Revista Escada ed.34

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número 34 | ano 09

a revista das escolas particulares do paraná

Escola do futuro Aliar conhecimento pedagógico e tecnologia é o caminho para inovar em sala de aula

entrevista Ryon Braga fala sobre os desafios e oportunidades da educação privada

abr/mai/jun 2018

Publicação Sinepe/PR


DE APROVAÇÃO No s exam e s de Ca mbri d g e 2 01 7


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PARCERIA ESTRATÉGICA


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Sinepe/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná www.sinepepr.org.br / wwww.facebook.com/sinepepr

Entre os meses de março e maio, o Sinepe/PR recebeu nomes de peso para conversar com os nossos gestores e professores. O presidente do SINEPE/DF, Álvaro Moreira Domingues Jr, foi uma das presenças marcantes e fez uma palestra sobre o Novo Ensino Médio. Em outra oportunidade, o consultor educacional e diretor técnico da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Educação Superior), Ryon Braga, falou sobre as mudanças que devem ocorrer no setor privado e como elas podem afetar estudantes, professores e diretores. Nesta edição da revista Escada você confere mais sobre estes dois temas. As regionais do Sinepe/PR também receberam palestrantes de renome e os gestores que estiveram presentes nos eventos puderam conversar com o presidente da FENEP, Ademar Batista Pereira, sobre os assuntos nacionais relacionados à educação e que afetam diretamente o dia a dia das escolas.

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Ademais, tivemos uma importante conquista para as associadas junto a Secretaria de Estado da Saúde (SESA). Em março, ela publicou uma resolução que estabelece os requisitos mínimos de condições sanitárias para as instituições de ensino no Paraná. Outro destaque que trazemos nesta edição é o Biênio da Matemática no Brasil que, com a inclusão da rede privada, vem revelando alunos de talento que já colhem frutos da dedicação em sua vida escolar. Confira também a matéria de capa “Escola do futuro”. O tema foi debatido por especialistas da área educacional na Bett Educar, que aconteceu em maio em São Paulo. Fomos conversar com alguns deles que mostram que aliar conhecimento pedagógico e tecnologia é o melhor caminho para as instituições que desejam inovar em sala de aula.

Boa leitura. Esther Cristina Pereira Presidente Sinepe/PR

Conselho Diretor Biênio 2016 /2018 Diretoria Executiva Presidente

Esther Cristina Pereira

1º Vice-Presidente

Rosa Maria Cianci Vianna de Barros

2º Vice-Presidente

Dirley Carlos Correa

Diretor Administrativo

Douglas Oliani

Diretor Econômico/Financeiro

Gilberto Vizini Vieira

Diretor de Legislação e Normas

Nilson Izaias Pegorini

Diretor de Planejamento

Lino Afonso Jungbluth

Diretoria de Ensino Diretor de Ensino Superior

José Antonio Karam

Diretor de Ensino Médio

Paulinho Vogel

Diretor de Ensino Fundamental

Ir. Maria Zorzi

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Dorojara da Silva Ribas

Diretor de Ensino dos Cursos Livres

Valdecir Cavalheiro

Diretor de Ensino dos Cursos de Idiomas

Magdal Justino Frigotto

Diretor de Ensino das Academias

Ana Dayse Cunha Agulham

Diretor de Marketing

Rogério Mainardes

Diretor de Ensino da Educação Profissional Técnica de Nível Médio Gilberto Paulo Zluhan Diretor dos Cursos Pré-Vestibulares

Renato Ribas Vaz

Diretor da EaD

Wilson de Matos Silva Filho

Diretor de Sistemas de Ensino

Acedriana Vicente

Diretor de Ensino de Pós-Graduação

Carmen Luiza da Silva

Conselheiros 1º Conselheiro

Ailton Renato Dörl

2º Conselheiro

Pedro Roberto Wiens

3º Conselheiro

Naura Nanci Muniz Santos

4º Conselheiro

Roberto A. Pietrobelli Mongruel

5º Conselheiro

Jorge Apóstolos Siarcos

6º Conselheiro

Leonora Maria J. Mongelós

7º Conselheiro

Eloína Helena Farias da Costa Guerios

8º Conselheiro

Gisele Mantovani Pinheiro

9º Conselheiro

José Eldir Ost

10º Conselheiro

Jaime M. Marinero Vanegas

11º Conselheiro

Volnei Jorge Sandri

12º Conselheiro

José Luis Chong

13º Conselheiro

Diogo Richartz Benke

14º Conselheiro

Fernando Luiz Fruet Ribeiro

15º Conselheiro

Wilson Picler

16º Conselheiro

Bruno Ramos Neves Branco

17º Conselheiro

Sérgio Herrero Moraes

Conselho Fiscal Efetivos Suplentes Edison Luiz Ribeiro

Ir. Anete Giordani

Armindo Vilson Angerer

Haroldo Andriguetto Junior

Raquel A. M. M de Camargo

Luiz Antônio Michaliszyn Filho

Delegados Representantes - FENEP/Confenen Ademar Batista Pereira

José Antonio Karam

Conselho de ex-presidentes do Sinepe/PR Jacir J. Venturi

Emília Guimarães Hardy

José Manoel de Macedo Caron Jr.

Maria Luiza Xavier Cordeiro

Naura Nanci Muniz Santos

Ademar Batista Pereira

Maria Alice de Araújo Lopes


Diretorias regionais SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel) Diretor-Presidente

Gelson Luiz Uecker

Diretor de Ensino Superior

Sérgio De Angelis

Diretor de Ensino da Educação Básica

Ir. Antonio Quintiliano

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Ir. Marli de Melo Campanharo

Diretor dos Cursos Livres/Idiomas

Denise Veronesi

SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu) Diretor-Presidente

José Elias Castro Gomes

Diretor de Ensino Superior

Fábio Hauagge do Prado

Diretor de Ensino da Educação Básica

Antonio Krefta

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Graziela Rodrigues

e Asperti Basim Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Nerval Martinez Silva

e Adriana da Silva Gomes

SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão) Diretor-Presidente

Fabricio Pretto Guerra

Diretor de Ensino Superior

Ivone Maria Pretto Guerra

Diretor de Ensino da Educação Básica

Velamar Cagnin

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Márcia Fornazari Abasto

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Vanessa Pretto Guerra Stefani

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SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa) Diretor-Presidente

Osni Mongruel Junior

Diretor de Ensino Superior

Marco Antônio Razouk

Diretor de Ensino da Educação Básica

Irmã Edites Bet

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Maria de Fátima

Pacheco Rodrigues Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Paul Chaves Watkins

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR. Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52 Rua Comendador Araújo, 534, 2o andar, sala 4 – Centro - Curitiba - PR

SINEPE/PR - Diretoria da Regional Central (Guarapuava/União da Vitória)

Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br

Diretor-Presidente Dilcemeri Padilha de Liz

Jornalista responsável

Marília S. Bobato DRT/PR 6828

Projeto gráfico e ilustrações

D-Lab - www.dlab.com.br

Comercialização

Editora Inventa

Críticas e sugestões

contato@revistaescada.com.br

Diretor de Ensino Superior

Roberto Sene

Diretor de Ensino da Educação Básica

Cristiane Siqueira de Macedo

Juelina Marcondes Simão Diretor de Ensino da Educação Infantil

Ir. Roselha Vandresen

Ir. Sirlene Costa Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Marcos Aurélio Lemos de Mattos

Dir. de Ensino da Educação Profissional Téc. de Nível Médio

Marcos Aurélio Lemos de Mattos

Comercial jessica@iemecomunicacao.com.br marilia@iemecomunicacao.com.br (41) 3253 0553 Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista.

SINEPE/PR - Regional Litoral (Paranaguá) Diretor-Presidente

Luiz Antonio Michaliszyn Filho

Diretor de Ensino Superior

Ivan de Medeiros Petry Maciel

Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Fundamental) Selma Alves Ferreira Diretor de Ensino da Educação Básica (Ensino Médio)

Mirian da Silva Ferreira Alves

Diretor de Ensino da Educação Infantil

Lilian R. M. Borba

Diretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas

Liliane C. Alberton Silva

A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Conselho editorial Esther Cristina Pereira Fátima Chueire Hollanda Ir. Maria Zorzi José Antonio Karam Márcio M. Mocellin Rosa Maria C. Vianna de Barros Rogério Mainardes Aprovação

Esther Cristina Pereira

Impressão e acabamento Logística e Distribuição

Optagraf – Editora e Gráfica Correios


ín.di.ce sm

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história

ESI-Belém completa 111 anos em Guarapuava

Escola do futuro

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O Novo Ensino Médio

24

Ações da diretoria

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Universo das Associadas

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Carreira

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Resenha

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artigo

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Novos associados

entrevista

Ryon Braga fala sobre os desafios e oportunidades da educação privada

Olimpíada de Matemática

Competições formam “estudantes olímpicos”

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resolução

SESA publica resolução que estabelece requisitos de condições sanitárias para instituições de ensino no Paraná

Aliar conhecimento pedagógico e tecnologia é o caminho para inovar em sala de aula

Considerações do presidente do SINEPE/DF, Álvaro Moreira Domingues Jr

Confira como foi a agenda de reuniões e eventos da diretoria do Sinepe/PR

Instituições associadas mostram as novidades do último trimestre

Descobrimos qual história mais marcou a carreira de alguns educadores

Implementação da BNCC no Estado do Paraná

Bullying, por Dr. Juliano Siqueira de Oliveira

Conheça as instituições de ensino associadas em março e abril


Veja as observações e considerações feitas pelos professores na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), após a homologação pelo Ministro da Educação.

Com a plataforma virtual ENTENDA BNCC, é possível otimizar o trabalho educacional aplicando menos recursos financeiros. PARA COORDENADORES E GESTORES: __Os professores podem acessar de qualquer dispositivo (smartphone, tablet ou computador), no horário que achar melhor e de onde estiver; __ Nas futuras conversas pedagógicas seus docentes já chegam mais capacitados.

JÁ É REALIDADE PARA FORMAÇÃO DOS DOCENTES: Contamos com 10 professores especialistas na ___Contamos BNCC, comentando no formato de entrevista sobre os desafios de suas áreas/disciplinas* após a homologação da Base Nacional; ___Mais ___ Mais de 60 blocos de entrevistas, com duração média de 15 minutos cada um; ___Comentários abordando as habilidades e ___ competências, avaliações e sugestões de novas práxis-didáticas. *Área/disciplina: Educação Infantil: Profª. Célia Cunico Língua Portuguesa: Prof. Rosmário Zapora Arte: Prof. Richerdson Oliveira Educação Física: Prof. Fábio Mucio Língua Inglesa: Prof. Douglas Toledo Matemática: Prof. Fernando Barnabé Ciências: Profª. Rosangela Iwasse Geografia: Prof. André Fernandes História: Profª. Ariete Nasulicz Ensino Religioso: Profª Morena Abdala Apresentador: Prof. Carlos Azeitona Jornalista: Mônica Seolim

Assista ao vídeo de apresentação e esclarecimento do Projeto Entenda BNCC

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his.tó.ria s.f

T / Marília Bobato F / Maria Eduarda Lefkum

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ESI-Belém completa 111 anos em Guarapuava


Fundamentada em valores cristãos, instituição já formou mais de 90 mil alunos

O tradicional Colégio Nossa Senhora de Belém começou a sua história em Guarapuava com apenas sete alunas. Na época, recebia somente meninas e funcionava como internato, também com o objetivo de cultivar vocações, principalmente para serem religiosas. No dia 07 de maio de 2018, a instituição que hoje atende pelo nome ESI-Belém, completou 111 anos. O centenário ESI-Belém integra-se à história de Guarapuava. “Aqui passaram várias gerações de famílias que residem na cidade. Temos professores e outros funcionários que estudaram na instituição. Segundo eles é uma honra fazer parte da Família Belém”, conta a diretora Irmã Daiane Santos. De acordo com ela, o passado é razão de orgulho e tem demostrado o grande compromisso do colégio com a educação em Guarapuava. Atualmente, além da equipe pedagógica e administrativa, são aproximadamente 50 professores e auxiliares de sala de aula. Já o número de alunos que passaram pelo Belém deve ultrapassar 90 mil estudantes.

mudanças Ela acredita que no limiar do terceiro milênio a educação e a escola católica encontram-se perante novos desafios criados pelo contexto sócio-político e cultural. “Trata-se especialmente da crise de valores”, completa. As rápidas mudanças estruturais, as profundas inovações tecnológicas e a globalização incidem cada vez mais sobre a vida do homem. “O nosso grande desafio é contribuir para a consolidação de humanismo integral, aberto à dimensão ética e religiosa, e atribuir a devida importância ao conhecimento e apreço das culturas e dos valores espirituais das diversas civilizações”, diz a Irmã Daiane

Valores cristãos As atividades do colégio se constituem em oportunidades para a formação, evangelização, intercâmbio de ideias, experiências e conhecimento com o objetivo de desenvolver, de modo pessoal e grupal os educandos, em benefícios da sociedade local e das instituições às quais se articula. “Os pais procuram nossa instituição para que seus filhos possam ter uma formação integral”, comenta a diretora.

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Em 2001, aconteceu o lançamento da marca ESI que passou a nomear as 17 unidades pertencentes a rede da qual o Belém faz parte. A REDE ESI - Educação Scalabriniana Integrada nasceu pela necessidade de olhar os desafios da educação de uma nova maneira e da necessidade dos colégios trabalharem de forma mais sistematizada. A Educação Scalabriniana foi construída com grande esforço, sendo oferecida até os dias atuais e segue os princípios do Beato João Batista Scalabrini: “Educação é o modo de desenvolver os gérmens que estão no coração humano e de colocar à luz aquilo que está escondido”.

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en.tre.vis.ta s.f

T / André Nunes F / Divulgação

Desafios e oportunidades

da educação privada

Em entrevista, Ryon Braga fala sobre as mudanças que devem ocorrer no setor privado e como elas podem afetar estudantes, professores e diretores Presidente da Associação Internacional União das Américas (UniAmérica), Ryon Braga é mestrando em Educação (Universidade de Jean – Espanha), especialista em Neuropedagogia (PUCPR) e graduado em Medicina (UFPR). Autor de diversos livros, com uma longa trajetória de pesquisas voltadas à Educação, é sócio-fundador da Atmã Educar. Também é diretor técnico da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Educação Superior) e fundou a Hoper Educação em 1997, sendo seu presidente até 2015, período em que atuou com mais de 500 instituições educacionais.

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Ryon Braga esteve no Sinepe/PR para uma palestra aos associados, no dia 16 de abril, sobre os desafios e oportunidades para o setor de educação privada. Modelo híbrido (entre presencial e EAD), Lei do Novo Ensino Médio e perspectivas futuras foram algumas das temáticas abordadas, que Braga detalha na entrevista a seguir.

“O ensino superior caminha no rumo da digitalização da educação presencial, utilizando-se cada vez mais da tecnologia”

Revista Escada - Existe um movimento dos grandes grupos comprando escolas. Como fica a educação básica dentro dessa perspectiva? Ryon Braga - São pelo menos oito grupos comprando escolas e iniciando um movimento de consolidação do setor de educação básica particular do mesmo modo que aconteceu com setor de educação superior há pouco mais de dez anos. Apesar de a educação básica ser muito mais pulverizada do que a educação superior, a tendência é de que os grandes colégios, nas principais cidades do país, acabem ficando na mão de poucos donos. São não mais do que uma dúzia de grandes grupos, entre eles os grupos privados de capital aberto, como a Kroton, mas também as grandes redes confessionais terão seu espaço nesta concentração de mercado.


RE - Em linhas gerais, a lei do Novo Ensino Médio tem como pilares a flexibilização da grade curricular, a educação integral e a articulação com a educação profissional. Como essas mudanças podem beneficiar o setor de educação privada? RB - A mudança no ensino médio cria inúmeras oportunidades para os colégios privados, entre elas: - Oferecer atividades mais interessantes e motivadoras aos estudantes; - Diversificar a oferta oferecendo diversos componentes profissionalizantes; - Se aproximar da educação superior, através da oferta conjunta de disciplinas que possam ser aproveitadas na faculdade; - Maior disponibilidade de tempo para trabalhar metodologias ativas e projetos com os jovens, tornando o aprendizado efetivo e motivador. RE - Como funciona o Modelo Híbrido, oferecido a faculdades de pequeno e médio porte? RB - O modelo híbrido reúne o que há de melhor no mundo virtual, a partir de atividades online, com o que há de melhor no modelo presencial, que é a interação do professor com o estudante. Este modelo permite que a instituição de ensino ofereça a seus alunos um curso muito superior aos cursos EAD online e também muito superior aos cursos presenciais que não usam o apoio da tecnologia. Este modelo pode ser usado em qualquer tipo de instituição de ensino e de qualquer porte, no entanto, as pequenas e médias instituições tem a possibilidade de se beneficiarem mais do modelo em termos de diferencial competitivo, uma vez que os grandes grupos terão mais dificuldade para promoverem a mudança. RE - Quais as oportunidades desse tipo de modelo? Também pode ser aplicado a escolas de ensino médio? RB - O modelo híbrido também pode ser aplicado a escolas de ensino médio, no entanto, a parte online só está permitida na carga horária complementar, além das 1.800 horas da BNCC.

RE - A modalidade híbrida inclui apenas cursos presenciais ou também EAD? Este modelo oferecido pela Uniamérica é pioneiro nesse cenário? RB - O modelo híbrido, também conhecido como blended learning, é uma integração entre presencial e EAD. A Uniamérica foi a primeira IES no Brasil a adotar o modelo híbrido em todos os seus 22 cursos de graduação, desde o ano de 2015. Além do modelo híbrido, a Uniamérica se diferencia por ser a primeira IES da América Latina a mudar o seu currículo, retirando a divisão por disciplinas e colocando em seu lugar a Aprendizagem Baseada em Projetos. RE - Quais os diferenciais do modelo para alunos e professores? RB - O aluno passa a ser protagonista do seu aprendizado, passando a ter um aprendizado efetivo e não apenas memorizando conteúdos, como predomina no modelo tradicional. Além disto, o estudante trabalha efetivamente os problemas reais da sua profissão durante todo o curso, se formando com uma significativa “experiência profissional”. Neste modelo, o professor passa a ser orientador, preceptor e coaching dos estudantes, na realização de seus projetos e na resolução de problemas e desafios. RE - Quais as perspectivas para o Ensino Superior nos próximos anos? RB - O ensino superior caminha no rumo da digitalização da educação presencial, utilizando-se cada vez mais da tecnologia, entre elas: ambientes virtuais de aprendizagem; plataformas adaptativas; inteligência artificial, realidade aumentada; realidade virtual; gameficação, entre outras. Apesar das inúmeras vantagens que estas tecnologias apresentam, no que se refere à qualidade do ensino e flexibilização do mesmo, entendo que o caminho da digitalização do presencial é um caminho errado. A grande inovação que precisamos ainda não aconteceu e talvez ainda demore um pouco para acontecer. Ela só será possível quando tiver espaço para questionarmos o que ensinamos, como ensinamos, por que

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ensinamos e o que fazer com o que ensinamos. Enquanto isto não acontecer, continuaremos a utilizar a tecnologia para dar mais efetividade ao aprendizado de coisas totalmente irrelevantes ao contexto pessoal e profissional de 99% dos nossos estudantes. RE - O senhor acredita que o futuro do ensino superior englobará a EAD mesclada ao ensino presencial? Por que? RB - Em um futuro próximo não haverá mais a divisão entre Educação a Distância e Educação Presencial. Não faz mais sentido esta dicotomia. Teremos apenas cursos com componentes presenciais e componentes mediados por tecnologias, seja ela síncrona ou assíncrona. Na Uniamérica já é assim há três anos. Não dividimos mais EAD e presencial, a não ser no Projeto Pedagógico do Curso (PPC) para se enquadrar às exigências legais. RE - Qual o impacto previsto no modelo de negócio das faculdades? RB - Como o valor médio das mensalidades cairá muito, as faculdades terão que se reinventar por completo para continuarem a ser competitivas e enfrentarem a força e a economia de escala que os grandes grupos possuem. Para isto a Uniamérica criou um modelo de parceria com pequenas faculdades de todo o Brasil que coloca estas faculdades em condições de igualdade competitiva com qualquer grupo educacional e com diferenciais qualitativos que permitem que elas ocupem um lugar relevante no mercado local. RE - Esse cenário também pode trazer mudanças no perfil dos professores? RB - Certamente trará. Como a quantidade de professores necessários ao ensino será menor do que a atual, só teremos espaço para os docentes que estiverem preparados para exercerem o papel de gestor da aprendizagem do estudante; orientador; preceptor e coaching destes estudantes, usando o melhor do seu conhecimento não mais para preparar aulas, mas sim para criar atividades de aprendizagem relevantes e efetivas, tendo sempre o estudante como protagonista.

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o.lim.pí.a.da s.f

T / André Nunes F / Divulgação

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Competições de matemática estimulam gosto pela disciplina e formam “estudantes olímpicos” No Biênio da Matemática no Brasil, alunos paranaenses que se preparam para a OBMEP e a OPRM já colhem frutos da dedicação em sua vida escolar


Depois de vencer a disputa com mais de 140 países, o Brasil está sediando desde o ano passado dois grandes eventos de relevância internacional: a Olimpíada Internacional da Matemática (IMO 2017) e o Congresso Internacional de Matemáticos (ICM 2018). Em meio ao Biênio da Matemática Brasil, quem sai ganhando com a “experiência olímpica” de participar de competições como essas são os estudantes dedicados à matemática.

“Os ganhos são elevadamente significativos para os alunos e escolas. Com o maior estímulo ao raciocínio e à criatividade, os estudantes levam vantagem, futuramente, no Enem e nos vestibulares. E para as escolas, há uma melhora na Prova Brasil dentre as instituições que participam regularmente por anos seguidos da Olimpíada de Matemática, segundo estudos do Inep”, afirma Venturi, coordenador do Biênio da Matemática pelo Sinepe/PR.

Iniciação científica

É o caso de Felipe Pichel, de 13 anos, aluno do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Atuação(Curitiba). Depois de participar de duas olimpíadas de matemática nos últimos anos, entre outras competições, ele se prepara para a OBMEP 2018 (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas). “As provas são mais difíceis que as avaliações da escola, costumam cair conteúdos que ainda não aprendemos. Mas tenho facilidade com matemática, sempre gostei. Temos um grupo de estudos na escola que ajuda bastante a treinar para as olimpíadas”, conta Felipe, que também vai disputar a OPRM (Olimpíada Paranaense de Matemática). Professor de matemática da UFPR, PUCPR e de escolas públicas e privadas, Jacir J. Venturi enfatiza a importânciada participação de competições como essas.

Aos 13 anos, a estudante Bruna Schmidt, do 8º ano, se prepara para sua quarta olimpíada de matemática: em 2016, participou da OBM; no ano passado, ficou em 2º lugar na OBMEP e participou também da OPRM. “A primeira vez foi a mais complicada, não estava acostumada com o modelo da prova. Na segunda, já fui melhor. Achei a prova da olimpíada paranaense mais difícil”, relembra Bruna que, em 2017, teve a nota mais alta de todas as turmas do 7º ano do Colégio Bom Jesus - são mais de 30 unidades. Além de matemática, a aluna gosta bastante de artes e educação física. “Tenho três amigos que adoram as competições e sempre participam, já ganharam algumas medalhas. A gente participa também de programas de iniciação científica do colégio, além de estudar em casa”, conta. Os programas que Bruna participa são o Poti (de aulas de matemática para alunos que participam de competições) e o PIC (específico para medalhistas).

Escolas particulares na OBMEP Escolas particulares na OBMEP Maior competição estudantil do Brasil, a OBMEP registrou em 2018 um total de 18,2 milhões de alunos inscritos, do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano Ensino Médio. Pela segunda vez, permite a participação das escolas particulares.

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“Há anos reivindicávamos essa participação. A limitação era uma postura antipatriótica, pois sem escolas públicas de qualidade, não há justiça social, e sem escolas privadas, não há a opção de uma ampla diversidade cultural e de valores à disposição das famílias. E uma boa parte das escolas privadas são modelos de inovação e gestão. Diante do impasse, a opção – e muito acertada –foi não estabelecer ranking entre as escolas”, enfatiza Venturi. O Paraná é o líder nacional – entre os 24 estados mais populosos – em inscrições na OBMEP, com a participação de 2.469 escolas, o que representa 86,4% das que ofertam o Fundamental 2 e o Ensino Médio. As privadas apresentaram um incremento de 52%, cotejando 2018 com 2017.

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Bruna Schmidt

OBMEP 2018 Provas: 05/06/2018 Número de escolas inscritas: 54.496 e mais de 18 milhões de alunos www.obmep.org.br Banco de questões 2018 disponíveis no site para quem quer estudar. OPRM 2018 www.mat.ufpr.br/oprm


Na entrevista a seguir, o professor Jacir J. Venturi explana mais sobre o incentivo ao estudo da matemática e os resultados para o Brasil. REVISTA ESCADA: O incentivo ao estudo da matemática e das ciências exatas é mais eficaz quando estudantes participam de competições? Jacir J. Venturi - Ambas as Olimpíadas de Matemática – a brasileira e a paranaense – têm o escopo de desenvolver um ambiente e cultura de amor pela rainha e serva de todas as ciências. Serva, pois não há ciência sem o rigor de seus fundamentos, e rainha, pois sua majestade enseja o apanágio da lógica e da estética, numa linguagem precisa, universal e sincopada.

Jacir J. Venturi, coordenador do Biênio da Matemática pelo Sinepe/PR

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No início de maio, juntamente com 33 diretores de escolas e instituições de ensino de vários estados, participamos de uma imersão de 8 dias em oito empresas dedicadas à educação, no Vale do Silício (EUA), entre elas Stanford, Khan Academy, École 42, Edmodo e Google. Sabe o que mais ouvimos naquele ecossistema tão inovador? Trabalho em equipe, convivência com a diversidade, transparência, gestão do tempo e boas habilidade em lógica matemática, análise de dados e fluência digital – requisitos adquiridos primordialmente com a boa, velha e nova matemática. RE: Como o senhor classifica o desempenho dos estudantes brasileiros em matemática? JV - O Brasil é um país singular. Melhor: um país paradoxal em quase tudo. Sobejam indicativos que formamos talentos – embora em escala ínfima: a) O Brasil, no início de 2018, passou a integrar o grupo de elite da InternationalMathematical Union (IMU), criada em 1920 e composta por 76 países-membros. Esse grupo, formado por 10 nações, representa o topo do ranking de desenvolvimento em pesquisa matemática, que correspondente a 2,35% da produção mundial da matemática – o que não é pouca coisa;

b) Via de regra, ficamos entre a 12ª e 19ª posição na Olimpíada Internacional de Matemática, dentre cerca de 110 nações participantes; c) Com apenas 16 anos, o brasileiro Artur Ávila ganhou a Medalha Fields – equivale ao Nobel de Matemática. RE: Em contrapartida, temos resultados muito ruins em outras avaliações internas e externas, não? JV - Sim, se há uma ponta vistosa que merecidamente enleva e orgulha a matemática brasileira, formada por estudiosos aguerridos, há em contrapartida uma grande massa de estudantes – a parte submersa desse iceberg – que precisa emergir. Nas provas internacionais do PISA, sempre pontuamos entre os seis últimos em matemática (atualmente são 72 nações). Ademais, um estudo feito nas seis edições, de 2009 a 2014, das provas de matemática do Enem demonstra que o índice de acertos é aquém do razoável – apenas 29% (lembro que as questões contêm 5 alternativas, e o índice de acertos no “chute” é de 20%).

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RE: As causas desse baixo desempenho são variadas, mas no seu entender, qual é a principal?

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JV - Os professores! Conheci grandes mestres da matemática com extraordinária influência sobre os seus discentes. Porém, chegou em nossas salas de aula um número significativo de docentes despreparados, ou até pior, desmotivados, com formação deficiente em conteúdo e didática. O diretor do IMPA, Marcelo Viana, classifica o ensino da matemática na maioria de nossas escolas, como “massificador e chato”, baseado na memorização e imposição de conteúdos – “justamente o que a matemática não é”. Na Olimpíada Internacional de Matemática realizada em 2016, em Hong Kong, dos 10 países com melhor desempenho, sete são asiáticos. Um diretor de escola do Brasil, presente na premiação, perguntou ao chairman do evento qual o segredo de tão retumbante sucesso.”Nossos professores primários são apaixonados por matemática”, respondeu o asiático.


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T / André Nunes F / Divulgação SESA

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SESA estabelece requisitos mínimos de boas práticas e condições sanitárias para as escolas SESA publica resolução que estabelece requisitos de condições sanitárias para instituições de ensino no Paraná

Publicada na primeira quinzena do mês de março pela SESA (Secretaria de Estado da Saúde), a resolução nº107/2018 estabelece os requisitos mínimos de Boas Práticas e condições sanitárias para a instalação e funcionamento das Instituições de Ensino Fundamental, Médio, Profissionalizante e Superior no Estado do Paraná. A resolução é uma conquista do Sinepe/PR, que se empenhou nos últimos anos pela aprovação e publicação dos requisitos mínimos, de forma a padronizá-los a todas as instituições de ensino do Paraná. Engenheiro civil e engenheiro de Segurança do Trabalho, Adriano Jochem explica na entrevista a seguir o que muda com a resolução da SESA.


Revista Escada - Como foram elaborados os requisitos mínimos de Boas Práticas e condições sanitárias para instalação e funcionamento de Instituições de Ensino Fundamental, Médio, Profissionalizante e Superior no Estado do Paraná? Adriano Jochem - Os requisitos mínimos foram baseados na realidade concreta das instituições de ensino fundamental, médio e superior. Desta forma, procurou-se identificar os fundamentos jurídicos, técnico-científicos e sanitários que pudessem nortear a prática de inspeções sanitárias em instituições de ensino fundamental, médio e superior, bem como elaborar uma proposta de roteiro que permitisse um processo de análise mais explícito, objetivo e homogêneo das exigências mínimas normativas pela própria instituição de ensino, bem como padronizar os critérios de inspeção pelos agentes da Vigilância Sanitária no Estado do Paraná. RE - De onde surgiu essa demanda e quanto tempo levou o processo até a aprovação da resolução pela SESA? AJ - A Licença Sanitária é o documento que atesta as condições físico-higiênico estruturais, operativas sanitárias e de funcionamento de estabelecimentos de interesse a saúde, expedida pela Vigilância Sanitária após a realização de inspeção sanitária no local de funcionamento do estabelecimento. Com efeito, o Brasil não possui uma legislação nacional específica relativa a normatização de padrões de construção e funcionamento destinadas às atividades de ensino fundamental, médio e superior, sendo que a normatização de padrões de construção e funcionamento foram totalmente delegadas para as unidades federadas e municípios. Do mesmo modo, havia a necessidade de nivelamento do conhecimento dos fiscais da Vigilância Sanitária para padronização de medidas de fiscalização das instituições de ensino do Estado do Paraná.

Em face da ausência de padronização das fiscalizações sanitárias pela Vigilância Sanitária, bem como pela exigência de critérios complexos e, muitas vezes sem uma relação direta com a inspeção sanitária, em outubro de 2010, o Sinepe/PR iniciou a participar ativamente das discussões e análises técnicas conjuntamente com os Departamentos de Vigilância Sanitária do Paraná e do município sobre a exequibilidade das exigências da legislação sanitária e compatibilidade dos custos e da forma de fiscalização à realidade das instituições da rede privada de ensino. Durante todo este período, o Sinepe/PR elaborou e revisou inúmeros pareceres e laudos técnicos, baseando-se em documentação técnica e científica, na forma da legislação aplicável, normativos e orientações em vigor, para propor diversas alterações na antiga Resolução SESA/PR 318/2002 para simplificar a normatização orientativa sobre edificações existentes, construções, ampliações, adaptações e modernização de instituições de ensino. Neste sentido, a participação ativa do Sinepe/PR no processo de revisão da legislação sanitária auxiliou a criar um instrumento norteador simplificado para o funcionamento de estabelecimentos de ensino que atendesse aos princípios de regionalização, hierarquização, acessibilidade e qualidade da assistência prestada à população, considerando a viabilidade técnica e financeira do setor de ensino. RE - Quais os pontos mais importantes a serem destacados entre os requisitos? AJ - Aspectos construtivos que estavam ligados aos aspectos urbanísticos sem correlação direta com riscos sanitários foram excluídos da Anexo II da Resolução SESA 107/2018, simplificando o processo de inspeção e de auto avaliação pelas instituições de ensino. Do mesmo modo, os critérios sanitários foram revisados, atualizados e detalhados para que haja cumprimento adequado dos requisitos solicitados de forma clara e objetiva, evitando interpretações baseadas exclusivamente em convicções pessoais sem amparo técnico e legal.

A REVISTA DAS ESCOLAS PARTICULARES DO PARANÁ

Como exemplo, em vez de determinar um número pré-determinado de alunos em função de uma área construída de sala de aula, sem considerar a geometria e a metodologia de ensino da instituição, a nova resolução estabelece que a área construída e layout de utilização seja compatível com a proposta pedagógica da instituição, respeitando as diversidades e as identidades das escolas em função das diretrizes básicas e da linha de ensino e de atuação na comunidade. RE - O que muda no dia a dia das instituições de ensino com essa resolução? AJ - A Resolução da Diretoria Colegiada – RDC N° 153, de 26 de abril de 2017, publicada no DOU N° 80, de 27 de abril de 2017, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, estabelece as diretrizes nacionais para simplificação e integração dos procedimentos de licenciamento sanitário no âmbito da Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios (Redesim), definindo que o início da operação de estabelecimentos com atividades econômicas de baixo risco ocorrerá sem a realização de inspeção sanitária ou análise documental prévia por parte do órgão responsável pela emissão da licença sanitária. Deste modo, o licenciamento sanitário das instituições de ensino fundamental, médio e superior, classificadas como baixo risco, será realizado por meio do fornecimento de informações e declarações pelo responsável legal, visando permitir o reconhecimento formal do cumprimento dos requisitos exigidos ao exercício da atividade requerida. Apesar da simplificação procedimentos de licenciamento sanitário, as instituições de ensino devem cumprir os requisitos sanitários mínimos previstos no Anexo II da Resolução SESA 107/2018, sendo que o seu descumprimento continua sendo tipificado como ilícito administrativo de competência sanitária, podendo causar a perda da licença sanitária e outras penalidades.

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ges.tĂŁo es.co.lar s.f

T / Hemely Cardoso F / Arquivo pessoal

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Escola do futuro

Aliar conhecimento pedagĂłgico e tecnologia ĂŠ o caminho apontado por especialistas para inovar em sala de aula


A escola do futuro não pode ignorar os avanços tecnológicos que ocorreram nas últimas décadas. Diante desse crescimento, o educador tem o desafio de aliar o conhecimento pedagógico à tecnologia para inovar o ensino e a gestão da sala de aula. A avaliação é da diretora executiva da Rede Salesiana Brasil de Escolas, Adair Aparecida Sberga.

“As tecnologias educacionais digitais têm promovido aprendizagens pedagógicas mais eficientes e significativas, por isso são ferramentas com potencial para promover a inovação da escola”, destaca Sberga. Segundo ela, a escola precisa não só adotar tecnologias digitais, mas repensar suas estratégias de ensino para que possa atender ao seu objetivo máximo que é preparar seus alunos para dar continuidade aos seus estudos, ingressar no mercado de trabalho e exercer sua cidadania. “A tecnologia está ajudando a reformular o ensino e isso exige que o educador esteja aberto a novas experiências e práticas. Dessa forma é necessário estabelecer um plano de formação, um programa para crescer com as ferramentas digitais e criar um movimento de protagonismo entre gestores, educadores e alunos”, observa a diretora.

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Diante desse desafio, Adair conta que, em 2016, a Rede Salesiana junto ao Instituto Crescer iniciou um trabalho de capacitação dos professores para melhorar o ensino com o uso das tecnologias digitais em sala de aula. Trata-se do Programa Crescer em Rede, que envolve a formação inicial e continuada de professores para uso de tecnologias digitais em práticas de ensino que engajem os alunos na aprendizagem.

“É necessário estabelecer um plano de formação, um programa para crescer com as ferramentas digitais e criar um movimento de protagonismo entre gestores, educadores e alunos” Ao longo de dois anos, dois mil educadores da Rede Salesiana participaram da formação em 112 escolas no país. “Nós incentivamos o uso das tecnologias digitais porque liberamos o professor da sua atividade rotineira, como, por exemplo, passar um texto na lousa e corrigir exercícios. Dessa forma, ele pode cumprir o seu principal papel que é ajudar a desenvolver o pensamento do aluno e despertar a criatividade dele”, destaca.

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Gargalos Apesar do avanço do uso da tecnologia no ensino, ela ainda não está incorporada em larga escala nas escolas brasileiras. Segundo Lúcia Dellagnelo, diretora-presidente do Centro de Inovação para a Educação Brasileira (CIEB), as empresas brasileiras de tecnologia educacional não deixam nada a desejar em relação ao restante do mundo, no entanto as iniciativas ainda são isoladas, no dia a dia escolar.

20 Lúcia Dellagnela

“Hoje, o que funciona em termos educacionais é a aprendizagem ativa” “Isso ocorre porque temos uma defasagem significativa na oferta de infraestrutura de conexão de qualidade. A internet não chega a todos os lugares e, em muitos, chega com baixa velocidade, intermitência, dificultando o uso interativo”, observa Lúcia.

A Mestre e Doutora em Educação pela Universidade de Harvard acrescenta ainda que outro, agravante é que o professor não sabe incluir a tecnologia na prática pedagógica. “Muitas vezes, replica, no ambiente digital, os procedimentos e as atividades analógicas, o que não é atrativo para os estudantes e não gera impacto na qualidade do ensino”, avalia. Por outro lado, ela destaca que a tecnologia em si não representa inovação na educação. “Temos ótimos professores que não usam muito a tecnologia. Mas o que não pode acontecer é o professor dar uma aula tradicional usando tecnologia, em que o professor transmite o conhecimento e acha que seus alunos estão passivamente absorvendo o conteúdo. Hoje, o que funciona em termos educacionais é a aprendizagem ativa, na qual o estudante tem de botar a mão na massa, experimentar, tentar resolver um problema real com a informação, para realmente aprender.”

A gestão da escola no século XXI Na avaliação de Luciana Allan, diretora do Instituto Crescer e Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), não basta somente investir em tecnologia para construir a escola do futuro. De acordo com ela, o que falta é mudar a mentalidade das escolas para reconhecer que grande transformação não está no emprego da tecnologia em si, mas entender quem é o aluno que hoje frequenta a escola. “É importante questionarmos como ele pensa, quais são os seus interesses e como ele aprende. Além disso, por que ensiná-lo? Para quais oportunidades profissionais, pessoais e sociais?”, questiona.

É importante questionarmos como ele (o aluno) pensa, quais são os seus interesses e como ele aprende”

Luciana Allan Ela defende que a escola deve priorizar uma educação mais empreendedora. “Hoje, nós sabemos que a garotada tem o desejo de empreender quando forem adultos. Para que isso ocorra, devemos transformar as estratégias de ensino, passando a valorizar conceitos como o de aprendizagem baseada em projetos e projetos colaborativos online, abrindo as janelas da escola para um mundo de conhecimento lá fora. A tecnologia está aí e o que não falta são ferramentas para transformar de vez a educação.”



pa.les.tra s.f

T / André Nunes F / Reginaldo Gouvêa

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O Novo

Ensino Médio Novo modelo flexibiliza a grade curricular e permite que o estudante escolha em que área deseja aprofundar os estudos


Revista Escada - Em linhas gerais, qual é o conceito de PPP (Projeto Político Pedagógico)?

Confira entrevista com o presidente do SINEPE/DF, Álvaro Moreira Domingues Jr

O presidente do Sinepe/DF, Álvaro Moreira Domingues Jr fez uma palestra sobre o Novo Ensino Médio, em abril no auditório do Sinepe/PR. Domingues Jr foi presidente do Conselho de Educação do Distrito Federal no biênio 2015/2017, é membro do Conselho de Educação do DF e presidente do Fórum Nacional dos Conselhos Estaduais de Educação. A seguir, ele comenta alguns aspectos abordados em sua palestra para as instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR.

Álvaro Moreira Domingues Jr - Inicialmente, o PPP faz parte dos documentos necessários ao credenciamento legal de uma escola. Mas, em linhas gerais, consiste em um documento norteador das efetivas ações pedagógicas. Escreve-se à luz das teorias, de princípios filosóficos e éticos, o que se pretende desenvolver em uma comunidade escolar - com alunos, pais, professores, equipe administrativa. Fundamentalmente, o maior desafio é concretizar o PPP cotidianamente. Sair do papel e transformar em realidade para todos os participantes é o maior desafio do gestor. Assim como a água se escorre facilmente entre os dedos, o planejado somente se concretiza com muita dedicação e perseverança.

“Sair do papel e transformar em realidade para todos os participantes é o maior desafio do gestor” RE - Quais os pontos mais relevantes, no seu entendimento, da reforma no Ensino Médio? AD - A mais significativa mudança é insistir na integração do conhecimento por áreas, diminuindo o número de componentes curriculares, criando uma visão mais integrada e reduzir as repetições desnecessárias de conteúdo. O itinerário de formação técnica, considerando as facilidades do mundo tecnológico também é muito relevante.

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“Não me preocupa o que pode ser melhorado, mas a garantia da flexibilidade às escolas na elaboração de seus PPP’s” RE - O que ainda poderia ser melhorado no currículo? AD - Não me preocupa o que pode ser melhorado, mas a garantia de flexibilidade às escolas na elaboração de seus PPP’s. Dê liberdade às escolas, estabeleça continuamente um processo de avaliação e acompanhamento, e os resultados positivos aparecerão. RE - Existem muitas fake news circulando sobre a BNCC. Quais os principais tópicos que pais e alunos precisam ficar atentos sobre as mudanças? AD - Sim, há muitas notícias distorcidas por desinformação, desconhecimento e, infelizmente, por outros interesses diversos da melhor educação. Acredito, e sugeriria atenção à parte diversificada, os 40% do total de horas a serem estudados, pois nessa parte ocorrerá a diferença entre as escolas, no tocante aos currículos, mas continuará, sobretudo, importante o fazer pedagógico no chão da escola.

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a.ções da di.re.to.ri.a

sf / prep / sf

Ações da

Diretoria CICLO DE PALESTRAS REGIONAIS Em março, o Sinepe/PR promoveu uma semana de palestras nas regionais. Além de palestrantes convidados, os eventos contaram com a presença da presidente do Sinepe/ PR, Esther Cristina Pereira, e com o presidente da FENEP - Federação Nacional das Escolas Particulares, Ademar Batista Pereira. Eles estiveram em Paranaguá, Foz do Iguaçu, Cascavel, Pato Branco, Guarapuava e Ponta Grossa. Dentre os temas em debate: a inclusão, o novo FIES (financiamento estudantil) e seus reflexos para as instituições de ensino superior; e a nova BNCC - Base Nacional Comum Curricular. “Foi uma excelente oportunidade para ficar mais próximos das escolas observando as demandas em que podemos auxiliar e trazendo temas pertinentes à discussão com palestrantes de renome”, disse a presidente Esther Cristina Pereira.

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA o prÊMIO PRÁTICAS INOVADORAS EM EDUCAÇÃO

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A edição 2018 do Prêmio Práticas Inovadoras em Educação do Sinepe/PR já está com inscrições abertas. O prazo vai até 13 de agosto. O prêmio é voltado a instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR que tenham projetos nas áreas de sustentabilidade, inclusão, inovação pedagógica ou relação família e escola. “A premiação foi criada para divulgar e reconhecer as boas experiências das instituições de ensino particular que estão interessadas em transformar a educação no Paraná”, afirma a presidente do Sinepe/PR, Esther Cristina Pereira. Categorias: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, Ensino Médio, Educação Profissional, Educação Superior, Cursos Livres (de qualquer natureza). O regulamento pode ser acessado pelo site www.sinepepr.org.br. Mais informações: (41) 3078-6933

Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

GAZETA DO POVO E SINEPE/PR FIRMAM PARCERIA

A diretora da Unidade Jornais do GRPCOM, Ana Amélia Filizola, e a presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná, Esther Cristina Pereira, assinam a parceria na sede da Gazeta do Povo

A Gazeta do Povo e o Sinepe/PR firmaram uma parceria que beneficiará os professores das escolas associadas à entidade em todo o estado. A presidente Esther Cristina Pereira, diz que os professores terão informações atualizadas a todo momento e poderão incrementar suas aulas por meio do incentivo à leitura, além de dinamizar o processo ensino-aprendizagem e formar leitores e cidadãos mais críticos. A parceria foi lançada em comemoração ao Dia da Educação (28/4). Para Ana Amélia Filizola, diretora da Unidade Jornais do GRPCOM, a data não poderia passar em branco. “ A Gazeta do Povo acredita e investe na educação por meio do projeto Ler e Pensar, e sempre apostamos em iniciativas que contribuam para uma educação de qualidade, cada vez mais contextualizada e significativa”, afirma a executiva.


FENEP E SINEPE/PR EMITEM CARTA SOBRE ESTRATÉGIAS PREDATÓRIAS A Federação Nacional das Escolas Particulares - FENEP e o Sinepe/PR emitiram uma carta aos associados em que alertam sobre a adoção de estratégias predatórias de competição por parte de algumas instituições de ensino. O alerta é principalmente para as que ofertam cursos a distância, que para fazer frente à queda significativa da procura por educação provocada pelo desemprego, perda de renda e pelo fim de programas governamentais de financiamento estudantil, passaram a utilizar como estratégia de atração de alunos a drástica redução de preços. A adoção de estratégias como guerra de preços, publicidade e marketing apelativos e desleais, e outras condutas que trazem inúmeros prejuízos ao setor, muitas vezes são deflagradas por instituições desesperadas que buscam, de forma inconsequente, aumentar o número de alunos ou a participação no mercado. No entanto, também têm sido identificadas instituições que utilizam sua liberdade de iniciativa de atuação no mercado e sua capacidade econômica para praticar mensalidades abaixo do seu custo de operação, tão somente com o objetivo de eliminar concorrentes, o que é flagrantemente ilegal. Essa prática, denominada de Preço Predatório, é considerada conduta anticompetitiva pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE)1. A livre concorrência é um dos princípios constitucionais que regem a atividade econômica

em qualquer sociedade democrática. Ela contribui para a melhoria da qualidade, o aumento da variedade, o estímulo à inovação de produtos e serviços e a redução de custos para oferta de preços menores. No entanto, a redução de preços de forma não planejada pode comprometer a oferta de educação de qualidade. A FENEP e o Sinepe/PR reafirmam a importância de que os gestores do setor de ensino, responsáveis por formar cidadãos íntegros e bem preparados para atuar em sociedade, adotem uma postura baseada não só no cumprimento das normas e da legislação vigentes, mas principalmente fundamentada em princípios éticos e morais. Por esse motivo, preocupados com as instituições de ensino que lhe compõem a base, da educação infantil ao ensino superior, a FENEP e o Sinepe/PR recomendam cautela às instituições que pautam suas estratégias de atuação tão somente na simples redução do valor das mensalidades, o que pode comprometer de forma irreversível a sua sustentabilidade financeira.

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ASSOCIADAS RECEBEM EM PONTA GROSSA O “SELO ESCOLA LEGAL 2018 Em solenidade realizada em abril, em Ponta Grossa, a presidente do Sinepe/PR Esther Cristina Pereira e o diretor-presidente da Regional Campos Gerais Prof. Osni Mongruel Jr. entregaram às 16 instituições de ensino associadas ao Sindicato, o “Selo Escola Legal” - edição 2018. “O “Selo Escola Legal” tem como objetivo orientar pais, mães, alunos e a sociedade em geral na busca de instituições de ensino regularizadas perante os órgãos oficiais. “O Selo é um instrumento de segurança no momento da matrícula”, destaca a presidente. As instituições de ensino que solicitaram e receberam o “Selo Escola Legal”, edição 2018 foram: Rosazul Centro de Educação Infantil; Colégio Sagrada Família; Escola Prisma Arco-Íris; Escola São Jorge; Colégio Pontagrossense – SEPAM; Colégio São Francisco; Escola Evangélica de Carambeí; Escola Santo Ângelo; Escola Santa Teresinha; Colégio Sagra-

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do Coração de Jesus; Centro Educação Infantil Neo Master Girassol/FESP; Colégio Sepam/Castro; Escola Desafio; Escola Evangélica Boas Novas; Colégio Marista Pio XII e o Colégio Neo Master/FESP. Instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR podem ter mais informações e solicitar o “Selo Legal” pelo telefone (41) 3078-6933.


as.so.ci.a.das adj

universo

das associadas confira as novidades das instituições de ensino associadas ao sinepe/pr TEXTO COLETIVO COM GENTILEZA Com a orientação das professoras Mari Batelli e Fran Tockus, as turmas do 1º ano da Escola Terra Firme (Curitiba) trabalharam a construção de um texto coletivo, pontuando e reforçando a importância da valorização de características boas entre as crianças. A experiência proporcionou a possibilidade de expressar sentimentos positivos aos colegas e, mais do que isso, foi bastante ilustrativa para mostrar a função social que o texto escrito tem. “Fizemos uma roda e pedi que cada um falasse para o colega da direita uma qualidade boa, sem repetir as palavras. Assim, desenvolvemos o vocabulário dos alunos e surgiram várias palavras pouco usuais, como generoso, gentil, parceiro. Fora isso, que já foi incrível, fizemos ainda um texto coletivo, explicando para os pais como foi feita essa atividade”, contou a professora Mari.

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EDUCORAÇÃO VALORIZA A FORMAÇÃO COMPLETA DOS ESTUDANTES Nem só de cálculos, redações e provas deve ser feita uma escola. Os alunos do Ceak/ Terra Mater (São José dos Pinhais) encontram no ambiente escolar conteúdos que vão muito além da teoria tradicional, com atividades voltadas para o bem-estar e a inteligência emocional. Essa é a ideia do projeto Educoração, desenvolvido pela doutora Susan Andrews, que busca levar práticas de meditação e autoconhecimento para os estudantes desde os primeiros anos de vida. São realizadas práticas de meditação a partir de cinco minutos diários na escola, sempre no início de cada manhã, além de promover o debate sobre valores humanos e ética. A proposta valoriza a formação do indivíduo de maneira completa, com a empatia nas relações entre os alunos, na busca por criar uma sociedade mais justa.

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMERICAN ACADEMY A PUCPR e a Kent State University (KSU) lançaram o programa de graduação American Academy. Nesta iniciativa inédita no Brasil, o estudante cursa na PUCPR os dois primeiros anos do currículo da KSU e, em seguida, escolhe qual curso fazer e onde terminar a graduação - no Brasil ou nos Estados Unidos. Mais informações em pucpr.br/americanacademy Na foto: Marcelo Mira (diretor de internacionalização PUCPR), Waldemiro Gremksi (reitor PUCPR), Beverly Warren (presidente KSU) e Marcello Fantoni (diretor de internacionalização KSU) e Paulo Mussi (diretor do programa). Crédito: Edjane Mazda


car.rei.ra subst.

Qual história mais marcou

sua carreira de educador até hoje?

Eu era um meninão, com vinte e poucos anos, e atuava como professor numa escola pública de ensino médio como tantas outras, mas que aos meus olhos tinha potencial para ser uma escola realmente transformadora. Acreditando nesse sonho, me candidatei ao cargo de direção. ‘Vendi’ para a comunidade o sonho de uma escola diferente, de uma transformação. E venci a eleição com 85% dos votos válidos! Agora chegava o grande momento. Como fazer essa transformação? Como realizar esse sonho? O medo, a insegurança e a inexperiência me acompanhavam, mas não foram limitadores, porque o sonho

Sou professora por opção. Me formei mais tarde, e sabia exatamente o porquê fazer o curso de Letras. Ainda na adolescência as minhas leituras preferidas eram os poemas de Fernando Pessoa, “Tabacaria”, cuja poesia declamava na Escola. Quando fui fazer a inscrição para o vestibular escolhi o curso o qual me permitia sair licenciada em Português, Literatura e Inglês. Entretanto a disciplina de literatura foi à preferida e me alavancou para o futuro profissional, pois a partir da formação comecei a lecionar Literatura Brasileira e Portuguesa. Mais tarde vieram as Literaturas Inglesa e Norte América. Durante a graduação tive uma professora de Literatura Portuguesa, a qual me encantou, pois suas aulas eram emocionantes, e seus olhos emanavam uma luz de sabedoria quando mencionava personagens e o tempo histórico de uma forma sublime.

já não era mais meu, mas sim de toda a equipe da escola. Assim, investimos nossas vidas, “corpo, alma e coração”, para alcançar o nosso objetivo. E a recompensa veio. A escola se transformou, ganhou prêmio, nome, mídia e um exército de alunos vestindo a camisa junto com a gente. Esse exército está aí hoje na rua, cidadãos que continuam promovendo mudanças significativas na sociedade. Valeu a pena! Prof. Renato Casagrande Consultor em educação e gestão. Presidente da Alleanza Brasil Curitiba

27 Atualmente ministro aulas de língua portuguesa, Literatura e Redação e ainda sinto a emoção viva em meus olhos e coração ao descrever uma cena de uma obra literária como “Dom Casmurro” de Machado e Assis, “O Pequeno príncipe” de Antoine de Saint Exupéry ou mesmo “Otelo” de Shakespeare. Portanto, ser educadora está além de salários e recursos necessários para se viver, pois, além disso, preciso estar com a chama viva do conhecimento e da emoção perpetuado no coração, para assim, com meu exemplo agregar nos meus alunos o quão é importante aprender, pois como já dizia Fernando Pessoa “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. Profa Edilete Waltrin Colégio Guairacá e Escola Aldeia do Sol Guarapuava

Educador, conte para nós qual foi a história que mais marcou a sua carreira.

A REVISTA DASEnvie ESCOLAS DO PARANÁ seu PARTICULARES depoimento com foto para jessica@iemecomunicacao.com.br e confira na próxima publicação.


re.se.nha s.f

T / Fátima Chueire Hollanda - Assessora Pedagógica do Sinepe/PR

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

IMPLEMENTAÇÃO NO ESTADO DO PARANÁ Implementação no Estado do Paraná Foi constituído um Comitê Executivo Estadual e uma Coordenação Estadual com caráter deliberativo que tem como responsabilidade a elaboração do Documento Preliminar do Referencial Curricular do Paraná: princípios, direitos e orientações o qual deverá ser o documento que escolas, sistemas e redes deverão seguir para reformulações de seus Projetos Políticos-Pedagógicos e Propostas Curriculares.

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A

presidente do Sinepe/PR, Esther Cristina Pereira e a assessora pedagógica do Sinepe/PR, Fátima Chueire Hollanda a convite do chefe da Educação Básica/SEED, Cassiano Roberto Nascimento Ogliari, participaram de uma reunião na Secretaria de Estado da Educação cuja pauta foi a implementação da BNCC no Estado do Paraná.

O Prof. Cassiano destacou que a BNCC é um documento que define as aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo da educação básica em todo o território nacional. É uma Referência Nacional obrigatória para a (re) organização curricular dos sistemas, das redes e das escolas. Não é o currículo das escolas. Enfatiza ainda que, a BNCC ao determinar as dez competências gerais as quais deverão ser desenvolvidas ao longo da educação básica,

traz em sua intencionalidade a formação humana dos estudantes na sua integralidade, definindo direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. Nessa reunião, Prof. Cassiano deixa claro que a LDBEN garante a autonomia de cada sistema e de cada escola. Para o Estado do Paraná o Documento Orientador será chamado de REFERENCIAL CURRICULAR, que engloba a realidade do Estado e ajudará a nortear as escolas a adaptar os Projetos Políticos-Pedagógicos e as Propostas Curriculares, para que os docentes estruturem seus Planos de Trabalho nas salas de aula. A Proposta Pedagógica Curricular é definida pela ESCOLA e o Plano de Aula é do PROFESSOR que acontece na SALA DE AULA.

O Sinepe/PR foi convidado para integrar a Comissão Consultiva, designada através de Resolução Secretarial, e levará sua contribuição ao referido documento. Para dar início às ações, foram definidos os grupos de trabalho, com seus coordenadores, redatores e integrantes da assessoria técnica, por etapa e por disciplina. Na sequência, foi definido o calendário de encontros regionais para os redatores.

Referencial Curricular do Paraná: princípios, direitos e orientações


Cronograma para sua implementação Os encontros para reunião dos redatores aconteceram quinzenalmente desde abril, sendo os momentos para grande avanço na escrita do Referencial Curricular Paranaense.

Agosto

11/04/2018

Setembro

Apucarana - as primeiras definições de estrutura e formato.

25/04/2018

Cascavel - foram discutidas as propostas por disciplina.

16/05/2018

Maringá – revisão dos conteúdos para garantir a unicidade do documento por área do conhecimento.

30/05

Encontro de redatores em Curitiba Para a finalização da versão preliminar.

30/05

Reunião com os 17 sistemas municipais de educação para Termo de Adesão.

Até 08/06

Sistematização das contribuições por meio de encontros de dois dias dos redatores e coordenadores.

Após a sistematização, o documento consolidado será entregue ao CEE/PR.

Outubro

O CEE/PR deverá aprovar o “Referencial Curricular do Paraná: princípios, direitos e orientações”.

Novembro

Orientações para os Sistemas, para as Redes e para todas as instituições de ensino. Só a partir de então que as escolas deverão proceder às reformulações de seus Projetos Políticos-Pedagógicos e Propostas Curriculares.

Implementação nas escolas Até julho de 2019

Entrega de todos os textos já sistematizados pelos coordenadores de etapa à Coordenação Estadual.

Período destinado à revisão dos Projetos PolíticosPedagógicos e Propostas Curriculares e encaminhamento para aprovação dos Núcleos Regionais de Educação.

Junho

2020

25 a 27/06 e 27 a 29/06

O Sinepe/PR considera que para a efetivação de todo o processo de implementação é deveras importante a:

Preparação do material para ser disponibilizado em Consulta Pública.

Dois Seminários para discussão sobre a versão preliminar em Foz.

Junho e Julho

A Consulta Pública da versão preliminar do documento orientador do Paraná estará aberta até final de julho para que as escolas estaduais, municipais e particulares possam enviar suas contribuições via Consulta Pública online. O Sinepe/PR entende como de extrema importância a participação das instituições de ensino com suas contribuições a esse primeiro Documento Preliminar.

Após a aprovação dos Projetos Políticos-Pedagógicos e Propostas Curriculares, efetivação na docência.

• Formação continuada de professores e gestores escolares; • Adequação dos materiais didáticos; • Avaliação e acompanhamento da aprendizagem. Fonte: Secretaria de Estado da Educação. Cassiano Roberto Nascimento Ogliari, representando a CONSED, para a implementação da BNCC no Estado do Paraná.


ar.ti.go s.m

T / Dr. Juliano Siqueira de Oliveira

BULLYING E A LEI FEDERAL 13.185/2015

RELATÓRIOS BIMESTRAIS

A 30

A Lei Federal 13.185/2015 instituiu o Programa de Combate à Intimidação Sistemática (Bullying), a qual especificou em seu artigo 2º condutas que caracterizam a chamada intimação sistemática, dizendo que esta ocorre “quando há violência física ou psicológica em atos de intimidação, humilhação ou discriminação e, ainda, I - ataques físicos; II - insultos pessoais; III - comentários sistemáticos e apelidos pejorativos; IV - ameaças por quaisquer meios; V - grafites depreciativos; VI - expressões preconceituosas; VII - isolamento social consciente e premeditado; VIII - pilhérias.”. É necessário observar que a lei, além de tipificar as condutas que caracterizam o bullying, criou obrigações para os estabelecimentos de ensino, as quais são inafastáveis e, portanto, precisam ser alvo da devida atenção e execução por parte das escolas, sendo que neste artigo abordaremos dois aspectos bastante relevantes O primeiro deles é que prevê o artigo 5º da Lei 13185/2015 que “É dever do estabelecimento de ensino, dos clubes e das agremiações recreativas assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática (bullying).”.

Diante disso, não pode ser mais cogitada qualquer dúvida acerca do fato de que as escolas estão obrigadas a criar, manter e executar políticas e ações que contemplem medias de conscientização,

prevenção e repressão de situações de bullying. É certo que, no exercício de sua autonomia didático-pedagógica, caberá a cada escola, ponderando o perfil da comunidade acadêmica, a tarefa da criação das medidas concretas que respaldarão sua política anti-bullying, mas é certo que estas deverão espelhar os valores defendidos pela instituição de ensino na prevenção e combate ao bullying e que, por isso, serão alvo de regulares atuações da escola em sua defesa, respeito e manutenção. A segunda obrigação legal decorrente da lei federal em análise decorre da preceituação do artigo 6º, o qual preceitua que “serão produzidos e publicados relatórios bimestrais das ocorrências de intimidação sistemática (bullying) nos Estados e Municípios para planejamento das ações”. Logo, as escolas devem ter em mente que, na execução das medidas

que integram sua política antibullying, deverão manter controle das ocorrências de bullying e, bimestralmente, elaborar e promover o encaminhamento de relatório para a Secretaria Estadual ou Municipal de Educação (dependendo, é claro, do sistema de ensino ao qual a instituição esteja integrada). Os relatórios NÃO devem revelar o nome dos alunos envolvidos, mas realizar narrativa da situação constatada e as medidas que foram adotadas pelo estabelecimento na condução da situação. Repetimos que retratamos acima duas obrigações legais dos estabelecimentos de ensino em face do que dispõe a lei 13185/2015, as quais, conforme já mencionado, são inafastáveis e, assim, devem ser cumpridas pelas escolas. Juliano Siqueira de Oliveira Advogado e assessor jurídico do Sinepe/PR


as.so.ci.a.das adj

Quadro associativo

novas Associadas

Conheça as instituições de ensino que se associaram ao Sinepe/PR em março e abril:

unidade de ensino

cidade

CEI Joãozinho e Maria

Curitiba

Instituto Dom Miguel

Curitiba

Associação Cultura Inglesa de Curitiba

São José dos Pinhais

Associação Cultura Inglesa de Curitiba Unidade Getúlio Vargas

Curitiba

Associação Cultura Inglesa de Curitiba Unidade Moysés Marcondes

Curitiba

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