Tintas & Vernizes #241

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conferir características importantes na tinta, por isso não é mais um item opcional na formulação e sua importância deve ser reconhecida”, desabafa. Outro ponto que o executivo destaca é o fato de que as empresas brasileiras precisam se acostumar a trabalhar com contrato. “Com o contrato o cliente possui mais garantias como, por exemplo, de entrega e a possibilidade de condições comerciais mais definidas. Por outro lado, diante do crescimento de meu cliente, começo a pensar o quanto devo investir, apostar na produção, etc”. FALTA PONTUAL E GRANULOMETRIA FINA No final de 2007 e início de 2008 não há como não recordar da grave falta de carbonato de cálcio. Para os especialistas esta falta foi pontual, pois a demanda realmente foi muito maior que a oferta naquele período e, hoje em dia, todos que atuam com este insumo garantem que o setor não tem apresentado risco de desabastecimento. “Acreditamos que as empresas estão mais preparadas e o mercado não passará mais por este problema”, comentam Marcelo M. Cunha, diretor comercial e Reginaldo da Silva, gerente de desenvolvimento, ambos da Brasilminas. Para Waldemar Bartholi, diretor presidente da Minérios Ouro Branco a falta desta matéria-prima teve duas condições: o aumento de exportação do Brasil dentro do plano econômico que fez a demanda; e em segundo, a tentativa dos produtores equacionarem realmente os preços de vendas face ao custo de produção. “O verdadeiro custo de produção não se conseguiu equacionar... o mineral é abundante e a concorrência interna entre os produtores, segundo a lei da oferta e procura, fez-se funcionar”. A grande procura por minerais micronizados com granulometria bem fina con-

tinua sendo uma realidade. Os especialistas afirmam que é vantagem para o fabricante procurar granulometria mais fina, pois ela confere benefícios técnicos à formulação de tinta, principalmente em relação ao alto poder de cobertura. Entretanto, existem ressalvas: “a inovação não pode estar focada na redução granulométrica e sim, nas propriedades intrínsecas do produto mineral e nas necessidades especificadas pelo cliente. Por exemplo, o poder de fosqueamento de um mineral natural aumenta em função do tamanho de partículas”, explica o assessor técnico da Itatex, Ricardo Aurélio da Costa. Já para os executivos da Brasilminas, acredita-se que em alguns anos não haverá mais consumo de minérios nas malhas grossas até 325 no segmento de tintas imobiliárias e industriais, sendo que, os minerais mais grossos ainda deverão ser utilizados apenas pelas fabricantes de grafiato e texturas. A Brasilminas estima que o mercado tenha um crescimento não muito expressivo este ano, em relação a 2008, período em que a empresa registrou um aumento bem representativo e conquistou segmentos onde ainda não havia atuado, além de ter ampliado a participação e volume nas áreas que já vinham sendo trabalhadas. Conforme ressaltam Marcelo M. Cunha, diretor comercial e Reginaldo da Silva, gerente de desenvolvimento, tem sido feito um forte trabalho para aperfeiçoar a cada dia a produção de materiais com partículas cada vez mais finas, que em curto prazo será o diferencial no processo das indústrias de tintas, onde as cargas minerais deixam de ser apenas cargas e passam a aditivos funcionais, desenvolvidos para cada tipo específico de produto. Entre as vantagens destacam-se maior desempenho, redução na utilização de dióxido de titânio, além de RTV|02-03|2009

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