SABORES DO CERRADO CHEF DA CAPITAL VAI ATÉ COMUNIDADE VAZANTEIRA PARA DESBRAVAR E TROCAR EXPERIÊNCIAS GASTRONÔMICAS. por Mariella Norremose
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Fotos: Marcus Santiago/frameaframe
Fotos: Marcus Santiago/frameaframe
chef de cozinha, Danilo Simões, formado em biologia, desbravou a cultura gastronômica, a fauna e flora do cerrado mineiro, em sua tese de mestrado. O resultado não poderia ser menos que incrível. Danilo viajou até a comunidade Vazanteira, na região mineira do alto-médio São Francisco, e teve a oportunidade de compartilhar técnicas e culturas gastronômicas com os ribeirinhos. Como resultado, descobriu a possibilidade de criar receitas autorais com matérias primas que podem parecer inusitadas, e por alguns consideradas até estranhas. Dentre essas iguarias estão carnes, grãos e frutas da região. Das frutas, Danilo chegou a selecionar dez com maior potencial. Entre elas estão a amora preta, ananás, araticum, baru, buriti, cajuzinho do cerrado e pequi. As carnes, podemos citar a de ema, codorna e tatu. Ingredientes exóticos que podem ser usados em entradas, acompanhamentos, prato principal e até sobremesas
Carne de sol desfiada com couve na manteiga de garrafa e óleo de pequi.
Compressão de costelinha ao molho de buriti e purê cítrico de baroa.
Fica claro que a gastronomia brasileira é rica e permite serem feitas misturas, criando pratos que nos trazem culturas e costumes, valorizando assim o que é nosso e enriquecendo o campo gastronômico. Não só isso, mas também enriquecendo o sabor através dos saberes, da construção de co-
nhecimento e exploração do que até então era pouco conhecido. Trocar experiências pode ser incrível, provado pelo Chef ao passar um tempo com os ribeirinhos, de identidade sertaneja, como sendo algo “prazeroso e enriquecedor”.
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