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Recitação Especial de Oko Orientação do Reverendíssimo Soberano da Lei Nichinyo Shonin

13 de janeiro de 2018

NichirenDaishoninesclarecenoGosho“SobreaFacilidade e Dificuldade relativa dos outros Sutras e o Sutra de Lótus (ShokyotoHokekyotoNan-inoKoto)”comosegue: Como o budismo veio sendo gradativamente violado, o mundo também veio se degradando O budismo é como o corpo, e o mundo, como a sombra Quando o corpo se entorta,suasombraficatorta

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(HeiseiShimpenGosho pág 1469)

À luz do budismo, a causa de infortúnios – incluindo desastresnaturais,acidentestrágicoseproblemas,guerrae fome, corrupção e confusões na política, economia e educação–ésomentedevidaàdistorçãodeváriasreligiões Éoresultadodacrençadaspessoasemensinoserrôneos,e nãonaLeicorreta

Portanto, Nichiren Daishonin expõe na escritura, como segue:

Sealmejaatranquilidadeimediatadomundo,deveatodo ocustoeliminarascalúniasàLeidetodoopaís.

(OBemdaTerraBaseadonoEstabelecimentodaVerdade HeiseiShimpenGosho pág 247)

Colocarestasvaliosaspalavrasempráticaesalvarmuitas pessoas que sofrem adversidades devido ao veneno das calúnias à Lei é, sem dúvida, a nobre missão atribuída aos adeptos da Hokkeko Nossa missão é também purificar o mundo,salvaronossopaís,eposteriormentetodoomundo baseadonaprática

A Nichiren Shoshu está avançando com união entre clérigos e adeptos no sentido de atingir a estrutura organizacional de 800 mil adeptos da Hokkeko até o 800 º aniversário de nascimento do fundador Nichiren Daishonin, em 2021 Nós deveríamos considerar como nossa maior satisfação e oportunidade, a possibilidade de atingir este valioso objetivo É uma oportunidade de um em um milhão É essencial direcionarmos as nossas ações em prol do shakubuku, de forma que todos os núcleos consigam atingir os seus respectivos objetivos Além disso, seguindo o exemplo daqueles que realizaram o shakubuku e apresentaram um novo membro, este por sua vez deveria se colocar no lugar do seu mentor e também praticar o shakubuku, conduzindo as pessoas que sofrem com os venenos das calúnias à Lei para o verdadeiro ensino

Shakubuku é a prática budista suprema É também a prática máxima no sentido de retribuir pelas dívidas de gratidão aos Três Tesouros do verdadeiro budismo.

Assim, o 26.º Reverendíssimo Soberano da Lei Nichikan Shonin ensina na “Exegese sobre a Retribuição pelas Dívidas de Gratidão (Hoon Sho Mondan)”:

Combater as leis errôneas é retribuir pelas dívidas de gratidão [...] propagar a Verdadeira Lei é agradecer pelos benefícios [...] Ou seja, se combater as leis errôneas sem poupar a própria vida e propagar a Verdadeira Lei, não ocorrerá de não conseguir retribuir por todas as dívidas de gratidão

(Mondan pág 384)

Shakubukuéprecisamenteapráticasupremaderetribuir pelas quatro dívidas de gratidão, incluindo as dívidas de gratidãoaostrêsTesouros

Nós precisamos nos conscientizar de que a verdadeira prática de retribuição pelas dívidas de gratidão, tanto para clérigoscomoadeptosdaNichirenShoshu,éseguiragrande benevolênciadeNichirenDaishonin,queestabeleceuoDaiGohonzon das Três Grandes Leis Secretas, e colocou shakubuku em prática – refutando as calúnias à Lei e revelandoaverdade–combasenoprincípiodepropagara

Lei sem poupar as nossas vidas Ao mesmo tempo, graças àqueles que nos ensinaram sobre o Budismo da Nichiren Shoshuatravésdoshakubuku,fomos capazes de encontrar

oDai-Gohonzon

Portanto, precisamos reconhecer e retribuir pelas dívidas de gratidão a essas pessoas Na visão budista, podemos reconhecer e retribuir àqueles que nos encaminharam ao budismo da Nichiren Shoshu realizando o shakubuku, em benefíciodaspessoasqueaindanãoconhecemaGrandiosa Lei, ensinando-lhes sobre o budismo de Nichiren Daishonin, a Lei secreta que salva todos os seres Em outras palavras, shakubuku é o ato supremo de retribuição pelas dívidas de gratidão.

Eusinceramentedesejoquetodosassenhorasesenhores realizem corajosamente o shakubuku, de forma a não terem qualquer arrependimento Assim, cada membro será capaz de retribuir pela dívida de gratidão à vasta e ilimitada benevolênciadoDai-Gohonzon.

A prática da fé para as duas existências – presente e futura

O budismo revela a relação causal que permeia as três existências–passado,presenteefuturo

Nichiren Daishonn afirma na escritura “A Abertura dos Olhos(KaimokuSho)”: ConformeTien-tai:“Todososmeusmalesesofrimentosdo presente são decorrentes do passado, e terei no futuro a consequência do acúmulo de exercícios do Bem nesta existência” Consta no Sutra Shinjikan: “Desejando conhecer as causas do passado, observe os efeitos no presente.Desejandoconhecerosefeitosnofuturo,observe ascausasdopresente”.

(HeiseiShimpenGosho,pág 571)

E assim, esclarece que os carmas (todas as ações e influências resultantes dessas ações) acumuladas diariamente por nós permanecem, remanescendo através dastrêsexistências,combasenoprincípiodecausaeefeito

Os carmas são constituídas pelas “ações com o corpo” –praticadas com o corpo, “ações com a boca” – que se referemaexpressãodaspalavras–e“açõescomamente”–quesãoossentimentosquedespertamasaçõeseasfalas

Elas representam todas as nossas atividades vitais, e definem a nossa condição de vida e o modo de viver Esse conceito do carma pode ser facilmente compreendido observando a relação das ações no presente com o resultado Porexemplo,noâmbitodosesportesedamúsica, aaçãoderepetirotreinamentovemaseracausaparaobter um bom resultado Entretanto, no conceito do carma do budismo, busca- se nas ações e comportamentos das existências passadas, as causas de todos os sofrimentos e alegrias que experimentamos, rompendo a barreira da existência presente, e também faz com que observemos as causaseosefeitosnasexistênciasfuturas

Porém, no Gohonzon que reverenciamos todos os dias, na parte superior, à direita, consta: “para as duas existências presente e futura”, e não faz referência à existência passada Por que será? Porque não adianta ficarmos apegados ao passado Não podemos mudar nem apagar o passado

De fato, com a conversão ao Budismo de Nichiren Daishonin, podemos eliminar as causas negativas das existências passadas e transformar até o carma gerado nas existências passadas que se manifestam na existência presente Mas isso não quer dizer que serão anulados os fatos que já ocorreram Por exemplo, caso venha a ferir uma pessoa, a ação em si cessará imediatamente, mas algo como arrependimento e má impressão que acompanham o ato de ter ferido remanescerão E com isso, posteriormente, sem falta sentirá o sofrimento Todas as ações sem falta surtem influências depois

O ser humano não é perfeito e todos cometem erros O importante é admitir os erros, arrepender-se profundamente e procurar não repetir os mesmos erros no futuro

E por não sermos perfeitos, por cometermos erros é que podemos nos voltar para o Gohonzon e recitar o daimoku Quando deixamos de nos apegar ao passado e vivermos de forma construtiva para as nossas existências presente e futura, certamente todos os sofrimentos serão amenizados Isso porque, ao nos apegarmos ao passado, estaremos apenas nos lamentando e reclamando Com benevolência e humildade, poderemos desbravar o nosso futuro

Nichiren Daishonin ensina na escritura “Diálogo sobre Manter o Sutra de Lótus (Jimyo Hokke Mondo Sho)”:

A fama e a fortuna são enfeites apenas da existência presente; a arrogância e o apego são grilhões para as existências futuras Deve-se envergonhar, deve-se envergonhar!Deve-setemer,deve-setemer!

(HeiseiShimpenGosho,pág 296)

Éfundamentalque,paraobemdeoutraspessoasepara um objetivo ainda maior, abandone o “ego” Assim, naturalmente(depoisdeatingirumcertopatamar),poderá compreenderquetudofoinecessário,paraconseguiratingir acondiçãodevidadefelicidade

Porexemplo,étalcomoperceberagratidãoquedevemos aos nossos pais somente quando nos tornarmos pais Quandonostornamospaiséquepercebermosquãodifícilé criarumfilho Eospaisnãocomentamcomosfilhosquão difícil é a criação deles E embora, não voltemos os olhos paraopassado,quandopassamosaviveremproldasduas existências – presente e futura, naturalmente conseguimos compreenderopassado Mesmocomrelaçãoàsfalhasque cometemos, quando olhamos para trás, constatamos que nadafoiemvão Asexperiênciasdetermosnosdefrontado com os sofrimentos nos tornou mais fortes, e também nos deuacapacidadedeperceberadoralheia

Mas também não indica que a vida se transformará, simplesmente por tomarmos uma decisão conforme ensinado pelos princípios éticos e morais: “Vamos viver positivamente sem nos prendermos ao passado! Vamos mudar o nosso pensamento e a forma de interpretar as coisas!” Isso porque, em muitas situações, as emoções passamàfrenteda razão que temos em nossa mente, e, frequentemente, a natureza que originalmente possuímos nãonospermiteagirconformearazão

E é nesse ponto que se faz necessária a doutrina que ilumina as profundezas da vida dos seres humanos Sem a Lei Mística, que conduz corretamente o corpo e a mente desde a sua base, não se consegue tornar uma pessoa verdadeiramente positiva e nem originar uma mente proativa

Nichiren Daishonin revela na escritura “Resposta ao SuseranoNanjo(NanjoDonoGohenji)”: PorsermísticaaLei,apessoaénobre,eporserapessoa nobre,olocalésagrado

(HeiseiShimpenGosho,pág 1569)

E assim, ensina que, como benefício de crer e abraçar o Gohonzonederecitarodaimoku,pode-seaprimorarasua naturezacomoumserhumano,manifestarumamentalidade positivaefirme,etransformaratudo–sejaoambiente,seja o relacionamento humano – para que seja agradável e brilhante

Neste mês, do inicio de um ano, vamos acumular diariamente a recitação de daimoku, sem nos prendermos aos sofrimentos e erros do ano passado, e renovarmos juntos a determinação que nos leve não somente à concretizaçãodenossosobjetivospessoais,mastambémà felicidadedeoutraspessoaseàpropagaçãoirrestritadaLei –kosen-rufu

As Nove Consciências

Matéria para o Treinamento de Verão do Templo Shoboji Reverendo Prior Ryomu Seki 04 de fevereiro de 2018

Os exercícios da nossa prática da fé visam atingir a suprema condição de vida, denominada Iluminação Como senso comum, ocasionalmente, associa-se a Iluminação a algo extremamente distante. Há também o conceito de que se atinge a Iluminação depois do falecimento Tais pensamentos não são do ensino de Nichiren Daishonin Assim, hoje, gostaria de falar sobre a postura para se realizar os exercícios de aprimoramento no caminho do Buda Ou seja, pretendo lhes falar com base na frase: “Deve manter o coração na nona consciência e realizar o exercício de aprimoramento com as seis consciências”

Essa frase consta da escritura “Resposta à Viúva do Suserano de Ueno (Ueno Dono Goke Ama Gohenji)”, mãe do suserano Nanjo Tokimitsu que realizou o oferecimento (gokuyo) do Templo Principal Taisekiji Ou seja:

Temos ainda as palavras dos antigos sábios: “Deve manter o coração na nona consciência e realizar o exercício de aprimoramento com as seis consciências”

(Heisei Shimpen Gosho pág 338)

Pois bem, essa “nona consciência” refere-se a “nove consciências”, as nove classificações das manifestações do coração que servem para nós avaliarmos os fatos ou para refletirmos, depois de analisar e desvendar profundamente

O budismo revela e esclarece as manifestações do coração e a vida sob diversos pontos de vista, e essas “nove consciências” é um de seus princípios É um ensinamento que aborda a vida sob uma perspectiva plena, inclusive o seu inconsciente, com base na análise da manifestação da consciência dos seres humanos

Pois bem, quanto às nove consciências, conforme o termo, é a classificação da consciência em nove Gostaria então de citar a denominação de cada uma das nove consciências

A primeira é a consciência ligada à visão, a segunda, à audição, a terceira, ao olfato, a quarta, ao paladar, e a quinta, ao tato Estas são denominadas “cinco consciências”

Depois das cinco consciências temos a sexta, a do raciocínio Juntamente com as cinco consciências anteriores compõem as chamadas “seis consciências” A sétima é consciênciamanas,aoitava,aconsciênciaalaya,eanona, aconsciênciaamala

Citei,dessaforma,adenominaçãodasnoveconsciências. Todas, no japonês, são acompanhadas pelo ideograma “shiki(consciência)” Esse“shiki(consciência)”éatradução para o japonês do termo em sânscrito (língua da Índia antiga), que tem o significado de “ação de analisar algo e perceber” Ouseja,indicaque“shiki(consciência)”refere-se a classificar, julgar, perceber e distinguir Todas as formas devidadistinguemascondiçõesexternasparapreservarem assuasvidas.

Por exemplo, as plantas também precisam distinguir a diferençadetemperaturaentreoinverno–frio,eoverão–quente, pois sem isso não conseguiriam preservar as suas vidas Caso uma árvore se carregasse com folhas grandes no inverno frio, perderia água e morreria Portanto, para preservar a vida, a árvore distingue a mudança de temperaturadoladodefora,fazendocairassuasfolhasno inverno,tomandomedidasparasobreviveraofrio.

Nós também estamos preservando as nossas vidas, atravésdodiscernimento Porexemplo,sobreamesaestão dispostosdiversosobjetos Porestarmosdistinguindo“oque se pode comer” e “o que não se pode comer”, é que não comemos o prato O discernimento é a ação fundamental parapreservaravida

Ouseja,oconceitodasnoveconsciênciasdobudismoé aquele que atribui a causa da felicidade ou da infelicidade ao íntimo do ser humano, e desvenda o âmago da sua consciência

Pois bem, gostaria então de explicar sobre as nove consciências

Conforme citei há pouco, as atividades vitais se fundamentam na relação entre a captura de materiais e informações externas para analisar e então reagir às condiçõesexternas.

Osórgãosligadosàvisão,audição,olfato,paladaretato servem de canais de acesso para as atividades vitais básicasesãodenominadosdecincoórgãosdossentidosou referidoscomocincosentidos Cadaumdessescincoórgãos dos sentidos possui a função de distinguir diversos elementos ou pessoas, externos, e por essa razão essas funçõessãodenominadasdecincoconsciências

Porexemplo,aconsciêncialigadaàvisãoageparaqueo sentido da visão consiga distinguir aquilo que possui aspecto ou forma e, da mesma forma, a da audição, para distinguirvozesesons,eadoolfato,oaromaeocheiro;a dopaladar,ossaborescomoodoceouoardido,eadotato (pele),asensaçãocomoaderigidezoudemaciez,dofrioou docalordoclima,doabafadooudofrescordabrisa

Citando um exemplo de fácil compreensão, vamos supor que uma pessoa entre num restaurante, peça um bife que apreciamuito,mas,aocontráriodoqueesperava,sejalhe servidoumbifecom a cor esquisita, que pareça ruim aos olhosdequalquerpessoa Elavaiolhar(consciêncialigadaà visão), cheirar o aroma (consciência ligada ao olfato) e provar um pouco o seu sabor (consciência ligada ao paladar).

Vamos citar outro exemplo. Vamos supor que, ao andar numa rua molhada pela chuva, passe um automóvel e espirre água suja em sua calça. Quando isso ocorrer, vai fazer um barulho como “splash”, vai sentir a água respingada (consciência ligada ao tato) e vai olhar para a calça molhada (consciência ligada à visão) Assim, as cinco consciências estão ininterruptamente em ação no dia a dia Portanto, as nossas atividades vitais são administradas com a correlação de captação de elementos ou informações do meio externo através dos cinco órgãos dos sentidos com a análise e reação ao meio externo com base nessa análise E o funcionamento dessas cinco consciências desvanecerá por completo com o falecimento

Pois bem, depois das cinco consciências, temos a sexta, a do raciocínio É denominada de “consciência ligada ao raciocínio”, a consciência de analisar e distinguir as diversas informações e sensações captadas, com os cinco órgãos do sentido como canais de acesso – ou seja, o que foi visto com os olhos, os sons escutados com os ouvidos, os aromas percebidos pelo nariz, o sabor sentido através da língua, o contato sentido com as mãos, pés e o corpo em si

Há uma parábola budista sobre “as seis janelas e um macaco” É a história sobre um macaco dentro de um cubículo com seis janelas Ele ora expõe a sua face em uma janela, ora em outra, e assim vai, de janela em janela, mostrando o seu rosto A face pode ser vista através das seis janelas, mas não quer dizer que existam seis macacos Essa história faz a analogia do macaco com o coração das pessoas e das seis janelas com os seis sentidos, como os da visão

De fato, o nosso coração, conforme mencionei há pouco, nunca está inerte, sendo abalado e agitado de diversas formas a cada instante pelos seis sentidos É fato também que os pensamentos egoísticos afloram um atrás do outro, por influência de fatores externos Todos ativam as seis consciências – como as relacionadas à visão e à audição –, pelas perspectivas do exterior, vistas pelas seis janelas, ou seja, pelos seis sentidos

Pois bem, da mesma forma que, embora haja seis janelas e apenas um macaco, apesar de as cinco consciências – como as relacionadas à visão e à audição, que reagem aos seis sentidos, como a visão e audição – serem independentes, são todas abarcadas pela consciência ligada ao raciocínio Ou seja, é a sexta consciência ligada ao raciocínio que, na retaguarda dos canais de acesso desses cinco órgãos de sentido, promove a integração deles e captura o que entra através deles, julgando e classificando

À luz dos exemplos anteriores, no caso do restaurante, pensar, ao olhar para o bife de má aparência: “é melhor não comer este bife ” ou, no caso do automóvel: “que carro atrevido!”, temos a consciência ligada ao raciocínio

Portanto, a consciência ligada ao raciocínio está constantemente em ação, através das cinco consciências

Quanto a esses dois exemplos, eles geram diversas reações conforme a pessoa Pode ser que sinta raiva com relação ao restaurante ou, embora deixe de comer, mantenha-se em silêncio, resignado No caso do automóvel, pode ser que dirija ofensas na direção do carro, ou faça uma reflexão, considerando ter sido uma falta de atenção de sua parte também De qualquer forma, surgem diversas formas de consciência ligadas ao raciocínio

Assim, as atividades da mente, representadas pelo intelecto e pela razão no dia a dia, como a de visualizar, ouvir sons, pensar, analisar ou lembrar do passado, fazem parte da sexta consciência, ligada ao raciocínio

De qualquer forma, até a sexta consciência, são capacidades que qualquer pessoa pode desenvolver, sem esforços específicos Entretanto, caso só possa analisar com base apenas nessas seis consciências, será dominado pelo ambiente em constante transformação, sendo levado por um modo de vida impetuoso e emotivo, e não poderá viver uma vida e o dia a dia realmente pleno ou significativo

Por essa razão, com profunda reflexão, busca manifestar a natureza da Lei que permeia as profundezas dos fenômenos, ou então, esforça-se para desvendar corretamente a si mesmo Essa é a sétima consciência, denominada consciência manas “Manas” é um termo em sânscrito, que indica a “ação de pensar”

Essa sétima consciência não se correlaciona com algo do mundo exterior, como a sexta consciência, e possui a natureza de explorar a si próprio, bem como seus pensamentos e emoções Além disso, a consciência manas está sempre em atividade nas profundezas da mente, com a ação de se apegar a si mesmo de forma profunda e intensa Ou seja, a esfera da mente em que se pensa no “eu e em mim mesmo” O grande elemento que mobiliza a sexta consciência, ligada ao raciocínio, é essa a sétima consciência

O budismo revela que se identificam, nessa consciência manas, os quatro tipos de pensamentos egoísticos: “ignorância sobre si mesmo; apreço por si mesmo; arrogância decorrente de egoísmo; visão egoística”, e que há necessidade de contê-los

“Ignorância sobre si mesmo” é desconhecer o verdadeiro aspecto de si próprio “Apreço por si mesmo” é o sentimento de afeição profunda por si mesmo, estimar apenas a si mesmo e ficar absorvido por esse amor próprio

“Arrogância decorrente de egoísmo” é ter o coração arrogante “Visão egoística” é o sentimento de não aceitar que não seja o centro de tudo

Conforme podem entender com a explicação desses quatro tipos de pensamentos egoísticos, podemos afirmar que essa sétima consciência é aquela esfera em que se faz uma intensa autoafirmação É uma autoconsciência elementar, de apegar-se fortemente e de amar a si mesmo, queestánasprofundezasdaconsciênciaequedificilmente semanifestaexternamente

O budismo ensina que, na nossa vida cotidiana, mesmo que não percebamos, esse pensamento da sétima consciênciade“autoafirmação”estásemprenosrondandoe procurando uma fresta, como se dissesse: “vou me manifestar vouaparecer ”

Assim,quandoalguémfalarmaleissoservirderelação para lhe aborrecer, fazendo com que a natureza de ira se manifeste e faça com que retruque irrefletidamente aos berros, essa ira também é manifestada pela sétima consciência O mesmo ocorre, quando, pelo contrário, for elogiado ou reconhecido A mente da sétima consciência projeta-se energicamente Portanto, podemos afirmar que essa sétima consciência é extremamente vulnerável a “ofensaseelogios”

Essa sétima consciência por um lado, quando bem direcionada,“procurarealizarumaautorreflexãoebuscaro aprimoramento”,mas,poroutrolado,acabapriorizandoas suas preferências e não consegue se desvencilhar da mentalidadeparcialerígida,sendofacilmenteludibriadapor “ignorância sobre si mesmo; apreço por si mesmo; arrogânciadecorrentedeegoísmo;visãoegoística”,alémde seraltooriscodedecairnoegocentrismoounaarrogância superlativa(zojoman),quelevamàangústiaresultantedos pensamentosegoísticos

A causa fundamental dos seres humanos decaírem no apego a si mesmo, egoísmo e na arrogância deve-se à existência dessa consciência manas nas profundezas da mente NichirenDaishoninafirma:

Os sentimentos de amor e de ódio são da sétima consciência

(Interpretação,HeiseiShimpenGosho,pág 1742)

Essa sétima consciência manasinfluenciaamenteda sexta consciência ligada ao raciocínio e forma a visão, o pensamento e a interpretação característicos de uma pessoa

A consciência seguinte, aoitavaconsciênciaalaya,éa que exerce uma grande influência sobre essa consciência manas Alaya indica “depósito; ato de acumular, de armazenar” Essa denominação de “depósito” foi utilizada por acumular todos os carmas e experiências de nossas vidas Nesse “depósito do coração” são acumulados os carmas, que resultam das ações e experiências dos seres humanos Obudismorevelaespecialmenteostrêstiposde açãocomocorpo,comabocaecomaintenção Açãocomo corporefere-seaatitudes,açãocomaboca,àspalavras,e açãocomaintenção,aospensamentos

Todos vão sendo acumulados na consciência alaya, um atrás do outro, na forma de carmas. Além disso, a consciênciaalayaagecontinuamentenastrêsexistências–passada,presenteefutura,semextinguir,sendocarregada portodasaspessoas Issoéocarma

Por exemplo, quanto ao fatodetermostemperamentos diferentes desde o nascimento, explicando de onde surge essa diferença, é decorrente do carma do passado Trilhar umavidacompletamentediferente,emborasejamirmãosde ummesmopaiemãe,deve-seaocarma

É nessa oitava consciência alaya que são gravadas e armazenadasasmaisdiversasexperiênciasecarmas,não somente da existência presente, mas também das incontáveis repetições dos ciclos de vida do passado, sem quenadaescape

Aconsciênciaanterior,asétimaconsciência,atuamesmo enquantoapessoadorme,mascomofalecimentoelapara deatuar Essaoitavaconsciênciacontinuaatuanteaolongo dopassado,presenteefuturo

As atividades vitais que transcorrem do passado eterno até o futuro eterno vão sendo todas acumuladas na consciência alaya, como bom carma ou mau carma E ela define tudo – as seis ou as setes consciências e forma o nossoaspectonopresente

Nichiren Daishonin afirma na escritura “Carta de Sado (SadoGosho)”:

Anegruradocorvoeaalvuradagarçatambémsedevem aocarma

(Interpretação,HeiseiShimpenGosho,pág 581)

Portanto, quando praticamos boas ações, estas são gravadas em nossas vidas na forma de bom carma e, quandocometemosmásações,rigorosamentenaformade mau carma, que em contato com as relações, um dia se manifestamcomobonsoumausefeitos

Masemboravenhaaconhecerasiprópriocombasenesse carma,issoemsinãovemaserumasoluçãofundamental para superar o destino infeliz. O budismo, que revela a conduçãodetodososseresparaafelicidadenoseu verdadeiro sentido, ensina que todos os seres possuem, na sua essência ainda mais profunda do que essa oitava consciência, uma poderosa natureza, que é a nona consciência amala, que permite transformar as causas cármicas da infelicidade, impregnadas na vida das pessoas.

“Amala” é um termo em sânscrito que indica “natureza fundamental e pura, sem impurezas”. Ela está nas profundezas da vida de todos os seres e surte efeito no Universo como um todo

O Buda Original da Era do Fim do Darma, Nichiren Daishonin, percebeu essa esfera e a revelou na forma de Nam-Myoho-Rengue-Kyo e ainda a inscreveu na forma de Gohonzon E Nichiren Daishonin ensina em diversas escrituras que para nós, mortais comuns, percebermos essa nona consciência, devemos nos sentar diante do Gohonzon (ação com o corpo), acreditar nele como absoluto (ação com a intenção) e recitar o Nam-Myoho-Rengue-Kyo (ação com a boca)

Quando, dessa forma, colhemos da esfera mais profunda do coração essa natureza da nona consciência, como de uma fonte que jorra ininterruptamente, tanto o carma da oitava consciência como o egoísmo da sétima consciência serão purificados, e nos redirecionaremos para a felicidade Como essa nona consciência é aquela que deve ser o eixo principal das atividades vitais, é denominada de “senhor do coração (shinno)” e as demais oito consciências, por serem facetas das atividades e ações do “senhor do coração”, são referidas como “sujeitos do coração (shinju)” Nichiren Daishonin percebeu em seu íntimo o “senhor do coração” do longínquo passado, e revelou a forma efetiva de ensinar e conduzir as pessoas para essa condição Ou seja, ter a “nona consciência – o senhor do coração” como base de nossasvidas,fitarfirmementeomundopresenteegeraras causasparaaIluminação–esseéosignificadode“mantero coração na nona consciência e realizar o exercício de aprimoramentocomasseisconsciências”

“Manterocoraçãonanonaconsciência”émanteranona consciência–oâmagosupremodavida–noestadodeBuda erealizarosexercíciosdiáriosnocaminhodoBudacom“as seisconsciências” Ouseja,ensinaqueomaisimportanteé acumular a prática da fé sem retroceder – reverenciar o Gohonzon, olhando-o com os olhos; dedicar-se ao gongyo diário; buscar a doutrina para ouvi-la; acumular ininterruptamente a determinação; e esforçar-se efetivamente na prática para si e para os outros na condução da vida cotidiana Falando de forma direta, está afirmando que devemos nos dedicar, considerando a sociedade na vida real como palco para os exercícios de aprimoramentonocaminhodoBuda

O 59º Reverendíssimo Soberano da LeiNichikoShonin nosorientasobreessafrase: Indicaquedevemosterodiscernimentoelevado,easações comoasdecostume Indicatambémqueaconsciênciadeve seradeBuda,easaçõesseremrealizadascomoasdeseres humanos Indicatambémqueocoraçãodeveestarjuntoao Budaeasaçõesdevemserasdemortaiscomunsdosseis caminhos

Nós somos mortais comuns da Era do Fim do Darma e estamos nos dedicando diariamente para salvar os demais que são igualmente mortais comuns da Era do Fim do Darma Isso indica que temos, afinal, capacidades semelhantes, e que não há um ser humano cuja existência seja especial Portanto, na sociedade atual – ou seja, nos lares, no ambiente de trabalho, no relacionamento entre amigos e também entre os companheiros da Hokkeko –devemosteronossocoraçãosemprenacondiçãodevidade Buda,easaçõesmanifestadasapartirdasseisconsciências provenientes dessa condição de Buda, para que as outras vidas ajam em prol da Iluminação E de que forma, na prática,deve-sefazercomqueajam?

O Reverendíssimo Soberano da Lei Nichinyo Shonin concedeu uma orientação sobre “corpos diversos com o mesmopropósito–itaidoshin”,citandoaseguintefraseda escritura “Sobre a Pulsação Vital Suprema da Vida e da Morte(ShojiIchidaijiKechimyakuSho)”: Emsuma,denomina-sePulsaçãoVitalSupremadaVidae da Morte a recitação do Nam-Myoho-Rengue-Kyo pelos discípuloseadeptosdeNichirenemcorposdiversoscomo mesmo propósito – itai doshin – estabelecendo a relação comoadaáguaeopeixe,semosentimentoindividualista

De fato, esta é a essência que eu, Nichiren, propago no presente. Assim, até a grande aspiração da propagação irrestrita da Lei – kosen-rufu – não poderia ser concretizada? Entretanto, se houver alguém, dentre os discípulos de Nichiren, com corpos diversos com propósito diferente–itaiishin,será,porexemplo,comoumguardião deumcasteloquecausaaruínadeseucastelo.

(HeiseiShimpenGosho,pág 514)

Ocasionalmente, há pessoas que se equivocam quanto ao [significado de] “corpos diversos com o mesmo propósito –itaidoshin” Acreditoquenãosejaocasodossenhores,mas essaspessoaspassamausaressetermodeformapessoal edistorcida

Por exemplo, há quem diga: “você precisa estar em itai doshincomigo,poisissovemaseroverdadeiroitaidoshin” Equandoacontecealgoseenfurecedizendo:“vocênãoestá em itai doshin!!!”, mas quem não está em itai doshin é justamenteessapessoaqueestáenraivecida Oserhumano temapredisposiçãodeseconsiderarcomocentrodetudo,e penso que seja por conta disso que acabe cometendo equívocos Assim, gostaria que evitassem cometer interpretações distorcidas Ou seja, quando alguém pensa queasdemaisdevemfazeritaidoshincomela,issojánãoé oitaidoshinnoseuverdadeirosentido

Edevemosestaremitaidoshincomoquê?Comoensinodo Buda ÉimportanteestaremitaidoshincomoBuda,detero mesmopropósitodocoraçãodoBuda.

(Daibykuho,pág 751)

Nóstemosaconsciênciamanas,ouseja,umanatureza comafortetendênciadeseapegaranósmesmos.Quando esta se manifesta de forma intensa, procuramos submeter aspessoasàsnossasopiniões Eassim,aomanifestarmosa condição de vida de ira, geramos para nós mesmos a condiçãodevidadeinfelicidade,originandoossofrimentos Para não decairmos nessa condição de vida, é importante queestejamoscom“corposdiversoscomomesmopropósito – itai doshin” com o ensino do Buda, mantendo o nosso coraçãonanonaconsciênciaerealizandoasaçõesefetivas comasseisconsciências

Vamos construir juntos uma Hokkeko com “corpos diversoscomomesmopropósito–itaidoshin”comoensino doBuda,conformeessaorientação?

Meussincerosagradecimentospeloseucomparecimento nestadata Muitoobrigado

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