Versus#44

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Time Lurker Escondido, mas não muito! Para grande satisfação dos fãs de Black Metal, que vão certamente apreciar muito este lançamento. Entrevista: CSA Fiquei muito impressionada com o teu Black Metal atmosférico. É tenebroso e extremamente belo em simultâneo. Concordas com esta descrição da tua arte? Mick – Antes de mais, obrigado pelo elogio. Tendo em conta a quantidade de excelentes bandas deste género que surgem constantemente, fico muito sensibilizado por ver que gostaste do meu projeto. Concordo contigo, na medida em que procuro combinar as minhas diferentes influências, todas provenientes da cena USBM [Black Metal dos EUA), DSBM [Depressive Suicidal Black Metal]… Nestes últimos tempos, tenho sido sobretudo influenciado por bandas como Krallice, Yellow Eyes, Castevet, Altar of Plagues, Ash Borer. Quem te ajudou a construir o teu percurso musical? Em primeiro lugar, a minha família. A minha educação musical foi promovida pelo meu tio e pela minha tia, que, nos anos 90, fizeram ambos parte de uma banda de Death Metal chamada Catacomb. Portanto, cedo mergulhei na cena metal underground. Aliás, Time Lurker

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começou por ser uma homenagem a essa banda: o nome corresponde ao título de uma canção do EP «In the Maze of Kadat». Para eles, Time Lurker saiu diretamente do universo de Lovecraft. Significa “os que escondem no tempo”. Escolhi esse nome para o meu projeto precisamente pelo seu significado. Também pude contar com o apoio de amigos de longa data: os membros da banda Paramnesia. São uma das minhas principais influências. Trata-se de pessoas dotadas de uma cultura e de um conhecimento enormes no domínio do Black Metal e da música em geral. Conta-nos o essencial da tua história musical. Não tenho nenhuma história musical no que diz respeito à prática, porque nunca estive em nenhuma banda (se excluirmos alguns “delírios” da adolescência). Time Lurker é o meu primeiro projeto musical concreto e sério. Comecei em 2014, tendo como única ambição gravar uma ou duas canções que reuniam todas as minhas influências, a fim de me tornar mais credível e mais eficaz na minha pesquisa. Acabei

envolvido na dinâmica de um projeto a solo. Reparei que vens de Estrasburgo, uma cidade que eu conheço muito bem (ou conhecia, há 10 anos atrás). Esse facto tem alguma influência na tua música? Não penso que Estrasburgo tenha alguma influência direta na minha música. Só vivo aqui há 6 anos e vim para cá essencialmente por motivos profissionais. É uma cidade com uma cena musical muito rica e variada e que apresenta a vantagem de dar acesso direto à Europa, o que é muito vantajoso, para ir a concertos, fazer digressões, etc. Penso que vou ficar por aqui mais uns tempos. Por que te pareceu que este era o momento adequado para fazer um lançamento que combina os dois EPs do teu projeto musical? Apenas porque Les Acteurs de l’Ombre e Monotonstudio Records me deram a chance de o fazer. A segunda empresa vai lançar o álbum em cassete. É verdade que tudo aconteceu muito depressa, mas, quando me surgiu esta oportunidade, eu ainda estava


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