Versus Magazine #19 Abril/Maio 2012

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ice Cooper, Motörhead ou Judas Priest. Estava a falar com um amigo meu e ele está curioso por saber que material de guitarra usas. Eu uso uma Schecter Flying V e uma Gibson SG e os amplificadores que prefiro são os JMC 800. Obrigado pelo teu tempo, Dave. Espero ver-vos em Portugal. Alguma mensagem para Portugal? Obrigado a todos que se mantiveram connosco todos estes anos. Espero que gostem do álbum; fizemo-lo para vocês! Se quiserem realmente experienciar Saint Vitus venham ver-nos ao vivo – precisam de estar lá para sentir! Entrevista: Victor Hugo .

SAINT VITUS «Lillie: F-65» (Season of Mist) Para muitos seguidores dos Saint Vitus, 1995 poderá ter sido um ano terrível, porque a banda daria por terminada a sua atividade. Longe de esperar que se reuniriam anos mais tarde, ainda deram uns concertos e, quiçá, não terá sido daí que surgiu o gostinho de se voltarem a reunir, ensaiar e gravar mais um álbum. «Lillie: F-65» é precisamente o produto do regresso destes mestres do Doom, e tem muito para dar aos ouvintes. Antes de mais, o som está fresco e contemporâneo, por assim dizer. Sem fugirem ao registo que os identifica, os Saint Vitus fizeram a ponte do passado para o presente de um modo otimizado, de maneira que o álbum não se descaracteriza dos seus antecessores, e além disso o feeling old school mantém-se incrustado em cada acorde que soa. “Let them fall”, o tema de abertura, ilustra precisamente esse feeling que se espalha nos tempos lentos e poderosos; mas logo de seguida o tema “The bleeding ground” dá espaço para o headbanging, ou a parte final da música não fosse uma perola que se repetirá várias vezes. A voz de Scott “Wino” Weinrich encaixa que nem uma luva, entrando no tempo e entoando de um modo quase perfeito, parecendo essa mesma voz a “carne” da música. Já a inconfundível guitarra de Dave Chandler está um must, com todos aqueles ritmos que já nos habituou e feedbacks a rasgar o psicadelismo – como no tema “Dependence” que por muito pouco não se transformaria num pedaço de Drone. «Lillie: F-65» marca, assim, o regresso aguardado dos Saint Vitus e decerto que satisfará os fãs do seu passado. Por outro lado, este trabalho tem argumentos suficientes para agradar aos curiosos mais novos que desconhecem a banda. A estes só tenho a dizer: atiremse de cabeça e experimentem o que seria ouvirem Doom há 30 anos atrás! [8/10] Victor Hugo


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