Semmais 04 outubro 2019

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Região

PRÓXIMA SEMANA

Diretor Raul Tavares

Semanário Região de Setúbal

Edição n.º 1053 9.ª série

DISTRIBUÍDO COM O

Sexta 04 outubro

2019

Edição Semmais Alentejo

EMPRESAS DA PENINSULA PODEM ACEDER A 15 MILHOES DE EUROS

POR Lisboa ‘dribla’ NUT II e oferece bons fundos à Península A medida do Governo, que lança 15 milhões de apoios com taxas acima do que está convencionado, já foi aplaudida pela AISET, mas tem que ter continuidade. Os incentivos destinam-se à inovação produtiva. pág. 2

LEGISLATIVAS: CDU, PSD E CDS DEVEM PERDER MANDATOS PARA PS E PAN Onda positiva do PS augura grande vitória

PSD entre o acreditar e as sondagens

CDU em luta para manter eleitorado fiel

Bloquistas a gerir ganhos de há quatro anos

Tentar tudo para manter eleição de deputado

Aa hostes socialistas acreditam numa grande vitória no próximo domingo, passando de 7 a 9 eleitos.

O PSD ainda acredita ser possível não perder tanta margem na região. As sondagens não abonam a favor.

Os últimos dias da campanha foi um toque a rebate, contra a tendência de queda a nível nacional.

Os bloquistas parecem seguros de que a subida do PS não será à custa dos votos que conseguiu em 2015.

Mesmo com os esforços da líder do partido, o CDS-PP corre o risco de perder o seu deputado.

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SOCIEDADE

EMPRESAS DA PENÍNSULA VÃO PODER BENEFICIAR DE 15 MILHÕES DE EUROS

POR Lisboa ultrapassa ‘bloqueio’ da NUT II e oferece apoios financeiros em condições superiores

O aviso foi lançado no final de Setembro e aumenta de forma considerável os apoios financeiros às empresas da região. É a forma de o governo ultrapassar os constrangimentos da integração da península na tão badalada NUT II de Lisboa. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM SUSANNE NILSSON Os pequenos e médios empresários da Península de Setúbal já podem candidatar-se a apoios financeiros dos fundos comunitários com uma taxa de 50% a fundo perdido, acrescida de mais 50% de subsídios reembolsáveis sem juros sobre o total do investimento. Trata-se de “uma medida diferenciadora” no quadro dos acessos a fundos comunitários da NUT II de Lisboa, onde a península de Setúbal está integrada, cujas taxas de apoio até à data não excediam os 40% do investimento elegível, prejudicando a região, durante anos, em muitos milhões de euros. Este sistema de incentivos, “Inovação Produtiva”, considerado “reforço da abordagem territorial”, cria novas oportunidades para a região, alavancando condições de financiamento muito mais favoráveis que os anteriores Avisos. “É claramente uma oportunidade de diferenciação positiva para a Península, no quadro de uma ponderação que foi estabelecida pelo POR

Lisboa após terem sido equacionadas as potencialidades estratégicas da região”, explicou ao Semmais Teresa Almeida, atual presidente da CCDR-LVT. Lançados no POR Lisboa, no âmbito do Portugal 2020, os apoios destinam-se a investimentos produtivos de criação, expansão ou modernização de empresas, nomeadamente criação de um novo estabelecimento, e/ou aumento da capacidade de um já existente, diversificação da produção para produtos não produzidos anteriormente e alteração do processo de produção de estabelecimentos já em laboração. Anúncio foi divulgado no encerramento do Fórum AISET Para a líder da CCDR-LVT, esta regulamentação que estabelece disposições comuns sobre os fundos da política de coesão “tem agora em conta estratégias de desenvolvimento local e territorial, em face das caraterísticas específicas de

uma região, como é o caso da Península de Setúbal”. Por outro lado, aduz a responsável, “é também um instrumento territorial integrado que cumpre o objetivo político de uma Europa mais próxima dos cidadãos”. Teresa Almeida tinha anunciado a novidade durante a sessão de encerramento do 2.º Fórum AISET, sendo aplaudida pelo diretor-geral daquela associação empresarial. “Tivemos conhecimento nessa altura de que seria criado pelo Governo um mecanismo de apoio financeiro à Inovação Produtiva com condições mais favoráveis para as empresas do que as anteriormente em vigor e que discrimina positivamente as PME da Península”, disse ao Semmais, Nuno Maia. “É uma medida positiva”, afirma o responsável, que pede agora que esta condição possa ser “continuada ou repetida no tempo”. Porque, acrescenta, “responde ainda parcialmente ao apelo que a AISET tem vindo a fazer no sentido de reposicionar a Península de Setúbal para efeitos de financiamento comunitário”. Por exemplo, a AISET pede um programa similar de incentivos para apoiar não apenas PME, mas também, exorta Nuno Maia, “todas as empresas da região que necessitem inovar e adaptar-se às exigências da Indústria 4.0, independentemente da sua dimensão”.

Região reclama mais fundos e alteração da NUT II Lisboa Recorde-se que nos últimos tempos algumas das instituições mais representativas da região têm-se batido por alterações ao nível do acesso a fundos comunitários para a Península, permitindo, nomeadamente, que as empresas possam beneficiar de taxas mais condizentes com o estado de desenvolvimento atual. É o caso de um estudo divulgado pela Associação da Indústria da Península de Setúbal (AISET), em 2018, segundo o qual, o facto da Península estar integrada na NUT II de Lisboa fez perder “a sua identidade, as suas caraterísticas próprias, bem como fundos comunitários, por causa do Produto Interno Bruto per capita da AML”. Na ocasião, o presidente da AISET, Antoine Velge, exortou a que a Península voltasse a ter acesso aos fundos comunitários a que tem direito, ajudando a dinamizar a região e o investimento empresarial e social”, e não ser considerada “uma região rica”. Para provar esta realidade, Antoine Velge lembrou que entre 2000 e 2016, o PIB per capita da Península de Setúbal passou de 68% da média europeia para 55%, constituindo-se, segundo esses dados, como “a quarta região mais pobre de Portugal”. O estudo, que envolve, para além da AISET, uma plataforma constituída pela Associação do Comércio, Indústria, Serviços e

Turismo de Setúbal, Cáritas Diocesana de Setúbal e o Movimento Pensar Setúbal, acentua que “não se pode negar as assimetrias de desenvolvimento entre a margem norte do Tejo e a Península setubalense”, sendo urgente “autonomizar as duas regiões da NUT II, para efeitos de estatística” e recuperação da perda de fundos comunitários.

O que vale a região no quadro da AML Esta medida de diferenciação positiva do SI Inovação, no âmbito do Portugal 2020, tem em conta, um conjunto global de especificidades da Península, com dados de 2017. Entre os quais, o facto de a região ter 54% da área da AML (1625 km2), 27,5% da população (784 mil habitantes), possuir 13,3% do emprego (182 mil pessoas), concentrar 21,2% das empresas (75 mil), e contribuir para cerca de 11,3% do volume de negócios (18900 milhões), e 9,5% do valor acrescentado bruto (3894 milhões). Refira-se, ainda, que 99,9% do tecido empresarial da Península é composto por pequenas e médias empresas.

Conservas de origem sadina mostram-se em Anuga As conservas Belmar, com origem em Setúbal, propriedade da GrowOut Investimentos, estão presentes, até quarta-feira, na Anuga 2019, em Colónia, Alemanha, o maior evento do mundo no setor alimentar. A comercialização da marca portuguesa, que produz conservas de peixe gourmet, teve início em 2017 e já está presente em mercados como Alemanha,

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França e Noruega, tendo marca registada na Europa, Brasil, Estados Unidos, Canadá e China. “A Belmar é uma marca especial, uma linha gourmet e com uma história e um conceito muito interessantes. E esta é uma excelente oportunidade para expor os produtos alimentares feitos em Portugal e dar-lhes a visibilidade que estes merecem a nível mundial”, explica ao Semmais,

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Isabel Augusto, diretora-geral da Green Media. Produção ainda à moda antiga Com origem em Setúbal, cidade com legado na indústria conserveira, a história da Belmar está diretamente ligada aos fundadores e às raízes do setor, sendo que o objetivo da marca é, segundo os seus responsáveis, “revitalizar o

mercado através de uma conserva de peixe que recorde os sabores da mestria e qualidade que os seus fundadores experienciaram na infância com um twist de modernidade adaptada aos tempos atuais”. Os produtos são feitos de forma antiga, mais morosa e com mais mão-de-obra, de forma a adicionar um sabor de alto mar, aliado a uma qualidade acrescida. A empresa comercializa 17

produtos diferentes, oito de sardinha, cinco de cavala e quatro de atum, há sardinhas em azeite, limão, sem pele e sem espinha, em tomate, picante e ovas, sendo que na gama de cavala é possível provar filetes em azeite picante, tomate e cavalinhas. Já na gama de atum, as referências são de filetes com azeite e tomilho, azeite e orégãos, azeite picante ou apenas azeite.


SOCIEDADE

FEIRA NOVA ANIMA ALCÁCER DO SAL ATÉ DOMINGO

TST reforça presença no Pinhal Novo com novo circuito urbano

“Esperamos que a feira seja o sucesso a que já nos habituámos” Com o parque de feiras e exposições interdito, para obras de requalificação, a Feira Nova de Outubro de Alcácer do Sal traz, este ano, a animação à margem sul da cidade. O certame, cuja afluência tem sido maior de ano para ano, decorre até domingo entre as pontes metálica e pedonal. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGENS DR O presidente da câmara de Alcácer do Sal, Vítor Proença, está “confiante” de que, à semelhança dos últimos anos, “a feira Nova de Outubro seja o sucesso a que já nos habituámos, continuando a diferenciar-se dos demais certames da região por acontecer, há mais de duzentos anos”. O certame decorre entre hoje e domingo num espaço novo, mas “aprazível”, e que proporciona “uma vista lindíssima da cidade que se reflete no rio Sado, que conviverá paredes-meias com a feira”, evidencia o autarca. Esta alteração deve-se ao facto de o parque de feiras e exposições de Alcácer estar, neste momento, submetido a obras de requalificação numa valorização que já devia ter acontecido há vários anos. “O novo parque de feiras e exposições vai estar preparado para receber, com a dignidade que merecem, as nossas feiras e outros certames que possam passar a acontecer naquele espa-

Feira Nova de Alcácer do Sal ocorre entre as pontes metálica e pedonal até domingo

ço. Esta obra, de grande importância para o concelho, resultará numa melhoria daquele espaço que há muitos anos carece de ser valorizado”.

Assim a feira franca de outubro vai acontecer entre a ponte metálica e a ponte pedonal, onde vai ser possível, a munícipes e visitantes, adquirir produtos re-

gionais, artesanato, calçado, roupa, brinquedos e utilitários, além dos frutos secos da época e outros produtos alimentares. Além da gastronomia, artesanato e divertimentos a música é outro dos atrativos que tem levado centenas de pessoas à Feira Nova de Alcácer do Sal. Este ano o cartaz deixa antever mais uma “afluência significativa de público” que poderá ver, esta noite (dia 4), Fernando Daniel, amanhã, sábado, atuam os Lucky Duckies e domingo, o encerramento estará a cargo da banda Oitentamente. A Feira Nova de Outubro teve origem numa Provisão datada de 13 de março de 1782 (reinado de D. Maria I). Enviada à Câmara Municipal de Alcácer do Sal, determinava a Provisão que no primeiro domingo de outubro de cada ano haveria uma feira franca por três dias. Assim tem sido desde então, com o certame promovido pela autarquia a ser hoje reconhecido como uma das marcas identitárias do município.

População de Pinhal Novo ganha carreira

A câmara municipal de Palmela e a empresa Transportes Sul do Tejo (TST) lançaram, em setembro, um novo circuito urbano de transporte na freguesia do Pinhal Novo. Admitem as duas entidades que o objetivo passa por “promover a utilização do transporte público e a mobilidade no Pinhal Novo”. A carreira 449, que segundo a TST “permitirá uma melhor mobilidade aos habitantes”, será gratuita até dia 31 de outubro. “Os passageiros terão um período de adaptação, que lhes possibilitará carregar ou adquirir os seus Passes Navegante, sem que haja qualquer perturbação nas suas viagens durante esta fase de mudança”, esclarece a empresa em comunicado. ES

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40 anos do IPS celebrados no Fórum Luísa Todi As comemorações do 40.º aniversário do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), que estão a decorrer desde o início do ano, atingem dia 7 de outubro ao seu ponto mais alto, com a sessão solene do Dia do IPS, que reúne no Fórum Municipal Luísa Todi, toda a comunidade académica e parceiros institucionais. A cerimónia, com início às 14h30, marca, simultaneamente, a abertura do novo ano académico e presta reconhecimento público a trabalhadores docentes e não docentes, estudantes, diplomados, personalidades e parceiros. Para além do presidente do IPS, Pedro Dominguinhos, marcarão presença na sessão inaugural as presidentes da Associação Académica do IPS, Inês Silva, e do Conselho Geral do IPS, Paula Lampreia. A partir das 16h00, acontece a entrega de medalhas e prémios, com destaque para a atribuição de três distinções honoríficas a instituições parceiras, nomeada-

mente a Escola Vocacional de Mecânica e Eletricidade de Tianjin (China), a câmara municipal de Setúbal e a câmara municipal do Barreiro, reconhecida como Instituição Benemérita pela cedência do terreno para a instalação do campus onde se localiza a Escola Superior de Tecnologia do Barreiro do IPS. A segunda parte da cerimónia, a partir das 17h20, será dedicada à apresentação do livro comemorativo “Instituto Politécnico de Setúbal – 40 anos com a região”, que contará com a intervenção da presidente da Comissão de Honra das Comemorações, Cristina Figueira, e com os contributos dos coordenadores da publicação, os docentes Albérico Afonso e Ricardo Nunes. A obra, que pretende deixar um registo das conquistas mais relevantes nestes 40 anos de história, faz uma análise histórica e quantitativa do envolvimento e impacto do IPS no distrito e região envolvente e reúne depoimentos de 40 protagonis-

Pedro Dominguinhos, presidente do IPS

tas deste percurso, entre antigos dirigentes, diplomados, docentes e trabalhadores não docentes. Para encerrar o ano comemorativo, estão ainda previstos um momento musical, um Moscatel de Honra e a apresentação pública do vinho “40 anos IPS”, uma edição especial da casa Ermelinda Freitas.

CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBAL Notária Maria Teresa Oliveira Sito na Avenida 22 de Dezembro nº21-D em Setúbal Certifico, para efeitos de publicação que no dia dois de outubro de dois mil e dezanove, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 16 do livro 366 - A, de escrituras diversas, na qual: Cristina Maria Cavaco do Vale Nogueira casada com Paulo Alexandre Fialho Nogueira do Vale sob o regime de comunhão de adquiridos, natural da freguesia de São Sebastião, concelho de Setúbal, residente na Travessa António Lourenço, número 4, Faralhão, Setúbal, ela contribuinte número 154136107. Justificou a posse, invocando a usucapião, dos seguintes imóveis: a) Prédio Urbano, composto de rés-do-chão, para habitação, e logradouro, com a área total de seiscentos e vinte vírgula cinquenta metros quadrados, sendo a área coberta de quarenta e dois vírgula cinquenta e quatro metros quadrados e a área descoberta de quinhentos e setenta e sete vírgula noventa e seis metros quadrados, sito na Travessa António Lourenço, número 8, anteriormente Santo Ovídio-Faralhão, ou Santo Ovídio, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respetiva matriz sob o artigo 833, pendente de retificação. b) Prédio Urbano, composto de rés-do-chão com duas habitações, e logradouro, com a área total de trezentos e oitenta e seis vírgula sessenta e nove metros quadrados, sendo a área coberta de quarenta e cinco metros quadrados e a área descoberta de trezentos e quarenta e um vírgula sessenta e nove metros quadrados, sito na Travessa António Lourenço, número 10, anteriormente Santo Ovídio-Faralhão, ou Santo Ovídio, freguesia do Sado, concelho de Setúbal, ainda por descrever na Segunda Conservatória do Registo Predial de Setúbal, inscrito na respetiva matriz sob o artigo P4345. Está conforme. Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal. 02 de outubro de 2019. A Notária, Maria Teresa Oliveira

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SOCIEDADE

AUTARQUIAS QUEREM CONTRIBUIR PARA A MELHORIA DA MOBILIDADE

Quinta do Conde na rota dos Transportes Coletivos do Barreiro Os Transportes Coletivos do Barreiro vão ‘parar’ na Quinta do Conde. Já existe uma carreira a passar naquela freguesia, mas o vice-presidente da autarquia barreirense, João Pintassilgo, garante que há “vontade mútua” e estão reunidas as condições para ir mais longe e criar uma ligação direta entre os dois concelhos. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGENS DR Os Transportes Coletivos do Barreiro (TCB) querem “contribuir para mais um passo na melhoria das condições de acessibilidade entre concelhos”, e poderá começar por Sesimbra. João Pintassilgo, vice-presidente da câmara do Barreiro, admite que a carreira 9, e a sua variante 16, que faz a ligação à Estação de Coina, pode tornar-se numa ligação direta entre a Quinta do Conde e o Centro do Barreiro. A empresa municipal já tinha anunciado a intenção de alargar a rede de transporte público rodoviário ao Seixal e a Palmela em 2020, mas tudo indica que o primeiro município a dispor desta resposta será Sesimbra. Existe “vontade e condições” para, muito brevemente, “permitir a paragem dos TCB

João Pintassilgo, vice-presidente da CMB

na Quinta do Conde”, assegura João Pintassilgo. “Encontram-se em curso conversações com o Municí-

pio de Sesimbra para permitir a paragem dos TCB neste local, com vontade mútua de ambos os municípios para muito brevemente se poder concretizar esta intenção, permitindo estabelecer ligações diretas entre a Quinta do Conde e o Centro do Barreiro em transporte público”. Desta forma, sublinha o autarca, “acrescentamos mais uma alternativa para as deslocações com destino á estação ferroviária de Coina, aguardando, agora, que os caminhos exigidos por lei sejam concretizados, para contribuir para mais um passo na melhoria das condições de acessibilidade entre os dois concelhos”, ressalva. Atualmente os TCB chegavam até à Moita, mas “a alteração do atual regime jurídico”

veio permitir aos operadores internos “garantir as conexões vizinhas ao nosso concelho que estavam vedadas até agora”. Recorde-se que os TCB estão a renovar a sua frota de autocarros para que a resposta seja “ainda mais eficaz” e, até ao final do ano, a empresa espera ter a circular os 60 veículos movidos a gás comprimido, sendo que um deles poderá, em breve, ter paragem garantida na freguesia da Quinta do Conde. Francisco Jesus, presidente da câmara de Sesimbra vê “com bons olhos” esta solução, que vai “permitir melhorar a resposta em termos de mobilidade para os residentes na Quinta do Conde com a possibilidade de utilização, também, dos Transportes Coletivos do Barreiro.

Nutricionistas escolhem Bastonário dia 12 Fernando Pichel, diretor do Serviço de Nutrição e Alimentação do Centro Hospitalar do Porto, é candidato a Bastonário da Ordem dos Nutricionistas que elege o seu futuro representante no próximo dia 12. O Nutricionista, que conta com “três colegas a exercer funções no distrito de Setúbal como elementos candidatos ao Conselho Geral da Ordem pelo Círculo Eleitoral de Lisboa”, concorre contra a atual presidente da Ordem, Alexandra Bento. Fernando Pichel quer ver reconhecidos, aos mais de 4100 nutricionistas nacionais “o prestígio e a excelência” que merecem, garantir a criação de Núcleos Regionais e contribuir para a criação de emprego digno. Além disso, acrescenta, “urge definir as especialidades” da profissão e assegurar o acesso dos cidadãos a serviços de saúde de qualidade, “que obviamente devem integrar nutricionistas”. As eleições para a Ordem dos Nutricionistas decorrem dia 12. ES

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EDITAL N.º 10/2019 ANDRÉ VALENTE MARTINS, PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE SETÚBAL: FAZ PÚBLICO, para efeitos do disposto do art.º 56.º, da Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro, que a Assembleia Municipal de Setúbal, em sessão ordinária realizada em 27 de setembro de 2019 deliberou o seguinte: 1. Aprovar o voto de saudação “Celebração dos 40 anos da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE)”, apresentada pela bancada do PPD/PSD. 2. Aprovar a moção “Sobre o Aeroporto do Montijo e respetivas acessibilidades” apresentada pela bancada da CDU. 3. Aprovar a moção “Preservar o ambiente e a natureza, prevenir alterações climáticas”, apresentada pela bancada da CDU. 4. Aprovar o voto de saudação “Às manifestações em defesa do ambiente no Concelho de Setúbal”, apresentada pela bancada do PAN. 5. Aprovar a recomendação “Instalação de uma rede de bebedouros e pontos de abastecimento de garrafas de água no Concelho de Setúbal”, apresentada pela bancada do PAN. 6. Aprovar a recomendação “Implementação de uma campanha municipal de esterilização de animais de companhia de famílias carenciadas”, apresentada pela bancada do PAN. 7. Reprovar a saudação “À greve climática global – Não há Planeta B”, apresentada pela bancada do BE. 8. Eleger o Presidente da União de Freguesias de Setúbal Rui Manuel do Rosário Canas e o seu substituto, o Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião Nuno Miguel Rodrigues Costa, como representantes das Juntas de Freguesia do Município para participar no XXIV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses, a realizar nos dias 29 e 30 de novembro de 2019, em Vila Real. 9. Aprovar o Regulamento da Comissão de Ambiente, Urbanismo e Mobilidade. 10. Aprovar o Regulamento da Comissão de Educação, Cultura e Questões Sociais. 11. Aprovar o Regulamento da Comissão de Economia, Administração e Finanças. 12. Aprovar o Relatório da Comissão de Ambiente, Urbanismo e Mobilidade sobre propostas de recomendação do PAN – Repensar os procedimentos de gestão do património arbóreo. 13. Aprovar o Anexo A à ata da Comissão de Ambiente, Urbanismo e Mobilidade, da reunião de 26 de junho de 2019 – Recomendação sobre criação de rede municipal de parques para cães. Relatório sobre propostas de recomendação do BE e do PAN – Criação de rede municipal de parques para cães. 14. Aprovar o Relatório da Comissão de Ambiente, Urbanismo e Mobilidade sobre a Proposta de Recomendação do PAN – Alimentação de animais na via e demais lugares públicos. 15. Aprovar o Relatório da Comissão de Ambiente, Urbanismo e Mobilidade sobre a proposta de recomendação do BE – Canil Municipal de Setúbal. 16. Aprovar a Proposta do PSD – Convocar o Secretário Executivo da Área Metropolitana para responder pelas atividades desenvolvidas na área do Município de Setúbal sobre mobilidade e transportes. 17. Aprovar a Deliberação n.º 252/19 – Proposta n.º 11/2019 – DCIRT/DITUR – Ratificação do despacho de alteração da Minuta de Protocolo de Cogestão do Parque de Estacionamento do

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⁄ 04out2019

18. 19. 20. 21. 22.

23. 24. 25. 26. 27. 28. 29.

Creiro, sito no Parque Natural da Arrábida. Aprovar a Deliberação n.º 253/19 – Proposta n.º 12/2019 – DCIRT/DITUR – Celebração de Protocolo entre a APSS e a Câmara Municipal de Setúbal para a gestão e exploração do Parque de Campismo de Setúbal, incluindo a Praia da Gávea e Área adjacente de apoio. Aprovar a Deliberação n.º 300/19 - Proposta n.º 16/2019 – DCIRT/DITUR – Regulamento de Utilização da Ponte-Cais localizada no Portinho da Arrábida, dos Espaços de Amarração do Portinho da Arrábida e do Parque Marinho Luiz Saldanha. Aprovar a Deliberação n.º 306/19 - Proposta n.º 11/2019 – GAF – Transferência de verbas para a Junta de Freguesia de Azeitão no âmbito da execução de obras de requalificação de equipamentos públicos. Aprovar a Deliberação n.º 307/19 - Proposta n.º 12/2019 – GAF – Transferência de verbas para a União de Freguesias de Setúbal no âmbito da execução de obras de requalificação de equipamentos públicos. Aprovar a Deliberação n.º 333/19 – Proposta n.º 47/2019 – DAF/DICOMP/SECOMP – Fornecimento contínuo de gasóleo, para abastecimento das viaturas da frota municipal e da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, para o ano de 2019, ao abrigo da Central Nacional de Compras Municipais (CNCM). Aprovar a Deliberação n.º 335/19 – Proposta n.º 49/2019 – DAF/DICONT – 2.ª Revisão ao Orçamento. Aprovar a Deliberação n.º 336/19 – Proposta n.º 50/2019 – DAF – Empréstimo para financiamento das despesas com redes secundárias de faixas de gestão de combustível. Aprovar a Deliberação n.º 337/19 – Proposta n.º 51/2019 – DAF – Procedimento de abertura da contratação de empréstimo de médio/longo prazo | Investimentos 2019 – Adjudicação. Aprovar a Deliberação n.º 338/19 – Proposta n.º 52/2019 – DAF – Procedimento de abertura da contratação de empréstimo de médio/longo prazo | Habitação social (eficiência energética) – Adjudicação. Aprovar a Deliberação n.º 339/19 – Proposta n.º 53/2019 – DAF – Procedimento de abertura da contratação de empréstimo de médio/longo prazo | IFRRU2020 – Adjudicação. Aprovar a Deliberação n.º 341/19 – Proposta n.º 13/2019 – GAF – Alteração à proposta n.º 01-A/GAF/2017 – Acordos de Execução entre a Câmara Municipal de Setúbal e a União das Freguesias de Setúbal - Gestão e manutenção de espaços verdes. Aprovar a Deliberação n.º 351/19 – Proposta n.º 29/2019 – GAP – Recusa da transferência de competências decorrentes da Lei Quadro n.º 50/2018, para o Município de Setúbal, nos anos de 2019 e 2020 – INCLUSÃO. Para constar se lavrou o presente edital e outros de igual teor que vão ser afixados nos lugares públicos do costume. Paços do Concelho de Setúbal, aos trinta dias do mês de setembro do ano de dois mil e dezanove. O Presidente da Assembleia Municipal, André Valente Martins


LEGISLATIVAS 2019

ESPECIAL ELEIÇÕES

Os últimos cartuchos das eleições de domingo O que valeram as eleições de 2015 Reportagens de campanha Quem pode ganhar e quem pode perder

04out2019 /

⁄5


6 ⁄

⁄ 04out2019

1.126 1,42%

PCTP/MRPP

6.154 25,85%

L/TDA

PCTP/MRPP

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

102 1,54%

146 2,19%

1.064 15,94%

1.278 19,14%

1.309 19,60%

2.235 33,47%

Setúbal PAN

PCTP/MRPP

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

PS

556 1,85%

578 1,93%

4.348 14,51%

5.190 17,32%

7.104 23,70%

9.672 32,37%

nº de votos / percentagem

376 1,66%

PAN PCTP/MRPP

2.969 13,09%

BE 409 1,80%

PCP-PEV

6.313 27,84% 3.042 13,41%

PPD/PSD.CDS-PP

7.727 34,07%

Montijo

nº de votos / percentagem

923 1,57%

1.240 2,11%

8.139 13,83%

9.232 15,68%

PS

8.167 1,93%

1.807 0,43% 1.700 0,40% 1.584 0,37% 1.572 0,37% 1.024 0,24% 561 0,13%

PNR PTP-MAS PURP MPT NC PPM JPP

PAN

PS

PCTP/MRPP

PAN

BE

PCP-PEV

1.094 1,23%

1.866 2,13%

10.860 12,26%

14.461 16,32%

21.943 24,76%

31.773 35,86%

nº de votos / percentagem

126 1,40% PCTP/MRPP

1.116 12,42% 147 1,64%

PPD/PSD.CDS-PP

2.397 26,67% 1.550 17,25%

PAN

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

2.971 33,06%

nº de votos / percentagem

132 2,05% 44 0,68%

PCTP/MRPP

1.010 15,72% 560 8,72%

PS

2.655 41,32% 1.700 26,46%

BE

PPD/PSD.CDS-PP

PCP-PEV

PS

2.676 0,63%

PDR

nº de votos / percentagem

4.277 1,01% 4.124 0,97%

L/TDA

6.721 1,59%

Alcochete

PS

PCTP/MRPP

PAN

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

20.102 34,15%

14.578 24,77%

Sesimbra nº de votos / percentagem

653 1,98%

PAN

Moita

PS

365 1,53%

PCTP/MRPP

4.459 13,30%

PCTP/MRPP

10.640 32,22% 9.102 27,56% 4.995 15,12%

704 2,13%

BE

PPD/PSD.CDS-PP

PCP-PEV

PS

79.606 18,80% 55.276 13,05%

PCTP/MRPP

PAN

BE

PCP-PEV

145.302 34,31% 95.659 22,59%

Alcácer do Sal

nº de votos / percentagem

564 2,37%

3.704 14,17%

3.704 15,56%

PAN

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

Seixal nº de votos / percentagem

74 1,00%

154 2,09%

678 9,19%

Grândola

7.621 32,01%

PAN

PCTP/MRPP

BE

1.371 18,59%

1.966 26,65%

2.668 36,17%

PS PPD/PSD.CDS-PP

nº de votos / percentagem

Distrito de Setúbal

nº de votos / percentagem

1.599 2,01%

10.590 13,34%

PPD/PSD.CDS-PP

PCP-PEV

PS

717 1,66%

PCTP/MRPP

nº de votos / percentagem

767 1,78%

PAN

5.279 12,23%

6.795 15,75%

11.062 25,64%

15.448 35,80%

Roteiro sobre os resultados das legislativas de 2015

PS

18.366 23,14%

14.173 17,85%

PAN

BE

PCP-PEV

PPD/PSD.CDS-PP

Santiago do Cacém

27.058 34,09%

nº de votos / percentagem

154 1,06%

280 1,92%

BE

PPD/PSD.CDS-PP

PCP-PEV

PS

nº de votos / percentagem

Barreiro

PS

PAN

PCTP/MRPP

1.839 12,64%

3.146 21,62%

PPD/PSD.CDS-PP

BE

3.324 22,84%

4.732 32,51%

PCP-PEV

PS

nº de votos / percentagem

LEGISLATIVAS 2019

Apresentamos um guia, concelho a concelho, para que o leitor possa perceber como se comportou o eleitorado do distrito nas últimas eleições legislativas, em 2015, e comparar estes resultados com os que vierem a ocorrer no ato eleitoral do próximo dia 6 de Outubro. O Círculo Eleitoral de Setúbal, elege 18 dos deputados à Assembleia da República, num total de 230, sendo que nas anteriores legislativas no nosso Distrito, o PS elegeu 7 deputados, a coligação PSD-CDS, 5, a CDU, 4 e o BE, 2. Concorrem às eleições do próximo domingo vinte e um partidos ou movimentos políticos.

Almada

Palmela

Sines


LEGISLATIVAS 2019

GRANDE ARRUADA E COMÍCIO DO PS EM SETÚBAL ANIMA FINAL DA CAMPANHA

Candidatos

Onda positiva galvaniza socialistas para um “grande resultado” Eduardo Cabrita

Eurídice Pereira

João Galamba

Ricardo Mourinho Félix

Ana Catarina Mendes

O fecho de campanha socialista em Setúbal provou que há uma onda de entusiasmo nas hostes do partido da rosa. Antes do grande comício com António Costa (ontem, quinta-feira), a arruada na baixa foi convincente. Muita mobilização militante e boa aceitação na rua e no comércio. TEXTO RAUL TAVARES IMAGEM DR Já passa das 18 horas, e não há muitos transeuntes nas ruas. Mas a aceitação é geral, aceitam as rosas, os panfletos, fazem perguntas e garantem o voto. “Muito melhor que há quatro anos atrás, diz Ana Catarina Mendes, cabeça-de-lista do PS às eleições de 6 de Outubro. Depois explica: “A aceitação das pessoas é o que mais confirma a esperança que temos de um grande resultado no próximo domingo”. A líder socialista segue na frente da arruada, entra no comércio local, aproveita os mimos e dá respostas. Há um homem de 70 anos com medo de ser despejado já no próximo ano, após contrato de arrendamento de cinco. “Já fui ameaçado pelo senhorio de que isso ia acontecer. A lei permite isso? Confronta a deputada e braço direito de António Costa na cúpula do partido. A resposta segue quentinha. “Com a alteração que o PS fez na Lei do Arrendamento não é possível isso acontecer com a sua idade”. Muda o semblante do interlocutor: “A que horas começa o comício, estarei lá. Foi um prazer conhecê-la. A passada é lenta. Estão presentes os deputados eleitos, alguns membros do governo, e até o eurodeputado, Pedro Marques. O grupo mais afoito grita “PS… PS”, as bandeiras agitam-se de quando

Catarina Marcelino

Maria Antónia Almeida Santos

Filipe Pacheco Todos os candidatos privilegiam o contacto direto com as populações e o movimento associativo

em vez, pedem-se rosas. A cabeça de lista é a única que entra nos estabelecimentos. Ao jeito de cicerone, seguem-se-lhe responsáveis da concelhia de Setúbal do partido. Em jeito de brincadeira, uma jovem empregada de balcão atira: “Eu sou pelo Tino de Rãs”, depois desfaz-se em encómios ao afirmar-se socialista de alma e coração. Soltam-se os sorrisos, e segue a caminhada pelas ruelas estreitas da baixa sadina. Onda positiva porque o PS “vai fazer mais e melhor” A habitual timidez de Ana Catarina Mendes transforma-se no palco da rua. “O partido está mobilizado e, aqui, no distrito, é o que vê. Fizemos uma campanha próxima das pessoas, muitas delas agradecem por termos conseguido o aumento de rendimentos, de lhes melhorar a vida, lembram essa medida fundamental do Passe Navegante. Depois, repare, só no distrito há menos 17 mil desempregados e sente-se a esperança das pessoas em acharem que um novo governo socialista pode ainda fazer mais e melhor”, explica à reportagem do Semmais. O entusiasmo e as expetativas trespassam a arruada. O presidente da federação, António Mendes, quer ser cauteloso, mas deixa sair: “Há razões para acreditar numa grande vitória”, com mais eleitos e maior votação. Antes o presidente da Câmara de

Montijo, Nuno Canta, já garantia a pedalada final. “Tem sido assim ao longo da campanha. Sente-se que as pessoas estão com o PS e reconhecem o trabalho feito por este Governo. Não tenho dúvidas de que esse será o efeito surpresa destas eleições”. Também o mandatário distrital da campanha socialista está convicto numa grande vitória. Fala mesmo numa “onda positiva” que tem acompanhado “e crescido” de dia para dia. “O que mais fica é a aceitação das pessoas ao trabalho do nosso governo”, afirma o ainda secretário de estado da Educação, João Costa. Largo do Bocage foi pequeno para tão grande convicção socialista A passada aperta. O dia foi longo, com uma jornada matinal na estação fluvial da Transtejo, no Cais do Seixalinho, e uma visita demorada à empresa “Jacons”, no Montijo, que produz hortênsias de grande qualidade, 50% das quais para exportação. E, mais importante, o palco instalado no Largo do Bocage, preparado para receber António Costa e o ministro Centeno num comício que se prevê cheiinho, já tem lugares marcados. “É uma arruada como há muito tempo não se via por aqui, e a escolha do camarada Costa para vir quase encerrar a campanha em Setúbal, é a prova que vamos ganhar por muitos”, sentencia um militante anónimo.

André Pinotes

Sofia Araújo

PS deverá subir votação e pode chegar a nove eleitos Os socialistas do distrito têm razões para acreditar numa grande vitória, já que as últimas sondagens indicam um crescimento assinalável do número de votos a conquistar e, pelo menos, a eleição de mais dois mandatos. Ou seja, passará de sete para nove eleitos. A fazer fé na campanha de rua, que confirmou não só uma grande mobilização interna, como uma boa aceitação do eleitorado, os socialistas podem mesmo chegar a um resultado histórico.

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LEGISLATIVAS 2019

Candidatos

SOCIAIS DEMOCRATAS ADMITEM TRABALHAR COM QUEM FICAR EM SEGUNDO

Nuno Carvalho vê no horizonte uma vitória do PSD Fernando Negrão

Fernanda Velez

Bruno Vasconcelos

Tiago Santos Nuno Carvalho

Lina Gonzalez

Paulo Ribeiro

Sónia dos Reis

Andreia Silva e Sousa

O cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Setúbal confia que os votos vão ser claros e que o PSD vai vencer as eleições de domingo. Nuno Carvalho desvaloriza os resultados das sondagens e admite que as prioridades, para o distrito, passam por áreas estruturantes como a saúde, a mobilidade e a reorganização do território. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGENS DR

João Figueiredo

PSD derrapa em número de votos e pode perder um lugar Apesar de alguns ganhos na fase final da campanha nacional do PSD de Rui Rio, os social-democratas devem perder um mandato pelo Círculo Eleitoral de Setúbal (dois se se contar com o eleito do CDS-PP na coligação de direita de há quatro anos), fixandose na eleição de três deputados. As polémicas intestinas ao nível da distrital do PSD também não ajudaram à mobilização das hostes. Acrescentese a subida do PAN, que pode ganhar um mandato.

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Numa campanha que “tem corrido bastante bem”, e que foi assente “nos eixos que consideramos mais importantes e prioritários para a região”, Nuno Carvalho não tem tido dificuldade em dar-se a conhecer ao eleitorado. O cabeça de lista do PSD pelo círculo de setúbal diz-se “alheio” a quaisquer “conversas de bastidores” por estar “focado e determinado em ajudar o PSD a ganhar as eleições legislativas”. Fomos encontrar o conselheiro nacional do PSD, e vereador sem pelouros na câmara de Setúbal, num contacto com jovens estudantes no Instituto Politécnico de Setúbal. A abordagem contou, como sempre, com uma comitiva expressiva que integra vários elementos da JSD. PSD quer devolver à região o estatuto de NUT III Quanto ao discurso, “é acertivo e sucinto”; “Temos que dar prioridade àquilo a que as pessoas e as empresas dão prioridade. É o caso da saúde, dos transportes públicos e de um outro tema, que se tornou mais transversal, que tem a ver com aquilo que é a reorganização do mapa dos fundos comunitários”.

O cabeça de lista tem-se “desdobrado” para participar em todas as ações de campanha no distrito

Nuno Carvalho é “apologista” da criação de uma NUT III para a Península de Setúbal, de forma a que a região “não esteja excluída da atribuição de fundos comunitários ao nível que atualmente está”. Trata-se do regresso a uma realidade “que já existia quando nos estávamos na região de Lisboa e Vale do Tejo e que, com a conversão para a Área Metropolitana de Lisboa, fez com que Setúbal perdesse essa categoria de NUT III deixando de ter existência estatística”. A área da saúde é outra das prioridades dos social democratas do distrito que propõem, “além de um investimento forte e de um plano, efetivamente estratégico”, o reforço de meios humanos e materiais “adaptados às diferentes realidades”, quer do Litoral Alentejano quer da Península. “Temos que insistir nos incentivos para conseguir contratar médicos, porque há muitas vagas por preencher”, lamenta. PSD quer recuperar fiabilidade de linhas que sempre foram de excelência Nuno Carvalho pode ser “estreante” nas lides das legislativas, mas “conhece de cor” os problemas que mais afetam o distrito onde vive. Garante que “um partido que queira fazer a diferença e zelar pelos interesses das suas populações tem de as ouvir”. E parece que durante toda a campanha o tema dos transportes “foi dos mais ouvidos”. “Temos que voltar a ganhar a confiança dos utentes dos transportes pú-

blicos. Tem que voltar a haver fiabilidades nalgumas das linhas que sempre foram consideradas quase como que linhas exemplares”. Estão neste lote a Fertagus e a Soflusa. “As pessoas não conseguem ter uma regularidade de transporte e isso afeta a sua vida pessoal, o seu dia a dia e a sua vida profissional”, sublinhou. Descartando a hipótese de uma vitória, “e muito menos de uma maioria” do partido socialista Nuno Carvalho acredita no “bom senso” dos eleitores que irão “dar a vitória ao PSD”. “Podemos não ter um défice muito grande no orçamento de estado, mas temos um défice muito grande nos serviços do estado, e é isso que é importante pôr em ordem e fazer com que o estado cumpra com o seu dever. E nós conseguimos fazer isso”. O PSD “está aqui para disputar as eleições, portanto o que eu vejo no horizonte é uma vitória do PSD e que aquilo que hoje é a diferença que se reflete nalgumas sondagens, que valem o que valem, denota que ninguém pode colocar de parte uma vitória do PSD”. Com a campanha eleitoral no fim, e a expetativa elevada, Nuno Carvalho abre a porta ao trabalho de “suporte”. “Se porventura tivermos que trabalhar com o partido que ficar em segundo, trabalharemos. Se não for possível trabalharemos com o terceiro e por aí em diante”. O que interessa, diz com voz firme, “é o PSD ficar em primeiro lugar e o distrito ter um resultado bastante expressivo”.


LEGISLATIVAS 2019

FRANCISCO LOPES ALERTA EM COMÍCIO NO FORUM LUÍSA TODI

Candidatos

“É bom que não haja maioria absoluta do Partido Socialista” Paula Santos

José Luís Ferreira

Bruno Dias

Susana Espada Francisco Lopes

Francisco Lopes diz que a redução do preço do passe social, medida implementada pelo atual Governo, é a prova de que os comunistas batalham e conquistam importantes medidas em prol dos interesses do povo e dos trabalhadores. A seu ver, só com o reforço de votos na CDU é possível continuar a melhorar as condições de vida a toda a população. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGENS DR O cabeça de lista da CDU ao círculo eleitoral de Setúbal, Francisco Lopes, considera que a redução dos preços dos passes sociais, nesta legislatura, é uma conquista “fundamental” para quem se desloca diariamente para ir trabalhar para Lisboa e uma “vitória da CDU”, porque isso permite a uma família “poupar 93 euros por mês”. E relembra que enquanto o PS, PSD e CDS votaram contra esta redução e o BE se absteve, em legislaturas anteriores, a CDU não desistiu e conseguiu “uma importante medida” em prol da população com a redução dos preços dos passes sociais. “O compromisso que temos com os trabalhadores e com a população é no sentido de haver melhorias e defender os direitos dos trabalhadores e do povo português. Partimos para estas eleições, pois, com boas expetativas e queremos reforçar a nossa votação no distrito de Setúbal e ultrapassar os 4 atuais deputados eleitos que temos”, revelou Francisco Lopes ao Semmais Jornal, pouco antes do início do comício que teve lugar no Forum Luísa Todi, em Setúbal, na noite do dia 2, em que marcou presença o secretário-geral dos comunistas, Jerónimo de Sousa. Com a campanha eleitoral a decor-

Rui Higino

Margarida Botelho

João Pedro Figueiredo Os comícios de Setúbal e Almada contaram com casa cheia de militantes e simpatizante

rer em “crescendo e com grande intensidade”, Francisco Lopes sublinha que a mensagem transmitida à população e aos trabalhadores “é a de decidir entre avançar no que é preciso fazer pelos direitos dos trabalhadores e do povo, dando mais força à CDU para concretizar uma política alternativa, ou andar para trás não só no que neste período se repôs e conquistou como em muitas outras matérias, ficando o PS, sozinho ou com o PSD e CDS, com as mãos livres para fazer o que sempre fez”. “Envolvência muito significativa” A campanha da CDU no distrito esteve focada essencialmente em contactos com empresas, trabalhadores e população, onde a envolvência das pessoas foi “muito significativa”, adiantou, acrescentando que nas questões laborais, ”o PS aliou-se ao PSD e ao CDS e aos interesses dos grandes grupos económicos, pelo que é fundamental dar mais força à CDU que está sempre a lutar pelos interesses dos trabalhadores e, também, para termos mais força para combater aquilo que é negativo na nossa sociedade”. E é preciso dar, também, mais força à CDU, para que “não haja uma maioria absoluta do PS e para que não se volte à velha política de sempre. “O nosso compromisso não é com o PS, mas sim com os trabalhadores. Quanto mais força tiver a CDU mais condições teremos para avançar com melhores medidas para a população”, sublinhou, recordando que

é “fundamental” haver “melhores salários, melhores pensões e valorização do serviço nacional de saúde”. Para Francisco Lopes, a estratégia de desenvolvimento da CDU para o distrito aposta “na produção nacional e nas grandes infraestruturas”, como é o caso da construção do novo aeroporto em Alcochete, e não no Montijo como está planeado, e da terceira ponte do Tejo”. Além disso, os comunistas defendem para a região “mais e melhores transportes públicos, o aproveitamento das potencialidades do Arco Ribeirinho Sul e do Complexo Industrial de Sines, mais médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, e a construção do novo Hospital do Seixal”, entre outros. O aumento da captura das quotas de sardinha, creches gratuitas para as crianças até aos 3 anos, o aumento do salário mínimo nacional para os 850 euros e o aumento das pensões são outros compromissos da CDU para o futuro. O comício que decorreu com casa cheia, onde centenas de pessoas empunhavam bandeiras com o slogam “Mais Força à CDU”, foi animado pelo cantor Jorge Nice. Durante o encontro usaram, ainda, da palavra o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa; a edil setubalense Maria das Dores Meira; José Luís Ferreira, da comissão executiva do Partido Ecologista “Os Verdes”; Luís Leitão, mandatário da CDU; e Viviana Nunes, vice-presidente da Intervenção Democrática.

Ana Baliza

Nuno Amaro

CDU entra com dúvidas na eleição do quarto mandato A CDU pode vir a perder um dos seus quatro lugares no Parlamento, o que confirma a quebra, por arrasto, que é esperada a nível nacional, com os socialistas a capitalizarem a perda deste eleitorado. Ainda assim, em termos de número de votos, a descida da coligação PCP/ Os Verdes, não será tão acentuada neste distrito onde ainda reina no plano autárquico. O conservadorismo do eleitorado fiel a esta força política pode fazer-se sentir à boca da urna.

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LEGISLATIVAS 2019

Candidatos

JOANA MORTÁGUA SONHA EM SUPERAR OS DOIS DEPUTADOS ELEITOS

“Espero que as pessoas reconheçam o trabalho do BE”

Sandra Cunha

Daniel Bernardino

Diana Santos

Francisco Morais Joana Mortágua

Joaquim Raminhos

Sofia Figueiredo

Carlos Oliveira

Bruno Candeias

A revisão das leis laborais, a construção do novo Hospital do Seixal e o alargamento do Metro Sul do Tejo a todo o Arco Ribeirinho Sul são alguns dos ‘cavalos de batalha’ do BE para a região. A líder por Setúbal, Joana Mortágua, gostaria que a população reconhecesse o trabalho dos bloquistas para que fossem superados os dois deputados eleitos. TEXTO ANTÓNIO LUÍS IMAGENS DR

Inês Bom

Bloquistas devem conseguir manter os seus dois deputados O partido de Catarina Martins deve manter os dois lugares no Parlamento eleitos por Setúbal, registando-se, também, um número de votos mais ou menos similar ao conseguido nas eleições legislativas de 2015. Os bloquistas de Setúbal, liderados por Joana Mortágua, devem, assim, conseguir escapar a uma certa erosão provocada pelo PS aos seus parceiros de esquerda, que fizeram parte da “Gerigonça”.

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A Visteon é uma “grande empresa” que trabalha em “laboração contínua”, a qual só deve existir em caso de “extrema necessidade” e, na Autoeuropa, o Bloco de Esquerda opôs-se ao prolongamento do turno de domingo. São ideias de Joana Mortágua, cabeça de lista do BE pelo Círculo Eleitoral do Distrito de Setúbal, às Legislativas deste domingo, que sublinha que “as leis permitiram desregular os horários e não permitem que a contratação coletiva volte a ter a força que tinha”. E foi à porta da Visteon Portuguesa, no concelho de Palmela, que encontrámos Joana Mortágua acompanhada de restante comitiva com bandeiras a esvoaçar e panfletos para entregar aos trabalhadores. À saída do turno da tarde, Joana Mortágua recebeu elogios de uma trabalhadora que confessou que gostava que o BE ganhasse mas, “quem deve ganhar é o PS e em segundo fica o PSD”, vaticinou a trabalhadora da Visteon. A campanha eleitoral do BE na região, que se centrou essencialmente em contatos com os trabalhadores, à porta das empresas, e com a população, nas ruas e nos mercados, teve “muito boa” recetividade. As perspetivas apontam para um “crescimento” do BE na região

O BE contactou trabalhadores nas empresas e população em geral nos mercados locais

para superar os dois deputados eleitos na região. Joana Mortágua realça que as pessoas sentem “um grande carinho” pelo nosso partido. “As pessoas têm perguntado se o PS vai ou não ter maioria absoluta, se o BE vai ou não ter mais força para acondicionar à esquerda o futuro Governo, seja ele qual for, com propostas no Parlamento, como sempre fizemos”. Cinco áreas prioritárias Os grandes compromissos eleitorais do BE para o distrito de Setúbal estão focados nas áreas da habitação, transportes, ambiente, emprego e saúde. “Espero que as pessoas do distrito reconheçam o nosso trabalho e que haja vontade para que o Parlamento continue a ter uma voz determinante à esquerda. Temos de fazer mais do que aquilo que fez a ‘Geringonça’. O BE está disponível para o diálogo para que haja melhor qualidade de vida das pessoas”. Na habitação, Joana Mortágua diz que “a crise imobiliária que aconteceu em Lisboa aconteceu sem que os poderes públicos tomassem as medidas necessárias para evitar milhares de despejos” enquanto que, na margem sul, “todos os indicadores nos dizem que os preços das casas, na periferia, estão a subir muito mais rapidamente do que em Lisboa. É preciso ter um olhar muito atento para isso porque poderemos vir a ter uma crise muito grande na classe média em Setúbal quando já existe uma

crise de habitação na classe pobre porque devido à falta de resposta de habitação social no distrito de Setúbal. Nos transportes, a bloquista destaca a “conquista da redução dos preços dos passes sociais, uma medida pela qual lutámos bastante. Agora é preciso lutar para que haja muito mais investimento no transporte público de qualidade”, sublinhando que é “bem-vindo” o prolongamento do Metro Sul do Tejo em todo o Arco Ribeirinho Sul, por forma “a rentabilizar melhor este investimento”. No que concerne ao ambiente, Joana Mortágua considera que é fundamental “a criação de mais de uma dezena de milhares de postos de trabalho” no distrito de Setúbal, na “transição energética”, ou seja, o “País tem que se preparar para deixar de depender de combustíveis fósseis e deixar de produzir energia poluente. Tem de haver uma revolução do ponto de vista das energias renováveis, sobretudo energia solar, e isso significa que o distrito de Setúbal assume um papel muito importante na produção energética e na indústria. O Governo tem de atrair investimento público para que isso aconteça porque nós temos das indústrias mais poluentes do País como da Europa. Temos aqui uma pegada ecológica muito grande para determinar”. A construção do novo Hospital do Seixal e a melhoria dos cuidados de saúde primários, com o reforço de mais médicos nos centros de saúde são as grandes reivindicações do BE para a região na área da saúde.


LESGISLATIVAS 2019

Candidatos

EM CAMPANHA NA ESTAÇÃO FLUVIAL DO SEIXAL

CDS-PP “chama” os privados à equação dos transportes Patrícia Figueira

Ana Clara Birrento

João Merino

José Coutinho Nuno Magalhães

Nuno Magalhães tem a firme convicção de que uma vitória do PS, nas legislativas, “será má para o país”. Numa campanha “intensa” o cabeça de lista do CDS-PP por Setúbal esclareceu o eleitorado sobre as propostas dos centristas em relação ao setor dos transportes e à necessidade de excluir a Formação e o Ensino Superior da NUT II. TEXTO ELOÍSA SILVA IMAGENS DR A hora ainda não era de ponta, mas a comitiva distrital do CDS-PP já estava pronta para acolher, “com um abraço e um saco de pano azul com folhetos e canetas”, os utentes do barco que saiu de Lisboa às 17h30 com destino ao terminal fluvial do Seixal. “O CDS tem, ao nível dos transportes, uma proposta distintiva de todos os outros partidos, que é abrir, também, aos privados, dentro das mesmas condições, a possibilidade de integrar a oferta. E olhe que há muitos privados interessados”, garante Nuno Magalhães ao Semmais enquanto se posiciona em frente ao cais para abordar os passageiros. Num discurso descontraído, mas focado no objetivo do “voto útil”, o cabeça de lista do CDS-PP por Setúbal clarifica, já na presença de um popular que, entretanto, se aproximou da comitiva “azul”, que com a inclusão dos privados no setor dos transportes “aumentaria a oferta e requeria que tivesse que haver reajustamentos ao nível dos cais e das rotas, mas isso faz-se com alguma rapidez. Paralelamente, e com o investimento público que é necessário injetar na frota, mas que segundo o próprio governo só em 2022 ou 2023 é que será concluído, era uma forma de, em seis meses resolver, aquilo que o governo admite que só

Marlene Pires Abrantes

João Teixeira

Na rua, Nuno Magalhães, tem recebido elogios, mas também pedidos, da população do distrito

pode ser resolvido em quatro anos”. A segurança, a questão da integração do distrito na NUT II de Lisboa e a saúde são outras das bandeiras desta campanha do CDS, que tem percorrido os recantos do distrito. Só não passou pelo hospital do Seixal porque “quatro anos depois deste governo aprovar o orçamento, onde constava o hospital do Seixal, o mesmo não saiu do papel”, ironizou o candidato para quem, também na área da saúde, fazia sentido abrir a porta aos privados. “É “inadmissível” haver pessoas à espera de consultas no serviço público “quando há capacidade no privado e no setor social, para dar resposta”. Acompanhando, com o olhar, os passos dos utentes acabados de descer do Barco “Tejo”, Nuno Magalhães ainda quis ressalvar outro aspeto sobre as medidas que o seu partido defende e que colide com um dos temas mais referidos em todas as campanhas eleitorais, mas cuja solução pretendida “nenhum partido pode prometer no imediato”. “Muito se fala da exclusão da região de Setúbal da NUT II da Área Metropolitana de Lisboa, mas isso depende de uma negociação com Bruxelas. O que o CDS propõe é que se possa negociar não a exclusão de Setúbal da NUT II, mas, sim, a exclusão de determinadas áreas que são prioritárias para o distrito, como é o caso da Formação Profissional e do Ensino Superior”. “A Formação tem que ser muitíssimo alterada. Tem que haver uma espécie de revolução na formação profissional que tem de passar a ser muito mais prática e virada para as empresas e res-

pondendo às suas necessidades em termos de mão de obra”. Retirando estas áreas da alçada da NUT II “poderíamos ver garantidos mais fundos europeus que, em conjunto com investimento do orçamento de estado, poderiam fazer a diferença”. Já no que concerne à segurança, ou à falta dela, Nuno Magalhães revela que a situação está pior que há quatro anos. “Temos menos agentes, menos militares e menos inspetores que no tempo da Troika”. A Polícia Judiciária, por exemplo, que tem o crime grave e violento como competência exclusiva, “cobre o distrito todo mais o concelho de Odemira e hoje tem 38 operacionais contra os 50 que tinha há quatro anos. Precisamos de mais profissionais em todas as áreas”, retorquiu. Esta mudança de paradigma só pode acontecer, argumenta Nuno Magalhães, “com o voto no CDS-PP”. “As sondagens nunca foram muito favoráveis, mas as pessoas sabem que é mau para o país que o PS ganhe e pior ainda será se for com maioria absoluta porque sabemos que o PS, mesmo sem maioria absoluta, muitas vezes atua como se tivesse poder absoluto”. Em jeito de conclusão, e já dividindo atenções entre a nossa reportagem e a população que o aguardava à saída do cais, Nuno Magalhães deixou um apelo “àqueles que são de centro e de direita e que não querem dar mais força aos partidos da esquerda”, para que votem no CDS-PP. “Saibam que o voto verdadeiramente útil, neste distrito, é no CDS que está a discutir com os partidos da esquerda”.

Linda Oliveira

Maria Filomena Rodrigues

Carlos Luís

CDS-PP pode perder mandato e não segura Nuno Magalhães Tudo indica que os esforços que Assunção Cristas fez, durante a campanha eleitoral, para manter o seu deputado por Setúbal, Nuno Magalhães, não terão sido suficientes. O cabeça de lista dos centristas, em Setúbal, foi eleito na coligação PSD/ CDS-PP, nas eleições de 2015, mas deverá cair por arrasto de uma queda significativa por parte do seu partido a nível nacional. Desta forma, a confirmar-se estas tendências, a direita perderá, em Setúbal, dois mandatos.

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LEGISLATIVAS 2019

PAN pode ser surpresa e conquistar mandato

Voto antecipado com taxa de participação de 87%

A tendência de crescimento do PAN pode resultar na eleição de um deputado por Setúbal. É o caso da cabeça de lista, Cristina Rodrigues, advogada, do Seixal. O PAN – Partido Animais e Natureza - pode ser uma das grandes surpresas da noite eleitoral do próximo domingo, no que toca ao Círculo Eleitoral de Setúbal, podendo mesmo vir a conquistar um mandato. Está em causa a possibilidade de eleição de Cristina Rodrigues, cabeça de lista do partido que se estreou nas últimas legislativas, e que, em Setúbal, conquistou 8.167 votos (1.93%) assumindo o quinto lugar das forças políticas no distrito. Cristina Rodrigues, é chefe de gabinete do Grupo Parlamentar e membro da Comissão Política do partido. Licenciada em direito pela Universidade Nova de Lisboa, onde tirou mestrado em Ciências Jurídicas, tem 34 anos de idade, nasceu em Lisboa, mas vive no Seixal. Nas últimas autárquicas foi candidata pelo PAN à Câmara de Sintra. Segundo notícias divulgadas por alguma imprensa, Cristina Rodrigues, advogada pro bono de vítimas de violência doméstica,

- Saber onde votar

Cristiana Rodrigues (à direita) percorreu o distrito em ações de campanha

viu-se envolvida, o ano passado, numa polémica ligada ao grupo de Intervenção e Resgate Animal (IRA), um grupo radical que

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Nas eleições europeias deste ano os portugueses puderam utilizar, pela primeira vez, a alternativa do voto antecipado em mobilidade e sem necessidade de justificação. A adesão foi forte e o Ministério da Administração Interna reforçou o sistema para, nas legislativas, tentar evitar filas e constrangimentos. No distrito de Setúbal 2398 eleitores inscreveram-se para esta votação antecipada e, nas cinco mesas constituídas, foram depositados 2090 votos efetivos. Significa isto que 87, 16% dos eleitores do distrito já exerceram o ser direito de voto. Os restantes poderão, e deverão, fazê-lo no próximo domingo.

alegadamente invadia residências particulares para recolher animais domésticos vítimas de maus-tratos.

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Todos os eleitores, maiores de 18 anos, são chamados a participar neste 16º ato de democracia que, a cada ano, está mais facilitado. Para isso basta apresentar o cartão de cidadão no local e secção de voto correspondente. Para saber onde votar os eleitores podem utilizar a linha de apoio 800 206 206, enviar uma mensagem de texto para o número 3838 ou aceder ao site recenseamento.mai.gov. pt, introduzir o número de iden-

tificação civil e a data de nascimento. Na memória de todos ainda persistem os valores relativos à abstenção registada nas últimas eleições europeias (64,80%) pelo que o apelo dos últimos dias dos candidatos às legislativas é feito em uníssono; “Não importa em quem, mas importa que vote”.


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OPINIÃO

É o seu Voto que Decide

EDITORIAL

ATUALIDADE BRUNO RIBEIRO BARATA AUTARCA DO PS SEIXAL E CANDIDATO A DEPUTADO PELO DISTRITO DE SETÚBAL RAUL TAVARES DIRETOR

A NUT da nossa indignação Há razões substantivas para que a Península de Setúbal reclame uma diferenciação positiva ao nível do acesso aos fundos comunitários, no quadro da sua pertença à NUT II Lisboa. A importância estratégica da região em toda a Área Metropolitana de Lisboa é um fator decisivo. A sua área territorial, o número de empresas instaladas, a criação de emprego e outros itens, aferem a sua dimensão. Mas continua a ser uma região com um Produto Interno Bruto per capita abaixo da Grande Lisboa, a norte do Tejo. E, por isso, não é uma região rica, antes pelo contrário. Colocada no mesmo saco, tem perdido milhões de fundos comunitários e majorações que poderiam ajudar a dinamizar ainda mais as suas potencialidades endógenas. Foi um assunto central, aliás, desta campanha eleitoral, em que todas as forças partidárias foram obrigadas a abordar o assunto. Não é fácil a sua resolução, mas já se percebeu (ver página 2) que é possível contornar os efeitos orgânicos e estatísticos desta abusiva comparação entre duas regiões que apresentam um desenvolvimento tão assimétrico. O Governo deu agora um primeiro passo, é preciso mais. Julgo, mesmo, que a Península, pela sua dimensão e potencialidades, poderia constituir-se numa NUT autónoma, mas enquanto isso não acontece, e parece longe de acontecer, a discriminação positiva no que toca ao acesso aos fundos comunitários é uma saída. Não esqueçamos que está em curso a negociação da estratégia Portugal 2030, na qual será gizado todo o plano de fundos comunitários. Com os investimentos públicos previstos, nomeadamente o novo Aeroporto do Montijo, é decisivo não deixar desamparado quem quer continuar a investir no futuro desta região.

“O diabo é um otimista se acredita que pode piorar as pessoas.” Kraus, Karl NO MEU último artigo falei-vos sobre os Programas Eleitorais Icebergue em que a maioria das propostas dos Partidos não vem à tona da opinião pública, hoje falo-vos do “buraco negro” do cenário macroeconómico proposto pelo PSD e da importância do PS para o desenvolvimento do nosso distrito de Setúbal. 1. Na guerra “o meu Centeno é melhor que o teu”, importa referir que o Joaquim Sarmento (que seria o Ministro das Finanças do PSD caso vencesse as eleições) propôs1 no início de 2019:

a. Aumento do IRS em 40 euros para 2,5 milhões das famílias mais pobres; b. Aumento do IRC para as 302 mil empresas que não pagam IRC; c. Aumento da taxa de IVA da restauração de 13% para 23%; d. Congelamento de salários e prestações sociais. Passados uns meses vem, o mesmo Joaquim Sarmento na construção do cenário macroeconómico do PSD, propor um plano radical de redução de receita do Estado e uma promessa de quase duplicação do investimento público entre 2019 e 2023. Acontece que neste cenário faltam 4.750 milhões de euros (a que correspondem

2,3% PIB), e como seria colmatado este buraco negro? Fácil, com as propostas de Joaquim Sarmento acima identificadas, pois é, viria mesmo aí o diabo da direita com o tridente escondido para nos castigar como entre 2011 e 2015. 2. Estes últimos 4 anos foram anos de reposição de direitos, rendimentos, contas certas, criação de emprego que muito beneficiaram os cidadãos do distrito de Setúbal. Para a nova legislatura as propostas do PS para o distrito de Setúbal são determinantes para criar mais desenvolvimento e qualidade de vida, colocando o distrito como referência de modernidade: a criação do aero-

porto do Montijo, a recuperação do arco ribeirinho sul, o investimento nas infraestruturas portuárias e o aumento da oferta de transportes públicos, são medidas chave para alcançar o nosso forte objetivo e compromisso com as populações para melhorar significativamente a qualidade de vida no nosso distrito de Setúbal, porque para o PS as pessoas estão sempre em primeiro lugar. No próximo Domingo, não falte, escolha o que quer para nosso país e Distrito e Vote! É o seu Voto que Decide. 1

Em “A Reforma das Finanças Pú-

blicas em Portugal” de Joaquim Miranda Sarmento

Estranha forma de vida. Cinco contributos. TURISMO SEMMAIS JORGE HUMBERTO COLABORADOR UM. Política, desaparições e achamentos. Um dos maiores partidos portugueses vai eleger o seu candidato a primeiro-ministro. Sempre foi assim. Desta vez quase que sabemos qual é. Entretanto o grande tema da campanha, “para variar”, não é o futuro do país. E ainda menos o contraste de ideias ou de projetos ou, até como agora é hábito, de números. Sim, porque cada proposta vem, e como deve ser, acompanhada de um número. Que evidentemente pode ser cativado logo de seguida. O grande tema foi afinal, contra todas as expetativas, o desaparecimento e o achamento de armamento. Chamam-lhe o “caso de Tancos”. Infelizmente aqui, neste mistério nacional, não existe nem o rigor dos números (ninguém parece saber exatamente o que desapareceu e o que, depois, foi achado) nem os

procedimentos que permitiram tal coisa. Estranha forma de vida (ou de desaparecimento).

tará? Tendo em atenção o que continuamos, ano após ano, a pagar, deve estar no nosso bolso. Estranha forma de vida.

Dois. Banca e fundo de colchão. Três. Impostos e limites. Os bancos e os banqueiros sempre foram sinónimos de confiança. Reputação, boa, era com eles. Da sua fortaleza de credibilidade davam lições a meio país. Tudo neles, da gravata ao fato passando pela pose, remetia para a confiança. E assim, a custo, lá deixámos o fundo do colchão e passámos a ter uma conta no banco. Confiantes naquele ar sério dos banqueiros. Quanto mais sisudos mais credíveis. De repente, “e não mais do que de repente”, nada era o que parecia. Afinal o dinheiro (o nosso) fazia longas viagens a caminho de offshores: paraísos fiscais que afinal eram infernos reais. E nessas viagens muito desse dinheiro simplesmente desapareceu. Onde es-

Qualquer que venha a ser o futuro primeiro-ministro uma coisa sabemos: os impostos vão baixar. Basta estar atento aos discursos da campanha. Não apenas vai haver uma “baixa” de impostos como uma baixa de sacrifícios e, já não era sem tempo, o fim da austeridade. Em maré de achamentos esperemos que alguém ache este futuro. E que faça contas para a “baixa” não se tornar, mais uma vez, uma “alta”. Estranha forma de vida (ou de economia). Quatro. Educação. A educação é o que nos resta para sermos alguém como país e como projeto de socie-

dade. Eu sei que parece um lugar-comum. Mas sem essa educação nunca seremos mais sofisticados, mais cultos, mais complexos e mais capazes. Em linguagem de economês: mais competitivos. Por isso investir em educação nunca é uma despesa. É sempre um olhar sobre o longo prazo. O tal prazo que é já amanhã. Estranha forma de vida. Cinco. Fado e futebol. Eis as duas “coisas” que nunca falham. Novos fadistas a cantarem os temas de sempre. E, um simulacro de campeonato onde sempre os mesmos discutem quem ganha. O fado e o futebol são assim a imagem de um país onde pouco muda a não ser a esperança num qualquer dom Sebastião. Quando o verdadeiro dom Sebastião somos nós, cada um de nós: os cidadãos. Estranha forma de vida.

/ Ficha Técnica Diretor Raul Tavares / Editora-Chefe Eloísa Silva / Redação Anabela Ventura, António Luís, Carlos Ribeiro, Cristina Martins, José Bento Amaro, Marta David / Coordenação Comercial Cristina Almeida / Direção de arte Pedro Frade / Design de comunicação Teresa Fortalezas | EDUGEP Digital Solutions www.edugep.pt / Serviços Administrativos e Financeiros Mila Oliveira / Distribuição VASP e Maiscom, Lda / Propriedade e Editor Maiscom Edição e Publicações, Unipessoal, Lda; NIPC 513 409 246 / Capital Social Raul Manuel Tavares Pereira (100%) / Redação Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. E-mail: publicidade.semmais@mediasado.pt; Semmaisjornal@gmail.com / Telefone: 93 53 88 102 / Impressão Empresa Gráfica Funchalense, SA. Rua Capela Nossa Senhora da Conceição, 50 - Moralena 2715-029 - Pêro Pinheiro / Tiragem 20.000 (média semanal) / Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

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OPINIÃO

Terminal no Montijo não é o Aeroporto que o País, as Populações e a Região precisam. FIO DE PRUMO

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JORGE SANTOS JORNALISTA

JOAQUIM SANTOS PRESIDENTE DA CM SEIXAL

Rotinas NÃO nos cansamos de dizer que tudo fazemos para que o nosso dia-a-dia não seja marcado de modo rotineiro, quer no que ao labor diz respeito, quer quando estamos em período de descanso. É certo que todos os dias surgem situações novas, mas o nosso modo de proceder está inserido numa habituação que acaba por meter tudo no mesmo carreirinho para que não sejamos obrigados a um maior esforço intelectual e também físico. Uma das situações, que não é nova – já tem quase meio século e convém dizer que antes só os privilegiados podiam votar – é a campanha eleitoral que normalmente nada nos traz de novo – para não fugir à rotina – onde cada um se preocupa mais em criticar o outro do que em evidenciar o que tem de novo para dizer. Dentro das rotinas está também a suspensão dos campeonatos futebolísticos no dia do sufrágio – desta vez o período é alargado porque coincide com as competições entre países – o que alivia os debates que nos levam a concluir que o meu é melhor do que o teu e que conseguiste chagar lá porque houve interferência do juiz que nesta área é rotulado por árbitro e, com a evolução das tecnologias, por vídeo-árbitro. No domingo à noite tudo o que são olhos e ouvidos estarão focados na Comunicação Social e podemos desde já avançar que cerca de cinquenta por cento ficarão contentes e outros tantos se esforçarão em arranjar argumentos para que a derrota seja transformada em vitória. Sem fugir à rotina resta-nos apelar a que a sabedoria de quem for eleito para nomear os que nos irão governar que o faça de modo a que estes se esforcem na defesa dos mais necessitados para que o amanhã seja melhor do que o dia de hoje e que os que deles dependem se orgulhem do voto que introduziram na urna.

O ESGOTAMENTO da capacidade do Aeroporto de Lisboa era desde há muito previsível e levou ao estudo de alternativas e a um amplo debate que se desenrolou ao longo de anos, face à crescente procura desta infraestrutura. Em virtude desse amplo debate e profunda discussão, há 10 anos atrás, o Governo de então consagrou a solução de construção de um novo Aeroporto Internacional nos terrenos do designado Campo de Tiro de Alcochete, solução que resultou de diversos estudos, tendo sido feita uma análise cuidada de todos os fatores essenciais para a tomada de decisão. Foi feita uma análise de risco e uma Avaliação Ambiental Estratégica, obrigatória por lei, e foi emitida uma Declaração de Impacto Ambiental que ainda hoje está válida para a opção Alcochete e que mereceu um alargado consenso no País. Ao longo dos últimos dez anos, a atuação governativa re-

lativamente ao futuro do Aeroporto de Lisboa pautou-se pelo imobilismo, adiando uma solução que se tornava mais urgente a cada dia. Prepara-se agora o Governo para confirmar uma opção que, tudo o indica, vinha há muito a ser preparada, a utilização da Base Aérea nº 6 no Montijo, como terminal complementar do Aeroporto da Portela, uma decisão que tem merecido uma ampla contestação, por diversos sectores da sociedade civil. A Ordem dos Engenheiros tem arrasado por completo a proposta de construção de um Terminal no Montijo, bem como diversas Autarquias, associações ambientais, população e profissionais ligados à Aviação Civil. Porque a construção de um Terminal no Montijo é uma opção sem futuro, extremamente onerosa, para uma solução que daqui por alguns anos estará esgotada, quando a 1ª fase do Novo Aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete tem

um custo inferior ao que se prevê para a opção Montijo. A construção de um Terminal Aeroportuário no Montijo, numa zona com elevada densidade populacional terá consequências nefastas para a qualidade de vida das populações do Montijo, Moita, Barreiro e Alcochete e também para algumas zonas do Concelho do Seixal face aos cones de aproximação ao Terminal Aeroportuário, sendo incalculáveis as consequências do ponto de vista ambiental e que, devido à sua localização no meio das populações, terá ainda fatores de risco acrescidos, face à existência de unidades industriais nas áreas envolventes. O impacto económico para a Região, resultante da instalação deste terminal no Montijo é previsivelmente bastante mais reduzido do que na opção Alcochete, seja ao nível da criação de emprego, seja no que respeita à atração de investimento ou à ligação ao tecido económico lo-

cal, uma vez que o que é apontado para o Montijo não é mais que um terminal de passageiros, vocacionado preferencialmente para as companhias low cost. Consideramos inaceitável que as decisões sobre um projeto desta importância e de grande impacto sobre a Região tenham sido preparadas sem o envolvimento e auscultação dos Municípios e das populações, transformando a discussão publica num pró-forma que visa somente beneficiar os interesses da Vinci, actual concessionária da ANA Aeroportos de Portugal, quando em primeiro lugar deveriam estar os interesses do País, das Populações e da Região. É que esta opção beneficia em primeiro lugar a Vinci, que é assim desobrigada de investir num novo aeroporto, por troca com os encargos incomparavelmente menores de adaptação das pistas e instalações desta Base Aérea, mas com enormes prejuízos para a qualidade de vida das populações.

Bem-vindos ao teatro, senhores professores! BOCA DE CENA RODRIGO FRANCISCO DIRETOR DA COMPANHIA DE TEATRO DE ALMADA RECEBEMOS na última Terça-feira, no Teatro Municipal Joaquim Benite, quase duas centenas de professores do ensino pré-escolar, básico e secundário. De há alguns anos a esta parte convidamos, logo após o início do ano lectivo, os pedagogos que ao longo da Temporada serão o nosso elo com aqueles que mais queremos trazer ao teatro: os estudantes, que serão os futuros espectadores regulares da Companhia de Teatro de Almada. A cada ano mais professores aceitam o desafio de fazer parte desta comunidade artística e pedagógica. E a cada ano o seu entusiasmo e generosidade crescentes nos dão alento para, em conjunto, revelarmos aos jovens a magia do teatro — sempre com o secreto intuito de que a poesia da cena passe a fazer parte das vidas de alguns deles. Até ao final de 2019 estrea-

remos ainda três espectáculos: «Reinar depois de morrer», uma peça do ‘siglo de oro’ espanhol, da autoria de Luis Vélez de Guevara, com encenação de Ignacio García, e que aborda a temática dos amores de D. Pedro e Inês de Castro (estreia a 25 de Outubro); «Se isto é um homem», o clássico de Primo Levi sobre a sua experiência do holocausto, com encenação de Rogério de Carvalho e interpretação de Cláudio da Silva (estreia a 29 de Novembro); e «Händel... lá com essa música!», a nova criação para a infância assinada por Teresa Gafeira, a partir da música de Georg Friedrich Händel. Só que este ano a nossa oferta de actividades para a comunidade educativa vai muito para além do teatro. Aos grupos escolares de espectadores oferecemos um preço especial nas entradas, e possibilidades de transporte em autocarro (escola/teatro/esco-

la) a preços reduzidos: os alunos que beneficiem da acção social escolar têm os seus bilhetes custeados pela Fundação Share. Propomo-nos ainda visitar as escolas e, nas salas de aula, preparar as vindas colectivas aos espectáculos, com conversas sobre as peças entre os alunos e os artistas. Mas os estudantes também poderão visitar-nos no teatro sem ser para assistir a um espectáculo — quer para ficar a conhecer o edifício por dentro, quer para assistir a algum ensaio das nossas criações. Aceitaremos também o desafio de organizar leituras de textos que façam parte dos ‘curricula’, e daremos uma mão a quem tenha um grupo de teatro escolar e precise de conselhos de actores profissionais. Para os professores, organizaremos oficinas sobre algumas das disciplinas da actividade teatral que mais directamente

têm que ver com a sua profissão (dramaturgia, movimento, voz, etc.). No nosso ‘site’ existe um espaço de Serviço ao Público que descreve exaustivamente estas propostas e de que forma se tem acesso a elas. Uma das características do teatro é a sua liberdade de acção e pensamento: e é para o pensamento e para a acção que convocamos estes professores (alguns deles já nos acompanham há mais de duas décadas). As suas sugestões são bem-vindas, e a sua participação nesta aventura será tanto melhor quanto mais for desburocratizada e imaginativa. As criações que teremos até ao fim do ano abrem-nos uma multidão de caminhos, que se cruzam invariavelmente com o percurso escolar dos alunos. A nossa vontade é interpelá-los nessas encruzilhadas. Ficamos à vossa espera.

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