Bráulio Pedroso - Audácia Inovadora

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nada do que teria esperado dele, afetivamente falando. Nada. Ele me dizia se lembrar vagamente de uns brinquedos maravilhosos que ganhava quando criança, presentes que recebia, mas não tinha como seus. Depois de tudo esclarecido, evidentemente esperou que fosse acontecer um grande encontro, amoroso, aconchegante, o melhor presente de todos, e isso não aconteceu. Muito pelo contrário. Nunca mais ele tocou nesse assunto, pelo menos para mim. Bráulio tinha sangue italiano, de Bari, nas veias. Seu pai verdadeiro constava dos anais da mídia brasileira desde a implantação da indústria automobilística em nosso país, a partir de 1919, com a instalação da Ford e, em 1925, com o início das operações da GM, atraindo para cá fornecedores de pneus, baterias, combustíveis e outros insumos, produtos que nos Estados Unidos eram anunciados em grandes painéis de estradas, os chamados billboards. Aqui, a mídia exterior ainda era restrita ao mobiliário urbano, relógios, bancos de praça, abrigos de árvores, painéis em bondes e pequenas placas dos prédios públicos, além de um ou outro letreiro pintado na fachada dos teatros ou nos andaimes dos primeiros grandes prédios erguidos no Rio de Janeiro e, principalmente, em São Paulo. Assim, em 1926, a GM implantava um escritório de propaganda,

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