Luanova2

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Como é que um significado poderia ter alguma importância agora? "Bella, meu nome é Sam Uley". O nome não me parecia familiar. "Charlie me mandou pra procurar por você". Charlie? Uma corda se partiu, e eu tentei prestar mais atenção ao que ele estava dizendo. Charlie me importava, já que nada mais importava. Ele me estendeu uma mão. Eu olhei pra ela, sem ter muita certeza do que deveria fazer. Seus olhos pretos me analisaram por um segundo, e então ele levantou os ombros. Num movimento rápido e flexível, ele me levantou do chão e me colocou nos braços. Eu fiquei lá, flácida, enquanto ele se movia rapidamente pela floresta molhada. Alguma parte de mim sabia que isso devia me aborrecer - ser carregada por um estranho. Mas não havia mais um motivo pra eu me aborrecer. Não pareceu que muito tempo havia passado antes das luzes e da profundidade das vozes masculinas me chamando. Sam Uley foi parando enquanto se aproximava da comoção. "Eu estou com ela!", ele falou numa voz estrondosa. Os ruídos pararam, e então recomeçaram com ainda mais intensidade. Um confuso redemoinho de rostos se movia sobre mim. A voz de Sam era a única que fazia sentido no meio do caos, talvez porque meu ouvido estava no peito dele. "Não, eu não acho que ela esteja machucada", ele disse pra alguém. "Ela fica repetindo 'Ele foi embora'". Eu estava dizendo isso alto? Eu mordí meu lábio. "Bella, querida, você está bem?" Essa era um voz que eu reconheceria em qualquer lugar - mesmo desnorteada, como eu estava agora, de preocupação. "Charlie?", minha voz soou estranha e pequena. "Eu estou aqui, meu bem". Houve uma pequena passagem em baixo de mim, seguida pelo cheiro da jaqueta de couro de policial do meu pai. Charlie cambaleou com meu peso. "Talvez eu devesse segurar ela", Sam Uley sugeriu. "Eu aguento ela", Charlie disse, um pouco sem fôlego. Ele caminhou devagar, lutando. Eu queria poder dizê-lo pra me colocar no chão e me deixar caminhar,mas eu não conseguia encontrar minha voz. Haviam lanternas em todos os lugares, seguradas pela multidão ao nosso redor. Parecia que eu estava num desfile. Ou uma processão de funeral. Eu fechei meus olhos. "Já estamos quase em casa agora, querida", Charlie murmurava de vez em quando. Eu abrí meus olhos de novo quando ouví a porta sendo destrancada. Nós estávamos na varanda da casa, e o homem alto e escuro chamado Sam estava segurando a porta pra Charlie, um dos braços estendido em nossa direção, como se ele estivesse preparado pra me pegar quando os braços de Charlie falhassem. Mas Charlie conseguiu me passar pela porta e me colocar no sofá da sala de estar. "Pai, eu tô toda molhada", eu reclamei febriamente. "Isso não importa" a voz dele estava áspera. E então ele começou a falar com outra pessoa. "Os lençóis estão no armário no topo das escadas". "Bella?", uma nova voz chamou. Eu olhei para o homem de cabelo cinza, e o reconhecimento só veio depois de alguns segundos. "Dr. Gerandy?", eu murmurei. "É isso mesmo, querida", ele disse. "Você está machucada, Bella?" Eu levei algum tempo pra pensar nisso. Eu estava confusa pela memória da pergunta


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