Brochura Made in Hollywood

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Charlie Chaplin e Jackie Coogan O Garoto de Charlot, Charles Chaplin Productions. Fotógrafo desconhecido, 1921

Charlie Chaplin and Jackie Coogan The Kid, Charles Chaplin Productions. Unidentified photographer, 1921

O revivalismo subjacente a uma exposição de fotografias como Made in Hollywood chega a Cascais num momento em que qualquer obra-prima do cinema americano dos anos de ouro é de novo celebrada como fonte de sensações por cinéfilos de todas as idades e condições. E por isso esta colecção de fotografias dos actores e actrizes da puberdade do cinema não é exclusivamente dedicada àqueles que dela ainda guardem o efeito que lhes amenizou a experiência vivida. É também apresentada como exemplo de solidez e de profissionalismo, de energia e brilho, de genuína fruição e prática do belo em que fotógrafos e fotografados, aliados numa mesma conjura em prol da celebração da sétima arte e da sua própria sobrevivência especular, criavam deslumbrantes constelações iconográficas que funcionavam como elementos constitutivos de toda uma complexa fábrica de ilusões. Fotografia e cinema, formas de expressão tão intimamente relacionadas que não se dispensam uma à outra, comparecem nesta realização ligadas por laços íntimos tão fortes que não é possível olhar as imagens sem que elas suscitem duas leituras a partir de outras tantas linguagens: a paralisia da pose e a agilidade do movimento que pautam os reflexos do observador empenhado na interpretação do que lhe é dado a ver. No primeiro caso, o apelo à introspecção convoca um cruzamento de subjectividades que dialogam sobre os pensamentos privados que a fotografia deixa no ar; no segundo é o ritmo, o frenesim, o pulsar do quotidiano que espevita a sensibilidade de quem vê num contexto de imitação da vida marcado pelo movimento e pela manipulação imaginativa do real. Grande fotografia e grande cinema juntam-se portanto numa mostra memorável no Centro Cultural de Cascais em mais uma iniciativa da Fundação D. Luís I, não podendo eu deixar de agradecer à Dra. Maria João Seixas, directora da Cinemateca, a disponibilidade manifestada para connosco colaborar. Carlos Carreiras Presidente da Câmara Municipal de Cascais

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Revivalism underpinning a photographic exhibition such as Made in Hollywood has come to Cascais at a moment in which any masterpiece from the Golden Age of American Cinema is celebrated anew by movie buffs of all ages and conditions as a source of sensations. This is why this collection of photographs showing actors and actresses in the early days of cinema is not exclusively dedicated to those who still treasure the effect that it exerted in making their life experiences more pleasant. It is also displayed as an example of soundness and professionalism, of vigour and glamour, of genuine maturity and the art of the beautiful where the photographs and their subjects, united in the same magic that seeks to celebrate the Seventh Art and their own survival in show-business, have created stunning iconographic stars that act as the complex stuff of which illusions are made. Photography and the cinema, forms of expression that are so intimately tied up that they cannot survive without each other, appear here as being so tightly and closely bound together that it is not possible to look at the photographs without their calling up two interpretations from among many: the frozen pose and the agility of the movement that directs the observer’s reflexes bent on interpreting what is being shown him. In the first case, it is the appeal made for introspection, inviting a meeting of subjectivities that dialogue about the private thoughts that the photographs leave in the air; in the second case, it is the rhythm, the pace, the throb of daily life that excites the feelings of those who see them, imitating real life in a context marked by movement and the imaginative manipulation of the real. Therefore, great photography and great cinema are brought together, therefore, in a memorable show at the Cascais Cultural Centre in yet another event organised by the D. Luís I Foundation, where we cannot but thank Ms. Maria João Seixas, the director Cinemateca, for the willingness she showed to work with us. Carlos Carreiras, Mayor of Cascais



Elizabeth Taylor MGM. Clarence Sinclair Bull, 1948

Fabricados em Hollywood

Made in Hollywood

Fabricado(s) em Hollywood. No princípio foi um sítio: situada nos arredores de Los Angeles, Hollywood torna-se, a partir dos anos 20 do século passado, o símbolo do cinema de espectáculo, devido à elevadíssima concentração de estúdios e produtoras. Parece que as primeiras pessoas que se juntaram nesse lugar – depois dos peles-vermelhas, naturalmente – foram os membros de uma certa família Wilcox, por volta de 1886. Pelo menos, tudo leva a crer que é à senhora Wilcox que se deve o toponímico poético de «bosque de azevinhos». Os primeiros «homens de cinema» chegam a Los Angeles ou, de qualquer modo, à Califórnia em 1907-1908. O que os leva a trocar Nova Iorque por estas berças remotas não é tanto – ou não é apenas – a procura de um clima mais conforme às exigências de uma produção continuada e de um território que ofereça paisagens muito variadas; o que os faz fugir é a justiça, posta em acção pelo monopólio detentor das patentes das máquinas cinematográficas (a MPPC, capitaneada por Edison): estar em Hollywood significa estar perto da segura fronteira mexicana, do lado de lá da qual era possível obter refúgio se surgissem os agentes da polícia ou os assassinos contratados. O primeiro filme rodado naquela região foi The Squaw Man (1913), realizado no celeiro de um rancho: é simultaneamente a primeira obra de Cecil B. de Mille, a primeira obra da Jesse Lasky Feature Paly Co. (uma das firmas que fundaram a Paramount) e a primeira obra de longa-metragem saída de Hollywood. Nos anos seguintes, este subúrbio desenvolve-se impetuosamente, em paralelo com o igualmente rápido crescimento dos «independentes» e com a derrota do monopólio. Os mais importantes realizadores (Ince, Griffith e Sennett) transferem-se para lá e fundam a Triangle. Depois de Lasky, há outros produtores que se vão estabelecendo: Zukor, Fox, Laemmle (em 1915 cria a Universal City, que se manterá como uma das maiores «fábricas de sonhos» de Hollywood), os irmão Warner, etc. Foi a partir destas primícias que surgiu o modelo que criou os deuses e deusas do cinema. Aquilo a que se chamou star system, isto é, um sistema de desfrute das imagens dos actores e actrizes, que de meros intérpretes são transformados em «divos», em «vedetas», em «estrelas», justamente. Com o fim do cinema mudo a indústria americana começa a desenvolver uma estratégia estruturada sobre a popularidade dos actores e actrizes, de que se serve (juntamente com o rigoroso controlo da sua vida privada) para produzir êxitos extraordinariamente duradouros. Mary Pickford, Rodolfo Valentino, Theda Bara, Douglas Fairbanks, Pola Negri, Gloria Swanson, o próprio Chaplin e mais alguns contribuíram desta maneira, voluntária ou involun-

Made in Hollywood. At the beginning it was just a place; situated on the outskirts of Los Angles, as from the 1920s Hollywood became the symbol of show-business due to its dense concentration of studios and producers. It seems that the first people to get together in this spot – after the redskins, naturally – were the members of a certain family called Wilcox in around 1886. At least, tradition would have us believe that the poetic name of «holly-wood» owes itself to Mrs Wilcox. The first «motion-picture men» started arriving in Los Angeles, or at least in California, in 1907-1908. What made them exchange New York for these remote berths was not so much – or rather, was not only because of – a search for a climate that was better suited to the demands of continuous production and a land that offered very varied landscape; what made them flee was the law, triggered off by the monopoly patent held on film equipment (by MPCC, headed by Edison): being in Hollywood meant being close to the safety of the Mexican border, on the other side of which it was possible to seek refuge in case law-enforcement officers or hired killers would show up. The first motion picture that was filmed in this area was The Squaw Man (1913), shot in a barn on a ranch: it was simultaneously Cecil B. de Mille’s first film, the Jesse Lasky Feature Play Co.’s first venture (one of the companies to found Paramount) and the first feature film to come out of Hollywood. During the following years, the suburb blossomed impetuously, together with the equally fast-growing «independent» companies and the defeat of the monopoly. The most important film directors (Ince, Griffith e Sennett) moved to Hollywood and founded Triangle. After Lasky, other producers started establishing themselves there: Zukor, Fox, Laemmle (in 1915 Universal City was created and was keep its position as one of Hollywood’s biggest «dream factories»), Warner Brothers, etc. It was from these beginnings that the model for creating motion-picture gods and goddesses was designed. What is called the star system, or rather, the system projecting the images of the actors and actresses came into being, transforming mere interpreters into «divi», «vedettes», more precisely, into «stars». With the end of the silent movies, the American motion picture industry started to follow a strategy that was shaped around the popularity of the actors and actresses and which would be used (together with strictly supervising their private lives) to produce extraordinarily enduring hits. Mary Pickford, Rodolfo Valentino, Theda Bara, Douglas Fairbanks, Pola Negri, Gloria Swanson, Chaplin himself as well as others were, in this way, to voluntarily or involuntarily to help amass fortunes for the producers to whom they

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tariamente, para as fortunas dos produtores aos quais estavam ligados por férreos contratos. Mais tarde surgiram Greta Garbo, Joan Crawford, Marlene Dietrich, Jean Harlow, Bette Davis, Clark Gable, Judy Garland, Gary Cooper, Ingrid Bergman, James Stewart, Cary Grant e muitos outros. Foi sempre um sistema em equilíbrio instável, afectado por intensas rivalidades, mexericos, abusos, batalhas judiciais, escândalos (é famoso o de Ingrid Bergman, posta de lado pela puritana comunidade hollywoodiana depois da «fuga» com Rossellini, muito mais velho do que ela; também ficaram célebres as destemperanças de Marilyn Monroe). O sistema resistiu, graças à cumplicidade económica entre estrelas e produtores, até Hollywood entrar em crise, nos anos 50 do século passado, sob os golpes da triunfante televisão. O declínio foi inesperado e radical. E embora a indústria cinematográfica tenha recuperado algum fôlego nos anos 70, a verdade é que nunca mais houve espaço para o velho star system. As relações entre actores e produtores tinham-se invertido (era a estrela – Marlon Brando, Paul Newman, Dustin Hoffman, Robert Redford ou Robert De Niro – que ditava agora as leis aos produtores e não o oposto), a própria força de atracção das estrelas acabou por se esbater, em parte substituída pelo prestígio de alguns realizadores-produtores (Coppola, Altman, Kubrick, Spielberg, Lucas, etc.), em parte ultrapassada pela sugestão espectacular dos efeitos e das maravilhas tecnológicas. Na Europa o star system foi sempre muito menos influente do que nos Estados Unidos, se é que é possível dizer que houve alguma vez uma coisa parecida no Velho Continente. Fenómenos como os de Gina Lollobrigida, Martine Carol, Silvana Mangano, Brigitte Bardot ou Sophia Loren (aliás «diva» americana mais do que europeia) nunca tiveram qualquer incidência particular, para o mal ou para o bem, nas cinematografias dos seus respectivos países. De facto, na Europa foi (e é) mais forte a presença estelar dos cineastas (Fellini, Bergman, Godard, Wajda, Truffaut, Lelouch, Almodovar, Mikhalkov, etc.). Aos faustos do estrelato, e sobretudo aos seus dissabores, contrastes e perversões, foram dedicados – de acordo com os hábitos moralistas e sociológicos que vigoram deste ou daquele lado do Atlântico – inúmeros filmes. Recordemos as três versões de A Star Is Born: 1937, com Janet Gaynor, de William Wellman; em 1954, com Judy Garland, de George Cukor; em 1976, com Barbara Streisand, de Frank Pierson. E ainda, por exemplo: The Star, 1953, de Stuart Heisler, com Bette Davis; La signora senza camelie, 1953, de M. Antonioni, com Lucia Bosé (devia ser Gina Lollobrigida, que recusou o papel); Vie privée, 1961, de Louis Malle, com Brigitte Bardot; ou Fedora, 1978, de Billy Wilder, com Hildegarde Knef e Marthe Keller. Mas no cinema, essa arte da luz e do movimento, dos corpos e dos objectos, das vastidões e dos enclausuramentos, nenhuma morte é para sempre. E assim ressuscitam no Centro Cultural de Cascais, em toda a sua plasticidade, os rostos que povoaram, povoam e povoarão o nosso imaginário até à nossa morte para o mundo, que, feliz ou infelizmente, será definitiva.

were bound by iron-clad contracts. Later on, Greta Garbo, Joan Crawford, Marlene Dietrich, Jean Harlow, Bette Davis, Clark Gable, Judy Garland, Gary Cooper, Ingrid Bergman, James Stewart, Cary Grant and many others came into the spotlight. It was always a system struggling to keep its precarious balance, affected by intense rivalries, gossip, outrages, legal battles and scandals (the scandal Ingrid Bergman caused is famous; she was shunned by the puritanical Hollywood community after «running off» with Rossellini who was very much older than she was; Marilyn Monroe’s intemperance also became famous). The system stood firm thanks to the economic complicity between the stars and the producers until Hollywood was plunged into a crisis during the 1950s owing to the triumphant blows dealt it by television. The decline was unexpected and radical. And although the motion-picture industry regained some of its momentum during the 1970s, the truth is that there would never again be room for the old star system. Relations between the actors and the producers had been inverted (now it was the star – Marlon Brando, Paul Newman, Dustin Hoffman, Robert Redford or Robert De Niro – who dictated the law to the producers and not the other way round); the stars’ own force of attraction ended up by dwindling and was partially replaced by the prestige of some of the directorsproducers (Coppola, Altman, Kubrick, Spielberg, Lucas, etc.), while it was also partially overtaken by amazing specialeffects and technological wonders. In Europe, the star system had always been less influential than in the United States, if it is possible to say that there was anything remotely resembling it in the Old World. Phenomena such as Gina Lollobrigida, Martine Carol, Silvana Mangano, Brigitte Bardot ou Sophia Loren (needless to say, she was more American «star» than European) never had any particular prevalence, whether for better or for worse, in the motion-picture industry in their own countries. Indeed, in Europe, the greatest stars were (and still are) the film directors (Fellini, Bergman, Godard, Wajda, Truffaut, Lelouch, Almodovar, Mikhalkov, etc.). Numerous films were dedicated – in accordance with the moralistic and sociological habits in evidence on either side of the Atlantic - to the extravagances of stardom, and above all to its unsavouriness, contrasts and perversions. We recall the three versions of A Star Is Born: in 1937, with Janet Gaynor, directed by William Wellman; in 1954, with Judy Garland, directed by George Cukor, and in 1976, with Barbara Streisand directed by Frank Pierson. And also The Star, 1953, by Stuart Heisler with Bette Davis; La signora senza camelie, 1953, by M. Antonioni with Lucia Bosé (it should have been Gina Lollobrigida, who refused the role); Vie privée, 1961, by Louis Malle with Brigitte Bardot, or Fedora, 1978, by Billy Wilder with Hildegarde Knef and Marthe Keller. But in the cinema, this art of light and movement, of bodies and objects, of wide-open spaces and cloistered places, no death lasts forever. And thus, resuscitated at the Cascais Cultural Centre, in all it plasticity, are the faces that populate, and will continue to populate, our imagination until our death to the world which happily or unhappily will be for once and all.

António d’Orey Capucho / Salvato Teles de Menezes Presidente da FDLI / Administrador-Delegado da FDLI

António d’Orey Capucho / Salvato Teles de Menezes President / CEO D. Luís I Foundation

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Marilyn Monroe Los Angeles. Tom Kelley, 1949


O Glamour dos Deuses:

Glamour of the Gods:

O Retrato das Estrelas nos Estúdios de Hollywood

Star Portrait Photography in the Hollywood Studios system

Nos bons tempos dos Estúdios de Hollywood, entre finais dos anos 20 e meados dos 50 do século passado, a produção concorrencial de retratos promocionais de cada uma das estrelas de Hollywood difundia activamente os seus filmes a nível mundial. Esses retratos eram obra daqueles a quem mais tarde viria a chamar-se os Fotógrafos Retratistas de Hollywood. Este grupo de homens utilizados pelos diferentes Estúdios (apenas uma mulher, Ruth Harriet Louise, dirigiu jamais um departamento de fotografia de cena de um Estúdio) incluía George Hurrell, Clarence Sinclair Bull, Laszlo Willinger, Ernest Bachrach, A.L.”Whitey” Schaefer, Bob Coburn, William Walling, E.R. Richee e Scotty Welbourne. Foram eles os responsáveis por criar as imagens fascinantes dos “deuses” – as principais estrelas cinematográficas desse tempo – a que Hollywood está indissociavelmente ligada. Em 1969, John Kobal, depois de passar alguns anos a tentar infrutiferamente localizar alguns desses fotógrafos, foi enviado pelo The Sunday Times, do Reino Unido, entrevistar Mae West, a veterana estrela de cinema, que estava a filmar Myra Breckenridge em Los Angeles. Enquanto esperava por ela no plateau, Kobal reparou num homem de idade que andava por ali a tirar fotografias e perguntou-lhe o que estava a fazer. O homem explicou que estava a tirar fotografias promocionais para o filme. “E como se chama?” – perguntou-lhe Kobal. “George Hurrell.” “O George Hurrell!” – replicou um Kobal espantado, mal ousando acreditar que talvez tivesse tropeçado no decano dos Fotógrafos de Hollywood. Ele acenou que sim com a cabeça: “Mas toda a gente me dizia que tinha morrido!” E assim começou a íntima relação de trabalho de Kobal com os Fotógrafos Retratistas de Hollywood sobreviventes, que levou à montagem de muitas exposições em museus de todo o mundo – incluindo o Victoria & Albert Museum e a National Portrait Gallery, em Londres; o Museu de Arte Moderna, em Nova Iorque; a National Portrait Gallery, em Washington DC e o Los Angeles County Museum of Art – e culminou no seu importante livro The Art of the Great Hollywood Photographers. Para além de voltar a reunir os Fotógrafos de Hollywood com os seus próprios negativos e de os incitar a fazer provas actualizadas para essas exposições, Kobal começou igualmente a coleccionar provas antigas das suas obras, por vezes provenientes dos próprios fotógrafos (embora, surpreendentemente, muito poucos, para além de Bull, tivessem o hábito de guardar os seus trabalhos), de vendas de fotografias ou oriundas de outros coleccionadores. Apesar de ter montado mais de trinta exposições durante a sua vida (morreu em 1991), nunca expôs essas provas “clássicas”. Made In Hollywood é, por isso, a primeira vez que é apresentada uma selecção das mesmas. Inclui algumas das imagens favoritas de Kobal, imagens essas que lhe devem a sua ressurreição para o público dos nossos dias: a elegante Louise Brooks com o seu longo colar de pérolas, de E.R. Richee; Gary Cooper com um cigarro apagado a pender-lhe displicentemente dos lábios, de C.S. Bull; os retratos modernistas de Katharine Hepburn, da autoria de Bachrach, e os da sensual Joan Crawford, de Hurrell.

In the great days of the Hollywood Studio system, from the late 1920s to the mid 1950s, the competing output of publicity portraits of each of the Hollywood Studio’s stars drove the relentless promotion of their movies all round the world. These portraits were the work of, what later became to be called, the Hollywood Portrait Photographers. This group of men employed by the different Studios (only one woman, Ruth Harriet Louise, ever ran a Studio’s stills department) included George Hurrell, Clarence Sinclair Bull, Laszlo Willinger, Ernest Bachrach, A.L.”Whitey” Schaefer, Bob Coburn, William Walling, E.R. Richee and Scotty Welbourne. They were responsible for creating the glamorous images of “the gods” – the major film stars of that era - with which Hollywood is inextricably linked. In 1969, John Kobal, having spent a couple of fruitless years trying to track down some of these photographers, was sent by The Sunday Times in the UK to interview Mae West, the veteran movie star, who was filming Myra Breckenridge in Los Angeles. Whilst waiting for her on set, Kobal noticed an elderly man moving round taking photos and asked him what he was doing. The man explained that he was taking the publicity stills for the film. “And your name?” asked Kobal. “George Hurrell”. “THE George Hurrell!” replied an astonished Kobal hardly daring to believe that he might have just stumbled upon the doyen of the Hollywood Photographers. The photographer nodded. “ But everyone told me you were dead!” Thus began Kobal’s close working relationship with those surviving Hollywood Portrait Photographers that led to the mounting of many museum exhibitions all round the world - that included the Victoria & Albert Museum and National Portrait Gallery, London; The Museum of Modern Art, New York; The National Portrait Gallery, Washington DC and The Los Angeles County Museum of Art – culminating in his seminal book The Art of the Great Hollywood Photographers. Besides reuniting the Hollywood Photographers with their own negatives and encouraging them to make modern fine art prints for these exhibitions, Kobal also started collecting vintage prints of their work sometimes from the photographers themselves (though surprisingly very few of them, besides Bull, had ever kept much of their own work) and photo sales and other collectors. Although he mounted over thirty exhibitions in his lifetime (he died in 1991), he never exhibited these vintage prints. Made In Hollywood is therefore the first time that a selection of these prints has been shown. It includes some of his favourite images that he took a leading hand in resurrecting for contemporary audiences: ER Richee’s stylish Louise Brooks with her long pearls; CS Bull’s smouldering Gary Cooper with an unlit cigarette nonchalantly dangling from his lip; Bachrach’s modernist portraits of Katharine Hepburn and the sexy Joan Crawford portraits by Hurrell. Kobal’s importance in championing the work of the Hollywood Photographers, at a time when many regarded them as mere craftsmen at best and photo-hacks at worst, was key. The exhibitions he mounted and the books he

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A importância de Kobal na defesa da obra dos Fotógrafos de Hollywood, numa altura em que muitos os viam apenas como artesãos, na melhor das hipóteses, ou como mercenários da fotografia, na pior, foi decisiva. As exposições que montou e os livros que escreveu destacam o acervo incomparável da sua obra e a importância da mesma para a arte fotográfica. Made In Hollywood, a exposição, e Glamour of the Gods, o livro em que se baseia, reflectem simultaneamente o talento extraordinário desses homens e a paixão e a perspicácia de John Kobal relativamente à obra que criaram. Simon Crocker Presidente da Fundação John Kobal

Marlon Brando Um Eléctrico Chamado Desejo, Warner Brothers. John Engstead, 1950

Marlon Brando A Streetcar Named Desire, Warner Brothers. John Engstead, 1950

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wrote all highlighted their unique body of work and why it mattered to the art of photography. Made In Hollywood, the exhibition and, Glamour of the Gods, the book on which it is based, reflect both the extraordinary talent of these men and John Kobal’s own passion and perspicacity for the work that they created. Simon Crocker Chairman, The John Kobal Foundation


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Fundação John Kobal, Hollywood por Fotografias de Divas e Divos Ele houve um tempo em que Hollywood era verdadeiramente uma sucursal do Olimpo dos deuses gregos, um território habitado por deslumbrantes estrelas. Essas estrelas – stars, eram, nesse tempo que já houve, ininterruptamente criadas pela maior fábrica de sonhos do globo terrestre, a fábrica de um sistema – system, chamado Hollywood, terra que na terra inventou o star system para uma Arte especial, a 7ª, de sua graça Cinema! Ao resto do mundo era apenas consentido ver os filmes em que brilhavam tais deusas – divas e tais deuses – divos (chancela mais do universo da ópera, mas que o cinema ocasionalmente praticava) e folhear as revistas em cujas páginas resplandeciam as suas imagens, magicamente captadas por grandes mestres do olhar. Assim, guiado por tão talentosas objectivas, o resto do mundo vivia para admirar e amar esses seres divinos que embelezavam a paisagem baça dos seus quotidianos. Escapando de realidades menos fulgurantes, o resto do mundo punha-se, frequentemente e desse fantasmático jeito, a sonhar. Hollywood ganhava, nesse tempo que já houve, o poder quase exclusivo de pôr o resto do mundo a sonhar. É preciso acrescentar, porque justiça há, que, no resto do mundo, outras cidades – Berlim, Paris e Roma, ah sim, Roma!, ousaram competir com Hollywood, também fazendo cintilar as suas stars, de que outros tantos grandes mestres do olhar iam fixando o inconfundível brilho. A cor, acrescentando embora muito ao Cinema, suspendeu esse tempo que houve. O jogo de luz e sombras, que o preto e branco inspira e permite, foi sendo trocado por outros jogos. Os rostos, os corpos e, sobretudo, o olhar das grandes estrelas dos anos 30, 40, 50… presentes em muitos dos nossos filmes da vida, foram sendo entregues a outras objectivas, outras películas. O mistério do glamour que as endeusara ia ficando para trás, cada vez mais para trás, guardado e protegido apenas pela memória dos seus devotos. É sobre o glamour dessas divas e divos, sobre a luz, rara, que os acompanhava, que emitiam, como já hoje não, que esta exposição da Fundação John Kobal e do Santa Barbara Museum of Art nos fala. É o modo mágico como alguns dos grandes mestres fotógrafos desses anos captavam as estrelas de Hollywood, transformando-as em stars do system, que esta exposição “Made in Hollywood” nos revela, e que também a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema fará brilhar nos seus ecrãs. Gary Cooper MGM. Clarence Sinclair Bull, 1934

Maria João Seixas Directora da Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema

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John Kobal Foundation, Hollywood through Photographs of Divas and Divos There was a time when Hollywood was truly a branch of the Greek gods Olympus, a territory inhabited by dazzling stars. Those stars were in that time uninterruptedly launched by the greatest dream factory on the planet, the factory of a system called Hollywood, the land on earth that invented the star system for a special Art, the Seventh – Cinema! The rest of the world was only allowed to see the films in which these goddesses – divas – and these gods – divos – (terms more suited to the opera universe, but which the cinema occasionally practiced) shone and to leaf through the magazines on whose pages their images enchanted, magically captured by great masters of the gaze. Thus, guided by such talented lenses, the rest of the world lived in order to admire and love those divine beings that embellished the dull landscape of their daily lives. Escaping from less glamorous realities, the rest of the world could often set itself to dream in such a phantasmatic manner. In those times Hollywood hold the almost exclusive power to make the rest of the world dream. It should be added, for justice’s sake, that in the rest of the world there were also some cities of different countries – Berlin, Paris, Rome, ah yes, Rome! – that dared to compete with Hollywood. There were also other great masters of the gaze working to capture the sparkling images of their own national stars and their unique shine. Colour, although adding a different aura to film making, suspended that specific gloss of the past. The intensity of the game between light and shade, inspired and allowed by black and white, was about to change its rules. The faces, the bodies and above all the gazes of the great stars of the thirties, forties and fifties… present in many of the films of our lives, were now to be kept by the new rules, under different lenses and colour film. The mystery of the glamour that had turned them into gods was increasingly left behind, kept and protected only by the memories of their devout fans. This John Kobal Foundation exhibition tells us about the glamour of those divas and divos, about the exquisite scintillation they emitted. In those times, but not today. It is the magical way with which some of the great old photographic masters have captured the stars of Hollywood, transforming them into stars of the system, that this “Made in Hollywood” exhibition shows. Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema is happy to make possible that some of those glamorous stars shine again on its screens. Maria João Seixas Director of Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema


Sob o Signo de Hollywood

Under the Hollywood Sign

Pelo final dos anos 20, no século passado, o cinema adquiria a sua expressão essencial, com a introdução do sonoro. Este revolucionário contributo técnico converteu-se, em breve, num elemento decisivo para a plenitude de uma indústria artística, em suas múltiplas veredas e variantes. Então principiava, em Hollywood, a chamada Época de Ouro, para sempre insuperável. As três décadas seguintes revelaram o melhor que se faria em produção, criatividade e espectáculo. Garantindo a modernidade, favorecendo a nostalgia de uma herança mágica e fascinante. O sortilégio das fitas falantes, a par com o recurso à luz artificial, acompanhou o nascimento e o primado dos grandes estúdios – a partir de 1929, com a RKO Pictures, a Paramount, a Twentieth Century Fox ou a MetroGoldwyn-Mayer. A tal correspondeu a construção de enormes e requintadas salas, congregando mais gente fiel ao culto onírico. Forjou-se o star system, controlado pelos estúdios – que impunham às divas e aos astros, a quem vinculavam, uma imagem pública irrepreensível, quase perfeita como cintilavam na tela. As maiores dessas vedetas resplandeceram em conflitos românticos, peripécias irresistíveis, feitos heróicos. Uma nova carisma de representação pelo fenómeno audiovisual, autenticando a importância e eficácia dos diálogos, levou à contratação de escritores prestigiados e à formação de argumentistas especializados, consubstanciando as regras do que ficaria conhecido como estilo narrativo clássico. Assim, relevava uma estrutura dramática determinante, sem inconsequentes desvios temáticos e visando o convencional happy ending. Os géneros de sucesso persistiram, ou foram reformulados, outros surgindo mais consentâneos às actuais virtualidades do espectáculo, ou reflectindo as vivências de época, os factores primordiais da realidade e da história. Um tal manancial era, aliás, imprescindível para alimentar a fábrica de sonhos, sua gestão e continuidade. Considerando que cada um dos principais estúdios produzia, anualmente, cerca de cinquenta filmes – um por semana – e que a rivalidade se havia tornado um postulado de supremacia, sofisticaram-se a concorrência e as alternativas. A comédia reconstituiu-se, o registo sentimental logrou intimidade, a aventura atingiu outros horizontes. Surgiram os filmes de gangsters e, após a Grande Depressão, também com o Production Code, imperou a lei e a ordem. Até que os estereótipos se revestiram, e o musical acolheu um contexto exótico. A crise subsequente à II Guerra Mundial culminaria o declínio dos grandes estúdios, que enfrentavam ou se iam adaptando aos modelos dimanados pela televisão. Os paroxismos revitalizados pela ficção científica, os contrastes e os problemas sociais como a discriminação, os estigmas da espionagem com a Guerra Fria, perspectivaram outros rumos, diferentes estratégias, mitologias e potencialidades – entre o lucro e a arte – sob o signo de Hollywood. O cunho patriótico, a influência política, a paranóia anticomunista deixaram marcas. E todas estas referências, estas expectativas todas, o cinema consagrou, tendencialmente no auge e no esplendor dos seus firmamentos e complexidades – em louvor, afinal, ao génio fulgurante, ao engenho magistral, à sensibilidade virtuosista, à sóbria veemência, à veterania institucional, ao talento versátil, ao intenso elã, ao mistério sensual, ao enlace simbólico, ao volúvel fascínio, que singularizam ou sublimam os distintos directors, guionistas (e dramaturgos), fotógrafos e iluminadores, cenógrafos, montadores e intérpretes lendários. O surto épico e as paisagens insólitas, os demónios privados e a expiação ritual, a rebeldia juvenil e os dilemas entre gerações, as paixões em transe e a desmedida dos caprichos, a ênfase teatral e os desafios da natureza, o deslumbre visionário e a tentação do pecado, lágrimas e vaidades, confrontos, sorrisos e disfarces… Eis obras-primas intemporais, que transcendem a excelência de uma cinematografia – capaz de todas as ousadias ou excentricidades que Hollywood, soberanamente, acabaria por impor. Graças à sua universalidade, tocando os olhares mais diversos e extremos. Para glória eterna das suas estrelas. José de Matos-Cruz Crítico de Cinema

Towards the end of the 1920s when the talkies were introduced, the cinema acquired its essential expression. This revolutionary technical invention was soon to become a decisive factor in the blossoming of the artistic industry in all the various paths and forms it was to take. Thus began the so-called Golden Age of Hollywood that so far has never been surpassed. The three following decades revealed what was the best in production, creativeness and show-business. Guaranteeing modernity, favouring the nostalgia of a magical, fascinating inheritance. The bewitchment exerted by the talkies together with the use of artificial lighting accompanied the birth and the rise to fame of the major studios – as from 1929, with RKO Pictures, Paramount, Twentieth Century Fox or MetroGoldwyn-Mayer. It also meant building enormous luxurious movie theatres where more of the faithful followers of the dream cult were able to congregate. The star-system was forged, controlled by the studios – which forced the divi and the stars under contract to them, to present an irreproachable almost perfect public image in keeping with their glittering projections on the silver screen. The most acclaimed of these movie stars sparkled in romantic intrigues, irresistible reversals of fortune and heroic deeds. The new charisma surrounding acting due to the audiovisual phenomenon, served to authenticate the importance and the efficiency of the dialogues, causing prestigious writers to be hired and skilled script-writers to be trained, thereby consolidating the rules that were to be known as the classical narrative style. It featured a particular dramatic structure without any inconsequential deviations in the storyline, leading straight to the conventional happy ending. The successful genres were repeatedly followed or reformulated while others conformed to current show-business patterns or reflected the habits of an age where realism and history were the main factors. Indeed, such a fountainhead was indispensable for feeding the dreamfactory, and for managing and perpetuating it. Considering that each of the major studios produced about fifty films a year – one a week – and that the rivalry among them had become a postulate for supremacy, competition and the alternatives offered grew increasingly more sophisticated. Comedy was brought back in new guises, the romantic film bespoke intimacy and adventures broke through new horizons. Gangster movies started appearing and after the Great Depression coinciding with the Production Code, law-‘n-order films ruled the day. Even the stereotypes were given an overhaul and musicals were set in exotic surroundings. The slump that hit after the Second World War culminated in the decline of the major studios; they either had to take on or adapt to models that were now dictated by television. Their death throes abated as they were revived by science fiction, but contrasting scenarios and social problems such as discrimination and Cold-War spy slurs, indicated that other paths lay ahead, involving different strategies, mythologies and potentialities – between profit and art – under the Hollywood sign. The stamp of patriotism, political meddling and anticommunist paranoia left their marks. And all these references, all these expectations were enshrined by the cinema, now at its peak and in the splendour of its heavens and all its complexities – at last, in praise of fleeting genius, majestic enterprise, virtuosity in sensitivity, vehement sobriety, the formal mastery of veterans, versatile talent, intense glamour, sensual mystery, symbolic plots and fickle fascination, all of which distinguished or glorified the different directors, script-writers (and playwrights), cameramen, lighting experts, set designers, editors and legendary actors. The surge of the epic and unusual landscapes, the private demons and their ritualistic exorcism, young rebels and generation-gap dilemmas, trance-like passion and uncontrolled capriciousness, theatrical overtones and nature’s challenges, visionary enchantment and tempting sin, tears and vanity, quarrels, smiles and disguises... This was the stuff of timeless masterpieces that transcended the excellence of the camera – capable of taking on all the daring and eccentricities that Hollywood so superbly ended up by imposing. Thanks to its universality, reaching the most diverse and extreme gazes. To the eternal glory of its stars. José de Matos-Cruz, Film Critic


o l c i c de a m e n i c 1

de 5 a

1 DE JULHO » 21H30 sala dr. félix ribeiro sessão de abertura com a presença de josé de matos-cruz, crítico de cinema

Twentieth Century Fox Film Corporation

A UES G U RT PO A A C EM ATE CIN M O E CIN SEU D MU

4 DE JULHO » 15H30 sala dr. félix ribeiro

o julh

2 DE JULHO » 15H30 sala dr. félix ribeiro

Com Marilyn Monroe, Cary Grant, Ginger Rogers Estreia em Portugal: Tivoli, 9 Fev. 1953

3 DE JULHO » 15H30 sala dr. félix ribeiro

MOROCCO MARROCOS (1930) De Josef von Sternberg Paramount Pictures Com Gary Cooper, Marlene Dietrich, Adolphe Menjou Estreia em Portugal: Tivoli, 26 Dez 1931 5 DE JULHO » 19H00 sala dr. félix ribeiro sessão de encerramento com a presença de simon crocker, presidente da fundação john kobal

SUDDENLY, LAST SUMMER BRUSCAMENTE, NO VERÃO PASSADO (1959) De Joseph L. Mankiewicz Columbia Pictures Corporation Com Katharine Hepburn, Elizabeth Taylor, Montgomery Clift Estreia em Portugal: Tivoli, 18 Abr. 1960

SABRINA SABRINA (1954) De Billy Wilder Paramount Pictures Com Humphrey Bogart, Audrey Hepburn, William Holden Estreia em Portugal: Império, 19 Nov. 1954

2 DE JULHO » 19H00 sala dr. félix ribeiro MONKEY BUSINESS A CULPA FOI DO MACACO (1952) De Howard Hawks

THE YOUNG LIONS O BAILE DOS MALDITOS / OS JOVENS LEÕES (1958) De Edward Dmytryk Twentieth Century Fox Film Corporation Com Marlon Brando, Montgomery Clift, Dean Martin Estreia em Portugal: Politeama, 9 Out. 1958 Reposição em Portugal: Alvalade, 14 Mai. 1976

MACAO MACAU (1952) De Josef von Sternberg RKO Radio Pictures Com Jane Russell, Robert Mitchum, William Bendix Não estreado em Portugal.

coordenação de luís miguel oliveira e josé de matos-cruz


EXPOSIÇÃO / EXHIBITION Made in Hollywood, Fotografias da Fundação John Kobal / Made in Hollywood, Photographs from the John Kobal Foundation Uma exposição de / An exhibition by Santa Barbara Museum of Art Organização e Direcção de Projecto / Organization and Project Coordination Fundação D. Luís I Coordenação da Produção, Desenho Expositivo, Conceito Gráfico de todos os materiais, Comunicação e Assessoria de Imprensa / Production Coordination, Exhibition Design, Collaborating Designer, Media and Press Consultants Terra Esplêndida, Produção Cultural Montagem da Exposição / Installation and Construction Team Nuno Lemos, José Romão, João Fausto, Luís Rodrigues Iluminação / Lighting Nuno Lemos Transporte / Transportation Iterartis fotografia na capa cover photo

Seguro / Insurance Hiscox

Marilyn Monroe

Coordenação do Ciclo Cinema / Film Cycle Coordination Cinemateca Portuguesa - Dr. Luís Miguel Oliveira Fundação D. Luís I - Dr. José de Matos-Cruz

RKO. Ernest Bachrach, 1952

fotografia na contra-capa back-cover photo

Sítio / Site www.fundacaodomluis.com

Jean Harlow

Patente de 7 de Junho a 1 de Setembro de 2013 / From 7th June until 1st September 2013

ORGANIZAÇÃO / ORGANIZATION

PARCEIROS DE MEDIA / MEDIA PARTNERS

APOIOS / SPONSORS

UMA EXPOSIÇÃO DE / AN EXHIBITION BY

MGM. George Hurrell, 1933

PRODUÇÃO / PRODUCTION

HOTEL OFICIAL / OFFICIAL HOTEL



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