Revista Direito & Atualidade 5ª Edição

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serviço social, sociologia, psicologia, perícia criminal, enfim, uma relação extensa de ciências e conjuntos de conhecimentos. De qualquer forma, lidar com armas e com letras tem, cada qual, seu perigo, não é? É verdade. Lidar com as letras implica em manifestar expressão de pensamento, e isto, por vezes, significa polarizar opiniões. Ou seja, posições antagônicas podem enfrentarse e, muitas vezes, a caneta é arma mais perigosa do que o revólver. Lidar com o trabalho policial também traz seus perigos. Penso que poderíamos ter independência funcional, garantias constitucionais como vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos, tal como os Juizes e Promotores de Justiça. Isto acontecerá, é um processo cujo curso é inexorável. Qual a peculiaridade entre o Sr. pertencer à Polícia Civil e ao Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo? O patrono de ambas as instituições é Domingos José Martins, um dos expoentes da revolução pernambucana de 1817. Ele nasceu próximo a Itapemirim, estudou e trabalhou no Brasil e em Portugal, e foi um entusiasta da independência do Brasil em relação à coroa portuguesa. O movimento separatista durou setenta e quatro dias, e Domingos Martins foi fuzilado em 12 de junho de 1817. O Sr. tem três livros publicados. Do que tratam eles? São livros publicados por meio digital e impresso à medida em que são vendidos. Um é sobre a segurança pública transnacional e geopolítica das drogas. O outro é sobre estudos jurídicos diversos. O terceiro é sobre o bom governo, já na área das ciências políticas. Gosto de escrever e de aprender. Aliás, gosto mais de aprender do que ensinar. Estou sempre buscando o que não sei, e nunca canso de maravilhar-me com as qualidades das mais diversas pessoas. Fico impressionado vendo o dinamismo, a rapidez e a versatilidade com que trabalham policiais como o Dr. Danilo Bahiense e André Luiz Cunha, por exemplo. Sempre me comprazo acompanhando o

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modo como os Deputados Atayde Armani, Gildevan Fernandes e Gilsinho Lopes fazem a boa política. Sempre me alegro com a forma como minha mãe ministra aulas e ensina seus alunos, como meu pai conseguiu manter a família, com quatro filhos e em situações financeiras nem sempre ideais. Acompanho tudo isto pessoalmente ou pelos jornais, sem nunca ter falado minha opinião a estas pessoas, porém acredito que agora isto deixou de ser um segredo, não é? Quais seus planos para o futuro? A esta altura de minha vida, continuar fazendo meu trabalho, oferecendo resultados, confiando nas pessoas e nas instituições. Conheci e conversei com medalhões da área jurídica, como Arnaldo Sussekind, um dos compiladores da CLT, e da cultura, como o Embaixador Jeronimo Moscardo, ex-Ministro da Cultura, e neles vi uma humildade, acessibilidade e diálogo que gostaria de ver em muitas pessoas. Meus planos, então, são cumprir meu papel nesta vida, e tal como os princípios gerais do Direito, viver honestamente, não lesar ninguém e dar a cada um o que é seu. É ler muitos livros e escrever talvez mais alguns. É ser um bom Delegado de Polícia, ou bom Juiz, ou bom Advogado, conforme sejam minhas escolhas. É viver e deixar viver.

Líbero Penello de Carvalho Filho

Delegado de Policia, Jurista, Membro da Sociedade Internacional de Direito Criminal de Berlim e Instituto de Altos Estudos Jurídicos de Paris. lpfilhoes@gmail.com

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