Vilas Magazine | Ed 212 | Setembro de 2016 | 32 mil exemplares

Page 27

cultura

Wellington Rosário em cena de Orum Aye: técnicas diversas para contar o mito

Uarlen Becker

O

mito da criação segundo a cultura yorubá é o tema do espetáculo que Wellington Rosário, da Orumaye Espetáculos, traz ao Cine Teatro de Lauro de Freitas (CTLF) em setembro. Professor de teatro licenciado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), arte-educador e ator, Rosário trabalha com teatro de bonecos, teatro de rua e performances com perna de pau. O espetáculo utiliza diferentes técnicas e estéticas do teatro de formas animadas, máscaras, bonecos, objetos e sombras para narrar o mito da criação segundo os yorubás, apropriando-se de diversos contos para narrar a história. Olorum, senhor do universo, criou o mundo a partir de uma grande cabaça, dividindo-a em duas partes: Orum, o céu, local das divindades e das coisas espirituais e Ayê, a terra, lugar dos homens e das coisas materiais. Nesse grande “big bang” da criação yorubana, Oniomô, filho de Olorum, solicita a seu pai desbravar a nova terra criada por ele. Olorum concede o desejo a seu filho, mas faz um alerta: um dia ele deverá retornar ao mundo dos deuses, o Orum. Nesta grande aventura narrada, surgem personagens-máscaras e bonecos, objetos que são apresentados em

Espetáculo traz mito da criação segundo a cultura yorubá cena à medida que o ator desenrola a narrativa. O trabalho poético é desenvolvido colaborativamente e os artistas reconfiguram a narrativa, criando imagens e atmosferas, aproximando-se da realidade onírica, em que uma profusão de açõesimagéticas surgem como retalhos a ser costurados pelo expectador. O ator-narrador por sua vez, desenrola a cena dentro de um estado per-

formativo, brincando com as diversas possibilidades de animação- manipulação dos objetos em cena. O espetáculo pode ser visto no CTLF dos dias dois, sexta-feira e oito de setembro, quinta-feira, sempre às 19h, sendo este último para escolas. A entrada, na sexta-feira, custa R$ 20, com meia entrada disponível. A programação do CTLF pode ser conferida em http://ctlaurodefreitas.wordpress.com

memória O babalorixá Augusto César Lacerda, filho de Logun Edé, morreu dia 6 de agosto, aos 68 anos, de um AVC seguido de parada cardíaca. Augusto César comandava o terreiro Ilê Omorodé Axé Orixá N´Lá, que significa Casa dos Filhos de Oxossi, Força do Orixá dos Altos, que funciona há 30 anos em Portão, em Lauro de Freitas, onde recebia artistas famosos. O babalorixá, filho de Logun Edé, deu nome ao bloco Araketu, fundado por Vera Lacerda, para quem “ele deixa um legado fantástico, uma pessoa muito inteligente, um artista plástico, que depois de um tempo se dedicou mesmo ao candomblé. Mais do que um parente, ele era um grande amigo. Vai deixar muita saudade”. Augusto César deixa os irmãos Marcelo, Maria de Nazaré, Claudionor Filho, José Márcio e Maria de Fátima, o filho Jorge Augusto, os netos Gabriel e Francisco e mais de 200 filhos de santo. O corpo foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade, em Salvador.

Setembro de 2016 | Vilas Magazine | 27


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.