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JOHN ROMERO

A LENDA


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Ituverava, 12 de outubro de 2019

CNA

Desde 1960 presente no dia a dia das pessoas proporcionando facilidade e agilidade

Via Anhangueram km 410 Ituverava-SP Telefones: (16) 3830-8000 (16) 3830-8008


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Variedades

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Games

Lenda dos games fala sobre

Com quatro décadas dedicadas a criar jogos, o nome de John Romero é uma lenda dentro do mundo dos games. Também, pudera: ele e o parceiro John Carmack foram os responsáveis por Wolfenstein 3D, primeiro jogo de tiro em primeira pessoa do mundo. Lançado em 1992, o título colocou o jogador no papel de um atirador, em um nível de imersão sem precedentes no meio até então. Anos depois, vieram Doom, Quake e outros diversos games com uma legião de fãs. Romero está na Brasil Game Show, maior feira do setor realizada na América Latina, que começou dia 9 de outubro e termina neste domingo, dia 13. Ao jornal Estado de S. Paulo, Romero fala mais sobre as diferenças entre criar jogos nos anos 1990 - em equipes de poucas pessoas, em garagens e porões - e nos dias de hoje, sua trajetória e sobre o momento dos videogames. Ele também se revela um fã de Minecraft. “Eu poderia jogá-lo por toda a vida”, afirma. A seguir, os principais trechos da entrevista. O sr. é o responsável por games de tiro como Wolfenstein 3D, Doom e Quake. Qual é a receita de um grande jogo do gênero? Basicamente, é preciso uma coisa só: fazer o jogador ter satisfação quando atira em algo (risos). Isso pode ocorrer de várias formas: pode ser em uma troca de tiros rápida, com alvos que se movem rapidamente, ou bem lentamente, no caso de um atirador à distância. Para que a satisfação aconteça, é preciso ter certeza que há um desafio. Se não é desafiador, não vai ser legal, vai ser entediante. Uma boa maneira de fazer isso é gerar consequências: em um jogo para tiros à distância, uma forma de ensinar isso ao jogador é fazer com que ele seja atingido caso saia correndo atirando em tudo. É uma questão cerebral. Essa receita mudou dos anos 1990 para cá? Ela evoluiu. Os jogos agora têm mais elementos em torno desse núcleo. Pense em Half-Life 2, lançado há 15 anos: foi um jogo que mostrou como um game de tiro poderia ter uma história e dar ao jogador o controle das ações, ao mesmo tempo em que trazia cenários em barcos, prisões, uma série de atividades diferentes. Ali, os games de tiro se tornaram parecidos com os filmes de ação, mas com uma melhoria: a possibilidade de o jogador controlar, ele mesmo, a história. É o novo entretenimento e ele só melhora.

Em 1991, criamos um motor enquanto fazíamos Commander Keen, porque precisávamos entregar três jogos em um período de dois meses e meio. Um motor gráfico poderia nos ajudar a acelerar esse processo. Ao longo de 1991, fizemos mais de dez jogos, estávamos sempre fazendo dois games ao mesmo tempo. Quando percebemos que aquilo poderia facilitar a vida de outros desenvolvedores, passamos a licenciar nossos motores gráficos. Hoje é uma indústria bilionária. E perceba que esse é só um exemplo, estamos falando apenas de colocar os gráficos na tela, não de contar a história e fazer o jogo todo Uma crítica bastante comum aos games de tiro é que por completo. Naquela época, éramos uma equipe de três, eles incentivam a violência, embora essa correlação nunca depois quatro pessoas. Hoje, os jogos têm centenas de tenha sido comprovada por estudos científicos. Ainda as- desenvolvedores em sua equipe. sim, como o sr. se sente tendo criado jogos que retratam essa realidade? John Carmack, seu parceiro em Doom, Quake e WolUm jogo é um meio de expressão, uma forma de aliviar o fenstein, hoje trabalha com realidade virtual no Facebook. estresse. Quando você alivia a tensão em um jogo, não pre- Qual sua relação com ele? cisa fazer isso na vida real. A maioria das pessoas consegue Não falamos muito um com o outro, mas às vezes nos diferenciar o que é matar alguém na vida real da violência encontramos. Estamos em áreas diferentes: ele está focado que aparece nos videogames, nos filmes ou num desenho em tecnologia, já eu sigo fazendo jogos. Acredito que reaanimado. São as pessoas que têm transtornos mentais as lidade virtual é uma tecnologia excitante, mas ao mesmo principais responsáveis pelos tiroteios em massa. tempo, tediosa fisicamente. Os movimentos são limitados e ainda não há uma soluQual sua posição sobre a posse de armas de fogo? ção sobre como se movimentar muito bem. Acredito que Acredito que ninguém deveria ter armas. Armas são será uma tecnologia mais interessante fora dos games, ótimas nos jogos, mas não na vida real. como em cirurgias de longa distância. E acredito que realidade aumentada é algo interessante, especialmente Criar um jogo nos anos 1990 era mais difícil do que porque não precisa que o usuário esteja isolado para poder hoje? experimentar a tecnologia, o que não acontece com VR. Era bem mais difícil: não havia os motores gráficos, algo que nós criamos em 1991, por pura necessidade. Hoje, se Estamos perto do fim de uma geração de consoles, com você usa um motor como Unreal ou Unity, é fácil colocar PS4 e Xbox One. O que o sr. espera de uma nova geração um gráfico numa tela. Não precisa de muitas linhas de de videogames? código. Nos anos 1990, eu precisava escrever uma linha Se você olhar para todos os consoles, eles basicamente de código para cada pixel que estava na tela. É muita coisa são só uma evolução do que já se fazia antes: jogos maiopara se fazer. res e mais bonitos. A única grande inovação do mercado

de consoles foi o Wii, com o sistema de controle de movimentos e um viés mais casual. Tirando isso, basicamente a história da indústria de consoles é apenas uma evolução de processadores e placas gráficas. A série Wolfenstein mostra um judeu atacando nazistas - e tem sido recentemente revalorizada. Com a ascensão de políticos de extrema direita, como o Sr. vê o jogo hoje? É um jogo bem simples: você é um judeu tentando sobreviver, fase após fase, matando nazistas. Na época que fizemos o jogo, eles simplesmente não existiam. Hoje, com alguns neonazistas por aí, acredito que lançaríamos o jogo do mesmo jeito. As pessoas sabem que eles estão errados e são apenas uma minoria causando problemas. O primeiro Wolfenstein era um jogo bem básico. Não havia nada sobre o sofrimento dos judeus, por exemplo. Mas, na minha opinião, qualquer jogo antifascista só pode ser bom. Hoje, os jogos não são só vendidos em caixas, mas também são atualizados e mudam constantemente com o tempo. Eles deixaram de ser produtos e viraram serviços. O sr. não acredita que isso acaba com a satisfação de “fechar um jogo”, de fazer tudo que era possível? E como criador, entender a noção de “obra fechada”, a experiência que você planejou? É um jeito de se jogar um jogo, de entender o que é um jogo - algo com começo, meio e fim, planejado dessa forma, como uma história de fato. É uma forma. Mas também há jogos como World of Warcraft, que existe há muitos anos e está sempre mudando, é um ambiente vivo, os jogadores que chegam aos níveis mais altos sempre têm algo o que fazer, é um alvo que sempre continua. Às vezes, sim, é possível encerrar o jogo, mas haverá mais se você quiser jogar e puder esperar um pouco. E isso pode sim dar uma sensação de satisfação de encerramento, mesmo em um jogo que continua vivo continuamente, continua mudando. É preciso, como jogador, decidir, porém, o que serve como


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GAMES

jogos, violência e tecnologia O sr. sempre trabalhou com prazos muito rígidos. Hoje, um dos principais problemas da indústria de games é o “crunch”, que faz desenvolvedores trabalharem rotinas massacrantes, com muitas horas extras e assédio moral, para cumprir um prazo. Como vê a questão? É importante diferenciar as coisas. Se você está fazendo algo pelo qual é apaixonado, quer dedicar sua vida a isso, não há nada de errado em trabalhar demais. Não se fazem coisas grandes sem dedicação. Mas é diferente quando seu trabalho é apenas desenvolver um jogo. Se as pessoas não querem estar no trabalho quando deveriam estar em casa, no final de semana, elas não deveriam estar trabalhando. O crunch não é o melhor jeito de fazer um jogo. É preciso medir e planejar bem quais funcionalidades estarão no game e quanto tempo será gasto para criá-las, e aos desenvolvedores, cabe ser transparente e comunicar quais são os progressos. E se parecer que todos estão com problemas, o melhor é adiar o lançamento do jogo e não comprometer a saúde do time.

O que sr. tem feito recentemente? O principal game que tenho trabalhado é Empire of Sin. É um jogo de estratégia e RPG sobre a Chicago dos anos 1920, situado na era da Lei Seca e da Máfia. Você precisa tentar dominar tudo na cidade, o que é o lado de estratégia, mas o combate e as interações lembram os jogos de RPG, você vai precisar conversar com as pessoas. E o que tem jogado recentemente? Hitman 2, é um dos meus jogos favoritos atuais. Gosto muito do último World of Warcraft e do último Hearthstone, e tenho também jogado muito Doom. Além disso, gosto de Drop 7, um game para celular que é bem divertido. E se só pudesse jogar cinco games pelo resto da sua vida? Quais seriam? Minecraft, World of Warcraft, Doom. São jogos que não se encerram, eu poderia jogar esses três por toda a vida. É sempre possível fazer mais níveis de Doom, então eu nunca ficaria cansado. Além deles, levaria Ghost Recon, a primeira versão, porque é um game de tiro muito difícil e muito imprevisível. E eu adoro Fallout 4.

encerramento. Se um DLC sai, a sensação pode acabar para sempre. É um encerramento temporário. O que o sr. acha dos últimos jogos de Doom e Wolfenstein? Acho incríveis. A Machine Games tem feito coisas incríveis com Wolfenstein e a id Software se redimiu com o último Doom, que saiu em 2016. Estou bem ansioso por Doom Eternal. Queria te perguntar também sobre Dangerous Dave: é um dos meus jogos favoritos. Como foi o desenvolvimento desse jogo? Eu fiz Dangerous Dave em 1988, num Apple II. Em 1990, exatamente dois anos depois, quando eu estava criando o time da Gamer’s Edge e contratei John e Adrian Carmack, estávamos prestes a fazer algo novo. O time de marketing da Softus, que era a distribuidora da Gamer’s Edge, nos disse que precisávamos criar dois jogos que seriam um exemplo da qualidade dos jogos que lançaríamos, e precisavam desses dois jogos em nada menos que um mês. Eu e John percebemos que não daria tempo de criar um jogo novo, só mexer em algo que já tínhamos feito. Ele tinha acabado de fazer um jogo chamado Capstone e eu dei uma olhada nos muitos jogos antigos que eu fiz. E aí pensei em fazer uma nova versão de Dangerous Dave para PC, que seria algo rápido. É um jogo rápido, simples e muito divertido. Eu e John trabalhamos arduamente por um mês. Acabamos os dois jogos de forma rápida, fizemos tudo isso, e isso se tornou um disco de demonstração para ser enviado aos assinantes… eles tinham 50 mil assinantes! E essas pessoas podiam copiar os jogos do disco e mandar para amigos gratuitamente. Na Índia e no Paquistão, Dangerous Dave é mais popular que Doom, porque era instalado em todos os PCs vendidos por lá. Você não acredita a quantidade de e-mails que recebo de pessoas desses países falando de sua infância.

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EDUCAÇÃO

Relembre quais são as regras eliminatórias no Enem 2019

Depois de um ano de estudo, ninguém quer ficar de fora da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 por desconhecer as regras eliminatórias. Além das exigências básicas de não conversar com outros candidatos durante o exame ou de não usar qualquer material impresso, o edital do Enem 2019 tem uma nova regra: o simples toque do celular, mesmo que lacrado no saco plástico, eliminará o candidato. Em 2018, 137 candidatos foram desclassificados do exame, segundo o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Para você não ter surpresas e ser desclassificado no Enem 2019, confira as principais regras para realizar as provas, que acontecem nos dias 3 e 10 de novembro. Alarme de celular O edital de 2019 é claro ao dizer que qualquer som emitido pelo celular do candidato irá causar a desclassificação imediata. Mesmo que o objeto esteja dentro do porta-objetos, isso será o suficiente para que sua prova seja zerada. Por isso, lembre-se de desligar o seu celular ou desativar todos os alarmes do seu aparelho. Caneta azul A leitura dos gabaritos é feita por uma máquina que detecta a cor preta. Por isso, a caneta azul não é permitida na prova. Além disso, é importante que a caneta preta usada no dia da prova tenha sido fabricada em material transparente. A exigência é feita para evitar que sejam colocadas “colas” dentro dela. Zero na redação A redação é uma parte importante do exame. Caso ela seja zerada, o candidato será eliminado. Por isso, é importante ficar atento a tudo o que pode fazer com que seu texto seja zerado. Fugir do tema proposto, letra ilegível, entregar a folha de redação sem nada escrito, escrever só sete linhas, escrever em língua estrangeira na maior parte do texto, fazer desenhos e escrever em ou-

tro estilo que não seja o dis- desclassificado. sertativo-argumentativo são situações que vão fazer com Conversa durante a prova A partir das 13h, o candique sua prova seja anulada. dato não poderá se comunicar de nenhuma forma com Perturbar a ordem No momento da prova, é ninguém que está dentro da preciso que todos estejam sala. Ele só tem permissão concentrados e em silên- para falar com o fiscal ou o cio dentro da sala em que o aplicador da prova. Deixar a Enem será aplicado. Caso al- sala antes de decorridas duas guém perturbe a ordem, isso horas do início do exame tamirá fazer com que os outros bém elimina o participante. candidatos não estejam totalNão permitir revista mente concentrados no exaNo dia da prova, o canme. Se você fizer isso, será

didato precisa permitir que sejam feitas revistas quando necessário. Não permitir que lanche ou que artigos religiosos (burca, quipá e outros) sejam vistoriados pode ser eliminatório. Boné Não é permitido que o candidato use nenhuma peça de vestuário que cubra o cabelo ou as orelhas. Por isso, boné, chapéu, viseira e gorro são proibidos. óculos escuros também não podem ser usados durante a prova.

8 possíveis temas da redação do Enem 2019 1. O avanço e o combate à depressão As últimas pesquisas da OMS apontam que o Brasil está entre os dez países com maior taxa de suicídio no mundo, além de caminhar contra a tendência mundial de redução desses números. Nos últimos dez anos, o número de pessoas diagnosticadas com depressão no país cresceu 18,4%. A redação pode pedir que o candidato disserte a respeito das causas do avanço da depressão e apresente propostas de políticas públicas para seu combate. 2. Obesidade no Brasil Assim como a depressão, a obesidade também é um problema de saúde pública em evidência no país, atingindo cerca de 20% da população. Um recorte do tema pode ser a obesidade entre crianças, também relacionada à desnutrição. 3. Bullying e violência nas escolas brasileiras A violência nas escolas pode ser abordada na prova tanto do viés do “bullying” quanto relacionada à agressão de professores — considerando o grande registro desses casos e o espaço que ganharam na mídia. O desafio para o candidato é apresentar soluções equilibradas, efetivas e que envolvam o diálogo com a comunidade escolar. 4. Epidemias e volta de doenças erradicadas Este foi o ano de ressurgimento no Brasil de doenças que eram consideradas erradicadas, como o sarampo. Por se tratar de um tema de saúde pública, ele é bem cotado para a prova, além de envolver debates de cunho social, como o avanço do movimento antivacina. 5. Controle parental na internet O Estado brasileiro, bem como as famílias, estão diante de grandes desafios no que diz respeito à educação para mídia e tecnologias. A disseminação do uso da internet entre crianças e adolescentes pode ser tema da redação este ano, propondo um debate sobre o papel dos pais e do governo como mediadores. 6. Desafios da mobilidade urbana no Brasil Os centros urbanos no Brasil estão em constante inchaço, acompanhados por um número crescente de veículos individuais. Enquanto em 2004 havia 7,4 habitantes para um carro, dez anos depois essa proporção foi para 4 habitantes por carro. é um carro para cada quatro brasileiros, enquanto há dez anos a proporção era de 1 para . O transporte público, por outro lado, enfrenta problemas com obras paralisadas e pouco planejamento. Diante desse cenário, o candidato deve apresentar soluções efetivas para os grandes problemas de mobilidade urbana — que envolvem pensar não só o transporte, mas a organização espacial das cidades. 7. Evasão escolar O Brasil tem a terceira maior taxa de evasão escolar do mundo — são 2 milhões de crianças e adolescentes fora da escola. A redação pode pedir que o candidato disserte sobre o perfil dos que evadem e seus possíveis motivos, além de apresentar soluções para o problema. 8. Habilidades socioemocionais nas escolas A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trouxe como uma das propostas a implementação de disciplinas que desenvolvam, desde cedo, as habilidades socioemocionais dos estudantes. Essas habilidades envolvem a capacidade de se relacionar com pessoas, lidar com emoções, resolver conflitos, etc. Por ser também uma pauta forte no mercado do trabalho, além de passar mais longe de discussões “polêmicas”, essa é uma aposta para o Enem 2019.

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Especial

Número de refeições fora de casa aumenta e preocupa nutricionistas

Comer fora de casa tem sido uma opção para cada vez mais pessoas. Do total das despesas das famílias brasileiras com alimentação, quase um terço (32,8%) é dedicado a refeições fora do domicílio. Os dados são dos primeiros resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgada pelo IBGE. Na comparação com os dados da pesquisa anterior, realizada entre 2008 e 2009, chama atenção o aumento da alimentação fora do domicílio da área rural, que pulou de 13,1% para 24%, ao passo que na área urbana ficou estável, por volta de 33%. “É possível que haja uma mudança na área rural, como mais pessoas trabalhando fora

ou mais mulheres no mercado de trabalho, por exemplo”, comentou o gerente da pesquisa, André Martins. “Com mais acesso ao mercado de trabalho, sobra menos tempo para o consumo no domicílio e a preparação dos alimentos”, explicou. Para a alimentação no domicílio, a distribuição dos alimentos pode ilustrar essas mudanças de hábitos. As despesas com cereais, leguminosas e oleaginosas, produtos associados ao preparo da comida em casa, vêm caindo ao longo do tempo, passando de 10,4%, em 2003, para 5% nesta última pesquisa. O grupo de óleos e gorduras, que em 2003 contribuía para 3,4% das despesas com alimentação, agora chegou a 1,7%.

Alimentos preparados e bebidas Por outro lado, a participação de alimentos preparados e bebidas ou infusões tem crescido ao longo das pesquisas. “Este é um fator importante sobre a condição de nutrição das famílias, pois são produtos muito associados a consumo de açúcares, gordura e sódio”, explicou André. A alimentação fora do domicílio também é um fator de preocupação para a nutrição dos brasileiros. “Os nutricionistas veem com cautela essa questão, já que há mais chances de se consumirem alimentos de baixa qualidade nutricional, como lanches e fast food”, disse o gerente da POF. Um ponto positivo para o pesquisador é a estabilidade de alguns tipos de alimentos mais saudáveis, que podem ser consumidos em casa e dispensar o preparo, como as frutas, legumes e verduras.


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Cinema

“Coringa” faz jus a um dos maiores vilões da DC

Quem gosta do lado sombrio da DC - especialmente nos quadrinhos - se decepcionará com Coringa, filme do diretor Todd Phillips, lançado nessa quinta-feira, 3 de outubro. Ao invés de um experiente criminoso, a narrativa acompanha Arthur Fleck (Joaquin Phoenix), um palhaço com transtornos mentais e uma síndrome que faz com que ele tenha frequentes gargalhadas (a maioria delas em momentos bem inadequados). Arthur mora com a mãe e não passa por um grande momento em sua vida. Acaba de perder o emprego, foi espancado por um grupo de garotos e teve que ser dispensado pela sua assistente social, já que a Prefeitura de Gotham, numa tentativa de reduzir custos, cortou diversos serviços oferecidos à população (obviamente, à população mais pobre). Sem a assistente social, Arthur deixa de ter acesso aos seus medicamentos, inclusive os antidepressivos (que, segundo o próprio personagem, já não pareciam fazer tanto efeito). A vida de Arthur em ruínas reflete com precisão o momento atravessado pela cidade de Gotham. Em meio a doenças, violência, infestações, negligência e uma crescente desigualdade social, a cidade estava à beira do caos. Faltava apenas um estopim para as coisas explodirem. E foi justamente Arthur que o proporcionou. Em uma noite, voltando para casa, Arthur é agredido por três jovens e acaba os matando com um revólver. Mais tarde, através do noticiário, descobre que eram acionistas da empresa Wayne. Nesse momento, parte da população enxerga o crime como uma resposta dos mais pobres aos abusos proporcionados pelos mais ricos na decadente Gotham. Assim, o palhaço rapidamente se torna um símbolo de justiça na cidade. Conforme a história avança, Arthur vai enlouquecendo cada vez mais. Trilha sonora, danças irreverentes e jogos de sombra e luz marcam muito bem essa transição.

Enxergar com mais clareza No entanto, ao mesmo tempo que parece estar perdendo o contato com a realidade, ele passa a enxergar com mais clareza algumas situações. Passa a compreender, por exemplo, que Murray Franklin (Robert De Niro), apresentador de TV que Arthur anteriormente via como ídolo e até mesmo figura paterna, na verdade era apenas alguém que explorava as histórias de seus convidados para humilhá-los em público. O mesmo pode-se dizer de Thomas Wayne, que no filme não é retratado como um grande exemplo de empatia e integridade, ao contrário do que acontece na maior parte das histórias do universo da DC. À medida que vai se transformando em

Raio X Nome: Ryan Furtado de Oliveira Apelido: Brancão Data de Nascimento: 27 de setembro de 2004 Idade: 14 anos Nome dos pais: Ricardo Nunes de Oliveira e Juliana Eurípedes Furtado de Oliveira Escola: EMEF “Humberto França” Série/Ano: 9º ano do Ensino Fundamental Altura: 1,79 m Peso: 64 kg Signo: Libra Cor Preferida: Preto Prato Preferido: Lasanha Esporte Preferido: Futebol Livro Preferido: A Bíblia Sagrada Filme Preferido: Até o último homem (Mel Gibson) Arte preferida: Desenho Assunto preferido em roda de amigos: Música e jogos Música: Música eletrônica Hobby: Tocar um instrumento musical Qualidade: Extrovertido Defeito: Dramático O que mais admira nas pessoas:

Sinceridade O que mais detesta nas pessoas: Mentira Futura profissão: Músico Melhores amigos: Caiky, Marcos Vinícius e Matheus Qual a sua opinião sobre a política do país: Infelizmente no Brasil os políticos só pensam neles Qual a sua opinião sobre a economia do país: Se os políticos não fossem tão corruptos a economia do Brasil estaria melhor Qual a sua opinião sobre Drogas: Uma porcaria que acaba com as pessoas e seus familiares Qual sua opinião sobre bullying? Uma coisa muito chata que afeta as pessoas. Qual a sua opinião sobre a tecnologia nos dias de hoje? Muito boa e necessária em nossa vida Do que você realmente tem medo? Perder as pessoas que amo O que mais importa na vida? Deus e a minha família Você se preocupa com a sua aparência? Não muito

Coringa, os crimes de Arthur vão ficando mais frequentes e cruéis. É aí que se engana quem acreditava que o filme tentaria colocar o personagem como uma vítima para que público passasse a apoiar cada um de seus crimes. O Coringa de Joaquin Phoenix é, sem dúvidas, um lunático. Porém, o que acontece no filme de Todd Phillips é o mesmo que acontece em Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan, com Heath Ledger no papel do palhaço: alguns dos discursos do Coringa não são tão malucos assim. Afinal, Gotham é uma cidade controlada por corruptos, que não enxergam pessoas como Arthur, a não ser que a loucura as transformem em coringas.

Ituverava, 12 de outubro de 2019

Bruno Inácio

Bruno da Silva Inácio cursa mestrado na Universidade Federal de Uberlândia, é especialista em Gestão Cultural, Literatura Contemporânea e em Cultura e Literatura. Ele Cursa pós-graduação em Filosofia e Direitos Humanos e em Política e Sociedade. É autor dos livros “Gula, Ira e Todo o Resto”, “Coincidências Arquitetadas” e “Devaneios e alucinações”, além de ter participado de diversas obras impressas e digitais. É colaborador dos sites Obvious e Superela e responsável pela página “O mundo na minha xícara de café”.


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