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O espaço da Ribeira das Naus é um lugar central na cultura nacional e local. O espaço pode ser descrito como o Mítico Arsenal onde embarcações de diversos tipos eram produzidas e reparadas antes de protagonizarem o movimento de descoberta de rotas universais a partir da Europa, iniciando um primeiro fenómeno de Globalização. A Ribeira das Naus sempre foi em espaço irmão do outrora Terreiro do Paço, um imenso espaço vazio que articulava a Cidade como Palácio Real,

e o areal do Rio Tejo. Após o devastador e poderosissimo terramoto de 1755, parte da Cidade foi destruída, não apenas pelo fenómeno sismico, mas também pelo tsunami e incêndio que a este se seguiram, afectando totalmente a Ribeira das Naus como lugar. A Cidade de Lisboa foi sujeita ao plano iluminista que a reconstruíu, sujeitando o poder aristocrata e religioso a uma nova ordem racional. Surpreendentemente a quase totalidade dos elementos de paisagem deste lugar (a doca do arsenal, as rampas

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varadouro ou as docas secas) persistiram no novo desenho do lugar, como o evidenciam toda a proficua iconografia e cartografia que chegou até nós. Apesar da escala Imperial e atmosfera que caracteriza a praça irmã rebatizada como Praça do Comércio, o lugar da Ribeira das Naus permaneceu, até 1940, com a mesma tipologia de elementos espaciais. Só então, quando este lugar misterioso e quase inacessível foi cortado do contato direto com o rio Tejo por uma nova avenida para a circulação automóvel, a sua estrutura e


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