Semmais 16 novembro 2019

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SEMMAIS 2019

Um grafismo em mudança, a referência de sempre.

Região

Diretor Raul Tavares

Semanário Região de Setúbal

Edição n.º 1059 9.ª série

DISTRIBUÍDO COM O

Sábado 16 novembro

2019

SOCIEDADE

Porto de Setúbal não desarma nas dragagens e obra avança Com o arranque dos trabalhos das dragagens no Sado, surgiram novos requerimentos para impedir o projeto que, afirmam os contestatários, pode ferir o ecossistema estuariano. A administração do Porto avança e promete conclusão da obra em 2020 pág. 3

Região perdeu 400 bombeiros No espaço de duas décadas, o distrito tem menos de quatro centenas de bombeiros voluntários. A falta de meios materiais e as dificuldades financeiras atormentam algumas corporações pág. 2

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SOCIEDADE

Garcia de Orta em contingência por tempo indeterminado A Ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou o que ninguém queria ouvir: o hospital de Almada perde, por tempo indeterminado, a urgência pediátrica noturna. Autarcas e populações estão indignados e criticam inércia do Governo pág. 3


ABERTURA

VOLUNTÁRIOS QUEIXAM-SE DE FALTA DE MEIOS MATERIAIS E DE INCENTIVOS FINANCEIROS

Distrito perdeu 400 bombeiros em vinte anos Há corporações que se queixam da falta de pessoal, que reclamam a inexistência de equipamento de proteção e o facto de terem viaturas com mais de 30 anos de serviço. Nas zonas de maior afluxo turístico, nomeadamente em Grândola, tudo pode piorar já no próximo ano. Neste momento contam-se cerca de 1600 efetivos. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO IMAGEM AHBVAMM O distrito de Setúbal perdeu, nas últimas duas décadas, cerca de 400 bombeiros. Os atuais quase 1600 em atividade são considerados insuficientes. As associações entendem que a falta de incentivos ao voluntariado está na origem das carências detetadas e temem que em algumas zonas, nomeadamente as de maior afluxo turístico, a prestação de serviços de qualidade possa estar comprometida. O decréscimo do número de bombeiros no distrito de Setúbal é, de resto, uma lacuna que tem vindo a ser identificada em todo o país e que já foi comunicada aos diversos grupos partidários com assento na Assembleia da República, depois de um estudo elaborado pelo Observatório Técnico Independente. O referido documento refere que, em relação a Setúbal, existiam, há 24 anos, 1897 bombeiros distribuídos pelas várias associações de voluntários e 90 sapadores. Atualmente, de acordo com a mesma fonte, os voluntários são 1483 e os sapadores 115. O aumento do número destes últimos deve-se, sobretudo, à necessidade de ter a operar pessoal especializado em áreas sensíveis, como são os portos e as áreas densamente industrializadas. O comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros do Seixal, José Raimundo, indagado pelo Semmais começou por referir que a falta de voluntários se prende com os objetivos que lhes são impostos, propósitos que a maioria não consegue

Na região existem corporações de bombeiros onde as viaturas de combate a incêndios têm mais de trinta anos de serviço

cumprir e que faz com que muitos optem por abandonar as corporações ou ir para os quadros de reserva. “Associada a esta situação está a falta de uma política de incentivos ao voluntariado, pois o bombeiro voluntário tem mais obrigações e deveres do que direitos. Para quem não é remunerado, a situação deixa de ser atrativa”, disse. A mesma ideia é partilhada pelo comandante dos Voluntários de Grândola. De acordo com Joaquim Duarte “faltam apoios para que as associações consigam contratar”. “Falta conseguir colocar a nossa voz (dos bombeiros voluntários) junto dos

dirigentes do país, para que se passe das palavras aos actos e se reconheçam os trabalhos desenvolvidos pelos operacionais”. Chefias defendem carreiras e lei de financiamento coerente Joaquim Duarte, que diz debater-se, em Grândola, com a falta de, pelo menos, 20 bombeiros face às necessidades estimadas, acrescenta que “é muito urgente criar uma carreira” para quem trabalha nas associações. Essa medida, afirmou, poderá contribuir para inverter a onda de descrédito que vai crescendo em todo o distrito e no país

e à qual também não são alheias outras carências, nomeadamente a falta de meios materiais. “Falta um investimento em novos veículos, sendo de referir que alguns dos que temos há muito que ultrapassaram o prazo de vida útil. Faltam igualmente equipamentos de proteção individual, sejam eles para combater incêndios florestais, sejam para incêndios urbanos”, acrescentou o comandante dos Voluntários de Grândola. Dando um exemplo do que pode correr mal face à falta de pessoal, Joaquim Duarte referiu a extensão do concelho onde atua e a sua grande atividade tu-

rística. “É um destino com muita procura. Um concelho que triplica a população no verão, muito por causa dos 42 quilómetros de costa entre Troia e Melides. Para se conseguir dar uma resposta mais rápida e eficaz seriam necessários, pelo menos, mais 20 bombeiros”, explicou. A falta de equipamentos é igualmente salientada pelo comandante dos bombeiros do Seixal. “O número de viaturas e outros equipamentos não corresponde às nossas necessidades. É na frota de ambulâncias que temos sentido os maiores constrangimentos, pois algumas contam com mais de 300 mil quilómetros”, afirmou José Raimundo. “As nossas viaturas de combate a incêndios florestais têm muitos anos de serviço. A mais nova tem 11 anos, e temos outras com 20 e 36 anos. Alguns dos equipamentos de proteção individual também já têm mais de seis anos. É justo, no entanto, referir, que estamos, em conjunto com a câmara do Seixal, a iniciar um processo de renovação dos veículos mais antigos e desgastados”, disse o mesmo responsável. José Raimundo defende, por fim, que deveria existir “uma lei de financiamento coerente e adaptada à realidade do corpo de bombeiros, pois não é admissível que as associações tenham orçamentos incertos, tal como não é admissível que os bombeiros, correndo todos os mesmos riscos, tenham carreiras e estatutos diferenciados”.

INVESTIMENTO DE DOIS MILHÕES NUMA ÁREA DE 7000 METROS QUADRADOS

Amora inaugura hoje novo quartel de bombeiros O novo quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Mistos de Amora é inaugurado este sábado. O empreendimento envolve um investimento superior a dois milhões de euros e contou com o apoio da Câmara do Seixal. Trata-se de uma obra de grande significado e que põe fim a um longo processo, iniciado há mais de dois anos. “Era uma ambição antiga. Tínhamos de sair das antigas instalações, que não possuíam condições nem dignidade para exercermos as nossas funções”, explicou ao Semmais a presidente da administração da

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Associação, Lúcia Soares. O novo quartel de Amora, inaugurado este sábado, está localizado próximo do complexo desportivo Carla Sacramento e tem uma área total de cerca de 7000 metros quadrados, o que permite não só ter parqueamento para todas as viaturas, oficina, mas também diversas salas de trabalho, camaratas, balneários, arrecadações e serviços administrativos. “Nas anteriores instalações, uma antiga fábrica, o espaço era mais exíguo e até chovia lá dentro, apesar de o proprietário ter feito obras há

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O antigo quartel dos bombeiros da Amora já não reunia as condições necessárias

dois anos. Agora, acabou-se o andar a afastar as camas para que a água da chuva não lhes caísse em cima. Acabou-se o problema do frio e os balneários

sem condições”, acrescentou a presidente da Associação. Os custos totais do projeto ultrapassam os dois milhões de euros, verba proveniente de fun-

dos comunitários, mas também da câmara municipal do Seixal. Para Lúcia Soares a participação da autarquia foi fundamental para que a obra se concretizasse. “A comparticipação comunitária é de 85 por cento sobre um valor aproximado de 1,3 milhões de euros. A câmara não só assegurou os 15 por cento restantes, como comprou o terreno, pagou os projetos e vistorias, comprou o mobiliário e equipamentos”, salientou. A Associação Humanitária de Bombeiros Mistos de Amora conta com 60 bombeiros que servem uma população de cerca de 49 mil pessoas. Com as novas instalações, situadas numa zona considerada “estratégica do ponto de vista das acessibilidades”, a autarquia acredita que os soldados da paz vão poder “prestar um melhor serviço” à comunidade. JBA


SOCIEDADE

Hospital de Setúbal com circulação invertida

Barreiro destacado pela eficiência financeira

Já funciona o estacionamento tarifado no Hospital São Bernardo. Os preços, para utentes e funcionários externos, são estimados em 1€ por hora. A recente alteração obriga os condutores a vi-

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses coloca a câmara do Barreiro no 22.º lugar na lista dos 100 Municípios com melhor eficiência financeira, com melhor resultado económico.

rar imediatamente à esquerda, na portaria, e seguir o percurso inverso ao que faziam para sair da unidade de saúde, se pretenderem aceder, por exemplo, às consultas externas.

“Boas notícias para o município que refletem o que é mais importante, e que são boas contas e rigor na gestão de todos nós”, segundo realça o presidente da câmara, Frederico Rosa.

MINISTRA ACREDITA QUE DOIS PROFISSIONAIS PODERÃO ENTRAR EM BREVE PARA O GARCIA DE ORTA

Almada sem urgência pediátrica noturna a partir de segunda feira O Hospital Garcia de Orta vai entrar num período de contingência, face à dificuldade em garantir escalas de pediatras durante a noite. Encerrar o serviço entre as 20h e as 08h é uma medida “paliativa” e “insuficiente”, dizem a presidente da câmara de Almada, Inês de Medeiros, e a Comissão de Utentes. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Marta Temido decidiu, está decidido; o Hospital Garcia de Orta ficará sem urgência pediátrica noturna por tempo indeterminado. Reunida, esta quinta feira, com a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), a Comissão de Utentes de Almada e Seixal e a presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, a Ministra da Saúde anunciou, não só, o encerramento noturno do serviço, como, também, a limitação de horário. De segunda a sexta-feira funciona entre as 8h e as 20h e aos fins de semana entre as 10h e as 22h.

A Comissão de Utentes fala numa “solução paliativa e insuficiente”, enquanto que Inês de Medeiros, para quem a autarquia “não pode substituir-se ao Estado e contratar pediatras para um hospital central”, além de “insatisfeita” mostrou-se particularmente inquieta com uma questão de fundo; porque os médicos não querem trabalhar naquele hospital. “Esta situação, a prolongar-se ou tornar-se sistemática é inaceitável. Todos nós temos que procurar soluções para o problema da falta de efetivos no serviço

Vigília segunda-feira O presidente da câmara do Seixal, Joaquim Santos, mostrou-se “indignado” com a solução do governo e vai juntar-se à vigília, marcada pelas comissões de utentes de saúde do Seixal e Almada, para segunda-feira, dia 18, às 20 horas, à porta do Hospital Garcia de Orta. Para Joaquim Santos “não pode a Ministra da Saúde apresentar esta solução a uma população que há anos que está a ser prejudicada com falta de acessos dignos a cuidados de saúde”. Decisão do Governo de encerrar a urgência pediátrica não agrada a ninguém

público, que não se prende apenas com a abertura de concursos. Temos que perceber porque é que os concursos ficam vazios”, referiu a presidente da câmara de Almada à saída do encontro. No serviço de pediatria do Garcia de Orta trabalham 28 médicos, sendo que apenas sete fazem urgência e só quatro podem fazer noites. Em 2018 foram abertas quatro vagas, este ano mais três e, até agora, só uma vaga foi preenchida. Marta Temido admite a expetativa de novas contratações para breve já que existem “duas pessoas que terminaram agora a sua formação e que estarão aptas e disponíveis a celebrar contrato connosco, estamos em crer, ainda este mês. Dois contratos que estão já autorizados”, garantiu. Os vereadores do PSD na câmara de Almada acreditam que

só o governo pode “ajudar a minimizar o caos” que se vive no Hospital Garcia de Orta. Miguel Salvado sugere, mesmo, a “adoção de medidas de exceção para a contratação”, com recurso a médicos tarefeiros. PSD critica inércia e sugere a contratação de Tarefeiros “A situação é inadmissível. A administração do hospital já fez tudo o que podia, mas não pode colocar médicos em concursos que ficaram vazios”, lamenta o social democrata. “O recurso a médicos tarefeiros seria uma medida de caráter temporário, sim, nas escalas que estão por preencher. Mas a longo prazo têm que ser tomadas medidas mais estruturais”, sublinha. Em causa, além da situação dos pediatras que é “dramática”,

Miguel Salvado e Nuno Matias, que viram aprovada em reunião de câmara uma moção de recomendação ao governo para que reúna com a autarquia, está um conjunto de adversidades que começa com a “oferta do setor privado”, que “rouba muitos profissionais” ao Serviço Nacional de Saúde. “A degradação dos serviços públicos tem vindo a sentir-se em todo o país, mas aqui (Almada) é um pouco mais complicado. Os médicos queixam-se de excesso de trabalho, dos horários, do vencimento, e, até, de alguma desorganização e deterioração das condições de trabalho. A administração tem responsabilidade, e sabemos que tem sido competente, mas há campos em que o Ministério tem que dar mais abertura e autonomia à administração”, realça Miguel Salvado.

OBRAS JÁ ARRANCARAM E APSS GARANTE CONCLUSÃO ATÉ MARÇO DE 2020

Requerimentos dos ambientalistas não param dragagens no Sado e draga chega no início de dezembro A APSS diz que as obras estarão concluídas no primeiro trimestre de 2020, apesar das tentativas para a sua interrupção. A última, entregue na AR, foi da autoria do PAN. O Semmais sabe que a draga vem a caminho. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO As dragagens no Porto de Setúbal, tendo em vista o alargamento do canal de navegação para que mais e maiores navios ali possam acostar, não vão ser interrompidas, apesar de o PAN ter entregue, na semana que agora terminou, na Assembleia da República um projeto de resolução recomendando a revogação da

autorização concedida para realização dos trabalhos, que arrancaram no início deste mês. Até ontem (sexta-feira), a Administração do Porto de Setúbal não havia sido notificada para suspender os trabalhos, pese o facto de o PAN ter alertado o Governo para o que considera ser “um elevado risco ambiental

para o estuário (do Sado) que põem em causa a proteção dos ecossistemas”. “Nada obsta a que os trabalhos continuem”, disse ao Semmais uma fonte conhecedora do processo, adiantando ainda que “até hoje a Administração do Porto de Setúbal ganhou todas as ações interpostas”, reportando-se desse modo aos procedimentos judiciais que têm vindo a ser interpostos por diversas associações ambientais. O Semmais, soube, entretanto, que a draga que vai retirar as areias no canal marítimo de acesso ao porto, deverá chegar no início de dezembro, sendo que a operação deverá arrancar

imediatamente. PAN alega “lacunas técnicas” do Estudo de Impacto Ambiental Um dos argumentos dos contestatários do projeto são as alegadas “graves lacunas técnicas” do Estudo de Impacto Ambiental. Diz o PAN, por exemplo, que este estudo não inclui informação sobre o nível do ruído subaquático gerado pelas embarcações, pelos motores de sucção e pela deposição das dragas, facto que deverá ter “sérias consequências na biodiversidade do estuário”. Este mesmo argumento já foi anteriormente utilizado, mas, mesmo assim, não foi suficiente

para que algum tribunal mandasse suspender definitivamente os trabalhos. “O estaleiro está feito, tal como estão concluídos os trabalhos preparatórios das dragagens”, referiu um dos responsáveis da administração portuária contactado. A mesma fonte disse, ainda, que há uma série de trabalhos menos visíveis que têm vindo a ser concluídos e outros, como por exemplo o talude de pedra onde irão ser depositados os materiais dragados, que estão em vias de finalização. A Administração do Porto de Setúbal conta ter toda a obra terminada durante o primeiro trimestre de 2020.

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SOCIEDADE

AUTARCA LOCAL ACREDITA QUE MELHORES ESCOLAS POTENCIAM A FIXAÇÃO DE MAIS POPULAÇÃO

Município de Palmela investe meio milhão de euros na requalificação do parque escolar O concelho de Palmela conta com mais duas escolas requalificadas. A aposta da autarquia, na modernização e ampliação de equipamentos escolares, é uma prioridade para o edil Álvaro Amaro que acredita que requalificação é sinónimo de fixação de população. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Convicto de que o seu concelho tem “um parque escolar invejável”, Álvaro Amaro, presidente da câmara de Palmela, inaugurou esta semana mais duas escolas que, durante o último ano, foram ampliadas e requalificadas. A escola básica de Brejos do Assa, num investimento municipal de 122 mil euros, e a escola básica António Matos Fortuna, que mereceu “o maior investimento do mandato” - 954 mil euros- apesar do apoio de 50% do FEDER, no âmbito do POR Lisboa 2020. A melhoria da qualidade de fruição do parque escolar é, “desde sempre”, uma prioridade do executivo que já intervencionou cinco escolas, desde o início do mandato. “Temos resistido a estudos da carta educativa e do ministério da educação, que sugeriam a deslocalização das crianças das escolas onde há menos alunos, mas não o faremos”, garante o autarca para quem requalificação é sinónimo de fixação.

“Mesmo tendo poucas crianças, se os equipamentos forem bem requalificados, com qualidade e apetecíveis, vão levar à fixação de mais gente naquele lugar”. Foi, também, com esse espírito que a autarquia submeteu a escola de Águas de Moura a uma intervenção, no início do mandato, “que custou mais de 700 mil euros, mas que possibilitou àquelas crianças permanecer junto das suas residências, evitando transtornos maiores às famílias”, lembra Álvaro Amaro. Para o autarca, que está consciente que os períodos de construção “são sempre complicados e obrigam a uma gestão minuciosa e paciente”, o mais importante é dotar as escolas, mesmo as mais pequenas, de todas as valências, daí a ampliação requalificação, “para que as crianças estejam nas suas comunidades, nos seus aglomerados populacionais, nas suas aldeias, nas suas vilas, porque a escola é sempre um espaço de identidade”.

A EB Matos Fortuna representa um dos maiores investimentos do atual mandato de Álvaro Amaro

Crianças devem ter espaço para ser…crianças A renovada EB de Brejos do Assa tem agora um espaço multiusos, que vai acolher a biblioteca e a prática de várias atividades. Melhores espaços exteriores com novo pavimento, áreas de jogos e de recreio e, até, uma horta. Se esta escola não fosse requalificada, as cerca de 40 crianças que ali estudam “teriam que ser relocalizadas para Aires, que é onde fica a escola mais próxima”, esclarece Álvaro Amaro enquanto se debruça sobre o inverso da questão para a EB Matos Fortuna, na Quinta do Anjo. “Para um equipamento onde estão, diariamente, 381 crianças não só as salas de aula têm que ser de qualidade, para o ensino, como os espaços exteriores têm que ser amplos e adaptados. As crianças

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têm que aprender, mas também precisam de espaço para ser crianças”. Apesar de um atraso na obra, devido a complicações “ainda na fase dos concursos e adjudicações a subempreiteiros”, a EB Matos Fortuna já está a funcionar e conta com duas novas salas de aula do 1.º ciclo; uma sala multiusos para o pré-escolar, complementar às três salas de atividades; vestiários do pré-escolar; um ginásio com balneários e arrumos; uma biblioteca ampliada e requalificada; mais e melhores espaços cobertos, um campo desportivo, um espaço de jogo e recreio para o pré-escolar, com equipamento próprio e área coberta, e um para o 1.º ciclo; sala de professores e sala de coordenação; sala com copa e instalações sanitárias para pessoal docente e não docente; arrecadações; refeitório ampliado; cozinha requalificada e quadros interativos.

Casa da Criança do Montijo com novo espaço exterior A Casa da Criança, uma das sete valências disponibilizadas pela União Mutualista Nossa Senhora da Conceição do Montijo, inaugurou esta semana um novo espaço exterior. A intervenção, que custou 50 mil euros e teve uma comparticipação da autarquia local de 22 mil, permite, segundo o administrador Pedro Santos, “que mais de 130 crianças usufruam do espaço com mais segurança e conforto”. “Temos ideias, metemos mão ao trabalho, libertamos fundos mediante as possibilidades e as coisas acontecem”, reafirmou o presidente do conselho de administração da Mutualista, que oferece os seus serviços à comunidade há mais de 50 anos, conjugando as valências de berçário, cresce e pré-escolar, às quais se juntou o CATL. Prestes a celebrar 147 anos da instituição “que faz parte da comunidade” Pedro Santos antecipou

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O edil Nuno Canta não quis faltar à inauguração

ao Semmais que irá candidatar-se a um novo mandato, sendo que o ato eleitoral está marcado já para o próximo mês. “Empregamos mais de 200 pessoas, temos conseguido cumprir com as nossas obrigações e a comunidade tem-nos mostrado, através de várias manifestações de apoio, de que estamos no bom caminho. Há que continuar a trabalhar em prol do concelho”, sublinhou. ES


SOCIEDADE

ESCULTOR É O PRIMEIRO PORTUGUÊS A SER DISTINGUIDO NA BIENAL DE MONTREUX

Suíça ficou rendida ao “Labirinto das Sensações” de Pedro Marques A criação não foi propositada, mas acabou por se adequar ao propósito de Pedro Marques que participou na 6.ª Bienal de Montreux com uma garrafa de ferro, com mais de 4 metros de altura. Numa região da Suíça em que o vinho é denominador comum o escultor arrecadou o Prémio do Público. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Pedro Marques foi o primeiro português a receber uma distinção na Bienal de Montreux, na Suíça. O escultor setubalense, que já conta com uma mão cheia de prémio internacionais, integrou a sexta edição do evento, ao lado de 32 artistas de vários países, e acabou por conquistar o Prémio do Público, que ficou “fascinado” com a obra “Labirinto das Sensações”. Trata-se de uma peça em ferro, com quatro metros de altura, que o escultor construiu “em 2018, a convite da comissão de festas do Poceirão, para a feira agrícola”, relembra o autor. Des-

de 2018 a peça, que representa uma garrafa de vinho gigante, passou pela rotunda de Azeitão e pela feira de Santiago. O transporte da peça, durante dois mil quilómetros, até à Suíça, foi feito “de forma complexa, como se prevê para obras desta dimensão”, numa viagem custeada pelo escultor que é, também, um dos embaixadores da cidade de Setúbal. “Não tenho grande verba para estas aventuras. Decido ir e só depois penso como vou e o que preciso”, reconhece. Admitindo que Portugal, ao contrário do que se apregoa, “é

a porta de entrada e não a cauda da Europa”, Pedro Marques mostra-se “lisonjeado”, por ser o primeiro português a conquistar uma distinção na Bienal da Suíça. “Foi um processo duro, mas é prestigiante ganhar este prémio e, mais ainda, num país onde a comunidade portuguesa é tão expressiva e me mostrou tanto afeto”. Reconhecendo que “a partir de Badajoz o que mais importa é a obra, e o país que a apresenta, e não o Pedro enquanto pessoa”, estas vitórias internacionais reforçam que o país tem qualidade. “Nós somos mais do que

A obra escultórica que valeu a Pedro Marques o prémio do público da BIENAL

aquilo que os outros pensam”. É esta filosofia, admite, que tenta transmitir aos jovens que assistem às suas palestras. “Eles têm que perceber que somos capazes. Basta acreditar e, como no tempo das descobertas marítimas, ir e fazer. O “como vamos fazer” decidimos depois. Pedro Marques vai ter a sua peça exposta em Montreux, por um período de dois anos até à

Bienal de 2021, e até lá vai continuar a desenvolver o seu “plano a três anos” que inclui exposições e conferências pela Suíça e pelo Sul de França. Para quem não se pode deslocar à Suíça, para contemplar a garrafa gigante de Pedro Marques, pode encontrar no jardim da Bacalhoa, em Azeitão, a Deusa do Vinho, cuja criação se inspira em parras de uvas.

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MUNICÍPIO DE SETÚBAL Câmara Municipal EDITAL MARIA DAS DORES MARQUES BANHEIRO MEIRA, PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DO CONCELHO DE SETÚBAL: ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FAZ PÚBLICO QUE, o Município de Setúbal, levará a efeito, no dia 5 de dezembro de 2019, pelas 11,00 horas, na Sala de Sessões do Edifício dos Paços do Município, sito em Praça de Bocage, perante a Comissão designada para o efeito, a HASTA PÚBLICA PARA OCUPAÇÃO DE BANCAS, LOJAS E MESAS DOS MERCADO MUNICIPAL DO LIVRAMENTO, MERCADO MUNICIPAL 2 DE ABRIL E MERCADO MUNICIPAL DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na página oficial da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt ou, em alternativa, junto da Divisão de Atividades Económicas e Serviços Urbanos, instalada no edifício Sado, em Rua Acácio Barradas, Setúbal, dentro do horário das 9h30 às 16h30. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------ Que a comissão encarregue de promover e conduzir a presente hasta pública seja composta pelos seguintes elementos: ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Membros efetivos: Presidente – Paulo Jorge Simões Hortênsio; 1.º Vogal efetivo – Rodrigo Parreira Mateus; 2.º Vogal efetivo – Helena Isabel de Oliveira Moreira; ----------------------------------------------------------------- Membros suplentes: Vogais – Eduardo Jorge Duarte e Suzete Conceição Atafona Valido; --------------------- Os membros suplentes da comissão substituirão, nas faltas e impedimentos, os membros efetivos, sendo que o presidente será substituído pelo 1.º vogal efetivo;----------------------------------------------------------------------- A supramencionada Hasta Pública, será sujeita às seguintes condições, aprovadas pela Câmara Municipal, em reunião pública, realizada em 6 de novembro de 2019: ----------------------------------------------------------------1. O valor base de licitação de cada espaço é de: -----------------------------------------------------------------------

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Todos os elementos respeitantes a este processo estão disponíveis para consulta pública, na página oficial da Câmara Municipal de Setúbal, em www.mun-setubal.pt ou, em alternativa, junto da Divisão de Atividades Económicas e Serviços Urbanos, instalada no edifício Sado, em Rua Acácio Barradas, Setúbal, dentro do horário das 9h30 às 16h00. ---------------------------------------------------------------------3. À hasta pública pode assistir qualquer interessado e o público, em geral, podendo intervir na praça, concorrendo à arrematação, qualquer interessado e/ou preferentes, pessoas singulares, em nome próprio ou legalmente representadas, ou pessoas coletivas, através dos seus representantes legais, com poderes bastantes para o feito. -----------------------------------------------------------------------------------4. Os eventuais preferentes deverão identifica-se antes do inicio da praça, com documentos comprovativos de tal condição; -----------------------------------------------------------------------------------------5. A seleção do adjudicatário será efetuada mediante licitação verbal, a realizar no próprio ato da hasta pública nos termos específicos no presente edital; ----------------------------------------------------------------6. Poderão ser prestados todos os esclarecimentos sobre o presente procedimento e seu objeto, a todos os interessados, porém, uma vez iniciada a licitação, não serão dadas quaisquer explicações; 7. A praça inicia-se quando o presidente da comissão declarar aberta a hasta pública, procedendo à identificação da mesma, com a leitura e explicação das condições que a regem, com prestação de eventuais esclarecimentos; ----------------------------------------------------------------------------------------------8. Não serão aceites lances inferiores a €20,00 (vinte euro); -------------------------------------------------------9. É dada por terminada a licitação quando o presidente da comissão tiver anunciado por três vezes o laço, mais elevado e este não for coberto; ---------------------------------------------------------------------------10. O Município reserva-se o direito de, por sua iniciativa ou a requerimento de qualquer interessado, adiar a arrematação se, em qualquer momento, existirem fundadas suspeitas de conluio entre os concorrentes à hasta pública; ------------------------------------------------------------------------------------------11. Em caso de comprovada irregularidade, o Município anulará ou declarará a nulidade da arrematação, independentemente de esta já se ter verificado; -------------------------------------------------------------------12. Uma vez concluída a licitação nos termos do artigo anterior, a comissão adjudica provisoriamente os espaços de venda; ----------------------------------------------------------------------------------------------------------13. O adjudicatário do direito de ocupação de banca, loja ou mesa, depositará no próprio dia da sua realização ou no primeiro dia útil seguinte na Tesouraria desta Câmara Municipal ou em conta bancária PT50 0035 0774 00043054232 41, importância que não será devolvida em caso de posterior desistência por parte do adjudicatário; -------------------------------------------------------------------------------14. Nos oito dias uteis seguintes à adjudicação definitiva, deve o adjudicatário proceder ao depósito de uma quantia correspondente ao triplo da taxa mensal de exploração; ---------------------------------------15. A quantia referida no numero anterior constitui uma caução, não corresponde a qualquer antecipação de pagamento, sendo restituída ao explorador no termo da exploração, se nessa data não existirem dividas por liquidar ao Município; ------------------------------------------------------------------16. Sempre qua a entrega do espaço de venda ocorra fora dos primeiros cinco dias uteis do mês, a primeira taxa mensal devida será reduzida a metade, não sendo devida aquela taxa mensal se faltarem menos de doze dias para o termo do mês; --------------------------------------------------------------17. O adjudicatário do direito de ocupação de banca, loja ou mesa deverá iniciar a atividade no prazo de 30 dias a contar da entrega do alvará de ocupação; ---------------------------------------------------------------18. Não poderão ser feitas quaisquer beneficiações ou modificações em bancas, lojas ou mesas sem autorização da Sra. Presidente da Câmara Municipal ou de quem tiver competência delegada para o efeito. Sempre que as beneficiações ou modificações impliquem a realização de obras, devem as mesmas ser requeridas nos termos legais e sujeitas ao pagamento das respetivas licenças, conforme o n.º 1 do art.º 35º, do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal; --------------------------------19. A realização de quaisquer benfeitorias não confere ao titular de exploração o direto a qualquer indemnização, conforme n.º 2 do art.º 35º do Regulamento dos Mercados Municipais de Setúbal; -20. O adjudicatário de banca, loja ou mesa deverá efetuar o pagamento da taxa de ocupação mensal, conforme o disposto no Regulamento de Taxas e Outras Receitas do Município de Setúbal; ----------21. Os interessados na ocupação de lugares devem reunir as condições exigíveis para o exercício da atividade de comerciante e possuir a situação contributiva e fiscal devidamente regularizada, devendo apresentar documento comprovativo do pagamento das contribuições e impostos do referido exercício do comercio, indústria ou profissão; -----------------------------------------------------------22. Os valores indicados são acrescidos de IVA, quando aplicável. -------------------------------------------------23. O incumprimento pelo adjudicatário das obrigações previstas no presente programa de procedimento implica a perda de quaisquer direitos eventualmente adquiridos, bem como das importâncias já entregues; ----------------------------------------------------------------------------------------------24. Reserva-se à Câmara Municipal de Setúbal o direito de não adjudicar o direito de ocupação de banca, loja ou mesa, sem que daí decorra qualquer obrigação de indemnização, seja a que título for; e -----25. Caso a hasta pública tenha ficado deserta ou quando não haja lugar à adjudicação definitiva ou esta seja anulada por motivos não imputáveis à Câmara Municipal, poderá esta proceder à alienação do prédio por ajuste direto. ---------------------------------------------------------------------------------------------------- E para constar, se mandou lavrar o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------A PRESIDENTE DA CÂMARA, Maria das Dores Meira


SOCIEDADE

O FOTÓGRAFO PREMIADO POR TRÁS DO MÉDICO PNEUMOLOGISTA CONCEITUADO

João Taborda já soma 300 medalhas de ouro em concursos de fotografia Apaixonado pela medicina e pela fotografia, João Taborda ganhou este ano o título “GOLD”, e integra o top 10 dos fotógrafos mais conceituados da Sociedade Americana de Fotografia. Com mais de 800 prémios conquistados, o especialista tem patente uma exposição no hospital do Mar e vai ser homenageado pelo Rotary Club de Sesimbra. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGEM DR Diz quem com ele priva que João Taborda deve ser “o português com mais prémios internacionais ganhos”. O Médico pneumologista, que dividiu a sua vida entre Lisboa e Sesimbra, sempre foi amante da fotografia e soma, até agora, mais de 300 medalhas de ouro entre os 800 prémios e distinções conquistadas. Em 2017, já reformado, mas ainda a exercer no hospital Pulido Valente, João Taborda ganhou a ‘Pangea de Ouro’ no Siena Photo Awards com a fotografia “Estou Aqui”, de uma jovem, sentada nos ombros de alguém no meio de uma multidão, envolta numa bandeira portuguesa. A fotografia foi premiada naquele que é considerado “um dos concursos de fotografia com maior participação no mundo”, tendo sido vista por milhões de pessoas.

Este foi um dos mais recentes prémios do pneumologista que tem patente no hospital do Mar uma exposição, com dezenas de imagens que capturou durante os vários anos em que a profissão não equilibrava com a paixão. “Ficava sem fotografar durante vários meses, porque não tinha tempo. Mas também, confesso, muitas das minhas melhores fotografias foram tiradas a cinco minutos de casa”. No entanto, se fosse “obrigado” a escolher entre estes dois “amores”, João Taborda é perentório; “escolheria sempre o estetoscópio”. Foi o amor e respeito pela medicina, e sensibilidade que aplicava a cada fotografia, que o levou “a consultar tantos velhotes sem cobrar as consultas. Eu sei que eles não podiam pagar”, recorda.

João Taborda será um dos sete homenageados pelo Rotary Club de Sesimbra

O médico conversou com o Semmais no conforto da sua casa, em Sesimbra, onde diz sentir “a paz e serenidade necessárias” para lutar contra uma doença do foro oncológico que obrigou, recentemente, ao seu internamento. Do passado, além dos prémios que, quase, enumera de cor, relembra os primeiros passos da fotografia e da “relação familiar com as câmaras e laboratórios de revelação fotográfica”.

Edifício da Segurança Social de Setúbal comemorou 50 anos O edifício “mais bonito, mais robusto e mais funcional” de todos os que servem a segurança social no país, é o de Setúbal, e fez ontem 50 anos. Foi essa a razão que levou a direção distrital de Setúbal da Segurança Social a juntar ex-diretores e funcionários, numa iniciativa aproveitada para enaltecer “a missão social” daquela “casa da humanidade”, como frisou o bispo de Setúbal, D. José Ornelas Carvalho”. “Para além de evocarmos esta data, tão relevante para a nossa ação, é também altura de relembrar que a missão da Segurança Social é garantir a proteção e a inclusão social das pessoas, reconhecendo os seus direitos, assegurando o cumprimento das obrigações contributivas e promovendo solidariedade social. Um obrigado a todos os que se esforçam para a cumprir”, disse Natividade Coelho, diretora do Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social. A empresária Leonor Freitas, convidada para a cerimónia, que contou com a presença de inúmeros representantes de instituições e organismos da cidade

Homenagem Profissional pelo Rotary Club de Sesimbra João Taborda iniciou a sua participação em competições fotográficas, nacionais e internacionais, em 1987 e, dez anos depois era “um dos oito fotógrafos selecionados para a representação portuguesa na exposição da CEE “One day in European”. Carlos Sargedas, fotógrafo e hoje presidente do Rotary Club de Se-

simbra, lembra “com emoção” as horas que João Taborda passava no seu estúdio, com a sua esposa Fernanda, a editar as centenas de fotos que compunham o seu portfólio. “Ele é um grande homem. Os prémios que tem ganho e o prazer com que aliava a medicina à fotografia merecem reconhecimento. Sempre trabalhou e se dedicou aos outros com humildade. A minha ligação profissional à fotografia permite-me reconhecer que, particularmente, as fotografias de rua do Dr. João Taborda, são extraordinárias”. Esse “brilhantismo”, de captar momentos e lugares de forma ímpar, sem nunca descurar a essência do objeto ou perder a humildade “que lhe permitia aprender”, são características que ajudaram a fundamentar a proposta de Carlos Sargedas para que o médico fosse um dos sete homenageados pelo Rotary Club de Sesimbra com o prémio carreira. Os prémios, que este ano serão atribuidos a duas empresas, que se destacaram “pelo crescimento e profissionalismo”, e a cinco personalidades, que têm “servido Sesimbra e a região através da sua dedicação e profissionalismo”, serão entregues no dia 29 de janeiro numa cerimónia que decorrerá no Cineteatro Municipal João Mota.

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Município de Alcácer do Sal Assembleia Municipal EDITAL MARIA ANTÓNIA INCENSO DOS REIS MENDES, Presidente da Mesa da Assembleia Municipal de Alcácer do Sal, dando cumprimento ao disposto no nº 2 do artigo 56º. da Lei n.º 75/2013 de 12 de Setembro, torna público as deliberações da sessão extraordinária realizada no dia 7 de novembro de 2019. ORDEM DE TRABALHOS D. José Ornelas presidiu a celebração naquela a que chamou ‘Casa da Humanidade’

e da região, lembrou que foi na segurança social que iniciou o seu percurso profissional. “Esta foi a casa da minha formação, tão importante na minha vida empresarial, onde procuro fazer valer os valores da solidariedade”, lembrou. Manifestando o desejo de ainda poder assistir à evocação dos 75 anos da construção do edifício. Com a presença de muitos colaboradores da segurança social de Setúbal, o presidente do Centro Cultural e Desportivo da instituição, Daniel Dias, já aposentado, relembrou “as centenas de homens e mulheres” que nes-

te espaço “aprenderam o sentido da solidariedade e deram tudo de si em prol destas causas”. Coube, ao arquiteto Ricardo Belo, expor alguns dos mais relevantes aspetos da obra de Raul Chorão Ramalho, que idealizou o projeto “modernista para a época” e repleto de novidades. A cerimónia, que encerrou com a bênção do prelado sadino, contou também com presença da presidente do Porto de Setúbal, que detém a jurisdição do território urbano-marítimo, onde há 50 anos foi instalado um dos mais importantes edifícios da cidade do Sado.

01 - Análise e votação da proposta referente à proposta de resolução de utilidade pública para constituição de servidões administrativas e expropriação de direito de superfície para execução do Plano de Pormenor da Área de Desenvolvimento Turístico da Comporta – ADT2. (documento aprovado na reunião de Câmara realizada no dia 29/10/2019) Deliberação: Aprovada por Maioria com 13 votos a favor da CDU, 10 votos a favor do PS, 1 voto a favor da Coligação “Viver Alcácer” e 1 voto contra do BE.

Para constar se publica o presente Edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Alcácer do Sal, 11 de novembro de 2019 A Presidente da Assembleia Municipal, Maria Antónia Incenso dos Reis Mendes

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LOCAL

Composição para guitarra a concurso no Seixal

Santiago homenageia Martim Moreno

O 1.º Concurso Internacional de Composição para Guitarra de Portugal já atingiu o número limite de obras, num total de 80, que estarão a concurso no Seixal, de 10 a 18 de janeiro de 2020. O diretor

O município homenageou o santiaguense Martim Soares Moreno, 1.º Capitão-mor do Ceará, Brasil, considerado o fundador desse Estado. A cerimónia, que decorreu no dia 9, contou com a presença

artístico e pedagógico do evento, Litó Godinho, antecipa um evento “de altíssimo nível cultural único a nível mundial, entre outros aspetos, pela qualidade dos jurados.

de representantes da Prefeitura e de instituições do Ceará, e teve como ponto marcante o descerrar de uma placa comemorativa na Praça Conde de Bracial, em Santiago do Cacém.

MUNICÍPIO COM COMPARTICIPAÇÃO SIGNIFICATIVA

Sesimbra lança concurso de nova unidade de saúde O novo projeto, orçado em 2,3 milhões de euros, vai substituir a atual Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, que funciona num edifício da Santa Casa da Misericórdia local. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR Embora se trate de uma obra do Governo, a construção da nova Unidade de Saúde de Sesimbra, conta com participação significativa da Câmara, que, além da disponibilização de terreno, com cerca de 2200 metros quadrados, e do desenvolvimento do projeto de arquitetura, fará o acompanhamento e fiscalização de obra e disponibilizará uma verba que poderá ascender a 815 mil euros do orçamento municipal, para que a construção avance. Depois da aprovação do projeto da nova Unidade de Saúde

Moita apela à reciclagem O município aderiu este ano à Semana Europeia da Prevenção de Resíduos, que se assinala, em vários municípios e cidades da Europa, entre 16 e 24 deste mês, através do lançamento de nova fase da campanha de sensibilização “Todos Juntos Por um Melhor Ambiente”. Logo a abrir esta iniciativa, que é dedicada à educação e comunicação sobre a redução de resíduos, a Câmara promove “No S. Martinho … recicla-se um bocadinho”, este sábado, das 9 às 12 horas, junto ao mercado, com oferta de castanhas assadas, material informativo e sacos para triagem doméstica de resíduos. A nova fase da campanha ambiental, sob o lema “Eu separo sempre o lixo… E tu?, é focada na correta separação dos resíduos para reciclagem e na boa utilização dos ecopontos.

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de Sesimbra, na reunião da Câmara de 22 de outubro, a autarquia aprovou, na reunião do dia 6, o lançamento do concurso público para a execução da obra, que engloba o edifício de saúde e o arranjo da envolvente, no qual estão incluídas, entre outras intervenções, os acessos pedonais, o estacionamento, e a iluminação pública. Espera-se que os trabalhos se iniciem ainda durante o próximo ano. O prazo de execução é de 550 dias. No total, a obra está orçada em cerca de 2,3 milhões de eu-

ros, repartidos pelo município, que cedeu o terreno no Morro do Calvário, desenvolveu o projeto e participará financeiramente com um valor que poderá ascender a 815 mil euros, e garantirá o acompanhamento e fiscalização da obra, pela ARSLVT/Ministério da Saúde, que comparticipa até ao limite de 950 mil euros, e pelo FEDER, com cerca de 579 mil euros, ao abrigo de candidatura apresentada pela CMS, ao Portugal 2020. Esta Unidade de Saúde terá perto de 1200 metros quadrados,

Montijo deteta carências nas escolas Os executivos do município e da Junta de Freguesia da União das Freguesias de Montijo e Afonsoeiro fecharam dia 11, as visitas às escolas básicas do 1.º ciclo da freguesia. Estas visitas, que visaram aprofundar a proximidade com a comunidade educativa e apurar as principais obras necessárias em cada escola, terminou com as deslocações às EB´s Ary dos Santos, Caneira e Luís de Camões. Entre as intervenções solicitadas, na Ary dos Santos destaca-se a construção de um telheiro entre o edifício do pré-escolar e o principal, a necessidade de intervenção no parque infantil e a aquisição de novo brinquedo infantil para o pré-escolar. Já na Caneira, é necessário a reparação de azulejos, o desentupimento e limpeza de caleiras e a reparação/substituição de portas. Na Luís de Camões que, recorde-se, foi alvo de obras profundas em 2018, foi assumido o compromisso entre a escola e os autarcas de ampliação de um edifício para ser utilizado como biblioteca escolar e gabinetes de apoio.

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Palmela inaugura ecopista de Pinhal Novo A 2.ª fase da Ecopista de Pinhal Novo foi inaugurada dia 10, com a presença do atleta de triatlo Rui Narigueta que percorreu o trajeto de 4 quilómetros (ida e volta). Construída a partir da antiga linha de caminho-de-ferro, liga a zona da Vila Serena ao entroncamento com a Estrada dos Quatro Marcos, a obra tem investimento total de 350 mil euros e recebeu apoio da UE de 175 mil euros. Possibilita aos munícipes uma alternativa de mobilidade em segurança e mais sustentável e veio valorizar toda aquela zona.

A nova unidade de saúde de Sesimbra vai custar 2,3 milhões de euros

e será composta por Unidade de Saúde, Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, e Unidade de Cuidados na Comunidade e Unidade de Saúde Pública. Dará resposta a 11 mil e 400 utentes

inscritos, bem como ao fluxo de potenciais utilizadores sazonais. O projeto irá substituir a atual Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, que funciona na Misericórdia.

Grândola repara habitação social

Sines lança concurso para expansão da ZIL II

A reabilitação de quatro moradias sociais no Lousal arrancou no início do mês. As obras, com custo total de 95 mil euros, estão a ser realizadas numa habitação no Br.º de S. Jorge e 3 no Br.º dos Quarteis e incluem a execução de redes de águas, esgotos e gás e a instalação elétrica, colocação de novo pavimento, novos equipamentos sanitários e de cozinha e pintura interior e exterior dotando, deste modo, as moradias de todas as condições de habitualidade. Em Azinheira dos Barros vão ser realizadas pinturas exteriores em várias habitações municipais e foi reabilitado o interior de 2 habitações, de modo a poderem ser ocupadas por mais 2 famílias. O município, com este investimento, possibilita que nesta freguesia possam ser alojadas 6 famílias carenciadas.

O município abriu o concurso público para expansão nascente da ZIL II - Zona de Indústria Ligeira. A obra, com preço-base superior a 1,3 milhões de euros, visa criar condições para receber mais 43 empresas na principal zona sob gestão municipal para acolhimento de atividades económicas. Atualmente, a ZIL II dispõe de 472 lotes, com uma taxa de ocupação de 99 por cento, havendo vários investimentos em lista de espera. Com a operação de expansão nascente da ZIL II, o município pretende dar resposta aos empresários que desejam instalar-se em Sines, numa área que beneficia da proximidade ao centro urbano, porto marítimo e ao complexo industrial. Para o edil Nuno Mascarenhas, “esta obra é um investimento absolutamente essencial para Sines”.


LOCAL

Alcochete aprova Orçamento de 19 milhões para 2020 TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR As Grandes Opções do Plano, o Plano Plurianual de Investimentos, as Atividades Mais Relevantes para 2020/23 e o Orçamento e o Mapa de Pessoal para 2020 foram aprovados recentemente por maioria pelo executivo, a 30 de outubro. “O presente orçamento e todos os documentos previsionais foram elaborados com a estreita colaboração de todos, do executivo e eleitos ao abrigo do direito da oposição, assim como dos respetivos técnicos e é um documento fundamental para a prossecução dos nossos objetivos que visam melhorar Alcochete”, salientou o edil, acrescentando que “as prioridades assentam de forma elementar nas necessidades e carências das pessoas”. O orçamento definido para próximo ano é de 19.261.485 euros, ou seja mais 1.133.747 euros que em 2019. Fernando Pinto referiu que “a estimativa da receita corrente é superior à de 2019, mas inferior no que respeita à receita de capital” e que no que se refere à despesa, “não obstante a necessidade de maior recrutamento em termos de recursos huma-

Orçamento Municipal irá priorizar as necessidades e carências das pessoas

nos, as despesas com pessoal representam 44,85 por cento da despesa”, o que a par do descongelamento de carreiras, da atualização da tabela remuneratória, do SIADAP, entre outros, se vão traduzir num “aumento de cerca de 12 por cento, em 2020 comparativamente ao Orçamento de 2019”. Sobre o Mapa de Pessoal de 2020, o autarca salientou a criação de 4 postos de trabalho para assistentes operacionais ao abrigo do Quadro de Trans-

ferência de Competências para os Municípios no domínio da Saúde e a continuidade do trabalho no âmbito das Mobilidades Intercarreiras. “Atualmente dispomos de 380 trabalhadores, o que representa mais 31 novos trabalhadores em comparação com 2017. Quanto à dívida total, o edil lembrou que o seu montante em outubro de 2017 era de 9.800 euros e que à presente data o valor desceu para 7.900 euros.

Barreiro incentiva à reabilitação

Câmara de Almada compra viaturas do lixo

Depois da aprovação da taxa do IMI de 2020, o município definiu outras isenções relativamente a impostos e outros tributos próprios onde se inclui a isenção ou minoração de IMI relativamente ao Programa Municipal de Apoio à Conservação do Edificado. São aplicáveis às obras de conservação nos imóveis pelos seus proprietários.

Já chegaram à cidade de Almada as sete novas viaturas que reforçam a recolha de resíduos urbanos. As viaturas de recolha de resíduos urbanos fazem parte de um forte investimento municipal, iniciado em novembro de 2018. No total, são 10 novas viaturas para recolha de RU, num investimento municipal superior a 2 milhões de euros.

Urbanismo de Setúbal ganha nova casa

Alcácer do Sal entre as menos endividadas

Os serviços do Urbanismo transitam no dia 20 para o antigo edifício da EDP, nos Ciprestes. Até àquela data, com o objetivo de assegurar situações com caráter de urgência, os munícipes podem utilizar o atendimento provisório a funcionar no edifício Sado. Estes dois postos de atendimento, no rés-do-chão daquele imóvel localizado na rua Acácio Barradas, estão abertos das 9 as 15h30.

Alcácer subiu no ranking do grupo das câmaras menos endividadas do país e passou da 25.ª posição em 2017 para a 14.ª em 2018. Segundo o Anuário Financeiro dos Municípios, em 2018 Alcácer alcançou um melhor índice de dívida total e um menor peso do passivo exigível no ativo. Está entre os 20 municípios com menor passivo por habitante e menor índice de dívida total do município.

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DESPORTO

De Setúbal para o Japão pela mão do Vitória

Clube do Montijo dá lição de fair-play

Inês Grácio, ginasta do Vitória Futebol Clube, vai participar no campeonato do Mundo por idades na disciplina de Trampolins, em dezembro em Tóquio, no Japão. A atleta, que garantiu recen-

A Academia Desportiva Infantil e Juvenil Bairro Miranda, no Montijo, lançou uma campanha inédita de fair-play no desporto nacional. Em vez do nome dos atletas, as camisolas de jogo têm

temente a subida à categoria de Elite Júnior, vai representar o VFC na Disciplina de Tumbling, no escalão 13/14 anos. A acompanhar Inês Grácio estará a treinadora Margarida Maia.

mensagens para a assistência, que, não raras vezes, tem uma conduta imprópria e um comportamento reprovável com árbitros, técnicos e jogadores, muitas vezes, os seus próprios filhos.

ATLETA DO BARREIRO SAGRA-SE CAMPEÃ NACIONAL DE JUNIORES EM GOLFE

O estrelato à distância de umas tacadas Do Barreiro para os Estados Unidos, com passagem por Azeitão e pelo Algarve. Este é o percurso de Filipa Campelo, golfista de 18 anos que acabou de se sagrar campeã nacional de juniores. Uma bolsa de estudo pode abrir-lhe as portas do profissionalismo. TEXTO JOSÉ BENTO AMARO IMAGEM DR Tem 18 anos, vive no Barreiro e acabou de se sagrar campeã nacional de juniores de golfe. Filipa Campelo é a mais recente esperança da modalidade em Portugal. Os seus desempenhos nos greens não têm passado despercebidos e, para o ano, deverá estar nos Estados Unidos, para estudar, jogar e, possivelmente cumprir a sua maior ambição: tornar-se profissional. O fascínio pelo golfe, conforme contou Filipa Campelo ao Semmais, começou quando ainda era muito jovem. “Acho que estava na infantil. Houve uma visita à Quinta do Peru, em Azeitão, e eu fiquei fascinada com o jogo, com tudo o que vi”, disse. As tacadas certeiras pelos campos verdes nunca mais lhe saíram da memória. Sempre que podia convencia o pai a levá-la para os locais onde se joga. Fez uma primeira interiorização do golfe observando. Depois experimentou e nun-

é enaltecida pela própria. “Sou muito preguiçosa e a verdade é que se não fosse o meu pai até já tinha desistido de praticar a modalidade. Foi ele quem me convenceu a continuar e, pelos vistos, fez bem”. Filipa Campelo é federada pela equipa Quinta do Lago

Filipa Campelo assume-se preprada para competir com as melhores atletas

ca mais quis deixar de praticar. Há cerca de oito anos deu o passo decisivo, aceitando o convite da Quinta do Peru para integrar a equipa. “O meu desejo de jogar era tão grande, que fiz com que o meu pai também me acompanhasse”, contou. Entretanto o

pai “arrumou” um pouco a competição, passando a dedicar-se quase por inteiro ao acompanhamento da filha. “É uma espécie de manager”, explicou Filipa. A importância do progenitor na sua ainda curta mas promissora e vencedora carreira

Com os bons desempenhos obtidos ao serviço da Quinta do Peru, Filipa acabou por atrair a atenção de equipas mais poderosas e, quando surgiu o convite da algarvia Quinta do Lago não resistiu e subiu assim mais uns degraus na carreira. Sagrou-se campeã nacional de juniores, vencendo três dos torneios que compõem o campeonato (participou em quatro). Antes, numa das vezes que teve oportunidade de competir fora do país, foi até à Escócia arrebatar mais um importante troféu. “Em Portugal já se joga bom golfe. Mas a verdade é que ainda

há muitos poucos praticantes no setor feminino. Quando competimos juntam-se cerca de 20 atletas, o que é muito pouco quando comparado com o que encontramos aqui ao lado, em Espanha, onde em cada torneio aparecem 100 jogadoras”, explicou. Agora que os Estados Unidos a chamam, Filipa Campelo pondera seriamente enveredar pelo profissionalismo e poder viajar pelos greens do mundo inteiro, disputando os mais famosos torneios e vivendo dos proveitos oferecidos por uma das mais elitistas modalidades. “Vou competir com as melhores. Se os resultados forem os que desejo, posso tornar-me jogadora profissional de golfe. Os resultados que obtiver irão ditar a minha escolha. Caso não entre para o circuito profissional, tenho sempre a carreira académica”, acrescentou a jovem que confessa ter inclinação para áreas como a Economia e o Marketing.

União da Azoia é escola de campeões na Orientação Com mais de 40 atletas, com idades entre os 10 e os 75 anos, a secção de Orientação do Grupo Desportivo União (GDU) da Azoia continua a provar que o clube é um dos mais influentes na formação em orientação. O treinador Jorge Baltazar assegura que o facto de ter na sua equipa mais de quatro campeões, um deles com 75 anos, e inúmeros vice-campeões, nacionais é fruto “de um trabalho continuado, muito apoiado no desporto escolar”. O professor de educação física acompanha os atletas desde que entram na escola, onde é responsável pelo desporto escolar, e mediante os resultados e o empenho acaba por “encaminhá-los para o clube onde eles dão continuidade ao processo de formação”. No mundo da Orientação há nomes incontornáveis e, quase, todos eles envergam a camisola do GDU Azoia que é campeão nacional de iniciados masculinos e vice-campeão nacional de iniciados femininos. No Campeonato Na-

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Secção de Orientação do Grupo Desportivo União da Azoia continua a somar vitórias coletivas e conquistas pessoais

cional de Distância Média, Tiago Gomes evidenciou-se, no escalão H14, sagrando-se campeão nacional. Enquanto que no setor feminino, Joana Canana foi segunda classificada, no escalão D14. Vasco Mendes e Pedro Peralta também somam títulos na

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modalidade, inclusive, na vertente de BTT. Os atletas participaram recentemente numa etapa pontuável para a Taça de Portugal de Sprint, em Cascais, prova em que “Tiago Gomes foi o mais rápido em H14, enquanto Miguel Manso fechou o pódio

no mesmo escalão. Joana Canana foi primeira em D14, João Sousa foi terceiro em H18 e Vasco Mendes, atleta do clube que já representou por várias vezes a Seleção Nacional, foi terceiro no escalão Homens Elite, embora seja ainda atleta do esca-

lão H18”. No último sábado, no Campeonato Nacional de Estafetas de Sprint, em equipas mistas, o clube reforçou a sua linha de bons resultados. A equipa de iniciados (Joana Canana, Tiago Gomes, Guilherme Clímaco e Sofia Pulquério) e a equipa de veteranos 2 (Luísa Gaboleiro, Noel Cabeça, José Gomes e Jesus Leão) sagraram-se, ambas, vice-campeãs. Entre todos os atletas do Azoia, para os quais Jorge Baltazar augura “um futuro bastante promissor”, encontra-se um praticante peculiar, cuja destreza e empenho “têm que ser enaltecidos”. Trata-se de António Laia que, aos 75 anos, é campeão nacional de distância média e vice-campeão nacional de sprint no escalão H75. Para concluir a época falta ao GDU Azoia apenas uma competição, o Campeonato Nacional Absoluto, que se realiza em Monsaraz nos dias 23 e 24 de novembro, “competição em que Vasco Mendes tem aspirações a um bom resultado entre todos os atletas nacionais”. ES


POLÍTICA

Os Verdes pedem alterativas aeroportuárias

BE de Almada reclama compromisso na saúde

O Partido Ecologista Os Verdes recomendou ao governo, através de um projeto de resolução, que abandone o processo relativo à construção de um novo aeroporto no Montijo e realize

A vereadora do BE da câmara de Almada, Joana Mortágua, considera “muito preocupantes” as declarações da ministra da saúde, sobre a situação do hospital Garcia de Orta. Mortágua reitera

uma Avaliação Ambiental Estratégica que afira de diversas hipóteses de localização, ao abrigo do Decreto-Lei nº 232/2007, de 15 de junho, alterado pelo Decreto-Lei nº 58/2011, de 4 de Maio.

que são urgentes compromissos e soluções concretas “que não passam pelo encerramento do serviço, mas sim pelo investimento nas carreiras dos médicos que exercem funções públicas”

CDS-PP questinou autarquia do Seixal sobre descargas no Rio Judeu. A câmara, por sua vez, também denunciou o caso à Inspeção Geral do Ambiente

MANUEL FERNANDES VAI ‘ACABAR’ MANDATO DO DEMISSIONÁRIO RUI GODINHO

Novo líder da UGT Setúbal promete agenda de maior proximidade A demissão de Rui Godinho precipitou a mudança de líder, escolha que recaiu no seu vice. É um ciclo de continuidade, mas Manuel Fernandes quer trazer mais jovens para o mundo sindical. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM DR Manuel Fernandes é o novo presidente da UGT de Setúbal, substituindo Rui Godinho, que se encontrava demissionário desde julho deste ano, e vai assumir as funções até ao final deste mandato, que decorrerá até ao final de 2021. A nomeação do novo presidente, que foi proposto pelo atual secretariado da organização, ocorreu ontem, durante um Conselho Geral da UGT de Setúbal, durante o qual foram também aprovados o orçamento e as opções estratégicas para o

próximo ano. “Vão ser dois anos muito intensos, no cumprimento da agenda de valorização do trabalho, iniciada em 2017, bem como o consolidar da afirmação da UGT Setúbal no xadrez socioeconómico da região”, disse ao Semmais o novo líder. Confiante com a equipa que o vai acompanhar até final do mandato, Manuel Fernandes é um experiente sindicalista e exercia o cargo de vice-presidente da UGT Setúbal. “A nossa prioridade é retirar o rótulo de região pobre. Não é possível

Manuel Fernandes assume o mandato na UGT Setúbal até às próximas eleições

continuarmos com cortes nos apoios comunitários por produzirmos acima da média e ser aplicada uma política de baixos salários na região”, disse o dirigente. O sindicalista, que pertence aos quadros da empresa Navigator, promete fazer um “trabalho de grande proximidade” e também “trazer mais jovens” para o mundo sindical, através

de seminários, encontros temáticos e “grande participação” em eventos locais e regionais. “A nossa equipa fará tudo para marcar a agenda regional”, afirmou. Para já, uma eventual candidatura após 2021 não é uma preocupação, uma vez que salientou estar “ciente” de que foi escolhido, apenas, para terminar este mandato.

Bárbara Dias e Tomás Santos na corrida à Federação de Setúbal da JS Bárbara Dias é candidata à presidência da Federação de Setúbal da Juventude Socialista. A jovem de 27 anos, natural do Vale da Amoreira, é militante da JS desde 2013 e apresenta-se a estas eleições para lutar por “um distrito atrativo às oportunidades de investimento e de emprego e que dê condições aos nossos jovens para aqui se fixarem com qualidade de vida”. A socialista intenta “mobilizar as novas gerações para as causas estruturantes do nosso tempo”, e garante que a sua candidatura à presidência da Federação, onde já ocupa o cargo de vice-presidente, tem o propósito de “unir e valorizar as estruturas locais e as pessoas que delas fazem parte, empoderando e preparando os nossos jovens para os desafios que se avizinham”. Durante os últimos dois anos, Bárbara Dias presidiu à Juventude Socialista da Moita e agora assegura estar “preparada para os

As eleições para a Federação de Setúbal da JS decorrem até ao final do mês

desafios que irão marcar o próximo biénio”. Um desses desafios será a preparação das próximas eleições autárquicas, nas quais

quer “fazer história”. Queremos melhores resultados, mais vitórias e o maior número de sempre de jovens autarcas no distrito, es-

O CDS-PP do Seixal “exigiu” esclarecimentos à autarquia, na pessoa do seu presidente Joaquim Santos, relativamente às “descargas de resíduos no Rio Judeu”, que podem ser constatadas num vídeo que foi publicado nas redes sociais. Considerando tratar-se de “um crime ambiental que deve ser sancionado”, a comissão política concelhia questionou a autarquia sobre as descargas que “trazem impactos negativos para o meio ambiente e para a vida da população. Em comunicado, a presidente da concelhia, Marlene Abrantes, esclarece ser importante apurar “quem deu autorização para esta operação, qual a quantidade de resíduos despejados e com que frequência; que resíduos foram despejados para o rio Judeu; e que medidas a autarquia vai tomar para impedir que se volte a repetir”. Câmara denunciou situação à Inspeção Geral do Ambiente

pecialmente em lugares de liderança”, antecipa em nota enviada à nossa redação. Bárbara Dias concorre à presidência da Federação sob o lema “Pelo Sonho é que vamos- Coragem para Avançar”, mas, ao que o Semmais apurou terá concorrência de “Gente que Faz”. Esse é o lema da candidatura de Tomás Santos. O jovem do Seixal, com mais de 10 anos de militância, assegura, no seu manifesto publicado nas redes sociais, que “chegou o momento de continuar a contribuir para esta grande causa que é o socialismo democrático, liderando os jovens do distrito de Setúbal”. O combate à crise climática, a afirmação do Estado Social, a promoção da cidadania democrática e o desenvolvimento do território num distrito “à frente do nosso tempo” são bandeiras da candidatura de Tomás Santos que acredita poder liderar os jovens do distrito de Setúbal na era da “geração progressista”. ES

A autarquia do Seixal apresentou, entretanto, um requerimento à Simarsul sobre o sucedido, empresa a quem são imputadas responsabilidades sobre a operação em causa, e denunciou, junto da Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, o que considera ser um “atentado ambiental inadmissível”. Joaquim Santos, edil do seixal, fez saber, a propósito desta ocorrência, que a autarquia paga seis milhões de euros, por ano, à Simarsul, precisamente, para o tratamento de esgotos, pelo que a autarquia não pode aceitar que “a descarga indevida ocorra na Baía do Seixal, ou noutro local, sem tratamento”. “Entendemos que situações como estas não podem acontecer de forma alguma, quando a autarquia tem investido milhões de euros na requalificação ambiental e paisagística, para promover as melhores condições ambientais no concelho”, referiu o autarca, em nota enviada à nossa redação.

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CULTURA

“Reinar depois de morrer” em fim de carreira

Festa da Batata Doce anima Carrasqueira

Com texto de Luís Vélez de Guevara e encenação de Ignacio García, termina domingo, às 16 horas, no Teatro Joaquim Benite, em Almada, a peça “Reinar depois de morrer”, pela CTA, em co-pro-

Realiza-se este fim-de-semana na Carrasqueira, no concelho de Alcácer do Sal, mais uma edição da Festa da Batata Doce, um evento da Associação dos Agricultores do Distrito de Setúbal, que conta

dução com a Compañia Nacional de Teatro Clásico. Um dos melhores trabalhos do dramaturgo espanhol, que retrata a trágica história de amor entre D. Pedro e D. Inês de Castro.

com o apoio de várias entidades. Bandas filarmónicas, ranchos folclóricos, cantares alentejanos, sevilhanas e bailes populares fazem parte do programa das festas.

FADISTA DE LISBOA VENCE XI CONCURSO DE FADO DE SETÚBAL

“Quero fazer do fado a minha vida” Catarina Dionísio, ligada a família de artistas, confessa que nasceu para o fado.

SEIXAL COMÉDIA DAS BEIRAS

TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGEM DR Catarina Dionísio, 17 anos, venceu, no dia 9, o XI Concurso de Fado de Setúbal, numa gala com 6 fadistas, no palco da Capricho Setubalense. A jovem estudante do ensino secundário, de Queluz, convenceu o júri com a interpretação dos fados “Marcha do Marceneiro” e “Fado Tamanquinhas”. “Nasci no fado. Os meus avós cantavam, a minha mãe também canta. Sempre ouvi fado”, revelou Catarina Dionísio, que, desde setembro, canta duas vezes por semana na casa de fados “O Forcado”, no Bairro Alto, em Lisboa. A jovem fadista, que ganhou 600 euros, diz que esta vitória foi “um misto de sentimentos, entre alegria e surpresa”, por não estar habituada a participar em competições. “Quero fa-

zer do fado a minha vida. É o meu sonho. Quero que seja a minha profissão”, refere, emocionada. O 2.º e 3.ºs lugares foram atribuídos a Maria Passarinho, de Fernão Ferro, e a Raquel Faria, de Palmela, que acumulou também o “Prémio do Público”. A menção honrosa para o melhor vencedor do concelho de Setúbal foi entregue a Pedro Conceição, que não chegou à final. O evento teve também em competição os fadistas Tiago Conceição, de Fernão Ferro, José Ferreira, de Setúbal, e Sara Coito, de Lisboa. O evento foi organizado numa parceria entre o município e a Capricho. Na noite de sábado ouviu-se ainda a voz de Teresa Tapadas, artista convidada.

A divertida comédia “Entremezes”, pelo Teatro das Beiras, recua até ao ano de 1640, aquando da redefinição de fronteiras, que gerou questiúnculas entre galegos e portugueses. SOCIEDADE UNIÃO ARRENTELENSE, 16NOV19, 21H30

Catarina Dionísio quer fazer da música a sua profissão

ArteViva estreia duas novas produções

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O grupo ArteViva, do Barreiro, estreou ontem, no teatro municipal, a nova produção “Rua Gagarin”, de Gregory Burke, com encenação de Jorge Cardoso. Trata-se de uma comédia que retrata “a economia, que tem sido o tema dominante da política moderna e a fonte do verdadeiro poder no nosso tempo cada vez mais globalizado, mas, também, os homens e a nossa infinita capacidade de auto-ilusão”, diz o autor. Na região das minas de carvão, em Fife, na Escócia, na vila de Lumphinnans, há uma rua com o nome do cosmonauta soviético Yuri Gagarin. Entretanto, as minas fecharam e o muro de Berlim caiu. Em Dunfermline, numa arrecadação de uma fábrica de computadores, dois trabalhadores raptam Van de Hoy. Com motivações diferentes. Mas nada está tão mal que não possa piorar. São intérpretes Gonçalo Cardoso, Henrique Gomes, Ricardo Guerreiro e Rui Quintas. Esta 81.ª produção pode ser vista às sextas-feiras e sábados, às 21h30. E no dia 23, às 16 horas, estreia “Vanessa vai à Luta”, de Luísa Costa Gomes, para ver sábado e domingo, às 16 e 11 horas, respetivamente. AL

Ganhe convites para novas peças do ArteViva Temos convites duplos para oferecer aos nossos leitores para as peças “Rua Gagarin” e “Vanessa vai à Luta”, da Companhia Teatral do Barreiro, ArteViva, que começa agora a celebrar os seus 40 anos de atividade. Basta ligar 935388102 e solicitar os convites.

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agenda cultural

PALMELA ENCONTRO DE FOLCLORE O Encontro Concelhio de Folclore conta com a participação dos dez grupos de folclore com atividade regular e este ano integra a programação das Semana(s) da Dança. TEATRO S. JOÃO, 16NOV19, 19H00

GRÂNDOLA NOITES DE JAZZ O duo André Santos e Bruno Santos levam ao palco alentejano mais uma Noite de Jazz da ‘Música Velha’, sob o mote Mano a Mano. A entrada é livre. CINE GRANDOLENSE, 16NOV19, 21H30


CULTURA

LA FERIA CONTINUA A DAR CARTAS NO TEATRO PORTUGUÊS COM PRODUÇÕES DE QUALIDADE

“Rainha da Neve” estreou com casa cheia e “A Severa” celebrou 200 representações Filipe La Feria tem em cena grandes espetáculos que continuam a atrair milhares de pessoas. O encenador orgulha-se do que faz, e pede para que o público vá ao teatro apoiar os artistas. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGENS DR A “Rainha da Neve”, um original de Filipe La Féria, a partir do célebre conto de Hans Christian Andersen, obra-prima da literatura para a Infância e Juventude, estreou no passado dia 31 de outubro, no Politeama, em Lisboa, com a presença de vários convidados VIP. La Féria transformou este famoso conto num musical em que articula o teatro, a música e a dança. Os cenários são fabulosos, bem como os figurinos, não esquecendo as mais sofisticadas tecnologias de vídeo, que tornam o espetáculo mais rico. O musical narra as aventuras de uma família cuja vida está em confronto com a poderosa “Rainha da Neve”, símbolo e metáfora do inverno, em contraste com o calor e plenitude do verão. Um misterioso feiticeiro traz para o Reino do Sonho um espelho mágico, que tem o dom de transformar o que é belo em terrível.

apoio estatal. “É um espetáculo maravilhoso, para toda a família. Venham ao teatro e apoiem estes artistas fantásticos”. “A Rainha da Neve” pode ser visto de 3.ª a 6.ª feiras, às 11 e às 14 horas, para as escolas, e aos sábados e domingos, às 15 horas, para o público em geral. 200 representações de “A Severa”

Espetáculo de Filipe La Féria permite-nos uma viagem ao mundo da ilusão

“Todos os contos de Andersen são metáforas encantadoras, dos contrastes do caráter do ser humano e lições de vida, que ficarão para sempre na formação

das crianças e do público jovem”, sublinhou, satisfeito, Filipe La Feria, que acrescentou que os ensaios duraram “um mês” e que voltou a não contar com nenhum

Entretanto, no passado dia 10, foi comemorada a 200.ª representação do musical “Severa”, que há nove meses esgota o Politeama, que já foi visto por mais de 140 mil espectadores e que vai continuar em cena “até o público querer”. Considerado unanimemente como o melhor espetáculo de La Féria dos últimos anos, “Severa” tem texto, música e encenação original. Afirma-se como “um espetáculo ao nível da Broadway e de West End pela sua modernida-

de e conceção teatral”. Conta a história da Mãe do Fado, Maria Severa Onofriana, e revela as origens da canção de Lisboa com uma dramaturgia rigorosa e revolucionária, e transporta-nos para o Portugal dos princípios do século XIX, em plena guerra entre absolutistas e liberais, onde se desenrola o drama da fadista e dos seus amores com o Conde Vimioso. No elenco estão Filipa Cardoso e Anabela ao lado de Filipe de Albuquerque, Carlos Quintas, Fernando Gomes, Cristina Oliveira, Bruno Xavier, Dora, Yola Dinis, Francisco Sobral, Rosa Areia, João Frizza, Rui Vaz, Carina Leitão, David Gomes, P aulo Miguel Ferreira, Catarina Clau à frente de um elenco de mais de 40 atores, cantores, bailarinos, músicos e acrobatas, num espetáculo que diariamente é visitado por centenas de turistas e que arrasta multidões ao Teatro Politeama.

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OPINIÃO

Once upon a time in Alcochete

EDITORIAL RAUL TAVARES DIRETOR

A urgência de “reerguer” a pediatria do Garcia de Orta A SITUAÇÃO da urgência pediátrica do Hospital Garcia de Orta faz-nos pensar que é preciso fazer mais do que tem sido feito no Serviço Nacional de Saúde. Não é possível, num país que se gaba de tantos ganhos nesta área, ver-se um governo tão impotente, ao ponto de deixar encerrado, ‘ad eternum’, um serviço tão nuclear como é a assistência a crianças e jovens, num hospital que serve uma sub-região tão densamente demográfica. A atual ministra disse recentemente que é preciso “reerguer” o SNS, situação que, aos olhos da esmagadora maioria dos portugueses, é mais que óbvia. Mas para isso é preciso mais que palavras. A ideia de que há falta de clínicos especialistas nesta área é falaciosa. O problema é que a maior parte destes pediatras exercem a sua função no privado. E há razões para que tal suceda. Em primeiro lugar, é urgente levar em frente a ideia de se voltar aos tempos da exclusividade no serviço público de saúde. O Estado tem que assegurar um número suficiente de médicos, nas diversas especialidades, capaz de manter os serviços mínimos hospitalares. E, para isso, inevitavelmente, terá que fazer concessões, desde logo abrir os cordões à bolsa. Está tudo pensado, incluindo aquilo que se tem chamado de “pacto de permanência”, concertada com a classe, fazendo com que os médicos recém-formados fiquem obrigados a ficar durante um tempo sólido ao serviço da saúde pública. A questão é que estas e outras medidas levam tempo, tanto mais que o Estado não pode decidir sozinho o destino destes profissionais. E, estas premissas levam tempo de discussão, e acerto de vontades. Mas o que não se pode deixar que aconteça, é este vazio que compromete o acesso à saúde de partes da população, nomeadamente os mais frágeis e vulneráveis, como são as crianças e jovens. O caso do Garcia de Orta é lamentável e vergonhoso. Este país não é o Burkina Faso, mas às vezes parece…

ATUALIDADE LUÍS MIGUEL FRANCO COLABORADOR SENTADOS na cadeira do poder – que é, invariavelmente, inclinada e mostra tendência para repelir o ocupante que a preenche –, observavam inebriados as circunstâncias excepcionais que se lhes deparavam: uma conjuntura económica e financeira imensamente favorável e o pensamento político dos “outros”. Aparentemente, era este o substantivo adoptado por este colégio de detentores do poder para designar os que os precederam, percebendo-se a influência de uma qualquer superstição, que os inibia, receosos, de incorrer no risco extremo, provocado pela sua correcta invocação, de precipitar o seu indesejado aparecimento. Indesejado para estas personagens, entenda-se, porque esses “outros” – que não nos atrevemos a pronunciar – teriam, porventura, um entendimento divergente, que não importa, no momento, esclarecer. Neste contexto de êxtase e excentricidade proporcionado pela abundância financeira, para a qual em nada haviam

contribuído, e pela perspectiva de realização de obras públicas que esses “outros” tinham pensado e projectado – que, atendendo ao precedente do “muro abandonado”, seriam certa e devidamente ornamentados com uma placa inaugurativa com o destaque devido ao primus inter pares (expressão que, para os iletrados em latim, como o narrador, não possui por sentido uma qualquer relação de parentesco, mas, sim, afirmar que, entre iguais, existirá quem mais carregado com o peso do poder se encontra) –, conseguiam descortinar-se semblantes de crescente preocupação. Os projectos deixados pelos “outros” seriam, em princípio – desculpar-se-á este cepticismo confessado do narrador, que se fundamentará no não muito prolongado atraso numas obras num miradouro e na intencional protelação temporal de diversas outras obras –, concretizados, mas o que se passaria posteriormente? Teriam, efectivamente, de reflectir seriamente acerca

do futuro e da qualidade de vida das pessoas? Questão torturante e angustiante, esta, que pensavam que estivesse resolvida com a decisão sabiamente assumida de concordar com a coabitação dessas pessoas com o ruído, a concentração de dióxido de carbono e de azoto, os congestionamentos de tráfego e os riscos provocados pela “coisa”, substantivo usado por estes protagonistas para evitar a designação de aeroporto, apregoando a maledicência que essa denominação tinha o propósito de fazer esquecer o inestimável contributo do ocupante da cadeira dotada de apoios de braços para a ciência política local: “Os tempos mudam, as vontades mudam.” Definitivamente, não. A reflectir seriamente não deveriam ser submetidos, precisamente num momento em que a actividade lúdica, embora muito pouco provida de culturalidade, os enleava freneticamente. Não cederiam perante essa humilhação de ter de pensar. Se havia

dinheiro em abundância – e havia! – pagariam para que outros – assim sem aspas para que não se confundissem estes com os “outros” – pensassem por eles. Inesperadamente, nessa sala de candelabros e de cortinados de veludo ornamentada, como que saído do escuro vazio e convocado pela inadvertida e indesejada referência aos outros – de nada tendo servido os céleres esclarecimentos do narrador de que não se tratava desses –, reluziu intensamente um exemplar de “Os Lusíadas” de Luiz Vaz de Camões, que, perante o olhar perplexo dos que o contemplavam – apresentando o narrador as suas desculpas pela necessidade de introdução neste texto de uma componente de ficção –, foi-se folheando, como que uma mão invisível o controlasse. Finalmente, cessado este movimento quase paranormal, debruçaram-se os nossos protagonistas sobre a última palavra da última estrofe do Canto X – “enveja”. Dos “outros”, concluiu o narrador.

Visões alternativas: a Terra é plana… CRÓNICAS DISTO E DAQUILO CATARINA TAVARES DIRIGENTE SINDICAL BEM SEI que se acumulam provas de que a Terra é um pedregulho esférico mas, isso é ciência. Eu, hoje, vou defender uma Terra plana sem sequer deixar que o bom senso me avise contra as “bordas” que todos os pratos têm. O maior feito dos portugueses do século XV, mais do que chegar à India, foi o de ultrapassar o Cabo Bojador, local onde se situava, na imaginação de muitos populares da época, o “fim do mundo”, onde estava o abismo que engolia os barcos e os aventureiros que ousavam chegar à “borda” da Terra, o maior feito foi o de enfrentarem medos, superstições. Espantoso, que neste século XXI, aproveitando as novas tecnologias de informação se recriem mitos sobre uma “Terra plana”, igno-

rando evidências e promovendo pseudoverdades. Neste século XXI, o “saber de experiências feito”, aquele que resulta da reflexão crítica sobre a realidade ou, por outras palavras da ciência tem tido alguns revezes, nestes tempos de revolução tecnológica, em nome da religião, dos interesses económicos ou, simplesmente, porque sim. A crença numa Terra plana pode não parecer particularmente perigosa, mas a negação das alterações climáticas é uma ameaça para todos os terráqueos porque coloca em causa o planeta e todos os seres vivos que o habitam. Se por um lado, é verdade que a Terra é um planeta vivo e, como tal, sofreu alterações geográficas e climáticas

que com maior ou, menor dramatismo influenciaram a vida da Terra também é verdade, que a Humanidade tem vindo a gerar desequilíbrios que colocam em risco a sua sobrevivência. Nunca a Humanidade dispôs de meios para alterar a Natureza da forma rápida e radical com que isso, hoje, pode ser feito. As alterações fossem elas erosão do solo, alteração de bacias hidrográficas, alterações climáticas eram, na maior parte dos casos, lentas, incrivelmente e portanto dificilmente perceptíveis no horizonte das vidas humanas. Nos dias de hoje as tecnologias arrasam montanhas, desviam o curso dos rios, criam desertos, descongelam as neves eternas tudo no lapso temporal das nossas vidas. Mais, pela primei-

ra vez a tecnologia e a ciência dispõem de meios para explicar e prever o que se está a passar à nossa volta. Podemos fazer como a avestruz, ignorar, negar. Podemos agarrar-nos a uma fé cega esquecendo a relação profunda entre a fé e a inteligência. Ora, atendendo aos desafios que se nos colocam no curto prazo o melhor, mesmo, é agir. É perceber que a descarbonização coloca problemas às economias e ao emprego; é importante encontrar soluções de transição para minorar as consequências da alteração do modelo económico porque se continuarmos a negar evidências as alterações ao ecossistema poderão, muito em breve, colocar em risco a vida na Terra ora, não há economia nem emprego num planeta morto.

/ Ficha Técnica Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, José Bento Amaro, Marta David / Coordenação Comercial Cristina Almeida / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas | EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição VASP e Maiscom, Lda / Propriedade e Editor Maiscom Edição e Publicações, Unipessoal, Lda; NIPC 513 409 246 / Capital Social Raul Manuel Tavares Pereira (100%) / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 20.000 (média semanal) / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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OPINIÃO

A relevância do PPD/PSD ESPAÇO ABERTO E LIVRE ZEFERINO BOAL COLABORADOR QUANDO um partido entra numa fase de menor sucesso, é tradicional que as receitas e as motivações de vários militantes sejam enormes para o retirar da estagnação. Por isso, compreendemos perfeitamente a possibilidade de surgirem vários candidatos e que seja exigível a adequada clarificação, mas, no final da disputa eleitoral, há que saber extrair ensinamentos bem fortes para os tempos futuros. Começando pelo respeito e disciplina partidária e institucional. No PPD/PSD há muito que está enraizada a cultura dos comentadores a todos os níveis, e com ênfase para aqueles que, perdendo disputas internas, rapidamente vão dar entrevistas e tecer considerações sobre matérias que deveriam ficar “no segredo dos deuses”. Falta disciplina partidária, isto advém

de uma geração que paulatinamente foi assumindo responsabilidades políticas e com pouca experiência de vida. Portanto, o líder que vier a ser eleito terá que forçosamente saber criar motivação e disciplina entre hostes e colunas do partido. Por outro lado, o próximo líder deve, acima de tudo, perceber que presidir não é o mesmo que liderar, queremos com isto afirmar que o esforço deste último é muito maior do que o papel do primeiro. Um líder tem que saber ouvir, ponderar e decidir; não pode agir por impulsos e por aquilo que ouve em primeira instância do seu mais direto colaborador, por muita confiança que tenha. Até porque há condições exógenas a que importa dar resposta. O PPP/ PSD tem que ser claramente uma alternativa ao PS na governação do país e por muito que

saibamos que o país precisa de reformas estruturais não adianta dar a mão aos socialistas no Governo porque eles estão hipotecados à esquerda para se manterem no poder, daí advém que o discurso na oposição tem que ser claro nas alternativas que propõe e dizer em voz baixa no que concordamos, porque as pessoas vão em muitas circunstâncias percecionar o que há de comum nas ideias com o atual PM, e este sai a ganhar claramente pelo impulso da força do poder. O futuro líder tem que assumir o papel agregador das comunidades com origem em países de expressão em língua portuguesa. No seio do partido há milhares de militantes e simpatizantes com estas ligações e não tendo a motivação para intervir têm receio de se exporem. Devemos ser uma força aglutinadora e não redu-

tora, em especial no distrito de Setúbal. O próximo líder eleito tem que olhar para este distrito não como um apêndice de Lisboa, mas como capitalizador de sinergias e eleitorado porque acreditamos que também aqui é possível vencer a esquerda por patamares, e convictamente daremos um contributo diferente para o país. Para que tal aconteça, é necessário impulsionar o afastamento de certos agentes de política que olham em primeiro para o seu umbigo, distribuindo compra de votos pela influência de empregos ao invés de apostarem na liberdade e competência pela cidadania e responsabilidade. O próximo líder do partido deve apostar muito mais nas novas formas de comunicação e atender às necessidades das pessoas que hoje estão pouco preocupadas na demagogia e na retórica das

palavras sobre se o PPD/PSD está ao centro ou não. O partido sempre conviveu nos seus melhores períodos com as várias correntes de opinião: do liberalismo ao conservadorismo, passando muito provavelmente hoje pela democracia-cristã (estes têm que encontrar um novo espaço de intervenção). Acima de tudo, Portugal precisa de um PPD/PSD e um líder com mente aberta e aglutinadora para fazer uma oposição de alternativa à governação e que contribua para menorizar pequenos feudos de vaidade que proliferam e não contribuem para o crescimento de eleitorado. Não basta criar mecanismo de controlo interno é preciso executar ações de transparência e abrir em inúmeros momentos o PPD/PSD à participação dos simpatizantes e outros aficionados com a devida regulação.

Devolver a dignidade aos enfermeiros em 9 passos ATUALIDADE EMANUEL BOIEIRO DIRIGENTE DO SINDICADO DOS ENFERMEIROS TÍTULO demasiado ambicioso ou uma urgente necessidade de resolver a instabilidade e injustiça no Serviço Nacional de Saúde, 40 anos após a sua criação? O leitor que faça a sua apreciação. Sou dirigente de um sindicato com 106 anos de história que privilegia a negociação em detrimento da contestação, a resolução de problemas em vez da agitação constante das massas, a concertação social em vez de manifestações espúrias. Como tal, apresento uma proposta concreta que permitirá devolver a dignidade aos enfermeiros em 9 passos: 1. Descongelamento das progressões para todos os enfermeiros - Os enfermeiros foram os pioneiros da avaliação de desempenho na Administração Pública tendo sido introduzida nas suas carreiras no início da década de 80. Por isso mesmo, hoje não faz sentido impedir que seja descongelada a progressão de todos os enfer-

meiros, tenham eles contrato individual de trabalho ou contrato de trabalho em funções públicas, o seu efeito não pode ser nulo, sendo óbvio que todo o tempo de exercício profissional deve ser tido em conta para a progressão na carreira. 2. Garantia de que todos os enfermeiros gozam 48h de descanso contínuo no período de 7 dias e 12h de descanso contínuo mínimo entre turnos, com reforço dos mecanismos de participação dos sindicatos e da auditoria e fiscalização das regras na elaboração dos horários pelas instituições de saúde. 3. Melhoria das tabelas remuneratórias - Analisando internamente a tabela em vigor, após a publicação do DL n.º 71/2019, de 27 de maio, a diferença entre a categoria de enfermeiro (1201 euros) e enfermeiro especialista (1407 euros) é tão pequena que não favorece a especialização (cerca de 206 euros), dando um sinal errado

relativamente à aquisição de novas competências e do alargamento do raio de ação dos enfermeiros nos serviços de saúde. A análise comparativa com outras carreiras de nível superior na área da saúde também é desfavorável aos enfermeiros, pois as categorias intermédias (especialistas) das outras carreiras ganham entre 600 e 900 euros mais que os enfermeiros. 4. Concursos anuais para cada categoria - É preciso existir uma perspetiva de desenvolvimento profissional contínuo, sem barreiras de acesso temporal a cada categoria, ou seja, o concurso deve ser a única barreira e não o número de anos de exercício profissional em cada categoria. 5. Exclusividade do exercício profissional do enfermeiro no setor público - Para terminar com bancos de horas ilegais, feriados não gozados durante anos e trabalho extraordinário que não cumpre os requisitos

legais, sugiro que os enfermeiros, que voluntariamente o solicitem, sejam enquadrados na possibilidade, já prevista na Lei (DL n.º437/91, de 8 de novembro, ainda em vigor entre os artigos 43.º e 57º) de efetuar 42h/ semana com acréscimo remuneratório de, pelo menos, 37,5% da remuneração de base mensal. 6. Atribuição de Subsídio de Risco - Deve ser atribuído subsídio de risco aos enfermeiros, devido ao alto grau de penosidade relacionado com o exercício profissional, podendo ser diferenciado consoante o local de exercício e nível de contacto com agentes potencialmente tóxicos (radioterapia, quimioterapia). 7. Redução de 3 meses na idade de reforma por cada ano trabalhado em regime de turnos - O desgaste associado ao regime de turnos está estudado e tem de ser reconhecida aos enfermeiros a possibilidade de

isso ter impacto na antecipação da sua idade de reforma, de forma justa e equitativa. 8. Suplemento remuneratório para orientação de estudantes de Licenciatura/Especialidade - Impreterível, pois quando se exige competências acrescidas e trabalho diferenciado, ainda que temporário, este esforço tem de ser reconhecido e envolver um incentivo financeiro. 9. Implementação de dotações seguras de enfermeiros e de enfermeiros-especialistas nas especialidades existentes e/ ou a criar - Realização imediata de estudo do impacto clínico e económico desse investimento para posterior aplicação em todo o território nacional. Difícil de atingir? Talvez. Mas o mínimo que um governo deve fazer é negociar com aqueles que estão preparados e disponíveis para o fazer. O SE-Sindicato dos Enfermeiros está. E o governo?

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