Luanova2

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banco também, só pra ter certeza. Foram mais quatro tentativas até que a ignição se ligasse. Eu podia sentir a roncando embaixo de mim como um animal raivoso. Eu agarrei a embreagem até que meus dedos doeram. "Tente a alavanca", ele sugeriu. "Bem de leve. E não solte a embreagem". Hesitantemente, eu girei a alavanca direita. Apesar de o movimento ter sido pequeno, a moto rosnou embaixo de mim. Ela parecia com raiva e faminta agora. Jacob sorriu com profunda satisfação. "Você lembra de como colocar na primeira marcha?", ele perguntou. "Sim" "Bem, vá em frente e faça isso". "Ok" Ele esperou por alguns segundos. "Pé esquerdo", ele lembrou. "Eu sei", eu disse, respirando fundo. "Você tem certeza de que quer fazer isso?", Jacob perguntou. "Você parece assustada" "Eu estou bem", eu atirei. Eu chutei o trocador de marcha pra baixo. "Muito bom", ele me parabenizou. "Agora, bem gentilmente, solte um pouco a embreagem". Ele deu um passo pra trás se distanciando da moto. "Você quer que eu solte a granada?" eu perguntei incrédula. Não era de estranhar que ele estivesse se afastando. "É assim que você se move, Bella. Só faça isso pouco a pouco". Enquanto eu começava a soltar o meu aperto, eu fiquei chocada por ser interrompida por uma voz que não era a do garoto ao meu lado. "Isso é descuidado e infantil e idiota, Bella", a voz aveludada fumaçou. "Oh!", eu fiquei sem fôlego e minha mão soltou a embreagem. A moto pulou embaixo de mim, me jogando pra frente e depois caindo no chão meio em cima de mim. O motor rosnou e depois parou de funcionar. "Bella?", Jacob tirou a moto de cima de mim com facilidade. "Você está ferida?" Mas eu não estava escutando. "Eu te avisei", a voz perfeita murmurou, clara feito cristal. "Bella?", Jacob chacoalhou meu ombro. "Eu estou bem", eu murmurei, confusa. Mais que bem. A voz na minha cabeça estava de volta. Ela ainda estava ecoando nos meus ouvidos - ecos macios, de veludo. Minha mente correu rapidamente pelas possibilidades. Não havia nenhuma familiaridade alí - numa estrada que nunca havia visto, fazendo uma coisa que eu nunca havia feito - não era deja vu. Então as alucinações devem ser desencadeadas por outra coisa... eu sentia a adrenalina passando pelas minhas veias de novo, e aí eu pensei que tinha minha resposta. Uma combinação de perigo e adrenalina, ou talvez só a estupidez. Jacob estava me colocando de pé. "Você bateu a cabeça?", ele perguntou. "Eu acho que não", eu a balancei pra frente e pra trás, checando. "Eu não estraguei a moto, estraguei?" Esse pensamento me preocupou. Eu estava ansiosa pra tentar de novo, imediatamente. Ser descuidada estava funcionando melhor do que eu esperava. Esqueça a quebra de acordo. Talvez eu tivesse encontrado uma forma de gerar as alucinações - e isso era muito mais importante.


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