Revista Placenta - 8ª ed.

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Apoio Editorial: Amanda Sanromã Divulgação: Eduarda Szochalewicz, Vinícius Lima Apoio: Luis Fernando, Priscila Lima, Thiago Soares


Vários rabiscos, ideias e mais ideias, olheiras, pizzas e quando já estávamos mergulhados nos rascunhos de papéis amassados, vimos que o tema da revista estava exatamente ali, imerso no que fazemos todos os dias: Quack! Vida de Publicitário. Mas publicitário tem vida? Bom, nos alimentamos de briefings, PITs, comida enlatada e podemos ser criados – e sempre encontrados – em cativeiro (agência). Alguns tem medo de deadlines e outros de refação. No pouco tempo livre – quando tem algum tempo livre – nos divertimos jogando videogame, assistindo à algum filme ou bebendo com os amigos. Mas até nisso sem esquecer do trabalho, porque tudo na vida de um publicitário é referência. Assim como todas as grandes ideias – e a própria vida de publicitário –, a capa surgiu a partir de um rascunho de papel, material que nos acompanha todos os dias. Devemos nossa produção impecável tanto aos produtores, quanto aos diretores de arte da Matriz e à nossa sorridente diretora de criação, Débora Nogueira, protagonista da capa desta 8ª edição. E o produto final (ou se preferir, foto) ao Thiago Soares, fotógrafo do estúdio da universidade. Ficamos muito felizes com o resultado, já que é a primeira vez que a Placenta utiliza uma foto na capa. \o/

Nesta edição, ultrapassamos as fronteiras e contamos com o queridíssimo diretor de criação Ricardo Figueira, direto de Londres, falando sobre sua carreira e bagagem com prêmios e festivais. Carlos Grillo, sócio da Monumenta, dá dicas sobre como se destacar no mercado publicitário atual de acordo com suas próprias experiências. Sabe o que mais? A bancada brasileira de Cannes conta novidades das premiações e qual a sensação de ser júri. E a Polyana Bandeira fala sobre os perrengues, encantos e finalmente seu projeto final da universidade: Papai, quero ser publicitário (essa matéria deu o que falar, hein?). Inauguramos a nova sessão, “Biografias”, com grandes nomes da publicidade falando sobre suas trajetórias, inclusive a Júlia Serejo, que atendeu a Microsoft. E você já ouviu falar de neuróbica? Pois é, esse super exercício para manter a mente e as ideias saradas tem um espaço nesta edição também. Quer mais? Então vire a página e mergulhe na revista, porque eu já tô na forca com o meu deadline. Bjo e viva la vida.

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Agências ON e OFF

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Ambiente Publicitário As características e o clima nas agências.

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O perfil dos publicitários como Cynthia Machado Redatora Artplan

“Tudo começa com um briefing. Após recebermos o briefing, que passa pelos nossos Diretores, é decidido quem será a dupla que irá trabalhar naquele job, e aí começamos o brainstorm, onde falamos todas as ideias que vem na cabeça, sem recusar nenhuma. Depois selecionamos aquelas que achamos mais interessantes e conversamos com os Diretores, e então o job flui. O Diretor de arte começa a desenvolver o layout e o redator começa a desenvolver os textos, como título, texto 08

de apoio, roteiro, spot, entre outros. Às vezes, algum criativo acompanha o Atendimento pra defender as peças, e alguém do Planejamento também, porque quando uma campanha é muito grande envolve todo mundo. Quando é algo mais do dia-a-dia vai só o Atendimento, ou o Atendimento e um criativo”. O estereótipo do criativo é aquele cara que usa All Star, vai trabalhar de camiseta e calça jeans e está sempre de bem com a vida. Geralmente, os departamentos tem as seguintes características: o Atendimento é o mais bem arrumado, de roupa social, por exemplo, mas não é uma regra. Quanto à galera da Criação, sempre existe uma liberdade, onde se trabalha ouvindo música, SESSÃO ESPECIAL

contando piadas. Uma pessoa curiosa com tudo que a cerca e interessada não somente em publicidade, em prêmios e anuários, mas também, em ir ao cinema, teatro, ler uma revista de moda pra ver qual a linguagem que eles estão usando, entre outros exemplos, tudo acaba se tornando referência. Um texto publicitário é diferente dos outros textos, porque a mensagem, em uma revista, por exemplo, tem de ser passada em uma virada de páginas. É possível sim um texto ser longo, mas temos que pensar na dinâmica da mensagem. Hoje em dia, as pesso-


você não vê nas redes sociais. Por Maria Clara

as tem bem pouco tempo. Antigamente, a publicidade tinha um viés muito mais informativo, onde o texto publicitário para ser um bom texto, tinha que ser mais explicativo do que cativante. O trabalho do redator, ainda mais aqui em Brasília onde temos muitos clientes de governo, é tentar transformar uma mensagem complicada em algo simples para o público final. José Stélio Feitosa de Carvalho Planejamento 141 Soho Square

O trabalho do P l an e j am e n t o basicamente é estudar e pesquisar o briefing, pesquisar o mercado, dados, números e

planejar a campanha. Muitas vezes, em uma discussão com a Criação e até com o Atendimento, boas ideias podem surgir para o planner adequar ao planejamento. O Planejamento dita o tom da campanha, mas às vezes ele cede a uma boa ideia que pode surgir de alguma outra área, tendo contribuição de toda a agência. Um planner é uma pessoa curiosa que gosta de pensar em ações, conhecer mais sobre o cliente. Se o produto for um carro, ele irá estudar carro. Se for um perfume, estudará um perfume. Muitas vezes ele descobre algo que o próprio dono do produto não saiba, seja sobre o produto do cliente ou sobre o público. Ele busca mostrar para o cliente que ele realmente precisa de SESSÃO ESPECIAL

uma agência, não somente na divulgação, mas em tudo sobre a empresa. Na agência, o Atendimento é basicamente um vendedor, aquela pessoa que tem paciência e é centrada. O Planejamento é basicamente um curioso e a Criação é formada por artistas da publicidade. A Mídia é um carregador de piano, enquanto a Produção é um carregador de piano de cauda. Geralmente, o pessoal da Produção é hiperativo enquanto o pessoal da Criação é meio largadão, mas usam roupas caras, ou seja, pagam caro para parecer “largados”. Em uma agência as pessoas podem 09


mudar de área, como por exemplo, em um escritório de São Paulo onde conheci pessoas que entraram como TI, e, hoje, são Mídia. Outras entraram como recepcionistas e, atualmente, são Atendimento. A pessoa entra numa agência, mas para ela é um emprego temporário onde ela busca crescer, e isso gera uma troca de áreas e de agências também. Adriana Matos Atendimento 141 Soho Square

O trabalho do Atendimento é um grande processo. Nós gerenciamos a conta, ou seja, participamos do início ao “fim”. Desde receber todas as informações do cliente, elaborar o brie-

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fing, que geralmente contém todas as informações, o que é preciso saber, o cenário, verba, período que vai ser veiculado, entre outros, e enviamos para a equipe do job. Após a equipe finalizar as peças, apresentamos para o cliente, que aprova e aí podemos veicular. Podemos sugerir mídias, alternativas, orientar a criação, enfim, o Atendimento faz parte de todo o processo com a equipe. Um atendimento não tem que ter vergonha, precisa saber se comunicar e entender o que o cliente busca. Muitos gostam de se vestir de roupa social, para passar uma boa imagem. Organização e dinamismo também são características fundamentais, além de estar sempre atento a todo o andamento do Job. O contato com o cliente é direto, ou seja, sempre que o cliente precisar, o atendimento tem que estar à disposição. Cada atendimento tem SESSÃO ESPECIAL

uma conta, mas trabalhamos como um grupo, onde um ajuda o outro. Se por acaso o Atendimento de uma conta ficar doente ou não puder comparecer a uma reunião, outro Atendimento pode ir ao lugar dele. Ou até mesmo quando uma campanha é muito grande, dois Atendimentos atendem a mesma conta. Reuniões são constantes, onde o Diretor de Atendimento analisa e conversa sobre como está o andamento dos Jobs, quais são os clientes que cada um está atendendo, entre outros. Mas é bom lembrar que todo Atendimento é responsável por sua conta, seja no sucesso ou em alguma falha que venha acontecer.


Publicidade Esporte Clube Um time que joga unido

O desejo de todos que estudam Publicidade e Propaganda é, claro, trabalhar nesta área. Contudo, é preciso saber que nem todo mundo que é publicitário faz a mesma coisa. Isso porque, dentro de cada agência, na criação de cada job, há uma divisão natural das áreas que precisam de profissionais com suas características peculiares. Você já escolheu a sua? A equipe Placenta visitou a Agência Calia Y2 para ver de perto como funcionam essas “partes” da publicidade. E começamos logo

Por Janine Martins

de cara pelo atendimento, o atacante da publicidade. Com a ajuda da Mila Rocha, diretora regional e também de atendimento da agência. Segundo ela, “é a área que é linha de frente”. Por quê? Por que é o cara que vai visitar o cliente representando a agência e vem para a agência com as ideias do cliente. Ninguém conhece o cliente mais que ele. Ainda sobre o atendimento, Mila deixa claro: “Não é um office boy de layout (...) tem que ser um cara safo.” Do atendimento passamos ao planejamento, o SESSÃO ESPECIAL

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meio de campo, aquela área que exige atenção aos detalhes, que demanda uma pesquisa enorme, quase uma monografia a cada job! O pessoal do planejamento é responsável por saber as tendências do mercado, sobre o público alvo do produto, seu comportamento, seus points, RG, CPF e número do cartão de crédito, principalmente (risos). Essa galera é que vai ajudar a nortear parte do trabalho do restante da agência com as informações conseguidas. Do planejamento para a mídia, que são aqueles que

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armam as jogadas, decidem quais meios usar, onde e como as peças serão divulgadas. Segundo o pessoal da Calia Y2, o cara da mídia “é um estrategista na agência, como se fizesse um mapa de guerra e decidisse quem e onde você tem que atingir”. Definidos o que, onde, como e de que modo será feita a campanha, é hora de passar a bola, ou melhor, o job para a galera da criação. Segundo Mila, a parte sensível da Agência. Mas quem pensa que a criação é só sair tendo ideias a torto e a

SESSÃO ESPECIAL

direito está enganado. “Não é glamour, o cara tem que saber que ele não vai fazer o que quer ou o que der na cabeça dele. A publicidade é como um campo de futebol, tem algumas linhas delimitando o que pode e o que não pode. Para a criação também é importante os resultados da pesquisa do planejamento. Depois de passar por todas as áreas, o trabalho volta ao atendimento para ser aprovado pelo cliente. Daí pra frente é só marcar o gol.


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Agências On e Off: conectadas com o mercado

Por Samira Pádua

Unidade brasiliense de agência inglesa busca integrar elementos online à publicidade offline; campanha criada para o Governo fica em evidência e ganha destaque na publicidade brasileira. A agência 141 SoHoSquare – Brasília, localizada no Centro Empresarial Varig, bloco B, sala 601B. Pertence ao WPP, maior grupo de comunicação do mundo, de origem inglesa e que possui escritórios em todo o mundo. No Brasil são dois: um localizado em São Paulo e outro em Brasília. Dividida em cinco unidades de comunicação para melhor atender os clientes (141 SoHo Square, 141 Newport, 141 Preview, 141 Mais! e 141 Touché), a empresa possui 220 funcionários. Na Capital Federal, segundo o planner José Stélio 14

Feitosa de Carvalho, trabalham cerca de 35pessoas. Classificada como agência offline, a 141 trabalhava em suas campanhas com mídias tradicionais de divulgação. Com o avanço das tecnologias, o quadro mudou. “Hoje dificilmente você não consegue ser online”, conta Stélio. “Ou o cliente vai ter duas agências ou uma que terceiriza a outra parte, que é o nosso caso. Muitas vezes os nossos criativos criam toda essa parte e outra empresa executa”, relata. Para Stélio, tal divisão, não surge só pela expansão das redes sociais, mas

também devido aos publicitários que decidem sair da empresa em que trabalham para abrir a própria agência. “A mídia online propicia a criação de uma agência com estrutura menor. O offline precisa de uma estrutura de mídia bem maior do que a online exige”, explica.

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“Tá na hora de conhecer o Brasil” Na sala de reuniões, ar condicionado, uma mesa com mais de 10 lugares e janelas que permitem ver o movimento fora dali. Em uma das paredes, quadros que expõem os prêmios já ganhos pela empresa. “Aqui temos Colunistas, Marketing Best 2009... Todos esses são importantes, são de entidades sérias”, relata Stélio. A campanha “Alternativas”, feita para o Ministério do Turismo, recebeu vários prêmios, sendo um deles ouro na categoria “Turismo, Transportes e Diversões Públicas” do 42º Prêmio Colunistas Brasil, realizado no ano de 2009. A campanha foi elaborada em um contexto de crise Quem quiser conhecer a agência precisa ligar e marcar um horário 141 SoHo Square SCN quadra 04, bloco B, sala 601-B

Brasília – Distrito Federal (61) 3966-6414

econômica e teve como objetivo incentivar o turismo dentro do país. “Enquanto nos outros países o turismo caiu ou quebrou, a gente teve um crescimento de 30%”, conta o planner. A campanha teve a pretensão de convencer os públicos das classes A e B a viajar menos para o exterior e mais pelo Brasil. Já nas classes C e D, o foco era mostrar que “no processo de inclusão social que o Brasil vive, elas tem condição de consumir turismo interno”, completa Stélio. Por atingir diferentes camadas sociais, a campanha foi divulgada nos mais diversos veículos, desde rádio até revistas para formadores de opinião. Com isso, o slogan “tá na hora de conhecer o Brasil” ficou conhecido em todo o país. Na agência desde 2008, o diretor de arte Toninho Eu-

zébio esteve presente na elaboração da campanha para o maior cliente da 141 SoHoSquare – Brasília: o Ministério do Turismo. Em seu relato, ele diz ter sido gratificante o recebimento do prêmio. “Ela começou menos pretensiosa, era pra atender sempre o Nordeste, depois teve potencial pra ir para o Brasil e acabou virando uma campanha com essa grandiosidade de repercussão toda que teve”, lembra Toninho. “É prazeroso sim, estar participando, estar no grupo que integrou isso, que participou do processo”, finaliza. Assim, a publicidade mais uma vez premia a criatividade com a funcionalidade, mostrando que prêmios e resultados podem sim andar juntos.

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Publicidade On e Off: Feitas uma para a outra. Descontração, deadlines, jobs, busca constante de conteúdos, brainstorm, tensões, correria. Esse é o clima de agência onde nenhum dia é igual ao outro, já que em todo job você precisa criar algo novo. Novas ideias e a tentativa de solucionar os problemas dos clientes fazem com que os publicitários criem novas experiências, divirtam-se no que trabalham e até virem várias noites. E nesse mundo onde a tecnologia avança cada vez mais é importante as agências crescerem e se especializarem nas novas áreas, fazendo parte dos novos espaços. Com essas ideias chegamos às agências online. 16

A grande diferença entre agências on e off é a maneira de trabalhar, pensar e onde agir. Há o acréscimo de algumas áreas que não existiam em agências tradicionais, como: tecnologia, programação, arquitetura de informação e inteligência de negócio. Esses departamentos existem pelo crescimento das redes sociais, otimização em sites de busca e links patrocinados. Tudo isso, fez com que as agências se preocupassem cada vez mais em organizar áreas para cuidar de seus clientes, como é o caso do Marketing, que já existia nas agências tradicionais e está migrando para as agências digitais com o objetivo de pensar como o cliente.

Por Deborah de Andrade.

Além das agências online e offline, existem as produtoras que de alguma maneira, também participam na área de publicidade, ficando com a parte de tecnologia e programação de projetos. Normalmente são contratadas pelas agências, porém, isso não quer dizer que os clientes não possam solicitar seus serviços.


O crescimento do mercado brasileiro na web é nítido, mas isso não quer dizer que as agências tradicionais deixarão de existir, já que sempre haverá um espaço de mídia offline para ser utilizado. Mas, para não ficar para trás, o ideal é que as agências se adaptem e trabalhem com os dois tipos de mercado, já que o on e o off se complementam, e, quando bem trabalhados, geram muitos resultados. Hoje, no Brasil existe uma agência no meio digital que pelo número de con-

tas que atende e por ser pioneira no assunto, é uma grande referência. Estamos falando da agência Click, que possui 18 anos no mercado e conta com mais de 300 funcionários. Entre outras referências citamos a Possible São Paulo (Antiga Gringo), que atende a conta da Coca-Cola Zero. Entre as tradicionais que estão se adaptando para o meio digital temos a DM9, AlmapBBDO, M cCann-Er i c k s o n, DM9DDB e Age.

Entrevista realizada com Luiz Carlos, gestor de contas da Agência Click. A agência Click está há quanto tempo no mercado? E quantos escritórios ela possui atualmente? A agência faz parte hoje de um dos maiores grupos de comunicação digital, o grupo Isobar, está há 18 anos em operação e existe antes mesmo da internet. Esse ano, a internet completa faz 16 anos. Portanto, pode-se dizer que a Agência Click Isobar é pioneira no assunto. Atualmente, a Click possui quatro escritórios no Brasil, localizados em São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte; possui mais de 300 funcionários e mais de mil projetos web desenvolvidos com gran17


de visibilidade. A primeira venda feita pela internet no Brasil e a primeira customização de produto, por exemplo, foi em conjunto com a Click. No escritório de Brasília, quantos funcionários a Click possui? E de que maneira a agência trabalha em relação aos outros escritórios? Hoje temos em torno de 30 funcionários. Não trabalhamos separadamente, todos os escritórios trabalham de maneira integrada, não há esse tipo de divisão que separa as áreas por escritório. Ás vezes até acontece de ter um excelente profissional de uma área aqui, porém, que trabalha junto com as equipes dos outros escritórios. Quantos prêmios a agência Click possui? 18

Qual a importância desses Atendemos desde montadora de veículos - Fiat - até prêmios? telefonia móvel - Tim. Aten Temos alguns prêmios demos também a Embratur, ao longo desses anos de Ministério da Agricultura, operação e isso determina de certa forma a Petrobrás a qualidade, ou melhor, cre- e Sesi. Além de Citibank, dencia uma agência em re- SPN, Gatorade, Antártica e lação à outra. Afinal, são os Pepsi. méritos que utilizamos para investir em uma agência; se Como a Click se organiza ela é melhor, maior e se tem em questão de trabalho? condições em relação às O modelo de operação outras. O que temos hoje são muitos prêmios relacio- aplicado chama-se Fullset, nados às áreas de comuni- em que temos diversas cação digital e, por incrível competências de profissioque pareça, um de metodo- nais dentro da nossa melogia e gerenciamento de todologia e que se baseia projetos. Acreditamos ter basicamente em cinco pimaturidade no que diz res- lares: área de negócios e de planejamento; as equipeito a projetos. pes de criação, tecnologia Quais são as contas que a e mídia. A primeira trabalha com o atendimento e gesClick atende hoje? tão de projetos; a segunda A carteira de clientes com estratégia de que a Click possui é bas- mensuração, tante variada em termo de métricas de segmento de mercado. e estra-


tégias digitais; a terceira trabalha com campanhas digitais, design interativo, design web e produção criativa. Já a quarta trabalha com engenharia de sistema e programação de interfato e a última trabalha com varejo, mobile e social media. Fora essas áreas, temos uma estrutura chamada administrativa, que faz o gerenciamento dos projetos, a área de RH e o financeiro.

é sua capacidade técnica, sua flexibilidade, inteligência emocional e sua experiência.

Em seu ver, qual é a diferença em trabalhar online e offline? Algum dia o online vai ter mais resultado do que o offline?

O que você sugere para um futuro publicitário em relação a escolha de agências digitais e tradicionais?

É meio complicado fazer uma comparação fria em relação a isso.Todo e qualquer mercado tem potencial, o que vai diferenciar se você terá voos mais altos ou menos a l t o s,

Como a área de produção trabalha em uma plataforma online? A agência planeja e faz uma proposta em cima do briefing e contrata uma produtora. Apenas idealizamos a produção.

Trata-se do perfil do profissional, de onde ele se enquadra melhor, pois cada um tem a sua dinâmica de trabalho. O que sugiro é que no período de formação acadêmica, o futuro profissional procure estagiar em uma agência offline e depois em uma online, pois

assim ele consegue tirar suas conclusões de onde se identifica. A online e a offline se relacionam muito e é possível atuar tanto na off quanto na on. Vale lembrar que a online está em plena expansão. O Brasil possui mais usuários de internet que toda a população do Reino Unido; mais usuários de celular que toda a população da Rússia.

Quem quiser conhecer a agência precisa ligar e marcar um horário. Agência Click SCN Q 04 Bloco B - Sala 603A

Centro Empresarial Varig Asa Norte (61) 3424-5800

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a r tin s Po r Janin e M

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Já imaginou trabalhar em um ambiente onde a maior parte do chão é de grama sintética e a sua mesa fica a cinco passos de uma piscina de bolinhas ou de uma mesa de sinuca? Acredite, pois este cenário é real. E se você faz publicidade, pode se imaginar lá. São as novas instalações da agência BorghierhLowe, no Plano Piloto, em Brasília, que a equipe da Revista Placenta foi conhecer para te contar como é, na prática, esse ambiente descontraído que se imagina da publicidade, no qual a brincadeira também faz parte do trabalho. A decoração já vem com tudo. No edifício onde está localizada, a BorghierhLowe tem uma parte das paredes, a que é voltada para fora do prédio, de vidro espelhado (aquele que quem está dentro vê fora, e quem está fora não vê dentro). Entre os departamentos, quase todos

têm suas divisões de vidro transparente, com um vácuo entre a parede e o teto para facilitar a comunicação. Quer falar com o colega da mesa da frente? Nenhuma divisória. Computadores frente a frente agilizam o diálogo entre a equipe. Aliás, as divisórias de vidro são algo que a gerente de operações, Mônica Cunha faz questão de ressaltar durante a conversa. Segundo ela, este formato ajuda porque “as pessoas podem se ver o tempo inteiro, então tem um relacionamento próximo.” Sobre o novo formato do espaço físico, ampliado recentemente devido à demanda de trabalhos e ao aumento de pessoal, a essência é inspirada em outra unidade da agência, localizada em São Paulo. “A gente procura dar um espaço físico agradável, confortável, alegre, descontraído, para o pessoal trabalhar

com alegria. (...) É possível que as pessoas consigam trabalhar dentro de uma seriedade, entre quatro paredes, em silêncio, mas isso é totalmente ultrapassado. Quando você conversa com as pessoas, quando você tem espaço de lazer, quando você tem tempo para estar desafogando suas coisas, é muito gostoso”. O ambiente, mais descontraído e agradável de estar, faz com que os publicitários consigam lidar com as adversidades da melhor forma possível, como relata Mônica: “Quando a gente tem que trabalhar e virar a noite faz um revezamento, — que nem é uma coisa combinada —, mas enquanto tem um lá, o outro está brincando, um vem e trabalha, e o outro vai brincar”. O trabalho nem sempre é fácil, já que muitas vezes depende de esperar materiais de fornecedores, como 21


fotógrafos e gráficas. Michele Sousa, da produção, relembra que certa vez, ao virarem a noite, os funcionários ficaram se divertindo jogando sinuca, enquanto aguardavam a chegada de um material. “É um momento de extravasar para ver a hora passar mais rápido (...). Imagina se fosse num outro lugar, onde é tudo fechado, com paredes brancas e piso preto? Algum momento ia enlouquecer ali”, disse ela, que, aliás, já foi estagiária da Matriz. Esses atrativos do local fazem com que muitos passem o horário do almoço por ali mesmo. Horário? Quando questionada se é possível haver rotina em um ambiente publicitário, Mônica sorriu ao mesmo tempo em que foi taxativa: “Nunca, rotina de nada. Não existe isso. Existe hora para entrar e não existe hora para sair. E não existe pagamento de hora extra 22

(risos). É todo mundo por amor à arte mesmo. Muitas vezes, a gente vira a noite, mas vamos vendo as necessidades de cada um, como pessoa, como funcionário (...) tentando atender, porque o bom é ver todo mundo trabalhando com gosto”. Uma resposta puxa outra pergunta e: por quê? Por que não se tem rotina? A resposta de Mônica, claro, é elucidadora: “a publicidade mexe, toca muito no emocional das pessoas, embora tenha toda a parte de departamento financeiro, orçamento e trabalhos administrativos, ela mexe com a emoção das pessoas, então não tem rotina”. A publicidade na vida dos publicitários? Para a gerente de operações, “é um vício. É muito gostoso isso”. Sem mais espaço para questionamentos, é a paixão pelo que se faz um dos principais segredos para se fazer tudo

da melhor maneira possível. Com uma estrutura dessas, só falta saber como é o clima na agência, as relações interpessoais, pois, num trabalho em diversas etapas como é o da publicidade, só com muito espírito de equipe para as coisas funcionarem bem. Equipe sim! Este é o sentimento que predomina no ambiente. Mônica


conta que “as pessoas têm uma noção de equipe, (...) Tem gente que fica só para dar força para o outro, que está virando noite ou coisa assim. Então, tem um sentido de solidariedade, de companheirismo, de equipe, o que é muito bom”. Michele concorda e afirma quais os valores que para ela são os essenciais para o sucesso da equipe: “É o coleguismo, o bom senso e também a responsabilidade”. Esses sentimentos movem a classe publicitária. “O clima acaba ficando sempre gostoso por causa disso, mesmo com o maior desespero, com fome, às três horas da manhã, doida pra dormir na sua casa, você dá um jeito de ir levando isso, e é gostoso. A gente percebe que, por pior que esteja naquele dia, você não vai deixar o outro na mão”, afirma Mônica, que conclui o assunto: “As pessoas se solidari-

zam e trabalham juntas por uma coisa só, isso é muito bom, (...) vai criando um clima mais aberto à criação”. E a motivação, a criatividade, de onde vem? A gerente de operações da Borghierh Lowe responde rápido: “É o desafio. As coisas vão fluindo na motivação, no desafio, nas coisas que são “Putz, como é que a gente cria uma campanha tão complicada?”, e aí isso vem como um desafio”. Para encerrar a visita da revista Placenta à agência Borghierh Lowe, é claro, não se pode deixar de pedir uma mensagem de quem já está consolidado na área para os estudantes de publicidade, os futuros a entrar neste concorrido e vasto mercado de trabalho. Mônica Cunha manda o recado: “Sempre na publicidade a gente vai encontrar muitas dificuldades, porque, embora seja um lugar alegre e

desafiador, não é só esse glamour que as pessoas pensam. Trabalha-se muito, muito! Para estar com arte, com a criatividade ou também trabalhar na emoção das pessoas, precisa de muito estudo, dedicação, empenho, garra, porque isso não cai do céu, a gente não estrala os dedos e os meninos da criação têm ideias fantásticas. Às vezes, eles ficam horas em cima de um trabalho. Isso é desgastante também. Às vezes, os alunos de publicidade se encantam pelo que vêem na televisão, no cinema, ou nas revistas — fotos incríveis e tudo isso —, e as coisas não são assim, elas exigem muito trabalho e muito estudo. Então, se tem uma mensagem para quem está estudando é: mete a cara!”. Falou e disse.

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il Po r K ia ra M

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Estar em um ambiente de trabalho que nos dê condições de exercer nossa profissão, com qualidade e sem stress, é o que todos buscam, mas poucos encontram. Se deparar com superiores que não dão a mínima para o que você pensa, faz ou deixa de fazer, são cenas de nosso cotidiano. Caso a meta não seja alcançada: te prepare... vem chumbo por aí. Ou senta no meio fio e chora meu filho! Quando fazemos além do que nos pedem ou ultrapassamos as metas estabelecidas: Parabéns! Você não fez mais que a sua obrigação. Muito bonito! Descontração, motivação e companheirismo são palavras que deveriam estar presentes no dia a dia de todos os trabalhadores (pausa para respirar). Felizmente, nos deparamos com isso em vários ambientes de trabalho onde os publicitários estão inseridos.

Ao visitar a agência de publicidade Click Isobar percebemos que ambiente dinâmico e cumplicidade são fundamentais para o bom andamento da empresa. Fomos pegos de surpresa ao nos deparar com uma mesa cheia de frutas que iam desde banana a kiwi. Segundo funcionários, “terça-feira é o dia do verde!”. Dia em que todos se reúnem e conversam sobre assuntos que passam longe do cotidiano, hora em que apertam o pause no stress e vão se deliciar com frutas diversas cobertas com leite condensado. Além da mesa de frutas, pude perceber que a decoração do local é incomum, com cores, desenhos e até uma mesa de “pimbolin” ou “totó”, se preferir. Em entrevista ao jornalista formado e contratado da agência, Fábio Teles, perguntamos quais são os malefícios de se trabalhar em

um ambiente descontraído: “É muito bom estar em um ambiente assim. São culturas e pensamentos diferentes que se apóiam e, consequentemente, obtém-se um resultado melhor, mas algumas vezes precisei de silêncio absoluto para concluir um trabalho de grande importância, e as brincadeiras atrapalharam um pouco.” O dono da agência Bees Publicidade, Amilton Coelho, nos mostrou os benefícios: “Publicidade não se difere tanto assim das outras profissões. Podemos vir de chinelo, bermuda, roupas esquisitas, tatoos, cabelo moicano, ler playboys no meio do expediente, ter uma mesa de sinuca no meio da agência. Mas, no fundo, tudo é negócio. O que difere é o modo de encarar o trâmite deste negócio. Somos cobrados pela criatividade. Então, não dá para cobrar sisudez quando se cobra cria25


tividade. Mas, apesar de toda ‘brincadeira e leveza’ que tem numa agência de publicidade, o trabalho é sério, bem sério. Afinal, a gente lida com um dinheiro que não é nosso. A responsabilidade é imensa. Apesar das tatuagens. Existem empresas que antes eram tradicionalíssimas que estão abrindo os olhos para ambientes mais descontraídos. Não é um terno bem cortado que faz mais competente alguém. Não é um escritório com baias e horários rígidos que definem a produtividade ou competência. Há bancos com gente jovem fazendo um trabalho incrível de aproximação com jovens. Veja o caso do Itaú. Eu imagino o Itaú, pela sua comunicação, apesar das gravatas e ternos, um ambiente leve e gostoso. Vá a uma agência do Itaú e veja como ela mudou em relação às agências do meu tempo. Jovens, nada 26

de ternos, nada de gravatas. Gente como a gente. Então, cada um ‘na sua praia’, mas ambientes descontraídos ajudam a gente a ser mais produtivo sim. Afinal, passamos mais tempo no escritório do que na nossa própria casa. E, como ser feliz em um lugar triste?”

(...) trabalhar com publicitários formados é fundamental. Mas, trabalhar com gente de talento, seja qual for o curso, é vital.

Trazendo a conversa um pouco mais para o nosso mundo, não experiente, perguntamos ao Amílton qual a diferença de se trabalhar com profissionais formados a trabalhar com estagiários: “Publicidade é uma atividade genérica. Ninguém aqui precisa ser especializado em nada. Contudo, é preciso ter formação Superior. E o Superior aqui está tanto no curso especificamente dito (seja ele qual for) como no lidar com a vida e com as coisas do mundo. Explico: já conheci excelentes criativos formados em Engenharia Industrial, redatores formados em Psicologia ou Letras, ou Administração. Mídias formados em Administração. Enfim, o que procuramos são talentos, gente que contribua com um olhar diferenciado do mundo. Essa é a matéria da nossa profissão. Olhar o que está em volta, no mundo e


transformar em comunicação, ação, evento, ideias, soluções criativas e inovadoras. Por isso, trabalhar com publicitários formados é fundamental. Mas, trabalhar com gente de talento, seja lá qual for o curso é vital. Quando colocamos um estagiário na agência o que mais queremos é o mesmo gás, a mesma gana que tínhamos quando éramos estagiários. E, acredite, já fui estagiário.

Queremos o olhar atento, as novidades, a vontade de mudar, de trazer coisas novas, a curiosidade de aprender. Acredite em outra coisa: queremos aprender mais com os estagiários do que ensinar. Queremos alguém que venha e destrua nossas certezas. Então, estagiários bons são estagiários vivos. Muito vivos. Que questionam, que brigam, que ousam. Essa é a hora de errar,

de sugerir, de falar bobagem. Ninguém vai condenar um estagiário, porque ele é ‘café com leite’, está ali pra isso mesmo. Para falar bobagem, para trazer idéias que não teríamos e para instigar. A motivação então deve vir mais dele do que da gente. Nós esperamos isso: alguém pilhado, a fim, motivado, louco para aprender e, com isso, nos ensinar.”

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Descanse Agora ĂŠ a vez d

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e o corpo. da mente suar. Por WalquĂ­ria Reis

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Neuróbica: a mente sarada Em busca de um corpo bonito e saudável as academias de ginástica estão sempre cheias de pessoas se exercitando. Há também os que trocam a agitação das academias por exercícios ao ar livre, como a caminhada ou corrida. Entre os vários benefícios da ati-

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vidade aeróbica podemos encontrar um corpo mais disposto e flexível ,a melhoria da circulação sanguínea, e claro, algumas gordurinhas a menos. Mas há um tipo de exercício que ainda é pouco conhecido e tão importante quanto as aeróbicas. A diferença é que o foco não está em exercitar pernas,braços ou abdômen, mas sim, em exercitar o cérebro, a chamada: Neuróbica. Os exercícios que a neuróbica oferece tem como objetivo melhorar a agilidade mental e reduzir os eventuais casos de perda de memória.

Algumas vezes não lembramos aonde deixamos as chaves, foge o nome daquele novo conhecido na cabeça ou até mesmo nos atrapalhamos para concluir um raciocínio. Exercitando a mente temos maior habilidade para melhorar nossa memória, inventar novas maneiras para solucionar algo e até mesmo aprender a analisar algo de vários pontos de vista, facilitando nossa compreensão. A criatividade é o ponto chave trabalhado pela neuróbica. A ideia é sair da rotina e as fazer as atividades diárias de forma diferente


da qual estamos acostumados. Exercícios neuróbicos ajudam a criar diferentes padrões de atividades dos neurônios no cérebro. Lawrence Katz e Manning Rubin, que são autores desta descoberta, trazem em seu livro Keep your Brain Alive (Mantenha o seu cérebro vivo) várias dicas de exercícios para quem pretende “malhar” a mente. Para os criativos da publicidade que, constantemente, se confrontam com o desafio de fazer novas criações, inovar e buscar soluções de uma nova perspectiva, a neuróbica torna-se uma poderosa aliada. Em uma reunião de brainstorm, por exemplo, o cérebro começa a produzir novas as-

sociações facilitando o surgimento de uma nova ideia. Os cinco sentidos (visão, olfato, paladar, audição, tato) são estimulados durante os exercícios onde aprende-se a avaliar as sensações de forma mais atenta. Segundo o Dr. Nelson Lima, os objetivos da neuróbica são envolver um ou mais sentidos num novo contexto, chamar e ocupar a nossa própria atenção, e quebrar a rotina de maneira inesperada e invulgar. Muitas vezes desempenhamos nossas funções diárias sem dar a devida atenção às nossas sensações táteis, olfativas, etc, onde acaba-se executando as coisas de forma mecânica. O cérebro que está habituado na rotina se acostuma com o modo previsível que os atos acontecem. Esse é o principal defeito da rotina: pelo fato de reduzir o esforço in-

telectual acaba atrofiando e limitando o cérebro. Quando se muda a forma de realizar as atividades o cérebro é estimulado a trabalhar mais e resolver novos desafios. Os exercícios para o cérebro são fáceis de serem executados. Em um primeiro instante pode causar certo estranhamento por parte de quem executa, mas faz parte do exercício quebrar o modo convencional de se pensar ou fazer as coisas.

Os exercícios qu e a N eur óbi c a oferece tem como objetivo melhorar a agilidade mental e reduzir os eventuais casos de perda de memória.

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Seguem, abaixo, algumas dicas de exercícios que podem ser praticados regularmente: *Descubra novos percursos para o trabalho ou faça um passeio; *Desenvolva os seus mapas olfativos prestando atenção nos diferentes cheiros dos ambiente (ruas, jardins, lojas,etc); *Ao ouvir música procure fazer associações com pessoas, lugares ou situações; *Mude regularmente o aspecto do seu local de trabalho ou a disposição dos objetos; *Exercite sua mão não dominante sempre que puder ( para escrever, desenhar, abrir portas...); *Procure fazer viagens sem planos;

*Leia ou veja fotos de cabeça para baixo, concentrando-se em pormenores nos quais nunca tinha reparado; *Colecione algo que possa aumentar sua cultura ou estimular a sua imaginação. 32

Estes são exemplos de alguns exercícios que fazem com que o cérebro nos ajude a captar dados e informação externa em contextos distintos, assim como integrar, codificar e memorizar informações, além de planificar e criar novas idéias e conceitos. Nelson Lima explica que para o cérebro evoluir é preciso estimulação que é adquirida através de novas aprendizagens. Uma educação pobre em estímulos não ajuda a proliferar a ligação entre os neurônios e até o nascimento de uma nova célula. Nelson ressalta o benefício da neuroplasticidade que é a capacidade do cérebro ser expansivo e dinâmico, o que possibilita novas ligações entre células nervosas. O doutor ainda explica a importância da criatividade: “Eu defendo que na criatividade devemos explorar até o extremo a imaginação indo

mesmo pra lá das fronteiras da razoabilidade”. Ele diz que a nossa estrutura social (educacional, familiar...) formatou nossas mentes para aceitar e seguir regras. Isto acaba sendo um fator inibidor para explorarmos o lado criativo. Mas, se desfazendo das “amarras” do padrão convencional da sociedade, (de agir ou de pensar) podemos conseguir melhores resultados em nossas atividades. Inovar, para muitos, chega a ser um verdadeiro desafio, mas para o especialista isto não é culpa das pessoas, e sim uma “pré-disposição” do cérebro que tende a seguir o caminho das rotinas. Mesmo assim, ainda é possível fazer o trajeto reverso (da inovação) e vivenciar novas experiências. É necessário interagir mais com a imaginação e ser um eterno curioso.




Olha quem está falando agora:

Nem você, nem a mamãe vão me fazer mudar de ideia. Por George Magalhães

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O que se faz em um trabalho de curso? Para muitos ele é a passagem para o diploma, o libertador da faculdade ou simplesmente o fim de um ciclo. Para Polyana Bandeira, 23 anos, redatora da Borghierh Lowe e ex-estudante da Católica, tinha que ser mais, tinha que ser um filme. Ela resolveu não fazer “mais um documento para a biblioteca”, e sim aproveitar a oportunidade para expor seu trabalho e sua visão de mercado. “Papai, Quero Ser Publicitário” retrata a carreira publicitária, os fascínios e frustrações da profissão e expõe o dilema da carreira gratificante versus dificuldades, tendo em foco a inversão quando existe a vontade do filho em ser publicitário. Polyana ainda abre o jogo sobre a ideia do projeto, como foi fazer um

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filme sem ter experiência, produzi-lo e, ainda, como entrou no curso tendo aberto mão de ser diplomata. Como começou sua carreira profissional? Entrei na Universidade para Relações Internacionais porque, desde criança, sonhava em ser diplomata. Fiz um ano do curso e não me adaptei. No colégio eu gostava de elaborar mil planos que envolviam muita gente. Fazia filme, roteiro, cenário, criava e organizava tudo. Estudar História, Direito, Política, não era comigo. Assim que troquei o curso, me encaixei. Descobri que era aquilo que eu queria e que a área da redação estava ligada às minhas habilidades. Qual matéria na faculdade você mais se destacava? Eu nunca fui ótima em tudo, mas as matérias de redação eu fiz muito bem,

pois sabia que era aquilo que eu queria e até era um prazer. Pelo menos, nessa área, me dediquei muito e levei a sério. Como surgiu a ideia de fazer o documentário ‘Papai quero ser publicitário’? Eu não queria fazer um projeto só para deixar arquivado na Biblioteca ou no Curso. Tinha que ser algo que me colocasse em contato com profissionais, que eu tivesse orgulho e pudesse apresentar depois no meu portfólio. Um vez, estava trabalhando com um amigo em um dia bem complicado e ele, meio frustrado, me questionou: “Como você teve coragem de abrir mão de uma carreira diplomática, com todo glamour, viagens, ótimos salários, para vir ralar até de madrugada, não receber pela hora extra, não ver tantas vezes o trabalho na rua? Você é maluca. Se


você fosse minha filha, eu te matava”. Não precisou de mais nada, a ideia veio na minha mente na mesma hora: Como seria a reação de um publicitário se seu filho quisesse seguir a profissão? Como foi seguir com a ideia do projeto? Com isso na cabeça, só faltava correr atrás de tudo. Mas, antes, ainda tive que tomar outra decisão complicada. No final do meu curso, eu tinha um estágio na Master, agência de publicidade, mas tive que abrir mão por conta do projeto. Como foi abrir mão de um emprego para investir em um filme que você sequer sabia como fazer? Eu tive que sair da Master, para apostar no vídeo. Parecia loucura, e era. Como explicar para a minha

família que agora poderia chegar de manhã do trabalho? Como explicar que a vida não seria a de um diplomata, que trocaria isso tudo para ser assim? É paixão e é difícil. Nessa profissão só vive quem ama. Não é de encher os olhos trabalhar como doido. Todo publicitário reclama, mas se faz é porque ama. É um trabalho baseado no amor.

Nessa profissão só vive quem ama. Não é de encher os olhos trabalhar como doido. Todo publicitário reclama, mas se faz é porque ama.

Como foi o processo de produção do filme? Eu queria ir para São Paulo entrevistar os melhores, e como já iria até a cidade participar da Semana Internacional de Criação Publicitária, dava para aproveitar o gancho, mas tinha dificuldades. Nunca havia feito um filme, tinha feito uma matéria de audiovisual na Universidade e mais nada. Eu precisava aproveitar a oportunidade de estar em São Paulo e fazer tudo de uma vez, não ia ter outra chance. Duas amigas que também iam, Elaine e Olávia, se interessaram pelo meu projeto e a ajuda foi fundamental. Eu tive duas semanas para aprender as técnicas de entrevista, assisti documentários, entrevistas, pesquisei os melhores diretores, observava as perguntas para saber quais fazer e aí fui. Chegando em São Paulo foi 37


um caos: três meninas andando de metrô com todo aquele equipamento. Era tudo muito corrido. E o que deu pra tirar de melhor da Semana de Criação em contato com nomes internacionais da publicidade? As palestras da Semana de Criação eram com renomados publicitários do mundo todo. Mas, para mim, não foi tão bom e prazeroso como fazer o filme, entrar em contato, falando e entrevistando as pessoas que eu admirava. O cara tá ali de igual pra igual com você, ser humano igual você. Foi sensacional. Você endeusa os caras, mas eles são muito simples. Foi a melhor experiência da minha vida profissional. Como foi fazer um filme sem cursos especializados, uma semana de prepara38

ção e uma semana pra produzir quase tudo em SP? Você tem que saber que sempre vai depender da ajuda das pessoas, mas a principal parte é sua. O fato é que depois de um projeto desses, a visão das coisas muda bastante. Para mim, que deixei para trás um curso e abri mão de várias coisas por conta do Projeto, existe diferença entre o que vem à mente das pessoas quando pensam coisas desse tipo e a realidade, o fazer. Tem uma frase de Fernando Campos, um dos personagens do meu filme, que é mais ou menos assim: “Essa profissão é pra quem arrisca, pra quem tem coragem”. Hoje, depois do vídeo e de tudo, sei onde eu estou pisando. Tenho certeza que é isso, não me arrependo. A profissão já me deu tantas coisas boas, que as frustrações são mínimas.

Hoje, você está formada há um ano e tem várias experiências na área. E se fosse o seu filho? Não sei bem o que responder, mesmo depois de ter feito o filme há um ano. Mas, caso acontecesse, eu deixaria bem claro: apesar de todos os problemas da profissão, somos felizes... Pode ser ?



NÃO VEJO A HORA DE CONTAR PARA MINHA FAMÍLIA QUE SEREI UM GRANDE PRODUTOR PUBLICITÁRIO.

“Que bom, Junior. E o que faz um produtor?” Provavelmente muitas mães, tios, primos e sobrinhos reagiriam assim. E pra responder não só eles, como você também que é interessado no assunto, a equipe da Revista Placenta pesquisou sobre a profissão e trouxe a opinião de profissionais renomados do mercado de Brasília, Mauro Assis (Diretor de Criação da Funyl) e Patrícia Araújo (Produtora executiva da Maria Mercado Produção e Marketing de Moda). Mauro explica o motivo das pessoas fazerem a pergunta anterior: “Produção publicitária é tão novo que as pessoas confundem com Produção Gráfica, Cultural. O mercado passa por um crescimento, novos formatos, tecnologias e se esquecem que lá na ponta alguém tem de estar preparado para entregar a melhor estrutura para que fotógrafos, diretores possam fazer o seu melhor.”. Patrícia complementa a respos


ta, falando um pouco da rotina, ou melhor, da falta de rotina da profissão: “No geral, recebemos o briefing e o layout da campanha, organizamos check list e cronograma para cumprir tudo dentro do prazo, fazemos prancha de referência para diminuir a margem de erro... e mãos a obra. Considero como vantagem a diversidade. Sempre muita coisa p/ correr atrás, pessoas diferentes, lugares diferentes, contatos... toda produção tem um desafio novo. Quando você pensa que já fez de tudo, certamente está enganado.”. Diante de um terreno fértil e carente por produtores, Patrícia explica como os estudantes podem trabalhar nesta área rica de cultura e novas experiências: “O aluno tem a opção de tornar-se produtor “freela”, realizando vários trabalhos na semana com clientes diferentes, ou um produtor fixo em estúdios de fotografia e captação de vídeo. O primeiro caso é mais comum, embora em Brasília, já existam em-

presas que começaram a contratar produtores para compor a equipe fixa.”. Com muita bagagem na carreira, Patrícia, que leciona seu curso de Produção Publicitária na Funyl, fala de como tem sido as primeiras experiências de seus alunos: “Tem sido ótimo. Muitos já tiveram a oportunidade de acompanhar produções e colocar a mão na massa. Temos pelo menos 5 alunos que ou já estão empregados ou realizando “freelas” de produção. É maravilhoso despertar nesses novos profissionais o interesse por outras áreas da publicidade que não seja somente dentro da agência. A máquina criativa vai além.”. Então, se você ficou interessado nessa profissão e quer ir além na sua carreira, fica a super dica desta matéria: Ligue já para a Funyl e faça sua inscrição no curso de Produção Publicitária. Assim sua família reconhece sua garra e o mercado reconhece o seu talento.


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Por Ana Paula Lisboa


Cannes, Clio Awards, Colunistas, Marketing Best, Festival de Gramado... São muitos os festivais e prêmios de publicidade. Servem para reconhecer trabalhos de profissionais e agências do setor e para dar motivação a mais para produção de peças e campanhas. Também são considerados indicadores de sucesso e de credibilidade. Muitos publicitários e publicitárias desejam receber méritos pelos trabalhos que realizam. Prêmios, especialmente os internacionais, dão destaque especial para peças ou campanhas, como uma recompensa pelo empenho dos publicitários. Estudantes já premiados Em 2010, a empresa júnior de publicidade da Universidade de Brasília (UnB), Doisnovemeia, recebeu medalha de prata, no prêmio Colunistas Promo Brasília. 44

A agência foi premiada na categoria Organização de Congresso com case promocional, elaborado para o V Almanaque de Criação, evento que traz palestras com profissionais de destaque no mercado publicitário. A promoção Entre de Graça trouxe como personagem a galinha Mercedes que estava desaparecida. O site (http:// eutinhaumagalinha.com.br) dava pistas e os que encontrassem a ave de brinquedo ganhariam ingressos para o evento. Vários blogs e agências ajudaram a divulgar e a desenvolver a promoção. Apenas cinco ingressos gratuitos trouxeram resultados muito maiores: 370 inscritos na campanha (aumento de 740% com relação ao ano anterior), cerca de 2.150 visitantes únicos no blog e 15.960 visualizações de páginas. Além da participação de 600 estudantes no Almanaque.

“Foi muito gratificante. Renovou os ânimos de todos que trabalhavam na agência. O objetivo da empresa júnior é o aprendizado, então, acredita-se que os alunos ainda não chegaram ao nível do mercado. O prêmio veio pra dizer o contrário”, relatou a antiga colaboradora da agência, Iasminy. O peso de um prêmio Mas será mesmo que receber prêmios pesa tanto assim? Em 2006, o Grupo Consultores da Espanha realizou o primeiro estudo sobre agências no Brasil. Foram entrevistados 80 diretores de atendimento e de criação de grandes agências. Também foram consultados 278 dos 300 maiores anunciantes do País. A pesquisa mostrou que prêmios conquistados pelas agências são o último motivo de escolha dos


executivos de empresas, sendo considerado fator importante por menos de 10% dos entrevistados. Dentre outros resultados, constatou-se que a criatividade é o critério mais relevante para seleção de uma agência, sendo consiFestival de Publicidade de Cannes Criado em 1953, é o festival mais famoso do mundo e normalmente acontece em junho, na cidade de Cannes, na França.

derada como determinante por mais de 80% do público pesquisa. Outros valores enfatizados são transparência na remuneração, planejamento estratégico, e o fato de uma agência não trabalhar para contas do mesmo setor.

A indústria da premiação “A importância dos prêmios e festivais de publicidade é dar visibilidade às agências e aos seus profissionais. Quando os prêmios e festivais são sérios, eles podem agregar algum diferencial às agências. Caso Prêmio Colunistas

Clio Awards

A seleção de Propaganda ocorre desde 1968. A versão Promo surgiu, em 1982, para analisar promoções. A de Produções veio em 1987 e a de Design, em 2009.

Possui competições para Publicidade, Design, Interatividade e Relações públicas. É realizado, há 52 anos, nos Estados Unidos.

Festival de Gramado Começou, em 1975, para discutir e analisar o segmento publicitário. Acontece a cada dois anos na cidade de Gramado (RS).

Prêmio Abril de Publicidade

Marketing Best

Completa 25 anos em 2011 e se propõe a festejar grandes talentos. Acontece em categorias de Criação para Revista, para Internet, e para Mídias da Abril.

Iniciou no Brasil há nove anos e reconhece ações de marketing empresarial.

Caboré

Instituído pelo jornal Meio & Mensagem em 1980, homenageia empresas e profissionais que contribuem para o avanço da Propaganda, Marketing e Comunicação no mercado brasileiro.

El Ojo Desde 2002, reconhece trabalhos de 26 países ibero-americanos, dentre eles o Brasil.

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contrário, o resultado é quase nulo”, explica Edmundo Brandão Dantas, 57. Apesar de não ser publicitário, ele é professor da Faculdade de Comunicação da UnB e desenvolveu uma carreira de 23 anos nesse setor. “Já participei como jurado de dois importantes prêmios de marketing nacionais, cujo nome omito, por razões éticas. Foi uma experiência interessante, mas negativa”, contou. Edmundo é graduado em Engenharia de Telecomunicações e Economia, especialista em Marketing e em Comunicação Social, mestre em Planejamento Estratégico em Engenharia de Produção, e Doutor em Ciência da Informação. Ele explicou que, nesses prêmios, os jurados indicam empreendimentos que se destacam no mercado. “O que me frustrou bastante é que os organizadores infor-

mavam as empresas, mas se elas quisessem concorrer ao prêmio eram obrigadas a pagar um valor astronômico para fazê-lo.” “Há algum tempo, uma empresa de comunicação quase desconhecida em determinada cidade foi agraciada com um prêmio Top of Mind. Até seus gestores ficaram surpresos. Depois veio a continha para eles pagarem. O motivo disso acontecer é que esse negócio de premiação virou uma indústria”, complementou. De acordo com Edmundo, prêmios e festivais costumam ser muito lucrativos para quem promove e são poucos os que premiam campanhas que realmente resolvam os problemas de comunicação dos clientes. “Os prêmios são mais para massagear o ego dos publicitários do que propriamente para gerar diferencial significativo para as agências.

Afirmar que as que ganham mais prêmios são as melhores pode ser uma falácia. Conheço agências muito criativas que nunca foram premiadas”, finalizou o professor. Prêmio x Vendas Difícil não se lembrar dos mamíferos da Parmalat, de pipoca e Guaraná, de compre Batom, e do bordão da Brastemp. Um bom anúncio é lembrado pelas pessoas, constrói imagem positiva do anunciante, e, principalmente, gera vendas. O objetivo primordial de qualquer propaganda é vender. Ser reconhecido num festival aumenta o status dos profissionais e das agências, mas a melhor recompensa para uma campanha, certamente, é dar resultados e se tornar memorável para o público.



Por Ana Paula Lisboa

O cara realmente é fera. Não é à toa que ele foi caçado sete vezes para receber os Leões de Cannes.

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Ricardo Figueira, 39, é brasiliense e curte rock. Graduado em Administração e Design, iniciou carreira em publicidade em 1995. Dois anos depois, fundou, com dois amigos, a Atelier Comunicação e Internet. O negócio cresceu e, em 1999, foi comprado pela AgênciaClick de São Paulo e passou a se chamar AgênciaClick Brasília. Ricardo atuou como Diretor de Criação, Diretor de Arte e sua equipe trouxe, para Brasília, o primeiro Leão de Cannes, de ouro. Em 2004, Ricardo assumiu a direção exe-

cutiva da agência de São Paulo, e, em 2007, quando ele era vice-presidente de Criação, a Click foi comprada pelo grupo inglês Isobar/Aegis. Ele foi convidado para trabalhar na Glue London, na Inglaterra. Em 2008, retornou ao Brasil e passou a ser vice-presidente de Criação do grupo Isobar, na América Latina. Em 2009, o grupo comprou a agência AGE onde ele atuou e, em 2010, voltou a Londres, onde trabalha atualmente como Diretor de Criação da Glue para contas globais, como a da Nokia.


Pela descrição deu pra perceber a correria publicitária que é a vida desse criativo que já foi jurado de prêmios e festivais de publicidade. Confira agora, a entrevista exclusiva concedida à Placenta. Qual sua experiência em prêmios e festivais de publicidade? Já participei como jurado em eventos, como: Festival de Cannes, New York Festival, The One Show, Art Director Clube, D&DA e muitos outros. Na minha carreira, acumulo hoje sete Leões, dezenas de outros prêmios internacionais e orgulho de ser brasileiro. Dentre os mo-

mentos de maior aprendizado na minha vida estão as ocasiões em que fui membro desses júris, porque pude compartilhar com gente “top dos tops” do mundo inteiro minha visão e apurar discussões criativas. Qual a importância de prêmios e festivais? Através de premiações e reconhecimento por um júri sério e altamente qualificado, você consegue criar um critério comum de qualidade no mercado. Com isso, a profissão, as técnicas, a ambição e os insights criativos evoluem. Imagine se todas as profissões tivessem a sorte de ter um critério rigoroso de evolução a cada ano que passa... Qual a relação entre ganhar prêmios e credibilidade? Não acredito que prêmio aumenta a credibilidade de um criativo, mas prêmio atesta potencial, ambição e critério para criação. Todo bom criativo de verdade,

tem que ser ambicioso, nunca esmorece, nunca acha que já sabe o bastante, nem acha que já é bom o suficiente. Existe uma frase muito antiga de um publicitário inglês chamado Paul Arden, que diz: “It’s not how good you are, but how good you want to be” (A questão não é quão bom você é, mas sim quão bom você quer ser). Um profissional de criação acomodado é um médico satisfeito em fazer curativo e diagnosticar gripe. No caso de uma agência, os prêmios retratam a ambição dessa empresa em fazer um trabalho melhor. Campanhas que ganharam prêmios no Brasil ou no exterior servem como fonte de inspiração? Inspiração na própria propaganda é o que mata a propaganda hoje em dia. Os prêmios devem servir como inspiração para você tentar fazer melhor. Hoje, as melhores ideias vem de 49


insights que nada tem a ver com propaganda, mesmo que a execução seja em formato de propaganda. Os publicitários não podem mais ver o que está em Cannes, apenas. Isso é o mínimo. Tem que ver como o mundo se transforma, tem que ir para o SXSW (conferência de música, filmes e interatividade) em Austin, tem que ver palestra de TED (conferência mundial sobre tecnologia, entretenimento e design). Tem que ver como as redes sociais estão mudando as sociedades em países onde o governo controlava os meios de comunicação. Qual sua opinião sobre o boato de que muitos prêmios de publicidade podem ser comprados ou forjados? Só posso dizer sobre os prêmios de que participei e acho impossível alguém comprar um prêmio. Primeiro por causa do júri. Eu nunca vi nada tão profissional quanto o Festival de Cannes. 50

A legitimidade de um prêmio é a sua seriedade. As organizações dos prêmios geralmente são instituições financeiras que ganham muito dinheiro com inscrição. Fazer qualquer coisa, nesse sentido, seria a maior burrice do mundo e queimaria aquele prêmio para sempre. Em algum lugar isso deve existir, eu, felizmente, nunca vi. É mais importante que uma campanha funcione e realmente resolva o problema do cliente ou que ela seja reconhecida ao ganhar prêmios? Não existe excludência de critério: é inadmissível que uma campanha não tenha objetivo de resolver o problema do cliente e também que as agências não briguem muito por fazer isso com qualidade e criatividade. Mas, tem de tudo no mercado, inclusive agência de repetição, aquelas que investem muito dinheiro para repetir uma mensagem

fria um milhão de vezes porque essa é a forma mais fácil que elas acham para que um consumidor se lembre de uma marca. É mais importante que uma agência seja reconhecida por meio de prêmios ou que tenha fama própria entre clientes? Existem agências que tratam a história toda como business de criatividade e veiculação, e existem clientes que só fazem seu papel de gerente de Marketing em vez de gestor de marca. É tudo uma questão de pessoas, valores e suas prioridades, do dono da agência, do gerente de marca e, muitas vezes, dos presidentes das empresas. Há alguma campanha que você recomenda como referência? Recomendo uma campanha maravilhosa da Volkswagen, porque ela faz o que podemos fazer de melhor com as pessoas, envolvê-las em


vez de apenas dizer alguma coisa. É possível ver pelo link http://www.thefuntheory.com. Qual trabalho seu você indicaria? Um pelo qual tenho um grande carinho que é sobre o Fiat Idea Adventure. Foi a primeira campanha de cinema interativo no mundo. Ganhou medalha de ouro no Prêmio Colunistas; ganhou GrandPrix; e recebeu medalha de prata para causadores de emoção, e de bronze para test drive interativo no Prêmio Abanet/ IAB, em 2007. É possível visualizar pelo Youtube em http://w w w.youtube.com/ watch?v=7JptKZSaars. Você acha que faz diferença trabalhar em um local reconhecido por prêmios? Faz diferença trabalhar numa agência que aprecia e exige ambição criativa; o resto é conseqüência. Trabalhar e fazer uma agência ser premiada demanda pos-

tura que influencia sua vida, sobretudo no quanto você se dedica ao trabalho. É preciso ter muita disposição para aprender diariamente. Foi isso que me inspirou a aceitar o convite para ser Diretor de Criação de contas globais da Glue, em Londres. Eu tive que abrir mão da zona de conforto em que estava no mercado brasileiro, e deixar para trás o reco-

nhecimento que já existia em relação ao meu trabalho para começar tudo de novo numa escala maior e bem mais complexa. Mas, não há um só dia que eu não aprenda, e é isso que me move.

Ponto crítico com Francesc Petit No livro Propaganda Ilimitada, de 2006, Francesc Petit, um dos fundadores da DPZ Propaganda, conta que “Uma história arrepiante da propaganda recente são as premiações que são manipuladas, algumas compradas e outras falsificadas, a qualquer premiação de quinta categoria, e a maior parte dos publicitários é boba, embarca em qualquer barco furado só para receber um diploma e publicar esta notícia nos meios de comunicação.” Ele complementa e afirma que “a coisa toda virou um traça níqueis, os jurados são medíocres, politicamente escolhidos, amiguinhos deste ou daquele”. O criador do frango mascote da Sadia finaliza ao dizer que “Só dois prêmios são credíveis: o D&AD British Design e o Art Directors, de Nova York. O resto é tudo prêmio para boi dormir.” 51


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Nosso time de jurados já está formado. Escalação: Zanna Lopes, Raphael Vasconcellos e Fernanda Romano. O 58º Festival Internacional de Criatividade de Cannes de 2011, também conhecido como Cannes Lions, aconteceu na Riviera Francesa entre os dias 19 e 25 de junho. As categorias premiadas foram: melhores trabalhos impressos, outdoor, peças para rádio, filmes, ações de uso de mídia, marketing diretos e promocionais e de ativação. Além disso, concorreram trabalhos em Design, Relações públicas e Institucionais, Técnicas em filme e, finalmente, trabalho em Comunicação integrada. Os candidatos tiveram até o dia 8 de abril para se inscrever e foram avaliados por mais de 50 júris, desses 13 são brasileiros. A Revista Placenta conversou com alguns deles.

.Zanna Lopes, Cantora, Produtora musical e Diretora de Criação da Zanna Sound Comunicação Sonora, empresa pioneira na América Latina em Sound Branding. Julgou a categoria Rádio.

O Brasil hoje tem uma força enorme no festival e muita voz ativa com os organizadores. Primeiro, é um festival muito frequentado por brasileiros. Segundo, as nossas peças ganham muitos prêmios. “Apesar da grande responsabilidade de representar e defender o Brasil em um festival internacional, acho que é uma tarefa que se realiza com facilidade, pois morei 15 anos fora. Eu transito bem entre as línguas, sei das diferenças culturais e acho que tenho poder de persuasão. Claro que é preciso contar com um material à altura, de forma que isso possibilite a defesa com muita propriedade das peças inscritas. A participação de um evento como Cannes mudou completamente a configuração da minha agenda e recebo esse convite como uma prova do reconhecimento por parte do mercado brasileiro e pelo trabalho inovador que estamos fazendo. E em relação a peças Brasileiras, luto sempre por elas.


.Raphael Vasconcellos, vice-presidente de Criação da Agência Click Isobar, participou pela primeira vez como júri do festival na categoria Cyber.

Recebi o convite de forma oficial no início desse ano. Nos últimos meses de 2010 fui procurado pelo representante do festival no Brasil, o Jornal Estadão. Mandei meu currículo e contei um pouco da minha história profissional. Em fevereiro, fiquei sabendo que eu seria o jurado brasileiro pela imprensa na categoria Cyber. O festival de Cannes é o de maior importância e prestígio do mundo. Todo publicitário observa atentamente o que acontece em Cannes, as discussões que são realizadas no evento e as tendências para os anos seguintes. Quem quer fazer o melhor trabalho, se inspira nos trabalhos premiados no festival. Em Cannes, temos a responsabilidade de reconhecer os melhores trabalhos que estão sendo produzidos, atualmente, no mundo. Os melhores são aqueles que exigem trabalho com coragem, talento e também os que arriscam suas melhores ideias. O critério de escolha dos melhores trabalhos é selecionar num primeiro filtro os que

têm bom nível técnico e que foram bem executados e bem apresentados. Depois, selecionar em um segundo filtro os que têm as melhores ideias, os insights inéditos e os trabalhos criativos mais ousados. Por fim, sempre procuro premiar os trabalhos mais revolucionários e que possuem o potencial de inspirar as próximas gerações do mercado. Na maioria das vezes, o melhor trabalho ganha o melhor prêmio. A decisão dos jurados é muito subjetiva, mas busca-se a maioria dos votos na hora de premiar os trabalhos. Outra coisa é a relação prêmio e objetivo. Nesse campo, nem sempre a propaganda mais premiada ajudou a vender mais. Inúmeros fatores influenciam o resultado do trabalho publicitário, e o que está sendo avaliado em um festival são, na maioria dos casos, apenas o lado criativo e inovador da propaganda. É muito gratificante ser um dos jurados, quase inacreditável. Todo festival de propaganda é uma grande oportunidade de refletir sobre a profissão, conhecer figuras interessantes e novos trabalhos. Em Cannes, essas oportunidades são multiplicadas.”

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.Fernanda Romano, Diretora de Criação da agência Euro RSCG, já freqüenta o festival há 10 anos. Esse ano participou do júri pela vaga do Reino Unido, na categoria de Titanium e Integrated, segundo ela “uma categoria que perde o sentido se vier com o briefing”.

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“Minha expectativa em Cannes é ver trabalhos fantásticos e ao ver esses trabalhos do mundo todo, poder aprender muito sobre onde vamos com a indústria. Sempre é uma responsabilidade julgar o trabalho de outras pessoas e eu levo muito a sério. Julgar é trabalhoso. Começamos às nove da manhã e vai até tarde. Almoçamos e jantamos juntos. Na rua somos parados por muita gente que quer saber como está indo o festival. É uma pressão enorme. A gente bate papo, debate as coisas, discute e aprende coisas novas, então tudo vale a pena. Para avaliar sempre parto do princípio que eu tenho que ter inveja. Branca, mas inveja, do que estou vendo. Se der uma invejinha boa, vontade de mostrar aos amigos e clientes, copiar o link para ter como referência depois, é porque é bom e merece meu tempo. Ao julgar os prêmios nem sempre o melhor ganha, mas isso faz parte do processo. O prêmio ajuda muito na carreira. Em alguns casos aumenta o

salário, mas não atinge objetivos de longo prazo. Uma semana depois da premiação tem uma nova em branco na frente da gente, só esperando a ponta da caneta.”





Biografia de publicitário: o e d ” g n i f e i r “b

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. .. Por Emanuel Oliveira e Vicente Ramos


Daniel Chuis C o m e c e i a trabalhar com amigos, no 1º semestre da UnB. Mo n t am o s Daniel Chuis um pequeno escritório e trabalhei três anos de maneira independente, atendendo pequenos clientes. Quando estava prestes a me formar, senti falta de trabalhar em agência com estrutura e grandes clientes, então larguei tudo pra estagiar na SetteGraal, que foi minha maior escola na publicidade. Durante mais de 10 anos trabalhei em agências “tradicionais’, passando pela SetteGraal e DM9DDB; em 2003 fui a Espanha para fazer uma Pós-Graduação em Design, em Barcelona. De lá fui contratado para atender a Volkswagen e a Audi, nas Ilhas Canárias, onde fui Diretor de Arte e Diretor de Criação. Voltando ao Brasil, fui contratado

pela Casanova Comunicação (atual Monumenta) como Diretor de Criação. Já nos últimos dois anos passei a trabalhar em um mercado emergente no Brasil e ainda mais em Brasília, nas agências no-media: internet, mídias sociais, promoção e eventos. Atualmente, estou como Diretor de Arte na TV1 Eventos, empresa do Grupo TV1. Uma dica que deixo para todos que estão lendo é: Aproveite bem seus anos de universidade, sem pular etapas. Meta-se em todos os projetos que passarem pela sua frente. Experimente. Descubra que na profissão existem outras áreasque não só a criação. Estagie em 1, 2, 3 agências. Consiga o 1º emprego e dê tudo de si. Os bons profissionais são facilmente reconhecidos. Trabalhe bastante, mas cuide muito bem do seu lado pessoal. Aproveite enquanto você é jovem e tem saúde, porque o rojão não é fácil! Mantenha a chama da criatividade acesa sempre, porque só quem é motivado consegue ir longe. 61


Júlia Serejo S e m p r e tive a certeza que queria ser publicitária, e uma paixão incrível por jo Júlia Sere essa profissão. O exemplo veio de dentro de casa, pois meu irmão já seguia carreira. Por influência dele, desde os 13 anos eu já lia livros sobre publicidade, o que me fez ter ainda mais certeza da profissão que queria seguir. A minha trajetória profissional começou logo que entrei na Universidade Católica, fiquei sabendo da Matriz e fiquei super animada em participar. Comecei a trabalhar lá no meu 1° semestre e fiquei lá por volta de dois anos, como atendimento, passei por diretora de atendimento e trabalhei por pouco tempo como presidente. Meu segundo emprego foi na Prime RS 62

onde fiquei por dois anos, depois desse tempo tive que deixar a Prime RS para acompanhar meu marido (Sucram) , também publicitário, que recebeu uma proposta de trabalho em Dubai. Desde então trabalho para a Radical Thinking, uma agência interativa de Dubai. Comecei como atendimento, fui promovida a gerente de contas, e hoje devido a mais uma mudança de país (me encontro atualmente em Boulder, Colorado – USA) trabalho com o planejamento de projetos especiais.Tive a sorte de poder participar da Matriz e acredito que ela foi muito importante na minha formação, principalmente para desmistificar muitas fantasias que a gente acaba criando sobre o dia-a-dia do trabalho publicitário. Quem sabe aproveitar com sabedoria a oportunidade de trabalhar em uma agência Júnior entra para o mercado muito mais preparado.


Mauro Assis Mauro Assis, idealizador do projeto funyl, uma escola de publidade em que ele também dá aulas de direção de arte desde 2003, conta sua trajetória na publicidade: “Sempre gostei de desenhar, sabia que de alguma forma trabalharia com arte. Fiz curso de desenho artístico no Liceu de Artes e Ofícios no Rio de Janeiro e descobri que apesar da pressão da família pra que fizesse algo mais “sério e estável”, era nesse universo que navegaria. Passei seis anos como arte finalista e aos poucos fui ganhando a confiança dos criativos. Sempre tive objetivos bem claros na minha vida. Sabia quem era o melhor em cada pedaço onde eu me determinava ocupar. Daí foi trabalhar muito e perceber que com foco a gente chega mais rápido ao objetivo final.” A parte do meu trabalho como publicitário que faz tudo valer a pena é o desafio de cada briefing.

Depois de algumas dezenas, e as vezes centenas de estudos, consigo chegar numa ideia fora do padrão, e no final consigo colocar as peças na rua sem a retalhação do cliente. Ah, e prêmio? É consequência desse somatório. Vida de Publicitário pra mim é uma vida desafiadora, cansativa, mas prazerosa. Entender que ser publicitário é necessariamente estar conectado ao mundo, acompanhar o que acontece, respirar diversos assuntos e perceber que quando começa a achar que sabe alguma coisa, tudo muda de novo e você percebe a necessidade de começar tudo de novamente.

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Formando profissionais na área de animação gráfica O mundo dos games é fascinante. Atualmente eles possuem gráficos incríveis que fascinam as pessoas, especialmente as crianças e os adolescentes. Os gráficos chegam tão perto da realidade que podem confundir as pessoas. Quem nunca se perguntou olhando um game “Como eles fazem isso?”, diante de uma imagem de um jogo, rico em detalhes e definições perfeitas. A SAGA (School of Art, Game and Animation) pode ter a resposta para essa pergunta. A escola é uma referência nacional na área de arte, jogo e animação. Criada em 2003 como uma escola de cursos de informática, hoje possui seis unidades espalhadas pelo país: Lapa e Tatuapé, em São Paulo, Taguatinga, em Brasília, Cen-

tro, em Salvador, Boa Vista, em Recife e Centro, em Belo Horizonte e formou mais de 7.000 alunos. Focada em arte digital, a Saga oferece cinco cursos criados para transformar jovens em profissionais qualificados e competitivos para o mercado internacional de Computação Gráfica. São eles: “Start” (computação gráfica para iniciantes), “Playgame” (desenvolvimento de jogos em 3D), “Marquise” (técnicas e ferramentas usadas no mercado de maquete eletrônica), “Sinapse” (curso completo de arte digital) e o recém-lançado WarpZone, curso desenvolvido nos modelos de qualidade da Gnomon, mais reconhecida escola de arte digital do mundo e parceira da Saga.


Entrevista Alessandro Bomfim - fundador, sócio e diretor da SAGA. 1)Qual é a metodologia “Saga”? Os alunos da Saga aprendem na prática tudo aquilo que vão fazer no dia-a-dia como profissionais. Os professores são altamente capacitados, experientes, atualizados e ensinam a usar desde as técnicas mais básicas de trabalho até as mais complexas, comuns nas grandes empresas do setor. O mais importante é que hoje, na SAGA, aliamos arte e tecnologia em nossos treinamentos, pois nos preocupamos em formar artistas digitais para o mercado, em vez de operadores de programa. 2)Como os cursos podem ajudar a conseguir um espaço no mercado de trabalho?

Faz parte da missão da Saga transformar os jovens em profissionais qualificados e competitivos para atender às exigências do mercado internacional de Computação Gráfica. Isso levando em consideração as necessidades e expectativas das empresas com base nas mudanças constantes desse vasto campo de trabalho. Sendo assim, a Saga investe em professores qualificados e em instalações que dispõem da mais alta tecnologia para preparar os alunos da melhor forma possível. A infraestrutura da Saga conta com salas de arte, laboratórios amplos e climatizados, equipados com sistema de som subwoofer; computadores com configurações poderosas e placas gráficas para rodar os mais avançados softwares de CG; monitores giratórios LCD de 19” e 22”; mesas digitalizadoras e workstations com ilumina-

ção especial para desenho; estúdios de Chroma Key; salas de vídeo-aula; salas de estudos de games com as três plataformas mais populares do mercado: Play Station 3, Wii e X-Box; gameoteca com livros, tutoriais, games e Wi Fi Zone nas unidades. 3)As ideias dos alunos são usadas em projetos fora da escola “Saga”? Temos muitos alunos hoje no mercado atuando em empresas do setor de entretenimento digital, mas temos também alunos que estão apostando em projetos pessoais que vão desde o desenvolvimento de um game para mobile, até abrindo sua própria empresa. Isso é uma grande satisfação e orgulho para todos nós.


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Por Leylane Marine

Muita informação, interatividade, conhecimento e profissionais de primeira. Assim foi a Abertura do semestre de 2011, promovida pela Matriz Comunicação, que trouxe palestrantes renomados do mercado e ofereceu workshops do projeto Colmeia com temáticas como “Postura e apresentação profissional”, “Fotografia Lightpaint”, “Jornalismo na Moda”, “Cartunismo” e muito mais. Neste ano, a Abertura veio com uma grande novidade: o evento foi planejado não só para alunos publicitários, mas também para jornalistas. A Abertura do semestre teve como conceito: “O offline está conectado”, mostrando o quanto o offline está sendo

sustentado pelo online, aonde a Comunicação vem sendo pensada, cada vez mais, de forma integrada. Além disso, a Abertura contou com o projeto Post It, que deu a oportunidade para estudantes do curso de Comunicação trabalharem do dia 21 a 25 de março e fazerem entrevistas com os palestrantes, além da diagramação do jornal com fotos e matérias de tudo que aconteceu no evento. Para quem não foi nessa Abertura do semestre, trouxemos alguns clicks feitos durante os cinco dias para você apreciar. Para saber mais sobre o que aconteceu no evento, acesse: http://jornalpostit.blogspot.com.br

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O que um futuro publicitário precisa ter para se destacar no mercado? Quais referências ele deve seguir ? Vitória Gerlach - 2º sem, Publicidade e Propaganda - Universidade Católica de Brasília

Toda vez que encontro com estudantes de Comunicação, a mesma pergunta sempre surge: “Como faço para conseguir um estágio?”. Meus interlocutores me ouvem com aparente atenção, mas a ficha cai para poucos. Se me permite arriscar uma estatística, diria que um em cada mil percebe o caminho. Com efeito, busco aquele profissional que, ao entrar na agência, comporte-se como o dono e não como um empregado. Se, por um lado, a oferta de mão de obra (e de vagas) nunca esteve tão farta, por outro, as empresas padecem com a falta de líderes. Compartilho, aqui, cinco

lições que contribuíram para minha formação: 1 - Aproveite a faculdade para aprender a pensar Não precisamos de usuários avançados de softwares. Precisamos de pessoas com capacidade de analisar problemas, propor soluções e conduzir projetos. Profissionais com visão de mundo e senso crítico. O conhecimento instrumental tem sua importância, é claro, mas o que fazer com ele sem uma ideia? Aproveite sua faculdade para estudar outras áreas do conhecimento capazes de prepará-lo para a vida, e não para um emprego. 2 - Dedique-se à gestão do seu tempo Hoje, mais do que nunca, um profissional precisa executar inúmeras tarefas dentro de prazos cada vez

mais curtos. Para isso, é fundamental estudar, buscar referências e atualizar- se sempre. Planeje seu dia e mantenha o foco. Crie sua agenda e seja rígido com seus compromissos. A oferta de tentações para lhe tirar do rumo é enorme, mas a escolha é sua. 3 - Pense de forma multidisciplinar e multiplataforma A internet, as redes sociais, tablets e outras tantas tecnologias reinventaram, de modo abrupto, as relações humanas. Os modelos tradicionais de negócios assim como os profissionais que não acompanharam as mudanças, caíram juntos. Vive-se agora um momento ímpar de oportunidades para quem deseja entrar no mercado. As portas estão abertas para quem pensa de modo multidisciplinar e executa em multiplataformas.

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4 - Seja propositivo sempre Ao contratar um profissional, o empreendedor es pera que essa pessoa entenda o ecossistema em que a agência está inserida e contribua para melhorá-lo. Para isso, é imperativo conhecer as fraquezas da empresa e, sobretudo, propor soluções para superá-las. 5 - Seja o primeiro a chegar e o último a sair Quer um lugar nas principais agências do país? Trabalhe duro. Mas faça isso por você. Pela sua carreira, e não pela empresa. Fecho com uma história do vasto folclore publicitário. Certa vez, um empregado não muito afeito à labuta, reagiu à bronca do patrão workaholic: “Você trabalha assim porque você é o dono”. O preguiçoso foi demitido na hora e levou para casa a seguinte repos70

ta de troco: “Eu não trabalho assim porque sou o dono. Eu sou o dono porque eu trabalho assim”. O patrão desse caso, segundo consta, era o baiano Nizan Guanaes. Penso que toda bagagem cognitiva que pudermos acumular será útil, mais cedo ou mais tarde. Podemos ter preferências musicais, cinematográficas, artísticas e etc, mas jamais devemos ter preconceito. Falamos com os públicos mais variados e precisamos ter o desprendimento necessário para entender os desejos, as aspirações, as motivações e os freios de pessoas diferentes de nós, que pertencem a círculos diferentes dos nossos. Precisamos atentar para o que o mercado publicitário produz. Leia várias vezes cada anuário. Faça muitas opções para cada anúncio. Faça sempre mais do que foi pedido, mas nunca deixe de fazer o que foi pedido. Pro-

cure não sair tarde todos os dias. Vá ao cinema, ao circo, ao teatro, a shows e divirta-se. Freqüente exposições de arte e rodas de leitura. Mantenha sua curiosidade sempre aguçada. Desenvolva seu senso crítico. Procure produzir cada vez mais no menor tempo possível. Viaje muito. Em todos os sentidos. Leia o “Manual do Estagiário”, de Eugênio Mohallem (disponível em: www.ccsp.com.br) e o livro “Criação Sem Pistolão”, de Carlos Domingos. Essas duas publicações tem dicas preciosas para quem está em início de carreira.

Carlo Grillo Sócio e Vice-Presidente de criação da Monumenta




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