Semmais 09 Fevereiro 2019

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semmais 2019

Um grafismo em mudança, a referência de sempre.

Região

Diretor Raul Tavares

Semanário Região de Setúbal

Edição n.º 1022 9.ª série

Distribuído com o

Sábado 09 fevereiro

2019

Arranque do ano

‘horribilis’ O assassinato de uma mulher de 60 anos e de uma criança de apenas dois, no Seixal, num caso de violência doméstica, arrasou a opinião pública. A região regista cerca de 500 queixas por ano. O fenómeno não abranda. pág. 3 Última Página

sociedade

David Fernandes abraça Moçambique com The Big Hand

Luís Amaro na Administração do HGO

Um setubalense criou uma Organização Não Governamental que apoia crianças em Moçambique. Através da ‘The Big Hand’ David Fernandes estendeu a sua “grande mão” a mais de 7 mil crianças carenciadas e possibilitou-lhes mais salas de aula, material escolar e produtos de higiene. Um exemplo de voluntarismo que honra a região pág. 16

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O atual diretor executivo do ACES Almada-Seixal confirmou ao Semmais a sua candidatura à administração do hospital Garcia de Orta, estando a aguardar decisão da CReSAP pág. 4

sociedade

Barreiro criou Núcleo de Intervenção para combater drama dos sem-abrigo Foi assinado ontem o protocolo de parceria que marca a criação do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Barreiro (NPISA). O presidente da autarquia, Frederico Rosa, reconhece que apesar de não estarem sinalizados muitos casos de pessoas sem-abrigo no concelho, é fundamental agir para dar resposta aos que existem e prevenir o surgimento de novos casos. A implementação deste núcleo representa uma “estratégia concertada” que permitirá salvar vidas pág. 6


enfoque

Em causa está a falta de clarificação sobre financiamento

Transferência de competências divide autarcas do distrito Alcochete é o único município socialista do distrito que não aceita a descentralização de competências. O Estado quer entregar às autarquias a gestão de áreas como praias, justiça, bombeiros, atendimento ao cidadão, ou estacionamento. PS diz “sim” a todas ou à maioria das competências, CDU diz “não, obrigado”. texto eloísa silva Imagens sm

A maioria dos presidentes de câmara do distrito (CDU) alega que “o fundo de financiamento da descentralização não se reflete no orçamento estado para 2019” e que esse fator levanta dúvidas sobre o “envelope financeiro”, que deve acompanhar cada competência, no processo de descentralização que o Estado quer promover até 2021. Esse foi um dos argumentos apresentados pelos comunistas de Alcácer do Sal, Santiago do Cacém, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Grândola, Moita e Palmela para rejeitar a delegação de competências proposta pelo Estado. Nas autarquias socialistas há aceitação total no Montijo, enquanto Almada, Sines e Barreiro rejeitam, apenas, três dos 11 diplomas setoriais. Socialistas de Alcochete sem condições de aceitação Alcochete é o único, dos concelhos socialistas do distrito, que rejeita o processo de descentralização, com o qual o presidente Fernando Pinto concorda, assumindo, no entanto, que o município “não reúne as condições necessárias para receber estas novas competências”. A Lei-quadro de transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais foi decretada pela Assembleia da República determinando que os municípios, que rejeitassem as novas atribuições, informassem a Direção Geral das Autarquias Locais (DGAL) até ao dia 2 de fevereiro. 180 municípios terão novas competências em 2019 Mediante a informação já compilada pela DGAL, 180, dos 278 municípios abrangidos, aceitaram assumir as novas competências, até agora exercidas pela administração central. Os primeiros diplomas setoriais, aprovados no âmbito desta descentralização de competências, incidem, entre outras, sobre as áreas da justiça, bombeiros, atendimento ao cidadão, vias de comunicação, prais, habitação, património sem utilização e estacionamento público. No quadro distrital, as pastas dos bombeiros voluntários e da justiça são as que deixam os socialistas mais renitentes, a par

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da habitação e atendimento ao cidadão. Dos diplomas em apreciação para 2019 Almada rejeita justiça, bombeiros e atendimento ao cidadão, Barreiro não aceita responsabilidade nos bombeiros, estacionamento e estradas e Sines rejeita justiça, habitação e gestão das praias.

Cronologia da Lei quadro

Socialistas rejeitam Bombeiros e Justiça Frederico Rosa, presidente da câmara do Barreiro, reconhece que o concelho tem problemas ao nível do estacionamento, que precisa resolver primeiro, e que deve ser feito o cadastro das estradas antes de aceitar novas competências. Quanto ao caderno dos bombeiros voluntários é o desconhecimento da verba associada que faz o autarca recuar na aceitação. No município de Almada a rejeição de três competências, já para vigorar em 2019, é justificada pela “falta de previsão de recursos financeiros que as acompanhem” sendo difícil, na opinião da presidente da câmara Inês de Medeiros, “configurar um cenário em que o resultado não seja financeiramente negativo para a autarquia”. Nuno Mascarenhas, presidente do município de Sines, justifica a rejeição dos três diplomas na “escassez de recursos humanos no poder local”, apesar de o município “ser favorável ao processo que indicia o início de um salto qualitativo que as autarquias precisam de dar, que ambicionam há muito”. O autarca admite, ainda assim, “precisar de um processo de transição mais longo”. Orçamento para 2019 sem dotação Vítor Proença (Alcácer do Sal), Álvaro Beijinha (Santiago do Cacém), Joaquim Santos (Seixal), Francisco Jesus (Sesimbra), Maria das Dores Meira (Setúbal), António Figueira Mendes (Grândola), Rui Garcia (Moita) e Álvaro Amaro (Palmela) alinham pelo diapasão da recusa. Os autarcas eleitos pelo PCP no distrito de Setúbal são unânimes nos argumentos da rejeição de competências. Alegam “falta de clareza dos aspetos financeiros e organizacionais dos diplomas”; apontam um processo que con-

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16 de Agosto de 2018 É aprovada a lei-quadro n°50/2018 que prevê a transferência para as câmaras municipais e entidades intermunicipais de um conjunto de competências “concretizando os princípios da subsidiariedade, da descentralização administrativa e da autonomia do poder local.” A disposição legal garantia “a transferência para as autarquias locais dos recursos financeiros, humanos e patrimoniais adequados”

Gráfico de aceitações e rejeições dos concelhos do distrito de Setúbal

siste “em transferir somente problemas e descontentamentos, transformando uma descentralização numa desresponsabilização do Estado” e temem que

tenham de ser as autarquias a “ cobrar taxas, sobre essas mesmas competências, e encontrar receita para fazer face a estas novas responsabilidades”.

Governo satisfeito com aceitação do processo O Ministro da Administração Interna qualificou, no início desta semana em Coimbra, o processo de descentralização de competências como “um notável sucesso”. Declarações proferidas por Eduardo Cabrita, à margem da conferência “Segurança Urbana - Os Municípios e a Proteção do Espaço Público”, tendo manifestado confiança de que até 2021 os municípios “menos preparados conseguirão encontrar condições para assumir uma intervenção mais alargada na defesa das populações”.

Início de Setembro de 2018 Autarquias locais iniciam o processo de discussão, aprovação ou rejeição dos princípios base da lei. As principais rejeições prendem-se com a inexistência das contrapartidas prometidas. 13 de Setembro de 2018 O Conselho de Ministros aprova sete dos 23 diplomas sectoriais referentes à lei 50/2018 15 de Outubro de 2018 Data apontada por Eduardo Cabrita para a aprovação dos restantes diplomas. 8 de Novembro de 2018 São aprovados diplomas sectoriais nas áreas da cultura e saúde. 30 de Janeiro de 2019 São aprovados os restantes diplomas e é dado novo prazo às autarquias para se pronunciarem.

Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, está satisfeito

7 de Fevereiro de 2019 O governo aprovou o diploma setorial da transferência de competências para as freguesias.


sociedade

Sopas aquecem noite em Santiago do Cacém Pavilhão de Exposições de Santiago do Cacém recebe esta noite a 7.ª edição do Festival das Sopas. No evento, organizado pela paróquia, agrupamento 722 e união de freguesias de Santiago, Santa

Cruz e São Bartolomeu da Serra, participam restaurantes, cafés, associações, e ipss que irão confecionar 40 variedades de sopa para os 3500 visitantes esperados.

Palmela apoia candidatura do Centro Social O município de Palmela enquanto beneficiário dos fundos comunitários do Pacto de Desenvolvimento e Coesão Territorial da Área Metropolitana de Lisboa constituiu uma parceria com o Centro

Social para a submissão de uma candidatura para requalificar, até 2020, a creche “A árvore”. A candidatura tem um investimento global de 558.114 euros, cofinanciados a 50%.

distrito com mais casos sinalizados

Crime hediondo do Seixal ‘destapa’ crueza da violência doméstica Em 2018 foram mortas 28 mulheres. Este ano já se contam nove homicídios, dois ocorreram na região. É um ano ‘horribilis’ texto raul tavares Imagens dr Uma mulher com 60 anos e uma criança de dois foram mortas pelo ex-companheiro de uma vítima de violência doméstica. A mulher, que perdeu a mãe e a filha, tinha, em 2017, apresentado queixa à PSP que qualificou o caso sob a forma de violência psicológica e emocional. Segundo as autoridades, a avaliação foi de “risco elevado”, tendo sido conferido um plano de segurança à queixosa. Ao Ministério Público (MP) a PSP solicitou a proibição de permanência na habitação e de contacto com a vítima, mas o processo acabou por originar, apenas, um inquérito por crime de coação e ameaça. Em janeiro de 2018, de acordo com a Procuradoria-Geral da República, foi arquivado por “desistência de queixa da ofendida”. Na passada segunda-feira, a ex-sogra e a filha do agressor foram as vítimas colaterais de um processo engavetado. Este ano, se não considerarmos o infanticídio - ato de que foi vítima a criança de dois anos - o crime público de violência doméstica já resultou em 9 mortes, uma das quais em Almada, outra no Seixal, distrito de Setúbal que, nos últimos anos, regista o terceiro lugar nas estatísticas de um crime que não pára de aumentar. «Os números são dramáticos. A violência doméstica atinge uma em cada três mulheres, tanto no país como no distrito. Em janeiro abrimos 30 processos novos, mas transitámos muitos do ano passado e não somos o único centro de atendimento. No distrito foram, entretanto, abertas mais estruturas de atendimento, mas mesmo assim os números do centro mais antigo, que é o nosso, mantêmse», explicou ao Semmais Elisa-

bete Brasil, Diretora da União de Mulheres Alternativa e Respostas (UMAR). UMAR acompanha cerca de 500 casos por ano na região A UMAR, segundo Elisabete Brasil, acompanha por ano «cerca de 500 casos no distrito» e, este ano, o número de pedidos de apoio tem sido superior, se comparado com o período homólogo de 2018. «É um quadro negro. Não obstante termos hoje algumas estruturas no distrito, com secções especializadas, como as polícias ou a GNR, mas não somos capazes de baixar os números da violência exercida contra as mulheres em contexto de intimidade. Isto é assustador», afirma. De acordo com o último relatório do Observatório das Mulheres Assassinadas, realizado pela UMAR, em 2017 recorreram ao centro situado no Monte de Caparica um total de 438 mulheres, sendo que 203 foram novos casos. A grande maioria (422) foi assinalada como violência doméstica, ou seja, situações de agressão ou relações abusivas. A maior parte dos pedidos de apoio é proveniente do distrito de Setúbal (242), e decorre da iniciativa das próprias vítimas. Outros são encaminhados por Instituições Particulares de Solidariedade Social, Organizações Não Governamentais, entidades públicas como a Segurança Social, Serviços de Saúde, Entidades Policias, CPCJ ou autarquias. Ainda assim, na opinião da deputada e ex-secretária de estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, «a intervenção preventiva» é fundamental para combater um problema onde «não há classe social e que é transversal a toda

A APAV tem insistido em campanhas de prevenção contra a violência doméstica

Juntar esforços e mais articulação Em pouco mais de um mês, nove mulheres foram vítimas mortais do crime de violência doméstica. O último dos casos foi registado no Seixal, no passado dia 4 de fevereiro. Na sequência dos números alarmantes, os ministros da justiça e da administração interna, a Procuradoria-geral da República e Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género reuniram anteontem, 7 de Fevereiro, com o objetivo de aperfeiçoar os mecanismos de apoio as vítimas de violência doméstica. A criação de gabinetes de apoio às vítimas nos serviços do Ministério Público e um reforço na articulação entre as forças de segurança e os magistrados foram as medidas tomadas durante o encontro. a sociedade». «Desde 2000, quando foi decretado que a violência doméstica é um crime público, foi dado um salto qualitativo e foram criadas um conjunto de respostas, como casas de abrigo; o número de emergência da Segurança Social; especialização das forças de segurança; instrumentos de avaliação dos riscos; etc. Mas não aconteceu o acompanhamento da justiça nestes processos», disse ao Semmais a deputada, para quem os números falam por si. «Entre 2010 e 2017 só houve 723 situações de cumprimento de pena efetiva, de homens condenados. Mas em 2017, registaram-se cerca de 27 mil

Que valor tem a vida das mulheres? O ano começou com 9 mulheres e uma menina de 2 anos assassinadas, 3 mortes no Distrito de Setúbal, vítimas de violência doméstica e de género. No dia da morte da menina de 2 anos e da avó, no Seixal, o Conselho Superior de Magistratura fazia uma advertência ao Juiz Neto de Moura pelas referências à Bíblia sobre a mulher adúltera, usadas como atenuante de um caso de violência doméstica. Desde 2004 contabilizamse 503 mortes por homicídio conjugal. Em 2017 foram registadas pelas forças de segurança 26.713 ocorrências e estiveram acolhidas em casas abrigo e respostas de emergência 3.116 mulheres e crianças. Continuamos a encarar a

violência doméstica não como o crime que é, mas como um problema social, e por isso no que diz respeito à proteção legal das vítimas e à punição dos criminosos os resultados são inaceitáveis. Apesar das participações às forças de segurança serem acima das 20.000/ ano, as condenações com cumprimento de pena efetiva, entre 2010 e 2017, não ultrapassaram as 723 e dos 29.711 inquéritos finalizados, 20.470 foram arquivados e apenas foi deduzida acusação em 4.465. Sabemos que a articulação entre entidades e a educação para a cidadania nas escolas são frentes essenciais para prevenir a violência no presente e no futuro.

Catarina Marcelino Deputada do PS e Ex-Secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade

queixas às forças de segurança. Tal é a disparidade», esclareceu. Na opinião da deputada, e segundo o relatório da equipa de Análise Retrospetiva de Homicídio por Violência Doméstica, «o problema não é a legislação, mas sim a inexistência de uma maior articulação entre as entidades envolvidas, como por exemplo polícias, MP e as entidades de apoio social. Se houvesse mais articulação algumas mortes podiam evitar-se», afirma Catarina Marcelino. E acrescenta: «Outro dos aspetos importantes é a educação para a cidadania. Desde este ano letivo, em todas as escolas do país existe uma disciplina de educação para a

cidadania, obrigatória e com avaliação e onde estas matérias têm que ser trabalhadas. Este é o caminho, é a chave para a alteração estrutural, mas vai levar 10 ou 20 anos a concretizar», assegurou. A ideia é partilhada por Elisabete Brasil que diz ainda ser necessária uma aposta na prevenção a nível distrital e local. «Precisamos de adaptar as políticas nacionais ao contexto regional, precisamos de grupos operacionais que ponham, nas suas regiões, uma estratégia de atuação e não de burocracia e encontrar a solução mais adequada à realidade de cada região», defende a Diretora da UMAR.

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Politécnico de Setúbal recebe estudantes estrangeiros para semana da Integração Oitenta e cinco jovens de vários cantos do mundo escolheram o Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) para frequentar o 2.º semestre em Portugal, ao abrigo de programas de cooperação internacional, com destaque para o Erasmus+ (53 estudantes) e Santander Universidades (27). A estes juntam-se 17 estudantes chegados em setembro, durante o 1º semestre de 2018/2019, e que decidiram completar no IPS o ano letivo. Os novos estudantes de intercâmbio chegam às cinco escolas superiores do IPS esta segundafeira, e serão acolhidos numa sessão de boas vindas, agendada para as 14h00, na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), que servirá de arranque para mais uma Semana

de Integração, programa de atividades organizado pelo Centro para a Internacionalização e Mobilidade (CIMOB-IPS) para dar a conhecer a instituição anfitriã e também a cidade e a região de Setúbal. Logo nessa noite, decorre mais um encontro promovido pelo MeetUp Setúbal, grupo local que se dedica à organização de eventos para a integração de estrangeiros recém-chegados e, até sexta-feira, dia 15, estão previstos um peddy-paper pela cidade de Setúbal, a visita gastronómica “Sabores de Setúbal”, um percurso pedestre em Sesimbra e, para culminar, a International Party no campus de Setúbal do IPS, que convida todos os estudantes de mobilidade a partilhar entre si pratos típicos das gastronomias

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Erasmus dá a conhecer a região

dos seus países de origem. Ao todo, são 19 as nacionalidades representadas no novo grupo de estudantes de intercâmbio internacional, da Alemanha à Ucrânia, no continente europeu, passando pelo Brasil, México, China e Turquia.

Portugueses cautelosos na net A propósito do Dia da Internet Segura (5 de fevereiro) a Intrum revela, através, dos resultados do inquérito European Consumer Payment Report, que os portugueses demonstram grande preocupação com a pos-sibilidade dos seus dados pes-soais poderem cair nas mãos erradas, no decurso de transações através da internet. O dia da Internet Segura, que promove a consciencialização para o uso seguro e responsável da internet, foi o mote para este inquérito no qual 76% dos portugueses demonstram preocupação com o destino e propósito dos seus dados pessoais quando fazem compras on line. Valor superior à média europeia de 51% . Estes resultados são reforçados pelo recente estudo da Google que revela que os utilizadores nacionais já recorrem a vários mecanismos de proteção. Perto de 49% mudam as palavras-passe a cada seis meses e 25% afirma optar pela verificação a dois passos em todos os sites que usam. ES

Leitura em destaque em Alcácer

O concelho de Alcácer do Sal irá ser representado na final intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura 2018/2019, no 3º ciclo do ensino básico, por Vanessa Galego e Irina Sombreireiro. As alunas, do Agrupamento de Escolas do Torrão e do Agrupamento de Escolas de Alcácer do Sal, respetivamente, apuraram-se depois de prestar provas na Biblioteca Municipal de Alcácer juntamente com os alunos Matilde Carraça (Alcácer) e Bruno Barata (Torrão). Vanessa Galego e Irina Sombreireiro participarão, assim, na final intermunicipal do Concurso Nacional de Leitura 2018/2019 que irá ter lugar em Alcácer do Sal, a 26 de abril. ES

NRP Setúbal foi oficialmente batizado em Viana do Castelo O navio patrulha oceânico “Setúbal”, ao serviço da Armada Portuguesa desde dezembro, foi inaugurado esta semana numa cerimónia presidida pelo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, o chefe de Estado-Maior da Armada, almirante António Maria Mendes Calado, a presidente da câmara de Setúbal, Maria das Dores Meira, e empresários da indústria náutica. O NRP Setúbal foi o quarto navio da classe a ser construído em Portugal e junta-se, agora, à NRP Viana do Castelo, NRP Figueira da Foz e NRP Sines, em missões de busca e salvamento, patrulhamento e vigilância marítima. O navio tem está vocacionado para o controlo de esquemas de separação de tráfego, prevenção e combate à poluição marinha e prevenção e combate a atividades ilegais como narco-

tráfico, imigração ilegal, tráfico de armas e outros ilícitos. O NRP Setúbal está apto para cooperar em operações militares de baixa intensidade, ações decorrentes da promulgação do estado de sítio ou de emergência e apoio humanitários na sequência de desastres naturais. Durante a cerimónia de inauguração da embarcação, que decorreu nos estaleiros da WestSea, em Viana do Castelo, o almirante Mendes Calado recordou que, com a atribuição do nome de Setúbal ao navio patrulha, “a Marinha cumpriu a promessa feita em 2011”, durante as comemorações do Dia da Marinha, realizadas em Setúbal, cidade com a qual a Armada “sempre teve excelentes relações”. O chefe de Estado-Maior da Armada reconheceu, também, “a importância atual do porto de Setúbal” no quadro da atividade marítima nacional. ES

Luís Amaro vai gerir hospital Garcia de Orta Luís Amaro deverá ser o novo presidente do Conselho de Administração do hospital Garcia de Orta. O convite foi feito recentemente ao gestor hospitalar que desempenha atualmente funções no Agrupamento de Centros de Saúde - Almada - Seixal. O Semmais confirmou que a candidatura já está em via de aprovação, pela Comissão de Recrutamento e Seleção para

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a Administração Pública (CReSAP), sendo que a nomeação deverá ocorrer num espaço inferior a quinze dias. RT


sociedade

LUÍS FERNANDES REELEITO PARA DIRIGIR O CORAL LUÍSA TODI

“Tenho um interessante projeto que quero concluir” Com uma direção jovem e renovada, Luís Fernandes aposta em grandes concertos e lamenta a falta de apoios. Muitas vezes são os coralistas a custear as viagens. texto antónio luís Imagens sm Luís Fernandes foi reeleito para presidente do Coral Luísa Todi para o quadriénio 2019/2022. As eleições para os órgãos sociais da associação realizaram-se no dia 11 de janeiro, num ato concorrido, embora se registasse a participação de uma lista única. Na votação final foi registado apenas um voto em branco. Luís Fernandes, que está no CLT, como presidente, há 45 anos, realça que voltou a recandidatar-se porque tem em mãos «um interessante projeto para os próximos anos que quer concluir». Para o novo mandato, Luís Fernandes sublinha que o Coral sadino irá apostar em «grandes concertos» e assumir-se como «digno representante da cidade de Setúbal nas suas deslocações,

nomeadamente ao estrangeiro, num momento em que já recebemos convites de Espanha, Itália e Inglaterra». Por cá, estão já agendados concertos em Évora, Lagoa, Castelo Branco e Santiago do Cacém, entre outros. «O Coral, face ao seu prestígio, continua a ser muito solicitado para concertos, mas, muitas das vezes, são os próprios coralistas a ajudar nas despesas de deslocação devido à falta de apoios». Apenas a receber um apoio financeiro fixo da Secil, o CLT aspira ser contemplado com «mais apoios» e ter «a desejável estabilidade financeira». Apesar de um certo cansaço, o homem forte do CLT realça que isso «combate-se, naturalmente, com o entusiasmo resul-

tante dos projetos em que nos envolvemos». E acrescenta que o Coral, «nos dias de hoje, surge renovado e muitos elementos mais jovens vão partilhando o palco com coralistas mais experientes». Por outro lado, reconhece que a direção a que preside está, também, «renovada, tendo ainda como maestro um setubalense também jovem, Fernando Malão, que nestes últimos anos tem feito um excelente trabalho à frente da direção artística do Coral». O responsável pelo Coral relembra que «todos os anos a instituição tem tentado estrear grandes produções», nomeadamente “Missa Étnica pela Paz” (2016), “Rock em Coro” (2017) e “Cantar o Natal” (2018), estando já previstas «novas grandes

Luís Fernandes mantém-se ao leme do Coral Luísa Todi

produções», numa programação que se estende até 2021. Entretanto, no próximo sábado, dia 16, pelas 16 horas, terá lugar na sede do Coral Luísa Todi a audição dos alunos de algumas das classes a funcionar no Conservatório de Artes do Coral Luísa Todi. Nesta audição, irão participar alunos de piano, guitarra clássica e guitarra portuguesa.

O Conservatório que privilegia apenas os cursos em regime livre, continua com inscrições abertas para quem queira frequentar, cursos de canto ou de instrumento, podendo essas inscrições ser feitas na sede do Coral Luísa Todi, por email ou por telefone. A entrada para a audição é livre e é aberta ao público em geral.

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Novo Núcleo de Planeamento e Intervenção foi constituído ontem

Barreiro aposta no combate ao flagelo das pessoas em situação de sem abrigo Apesar de não ter muitos casos sinalizados, a câmara do Barreiro aposta numa rede de acompanhamento aos sem abrigo, com a criação de um núcleo de planeamento em parceria com várias entidades. Trata-se de uma “estratégia concertada” para salvar vidas. texto eloísa silva Imagens Sm A autarquia do Barreiro celebrou, ontem, um protocolo de parceria com várias entidades e associações locais e nacionais para a implementação do Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo do Barreiro (NPISA). Um núcleo constituído à semelhança da resposta que a autarquia criou para apoio e atendimento às vítimas de violência doméstica. «São gabinetes que nós criamos, para uma resposta multidisciplinar, mas que desejamos, secretamente, que nunca tenham trabalho», começa por dizer ao Semmais o presidente da câmara, relativamente à constituição do núcleo dedicado aos Sem-Abrigo. Ainda que no caso do centro de apoio às vítimas de violência doméstica «tenha feito 18 atendimentos no primeiro mês», revela, «negativamente surpreendido», Frederico Rosa. Reconhecer e encarar o problema Admitindo «não existirem mais de meia centena de pessoas no concelho» que se enquadram na definição atual de pessoas em situação de sem abrigo, em que «dessas, só uma pequena minoria não tem, realmente, teto», o autarca acredita que, tal como na violência doméstica, «reconhecer que há um problema, por menor que nos pareça, e atuar de forma concertada com as entidades certas, é um primeiro pas-

so para resolver cada situação». «Ambas (violência doméstica e pessoas em situação de sem abrigo) são realidades que tendemos a pensar que não existem. Que muitos acreditam ser mais cómodo fazer de conta que não existem à nossa porta e na nossa cidade. Mas o que é certo é que existem e nós temos que criar respostas concertadas que podem salvar vidas». O Barreiro tem sinalizadas cerca de meia centena de pessoas que vivem em situação de sem abrigo, no seu conceito mais abrangente e que inclui, não só, pessoas sem teto e vivendo no espaço público, mas, também, “alojada em abrigo de emergência, com paradeiro em local precário; ou sem casa, encontrando -se em alojamento temporário destinado para o efeito”. Trabalhar em rede é fundamental A definição é da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de SemAbrigo 2017-2023 (ENIPSSA), uma das entidades que vai trabalhar diretamente com a autarquia do Barreiro no NPISA, ao lado do Instituto da Segurança Social, I.P./Centro Distrital de Setúbal do ISS, I.P, Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo e Centro Hospitalar Barreiro Montijo EPE. O Comando Distrital de Setúbal da Polícia de Segurança

Ação cível contra Siderurgia Nacional entregue no Tribunal Uma associação, criada nos últimos dias pela SPASS, uma sociedade de advogados, já entregou em tribunal uma ação popular cível contra a Siderurgia Nacional do Seixal. Exigem, segundo

declarações de Fabiana Pereira, da SPASS, à Lusa, a suspensão da atividade da fábrica e uma indemnização de 500 milhões de euros. “Terra da Morte Lenta”, assim

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Pública, a Rumo – Cooperativa de Solidariedade Social, Crl, a Irmandade da Santa Casa da Misericórdia do Barreiro, o Centro Social e Paroquial de Santo André, o CATICA – Centro Comunitário de Coina, a NÓS – Associação de Pais e Técnicos para a Integração do Deficiente, a Persona – Associação para a Promoção da Saúde Mental e o CRIVA – Centro de Reformados e Idosos do Vale da Amoreira são os restantes parceiros deste projeto de intervenção. Ontem já decorreu uma sessão de trabalho com os representantes locais das entidades integrantes do NPISA Barreiro e os representantes do Grupo de Implementação, Monitorização e Avaliação da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo – ENIPSSA. «Vamos encarar os problemas de frente e criar um plano de ação para atuar de forma concertada porque, sozinhos (câmara), não conseguimos», admite Frederico Rosa que reconhece a vantagem de trabalhar em rede para operacionalizar com eficácia a resposta. «Vamos definir em conjunto os primeiros passos a desenvolver no âmbito das competências dos NPISA, a aplicação do modelo de intervenção e os instrumentos de orientação e trabalho a criar ou a ter em conta, decorrentes da ENIPSSA». O núcleo começa a funcionar já durante este mês de fevereiro.

se apresenta esta associação, foi fundada por advogados que residem na localidade, e “convivem com as poeiras brancas e escuras”, confrontados com a “inércia das entidades nacionais” que os obrigaram, ainda em 2017, a entregar uma petição à Comissão Europeia para acabar com a poluição no Seixal. A Inspeção-Geral da Agricultura, Mar, Ambiente e do

Requisitos Operacionais do conceito de Pessoa em Situação de Sem-Abrigo Sem teto: Espaço público – espaços de utilização pública como jardins, estações de metro/camionagem, paragens de autocarro, estacionamentos, passeios, viadutos, pontes ou outros; Abrigo de emergência – qualquer equipamento que acolha, de imediato, gratuitamente e por períodos de curta duração, pessoas que não tenham acesso a outro local de pernoita; Local precário – local que, devido às condições em que se encontra permita uma utilização pública, tais como: carros abandonados, vãos de escada, entradas de prédios, fábricas e prédios abandonados, casas abandonadas ou outros. Sem casa:

porário: “resposta social, desenvolvida em equipamento, que visa o acolhimento, por um período de tempo limitado, de pessoas adultas em situação de carência, tendo em vista o encaminhamento para a resposta social mais adequada.” Para uma correta aplicação do conceito de pessoa em situação de sem-abrigo, todos os planos de intervenção dirigidos ao fenómeno das pessoas em situação de sem-abrigo devem considerar três níveis de medidas dirigidas: à prevenção junto de grupos de risco; à intervenção em situação de rua e alojamento temporário; à intervenção ao nível do acompanhamento posterior ao acesso a alojamento e respetiva inserção.

Alojamento temporário – Um equipamento que acolha pes-soas que, não tenham acesso a um alojamento permanente e que promova a sua inserção. Corresponde, por exemplo, à resposta social da nomenclatura da Segurança Social ou outras similares, designada por Centro de Alojamento Tem-

Ordenamento do Território (IGAMAOT) notificou, já esta semana, a Siderurgia Nacional para o cumprimento, “no prazo de 60 dias”, das condições da respetiva licença ambiental de laboração. Uma notificação resultante de denúncias recentes, que levaram o tema da poluição ao parlamento, de moradores do Seixal que dizem estar sujeitos, há vários anos, à poluição atmosférica, ale-

gadamente, causada por esta indústria. Segundo Fabiana Pereira, da sociedade de advogados que fundou a associação, a ação interposta pede, “além da suspensão imediata da atividade até ver resolvida as questões básicas e administrativas em causa, 500 milhões de euros de indeminização”, e que sejam consideradas todas as provas em investigação. ES


sociedade

Siderurgia motiva pergunta D’Os Verdes

Costa encerra convenção do PS no Montijo

O Grupo Parlamentar Os Verdes, entregou na AR uma pergunta, em que interpela o Governo, através do Ministério do Ambiente, sobre a poluição provocada pela Siderurgia Nacional intentando ave-

“Desenvolvimento Económico Regional” é o tema da última convenção regional do PS, antes das eleições europeias de 26 de maio, que decorre hoje no Teatro Joaquim de Almeida, no Montijo. António

riguar que fiscalização e acompanhamento têm sido feitos e que medidas têm sido ou devem ser urgentemente implementadas para assegurar a qualidade do ar no Seixal.

Costa participa no encerramento da ses-são que será moderada por Margarida Marques, deputada à Assembleia da República. O evento começou às 9h e termina às 13h.

utentes dão nota positiva a Internamento e Consultas Externas

CIALA investe em novo Centro de Inseminação e Laboratório de processamento

São Bernardo identificado pela DECO como um dos melhores hospitais do país A Associação de defesa do consumidor revelou este mês os resultados de um inquérito de 2017 no qual o Hospital São Bernardo surge como um dos melhores do país. O Semmais quis saber se quem usou esta unidade hospitalar em 2018 corrobora o estudo da DECO. texto eloísa silva Imagens dr

Foram divulgados, pela revista Deco Proteste de fevereiro e março, os resultados de um estudo de experiência dos utentes, efetuado pela Associação de Defesa do Consumidor DECO entre maio e dezembro de 2017. O trabalho, que contou com a colaboração da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, revela que o Hospital de São Bernardo está identificado “como um dos melhores hospitais do país ao nível do Internamento e Consultas Externas. A DECO revela que entrevistou, telefonicamente, “1723 cidadãos, que avaliaram as idas mais recentes ao hospital, e reunimos informação consistente sobre 42 estabelecimentos públicos e privados”. O São Bernardo lidera a tabela de preferências, com 98% de satisfação em cada um, nos critérios do internamento e das consultas externas. Facto que motivou o Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Setúbal, presidido pelo Manuel Roque, a endereçar os parabéns a todos os colaboradores que “se esforçam, dia

a dia, para propiciar aos utentes as melhores condições de atendimento”. Nem tudo é um mar de rosas Os resultados deste estudo, realizado em 2017, dão classificação excelente, mas para os utentes entrevistados pelo Semmais nem tudo, no São Bernardo, é um “mar de rosas”. Todos elogiam as equipas

técnicas e médicas, desde os auxiliares aos profissionais de saúde. Já no que se refere aos tempos de espera, por consultas da especialidade e cirurgias, as queixas são muitas e, em termos de logística, o hospital “também deixa muito a desejar”. Piedade Coelho esteve internada no serviço de especialidade com uma infeção pulmonar, no final do ano passado, depois de duas passagens pelas urgências hospitalares. «A nível do pessoal,

não tenho queixa absolutamente nenhuma», refere, mas adianta que «a Logística do Hospital é outra conversa. As refeições são servidas quase sempre frias, ter almofadas, pijamas e lençóis limpos ao fim-de-semana é uma sorte, e a limpeza das casas de banho está longe do ideal». A passagem pela urgência e a permanência em SO (serviço de observação) deixaram-lhe também más memórias. «Posso dizer que foi a pior experiência da minha vida, em termos hospitalares», confessa, enquanto explica os motivos. «Ali é ponto de passagem para toda a gente, desde as macas que vão para os pisos de internamento, transporte de cadáveres (não vão em sacos pretos, têm uma espécie de tampa), todos os doentes que vão à radiologia, carrinhos de serviço, etc. É uma exposição terrível, é muito difícil conseguir manter a dignidade, quando não há, sequer, a hipótese de porem um biombo quando se está a ser observada ou, no caso dos mais idosos, terem que ser mudados ou usar uma arrastadeira».

O Centro de Inseminação Artificial do Litoral Alentejano (AIM CIALA) inaugurou, esta semana, o novo Centro de Inseminação Artificial de Vale de Água, e o novo Laboratório Central de processamento de doses seminais de suíno, em Santiago do Cacém. Um investimento considerado “importante” por Álvaro Beijinha que marcou presença na inauguração do equipamento de Vale de Água. O presidente da câmara de Santiago do Cacém elogiou o investimento do CIALA, que deverá ter rondado os 600 mil euros, “num setor que tem uma grande preponderância no nosso concelho”. O Centro de Vale de Água vai acolher 100 porcos machos reprodutores e, segundo José Daniel, diretor do AIM CIALA, dá resposta às solicitações dos clientes e assegura uma superior garantia sanitária. “Com este investimento pretendemos obter ganhos de eficiência, produtividade e sanidade”, afirmou. O novo equipamento permite um modelo de funcionamento inovador na Europa, sendo que só existe outro semelhante em Espanha, e que consiste na separação da produção dos ejaculados e no seu transporte, sob estritas condições laboratoriais, para o Laboratório Central onde são produzidas as doses seminais. ES

OPINÃO POR RODRIGO FRANCISCO

Boca de Cena

Zé Manel Taxista: o gosto de ser português No próximo fim-de-semana Zé Manel Taxista visita o Teatro Municipal Joaquim Benite (Sexta 15 e Sábado 16 às 21h00, e Domingo às 16h00). E, de repente, damo-nos conta de que já passaram 20 anos desde que Maria Rueff criou a célebre personagem que nos visitava semanalmente, na década de noventa do século passado, quando as famílias se reuniam ao serão em frente do televisor. O mais famoso taxista do País nasceu numa época em que a tele-

visão ocupava um espaço na sociedade portuguesa que, creio, com o advento dos meios de comunicação digitais, dificilmente voltará a ter. O humor livre, inesperado e irreverente de Herman José, muitas vezes transmitido em directo, tinha a capacidade de abalar o poder, brincando — com uma fineza e uma inteligência raras nos dias que correm. É também essa a época em que Nuno Artur Silva cria as Produções Fictícias: um projecto de produção de conteúdos humorísticos para

televisão, no seio do qual um conjunto de jovens guionistas escrevia não só para Herman José, como para programas como o saudoso «Contra-Informação». Entre esses jovens guionistas encontravam-se criadores como Nuno Markl, João Quadros, Ricardo Araújo Pereira e Miguel Góis. Entretanto passaram 20 anos. O País mudou, Lisboa mudou, e Zé Manel Taxista (e, já agora, Maria Rueff) também. Na “comédia com brilhantina” que agora visita Al-

mada é indisfarçável o desencanto com que o indefectível benfiquista olha para a cidade que tanto ama: não é só a especulação imobiliária, o surgimento da Uber e o desaparecimento das tascas que acossam Zé Manel. Aquilo que mais o deixa perplexo é a forma como a inteligência vai desaparecendo da nossa vida quotidiana, levando consigo a verve e o bom gosto (das iscas-com-elas, também). Inscrevendo-se na tradição dos bobos, que tinham o dom (e a fun-

ção) de desmontar o discurso dos poderosos, este Zé Manel Taxista “vintage”, que já passou a maioridade, não é ainda peça de museu: está aí para as curvas. Porque cada vez mais a discussão política nos vai parecendo um livro de banda-desenhada. E porque cada vez mais, na ânsia de parecermos cosmopolitas, não nos devemos esquecer do gosto de ser portugueses. E porque cada vez mais, já que não podemos deter a voragem do tempo, podemos consolar-nos com a sua luta para conservar as coisas boas de ainda ser português, “naturalmente”. Diretor da Companhia de Teatro de Almada

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local

Sesimbra entrega Prémio Espichel em março

Montijo pede 2 mil euros por Montiagri

O Prémio Espichel 2019, na área Social e Profissional, a título póstumo, a Augusto Pólvora, e, também, a António Reis Marques, na área das Artes e Letras, são entregues a 24 de março, no auditório

Foi aprovada, em reunião de câmara do dia 6, a hasta pública para atribuição do arrendamento do restaurante Montiagri, no Parque de Exposições. O objetivo é dinamizar o espaço, do domínio pri-

Conde de Ferreira. Augusto Pólvora foi um «autarca que marcou de forma indelével a vida no município», afirmou a presidente da Assembleia Municipal, Odete Graça.

vado do município, que se encontra devoluto, em virtude do anterior explorador ter antecipado a cessação do respetivo contrato. Valor base de licitação é de 2 mil euros.

TURISMO COM FUTURO RISONHO NO CONCELHO

PARA CONCENTRAr SERVIÇOS MUNICIPAIS

“Vão nascer 5 novas unidades de alojamento em Sines”

Município de Setúbal quer comprar Imapark

Empresários e empreendedores do concelho dispõem de oportunidade de ouro para investirem em projetos ligados ao mar e recursos hídricos. O SI2E ainda tem verba disponível. texto antónio luís Imagens dr

A apresentação do SI2E decorreu nos Paços do Concelho

O SI2E é uma excelente oportunidade para os empresários e empreendedores de Sines e Porto Covo que queiram investir em projetos ligados ao mar e aos recursos hídricos. O projeto, que foi apresentado no dia 6, na sala de sessões dos Paços do Concelho, ainda tem verba disponível para esta região e oferece cofinanciamento europeu que

Carnaval já mexe no Barreiro “Nós e os outros. Igualdades e oportunidades” é o tema dos desfiles de Carnaval das escolas do 1.º ciclo e jardins-de-infância do concelho do Barreiro que deverão ocorrer nos dias 28 de fevereiro e 1 de março, a partir das 10h da manhã. Crianças, docentes e não docentes irão fazer a festa nas ruas de Santo André, Barreiro, Alto do Seixalinho, Santo António da Charneca e Lavradio e enchê-las de cor, música, alegria e muita animação. O evento resulta de uma parceria estabelecida entre a Câmara do Barreiro, todas as freguesias do concelho, as-sociações de pais e comunidade educativa local.

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pode chegar a 50 por cento a fundo perdido. O investimento elegível dos projetos tem um limite de 100 mil euros. O edil Nuno Mascarenhas referiu como sinais concretos deste novo impulso as 5 novas unidades de alojamento que deverão nascer em Sines e Porto Covo a breve prazo, duas delas já em construção. Também os investimentos previs-

Palmela incentiva reabilitação No âmbito da Semana do Pinhal Novo, que vais decorrer de 18 a 22 deste mês, o município promove, dia 21, às 21h, no auditório municipal, uma ses-são de esclarecimento sobre os benefícios e incentivos à reabilitação urbana ao dispor dos proprietários de imóveis localizados na Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Pinhal Novo. A Câmara de Palmela tem disponíveis incentivos fiscais e financeiros para a reabilitação dos edifícios/frações da ARU de Pinhal Novo e do centro histórico de Palmela, como as isenções e reduções ao nível das taxas urbanísticas.

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tos nos setores portuário e das energias renováveis deverão ter um impacto significativo nos setores da restauração e da hotelaria Podem candidatar-se, até 15 de março, micro e pequenas empresas com atividade em áreas como a restauração e comércio, alojamento e animação turística, serviços, atividades artesanais e oficiais e transformação agroalimentar e comercialização. O projeto tem de contribuir para valorizar os recursos e as atividades associadas ao mar e/ou recursos hídricos. São apoiados investimentos em máquinas e equipamentos, informática, marcas, planos de marketing, obras de remodelação e participação eventos internacionais. É condição das candidaturas a criação de pelo menos um posto de trabalho, que, mediante algumas condições, também pode ser cofinanciada. Os interessados devem contactar a ADL.

Reuniões de Almada com transmissão online A transmissão online em direto das reuniões da Câmara arrancou no dia 6. Trata-se de uma medida que pretende aproximar os munícipes do poder local, facilitando o acesso à informação e a transparência em todo o processo de gestão autárquica. As reuniões de câmara realizam-se na primeira e na terceira quarta-feira de cada mês, às 18 horas, no auditório da Direção Municipal de Obras, Planeamento, Administração do Território e Desenvolvimento Económico, no n.º 67 da Av.ª D. Nuno Álvares Pereira. Pode aceder à transmissão online em direto das reuniões e às gravações no canal do YouTube.

Município aposta em melhor coesão territorial

O município aprovou na quarta-feira, em reunião pública, a abertura de concurso público para a compra do Imapark, nas Pontes, pelo valor de 4,4 millhões de euros. O objetivo é fazer melhor distribuição das instalações dos serviços municipais, de forma a as-segurar melhor coesão territorial e antecipar “a previsível transferência de competências da Administração Central para as autarquias, inevitável no atual quadro legislativo, mas não desejada pela autarquia” setubalense.

Campanha de adoção de animais em Grândola

A “Casa 4 Patas”, serviço responsável pela recolha de animais do município grandolense, continua a desenvolver a sua campanha de adoção de animais, no mercado mensal, que decorre no recinto do Parque de Feiras e Exposições todas as segundas segundas-feiras de cada mês. A iniciativa irá decorrer até às 16h30, período onde serão também aceites e recolhidos donativos de materiais, como mantas e brinquedos.

A previsível transferência de competências vai “provocar significativo acréscimo de necessidades de espaço para acomodar serviços e responsabilidades decorrentes dessa alteração estrutural, pelo que a Câmara considera necessário, desde já, preparar essa mudança”. A ideia da autarquia passa por concentrar vários serviços camarários “de extrema relevância dispersos e que necessitam de área considerável para se desenvolverem e ganharem maior qualidade e capacidade de resposta”.

Moita é palco de talentos da leitura O Fórum Cultural José Manuel Figueiredo, na Baixa da Banheira, recebe, no dia 12, o 13.º Concurso Nacional de Leitura, para alunos do 1.º, 2.º, 3.º ciclo e secundário. Estre concurso constitui o maior evento de promoção da leitura dirigido às crianças e jovens portugueses, envolvendo escolas e bibliotecas públicas municipais de todo o país. Anualmente coordenado pelo Plano Nacional de Leitura, cabe aos municípios, através das bibliotecas municipais, em articulação com as bibliotecas escolares, a organização e acolhimento da fase municipal. A fase que vai decorrer na Moita contará com a participação de 37 alunos concorrentes e mais de duas centenas a assistir às provais orais dos finalistas.


local

PARA MELHORAR CIRCULAÇÃO PEDONAL

Santiago combate o insucesso escolar

Seixal dá novo rosto a artéria da Amora

A remodelação da rua 25 melhora a circulação pedonal

A rua 25 de Abril, na Amora, vai ser alvo de obras de requalificação e para apresentar o projeto e receber sugestões dos moradores, o município promoveu o Fórum Seixal na Junta local, no dia 4 deste mês. O projeto de requalificação incide na melhoria das condições de circulação pedonal e inclui o estabelecimento de um percurso pedonal contínuo, acessível a todos, seguro e que favorece os peões e a

sua relação com o comércio local. Estão também previstas alterações ao jardim, que implicam trabalhos de construção civil e pavimentações e visam melhorar este espaço de estadia. O estacionamento será reordenado e formalizado com pilaretes para evitar a utilização das zonas de acesso pedonal. No interior das pracetas, foi mantido o desenho dos lugares atualmente existentes.

O Fórum Pensar a Educação, promovido pelo município, reuniu no passado dia 2, no auditório António Chainho, mais de uma centena de pessoas ligadas à comunidade educativa do concelho para debater as estratégias e a necessidade da educação não formal no combate ao insucesso escolar. O edil Álvaro Beijinha explicou que a autarquia aproveitou os fundos comunitários «através de uma linha de financiamento que contemplava o que os técnicos designam por educação não formal e que dava pela primeira vez uma responsabilidade acentuada às autarquias. Foi nesse sentido que preparámos e apresentámos uma candidatura ao Programa Operacional Regional do Alentejo – Alentejo 2020 e conseguimos captar um investimento de praticamente um milhão de euros a aplicar num prazo de 3 anos».

Galeão de Alcácer ganha novo visual O galeão “Amendoeira” está nos estaleiros de Sesimbra para ganhar novo visual e mais segurança. Por estar a necessitar de intervenção urgente, o barco recolheu, em outubro de 2018, para substituição e manutenção do cavername, tabuado e pintura geral. Segundo a autarquia, os trabalhos têm decorrido a «bom ritmo», estando já em fase de conclusão, devendo a embarcação regressar em março a Alcácer. O custo da obra, suportado pelo município, é superior a 17 mil euros. O galeão, construído em 1925, é propriedade da autarquia desde 1997. O “Amendoei-

ra” é um dos últimos galeões que fizeram o transporte do Sal entre Alcácer e Setúbal. Os galeões receberam em 2018 cerca de 2 mil turistas para passeios no Sado e prevê-se que este ano esses números sejam ultrapassados.

Alcochete avança com conduta elevatória Está a decorrer a instalação da conduta elevatória na rua das Hortas, na Fonte da Senhora, uma obra realizada por administração direta, com prazo de conclusão previsto para o início de março próximo. A obra inclui também trabalhos de equipagem do contentor com o quadro elétrico, assim como toda a instru-

mentação necessária para o funcionamento do sistema de tratamento da água e telegestão. Após a conclusão da conduta a câmara de Alcochete irá dar início à repavimentação da rua das Hortas, na zona intervencionada, seguindo-se, nos próximos meses, outras estradas do concelho.

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DESPORTO

Moita recebe Estágio Técnico de Karaté

Scalipus campeão distrital de sub16

O Pavilhão Desportivo Municipal, na Moita, recebe, durante este fim de semana, o Estágio Técnico Distrital de Karaté, dirigido a atletas da modalidade. Organizado pela Associação de Karaté

O clube de basquetebol Scalipus CS sagrou-se campeão distrital de sub-16 masculinos na final do campeonato da época 2018/2019, que decorreu no Ginásio Sede do Seixal. O Scalipus conquistou

do Distrito de Setúbal, o Estágio será orientado pelo Sensei Vilaça Pinto, 8.º Dan da Japan Shotokan Karate Association. São esperados, neste estágio, cerca de 160 atletas.

o primeiro lugar, após vencer os três jogos da fase final da prova, com 234 pontos marcados. O atleta local Iaia Camará foi eleito jogador mais valioso da fase final da competição.

CLUBE RECREATIVO DAS PALHAVÃ ESTÁ DE REGRESSO ÀS MARCHAS POPULARES DE SETÚBAL

“Quero recolocar a nossa coletividade no lugar que ela merece” Tolentino Silva quer que a Palhavã volte a dar nas vistas. Nesse sentido, além do regresso às marchas populares, a direção tenciona dinamizar a área teatral e fazer algumas obras na coletividade da anunciada que completa este ano 83 anos. texto antónio luís Imagens dr Oito anos depois, o Club Recreativo da Palhavã está de regresso às marchas populares de Setúbal. «Somos uma das mais antigas coletividades, senão a primeira, a participar em marchas populares em Setúbal. No ano de 1937 a Palhavã saiu à rua com uma marcha com pessoas que pertenciam ao rancho folclórico da coletividade», recorda Tolentino Silva, o presidente. «Temos boas classificações nas marchas populares, incluindo vários primeiros lugares. E como todo o movimento associativo tem os seus altos e baixos, a Palhavã deixou de fazer marchas desde há 8 anos a esta parte e foi gerida por uma comissão diretiva», relembra o ´homem do leme’. Após uma alteração aos estatutos, reduzindo o número de elementos para a constituição da direção, Tolentino Silva ar-regaçou as mangas para tomar conta dos destinos da coletividade. «Aos poucos estamos a

Tolentino Silva prometeu aos sócios que a marcha iria regressar este ano

conseguir e vários sócios estão a voltar à Palhavã. E a promessa que fiz aos sócios e ao presidente da Junta da União das Freguesias de Setúbal, Rui Canas, na sessão solene do 82.º aniversário da coletividade, no ano passado, foi que a Palhavã voltava este ano a participar nas marchas populares», sublinha.

Remodelar o palco e novo piso no salão de festas Para ensaiar a marcha Tolentino Silva escolheu o ensaiador Francisco Branquinho enquanto a madrinha será Inês Pereira. «O Branquinho já fez marchas em Setúbal e em Lisboa e, por isso, apostámos nele, embora tivesses

convidado o Fábio Carmelo, que não aceitou», conta. Além de um bom curriculum nas marchas populares, a Palhavã também possui vários prémios conquistados nos concursos Vestido de Chita e Miss Coletividades. «Quero recolocar a Palhavã no lugar que ela merece e, por isso, estamos de volta às marchas populares». Durante o seu mandato, que começou em outubro de 2017, Tolentino Silva tenciona colocar uma nova cobertura no piso do salão da coletividade - com o nome de António Ortiz (diretor mais antigo) -, remodelar o palco e transferir a régie do 1.º andar para o fundo do salão. A Palhavã, que há muito tempo realizava cegadas de Carnaval e revistas populares, acaba de reativar o seu grupo cénico, sob a coordenação de Helena Páscoa, formado essencialmente por crianças. «O grupo começou com cinco crianças e já levaram à cena uma peça de teatro. Neste

Direção reativou o grupo cénico

Clube de Ténis de Setúbal recebe seis mil euros

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A câmara de Setúbal vai apoiar, através da atribuição de um subsídio de seis mil euros, as obras de reabilitação de infraestruturas desportivas do Clube de Ténis de Setúbal que viu aprovada em 2018 uma candidatura ao Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas. O programa foi promovido pelo Instituto Português do Desporto e Juventude, que comparticipou, com 15 mil euros, uma obra de renovação de dois campos de ténis orçada em 31 mil euros. A autarquia sadina deliberou, esta semana, a atribuição de um apoio financeiro de seis mil euros para “auxiliar o clube setubalense na execução da beneficiação daquelas infraestruturas desportivas”. As intervenções incluem o revestimento de todos

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momento já temos 13 crianças e estamos a preparar um novo trabalho. Estamos muito satisfeitos e penso que este grupo tem pernas para andar», conta, acrescentando que «estamos a pensar repescar algumas pessoas que já fizeram teatro de revista na coletividade, e juntar outras novas, para tentarmos reativar a revista popular e a cegada».

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os alçados dos campos semicobertos, a instalação de projetores LED, e a reparação do piso de um dos campos. Os campos semicobertos são propriedade da câmara de Setúbal, que cedeu a exploração ao Clube de Ténis de Setúbal por um período de dez anos. ES

Clube vai mudar o revestimento


negócios

Adega de Palmela no Vinhos do Pátio

Concurso Montepio decorre até dia 17

Os vinhos da Adega de Palmela, que conquistou mais de 50 medalhas em 2018, estão presentes no Vinhos no Pátio até amanhã, no Pátio da Galé, em Lisboa. O evento permite aos visitantes conhecer

O prazo de participação no concurso de empreendedorismo lançado pelo Montepio foi alargado. Montepio Acredita Portugal, destinado a pessoas que têm uma ideia de negócio e não sabem como

mais de 200 vinhos. Estar presente no evento revalida o reconhecimento e a qualidade do trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos pela cooperativa.

começar, ou já executaram uma ideia, mas precisam de apoio de especialistas para avançar, decorre até 17 de fevereiro. A inscrição é gratuita e há mais de 500.000 € em prémios.

Incentivos e Financiamento para Empresas em destaque

Barreiro acolhe sessão sobre programa Portugal 2020 A AERLIS promove, no Barreiro, uma sessão de esclarecimento sobre financiamentos para empresas, no âmbito do Portugal 2020. O objetivo é ajudar as empresas a planear candidaturas de sucesso texto eloísa silva Imagens aerlis

O Museu Industrial da Baía do Tejo, no Barreiro, recebe, na tarde da próxima quinta-feira, uma sessão de esclarecimento relativa ao “Portugal 2020: Incentivos e Financiamento para Empresas e Projetos”. A iniciativa, dirigida a empresários do concelho, é organizada pela Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS), com o apoio do município do Barreiro, da Baía do Tejo e da Rede para a Empregabilidade e Economia Social. O vereador Rui Braga, responsável, entre outros, pelo gabinete de desenvolvimento económico no Barreiro, considera de “extrema importância”, a realização deste tipo de sessões, na medida em que per-

mitem dotar os empresários de informação indispensável ao seu crescimento. «O tecido empresarial do concelho deve estar informado de todos os programas de financiamento e incentivos contribuindo, desta forma, para o seu fortalecimento. Por isso consideramos estas ações de extrema importância para o nosso território», vinca o autarca. Na sessão de esclarecimento, “Portugal 2020: Incentivos e Financiamento para Empresas e Projetos”, serão apresentados os concursos do programa de financiamento comunitário Portugal 2020, mas não só, como explica ao Semmais o presidente da AERLIS, António Ferreira de

Carvalho. «Iremos apresentar os concursos do Portugal 2020, atualmente abertos ou com abertura prevista, as formas e limites dos apoios, as despesas de investimento elegíveis, as obrigações dos candidatos e os critérios de seleção das candidaturas». O objetivo, garante António Carvalho, é «ajudar as empresas a planear uma candidatura com sucesso». Internacionalização ao alcance de todos As Linhas de Crédito Bonificadas disponíveis para o financiamento de projetos de investimento também estarão em

Atividade da Lisnave mantém-se de forma sustentada A Lisnave fechou o ano confirmando uma tendência de sustentabilidade face a 2017, apesar da reparação naval em todo o mundo se encontrar debaixo de pressão. Durante o ano de 2018, terminaram a reparação nos estaleiros da Mitrena, em Setúbal, 85 navios, 83 dos quais com recurso a docagem. Consequência, admite a empresa, “da continuada redução das taxas de frete do

Estaleiros navais da Mitrena

mercado de petroleiros”, principal mercado da Lisnave, com cerca de 51% dos navios reparados. Com a instalação do décimo quinto sistema, em navios de Armadores da Noruega, Japão, Bélgica e Chipre, a Lisnave reforçou, também, a sua posição na instalação de novos sistemas de tratamento de lastro. Granéis valem 60% Em 2018 a Lisnave continuou “centrada nos segmentos de mercado tradicionais”, como os navios de transporte de granéis líquidos e sólidos, “representativos de cerca de 60% da atividade”, mas entrando noutros segmentos como o de navios porta-contentores com 18% dos navios reparados. “Navios especializados como dragas e embarcações de offshore (DP crane vessel e FF pipe vessel) foram igualmente docados o ano pas-sado”, admite a empresa num comunicado onde revela que

“também a reparação de navios de passageiros, nas instalações da Mitrena, subiu significativamente em 2018”. Dada a “globalização do mercado da Lisnave”, os navios reparados durante 2018 foram originários de 58 clientes “fiéis”, espalhados por 22 países, sendo os mercados de maior significado a Grécia, com 13 navios reparados em Setúbal, e Noruega e Alemanha, ambos com 9 navios reparados. Uma preferência que “reflete o reconhecimento do trabalho de qualidade desenvolvido pela Lisnave, no estaleiro da Mitrena, em Setúbal”. Embora, a pressão sobre os preços das reparações continue a fazer-se sentir com o aumento da atividade em países com custos de produção inferiores aos da Lisnave, “esperamos que este aumento de atividade venha a ter repercussões positivas nos estaleiros de maior qualificação técnica na Europa durante o ano de 2019”, augura a empresa. ES

AERLIS quer contribuir para a competitividade das empresas

vidência, por forma a que os empresários conheçam e percebam todas as formas de fortalecer e expandir o seu negócio. «Estas ações têm por objetivo a apresentação de instrumentos que contribuam para a melhoria das condições de financiamento das empresas, visando o estímulo à inovação, internacionalização e ao crescimento». Só desta forma, reconhece o presidente da AERLIS, «estaremos a contribuir para a produção de bens e serviços transacionáveis, para o incremento das exportações, a transferência de resultados do sistema científi-

co para o tecido produtivo e para a promoção do desenvolvimento sustentável, que são alguns dos objetivos do programa Portugal 2020». A AERLIS é uma força ao serviço das empresas e presta apoio nos seus projetos de investimento com recurso a financiamento e incentivos contribuindo para uma maior competitividade das empresas e para uma melhor qualificação dos seus recursos humanos. Os empresários que pretendam inscrever-se (gratuitamente) na sessão de dia 14 poderão fazêlo em www.aerlis.pt

Sines desperta interesse da Brasileira PetroRio

Aicep foi anfitriã da visita

Uma comitiva composta por empresários da brasileira PetroRio e da holding portuguesa Pharol SGPS visitou os Complexos Industrial e Portuário de Sines. O encontro teve início no Centro de Negócios da Zona Industrial e Logística de Sines (ZIL) onde Filipe Costa, CEO da aicep Global Parques, acompanhado de Miguel Borralho, diretor da ZIL, fez a apresentação da oferta da Zona Industrial, em termos de infraestruturas, ao representante da PetroRio,

Guilherme Luís Pesenti e Silva. Da Zona Industrial de Sines, onde também estiveram Isabel Caldeira Cardoso, administradora executiva da aicep Global Parques e Silvino Malho Rodrigues, vice-presidente da aicep Global Parques, a comitiva seguiu para o Porto de Sines. A visita dos empresários à área portuária alentejana justificou-se com a atividade da PetroRio já que se dedica à produção, exploração, refinação, comercialização e transporte de petróleo, gás natural e seus derivados. Constituída há três anos, e com sede na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, a PetroRio tem pautado o seu crescimento pelo aumento da produção através da aquisição de ativos em produção, implementação de gestão eficiente de reservatórios, exploração, gestão da performance operacional, redução dos custos de produção e das despesas corporativas. ES

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cultura

Bandas Concurso de Palmela arranca dia 16

Comédia Maria Rueff sobe aos palcos almadenses

O 4.º Concurso de Bandas Amadoras de Palmela, promovido pelo município, já apurou as oito bandas a concurso: JPM (Pinhal Novo); Chá do Chile (Setúbal); RIvertied (Setúbal); Purorock (Palmela);

António Pires encenou, e Maria João Cruz, Filipe Homem Fonseca, Mário Botequilha e Rui Cardoso Martins escreveram os textos a que Maria Rueff e intérpretes vão dar corpo e voz em “Zé Manel Taxis-

Brazil Dub (Quinta do Anjo); Horas Vagas (Seixal); Paper Hearts (Águas de Moura) e Midcakde (Pinhal Novo). A 1.ª eliminatória realiza-se na Palhota, no próximo dia 16.

ta”. A personagem bem famosa da atriz Maria Rueff faz 20 anos e ressurge neste espetáculo que vai estar no Teatro Joaquim Benite a 15 e 16, às 21 horas, e dia 17, às 16 horas.

PROJETO TOMA PREPARA FUTUROS ATORES E CRIA NOVOS PÚBLICOS EM SETÚBAL

agenda “Quero partilhar com os mais novos cultural o que aprendi ao longo da carreira” Preparar os jovens para o teatro está na génese da criação do Teatro Toma. O ator José Nobre decidiu criar esta associação cultural sem fins lucrativos e o resultado não podia ser melhor: 21 jovens frequentam as oficinas de teatro, no Ateneu Setubalense, que acolhe este projeto com 1 ano em meio de atividade.

SESIMBRA HELENA LAUREANO NO “RESERVADO”

A peça “Reservado” marca a estreia de Helena Laureano nos palcos de Sesimbra. Teatro João Mota, 09fev, 21H30

texto antónio luís Imagens DR

José Nobre dá aulas de teatro

Depois de 27 anos no Teatro Animação de Setúbal, como ator, José Nobre decidiu criar o seu próprio projeto a que deu o nome de Teatro Toma – Teatro Oficina

Multiartes. «Criei este projeto de uma forma natural para poder partilhar com os mais novos o que adquiri ao longo da minha carreira de 30 anos de ator», sublinha, explicando que pretende deixar o seu cunho pessoal e a sua ideia de como as coisas devem ser feitas na área que mais gosta e melhor conhece. Na origem do nascimento do Teatro Toma esteve a realização de um workshop de expressão dramática pontual, por iniciativa própria do ator, na Galeria Municipal, e que correu «muito bem», tendo contado com 30 participantes, de onde saíram 21 pessoas que ficaram a trabalhar com o ator. Os ensaios das produções do Toma e as oficinas de teatro decorrem atualmente no Ateneu Setubalense, envol-

vendo jovens dos 12 aos 18 anos, e adultos, a um preço acessível. Com esta associação cultural, sem fins lucrativos, com cerca de 50 sócios, qualquer pessoa que queira aprender teatro, independentemente da idade, pode inscrever-se e participar nas oficinas do Toma, que atualmente acolhem 21 alunos. «A minha responsabilidade é grande, pois tenho que preparar as pessoas convenientemente para depois prosseguirem os estudos no Conservatório e terem a sua carreira de ator sólida. Temos pessoas que gostam tanto da atividade e sentem que ela é benéfica para a sua vida e depois querem experimentar, mesmo sem terem talento natural. Isso é enriquecedor a nível cultural e de formação de carater», acres-

SANTIAGO DO CACÉM “(DES)EMOÇÕES” DE LILIANA O livro “(Des)Emoções”, de Liliana Rodrigues, é apresentado com a presença da autora. Biblioteca Manuel da Fonseca, 09fev, 16H00

Oferta de convites para candidatos aos Óscares no cinema City

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O dia mais esperado do ano para os amantes de cinema está prestes a chegar: a Noite dos Óscares. Por isso, o cinema City não podia deixar de assinalar este dia, até porque todos os nomeados já foram revelados. Pela ‘red-carpet’ vão passar os grandes filmes nomeados pela academia, acompanhados de uma oferta única, válida até dia 24 deste mês, dia da cerimónia: um ‘pack’ que inclui 5 bilhetes por 25 euros.

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centando: «Tenho jovens que vão ter um futuro radioso no teatro. E este trabalho também é importante na criação de novos públicos». Sem sede própria e sem apoios financeiros, mas com 7 produções no curriculum, o Teatro Toma, criado há ano e meio, esgotou várias sessões no cinema Charlot com o espetáculo “O Segredo da Abelha”, com adaptação de José Nobre e a envolvência de vários alunos do Toma. José Nobre alia o trabalho do Toma às dobragens em filmes de animação e a outros apontamentos teatrais em eventos sadinos. A próxima estreia do Toma intitula-se “A História da Gaivota e do Gato que a ensinou a Voar”, de Luís Sepúlveda.

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Assim, o Semmais vai oferecer um ‘kit’ com 2 vouchers ‘Oscars Tickets’ aos nossos leitores, os quais podem ser utilizados em qualquer uma das salas com projeção 2D, nos seis Cinema City, nomeadamente Setúbal, Alfragide, Alvalade, Beloura, Campo Pequeno e Leiria, mediante disponibilidade de cartaz. Para ser contemplado basta ligar 918 047 918 e inscrever-se para o sorteio.

MONTIJO ESPETÁCULO STAND UP COMEDY “Memento Mori” é o espetáculo de ‘stand-up comedy’ de Rui Sines de Cordes. Teatro Joaquim d´Almeida, 09fev, 22H00


cultura

COMÉDIA DE SITUAÇÃO DO GRUPO ARTEVIVA DESMASCARA ESTRELAS DE TELEVISÃO

“Quatro mulheres que se digladiam por um homem no ‘ginásio’ da vida” O encenador Rui Quintas diz que o público está a aderir bem a mais um espetáculo do ArteViva. Presta-se homenagem ao ator barreirense António Cordeiro, e as receitas de duas sessões reverteram para o ator que atravessa um momento delicado a nível de saúde. texto ANTÓNIO LUÍS Imagens DR A Companhia de Teatro ArteViva, do Barreiro, mantém em cena a peça “José Matias”, uma comédia de situação de Luísa Costa Gomes, com encenação de Rui Quintas. O espetador é convidado a sentar-se na sala para assistir a uma caricatura de uma sitcom, como se fazia em tempos idos, filmada num teatro, com assistência, em direto/diferido, com o fim de ser transmitida para a nossa casa em formato televisivo. Quatro atrizes, estrelas de televisão, representam as quatro mulheres criadas por Luísa Costa Gomes. São mulheres cosmopolitas, fortes, independentes, sensíveis, apaixonadas ou talvez não, que vivem com José Matias no pensamento. Representam a mulher, a filha, a prima, as amigas, as amantes, as confidentes, tudo em torno do ausente mas sempre presente, José Matias. O encenador Rui Quintas

cinema Correio de Droga A nova produção proporciona agradáveis momentos cómicos

refere que o público tem reagido «bem» à nova produção, pelo que antevê um futuro «simpático» desta peça que conta a história cómica de «quatro mulheres que se digladiam por um homem no ‘ginásio’ da vida». Rui Quintas recorda que a peça era para contar também com o ator António Cordeiro na

encenação mas, devido ao seu estado de saúde debilitado, isso não foi possível, tendo já sido realizadas duas sessões com receitas para o ator. As interpretações desta 78.ª produção são de Adriana Lopes, Ângela Farinha, Carla Carreiro Mendes, Patrocínia Cristóvão e Vítor Nuno.

RAIO X_Bruno Duarte

“Gostava de criar o meu espaço transdisciplinar para a cultura”

Data de lançamento: 31.01.2019 Nacionalidade: Estados Unidos Género: Drama, Thriller Elenco: Bradley Cooper, Clint Eastwood Realizador: Clint Eastwood Duração: 116 minutos Eastwood protagoniza Earl Stone, um octogenário que se encontra falido e sozinho. Na sequência do processo de falência da sua empresa, propõem-lhe um trabalho que lhe exige simplesmente que conduza. Parece uma tarefa fácil, mas sem que se aperceba, Earl vê-se contratado por

um cartel de droga mexicano. Graças à sua eficiência, aumentam-lhe o carregamento e põem-no ao serviço de um traficante. Para ver no cinema City do Alegro de Setúbal.

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O bailarino, coreógrafo e professor da Companhia de Dança de Almada Bruno Duarte, de 26 anos, signo Sagitário, sonha em criar o seu próprio espaço transdisciplinar para a cultura. texto António luís Imagens DR

Qual o maior sonho profissional? Criar o meu próprio espaço transdisciplinar para a cultura. E pessoal? Ser feliz. Cidade preferida? Entre Lisboa, Tel Aviv e Londres. Local que gostaria de conhecer? Japão e Islândia. Um desejo para 2019? Saber mais e fazer melhor.

Quem convidaria para um jantar a dois? O meu marido. A mulher mais sexy do Mundo? Scarlett Johansson. Complete: A minha vida é… Héctica. O que não suporta no sexo oposto? Pedantismo, em ambos os sexos. Comida e bebida preferida? Cozinha italiana e mexicana. Coca-cola. Qual o seu maior vício? Ler. Último livro? “Lincoln in the Bardo”, de George Saunders. Último filme que viu no cinema? “Venom”. Melhor peça de teatro? “Ricardo III”, de Tónan Quito, e “Casa e Jardim”, da Mala Voadora.

Melhor música de sempre? O Prelúdio de “Tristão e Isolda”, de Richard Wagner. Qual a sua maior virtude? Ser altruísta. E defeito? Ser ansioso. Como se chama o seu animal de estimação? Oliver (cão). O que levaria para uma ilha deserta? Um barco. Dia ou noite? Dia. O que mais teme na vida? A solidão. A quem ofereceria um presente envenenado? A ninguém. O maior desgosto da sua vida? Não me ter despedido de quem já partiu.

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opinião

Ano novo igual Hábitos antigos Espaço Aberto e Livre zeferino boal colaborador

fio de prumo jORGE santos jornalista

Origem Não vamos aqui dar ordens pois não é essa a nossa vocação nem se justificava pois cada um faz o que muito bem entende e apenas deve ter em conta a liberdade dos outros. Mas a palavra «ordem» tem sido pronunciada e escrita muitas vezes nestes últimos tempos pois há por aí algumas que dão mostras de se intrometerem em questões alheias ao seu estatuto e mais parece que têm função sindical o que está errado. Aconteceu recentemente que o Governo cortou relações com a Ordem dos Enfermeiros e a própria Ordem dos Médicos se manifestou contra a postura da bastonária dos enfermeiros. Estas posições, como muitas vezes acontece, foram contestadas por uns e elogiada por outros.

“ENTRÁMOS EM FEVEREIRO, SEGUNDO O CALENDÁRIO CHINÊS, NO ANO DO PORCO, O

Num ano puro de campanhas eleitorais, o Governo começou com a propaganda das obras que não passam de intenções, na maioria dos casos, em muitos casos sub-orçamentadas e noutras que ficarão para o ciclo politico mais distante. Aparentemente, a passadeira vermelha estava lançada para vitórias eleitorais retumbantes por parte da “gerigonça”; somos daqueles que temos dúvidas que assim aconteça e que seja melhor para o País. Entretanto o maior partido de Portugal, unificou-se e prepara os seus instrumentos de combate político. No meio de alguma perturbação governativa, a juntar aos casos de má decisão política, surge o fenómeno “Jamaica”, que trouxe ao de cima paradigmas que na prática social são graves e podem ser compreendidos ao abrigo de revoltas sociais através das quais tudo tem mais projeção muito em especial para razões perversas.

Os cidadãos falantes em Língua Portuguesa têm um desígnio que é caminhar em perfeita sintomia, apesar das discordâncias pontuais. Disto, sabemos antemão que há atos de racismo, há exclusão social, e promessas não cumpridas para com certos cidadãos. As gerações mais antigas recordam-se de Lisboa e Porto, e replicado noutras áreas de proximidade os chamados “Bairros de lata”. Hoje, estes bairros quase desapareceram e como tal a exclusão social está mais escondida e por vezes esquecida a sua existência, só relembrada quando ocorre um episódio menos digno. Valorizemos os episódios ocorridos recentemente em torno do famoso caso “Jamaica”. A facilidade como hoje se propaga uma notícia, como hoje se publica “selfies” e como no fundo os cidadãos são pequenos repórteres de notícia. Esta realidade obriga-nos a redobrados cuidados no com-

portamento e conduta na via pública, seja em atitude agressiva ou puramente passiva em qualquer tipo de ato. Com isto, pretendemos assumir que pugnamos pela igualdade de acesso às condições mínimas de sobrevivência a todos os cidadãos residentes em Portugal, e se possuem esses direitos, também têm os deveres a cumprir. Compreendemos a frustração e o cansaço desmotivante de agentes de polícia que não tendo condições para exercer a sua ação, por responsabilidade governativa, acabam por perder “a razão” ao atuarem de um modo grotesco, donde se tem uma visão parcial. Entendemos e elogiamos a atitude do Senhor Presidente da República, surpreender tudo e todos na visita efetuada aquele bairro e convivendo com os seres humanos ali presentes, estamos convictos que não foi apenas tirar “selfies”, fez muita pedagogia em espe-

cial junto dos mais jovens rebeldes. Acreditamos que ele próprio um qualquer dia irá surpreender e enaltecer as forças policiais num ato de afeto, para com aqueles. Há situações de Estado que obrigariam a maior ponderação, mas quando se coloca num patamar de conflito a desigualdade entre seres humanos por questões sociais e raciais, os atos de afeto, enaltecem o cargo de Presidente da República e comprovam o desígnio do Espaço Lusófono, único no Mundo e secular porque as gerações de cidadãos dos diferentes países têm dado como exemplo pelo respeito do ser humano de uma forma geral. Da nossa parte e à nossa microescala de intervenção social, tudo faremos para contribuir para um diálogo interclassista, combate ao racismo e na defesa da autoridade do Estado, através dos seus agentes de segurança.

Farmacêutica Hovione escolhe o Concelho do Seixal

QUE SEGUNDO OS ENTENDIDOS ANUNCIA UM PERÍODO DE PROSPERIDADE”

jOAQUIM SANTOS Presidente cm Seixal

Que as greves causam perturbação não há dúvida, mas os profissionais que a ela recorrem têm toda a legitimidade de o fazer pois essa postura não só poderá beneficiar os próprios como ajudar a sociedade e ter dias melhores. E, por que este ano vamos ter eleições há quem atribua esta “agitação” a esse facto, o que não deixa de ser verdade, mas olhemos em frente e lembremonos que entrámos em Fevereiro, segundo o calendário chinês, no Ano do Porco, o que segundo os entendidos anuncia um período de prosperidade, coisa que – diga-se em abono da verdade – nos faz muita falta. Dizem os mesmos especialistas em esoterismo que o vermelho é a cor que nos traz bem-estar e felicidade e que deve ser usada em vestuário e não só. E se por acaso nos atrevês-semos a dar ordem a alguém, obrigaríamos quem nos governa a actuar de modo a que todos tenham uma vida mais feliz.

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No passado dia 28 de janeiro foi anunciada a aquisição de um terreno, de mais de 40 hectares, pela empresa multinacional farmacêutica Hovione no Concelho do Seixal. A Hovione decidiu que o seu futuro passa pelo Concelho do Seixal. Esta decisão de avançar com uma nova unidade no nosso território, corresponde integralmente à nossa visão de desenvolvimento – uma empresa fortemente empenhada com a investigação e a inovação, e com um elevado nível de qualificação dos seus trabalhadores – e que vem reforçar a matriz industrial e produtiva do Concelho, essencial para o avanço do progresso económico e social das nossas populações, mas também da Região e do País. Esta empresa de base portuguesa, emprega 1.700 trabalhadores em Portugal, Macau, Irlanda e Estados Unidos, sendo a empresa portuguesa que mais doutorados possuí nos seus quadros, reflexo da sua matriz de investigação e inova-

ção. Esta decisão de construir uma nova unidade industrial nos terrenos do Projecto do Arco Ribeirinho Sul, com a designação internacional Lisbon South Bay, foi fruto do trabalho de planeamento e promoção realizados pela empresa pública Baía do Tejo e a Câmara Municipal do Seixal, constituindo o primeiro projecto a avançar sob esta bandeira. Este novo investimento é resultado da capacidade de planeamento da Autarquia do Seixal, plasmada no novo Plano Director Municipal (PDM) 2015-2025, Plano de 2ª geração, tendo sido o 2º da Península de Setúbal e 4º da Área Metropolitana de Lisboa (AML). Com o novo PDM praticamente duplicámos as áreas destinadas ao desenvolvimento económico, passando de 500 para 900 hectares, onde para além das áreas envolventes à Siderurgia Nacional (SN) em Paio Pires, merecem destaque o Pinhal das Freiras, em Amora, com 100 hectares, ou a Quinta das

Lagoas, em Corroios, com mais de 40 hectares. Estas áreas, a primeira pública as outras privadas, estão disponíveis para acomodar outros novos investimentos seja na área industrial, logística ou serviços, estando a Autarquia na primeira linha da procura de novas unidades que se pretendam instalar na AML. Na nossa perspectiva, o reforço da matriz industrial no Concelho corresponde, não só, à garantia da fixação da população no Município, como ao necessário contributo para a produção nacional, factor decisivo em termos da independência do País, para além dos evidentes benefícios económicos e sociais para a nossa população. Claro que, quer esta nova unidade, quer as existentes ou futuras, terão que dar as máximas garantias em termos da mitigação dos seus impactes ambientais, constituindo a sustentabilidade ambiental claramente uma prioridade da Autarquia. Esperamos que dentro de 3

anos, esta fábrica já esteja em plena laboração, produzindo medicamentos no Concelho do Seixal que vão ser exportados para todo o mundo. Se a Siderurgia Nacional, edificada há quase 60 anos atrás, constituiu à data uma âncora que potenciou o crescimento e desenvolvimento do Concelho do Seixal, podemos afirmar que esta nova unidade, pela sua dimensão, nível tecnológico e especialização, poderá significar o início de um novo ciclo de reindustrialização do século XXI. Sendo o incremento da indústria fundamental para o futuro da Região e para o desenvolvimento do País. O Seixal outrora foi berço para a construção das naus e caravelas que descobririam o mundo, hoje é terreno fértil para a inovação e qualidade de vida, procurando aliar o desenvolvimento económico à imprescindível sustentabilidade ambiental. Bem-vindos, Hovione, ao Concelho do Seixal, uma terra de futuro.


opinião

EDITORIAL

Negociação, sim! Imposição, não! emanuel boieiro colaborador

Raul Tavares diretor

O regresso do flagelo da violência doméstica O hediondo crime de violência doméstica no Seixal, que abalou a consciência dos portugueses, veio colocar de novo ao cimo das prioridades do Estado a luta contra este flagelo. Não muito tempo antes, um juiz do Tribunal da Relação do Porto, Neto de Moura, de cultura burgessa e machista tinha ‘consagrado’, num acórdão vergonhoso, explicações de adultério de uma vítima para passar uma esponja sobre um crime reiterado de violência doméstica. O agressor saiu com a pena de uma mísera multa. Em muitas das esquadras policiais do nosso país, a maior parte das mulheres, vítimas de abusos constantes, físicos e psicológicos, sentem-se culpadas por se queixarem dos sopapos, dos murros e dos pontapés dos seus maridos. E, não raramente, as evidências são desvalorizadas por quem devia, em primeira e última instância, defender as cidadãs desta barbaridade. Normalmente, tudo isto entra num lote de ilícitos arrumados numa especial gaveta dos crimes passionais. Este rol de atitudes culturais, e de género, constituem, hoje e há muito tempo, um dos principais entraves à mudança de paradigma que urge consolidar na luta contra este fenómeno que envergonha o país e lança um forte anátema sobre a sociedade portuguesa. Toda ela, homens e mulheres. É verdade que nos últimos tempos, há mais vítimas a sair a terreiro e a desabafar os seus dramas. E isso, essa mudança cultural, tem evitado muitas mortes e muitas mazelas constantes nos efeitos colaterais em crianças e jovens que vivem e são parte integrante destas tragédias escondidas. Todavia, ao que tudo indica, não chega. Em boa verdade, o Estado tem feito orelhas moucas, nomeadamente no que diz respeito a duas áreas vitais: a investigação policial e a justiça. São os dois braços armados que podem ser decisivos neste combate sem tréguas. E é imperioso agir. O país não pode continuar a assistir, quase impávido e sereno, ao avolumar das estatísticas e ao decapitar de uma zona civilizacional que pensámos ser facto consumado, a partir da revolução de Abril, oferecendo às mulheres outro papel social e a sua libertação do jugo dos seus namorados, parceiros e maridos. É preciso medidas mais duras e um grito de basta! Porque senão continuamos a hipotecar uma parte substantiva do nosso desenvolvimento enquanto sociedade sã, com direitos e deveres repartidos de igual modo entre géneros.

Apesar de ser muitas vezes encarada, apenas, como um mecanismo de ajustamento salarial a negociação coletiva desempenha um papel muito mais amplo, por envolver, não só, dimensões económico-financeiras, mas, sobretudo, por poder contribuir para as expectativas dos parceiros sociais e criação da confiança social. Evitando impasses que levam a medidas extremas e, eventualmente, lesivas dos interesses dos cidadãos. É ponto assente que a negociação coletiva é uma peça fundamental dos sistemas de relações laborais e do direito do trabalho, constituindo-se numa das dimensões relevantes para a promoção da justiça social e da democracia, pois faz parte, conjuntamente com o mecanismo dos impostos progressivos e os mecanismos de proteção social, do modelo de redistribuição social das sociedades democráticas. Neste sentido, qualquer parceiro social, deve reconhecer a Organização Internacional do Trabalho (OIT), fundada em 1919, como um referencial claro para as orientações de reforma legislativa e para o lugar desempenhado pela negociação coletiva nas sociedades democráticas, constitui uma boa base para avaliação de algumas situações de bloqueio deste mecanismo por parte deste governo, contrariando o que o seu próprio

dentemente, a de enfermeiro especialista), hierarquia própria, avaliação de desempenho, progressões e concursos anuais assentes em critérios de mérito e não em nomeações pouco claras, como acontece na actualidade. O que é mesmo de realçar é que, numa época onde as greves passaram a ser fomentadas e ampliadas através de movimentos inorgânicos com origem nas redes sociais, o Sindicato dos Enfermeiros, assente numa linha condutora coerente com os seus 106 anos de história, mantém o seu interesse na negociação colectiva, contrariando a imposição governativa de um diploma legal e assume, no local certo, ou seja, na mesa negocial, a luta por um futuro melhor para todos os enfermeiros. Resta saber se este governo, apoiado por bloquistas e comunistas, é capaz de estar à altura das responsabilidades, sem hipocrisia e sem ameaças jurídico-legais, assume a defesa da qualidade e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde, só possível com uma valorização dos enfermeiros, quadros altamente qualificados do ponto de vista académico e técnico, que necessitam de sair para o sector privado ou emigrar para serem verdadeiramente reconhecidos do ponto de vista social e remuneratório.

programa defendia em 2015. Em 13 de março de 2018, o governo socialista em exercício de funções, assinou um protocolo de negociação colectiva com a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros, que inclui o Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, válido por seis meses, tendo como objectivo a reformulação da carreira especial de Enfermagem a aplicar aos mais de 42 000 enfermeiros, com CIT ou CTFP, que trabalhem no SNS. No entanto, este processo que envolveu reuniões quinzenais entre as partes, sofreu avanços e recuos constantes, com prorrogações sucessivas e mudanças no Ministério da Saúde que levaram a um retrocesso negocial e a uma cisão dos sindicatos dos enfermeiros com o actual governo. Estoicamente, mostrando mais uma vez um sentido de responsabilidade único no panorama sindical dos enfermeiros em Portugal, a FENSE (Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros) mantém-se irredutível, apelando continuadamente à conclusão da negociação do projecto de acordo colectivo de trabalho, com 96 cláusulas que entregou ao governo em 16 de agosto de 2017, e que permite garantir uma verdadeira carreira para todos os enfermeiros, com 3 categorias (sendo uma delas, evi-

DIREITO DE RESPOSTA A propósito da notícia intitulada “BE de Almada sem representação na AM” recebeu o Semmais a seguinte correção, por parte da coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda de Almada; “Vimos por este meio pedir a correção da noticia por vós publicada no passado dia 2 com o título “BE de Almada sem representação na AM “, na página 7. A noticia está errada no seu conteúdo. Nas eleições autárquicas em outubro de 2017, nas quais Carlos Guedes foi o cabeça de lista para a Assembleia Municipal de Almada, o Bloco

de Esquerda elegeu quatro deputados municipais. Carlos Guedes deixa de ser deputado do Bloco de Esquerda, após lhe ter sido retirada a confiança política pela Coordenadora Concelhia do BE Almada e não o contrário. Com esta decisão da Coordenadora Concelhia, Carlos Guedes deixa de poder representar o Bloco de Esquerda, na Assem-

bleia Municipal, tornando-se, assim, deputado independente. Des-sarte, o Bloco de Esquerda ficou com três deputados municipais na Assembleia Municipal, ao contrário do que o título da notícia indica. Também a desvinculação de Carlos Guedes do BE acontece após todos estas decisões por parte da coordenadora de Almada”.

/ Ficha Técnica Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Roberto Dores / Coordenação Comercial Cristina Almeida/ Marketing Digital Bernardo Lourenço / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas | EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição José Ricardo e Carlos Lóio / Propriedade e Editor Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 / Concessão Produto Maiscom, Lda; NIPC 506 806 537 / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 25.000 (média semanal) / Distribuição VASP e Maiscom, Lda. / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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GNR fica em Ermidas Sado e Alvalade

Agência de Segurança Marítima visita Sines

A Secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna, Isabel Oneto, garantiu a Álvaro Beijinha, edil de Santiago do Cacém, que os Postos da GNR de Ermidas e Alvalade não são para encer-

O Porto de Sines, recebeu ontem a visita da Diretora Executiva Agência Europeia de Segurança Marítima (EMSA), Maja Kostelac, para conhecer o funcionamento desta infraestrutura portuária e da Ja-

rar nem funcionar em horário reduzido. Isabel Oneto vai, também, tentar resolver a questão dos efetivos. Situação mais difícil devido à mobilidade dos próprios militares.

nela Única Portuária. Fernanda Albino e Duarte Lynce de Faria, membros da APS, conduziram o encontro que se enquadra no novo Regulamento European Maritime Single Window.

David Fernandes criou a “The Big Hand” para ajudar crianças moçambicanas

De Setúbal com uma mão cheia de vontades Setubalense de «alma e coração», David Fernandes, criou uma ONG portuguesa e está a apoiar crianças numa aldeia do interior de Moçambique. Um exemplo de voluntarismo que honra a região. texto raul tavares Imagens sm O mundo de David Fernandes mudou aos 24 anos de idade, quando terminou a faculdade e foi experienciar o voluntariado missionário leigo, com padres franciscanos, para aldeias de Moçambique e também da Guiné-Bissau. O plano marcava 11 meses, mas acabaria por ficar dois anos em terras africanas. «Era um sonho de jovem e foi fantástico poder ajudar quem mais necessitava», relembra à reportagem do Semmais. Em 2006 regressa a Setúbal para trabalhar como coordenador pedagógico na YMCA-ACM, mas nunca perdeu o contacto com o terreno e o bichinho da solidariedade. Foram os relatos «preocupantes» do publicidade

aumento do número de órfãos, de crianças em risco, em abandono escolar e gravidez precoce que o voltou a incomodar. Regressou à faculdade para uma pós-graduação em Desenvolvimento Local e em 2010, com apoio de amigos, fez nascer a “The Big Hand”, regressando a Moçambique. Muito trabalho no terreno e a obra que vai nascendo «Neste espaço de tempo já aconteceu muita coisa. Ajudámos várias comunidades e também várias escolas. Atuamos em aldeias muito pobres, sem estruturas, sempre centrados nas crianças em risco,

O trabalho da ‘The Big Hand’ já permitiu inaugurar várias salas de aula em Moçambique

e trabalhamos em parceria com líderes locais, de modo a que as comunidades ganhem capacidade de superar dificuldades», explica David Fernandes. É cumprindo esta fórmula que a “The Big Hand” foi construindo salas de aula, furos de água, bem como vai doando material escolar, produtos de higiene e de alimentação. «Afinal, a ideia é ajudar as comunidades a melhorar condições de vida. Por isso, tanto construímos tanques de lavar roupa, como formamos jovens ativistas de saúde para utilizar bicicletas ambulância que facilitam o acesso aos cuidados de saúde primários», acrescenta o rosto visível desta ONG, cujo trabalho já teve impacto na vida de mais de sete mil

crianças. Neste momento, a organização liderada pelo jovem setubalense, que foi atleta de andebol no Vitória de Setúbal durante oito anos, e pertenceu ao Clube de Montanhismo da Arrábida, está a trabalhar nas aldeias de Messica, Matsinho e Chipaco, todas no interior centro de Moçambique, sendo que brevemente irá abrir mais uma delegação na aldeia de Monte Chimoio. Na retaguarda conta com muitos amigos de Setúbal, nomeadamente um grupo de “padrinhos à distância”, e com outros voluntários da região que, agradece David Fernandes, «ajudam a vender merchandising e realizam eventos solidários como caminhadas e feiras.

Replicar ação social na região não é para já David Fernandes não declina a possibilidade de colocar ao serviço da região os conhecimentos que o têm feito crescer nesta área do voluntariado, mas não é para já. «A “The Big Hand” tem sido uma experiência fantástica, de crescimento pessoal e humano», sublinha. E diz acreditar que

um dia poderá colocar o ‘know-how’ desta experiência «ao serviço de quem mais necessita na nossa região». Por agora, os planos do voluntário altruísta continuam centrados em Moçambique, porque, enfatiza, «ainda existem muitas crianças em sofrimento a precisar de ajuda».

David Fernandes faz voluntariado junto de mais de 7 mil crianças carenciadas


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