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a sua indignação. Sotessan falou: “Deixe passar a sua vez de retribuir e vai acabar o carma. Ela de outro modo novamente lhe há de retribuir. Se cada um continua com a retribuição ao outro, nunca acaba o carma do conflito recíproco.” 11 Uma crente brigou com um marido e, com o desejo de nunca ter um relacionamento com ele na vida seguinte, sempre o odiou. Sotessan falou: “Se você quer realizar esse desejo, jogue fora tanto o amor quanto o ódio e relacione-se com ele só com indiferença.” 12 Quando ficou na casa de Bongnedjongsa, Sotessan ouviu um grito triste e agudo de um javali alcançado pelo tiro de um caçador e falou: “Quando um lucra, o outro se prejudica.” Ele acrescentou: “Vendo o javali morto, eu posso descobrir o que ele fez no passado. Vendo o caçador matá-lo, eu posso descobrir o que ele vai receber no futuro.” 13 Sotessan falou: “Quando uma pessoa comete diversos pecados com o corpo, a boca e a mente, são inumeráveis os tipos de retribuição. Dou alguns exemplos parecidos. Quem machuca muito o coração de outro com palavras imprecisas, esse ficará doente do coração, na vida seguinte. Quem gosta de espiar e ouviu escondido o segredo alheio, esse nascerá na vida seguinte como um bastardo e será desprezado e envergonhado. Quem facilmente descobre o segredo alheio e com frequência envergonha o outro diante do público até ele ficar corado, esse terá na vida seguinte uma mancha feia ou uma cicatriz no rosto e viverá a vida inteira sem atividade.” 14 Um discípulo perguntou: “Por causa de que pecado acontece uma morte com um relâmpago?” Sotessan respondeu: “Uma morte súbita pelo relâmpago acontece porque o pecado foi feito diante do público tão rápido como o relâmpago. Por exemplo, alguém abusou do seu poder político ou militar e massacrou muita gente ou alguém submeteu as pessoas a uma lei injusta e os prejudicou muito.” 15 Dirigindo a construção do templo de Seul175, Sotessan ouviu alguns operários falando que, sem o auxílio desconhecido da sorte, de modo nenhum ninguém pode viver bem apesar de todo o esforço dele. Depois, ele falou aos discípulos: “Geralmente, na vida humana não falta o auxílio ou o estorvo desconhecido do azar. O ignorante sabe que dispõe dele um deus, um buda, um antepassado ou um demônio, mas o conhecedor sabe que tudo isso resulta do uso do próprio corpo e da própria mente, e que se recebe agora a ação feita antes e se há de receber no futuro a ação que se faz agora e nunca se recebe qualquer ação que não fez. Por isso, o ignorante violentamente procura ter riqueza, posição e prosperidade e evitar a pobreza e o sofrimento, mas o sábio tranquilamente suporta qualquer punição ou felicidade causada por ele mesmo e sempre procura criar a felicidade e o prazer para o futuro. Durante a criação da felicidade, semeia inúmeros méritos no público, tanto que a fonte da sua felicidade não se esgotará em qualquer lugar ou tempo.” 16 Sotessan falou: “O mais urgente não é ensinar inúmeros sutras e instigar as pessoas a fazer o bem, mas primeiro fazê-los acreditar e iluminar-se com as verdades da eternidade e do carma.”


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