Revista o poder 20

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ANO III Nº 20 | março 2014 | R$ 8,50

a

revista

dos

grandes

leitores

jornalista potiguar faz um relato histórico da revolução de 64 discussão sobre a redução da maioridade penal divide o país

RICARDO MENDONÇA A visão do micro, pequeno e médio empresário para o desenvolvimento do Rio Grande do Norte



índice

Florianópolis/SC

Artigos

6 COTIDIANO

FRASES EM DESTAQUE

19 zenaide castro

5 CRISTOVAM BUARQUE A COR DA MENTE

O PODER DOS NEGÓCIOS

10 NEY LOPES A "RODA GIGANTE" DA ELEIÇÃO NO RN

21 simone silva SOCIAL

20 joanilson de paula rEGO ALGUNS, ENTRE MUITOS TEMAS

22 DICA DE VIAGEM

TARCÍSIO GURGEL/CURAÇAO

8 CAPA entrevista / RICARDO MENDONÇA justiça redução da maioridade penal divide as opiniões

perfil canindé soares

6 12 50 anos da revolução de 64 tempo de recordar e de compreender

16 maquilagem BARROCO TROPICAL

18

A direção não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados O PODER revistaopoder@gmail.com DIRETOR Gleydson Batalha EDIÇÃO Zenaide Castro 84 9981 3942 DIAGRAMAÇÃO E PROJETO FAÇA! COMUNICAÇÃO E DESIGN 84 3086 4815 GRAFICA Unigráfica tiragem 5.000 exemplares COMERCIAL 84 8875.0668/ 9480.5096 capital intelectual (CNPJ: 10.989.231/0001 23) Av. Rodrigues Alves 682 - Petrópolis - Natal-RN Março/2014 O PODER! | 3


Editorial

Revolução de 64 e maioridade penal A revista O PODER chega ao mês de março com bastante novidades para vocês, leitores. O senador Cristovam Buarque, que sempre foi um entusiasta da educação, fala sobre o analfabetismo no Brasil e um plano para acabá-lo em cinco anos. Nossa entrevista deste mês é com o empresário Ricardo Mendonça, que fala um pouco sobre sua vida e suas pretensões em assumir uma cadeira na Câmara Federal pelo PEN 51. Voltamos nesta edição a editar o PERFIL de pessoas de destaque de nossa sociedade, como o fotógrafo Canindé Soares, um dos melhores repórteres fotográficos não só do Rio Grande do Norte, mas do Brasil. Nossa matéria principal é uma reportagem sobre os 50 anos da REVOLUÇÃO DE 64, assinada pelo jornalista Liszt Madruga, que mostra o outro lado do movimento que se antecipou a um golpe comunista que ocorreria no país. Em seu artigo, o jornalista Ney Lopes entra no assunto bastante comentado nos últimos dias no Estado, que são as indefinições das coligações partidárias. Temos também uma matéria sobre a diminuição da maioridade penal para 16 anos, assunto que foi analisado pelo advogado Heráclito Noé. E mais: matéria sobre Moda; a coluna O Poder dos Negócios, da jornalista Zenaide Castro; o artigo do advogado Joanilson de Paula Rego; a coluna social de Simone Silva e as dicas de viagem de Tarcísio Gurgel e de livros com a socióloga Eliana Cabral. Boa leitura.

Foto de

Gleydson Batalha Diretor da Revista O Poder e sócio da Capital Intelectual LTDA.

Isac Martins

Revista O PODER: Artigos, matérias, entrevistas e colunas voltados para a classe polÍtica e formadores de opinião.

4 | O PODER! Março/2014

DIDA

capa: CE


Artigo

A cor da

mente Nos anos 70, a televisão mostrou uma série com o nome de “Raízes”, contando a trajetória de uma família de negros americanos, desde seu passado na África. A série emocionou centenas de milhões de pessoas ao mostrar o sofrimento de sucessivas gerações que tinham em comum a cor da pele e a escravidão por serem negras. Trazida para o presente, a série “Raízes” pode ser escrita sob outro ângulo: as sucessivas gerações de pessoas carregando a característica do analfabetismo. A genealogia de um analfabeto mostra quase toda sua linha de transmissão no analfabetismo. Raramente o filho de alfabetizados cai no analfabetismo. Já o analfabeto adulto é filho e neto de analfabetos. Mas diferentemente da transmissão da escravidão pela cor irremovível, à transmissão do analfabetismo decorre da falta de programas educativos para sua erradicação. Porque a cor da mente é mutável pela educação. Muito provavelmente, os 13 milhões

de analfabetos de hoje são descendentes dos 6,5 milhões de analfabetos que povoavam o território brasileiro em 1889. Naquele ano, a elite republicana fez uma bandeira com um lema escrito, mesmo sabendo que seus cidadãos eram incapazes de reconhecê-lo porque não sabiam ler. E desde então 125 anos se passaram sem um gesto enfático e duradouro que abolisse a tragédia, que permitisse a todos os brasileiros lerem a sua bandeira. A repetição genealógica do analfabetismo é causada pelo descaso com a educação das crianças, que deixa aberta a torneira por onde surgem novos analfabetos adultos, e pela falta de um programa concreto e persistente para a erradicação desta tragédia entre os adultos. Para resolver o problema em cinco anos seria necessária a mobilização de 130 mil jovens bolsistas ao custo anual inferior a R$ 1 bilhão e mais R$ 2 bilhões de outros gastos operacionais. Essa era a intenção do Ministério da

POR cristOvam buarque

Professor da Universidade de Brasília e Senador pelo PDT/DF Educação no primeiro ano do governo Lula ao criar uma Secretaria Extraordinária da Erradicação do Analfabetismo, destinada a gerir o Programa Brasil Alfabetizado. A secretaria chegou a formular o Programa de Apoio ao Estudante, proposto no Projeto de Lei nº 2853/2003, pelo qual os alunos de universidades particulares receberiam bolsas para pagar seus estudos, desde que aceitassem exercer atividades relacionadas à alfabetização de adultos, por seis horas semanais, durante um dos semestres de seus cursos. Além disso, foram implantados programas de “leituração” para manter a alfabetização conquistada. Em 2004, a secretaria foi extinta e o programa perdeu vigor; o PAE se transformou em PROUNI sem exigência aos beneficiados. O resultado é que o problema continua e, em 2013, sofreu aumento no número de analfabetos: os 6,5 milhões de 1889 duplicaram, em 2013, para 13 milhões. Quem sabe se, neste ano, algum candidato a presidente vai apresentar o compromisso e dizer como, quanto custa e de onde sairão os recursos, financeiros e humanos, para romper a genealogia do analfabetismo, mudando a cor da mente desses brasileiros. Março/2014 O PODER! | 5


Cedida

Perfil

Canindé Soares Sua lente é mágica ou é ele que coloca mágica na cena? Onde existe um fato, uma imagem, uma foto, lá está Canindé Soares com a Câmera na mão capturando o melhor ângulo. Mas, quando começou essa paixão pela fotografia? Canindé responde que a paixão aflorou há mais de três décadas e com o passar do tempo ela só aumentou, especialmente nos últimos anos, devido ao incentivo, à torcida e ao apoio que uma legião de amigos tem dado. Canindé Soares nasceu há 53 anos numa cidadezinha da microrregião da Borborema Potiguar com pouco mais de três mil habitantes chamada São Bento do Trairi. É filho de Seu Valdemar e Dona Terezinha. “Tenho uma paixão muito grande pela fotografia e no momento atual só fotografo o que é prazeroso. Quando não estou fotografando... invento algo para fotografar, neste caso um dos prazeres maiores é viajar pelo Rio Grande do Norte fotografando as coisas mais bonitas desse nosso Estado”. Canindé é casado com Deborah Kaline, tem dois filhos do primeiro casamento

6 | O PODER! Março/2014 agosto/2013 setembro/2013

(Renato e Thiago) e, quem diria, dois netos (João Henrique e Larissa). Quem vê Canindé fotografando não consegue imaginá-lo fazendo outra coisa. Ele conta que apesar de ter que se dividir um pouco entre a arte de fotografar e a família, esta incentiva a sua paixão pela imagem. Nos últimos anos tem se dedicado muito ao fotojornalismo, principalmente depois de lançar o seu site, onde expõe seus trabalhos feitos na cobertura diária e disponibiliza suas fotos para outros profissionais do jornalismo. Suas preferências, além do fotojornalismo, passam pelas paisagens, fotos aéreas. “Toda e qualquer temática que eu possa fazer sem nenhuma interferência que não seja a forma que sei fazer e gosto de fazer”, enfatiza. Entre as paisagens que Canindé tem fotografo pelo Rio Grande do Norte, o experiente fotógrafo destaca as Dunas de Rosado (que fazem parte do Polo Costa Branca), além de todo litoral do RN. As sangrias do Açude Gargalheiras, em Acari, e da barragem Armando Ribeiro Gonçalves, em Açu, as salinas e o carna-

val de Macau, as serras do Boqueirão, em Parelhas, de Martins e a de João do Vale, em Jucurutu, além do Pico do Cabugi. As festas religiosas como a procissão de Santana em Caicó, um dos maiores eventos religiosos do Estado, os santuários, como a Serra do Lima, em Patu, e Santa Rita de Cássia, em Santa Cruz. Canindé já publicou três livros com suas fotos. O primeiro foi o “Vem Viver Natal”, o segundo “Natal por Canindé Soares” e o terceiro foi uma nova edição do segundo. “Esse último posso dizer que foi uma consagração do meu trabalho, por ter tido o aval dos amigos e das pessoas que acompanham o meu trabalho, que compraram e pagaram antecipadamente o livro, num total de mais de duas mil unidades”. E completa: “Para mim foi o maior prêmio, uma das maiores alegrias e emoções da minha vida, pelo fato de os amigos terem depositado toda essa confiança no meu trabalho. Em agradecimento, numa das páginas deste livro está estampado o nome de mais de 350 dos que participaram desse projeto”.



Capa Fotos: Carla dutra

É preciso fazer e pensar as coisas de modo diferente para alcançar objetivos concretos para o desenvolvimento sustentável do Estado. Com esta forma de visão política o empresário Ricardo Mendonça Fernandes desponta entre as opções de renovação eleitoral no cenário político potiguar em 2014. Empresário no ramo da construção civil e mão de obra terceirizada, Ricardo Mendonça é bacharel em Direito e recentemente assumiu a Secretaria Geral do Partido Ecológico Nacional do Rio Grande do Norte (PENRN 51) com o objetivo de trabalhar para o desenvolvimento de ações que permitam nortear soluções nas políticas públicas de saúde, educação, segurança, transporte e meio ambiente. Amigos, familiares e correligionários estão entre os que acreditam que a sua liderança pode e deve influir e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos potiguares. Ricardo Mendonça defende que não há como fazer diferente, pensando na coletividade, sem a renovação do atual quadro político. Diante desta missão, o empresário se coloca à disposição do partido na disputa do próximo pleito eleitoral. Ele sugere elevar o debate também do desenvolvimento sustentável do Estado com geração de emprego e renda com preservação ambiental.

RICARDO MENDONÇA Empresário acredita no desenvolvimento sustentável do Rio Grande do Norte, a partir de um debate mais acentuado em relação às questões que envolvem a preservação do meio ambiente Como surgiu sua vocação pela vida pública? Sempre dediquei a minha vida pensando no melhor para a minha família, amigos e para a sociedade em geral. Acredito que o autoconhecimento é uma das formas de buscar o equilíbrio e a evolução pessoal. É este o ensinamento de vida que passo aos meus filhos e foi assim que, desde minha juventude , fui motivado a ingressar na vida política, quando me liguei ao movimento estudantil. Cheguei inclusive a ser o vice-presidente do Grêmio Estudantil do Colégio CEI. Sempre dediquei especial atenção às questões relativas à justiça social. Em todos os debates que participo, os interesses coletivos estão sempre em primeiro lugar. É com esta forma de pensar e agir que me dedico ao movimento religioso e 8 | O PODER! Março/2014

comunitário. Trata-se de uma militância colaborativa que visa fortalecer a esperança da juventude potiguar. Por que você decidiu ingressar na vida política e contribuir para a sociedade? Na verdade a decisão primeiramente não foi minha. Foi algo que surgiu naturalmente com inúmeros pedidos que tenho recebido de lideranças estudantis, religiosas e comunitárias para assumir a condução do processo de mudança política que tanto a população espera e precisa diante da ausência quase que total dos serviços públicos essenciais: saúde, educação, segurança, transporte e preservação ambiental. A população clama pelo novo. Os velhos paradigmas políticos não atendem mais às necessidades da população e

por isso não trazem esperança de dias melhores em suas vidas. São mais de 50 anos de ostracismo político. Penso que agora é a hora de renovação. Quais as suas principais bandeiras de luta? Ingressei no PEN 51 por acreditar que a sua plataforma política é a melhor opção para o desenvolvimento econômico com sustentabilidade para o nosso Estado. Para isso, temos que nos preocupar com o apoio técnico e financeiro ao pequeno, micro e médio empresário, reforma tributária e a redistribuição das receitas através do novo pacto federativo que vamos propor no Congresso Nacional. Não há perspectiva de desenvolvimento sustentável na economia sem investimentos contínuos na educação. Por isso,


defendemos a federalização do ensino fundamental com tempo integral para as nossas crianças. Esta é a educação que necessitamos para a liberdade e a cidadania. A segurança pública é outro ponto que aflige a população. Precisamos discutir o sistema carcerário brasileiro. Temos que criar mecanismos de ressocialização dos apenados que, pela nossa proposta, deverão trabalhar para conquistar o seu sustento e obter redução de suas penas. Portanto, a solução não é construir novos presídios, mas oferecer condições de diminuir a criminalidade e fazer com que os presos estejam a serviço da sociedade. Outro aspecto importante que vamos debater é a saúde dos potiguares. Nossa preocupação com a prevenção de doenças deverá passar pela ampliação das unidades ambulatoriais e oferecer condições de trabalho para as equipes médicas, bem com dos trabalhadores em saúde. Falar de saúde pressupõe ainda cuidar do meio ambiente. Isso se faz com medidas educativas e com investimentos em saneamento básico. Esta é uma das melhores formas de aliar o crescimento econômico com os cuidados necessários ao desenvolvimento humano sustentável. Neste contexto, como o Estado do Rio Grande do Norte pode promover as suas potencialidades econômicas? O desenvolvimento econômico do Rio Grande do Norte precisa proporcionar as condições mínimas necessárias de promover o desenvolvimento de suas potencialidades regionais de modo a assegurar a manutenção dos empreendimentos no interior do Estado e, assim, gerar emprego e renda para todos. Por exemplo, a Região do Seridó tem um potencial mineral ainda a ser explorado, pois utiliza tecnologias arcaicas que elevam o custo da produção e precariza as condições de saúde dos trabalhadores. É preciso ainda viabilizar as condições dos assentamentos familiares com a compra de sua produção agrícola sem esquecer do pequeno e médio produtor de equinos, caprinos e ovinos com especial atenção a carcinicultura. Como você avalia as políticas do Governo Federal? Nos últimos 10 anos, o Brasil mudou

de cara. Em que pese o assistencialismo, as condições de vida da população melhoraram acentuadamente. Só no Rio Grande do Norte foram construídas 20 escolas técnicas federais. No Brasil foram mais de 300. O que se fez para a educação no país nos últimos 10 anos não foi feito em toda a sua história.

“temos que nos preocupar com o apoio técnico e financeiro ao pequeno, micro e médio empresário, reforma tributária e a redistribuição das receitas através do novo pacto federativo que vamos propor no Congresso Nacional”.

Assim, o Governo Federal vem atendendo a expectativa de todos os segmentos da sociedade desde o mais podre

ao investidor mais rico. Porém, muito ainda precisa ser feito, sobretudo com a reforma tributária que venha a diminuir os encargos e possibilite o crescimento econômico de todos os setores da economia. Como você está vendo o movimento político atual com as manifestações populares? O cenário político começou a mudar em 2013. A população foi para ruas mostrar sua indignação contra a ausência de serviços públicos. Esse foi o resultado direto do aumento do nível de conscientização da sociedade que rapidamente se inflamou com o advento da comunicação instantânea apropriada pelas redes sociais não só no Brasil, mas no mundo inteiro. A população mostrou que tem capacidade de reação nas ruas e agora precisa demonstrar isso também nas urnas. Precisamos mudar o eixo econômico e político do Rio Grande do Norte. Como será a participação do PEN 51 com relação à majoritária? O cenário político do Rio Grande do Norte ainda está indefinido para as próximas eleições. Estamos nos reunindo com todas as lideranças políticas do Estado para definir as possíveis composições partidárias. O grande avanço neste processo é a criação do Grupo intitulado “G-10”. Este grupo, no qual o PEN RN 51 participa, é composto por uma frente de vários partidos que fortalece uma nova via política para o Estado. Março/2014 O PODER! | 9


Artigo

A “roda gigante” da eleição no RN Nunca em ano de eleições gerais, o quadro político-eleitoral no Rio Grande do Norte esteve tão indefinido, quanto em 2014. A “roda gigante” tem girado muito e rapidamente. Difícil saber “quem é quem e quem está com quem”. As versões prevalecem, diante de fatos concretos. Alguns “iluminados”, travestidos de articuladores, levantam hipóteses e trabalham sorrateiramente, em defesa exclusivamente dos próprios interesses econômicos e pessoais. As mais estapafúrdias alianças ainda poderão ocorrer, a revelia do povo, há menos de sete meses do pleito. Infelizmente, as lideranças de alguns partidos valorizam essas ações, sem despertarem que em 2014 haverá outro Brasil indo às urnas. Poderá não ser o Brasil Ideal. Todavia, haverá muita surpresa, após as apurações. O interesse público, a credibilidade, as propostas, são jogados na lata do lixo. A credibilidade, o preparo pessoal, as inovações, tudo isso é desconsiderado, sob a justificativa de que aqueles que possuem essas qualidades não “têm voto”. Esse tumultuado quadro é alterado dia a dia, surpreendido por fatos novos. O maior exemplo é do DEM, que era escorraçado e tido como partido natimorto. Não teria condições sequer de montar uma chapa. Considerava-se o partido refém do PMDB, do PSB e de outras siglas. Um poderoso “complô” de contrários à governadora Rosalba Ciarlini esparramou-se pelos alpendres praianos do verão potiguar e “fechou” acordões eleitorais, com “lugar pra todo mundo” (só entre eles do complô). Espocaram antecipadamente champanhes para comemorar a exclusão eleitoral do DEM e o sucesso das tramas urdidas em silêncio, a tradicional arma usada nas traições e felonias. De repente, surgiram “fatos novos”, que recolocaram o DEM-RN em posição política que faz justiça ao seu passado e a forte liderança do senador José Agripino. Ruiu a estratégia usada até então. O motivo foi a posição assumida pelo presiden10 | O PODER! Março/2014

ciável Eduardo Campos, que disse NÃO à coligação de Vilma com os peemedebistas. Verdadeiro “tsunami”, não previsto pelos “iluminados”. Ele quer o seu próprio palanque no estado, separado de Dilma. Observa-se que a campanha será nacionalizada, com a inevitável polarização de dois palanques: o primeiro do PT-PSD (possivelmente), apoiando a reeleição de Dilma Rousseff e as candidaturas definidas de Robinson e Fátima. O segundo do DEM-PSDB, com apoio a Aécio Neves e a candidatura à reeleição da governadora Rosalba Ciarlini. Para o senado, o nome indicado será por consenso dos partidos coligados. Com esse giro da “roda gigante” pergunta-se o que farão PSB e PMDB? A ex-governadora Vilma de Faria sabe muito bem que não chegará “sozinha” ao governo do RN. Nunca chegou em toda a sua vida pública, por mais “guerreira” que seja considerada. Uma alternativa será aliar-se ao DEM para unificar o discurso de oposição ao PT, como deseja Eduardo Campos. Outro dado novo foi a entrevista do deputado Getúlio Rego, líder do DEM, deixando claro que a governadora Rosalba Ciarlini disputará a reeleição, com a segurança da legenda do DEM, desde que supere os obstáculos legais no TSE. Isso quer dizer que o palanque de Rosalba seria genuinamente o único palanque de oposição ao PT no estado. Com a eleição nacionalizada, o confronto político fatalmente polarizaria entre Rosalba (DEM e coligados) e Robinson-Fátima Bezerra (PSD-PT). O PMDB com Vilma no palanque (PSB) se transformaria em “coluna do meio”, mesmo diante da força econômica de Fernando Bezerra e o prestigio de Garibaldi e Henrique. O discurso de “aliados” do PMDB-RN e do PSB-RN seria incoerente e artificial. Para evitar o “abraço de afogados”, o PMDB poderá optar pelo PT, admitido até o apoio à Robinson Faria, em troca das indicações do vice, suplência de senador e preservação das posições federais de Henrique e Garibaldi.

cedida

POR Ney Lopes

Jornalista, advogado, ex-deputado federal e professor de direito constitucional www.blogdoneylopes.com.br

Ao PSB restaria lançar Vilma candidata à deputada federal (ganhará por larga margem de votos), ou disputar o governo quase solitariamente, ou ainda como última taboa de salvação, aliar-se ao DEM de Rosalba e disputar o senado, já que essa hipótese Eduardo Campos talvez admita. Outro fator imprevisível é caso Rosalba se torne inelegível. Em tal hipótese, tudo mudará de novo e só Deus sabe o que poderá acontecer.


Marรงo/2014 O PODER! | 11


História Em nossos dias, diante da avassaladora campanha há décadas conduzida pelos derrotados de 1964, “Comemorar a Revolução” adquire ainda maior significância, especialmente porque as gerações mais novas, expostas aos ventos da revolução cultural gramcista, foram ensinadas a ver a Revolução Democrática de 31 de Março de 1964 como a data do “golpe que implantou no país os anos de chumbo de sanguinária ditadura militar.” Ledo engano. “Comemorar a Revolução” representa, portanto, preciosa oportunidade para refutar falsificações, exageros e mentiras; e, sobretudo, para recordar, compreender, avaliar, exaltar e escutar os acontecimentos, os feitos e os ensinamentos daquela momentosa quadra da História pátria.

50 anos dA REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964

TEMPO DE RECORDAR E DE COMPREENDER

Antecedentes. Nos primeiros anos da década de 1960 o Brasil passou a viver período de crescente instabilidade política, militar e institucional. Após o governo Juscelino Kubitschek, as eleições presidenciais de 1960 haviam consagrado o nome de Jânio Quadros. Vestido, ao longo da campanha, com a capa da moralização das práticas políticas e do combate à corrupção, desde logo o novo presidente revelou seu temperamento instável e autoritário e passou a assumir atitudes que pouca dúvida deixava quanto às suas reais intenções de investir-se de poderes discricionários. Cerca de seis meses após assumir o governo, simulou renunciar à presidência, alegando não poder enfrentar as “forças ocultas” que o impediam de cumprir os compromissos assumidos com o povo brasileiro. Sabedor das sérias objeções e restrições que se faziam ao vice-presidente João Goulart (Jango) — contava Jânio 12 | O PODER! Março/2014

que a simulada renúncia não seria aceita e que o clamor público o faria retornar ao Palácio do Planalto com plenos poderes, livre e desimpedido das amarras constitucionais. O estratagema não funcionou! O Congresso aceitou a renúncia e preparou-se para empossar o vice-presidente, em viagem pela China Comunista. Visto pela oposição e pelas Forças Armadas como herdeiro da política varguista e simpático ao comunismo, a posse de Goulart enfrentou sérias resistências, dividiu a Forças Armadas e colocou o país à beira da guerra civil. Diante do impasse, adotou-se o parlamentarismo, e Goulart, finalmente, assumiu a presidência em 7 Setembro de 1961, como chefe de estado, mas não de governo. Tancredo Neves era o primeiro ministro – regime parlamentarista de duração efêmera, pois o regime parlamentarista foi rejeitado pela esmagadora maioria da população, em plebiscito realizado em janeiro

de 1963. O caos programado. Investido dos plenos poderes presidenciais, Jango rapidamente passou a conduzir ações no sentido de implementar projeto golpista que desaguaria em um regime totalitário de esquerda. Insuflado e orientado por seu cunhado, Leonel Brizola, pregava a necessidade de “reformas de base” e a implantação de uma “república sindicalista”. Controlando o aparelho sindical, o governo promovia a greve, a anarquia e o caos, e o país passou a viver dias de intranquilidade, estagnação econômica e inflação descontrolada. Enfrentar e debelar tão graves problemas, afirmavam Jango e seus aliados, impunha a necessidade urgente de “reformas de base”, “com ou sem o Congresso, na lei ou na marra!” A mensagem não poderia ser mais clara! Os comunistas. Aliado ao esquema governista, porém com seus próprios objetivos, identificava-se ainda um pro-


jeto revolucionário marxista-leninista, conduzido pelo Partido Comunista Brasileiro e seu líder, Luiz Carlos Prestes. A manobra revolucionária buscava uma “frente única” e a concretização de uma “Revolução Democrática Burguesa”, ao aliar-se à insurreição “burguesa” de Goulart e Brizola. Ao adotar esse processo, o PCB revelava fiel e rígida observância às diretrizes de Moscou, que recomendavam o “assalto ao poder pela via pacífica”, em contraposição as linhas de ação mais açodadas e radicais (foquistas, trotskistas e maoístas), defensoras da luta armada. Curiosamente, ambas as correntes — a janguista-brizolista e a comunista — viam na adesão e participação das Forças Armadas e, em especial do Exército, condição imprescindível para a conquista de seus objetivos. Para isso, fazia-se mister neutralizar, enfraquecer e solapar as lideranças contrárias aos seus desígnios e montar um “dispositivo militar” confiável, capaz de permitir e apoiar a ensandecida marcha no rumo do totalitarismo. Os chefes militares foram classificados em dois grandes grupos: havia os “militares do povo” e os “entreguistas”; as divisões internas foram fomentadas; e criou-se artificial e perigosa cisão entre oficiais e graduados. Os sagrados princípios da hierarquia e da disciplina passaram a sofrer permanente ataque. Em janeiro de 1964, em viagem a Moscou, Prestes deixou claro o papel e a importância dos militares brasileiros no processo revolucionário vermelho: ... Oficiais nacionalistas e comunistas assegurarão, pela força, um governo nacionalista e antiimperialista... As reformas de base acelerarão as conquistas dos ob-

jetivos revolucionários . O grande trunfo será o dispositivo militar. Em março de 1964, a desordem e a intranquilidade atingiram novos patamares. Sucediam-se as greves, as arruaças, os quebra-quebras e as ameaças de intervenção de grupos armados ligados a Brizola. A população sofria com o desabastecimento, os frequentes e inopinados cortes de energia elétrica e a quase diária paralisação do transporte público.

Jornalista LISZT COUTINHO MADRUGA (Repórter do jornal Tribuna da Imprensa, no RJ, nos anos 60)

Arregimentada pela grande imprensa, pela Igreja católica e por líderes políticos, a opinião pública começara a protestar e a participar, maciçamente, de manifestações contra aquele estado de coisas. Em tão conturbado ambiente, três eram os cenários mais prováveis para a evolução do quadro nacional: a implantação de um regime ditatorial de esquerda, o agravamento do anarquismo sindical e a eclosão de uma guerra

civil com conotações ideológicas. Claramente, a sucessão democrática normal, prevista para ocorrer no ano seguinte (1965) tornava-se a cada dia mais distante e implausível. Confiantes nas “forças populares” e no apoio do “dispositivo militar”, a trilogia Jango, Brizola e Prestes buscaram escalar a crise, na certeza de alcançar, em curto prazo, desfecho favorável a seus propósitos. Três episódios caracterizariam essa decisão: o comício realizado em frente ao prédio da Central do Brasil (ao lado do Ministério da Guerra), em 13 de março, marcado pela agressividade e radicalização das posições; o motim de marinheiros e fuzileiros navais, em 25 de março; e o discurso pronunciado por João Goulart no Clube dos Subtenentes e Sargentos do Exército, em 30 de março. O desfecho: um golpe? Dos três acontecimentos, os dois últimos influenciariam decisivamente a evolução dos acontecimentos, ainda que de maneira diametralmente oposta à imaginada por Goulart e seus companheiros de aventura. A incitação ao motim, o estímulo à quebra da hierarquia e da disciplina, a virulência de Jango e a clara intenção de aprofundar a anarquia e a desordem despertou nas forças vivas da nação a necessidade de pronta e enérgica reação, ainda que à custa da quebra da ordem constitucional. A destemida e intrépida decisão dos Generais Mourão e Guedes de iniciar, em Minas Gerais, com absoluta inferioridade de meios, o deslocamento em direção ao Rio de Janeiro e a Brasília, aglutinou e catalisou a resposta da sociedade brasileira aos desmandos e à subversão. A rapidez com que o movimento se fez vitorioso, Março/2014 O PODER! | 13


sem encontrar a menor resistência de nenhum setor da sociedade, constitui a melhor prova do repúdio popular ao esquema golpista engendrado por Goulart e seus aliados. A momentânea quebra da ordem institucional, respaldada e legitimada pelo Congresso e pelo imenso apoio popular,

“Em 100 dias Napoleão reconquistou a França. Dá para fazer muita coisa”.

Valter

Campanato

Ministro Aldo Rebelo, do Esporte, avaliando o estágio de preparação do Brasil para a Copa do Mundo, quando faltavam apenas 100 dias para o início do Mundial – Jornal O Estado de São Paulo

/ABr

Cotidiano

salvou a democracia, ameaçada pela intimidação do parlamento, pela pressão das massas sindicalizadas e pela anarquia das Forças Armadas. Desse modo, o 31 de Março de 1964 é primordialmente, um fato político e não uma quartelada, como insinuam os seus adversários e detratores... (Gen José S. Fábrega Loureiro e

Cel Pedro Schirmer, em “A Revolução de 1964” - Correio Brasiliense, 29 Mar 04). Participamos da Revolução de 1964, identificados com os anseios nacionais de preservação das instituições democráticas, ameaçadas pela radicalização ideológica, greves, desordem social e corrupção generalizada... Sem o povo, não haveria revolução, mas apenas um “pronunciamento” ou “golpe” com o qual não estaríamos solidários. A Redentora Revolução Democrática de 31 de Março de 1964 teve apoio de lideres políticos eleitos pelo povo brasileiro como os governadores Magalhães Pinto (Minas Gerais), Carlos Lacerda (Guanabara), Antonio Carlos Magalhães (Bahia), Ademar de Barros (São Paulo), dentre outros ilustres homens públicos. Teve o apoio das Forças Armadas e do Congresso Nacional, que elegeu o Marechal Humberto Castelo Branco presidente. Como qualquer data histórica, comemorar a Revolução de 31 de Março de 1964 requer serena reflexão para que possamos efetivamente entendê-la, avaliá-la e dela retirar ensinamentos.

" Estou pronto para aceitar o desafio de ser candidato ao governo do rn". Antônio Cruz

/ABr

Deputado Henrique Alves no Hotel PraiaMar, no evento do PRB

“O local dos protestos por excelência é a urna eletrônica”. Ministro do STF, Marco Aurélio Mello Jornal Tribuna do Norte


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Março/2014 O PODER! | 15


Justiça

PARA CADA PROBLEMA COMPLEXO EXISTE UMA RESPOSTA CLARA, SIMPLES E ERRADA. HENRY MENCKEN (1880-1956) Heráclito Noé, Advogado e Delegado da Polícia Civil

Maioridade penal A polêmica sobre a redução ou não da maioridade penal no Brasil está dividindo as opiniões de juristas, políticos e da sociedade. A escalada da violência está desenfreada e muitos delitos hoje são praticados por jovens que ainda não completaram 18 anos. Alguns afirmam que a redução da maioridade para 16 anos poderia ajudar a diminuir os altos índices de violência, outros defendem a implementação de medidas que possam dar uma melhor formação a esses jovens e, assim, evitar que entrem na delinquência. O que se sabe, no momento, é que o assunto promete render muito nos próximos meses. No mês de fevereiro, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal rejeitou, por 11 votos a 8, a proposta que permitiria ao Judiciário condenar à prisão menores de 18 e maiores de 16 anos de idade responsáveis por crimes hediondos, como homicídio qualificado, sequestro e estupro. O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), conseguiu apoio para apresentar um recurso a fim de que o texto seja votado em plenário. O presidente da Casa, senador Renan Calheiros, se comprometeu a pautar a matéria, que deverá ser votada em abril, após conversar com os líderes dos partidos sobre o assunto. No âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Marco Aurélio Mello afirmou em um programa de televisão ser contrário à redução da maioridade penal. De acordo com o mi16 | O PODER! Março/2014

nistro, não adianta colocar um jovem que teve um desvio de conduta na cadeia, pois ele “sai pior” do que entrou. O ministro defende que se busque as causas da delinquência para que o problema seja combatido. “Precisamos implementar com seriedade a educação, dando oportunidades”, afirmou. A revista O Poder conversou com o advogado e delegado da Polícia Civil, Heráclito Noé sobre o polêmico tema. Como o Sr. analisa essa questão? Acha que o lado emocional da sociedade, que está tão abalada e vitimada com essa escalada da violência, pode influenciar as posições daqueles que decidirão sobre o tema? - Precisamos orientar esse debate para que saia do emocional para o racional. O jornalista da Rede Globo Caco Barcelos, fundamentado na sua experiência de repórter e no trabalho de pesquisa para o seu livro Rota 66, afirma que apenas 5% dos crimes que resultam na morte de alguém são praticados por assaltantes armados, 20% dos homicídios seriam cometidos pela polícia e a esmagadora maioria, cerca de 75%, pelo cidadão comum, em brigas de trânsito e outras situações banais que poderiam ser evitadas. Outra informação passada é a de que os delitos cometidos por adolescentes correspondem a menos de 10% do total de crimes cometidos no País e não constituem o foco de criminalidade no Brasil.


Na verdade, de acordo com os dados do Ministério da Justiça, 73,8% das infrações cometidas por jovens atentam contra o patrimônio e, destas, 50% são furtos. Apenas 8,46% são contra a vida. Além disso, 90% dos crimes no Brasil são cometidos por pessoas com mais de 18 anos. A impunidade é decorrente de inúmeros outros fatores e nós desviamos a atenção movidos pela falta de informação ou pela demagogia de muitos. Temos quase duzentos jovens infratores que estão circulando livremente pelas nossas ruas porque as unidades da Fundac não podem recebê-las. Este, sim, é um problema gravíssimo. Centenas de presos adultos que estão na semiliberdade e que deveriam pernoitar no presídio Raimundo Nonato Fernandes ficam também à solta porque não existem acomodações suficientes para acomodá-los. Isso, sim, é um problema gravíssimo. Ora, fico preocupado quando as pessoas pedem polícia nas ruas e desconhecem que estamos enxugando gelo. Se não temos como acomodar quem a polícia já prendeu e a justiça condenou, de que adianta aumentar o número do efetivo e de viaturas? Se só temos 28 peritos no Estado quando precisaríamos de mais de 200, com milhares de perícias atrasadas, imagine com um maior número de profissionais de segurança nas ruas... o que já está dramático se tornaria caótico. Na sua opinião, quais os Prós e Contras da redução da maioridade penal para 16 anos? - É preciso informar à população, de que sem o laudo pericial, na maioria das ocorrências, a prisão se torna inútil porque não vai suprir as formalidades do devido processo penal. O que eu acho que deveria ser revista era a questão da progressão dos regimes. Quem comete crimes graves deve cumprir integralmente a sua pena na cadeia. Essa é a grande diferença entre o Brasil e os outros países, prática que causa a justa indignação da sociedade. Na verdade, quase 80% dos delitos cometidos pelos jovens são contra o patrimônio, e não contra a vida”. Segundo a Agência de Notícias dos Direitos da Infância - ANDI -, em 55% dos países, a maioridade é aos 18 anos. Apenas em 19%, é aos 17 anos, e em 13%, aos 16 anos. Em 4%, é aos 21 anos. É importante saber a diferença entre a idade de Responsabilidade criminal, momento em que a justiça pode processar uma criança como crime, considerando que o indivíduo pode discernir o certo e o errado. No Brasil a idade de responsabilidade criminal começa aos 12 aos de idade. A idade da Maioridade Penal, que no Brasil é de 18 anos, é a idade em que a justiça enxerga o indivíduo como sendo adulto. O Estatuto da Criança e do Adolescente é visto como instrumento de garantia de liberdade para “marginais”, mas ninguém se lembra de dizer que ele pune com muito mais rigor do que o Código Penal pune os adultos. O adolescente deve responder pelo delito desde seu primeiro ato de infração. Se o adulto for réu primário, recebe um habeas corpus e sai livre. Outro argumento de defesa da redução da maioridade penal se reporta ao direito constitucional de voto aos 16 anos. Tal argumento não tem maior consistência, na medida em que não concede os direitos universais de ser votado, bem como de não obrigatoriedade do voto. Segundo o último censo realizado, os adolescentes brasileiros – 12 a 18 anos – somam 20 milhões. Já o número de adolescentes infratores em todo o país é de 20 mil, isto é, 0,1% da população. Destes, 20 mil, pouco mais de 6 mil estão em medida de internação, ou seja, 14 mil não são atos de alta periculosidade. Enquanto existem 87 delitos graves cometidos por adultos para cada 100 mil habitantes, existem apenas 2,7 infrações graves praticadas por adolescentes para a mesma população, sendo que 70%. Sou simpático à proposta do governo paulista em relação ao tema, explicada no quadro ao lado.

ENTENDA A PROPOSTA DE ALTERAÇÃO Tempo de internação COMO É: o tempo de internação é de, no máximo três anos, para qualquer infração. COMO FICA: o tempo de internação poderá ser de até oito anos, nos casos de crime hediondo. Unidades separadas COMO É: não há exigência de que infratores de diferentes idades, compleição física e gravidade de infração cumpram medidas de internação em estabelecimentos diferentes. O interno que cometeu crime hediondo e completa 18 anos dentro da Fundação Casa (no nosso caso, a Fundac) permanece internado no mesmo estabelecimento até, no máximo, 21 anos. COMO FICA: o interno que cometeu crime hediondo e completa 18 anos dentro da Fundação Casa (Fundac), passa ao Regime Especial de Atendimento, em estabelecimento educacional especial, com maior contenção até, no máximo, 26 anos. Rebeliões e motins COMO É: o interno maior de 18 anos que participa de motim ou rebelião com destruição de patrimônio ou manutenção em cárcere privado de servidores permanece internado no mesmo estabelecimento. COMO FICA: o interno maior de 18 anos que participa de motim ou rebelião com destruição de patrimônio ou manutenção em cárcere privado de servidores passa ao Regime Especial de Atendimento, em estabelecimento educacional especial, se não for submetido à prisão provisória. Punição a maiores que cometem crimes com menores COMO É: o maior que comete o crime com a participação de um menor não sofre agravamento de pena de acordo com o Código Penal. COMO FICA: a participação do menor conta como agravante na definição da pena do maior. Menor com doença mental diagnosticada COMO É: o menor com diagnóstico de doença mental pode ter a medida socioeducativa suspensa e ser encaminhado para tratamento. COMO FICA: o menor com diagnóstico de doença mental que tiver cometido crime hediondo poderá ser encaminhado para tratamento ambulatorial ou internação compulsória, nos termos da Lei 10.216/2001, por prazo indeterminado, sujeito a reavaliação a cada seis meses. Março/2014 O PODER! | 17


Fotos: O Boticário

Moda

Maquilagem em estilo Barroco Maquilagem é cor, brilho, destaque no olho, na boca, na face. Tons neutros, tons mais fortes, tudo depende do estilo, da ocasião, da roupa e do estado de espírito. Cabe às marcas inventarem, ousarem, criarem e recriarem as tendências. E foi isso que ocorreu com a Make B, de O Boticário, que foi buscar no estilo Barroco - gênero artístico que nasceu na Europa e dominou a cultura brasileira durante o período colonial – a ideia para o Barroco Tropical, a sua nova coleção. O estilista mineiro Ronaldo Fraga foi convidado para criar um traço gráfico exclusivo para compactações, decorações e embalagens dos produtos. A escolha das cores ficou a cargo de Fernando Torquatto. A dupla usou como ponto de partida no processo criativo o 21st Century Romance, que resgata temas classicamente românticos de forma repaginada. Nos desfiles de lançamento, as cores da coleção Barroco Tropical de Make B. fizeram o “casamento perfeito” com o dourado, as cores fortes, a elegância do preto e a sofisticação dos brocados e rendas. A isso, aliamos o toque tropical por meio de uma paleta de cores variada”, explica Isabella Wanderley, diretora de Marketing de Produto de O Boticário. “E a parceria com Ronaldo Fraga casou perfeitamente com a proposta da coleção. Ele tem um jeito único e alegre de retratar nossa cultura. Ele reverbera brasilidade com sofisticação e bom humor e é um dos estilistas que mais promovem o diálogo entre a cultura brasileira e o mundo contemporâneo”, completa. Fernando Torquatto, make up artist de Make B., explica a escolha das cores que nortearam a criação da coleção. “Construímos um portfólio completo para a temporada com tons do universo barroco - como dourado, verde, vinho e grafite -, de forma elegante, nobre e com um toque romântico. Pensamos em produtos para a mulher brasileira moderna e antenada às tendências, mas que também se conhece e sabe o que valoriza sua beleza”, revela.

18 | O PODER! Março/2014 outubro/2013


O Poder dos Negócios Rodada de Negócios O competente trio formado por Antônio Neto, Dioclécio Vitor e Alexandre Magnus (Foco Operadora) recebeu agentes de viagens e fornecedores em mais uma Rodada de Negócios. O evento foi realizado no Praia Bonita Resort, em Camurupim e entre as empresas estavam o Club Med, Vento Sul Turismo, Costa do Sauipe, as redes Paradise Hotéis, Enotel, Vila Galé, Pontes e Marina Park. Vieram representantes de Barbados e do Equador, além da presença da presidente da ABAV-SC, Ely Ribeiro da Silveira, que trouxe muitas novidades do Sul do País.

POR zenaide castro

Jornalista Profissional zenaide.castro@gmail.com Cristais Para homenagear o seu principal público-alvo, a mulher, a Swarovski apoia a exposição “Elas”, que segue até o dia 5 de abril na Pinacoteca Potiguar (Palácio da Cultura). A Exposição “Elas”, que marca as comemorações ao Dia Internacional da Mulher, convidou 10 artistas mulheres para apresentarem as suas visões do universo feminino. As obras falam da força, da beleza e da delicadeza das mulheres por meio de várias formas de arte: a fotografia, pintura, instalação ou texto. As artistas que fazem parte da mostra são: Petrucia de Nóbrega, Sabrina Bezerra, Mariana do Vale, Elisa Elsie, Jackie Monteiro, Civone Medeiros, Francis Silva, Rosa MC, Letícia Pareguas, Ana Claudia Viana.

Premiações Foco Durante o evento foram premiados os 10 clientes que mais venderam os pacotes da Foco, com vouchers cortesia para alguns dos principais Hotéis e Resorts do Brasil e 20 mil reais em dinheiro, referente à campanha Caça ao Tesouro. Os ganhadores foram: 1º Inaraí Turismo (R$ 10.000,00), 2º Pimentur Turismo (R$ 4.000,00), 3º KLP Turismo (R$ 2.000,00), 4º Ampliar Turismo (R$ 1.500,00), 5º JBS Turismo (R$ 1.000,00). A SI Turismo levou o prêmio Revelação e recebeu R$ 1.500,00. Também foram premiadas as agências Terrabella (6º), Amiltur (7º), Expresso Operadora (8º), Momentos Turismo (9º) e Líder Turismo (10º). Santa Catarina Por falar em Santa Catarina, a presidente da ABAV catarinense e diretora da Ceretur Operadora Receptiva, Ely Ribeiro, lançou uma promoção na Rodada de Negócios da Foco: o operador ou o agente de viagem que fechar um pacote completo, para grupo com mínimo de 30 pessoas pagantes, receberá o convite para o VIII Encontro Destinos e Roteiros Integrados e um famtour, totalizando oito dias de passeios pelo estado de Santa Catarina, com tudo free, inclusive passagem aérea de ida e volta de qualquer capital do Brasil/Florianópolis. A promoção começou em fevereiro/2014 e segue até 01/10/2014. O evento terá início em Florianópolis no dia 30 de outubro e acabará no dia 06 de novembro, no Festival de Turismo de Gramado/RS.

Novo Mar Hotel Com as novas atualizações do Mar Hotel Recife (PE), incluindo lobby atualizado, novos apartamentos, ampliação da estrutura de eventos e o pleno funcionamento do empresarial Pontes Corporate Center, conectado ao empreendimento hoteleiro, o complexo passa a se denominar Mar Hotel Conventions. O hotel aos poucos está redesenhando o seu lobby que já conta com um café, um bar e novas lojas, entre as quais a Galeria Risoleta Britto, com obras do consagrado artista plástico Romero Britto. O atual restaurante destinado a almoço e jantar, o Promenade, será ampliado para atender até 100 clientes ao mesmo tempo. A nova ala de acomodações, prevista para iniciar em soft openning em abril, terá 130 apartamentos Executivos e novo salão para eventos. Um dos diferenciais das novas acomodações é a vista para o parque aquático que tem paisagismo de Burle Marx. O empreendimento hoteleiro passará a oferecer, com a incorporação completa da nova torre, um total de 383 unidades habitacionais.

MEI O Sebrae no Rio Grande do Norte espera realizar seis mil atendimentos em todo estado com a realização da Semana do Microempreendedor Individual (MEI), que será realizada no período de 31 de março a 5 de abril. Estima-se que cerca de 10% desses atendimentos sejam para formalização. A mobilização acontece simultaneamente em todo o Brasil. Em Natal, a ação acontece na praça Gentil Ferreira, no Alecrim, onde será montada uma tenda para formalização, orientações, palestras e capacitação. Quer saber mais? Ligue: 0800 570 0800 ou (84) 3616-7900. Março/2014 O PODER! | 19


Artigo

ALGUNS, ENTRE MUITOS TEMAS São muitos os temas que convidam à reflexão e ao debate, por parte de pessoas ansiosas por verem feliz a sociedade brasileira, incluindo, é óbvio, o povão, não apenas como parceiro nos questionamentos, mas, também, na partilha dos bônus, já que o ônus maior lhe cabe, que é viver como vítima da discriminação, da falta de assistência governamental efetiva, e, principalmente, da terrível sensação de abandono e de estar sendo, historicamente, passado para trás. A redução dos gastos públicos, a saúde, a educação, a segurança, melhores condições de trabalho para os policiais e melhores salários, o marco civil da internet, a pena de morte, a redução da maioridade penal, o uso de penas alternativas, a redução dos gastos públicos e da dívida pública, a inflação camuflada, a redução da excessiva carga tributária brasileira, o aumento do percentual das despesas públicas com investimentos na infraestrutura, a união homossexual, a educação da sociedade para o respeito

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aos direitos dos outros, a impunidade, o uso indevido das verbas públicas para autopromoção ou promoção eleitoral disfarçada, etc, etc, etc. Pode-se afirmar que muitos destes temas receberiam solução mais compatível com os novos tempos, se, para precedê-los na solução, solucionássemos pontos controvertidos da demorada Reforma Política que se arrasta já por muito tempo, e que tratará do voto facultativo, do financiamento de campanhas, da adoção do voto distrital, da correção da distorção entre as bancadas dos Estados na Câmara dos Deputados, da correção do mecanismo que privilegia injustamente apenas siglas com representatividade no Congresso, da injustiça na distribuição do fundo partidário, etc, etc, etc. Mas, enquanto não se enfrenta de vez problemas gravíssimos e antigos como estes, vamos clamar para que não se pratique a ocupação desrespeitosa e indevida de vagas preferenciais para cadeirantes, principalmente, e também

POR joanilson de paula rêgo Advogado

para idosos, sendo de bom tom pensarmos em deflagrar uma campanha nacional para promover e expandir a conscientização da população, como sugeriu, em artigo publicado na edição de sexta-feira, 14 de março do corrente ano, da Folha de São Paulo, o químico e músico multi-instrumentista, Ralf Zietemann. E também vamos denunciar à Nação que, paradoxalmente, muitas pessoas reconhecidamente “fichas sujas”, independentemente de condenação, - embora muitas delas, julgadas e condenadas -, afrontem a ética dos cidadãos de bem, e consigam lançar candidaturas e disputar eleições, em verdadeiro escárnio e fazendo tábula rasa do caráter do povo brasileiro. Por fim, uma palavra acerca do uso ilegítimo de verbas públicas em propaganda pessoal e eleitoreira, o que se diferencia da propaganda institucional, através da qual se presta contas e se aumenta a legitimidade de atos governamentais. O errado é colaborar para tornar inócuo o esforço dos controladores das finanças públicas, bombardeando o povo com um arsenal imenso e invasivo de publicidade, paga, em última análise, não com o dinheiro do Governo, mas, na realidade, às custas do dinheiro do povo, transferido para o Governo através de impostos escorchantes. Por fim, vamos continuar acreditando, estudando, escrevendo, lutando.


Social Jovinho Photography

thiago siqueira

POR SIMONE SILVA

Colunista Social simonesilvarn1@uol.com.br

CASA NOVA O charmoso bairro de Petrópolis vai ganhar em breve uma unidade da Americanas Express. Quem passa pela Avenida Afonso Pena com Rua Mossoró já percebe a movimentação de obra nas proximidades do templo da moda Donna Donna. Em Natal só há uma loja do tipo, fica na Zona Sul, no Shopping Cidade Jardim.

A miss Brasil 2009, Larissa Costa enfim disse “Sim” ao empresário Leonardo Patriota, numa boda marcada pela elegância e Beleza e que reuniu parte da sociedade potiguar no Chaplin recepções. Que sejam felizes para sempre! MARCA O grupo Pepper´s Hall comandado pelos Abreu, Rafael, Daniela, Felipe e Gabriela lançou uma linha completa de produtos exclusivos intitulada “Enjoy Pepper’s”. A casa que no fim deste mês festeja três anos de existência terá bonés, copos e camisas fitness: tudo que os baladeiros de plantão precisam para desfrutar as boas lembranças de uma das melhores boates de Natal.

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FORÇA NA PERUCA Lançado no Rio de Janeiro, no ano passado, a campanha “Fios do Bem” chegou a capital potiguar pelas mãos da publicitária e blogueira Raquel Louvain. Ela consiste em estimular o corte e posterior doação de cabelos para fabricação de perucas destinadas as mulheres vítimas de câncer. Basta marcar e se dirigir a um dos sete salões participantes da ação: Sinval, Lirêda, Marcos Galvão, Valda, Belezaria, Perfil e Sheila Val.

Também o Restaurante Mangai, sucesso aqui, João Pessoa e Brasília deve abrir sua segunda unidade potiguar. Comenta-se que um big terreno em Capim Macio já está reservado para tal fim. Que delícia!

COMIDA DE HOTEL A maior feira para os setores de gastronomia, hotelaria e serviços do Nordeste EQUIPOTEL NE 2014 terá um representante do RN em sua Arena Gastronômica, o chef Daniel Cavalcanti, proprietário do Cascudo Bistrô. Ele deverá participar da programação do evento - que ocorre em Recife entre os dias 06 e 08 de maio, no Centro de Convenções - ao lado de renomados chefs regionais, nacionais e internacionais.

........................................................... Já os comentários no segmento de eventos é a possível existência do Olimpo Kids. Voltado para o crescente segmento de festas infantis (cada vez mais luxuosas) o local viria atender essa lacuna de mercado com a assinatura de Luciano Almeida e Cia. Aguardemos!

A empresária Aline Milliane (na foto com a mãe Ana Celi) pensou muito antes de abrir o Centro de Estética La Vie, e acertou. Escolheu o bairro de Tirol e se instalou numa das principais avenidas (a Romualdo Galvão) oferecendo tratamentos exclusivos e eficientes contra celulite, gordura localizada, rejuvenescimento, entre outros. Tudo top de linha, sem falar na praticidade de uma esmalteria express e salão para facilitar a vida das clientes. Março/2014 O PODER! | 21


Fotos: cedidas

Dica de Viagem

CURAçAO CARIBE MULTICOLORIDO HOLANDeS O destino Caribe nos últimos tempos passou a ser uma grande opção para os brasileiros que desejam curtir belezas naturais e costumes diferentes nessas ilhas localizadas ao sul dos Estados Unidos e ao norte da Venezuela. Curaçao, à primeira vista, impacta pela sua rica arquitetura colorida, preservada através dos tempos, sinal da sua última colonização holandesa e também pela cor da sua costa, seu mar - puro blue - com uma areia branca Omo, nunca vista por esses olhos de observador em nenhum lugar do mundo. A ilha toda lembra a Amsterdã do passado. Trata-se da maior ilha do arquipélago das Antilhas Holandesas e junto com Aruba e Bonaire forma o ABC Caribenho. Seu famoso licor azul aparece disarçado em quatro outras cores como verde, vermelho, amarelo e orginalmente branco. Todos com o mesmo

sabor. Seu idioma chamado “papiamento” soa com sotaque holandês e mistura com espanhol... às vezes, entendível pelos turistas pois fazem da comunicação um must para vender de tudo desde atrações turísticas, lugares e bugigangas artesanais típicas. São poliglotas por sobrevivência. Seus visitantes 40% são holandeses. Os nativos, chamados de curaçolenhos são alfabetizados neste idioma e mesclam com o papiamento, uma mistura de tudo....96% dos seus habitantes são alfabetizados. Destinos imperdíveis: sua fortaleza (Rif Fort), local turístico transformado em centro de artesanato e gastronomia com bares, restaurantes e lugares aconchegantes aos mais exigentes gostos. É um frisson a qualquer hora do dia ou da noite. Visita ao Museu Kurá Hulanda ou Pátio Holandês, outro lugar com registro da negritude escra-

POR Tarcisio Gurgel

Médico e Escritor

tarsousa@terra.com.br va no período colonial. Mambo Beach, centro de encontro dos turisticas em uma praia linda e muito agito musical e de paqueras. Sua capital Willemstad é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1997. É dividida em duas partes e unida pela Ponte Juliana, móvel. Interessante é observar sua operação diante dos bares e durante as chegadas e saídas dos navios, num total de 16 manobras dia, em média. Punda é o lado comercial e turístico; Otrobanda é a área residencial. A cidade é multicolorida. Pensem em um destaque de escola de samba com todas as cores possíveis... Vida noturna ativíssima com diversas opções e o must são as músicas caribenhas. Em um próximo destino escolha o ABC Caribenho pois com certeza voltará rico de boas impressões e muito curtido para outros destinos.

“MEDO LÍQUIDO” de Zigmunt Bauman

Dica de Livro

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Por Eliane Cabral - Socióloga e Consultora de treinamento O autor traduz o Medo Líquido como as incertezas da modernidade sólida de hoje e a utopia do controle sobre os mundos social e natural. A economia globalizada, o bem-estar social e o poder da tecnologia transportam o ser humano para um convívio com a ansiedade constante. Bauman elenca um inventário de medos, na atual modernidade líquida, tais como: Medo de perder o emprego, os amores, a violência urbano, o terrorismo, a exclusão, as incertezas, de ficarmos para trás, etc. Ele desvela as origens comuns da ansiedade contemporânea e analisa os obstáculos que impedem o entendimento da situação e os mecanismos que possam deter a influência do medo sobre nossas vidas.


Marรงo/2014 O PODER! | 23


Ă­ndice


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