Edição número 1800 - 21 de julho de 2013

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TRIBUNAINDEPENDENTE

4 POLÍTICA MACEIÓ - DOMINGO, 21 DE JULHO DE 2013

BARTOLOMEU DRESCH bartolomeu_dresch@hotmail.com.br

Técnica para Down

P

esquisadores americanos acreditam ter alcançado uma técnica que pode trazer resultados importantes na definição de alterações genéticas para pessoas com a Síndrome de Down. Os cientistas garantem ter conseguido “desligar” em células humanas de laboratório, o cromossomo responsável pela síndrome. A pesquisa foi publicada na revista “Nature” e pode ajudar no futuro ao desenvolvimento de tratamento para males associados a essa condição. A maioria das pessoas nasce com 23 pares de cromossomos, incluindo os que determinam se sexo, totalizando 46 em cada célula. Pessoas com a Síndrome de Down tem três, em vez de duas, cópias do cromossomo 21, condição que esta associada a dificuldades de aprendizado, maior probabilidade de desenvolver mal de Alzheimer precocemente e um risco maior de problemas cardíacos congênitos. A terapia genética já foi usada para tratar de problemas causados por genes individualmente, mas se considerava praticamente impossível “anular” um cromossomo inteiro. Agora os cientistas da Universidade de Massachusetts mostraram que isso pode ser feito, mesmo dependendo ainda de muitas outras pesquisas. A ONG britânica Down’s Syndrome que divulga informações sobre a síndrome e fornece apoio aos portadores, considerou os resultados bem animadores. “As descobertas podem ter implicações significativas para futuras pesquisas, que podem trazer benefícios reais a pessoas com a síndrome” disse uma das diretoras da Organização.

Visões diferentes de uma mesma reforma Alexandre Toledo, Maurício Quintella, Paulão, Zé Márcio, França Júnior dão opiniões REPRODUÇÃO

ANDREZZA TAVARES REPÓRTER

A

Projetos do Rei O cantor Roberto Carlos parece ter tomado gosto pelo setor imobiliário. Dois anos depois de ter lançado um empreendimento em São Paulo (o luxuoso home and office de 40 andares “Horizonte JK”), no bairro do Itaim Bibi, outros cinco lançamentos estão na fila da vez. Quatro em terras paulistas e um aqui pertinho, em Aracaju. O primeiro empreendimento vendeu todas as 346 unidades. Liquidou tudo a R$ 18 mil o metro quadrado, garantindo o Valor Geral da Venda (VGV) de quase R$ 300 milhões. Até o final deste mês o Rei lança com seus sócios o “Horizonte Jardins” em Aracaju, que reúne em um só edifício 136 apartamentos de hotel e 364 salas comerciais.

Projetos do Rei 2 Nos negócios imobiliários de Roberto Carlos também estão presentes suas manias e superstições. Tons de marrom, roxo, lilás e preto estão fora de cogitação. Evento de lançamento no mês de Agosto é proibido, dia 13 então nem pensar. Apresentação noturna de projeto á imprensa ou ao mercado, só em noite de lua cheia ou nova. Na verdade o Rei pretendia mesmo, até antes de lançar o primeiro prédio, construir condomínios de casas nas principais cidades brasileiras. As ruas teriam nome das suas músicas e não faltaria um coreto. O projeto não vingou por falta de terrenos adequados, mas ainda não foi descartado.

Capital da computação Entre os dias 23 a 26 Maceió será a capital brasileira da computação, com a realização no Centro Cultural e de Exposições, do 33º Congresso da Sociedade Brasileira da Computação (CSBC). O evento, um dos maiores do gênero, reunirá professores, pesquisadores, empresários, técnicos e estudantes de todo o país. Pela primeira vez o Congresso será realizado em Alagoas e terá a coordenação e organização do Instituto de Computação (IC) da Ufal. O tema do evento é “Cidades Inteligentes: Desafios para a Computação” e as discussões versarão sobre os impactos da Tecnologia da Informação e da Computação sobre o cidadão.

Capital da computação 2 Os interessados em participar do Congresso podem inscrever-se no site do evento e podem obter mais informações junto á Sociedade Brasileira de Computação inclusive para inscrição de trabalhos, ou para participar dos minicursos e outras atividades que farão parte do corpo do evento. Os organizadores do Congresso tambem pretendem incluir na pauta o projeto de implantação do Polo Tecnológico a ser construído no bairro de Jaraguá, recentemente anunciado pelo Secretário de Ciência e Tecnologia de Alagoas, Eduardo Setton e pelo próprio governador Teotonio Vilela Filho.

Salvando o rabo De acordo com uma resolução do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) esta proibida no Brasil a prática da caudectomia – amputação ou corte da cauda de caninos para fins estéticos. O procedimento é comum em raças como Cocker Spaniel, Pinsher, Poodle, Boxer, Pitbull, Rotweiller e Dobermann com a finalidade de “embelezar” o animal. Outras práticas consideradas inadmissíveis pelo Conselho desde 2008 são a Cordectomia (cirurgia que retira as cordas vocais dos animais), a Conchectomia (para levantar as orelhas) e a onicectomia (extração das unhas dos gatos).

Fiscalização intensiva O trabalho de fiscalização feito pela Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal) neste primeiro semestre no Transporte Intermunicipal de Passageiros resultou em 1.336 autos de infração. Deste total foram computadas ainda 220 apreensões. Das notificações, 148 foram para o transporte convencional (ônibus); 346 ao transporte complementar legalizado (vans) e 842 ao transporte irregular de passageiros, incluindo vans e táxis clandestinos. Outras irregularidades detectadas foram o não cumprimento dos horários das viagens, excesso de passageiros, motoristas em situação irregular diante da Arsal e ausência de faixa de identificação nos complementares autorizados. • A Casa da Moeda lançará na próxima terça feira (23) a medalha comemorativa à visita do papa Francisco ao Brasil. Produzido em bronze, prata e ouro, o item tem 50 milímetros de diâmetro. • Serão confeccionadas ao todo, 10 mil medalhas, sendo 7 mil em bronze, 2.950 em prata e 50 em ouro. A de bronze custará R$ 45 e a de prata, R$ 230, sem o frete. Já a de ouro será produzida somente sob encomenda. • Para consultar o preço é preciso ligar para o Clube da Medalha pelos telefones (21) 2414-2365 / 2414-2567, ou enviar e-mail para medalha@ cmb.gov.br. • No anverso (lado considerado principal), a medalha traz a imagem do papa Francisco em destaque, como a legenda “Visita do Papa ao Brasil”. No fundo, a era 2013 e o padrão formado pelos tijolos vazados, vistos do interior da Basílica de Nossa Senhora Aparecida. • No reverso há uma composição com os nomes das cidades onde o Papa passará: Rio de Janeiro e Aparecida (SP). E também dos locais onde celebrará missas: Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro e Basílica Nossa Senhora Aparecida.

Classe política alagoana luta por mudanças urgentes no sistema político e defesas são fortes

PT E PSDB

Paulão e Jorge Dantas optam por financiamento público O financiamento público de campanha também é defendido pelo deputado federal Paulo Fernando dos Santos, o Paulão (PT), e também o vice-presidente da Associação dos Municípios de Alagoas (AMA), o prefeito de Pão de Açúcar, Jorge Dantas (PSDB). Os dois políticos acreditam que o financiamento de campanha exclusivamente público daria uma maior igualdade de disputa entre os candidatos. “O principal tema a ser discutido na reforma políti-

ca deve ser o financiamento público de campanha com uma fiscalização intensa, pois hoje, não se tem estrutura para coibir a venda de votos”, declarou Paulão. O petista informou que em vários países é estabelecido um parâmetro onde o grande mote é o financiamento público de campanha. “O financiamento público dá uma maior representação as bases populares”, completou o parlamentar. LISTA EXTENSA O prefeito Jorge Dantas também aposta no financia-

mento de campanha com dinheiro público para dar uma maior igualdade entre os adversários. “O financiamento público de campanha tornará o processo mais democrático”, disse Jorge Dantas, colocando o item no terceiro lugar na lista de prioridades, a frente do fim da reeleição e Legislativo limitado. “Em quarto lugar na ordem de prioridades da reforma política seria o voto distrital, em minha opinião”, concluiu o vice-presidente da AMA. (AT)

OPINIÃO CONTRÁRIA

Financiamento exclusivamente privado é defendido por vereadores Ao contrário dos posicionamentos relatados acima pelos políticos alagoanos, os vereadores Zé Márcio (PSD), de Maceió, e França Júnior (PSDB), de Palmeira dos Índios, são favoráves ao financiamento privado de campanha. Eles são enfáticos ao dizerem que “dinheiro público deve ser usado em benefício da sociedade”. “Dinheiro público deve ser usado para a melhoria dos serviços públicos e não para bancar palanque eleitoral, foi isso que cobraram as manifestações nas ruas”,

ressaltou França Júnior. “Quem quiser se eleger, que procure os meios para tal e aqueles que desrespeitarem a lei tentando privilegiar seus doadores de campanha que sejam punidos pela Justiça”, destacou o tucano. França Júnior revelou, inclusive, ter recebido do partido quantias ínfimas para o financiar suas campanhas. Ele lembrou que no caso de financimento público o dinheiro será gerenciado pelos comandantes do partido. O vereador Zé Márcio dis-

se que financiemento público não tornará pleito igual coisa nenhuma, pois “o privado nunca deixará de existir porque não se tem um controle efetivo das despesas de campanha”. Zé Márcio lembrou que a sociedade já é sobrecarregada e que as eleições têm um custo alto. “Além de tudo isso, vamos pegar mais dinheiro e colocar na política; no entanto, o candidato ainda vai gastar por fora, pois existem gastos que não aparecem na prestação de contas”, lamentou. (A.T.)

CRÍTICA

TRANSPARÊNCIA

O vereador por Maceió, Zé Márcio (PSD), que é a favor do financiamento privado de campanha, criticou a forma como a prestação de contas dos gastos de campanha são feitas. “Deveria ser mais simples. A forma como está não se justifica. A prestação de contas hoje é um desafio para qualquer contador pois a exigência é absurda”, declarou o parlamentar. Vale ressaltar que a prestação de contas é mera burocracia, pois só pune, quem deixa de apresentá-las à Justiça Eleitoral.

O deputado estadual Isnaldo Bulhões (PDT) tem um entendimento bem peculiar sobre o financiamento público de campanha, prezando pela maior clareza nos atos eleitorais. “Isso é um ponto que ninguém pode discutir e que deve ser aprovado de imediato, para que se dê transparência, e para que se acabe com os famosos ‘caixas 2’. Acabando assim com as informações dúbias na prestação de contas de candidatos, né?”, disse o parlamentar de Santana de Ipanema.

Prestação de contas deve ser mais simples

Financiamento público por mais nitidez

discussão em torno da reforma política ganhou maior visibilidade após as manifestações populares que tomaram conta do país em junho. O projeto tramita no Senado há cerca de dez anos, mas somente após os protestos voltaram a ser o foco entre os parlamentares. Vários pontos da reforma política foram discutidos como o modelo de financiamento de campanha, reeleição, sistema eleitoral para eleições de deputados e vereadores, fim das coligações partidárias, suplência do Senado, voto secreto no Congresso; e referendo popular, para apreciação do texto, dentre outros temas que dividem opiniões. Como estamos vendo, as visões são divididas. Para o deputado federal Alexandre Toledo (PSDB), a reforma política deve ser mais abrangente e feita com responsabilidade. “Não se pode fazer uma reforma política a ‘toque de caixa’; é querer resolver em dez dias o que não foi resolvido em dez anos”, criticou o parlamentar. “Esta é uma resposta do governo federal às manifestações populares para dizer que não ficou na inércia, colocando a responsabilidade para o Congresso”, ressaltou Toledo, dizendo que na verdade, o que está discutindo é uma reforma eleitoral. O tucano defende o fim das coligações por que elas são uma peça só de eleição. “A coligação representa o quê? Elas não têm durabilidade e se extinguem depois das eleições”, destacou Alexandre Toledo, lembrando que com o fim das coligações. os eleitos serão aqueles mais votados “prevalecendo a vontade popular”. O ex-prefeito de Penedo defende ainda o voto em lista fechada. “O voto distrital tem importância e o voto misto dará mais compromisso ao parlamentar”, salientou Alexandre Toledo. Ele também defende o financiamento público de campanha, que para ele, proporcionará uma maior democracia no pleito eleitoral. QUINTELLA Outro parlamentar que defende o financiamento público de campanha é o deputado federal Maurício Quintella (PR). “Sou a favor do financiamento público de campanha com forte fiscalização para dar mais chances das pessoas participarem”, declarou Quintella. O deputado ainda aproveitou a oportunidade para se manifestar à favor do voto em lista. Esses dois pontos deveriam ser prioridades na opinião dele.


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