do cumprimento de compromissos resultantes do licenciamento do empreendimento Freeport numa perspectiva que não seja a de subserviência reverencial a alguns interesses económicos instalados. Terá sido, igualmente e com elevada probabilidade, essa a razão justificativa da mais aberrante decisão política de ordenamento do território e de urbanismo no Concelho, que permitiu a construção de um condomínio privado de luxo nos terrenos da antiga Fábrica dos Alumínios de Angola – sem que os contornos jurídicos do procedimento administrativo tenham sido objecto de esclarecimento, apesar da apresentação de requerimento da CDU nesse sentido – e a não prossecução do modelo, pensado e planeado anteriormente, que contemplava direitos edificatórios, naturalmente, mas que impunha ao promotor, mediante a aprovação de Plano de Pormenor, a assunção de construção de um parque urbano naturalizado e a requalificação de mais um segmento da frente ribeirinha do Concelho de Alcochete. E assim, prometendo “fazer acontecer”, se vai destruindo Alcochete.
“Quem tem medo do Enfermeiro-Director? atualidades Emanuel Boieiro DIRIGENTE DO SINDICATO DOS ENFERMEIROS QUALQUER um de nós poderia supor que, no nosso país e em pleno século XXI, todas as instituições de saúde do sector público, privado ou social com enfermeiros em exercício de funções, tivesse um enfermeiro-director, como responsável máximo pelas funções de direcção desta profissão salvaguardando a autonomia técnica e científica e a qualidade dos cuidados prestados. Ora a realidade é bem diferente, nos hospitais, os enfermeiro-directores fazem parte do órgão máximo de gestão, conselho de administração, sendo que ao nível da gestão operacional existe uma “manta de retalhos”, onde coabitam ainda enfermeiros-chefe ou supervisores (categorias subsistentes da carreira especial de enfermagem alterada em 2009) e enfermeiros coordenadores nomeados sem qualquer critério definido legalmente. Nos cuidados de saúde primários, não existe esta figura, sendo substituída por um vogal do conse-
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lho clínico, com poucos ou nenhuns poderes de administração, pois os directores-executivos dos agrupamentos de centros de saúde (ACES), por um lado, ou os coordenadores médicos das unidades de saúde familiar, por outro, assumem funções de direcção e chefia dos enfermeiros, colocando em causa, de modo evidente, a autonomia técnica e científica dos enfermeiros. Comprometendo, claramente, a qualidade dos cuidados prestados, prejudicando claramente os utentes, pelo facto de estarem a ser subvalorizadas as competências especializadas e altamente diferenciadas dos enfermeiros neste nível Os horários de trabalho, as férias, a formação interna e externa dos enfermeiros, os projectos liderados por enfermeiros e especificamente direccionados para grupos vulneráveis, tudo tem de ter autorização do director-executivo, limitando de modo incompreensível, e do nosso ponto de vista em descon-
formidade com a lei, uma profissão regulada por uma ordem profissional desde 21 de abril de 1998. Mais grave ainda é o facto das unidades funcionais, seja qual for a sua tipologia (USF;UCSP;UCC), estarem totalmente dependentes desta direcção-executiva dos ACES para a tomada de decisão, deixando para os enfermeiros coordenadores ou interlocutores (no caso das USF) as acções burocráticas e pouco significativas para a qualidade dos cuidados prestados aos utentes. Na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI), esta figura de enfermeiro-director, incompreensivelmente, também não existe. A direcção técnica quase nunca está entregue a um enfermeiro, apesar de ser este o profissional ao qual são atribuídas mais horas semanais em todas as tipologias da RNCCI. Se a direcção clínica é obrigatória, não fará sentido também a obrigatoriedade de um enfermeirodirector?
O Sindicato dos Enfermeiros, tendo em atenção o que atrás referi e conhecendo a realidade internacional propôs, no seu Acordo Colectivo de Trabalho entregue a 16 de agosto de 2017, a criação de 3 categorias; enfermeiro, enfermeiro especialista e enfermeiro - director, sendo que no caso da categoria de topo, diferenciava e bem, as funções de enfermeiro-director de Unidade, ou Serviço, enfermeiro-director de Departamento, ou seja um conjunto de serviços e ainda o enfermeirodirector de Instituição ou Região, conjunto de departamentos ou unidades funcionais tendo em conta a realidade hospitalar e cuidados de saúde primários, devendo ser adoptada também pela RNCCI. Permitindo assim garantir a autonomia técnica e científica dos enfermeiros, maximizando a eficácia e eficiência dos cuidados, melhorando a qualidade e assegurando a sustentabilidade do nosso sistema de saúde a médio/longo prazo.
opinião
A demissão da gerigonça falida
ESPAÇO ABERTO E LIVRE zeferino boal Colaborador VIVEMOS um tempo em que se brinca às eleições e à falta de arte para governar, porque esta exige olhar para o futuro e procura o bem -estar das populações e da Nação em especial. O chefe da família governativa tem a escola daqueles que, neste país, sempre empurraram com a barriga para a frente, a resolução dos problemas. Porque acima de tudo importa salvar a cadeira do poder para dali distribuir as poucas riquezas que existem neste Portugal falido. A inabilidade de alguns políticos, na Assembleia da República,
permitiu dar um folgo de esperança ao chefe do clã que ensaiou uma peça típica de Alfama; daquele género “olha que vou-me a ti”, dando um passo em frente e outro para trás, sempre à espera que outros se embrulhem na confusão e depois retira-se de cena, vendo a confusão que criou. Honestidade na política, há poucos que se pode afirmar que o são, este chefe da seita não é de certeza, porque demitia-se e diria “vou-me embora por terem alterado as regras de jogo” e ia embora de vez. E há bons exemplos dentro da sua cor politica, mas ele não aprendeu nada
com os “kotas”. Tem um cabeça de lista ao Parlamento Europeu que como cidadão comum até tem medo em conviver com a vizinhança, por isso foge do contato com o povo, aliás em abono de verdade é um candidato a Comissário e não ao Parlamento. Tudo isto é infeliz para os eleitores, porque mais uma vez vamos escolher um grupo de deputados que não ajudam a formar consciências europeias, e daí resultarão sempre líderes fracos para a Europa. Vive-se uma campanha eleitoral onde os temas importantes da Europa desapareceram, desde a abertura
Por quem os sinos dobram
das fronteiras, a pessoas e investimento, não se fala e não se explicam as vantagens e consequências transitórias desde Brexit adiado. Não se fala de segurança europeia, quando sabemos que só o Reino Unido tem capacidade em projetar força fora de portas. Não se fala dos limites que se devem impor à soberania nacional para cada Estado, nem se explica às populações quais os mecanismos de mais e melhor cooperação. Ou seja, promove-se a iliteracia política europeia do povo, porque isso é mais conveniente a todos os agentes políticos de forma generali-
zado, em especial ao chefe da banda, porque também ele não tem a postura de Estadista para Europa. É de igual modo confrangedor assistir aos meios de comunicação social, organizarem debates entre candidatos de primeiro escalão e outros debates para os de segundo escalão; mas sobre isto a Comissão Nacional de Eleições não se pronuncia. Que raio de igualdade democrática é esta? Andam a brincar com o fogo e depois queixem-se das queimaduras dos mais radicais, porque a História do Mundo comprova as repetições com novos contornos.
António Costa - O Beneficiário Efetivo
CRÓNICAS DISTO E DAQUILO
UM café e dois dedos de conversa
Catarina Tavares DIRIGENTE SINDICAL
Paulo Edson Cunha Advogado
A VIOLÊNCIA doméstica não é um fenómeno novo, mas nos dias de hoje é um fenómeno inquietante. Os números falam por si: 618 pessoas detidas desde o início deste ano; 32 homicídios consumados, no ano passado. Os sinos dobram pelas mulheres e homens que perderam a vida às mãos de familiares próximos, mas os sinos devem tocar a rebate para prevenir que estas tragédias se repitam. Os números da violência doméstica em Portugal são assustadores. Quando quase metade dos homicídios em Portugal ocorrem no contexto da violência doméstica e quando pensamos que esta é a ponta do iceberg, torna-se verdadeiramente assustador. A percepção é de que os homicídios por violência doméstica estão a aumentar apesar das leis e dos costumes ou, contra eles. Tem-se a percepção de que o homicídio em contexto de violência doméstica tem aumentado, em Portugal como em outros Países. Uma parte da resposta advém da crescente censura que a violência doméstica acarreta, o que obriga a uma maior dissimulação, a um fazer de conta de que se é um casal perfeito. A outra parte da resposta está no progresso das técnicas de investigação forense e claro está nas redes sociais e nos meios de comunicação social. Este é um tipo de crime que tipicamente faz, pelo menos, uma 1ª página num tabloide e que não só não ajuda a vítima e a sua família como pode até ser fonte de inspiração e de “desejo” para outros agressores.
A cobertura noticiosa destes actos dá ao criminoso uma aura de humanidade que inflige na vítima uma sombra de culpabilidade. Nas entrevistas, o agressor surge frequentemente descrito como “simpático”, “trabalhador”, “bom vizinho”, “educado”… esquecendo que é esta a imagem que o criminoso queria dar de si e que esta imagem do criminoso funciona contra a(s) vítima(s). Para parar esta epidemia são necessárias medidas “sanitárias”. A compreensão de que o sensacionalismo está a ajudar a causar vítimas, leva a uma maior exigência e rigor na cobertura noticiosa para evitar este fenómeno se repita sempre. O fenómeno não é novo, tem acompanhado as sociedades ao longo da história. Em algumas regiões esta violência de género (ligada inquestionavelmente, a questões de património) está plasmada nas leis, noutros (entre os quais nos incluímos) faz-se à margem da lei radicando em mentalidades e práticas arcaicas. Arcaicas, mas presentes. As relações de poder/domínio, sentimento de posse (relativamente ao outro ou, aos bens do outro) são frequentemente as razões que levam à violência doméstica. Uma violência que é transversal à sociedade afectando ricos e pobres, analfabetos e doutores. Uma violência que urge erradicar porque as vítimas não são números. Por isso, é urgente mudar mentalidades, este é um dos desafios da comunicação social - e de todos nós- nos dias que correm.
ESTE palavrão que, entretanto, entrou no léxico dos Portugueses, tem mais importância do que podem julgar. A começar pelas consequências. As sanções previstas por incumprimento do novo regime de registo incluem coimas entre mil e 50 mil euros. Quanto ao prazo, este inicialmente era até 30 de Abril, mas como sempre em Portugal, tudo é feito em cima do joelho e depois as coisas não funcionam. Por isso, teve de se alargar até ao final de junho o prazo para a apresentação da declaração inicial dos beneficiários efetivos de empresas. E quem são, afinal, os beneficiários efetivos? Os beneficiários efetivos incluem aqueles que tenham propriedades ou controlo das sociedades, ainda que através de participações indiretas ou terceiras pessoas. Se transpusermos este conceito para a política nacional pergunto: quem foi o beneficiário efetivo da geringonça? Costa? Catarina Martins? Jerónimo de Sousa? E quem é o Beneficiário Efetivo da crise dos professores? A direita, que se coligou com a extrema esquerda numa geringonça invertida, ou, novamente, o Costa? Para mim a resposta a ambas as perguntas é só uma: António Costa. Não brinquemos com coisas sérias: na política, no direito, como na vida, há sempre um beneficiário efetivo, por vezes escondido, que só se torna percetível quando aparecem leis como esta. No caso, foi a quarta diretiva comunitária que obrigou a que as entidades coletivas venham indicar quem é o(s) seu(s) beneficiário(s)
efetivo(s), mas atenção, o espírito da lei é lutar contra o branqueamento de capital e o terrorismo, mas eu duvido muito da sua eficácia, pois não estou a ver um traficante de droga, ou de armas, aparecer junto do seu advogado a pedir para o registar a ele e não ao seu “testa de ferro” como beneficiário efetivo. Assim como na política, quem verdadeiramente beneficia com ações de terceiros, gosta de manter o estado (de beneficiário) e vai fingindo que os outros é que estão a ganhar, como Costa fez durante estes quatro anos. Os únicos beneficiários efetivos (e estúpidos) que eu conheço, que dão a cara, são os presos que metem telemóveis dentro das cadeias e depois filmam para todos saberem que eles os têm (obrigando as autoridades a tomar medidas para lhes tirarem os mesmos telemóveis que dantes fingiam não ver que eles entravam nas prisões sob a sua autoridade). Ou então aquele adepto do Porto que se lembrou de se meter num carro, agredir um empresário do Benfica, ameaçar e filmar tudo e ainda mandar para a comunicação social. Estes exemplos são precisamente o contrário do espírito da lei no caso do beneficiário efetivo. Na lei, tenta-se encontrar quem beneficia, quiçá ilegalmente, por trás de um negócio formal e legal, nestes casos, são os próprios beneficiários de ilegalidades que vêm gozar com as autoridades, achando-se completamente acima da lei e impunes. Também parte da claque da Juve Leo, o Rui Pinto, o Vale e Azevedo, o Bruno de Carvalho e o Sócrates achavam…e vejam onde e como estão.
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Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Carlos Ribeiro, Cristina Martins, Marta David / Coordenação Comercial Cristina Almeida / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio / Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 / Concessão Produto Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 25.000 (média semanal) / Distribuição VASP e Maiscom, Lda. / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98
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