Vivências de extensão em educação popular no Brasil, vol. 3

Page 236

Também foram abordadas algumas crenças em saúde que as pacientes tinham, mas não sabiam se eram reais, como: “a grávida tem que ter o pé inchado, se não ela é uma grávida seca, pode ter problema” e “grávida não pode dormir muito, se não o bebê fica grande e não tem passagem”. Nesse momento, valorizouse a fala delas a respeito dessas questões. Conversamos sobre a origem dessas crenças e o grupo ponderou a veracidade delas, de maneira que todos no espaço participaram da desconstrução e reconstrução de saberes em saúde. Além disso, houve críticas quanto ao atendimento do Serviço de Saúde. Mães relataram que grandes dificuldades em marcar consultas e exames na assistência primária as faziam buscar atendimento no Pronto-Socorro. Tal fato demonstra os obstáculos ainda encontradas para o pleno acesso das pessoas ao serviço, o que é um fator limitante de sua eficácia. Durante todo esse processo, as gestantes tiveram a oportunidade de tirar dúvidas que tinham e não sentiam a oportunidade de esclarecer no serviço; conhecer outras gestantes na comunidade, possibilitando a formação de uma rede entre elas; aumentar o vínculo com a unidade; participar ativamente da construção do saber em saúde; bem como estar presente em um espaço livre de julgamento para relatar as dificuldades e desafios que enfrentam ou enfrentaram na gestação, oportunizando melhorias de condições de saúde. Para isso, a inserção dos acadêmicos de medicina na área de ensino em saúde, dentro do serviço, se mostra interessante, tendo em vista que “representam um excelente recurso para o desenvolvimento de programas de educação em saúde. Eles são uma fonte de conhecimento médico econômica, disposta e

235


Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.