O incomparável cristo john stott

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não uma realidade literal. Depois, a essência do inferno é separação de Deus, enquanto essas frases falam de tormento “na presença do Cordeiro”. O que fica claro é que o inferno é uma destruição eterna, qualquer que seja a natureza precisa dessa destruição, e que nele não haverá trégua. Esses alertas acerca do destino dos impenitentes, acrescenta João, constituem um chamado à “perseverança dos santos que obedecem aos mandamentos de Deus e permanecem fiéis a Jesus” (v. 12). A estes é asse­ gurada a vindicação final. “Os que morrem no Senhor”, seja por martírio, seja por causas naturais são “felizes” de verdade (v. 13). Pois descansarão de suas fadigas (em contraste com os perversos, para quem não haverá des­ canso). Além disso, suas obras os seguirão, dando provas de sua lealdade. A colheita e a vindima (14.14-20) Jesus mesmo usou a metáfora da colheita para ilustrar verdades espirituais. Evangelizar é colher a safra (Mt 9.37; Jo 4.35-38). O trabalho do Messias seria juntar seu trigo no celeiro e queimar a palha (Mt 3.12). E o julgamento no último dia implicará separação entre o joio e o trigo (Mt 13.37-39). O parágrafo que está agora diante de nós divide o julgamento final em duas partes. Aparecem duas figuras, cada uma com uma foice afiada (v. 14,17) e cada uma recebe a ordem, dada em alta voz, de tomar a foice e ceifar (v. 15,18). A segunda é, explicitamente, uma vindima, concluindo com as uvas sendo lançadas “no grande lagar da ira de Deus” (v. 19). Só podemos entender, portanto, que a primeira é uma colheita de grãos e representa a reunião dos justos que crêem. Num caso “a safra da terra está madura” (v. 15) e em outro “as suas uvas estão maduras” (v. 18). As duas são combinadas em Joel 3.13. O primeiro colhedor é “semelhante a um filho de homem”, usa uma coroa de ouro e se assenta sobre uma nuvem. Com certeza ele é Cristo o Senhor em sua segunda vinda. Não precisamos ficar ofendidos por ele ter recebido uma ordem bem peremptória de tomar sua foice e ceifar, pois a ordem foi dada por um anjo que saiu do templo, ou seja, com uma men­ sagem de Deus que destacou Jesus para ser o Juiz (Jo 5.22; At 17.31; Rm 2.16). Ele brandiu sua foice “e a terra foi ceifada” (v. 16). O segundo colhedor recebeu ordem semelhante: “Tome sua foice


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