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Sergia A

EFÊMERO INFINITO

Para Nadia Anjuman (1980 – 2005)

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Há algo de nuvem nas flores matéria forma tempo diz-me teu pranto mudo sobre a chuva: o som dos verdes rastros

sob o sol secam os olhos gotas em ascensão cristais de arestas diluídas delicadeza em círculo avolumam-se antes da queda oferecendo ao que foi nuvem o infinito

foge do rosto a alegria na leveza das pétalas seiva em etérea textura no viço de cores e odores o ciclo revigora-se antes da queda doando às flores o ser semeadura

há algo de flor nas nuvens matéria forma tempo diz-me teu pranto mudo caindo em mim como chuva : o som dos verdes rastros.