O que quero dizer aqui não é que a corrupção dos políticos está certa ou que não deve ser julgada, mas que o julgamento dela deve ser feito por alguém que é 100% justo, o que não é o caso dos seres humanos, que nasceram no pecado e continuam pecando todos os dias. Tampouco pretendo passar a ideia de que a pessoa que levou os três reais do troco merece ser igualmente julgada, exatamente porque em nenhum dos dois casos nos dão a condição de julgar. Parece, então, que chegamos a uma parte desconfortável da reflexão, que é aquela em que nós reconhecemos o quanto somos propensos a cometer os mesmos pecados que tanto julgamos. A Bíblia nos orienta a tirar a viga dos nossos olhos antes de reparar no cisco que está no olho do outro. Não digo também que devemos nos conformar e deixar tudo como está, não é isso que a Bíblia ordena. Mas se perguntarmos a nós mesmos o que é que nos torna diferentes daqueles que vivem no pecado, entenderemos o que nos é cabível fazer quanto a isso. Sabemos que o que nos torna diferentes do mundo é a nossa busca constante pela santificação, que nem mesmo é mérito nosso, é tudo pela graça de Deus. Se Deus nos deu seu favor sem merecermos nada, por que não daria também aos corruptos de todos os níveis? Ou melhor, o que falta para que a graça alcance a esses indivíduos tão visados? Eu digo: falta a nossa oração por eles. Não é com os nossos julgamentos que o país vai mudar, ou que todos os corruptos vão se converter e arrepender. O problema é que tem muita gente querendo que Deus ouça dos céus, perdoe os pecados e sare essa terra, e pouca gente querendo se humilhar, orar e se converter dos maus caminhos. Falo exatamente dos cristãos, que conhecem a verdade e nem sempre a usam para o bem de todos. Se Deus nos deu a visão da única solução para esses problemas na terra, certamente não é para que a usemos com egoísmo, ou só para o que nos é agradável. Deus nos deu a visão espiritual das coisas para que usemos com amor e para o amor. Às vezes, olhar essas situações e saber da nossa obrigação como cristãos causa a sensação de “Por que eu devo agir com honestidade e amor, se só recebo prejuízos por parte dessas pessoas? ”, mas é como diz a canção oficial de missões desse ano de 2017: “Se eu não estender as mãos, quem o fará? “. Não podemos utilizar ilegalmente a Palavra de Deus para benefício próprio, se assim fizermos estaremos sendo corruptos, não como os que causam a morte de milhares em filas de hospitais, mas como os que causam a morte e sofrimento eterno de milhões nas ruas ou nas câmaras sem experimentar da Boa Nova de Salvação.
abril de 2017 - VIGIAI VIRTUAL 30 / 17