Edição número 3455 - 13 de agosto de 2019

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CIDADES

AILTON VILLANOVA AÍLTON VILLANOVA

aílton.villanova@gmail.com

COM DIEGO VILLANOVA

Perdidas na noite

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dentista pernambucano Amílcar Guimarães (Mica para os íntimos), comprou um trailer moderníssimo, verdadeiro apartamento, e inventou de inaugurá-lo numa viagem ao litoral maceioense. Atrelou o trailer num carro e, na companhia da esposa Albéres e da sogra Audísia, se mandou do Recife para cá. O trio gastou três dias na maior curtição. Entusiasmada, dona Audísia tomou um pileque tão violento que fez até comício na praia de Ponta Verde. E cadê que queria voltar pro Recife! Mas voltou. Na marra! Para não ouvir mais reclamação do que já vinha ouvindo, Mica decidiu que a velhota deveria fazer a viagem de retorno sozinha, no trailer. A filha não gostou da ideia: - Pois eu fico com ela! Mica achou ótimo. E ele enfiou o pé no acelerador do Monza, na volta ao lar. Entrou em território pernambucano quando passava da meia-noite. Mais adiante, próximo a cidade do Cabo, um guarda o parou e avisou: - O senhor está com as lanternas apagadas! Mica levou um susto daqueles: - Essa não! - Também não precisa fazer esse drama todo, senhor. Não vou multa-lo por causa disso. E o dentista, mais nervoso ainda:

- Não estou dramatizando nada, seu guarda. Sabe o que está significando pra mim as lanternas traseiras não estarem acesas? - É claro que elas estão com defeito! - Está certo... Tudo bem. Mas não é essa a causa da minha preocupação. É que se elas estivessem acesas eu não teria perdido a minha mulher e a minha sogra! - Não entendi, cidadão. - Eu explico: se as lanternas não estivessem apagadas, certamente eu , teria percebido que o trailer, que estava preso aí atrás, havia ficado no caminho... quando bati naquele buraco! - A poucos metros daqui, suponho. - Que nada! Isso aconteceu em território alagoano, quando eu estava passando pela entrada da cidade de Paripueira!

SINAL DOS TEMPOS A moda pegou, faz tempo! Tudo neste Brasil é na base da promoção comercial. Todo mundo quer vender mais, e nem sempre melhor. A concorrência aumentou de tom. Comércio e indústria estão fazendo cada lançamento espetacular. Ninguém paga entrada, nem juros e nem correção monetária. Tudo facilitado em prestações a perder de vista. Aderindo a essa febre, o mendigo Ariostato, conhecido como “Sardinha”, estreou na praça uma promoção singular, que tanto beneficia a quem dá como a quem recebe. E lá estava o Sardinha, todo entusiasmado, em pela Rua do Comércio, segurando uma tabuleta com os seguintes dizeres: “Promossão espiciáu – Irmola em 3 vêis, sem juro – úrtima semana, neça prassa”.

MACEIÓ - ALAGOAS TERÇA-FEIRA, 13 DE AGOSTO DE 2019

O GARANHINHO Anatole Ferreira, baixinho simpático, bom amigo, biriteiro laureado. Garantem as más línguas que foi por causa no exagero nos birinaites que ele passou 22 anos tentando concluir o curso de arquitetura na Universidade Federal de Alagoas e não conseguiu. Terminou jubilado. Houve uma época trabalhou na Secretaria de Segurança Pública, lotado no setor de engenharia. Ou melhor, de vez em quando ia lá. Belo dia, eu e os colegas Valter Gama e Edmundo Andrade viajamos a São Paulo a fim de participar de um congresso de Criminalística e levamos o Anatole, por insistência do próprio, cujo desejo era ser perito criminal, caso conseguisse se formar em arquitetura. De modo que estava se enfronhando no ambiente. Uma vez instalado na paulicéia, Anatole desgarrou-se de nós três e caiu na farra com um amigo de circunstância que arrumou por lá. A gente só voltou a botar os olhos nesse baixinho uma semana depois, no dia da volta a Maceió. Estávamos tomando o café da manhã, ele entrou no restaurante ostentando olheiras profundas, com aquele aspecto de cansado. Valter Gama reparou pra ele e indagou espantado: - O que foi que houve, Anatole? E ele, mal podendo falar:

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- Não dormi a noite inteira! Edmundo completou: - Farreando, não foi? - Foi não. Foi a camareira que passou a noite toda gritando na porta do meu quarto... Aí, entrei no papo: - Gritando o quê? - Eu quero sair! Eu quero sair...!

EM LUA-DE-MEL José Maria de Lima, antigo Zequinha, saiu de Maceió faz mais de 20 anos, para servir na Maria de Guerra do Brasil. Viajou por esse mundo inteiro montado numa corveta. Agora em terra, no Recife, é conhecido como sargento Lima. Caminhando pelo centro da capital pernambucana, Zequinha, digo, sargento Lima teve uma grata surpresa: deu de cara com o amigo de infância Paulo Avelino, o “Paulinho Gazeta”, sujeito que sabe tudo da vida alheia. Mil abraços e incontáveis apertos de mãos. Curioso e saudoso dos tempos de infância e adolescência, perguntou: - E a nossa turma do Bom Parto, como vai? - Todo mundo jóia! Só o bairro é que está acabado, conforme você já sabe... - Sei. Já me contaram. Mas o que você está fazendo aqui no Recife? Não me diga que também está morando aqui! - Não, não. Vim só passar a lua-de-mel... - É mesmo?! Parabéns! E a sua mulher, cadê ela? - Ficou em casa! - Ôxi! Em Maceió?! - Exato! Ela morre de medo de viajar de avião...

“Olhar Alagoas” faz 20 anos com estreia em Arapiraca

JONATHAN CANUTO

Ao TH Entrevista, coordenadora e museóloga da Pinacoteca falam sobre parceria e importância da apresentação na cidade LUCAS FRANÇA

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REPÓRTER

TH Entrevista dessa semana é especial para quem gosta de arte, em especial arte visual. A coordenadora da Pinacoteca da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Iris Danielle Tenório, e a museóloga Tatiana Almeida falam sobre a exposição “Olhar Alagoas” que completa 20 anos e sobre a importância da Pinacoteca para estudantes, professores e sociedade em geral. “A Pinacoteca Universitária é o museu de arte visuais da Ufal, vai completar 38 anos no dia 24 de setembro, e para comemorar estamos em cartaz com a exposição dos 20 anos da exposição “Olhar Alagoas”. Como a Pinacoteca funciona no Espaço Cultural Salomão de Barros Lima, da universidade e ele

está em reforma por tempo indeterminado, buscamos uma parceria para que os alagoanos continuassem tendo acesso ao acervo. Essa exposição é muito importante porque marcou a abertura definitiva da Pinacoteca em 1999”, conta Daniele Tenório. A Pinacoteca, atualmente, possui a maior área expositiva de Alagoas, considerada o principal museu de mostras temporárias do estado. Ela é visitada por grupos estudantis, sociedade alagoana, instituições assistenciais e turistas. O museu cumpre sua função social de integrar a sociedade alagoana ao universo das artes visuais e abre portas para jovens artistas. “O espaço pertence à Ufal, e desde sua criação em 1981 até 2015 funcionava

MARCO

“Essa exposição é muito importante porque marcou a abertura definitiva da Pinacoteca em 1999”, conta Daniele Tenório, coordenadora da Pinacoteca da Ufal

PINACOTECA

A Pinacoteca, atualmente, possui a maior área expositiva de Alagoas, considerada o principal museu de mostras temporárias do estado

apenas com exposição temporária. Só no final de 2015 conseguimos ter um espaço dedicado para o acervo. Temos obras desde década de 80 e fizemos uma seleção com curadoria, e passamos a ter o acervo e o espaço de exposição temporária. Isso

Segundo Danielle Tenório, mostra entra em cartaz em Arapiraca para comemorar 38 anos da Pinacoteca foi muito bom para os alagoanos e pessoas que vêm de fora porque às vezes chegam ao local e não tinha nada para ser visto, ou estava nos últimos dias de exposição, ou não tinha nada em cartaz e muitas vezes desmontando a mostra. Agora, tem um acervo de arte contemporânea para ser visto”, comenta a museóloga A museóloga e a coordenadora do ‘museu’ conta que a exposição “Olhar Alagoas” têm 14 obras expostas das 42 expostas há 20 anos. E que se encontra aberta para visitação até o dia 27 de setembro no Sesc Arapiraca. “A exposição está em Arapiraca por dois motivos: O espaço aqui se encontra em reforma. E o segundo é que

agora estudantes, alunos e toda sociedade pode conferir a mostra em Arapiraca e cidades vizinhas. Estão expostas 14 obras que fazem parte do acervo da pinacoteca, produzidas em 1999 pelos artistas: Bárbara Lessa, Eva Le Campion, Fernando Honaiser, Kalinka Bueno, Lula Nogueira, Marcos Aurélio, Rosa Maria Piatti, Reinaldo Lessa e Rosivaldo Reis’’. A museóloga conta ainda, que na exposição levada para a Galeria do Sesc Arapiraca, as 14 das obras vão ter a função de mediadoras. “Elas serão ponte entre duas décadas, dois séculos, dois milênios, proporcionando ao visitante uma reflexão crítica sobre a produção artísti-

ca no Estado e nos últimos 20 anos, a partir dos temas abordadas nas obras apresentadas explícita ou implicitamente”, completou. Já a coordenadora Daniela pontua o sucesso da exposição que foi aberta no dia 11 de julho. “Está sendo vista por muitos alunos de Arapiraca e outras cidades vizinhas como Anadia, Major Izidoro, Minador do Negrão e outras que estão tendo interesse e, inclusive, fazendo agendamento para visitar o local. Estamos fazendo parcerias com a Secretaria de Estado da Educação e com as secretarias municipais para levarem seus alunos e eles terem acesso à arte. Muitos deles nunca tiveram este tipo de oportunidade’’.

Mostra tem programa educativo para estudantes e instituições A mostra temporária terá um programa educativo e vai receber grupos agendados de escolas, universidades e outras instituições. O objetivo dessa equipe é aproximar o público e o acervo, potencializando a análise crítica de quem for conhecer as obras. A exposição está estruturada para atender, além de alunos de escolas e comunidade universitária, trabalhadores do Comércio, beneficiários dos serviços do Sesc e o público em geral. Para fazer a mediação com os visitantes da exposição, a Pinacoteca selecionou alunos da Ufal em Arapiraca, monitores responsáveis pela ação educativa, área coordenada pela também museóloga Iraci Oliveira. O

funcionamento será segunda, quarta e sexta, das 12h às 18h, e terça e quinta, das 9h às 18h. NOVIDADES A museóloga Tatiana Almeida conta que a ideia é priorizar obras produzidas também por o ‘corpo’ da Ufal. “É um museu da universidade. O perfil das exposições a partir da reforma no espaço cultural será elaborado a partir dos editais. A ideia é que a gente continue com os salões para nosso acervo e fazermos as mostras temporárias com arte contemporânea e da contemporaneidade - a Pinacoteca tem essa referência. Foram 24 anos só com mostra temporária. Queremos que o servi-

dor, o estudante, o professor participem. Se é um museu universitário precisamos que eles participem. Que as pessoas façam propostas. Em 1999, tivemos o artista Marco Aurélio que é um artista e servidor da Ufal. Em seguida tivemos exposição dos alunos Ebert Loureiro e recentemente da Eva Barbosa – conhecida como pão, e expuseram concorrendo com artistas do Brasil inteiro. A Pinacoteca tem variadas mostras. E nossa ideia é fazer também estes editais institucionais para motivar o público da universidade”, conta a museóloga. Para conferir a entrevista completa acesse o Portal Tribuna Hoje no Youtube. (L.F.)

JONATHAN CANUTO

Museóloga Tatiana Almeida diz que ideia é priorizar obras também produzidas por servidores da Ufal


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