A cimitarra encantada

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A cimitarra encantada Texto e ilustrações do

3ºA—2017/18 EB 123 de Peniche



Agrupamento de Escolas de Peniche

Biblioteca Escolar A caminho do farol

Trabalho desenvolvido no âmbito do Referencial Aprender com a Biblioteca Escolar, no ano letivo 2017/18, baseado na exploração do conto O fato novo do sultão, em Contos para a infância de Guerra Junqueiro.


A cimitarra encantada Era uma vez um sultรฃo que vivia num palรกcio junto de um oรกsis. O palรกcio era muito grande. Tinha uma sala onde cabiam mil pessoas de uma vez. As suas paredes eram feitas de jade e cristal e tinha bandeiras douradas e azuis em todas as janelas.



O sultão era baixo e gordo. Tinha uma cabeça grande e usava um turbante verde com franjas prateadas. Tinha uns bigodes tão grandes que arrastavam pelo chão.

O sultão nunca saia do palácio porque não queria encher os bigodes de areia.



Passava os dias sentado debaixo de uma palmeira a fumar o seu narguilé. De vez em quando queimava os bigodes e vinha logo um escravo que lhe atirava um balde de água fria à cara.



Todos os dias, o sultĂŁo olhava pelas janelas do seu palĂĄcio e via as palmeiras do oĂĄsis, e depois, a areia do deserto que parecia montanhas sem fim. O sultĂŁo pensava que devia ser interessante conhecer as montanhas de areia.



Um dia, o sultão decidiu ir ver o deserto. Enrolou os bigodes à volta do pescoço e prendeu-os com uma mola. Pegou no seu camelo preferido, chamado Relâmpago, que era castanho-claro, cor de mel, com pelo liso e fino, muito macio. O relâmpago era muito forte e rápido, e aguentava muitos quilómetros no deserto sem beber água.



O sultão, montado no seu camelo, saiu do oásis e começou a subir e a descer os montes de areia. Todas as noites, o sultão dormia encostado ao camelo, para se abrigar da areia que o vento trazia.



Um dia o sultĂŁo subiu a uma duna de areia muito alta. Quando chegou ao cimo, viu uma caravana composta por vinte e um camelos com vinte e um beduĂ­nos neles montados, e mais outros vinte camelos carregados de mercadorias.



Os beduínos usavam túnicas brancas e turbantes de várias cores. Tinham os pés descalços.



Ă€ frente, vinha o chefe dos beduĂ­nos, que usava babuchas bordadas, uma pala num olho e tinha os bolsos cheios de moedas de ouro e prata.



Os camelos iam carregados com água para os homens, e com tapetes voadores, anéis preciosos, lâmpadas mágicas e outras coisas maravilhosas.



O sultĂŁo perguntou se podia ver as mercadorias, e os beduĂ­nos fizeram os camelos ajoelhar para poderem tirar os fardos para o chĂŁo.



No meio das maravilhas o sultão viu uma cimitarra que lhe chamou a atenção porque era de prata e tinha pedras preciosas no punho que brilhavam no escuro. O chefe dos beduínos explicou ao sultão que a cimitarra era encantada e que recebia do sol energia que a tornava invencível.



O sultão comprou a cimitarra. Depois, pegou nela, apontou-a para o sol e a espada brilhou tanto que ninguém conseguia olhar para ela. O sultão atirou-a pelo ar na direção de uma duna de areia. Quando a cimitarra se enterrou na duna, a areia desapareceu como se tivesse havido uma explosão.



Esta arma mágica tinha pertencido ao califa dos reinos do mar vermelho. Tinha-se perdido numa batalha entre o exército vermelho e os piratas das arábias. A cimitarra tinha caído ao mar, e apesar de o califa ordenar aos escravos que mergulhassem à sua procura, ninguém a encontrou.



O califa dos reinos do mar vermelho queria recuperar a sua cimitarra. Um dia um beduĂ­no que passava na cidade foi informar o califa que tinha visto a cimitarra na posse do sultĂŁo dos reinos do outro lado do deserto.



Este califa era invejoso e egoísta, e como era muito poderoso achava que tinha o direito de mandar em todas as pessoas. Então decidiu logo atacar o sultão. Mandou preparar os camelos, as armas e o exército de mil homens.



O exército vermelho avançou pelo deserto, e quando chegou ao reino do sultão roubou e incendiou as casas dos aldeões. Depois cercou o palácio do sultão.



Quando o sultão viu o exército prestes a atacar, subiu à torre do palácio, pegou na cimitarra e atirou-a com toda a força pelo ar. A cimitarra cortou as cabeças de metade dos soldados e, quando se enterrou no chão, causou uma explosão que matou o resto dos soldados.



Quando o califa viu que estava sozinho, fugiu a sete pĂŠs e nunca mais ninguĂŠm o viu.



Para festejar, o sultรฃo convidou toda a gente do seu reino para um banquete, lanรงou foguetes e todos se fartaram de danรงar.



Vitรณria, vitรณria, acabou-se a histรณria.


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