Tribuna do Norte - 17/01/2013

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Quinta-feira | 17 de janeiro de 2013

Tribuna do Norte | Natal | Rio Grande do Norte | 11

A previsão de entrega é fevereiro do próximo ano, mas o prefeito Carlos Eduardo conversou com a equipe da empresa responsável para que acelere os serviços e garanta a entrega da obra em novembro deste ano

[ PARQUE DA CIDADE ]

Prefeitura inicia obra de recuperação JOÃO MARIA ALVES

Cenário é de abandono e destruição

FERNANDA ZAULI repórter

s obras de recuperação do Parque da Cidade começaram, oficialmente, ontem. Betoneiras, máquinas e trabalhadores já estão no local para começar os reparos. A obra será executada pela empresa M&K Comércio e Construções Ltda pelo valor de R$ 3,3 milhões. Em visita ao Parque na manhã de ontem, o prefeito Carlos Eduardo afirmou que pretende realizar o Encontro Natalense de Escritores no local, no fim desse ano. “Nós vamos devolver ao natalense este patrimônio. A previsão de entrega é fevereiro do próximo ano, mas eu já conversei com a equipe da empresa responsável e eles me garantiram que farão o possível para entregar a obra em novembro deste ano”, disse. No orçamento de R$ 3,3 milhões estão previstas melhorias nas partes elétricas, hidráulicas, de passeio público, ciclovias, biblioteca, auditório, acessos e recolocação dos elevadores que foram retirados. Além disso, o orçamento também prevê a construção de um novo acesso ao Parque no bairro de Cidade Nova. De acordo com o prefeito, o Memorial da Cidade e a Escola Ambiental que funcionavam no parque retomarão as suas atividades: “O memorial tinha um acervo que contava a história da

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Ontem betoneiras,máquinas e trabalhadores já estavam no Parque da Cidade para iniciar os reparos.A obra terá custo de R$ 3,3 milhões

nossa cidade desde o tempo préhistórico. Esse direito ao conhecimento foi ceifado do cidadão e nós vamos reparar esse erro, com a reativação do memorial. A escola também vai voltar a funcionar, trazendo lições de preservação e conservação para os natalenses”. Os recursos para a obra estão garantidos e são oriundo do Fundo Municipal de Meio Ambiente. De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente de , Marce-

lo Toscano, o último extrato do fundo revelou um saldo de cerca de R$ 3,6 milhões. “Apesar das dificuldades financeiras que o município vem enfrentando nós já temos esses recursos garantidos e não há riscos de paralisação das obras por falta de recursos”, afirmou. Os recursos do Fundo Municipal de Meio Ambiente também serão utilizados para a manutenção do parque após a conclusão das obras. Com a reabertura do parque

Carlos Eduardo espera que a rotina do local seja reativada com a população realizando caminhadas, praticando atividades físicas e passeios de bicicleta. “Esse é um espaço para família natalense e com ele em pleno funcionamento teremos várias ações para estimular o conhecimento, pratica esportiva e consciência ambiental, trazendo lazer e qualidade de vida para a nossa população”, disse o prefeito.

INVENTÁRIO Uma comissão formada por técnicos da Semurb e Semopi está elaborando um inventário do Parque da Cidade. O documento deverá trazer um levantamento dos equipamentos do parque e as condições de cada um. “Estamos nessa fase de diagnóstico para saber o que temos, o que está funcionando, o que pode ser recuperado e o que tem que ser substituído”, afirmou Marcelo Toscano.

O cenário atual no Parque da Cidade é de total destruição. Salas abandonadas, entulhos por todos os lados, equipamentos quebrados e muita sujeira. “A última vez que eu entrei no parque foi no dia 31 de dezembro de 2008. Quatro anos depois eu chego aqui e constato o que a gente já sabia e os nossos olhos agora confirmaram: a irresponsabilidade cometida contra a cidade de Natal. Isso aqui é um patrimônio do povo de Natal que foi delapidado”, disse o prefeito. Ele ressaltou que o parque foi entregue à última gestão em pleno funcionamento. “Em junho de 2008 nós inauguramos a biblioteca, o auditório, as salas de educação ambiental, esse pátio onde todos os domingos nós fazíamos uma programação cultural, a área de caminhada. Em novembro nós inauguramos o Memorial de Natal que contava a história da cidade”, disse. O prefeito afirmou ainda que mais de 10 mil pessoas passaram pelo memorial nos seus dois meses de funcionamento. Ele destacou ainda que o espaço era utilizado por escolas municipais e estaduais para aulas de educação ambiental. São 136 hectares cravados na área urbana da cidade, no coração de Natal.

[ PONTA NEGRA ]

[ CONTRATAÇÃO ]

MP recebe projeto para análise

Professores reclamam da falta de organização

O novo projeto de recuperação do calçadão de Ponta Negra será fechado em reunião na próxima quarta-feira, 23, na Procuradoria Geral de Justiça, em Candelária, com os técnicos da prefeitura

JÚNIOR SANTOS

prefeito Carlos Eduardo Alves e o secretário de Obras Públicas e Infraestrutura, Rogério Mariz, viajam nesta segunda-feira, dia 21, a Brasília, onde terão audiência com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, a quem vão assegurar a liberação de mais R$ 3 milhões a serem investidos na recuperação do calçadão e engordamento da praia de Ponta Negra. A prefeitura já tem R$ 1 milhão garantido para a obra. Já na tarde da próxima quarta-feira, dia 23, o prefeito Carlos Eduardo disse que haverá uma reunião na Procuradoria Geral de Justiça, em Candelária, com os técnicos da prefeitura e dos Ministérios Públicos, Federal e Estadual, com a finalidade de fechar o novo projeto de recuperação do calçadão de Ponta Negra. Na manhã de ontem, preliminarmente, técnicos da Prefeitura de Natal apresentaram o projeto ao procurador federal Fábio Venzon, a promotora de Defesa do Meio Ambiente, Gilka da Mata, e ainda a procuradora do Estado, Marjorie Madruga. “A partir vamos apontar a data em que vamos começar a reconstruir o cal-

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Após desabamento de mais um trecho,na segunda-feira,ferragens de um poste ficaram expostas na praia

çadão de Ponta Negra, que é um cartão postal tão importante para Natal”, disse o prefeito, que apesar de não detalhar, confirmou que serão reforçadas as medidas de segurança como isolamento da área e colocação de guardas para proteção de banhistas, turistas e os próprios moradores que transitam pela praia de Ponta Negra. O secretário municipal de Obras

MP vai avaliar se projeto atende ao laudo pericial A promotora do Meio Ambiente, Gilka da Mata, afirmou que os técnicos refizeram o estudo sobre a recuperação da praia e que ele, “aparentemente”, atende o laudo pericial apresentado judicialmente. Mas, segundo ela, o MP vai avaliar na reunião da próxima quarta-feira, “se estão contempladas todas as medidas de segurança previstas e indicadas pela perícia da UFRN”. Na audiência do dia 23, segundo a promotora, o novo projeto será finalizado com as adequações que o MP achar necessárias, “porque precisamos de pressa, desde 3 de julho que pleiteamos esse pro-

jeto, o estudos e a recuperação daquela área”. Para a promotora, o novo projeto inclui medidas emergenciais como o engordamento e contenção da praia de Ponta Negra: “O mais importante é fazer com que as marés não cheguem com velocidade e força ao calçadão, e evitar que o calçadão seja novamente deteriorado,, devemos conseguir um projeto duradouro”. Hoje, a prefeitura dispõe de R$ 800 mil bloqueados na conta da Defesa Civil do município, que será objeto do pedido de liberação no Ministério Público, além dos R$ 3,2 milhões que ainda restam para ser repassados à prefeitura.

Públicas e Infraestrutura, Rogério Mariz, disse que o MP também deve encaminhar o novo projeto para a avaliação da comissão de professores e pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) que realizaram a perícia da área do calçadão que foi afetada pelas marés (530 de um total de mais de dois mil metros): “O mais breve possível esperamos

ter o retorno dessa avaliação para que a gente possa contratar e começar a execução da obra”, disse. Segundo Mariz o projeto contempla as sugestões do laudo pericial. Ele confirmou que, além da urbanização da praia, com a reconstrução do calçadão, nova iluminação, drenagem e guarda-corpo em todo trecho desmoronado, será colocado o que chamam de “bol-

sacreto” em 13 locais da praia. Segundo ele, esse “know-how” existe há 39 anos no Brasil e já foi utilizado com sucesso nas praias de Iracema, em Fortaleza (CE), Cruz das Almas, em Aracaju (SE) e na Praia do Francês, em Maceió (AL). O sistema consiste no uso de sacos plásticos preenchidos com cimento e concreto, numa sequencia escalonada e padronizada que dá a formatação de uma escadaria. Além de facilitar o acesso à praia nas áreas degradadas, os “degraus” amortecem a energia sinética (pancadas das marés), enquanto depositam as areias trazidas no fundo do mar no refluxo das águas. “É um processo construtivo que tem vários pontos positivos que, naturalmente, provocam o engordamento da praia, protege a infraestrutura e a gente deixa de ir atrás de jazidas longe da praia para retirar areia com a mesma granulometria da areia da praia”, assegurou o secretário municipal adjunto de Planejamento de Obras, Tomaz Pereira de Araújo Neto. Ele explicou que a instalação do bolsacreto deverá custar cerca de R$ 3,2 milhões e a recuperação do calçadão R$ 800 mil.

ENQUETE » OPINIÃO DE QUEM FREQUENTA PONTA NEGRA JOÃO MARIA ALVES

ISRAEL GOMES 30 anos, comerciante “Ponta Negra está abandonada.Eu trabalho aqui há 14 anos e nunca vi essa praia desse jeito.É abandono total.O poder público precisa tomar providências e começar a consertar o calçadão.Isso aqui está um perigo para qualquer pessoa.”

JOÃO MARIA ALVES

ELISETE SENA PEREIRA 52 anos, turista de São Paulo “É chocante ver Natal nessa situação. Quase todo o calçadão está destruído. O que mais me chamou atenção foi que não há qualquer tipo de sinalização ou interdição. Está um perigo caminhar por aqui.”

JOÃO MARIA ALVES

LUZINEIDE DA SILVA 40, comerciante “Tá faltando responsabilidade dos gestores. É muito descaso com a praia de Ponta Negra, um dos principais cartões postais da cidade, está nessa situação a quase um ano e ninguém faz nada. É um absurdo.”

spera, confusão e muita reclamação no cadastramento dos professores e especialistas convocados na terceira chamada do concurso realizado pela Secretaria Estadual de Educação. O cadastramento dos professores começou na última segunda-feira e os trabalhadores reclamam da desorganização e da falta de informação na Diretoria Regional de Educação (Dired) de Natal e região metropolitana, localizada no prédio da Secretaria Estadual de Educação. Segundo eles, muitos procuram o atendimento pelo terceiro dia consecutivo sem sucesso. A coordenadora da Dired de Natal e Região Metropolitana, Ana Alice Fernandes, explicou que o atendimento é demorado porque é preciso fazer a conferência de uma longa lista de documentos, que inclui cópia de RG, CPF, diploma, etc; os trabalhadores precisam preencher uma ficha cadastral, e em seguida escolher a escola que preferem trabalhar. “Eles estão aqui para assinar um contrato de trabalho por toda a vida, eu entendo a ansiedade deles, mas é preciso paciência porque é um procedimento demorado”, disse. Ela explicou que estavam sendo distribuídas 50 fichas de atendimento por dia e que a Dired disponibilizou quatro servidores exclusivamente para atender os convocados. A professora Andrea de Souza, de 33 anos, era uma das que pessoas que aguardava o atendimento. Ela contou que esteve na secretaria na terça-feira, aguardou o dia inteiro e não conseguiu ser atendida. Ao retornar no início da manhã de ontem recebeu a ficha de número 36. “Eu cheguei às 8h e recebi a ficha 36 e até agora só entraram duas pessoas para atendimento. Isso é um absurdo, uma falta de respeito”, disse. Na porta de entrada da Dired uma placa informava que o atendimento acontece das 9h às 17h, mas às 11h. O cadastramento dos convocados segue até o dia 4 de fevereiro.

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