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Em 1999, uma pesquisa feita no Instituto de Psicologia da USP mostrou que crianças hiperativas conseguem atingir um grau de concentração muito maior se estiverem ouvindo música – e não estamos falando de jazz ou bossa-nova, mas de rock pesado. A trilha sonora da pesquisa, que acompanhou crianças entre 9 e 10 anos, era composta pelo guitarrista sueco Yngwie Malmsteen. Embora muitos roqueiros torçam o nariz para seu heavy metal melódico, é inegável que o cara faz um tanto de barulho. Pois essa é uma bela resposta aos pais que implicam quando o filho estuda curtindo um som. Que o digam aqueles que aprenderam música desde pequenos. Pesquisas canadenses provaram que crianças que estudaram música precocemente têm desenvolvimento intelectual melhor do que as que não tiveram nenhum contato com ela. “A música é capaz de mudar a freqüência das ondas cerebrais. Já foi provado, por exemplo, que clássicos de compositores como Bach, Beethoven e Mozart deixam as ondas cerebrais com o mesmo comportamento, ou seja, com o mesmo potencial elétrico, de um indivíduo em repouso”, afirma Luís Celso Vilanova, médico neurologista, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Esse estado é chamado ritmo alfa e ocorre quando a pessoa está muito relaxada (...)”. Entre os clássicos citados, o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart merece um destaque na sua discografia. O poder do compositor vem sendo alvo de diversas pesquisas. A Universidade da Califórnia em Los Angeles mostrou, no início da década de 90, que a execução da Sonata para Dois Pianos em Ré Maior aumenta o número de conexões dos neurônios e melhora o raciocínio matemático em estudantes. Uma vez que nosso organismo também tem um ritmo interno, ao entrar por nossos ouvidos, a música faz contato com este ritmo, interagindo com as atividades biológicas do nosso corpo. É assim que trabalha a musicoterapia, muito aplicada – e com bons resultados – no tratamento de pacientes com Mal de Alzheimer, epilepsia, esquizofrenia e depressão, entre outras doenças. “Não existem indicações que comprovem que a música tenha o poder de curar alguém. Mas podemos dizer que ela está diretamente associada à promoção da saúde”, afirma Luiz Celso. Isso significa que ainda não é possível prescrever um Mozart em jejum ou duas doses de Beethoven após as refeições. Feita essa ressalva, é certo que eles podem, sim, trabalhar na prevenção de uma doença que virou epidemia nos dias de hoje: estresse. Até porque está mais do que provado que música relaxa – e muito. (Revista Superinteressante, jan. 2006.)

136.

Assinale a opção que NÃO traz uma idéia presente no texto. a) A música contribui para a qualidade de vida do ser humano. b) A audição de música deve interferir em aspectos psicossomáticos do homem. c) O aprendizado precoce de música influi beneficamente na cognição. d) O estudo dos efeitos positivos da música sobre a saúde não é atual. e) O hábito de ouvir clássicos acelera a freqüência das ondas cerebrais nos indivíduos. 137. Indique a opção em que o verbo implicar se encontra com o mesmo significado com que ocorre na sentença “Pois essa é uma bela resposta aos pais que implicam quando o filho....”. a) A criação literária implica muita inspiração b) O noivado, no século XX, implicava casamento. c) O fato de a pessoa ser intelectual não implica em ser cansativa. d) Os irmãos implicam uns com os outros. e) Muito estudo não implica em sucesso profissional. 138. Com base no 3o, 4o e 5o parágrafos, é correto afirmar que: a) quando a pessoa está muito relaxada, não está pensando em nada. b) a música clássica estimula o raciocínio lógico das crianças. c) a música de Bach, Beethoven e Mozart deixa as pessoas em ritmo alfa. d) o desenvolvimento intelectual está diretamente relacionado à música que as pessoas ouvem. e) crianças canadenses estudam música para se desenvolverem intelectualmente. 139. A “ressalva”, mencionada no último parágrafo do texto, refere-se ao fato de que: a) não é recomendável ouvir música na hora das refeições. b) a música não chega a substituir um medicamento. c) uma música de Mozart vale o mesmo que duas de Beethoven. d) Mozart e Beethoven contribuem para a prevenção de doenças. e) Mozart e Beethoven são armas contra o estresse. INEP/2008 PORQUE É IMPORTANTE SABER OUVIR A eficiência na comunicação pode ser alcançada com alguns cuidados, mas muita gente se preocupa com determinados aspectos, como desinibição e expressão verbal, ignorando pontos imprescindíveis para o êxito pretendido. A fluência verbal e o autodomínio são essenciais, mas todo o esforço do comunicador pode ser inútil se lhe faltarem alguns elementos ligados à atenção, à capacidade de acompanhar o comportamento do interlocutor e, notadamente, o prosaico ato de saber ouvir. A lição vem de Sócrates: “Temos de aprender a perguntar e a ouvir”. A maioria das pessoas não tem paciência: ou interrompem a pessoa que fala ou simplesmente passam a ignorá-la. E assim agem movidas por preconceitos em função de estereótipos. É importante frisar que a capacidade de concentração de uma pessoa, em média, é de 30 segundos. Daí o formato predominante do comercial no rádio e na televisão. É natural, então, que exista grande empecilho ao diálogo, que pressupõe disposição de efetiva troca de idéias e opiniões. O ato de ouvir exige, portanto, além de humildade, treinamento. Se, depois de 30 segundos, a tendência é pensar em outro assunto, a capacidade de ouvir exige do interlocutor especial atenção, além de todo o cuidado para que não ocorram associações de idéias.


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