Uma análise variacionista das vogais

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Átonas permanentes: r [ ê ] cebeu, r [ ê ] speito, r [ ê ] ligião, s [ ê ] mana fechadas

pr [ ô ] tetores, c [ ô ] locou, p [ ô ] rtuguês

Átonas casuais: p [ ê ] rder, ch [ ê ] guei, s [ ê ] ria, b [ ê ] rçário fechadas

gr [ ô ] sseria, s [ ô ] frida, m [ ô ] rreu, b [ ô ] bagem

Diante de tais evidências, optamos por considerar irrelevante a influência desse fator no condicionamento das vogais pretônicas no dialeto pessoense, sem desconsiderar, no entanto, o fato de que as átonas casuais seguem a tendência de manter o acento de origem, quer seja aberto ou fechado. Principalmente quando se trata das variantes [ ê ] e [ ô ] que têm ocorrência minoritária em nossa cidade, e se realizam diante de contextos não favoráveis ao seu fechamento. Ex.: berço → b [ ê ] rçário

bobo → b [ ô ] bagem

6.4 CONCLUSÃO PARCIAL A constatação de que as variáveis linguísticas Distância da Sílaba Tônica, Classificação Morfológica e Atonicidade da Pretônica não são determinantes do comportamento das médias pretônicas no dialeto pessoense não causa surpresa. Observamos, na verdade, que os nossos resultados são coincidentes com os já registrados pela literatura pertinente. Excetuando-se a variável Classificação Morfológica, que não foi considerada em nenhum dos trabalhos citados aqui, observamos que as pressuposições básicas se mantiveram: a atonicidade permanente da pretônica e a sua posição contígua à tônica favorecem sua elevação, assim como a atonicidade casual favorece a preservação do acento de origem, seja ele fechado ou aberto.


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