46ª Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia

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Sumário ENTREVISTAS

Blenda Bortolini – Salmos Modernos, a arte em adoração “Aborto espontâneo não é uma perda de um feto que não evoluiu, é a perda de um filho que não nasceu”

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COLUNAS Solar de Poetas ......................52 Poetas Poveiros ......................54

Adam Mattos....................................................................................................37 Aldirene Máximo..............................................................................................45 Amilton Costa..................................................................................................50 Angeli Rose.......................................................................................................56 Caio Martinelli.................................................................................................62 Claudirene Favarin...........................................................................................66 Daniel Marx......................................................................................................74 Fábio A. Gabriel................................................................................................80 Francisco Leite.................................................................................................84 Jacqueline Souza...............................................................................................90 JAX ...................................................................................................96 Lorena Zago....................................................................................................104 Lúcia Teixeira..................................................................................................111 Miguel Franco.................................................................................................120 Roberta Souza................................................................................................125 Shery Duque Pinheiro....................................................................................131

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL Homenagem a Isidro Sousa...........................................................................08 Tocalivros ........................................................................................34 Editora Penalux............................................................................................40 Rosana Nicácio............................................................................................47 Sandra Sampaio Rodrigues..........................................................................49 Ana R. Costa................................................................................................60 Antônio Ferreira..........................................................................................64 Christiane Couve de Murville.................................................................71 Rosa Maria Santos........................................................................................78 Nilze Monteiro............................................................................................82 Francisco Antonio Cavalcanti...................................................................84 Chaiene Santos.............................................................................................87 Editora Penalux............................................................................................99 Luciane Nascimento...................................................................................108 Fabiane Linhares.........................................................................................110 Flavio Joppert..............................................................................................114 Rosa Perez...................................................................................................123 Edilson C. Silva...........................................................................................129 Tito Laraya..................................................................................................130 Editora Penalux...........................................................................................136 Rosa Marques............................................................................................140 Edimilson Eufrásio...................................................................................142


Shirley M. Cavalcante (SMC)

Editora Coordenadora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com http://www.portalliterario.com/ www.revistaacademicaonline.com

Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano VII Nº 46 Edição dezembro de 2020 Publicação Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante DRT: 2664 Diagramação: EstampaPB Para Anunciar smccomunicacao@ hotmail.com 55 – 83 – 9 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor. ISSN 2358-0119

Com sucesso, chegamos à 46ª edição, da Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia. Em destaque de capa temos a Blenda Bortolini, brasileira, morando na Suiça, tem se destacado por seu talento nas atividades culturais e literárias, levando a literatura brasileira ao mundo. Composta por mais de 40 autores contemporâneas, divulgando os seus livros, por meio de entrevistas, textos em prosa e em versos... LITERATURA! Hoje, a revista Divulga Escritor é uma das principais revistas literárias da lusofonia, com conteúdo exclusivamente literário. O editorial se destaca por sua qualidade e profissionalismo. Distribuída gratuitamente para todos que acessam a internet, a revista tem alcançado um público leitor cada vez maior. Consolidada, vamos rumo a edição 47. Juntos, vamos ler e divulgar a revista literária da lusofonia e apoiar nossos escritores contemporâneos. Muito obrigada, equipe Divulga Escritor, e administradores dos grupos: Obrigada, José Sepúlveda, apoio em Portugal. Obrigada, Amy Dine, apoio em Portugal. Obrigada, Helena Santos, apoio em Portugal. Obrigada, José Lopes da Nave, apoio em Portugal. Obrigada, Rosa Maria Santos, apoio em Portugal. Obrigada, Giuliano de Méroe, apoio no Brasil. Obrigada, Ilka Cristina, apoio no Brasil. Obrigada a cada um dos escritores que participam contribuindo com suas maravilhosas trajetórias literárias, apresentadas nas entrevistas. Obrigada, colunistas, que mantêm o projeto vivo! Muito obrigada por estarmos juntos divulgando literatura, e juntos podermos dizer ao mundo: EU SOU ESCRITOR, EU ESTOU AQUI. Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia, uma revista elaborada por escritores, com distribuição gratuita, para leitores de todo o mundo. Feliz Natal e um próspero 2021 a todos! Boa leitura!


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Homenagem a Isidro Sousa – In Memoriam “Com o avanço das tecnologias, passamos a conhecer muitas pessoas de forma virtual, e principalmente a tê-los como amigos. Isidro Sousa é uma destas pessoas, que mesmo sem conhecê-lo pessoalmente marcou, deixou saudades... obrigada por todo o apoio e amizade. Saudades eternas.” Shirley Cavalcante Editora Divulga Escritor: Revista Literária da Lusofonia.

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Homenagem a Isidro Sousa (1973-2020) por Manuel Amaro de Mendonça

Nesta foto: Manuel Amaro Mendonça, a sua esposa, Delmina Mendonça, e Isidro Sousa

"É tão longe voltar atrás." É assim que começa este vídeo, publicado no final desta página, que organizei com imagens de domínio público obtidas no Facebook do Isidro Sousa e da sua Editora Sui Generis. Quando li esta frase, obtida na sua própria cronologia, achei que caía como uma luva na personalidade dele. Conheci o Isidro há relativamente pouco tempo, em 2015, quando estava ainda a dar os meus primeiros (e tardios) passos na publicação, mas desde logo criou-se entre nós uma grande empatia. Acompanhou e incentivou os meus planos e inclusivamente escreveu o prefácio para o meu segundo livro “Lágrimas no Rio”, que tantas vezes elogiou. Algures no passado, antes de o ter conhecido, ter-se-á perdido no seu caminho no mundo da escrita, ou tomou um atalho “menos bom” durante demasiado tempo e aquilo que ele poderia ter sido, transformou-se num planar lento, em direção à inevitável queda.

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Em 2015, estava numa fase de luta para se reerguer e tomar o seu lugar no palco das letras, ajudando e ajudado pelos escritores “desconhecidos” (ou simples amantes das letras que desejavam ardorosamente publicar). Depois de uma passagem curta, mas intempestiva, pelas editoras “Silkskin” e “Papel D’Arroz”, geridas pela também já desaparecida Teresa Queiroz, com quem se incompatibilizou, partiu para o caminho da concretização de um sonho antigo; a criação da sua própria editora. Estavam criadas as raízes para a “Sui Generis”.

Nos anos seguintes, numa atividade febril, lançou e publicou diversas antologias de autores portugueses e brasileiros, num mercado de autores ávidos por publicar e que já era largamente explorado pelas já atrás referidas editoras. A sua diferença seria um maior cuidado na escolha dos trabalhos, em termos qualitativos, maior qualidade na organização e paginação e capas mais artísticas e imaginativas. Os candidatos a escritores participavam nas antologias em troca da aquisição de um ou dois livros da produção (na maior parte das vezes eram adquiridos mais, força do prazer em oferecer a amigos e família). Durante algum tempo, tudo pareceu estar a entrar nos eixos. Os projetos sucediam-se com elevado número de participantes e apresentações ao vivo, bastante concorridas e com um “glamour” que só ele sabia atribuir. Na trajetória ascendente, lança a revista “SG Mag”, atrás de outras de algum sucesso, como a “Divulga Escritor” e a “Conexão Literatura”, onde chegou a participar sob a forma de entrevistas e artigos. Foram várias as edições, profusa e elegantemente ilustradas, dando a conhecer os autores do “Mundo Sui Ge8

neris” e divulgando as suas atividades, até aquelas que não lhe proporcionavam qualquer lucro. A própria revista não cobrava nada pelas participações, ao contrário das congéneres em que se baseara. De repente, porém, a sua Némesis destrutiva regressou e o negócio que aparentemente poderia pagar-se a si próprio, começou a decair; grandes demoras na entrada em produção das antologias dadas como terminadas e atrasos sucessivos na entrega dos volumes já pagos pelos participantes. Poderemos aventar que os problemas eram causados pela sua incessante busca da perfeição, com revisões e paginações demasiado demoradas ou que a crise financeira que o mundo vivia fez com que o número de participantes descesse. O que é certo, é que grande parte dos autores começaram a desistir, tirando um “núcleo duro” de amigos (alguns dos quais publicaram obras individuais

com a Sui Generis) e outros novos que chegavam a esta oportunidade de publicação. Os lucros com a obra feita esfumaram-se, mal geridos ou não e nos últimos tempos, as suas antologias tão participadas e pagas, eram agora propostas ao público como participações sem obrigatoriedade de aquisição. Até a sua amada “SG Mag” tinha de apelar á colaboração, começando a apresentar a modalidade de participação paga. Aquilo que sempre admirei nele, era o seu honesto esforço em liquidar os compromissos assumidos, entregando antologias já pagas há muito tempo e não aceitando mais retribuição por isso, apesar da muita falta que lhe fazia. Passaram-se assim os últimos tempos, após uma mudança brusca de Lisboa para o Porto, em busca de serenidade e espaço para poder continuar a trabalhar, porém, estas duas comodidades não lhe traziam outra de que era tão necessitado: o dinheiro. Nas últimas

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vezes que estive com ele, ou “falei” pelo Messenger do Facebook, era notório o cansaço e o esforço que estava ser feito e a sensação do trabalho inglório, na tentativa de repor a sua imagem. O terrível momento que vivemos, atemorizados por um inimigo invisível que ataca e mata sem se perceber muito bem de onde aparece, afetando com violência os mais frágeis, obrigando à separação física entre as pessoas e o fim das reuniões que lhe iam dando algum alento, deve ter sido para além do suportável. A notícia do seu desaparecimento, embora atordoante, não foi uma completa surpresa. A enorme quantidade de expressões de dor e tristeza pelo acontecimento são às centenas onde se recorda o ser humano excecional que era, que cultivava amizades com grande facilidade e que nos cativava facilmente com os lampejos de genialidade e da energia criativa que o moviam. Ele era assim, criava facilmente pontes com as pessoas e era muito fácil de começar imediatamente a considera-lo um amigo. Talvez por isso me acudisse imediatamente à ideia a mú-

sica “Bridge Over Trouble Waters” de Simon & Garfunkel, porque era exatamente o que ele era; uma ponte sobre águas revoltas. Gostasse-se dele ou não, por preconceito, incompatibilidade de carácter, ou simples antipatia, ele foi, no espaço de tempo de um cometa

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a rasgar o céu, uma luz brilhante no firmamento dos escritores iniciantes. Passado o choque e digerida a dor da perda de um bom amigo, senti que não podia deixar de escrever umas palavras por ele e fazer esta singela homenagem que espero perdure e ajudem a manter a memória do Isidro Sui Generis.

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Biografia publicada na revista Divulga Escritor em 2015 Isidro Sousa nasceu em 1973, numa aldeia remota das Terras do Demo, e vive em Lisboa. Editou a revista Korpus (1996-2008), dirigiu o jornal Púbico (2008-2012) e produz anualmente o guia turístico Lisbon Gay Guide. Entre 2014-2015, participou em dezenas de obras colectivas (Portugal e Brasil) e foi distinguido com o 2º Prémio no 5º Concurso Literário da Papel D’Arroz. Organizou: «1ª Antologia de Literatura Homoerótica Portuguesa» (com o patrocínio da Câmara Municipal de Lisboa), «A Bíblia dos Pecadores» (lançamento em Fevereiro), «Boas Festas» (Silkskin Editora) e «O Beijo do Vampiro». Dirige a Colecção Sui Generis e tem a decorrer duas novas antologias: «Vendaval de Emoções» e «Ninguém Leva a Mal». Editará brevemente «De Lírios», compilação de textos publicados em várias colectâneas, «O Pranto do Cisne» (contos homoeróticos) e «Juno e Java», o seu primeiro romance.

Leia mais: https://www.divulgaescritor.com/products/isidro-sousa-entrevistado/

Foste Embora Irmão das Letras Por Manuel Amaro Mendonça

Foste embora. Certo de que a vida te foi madrasta E o destino te traiu desde a primeira hora. Atiraste a toalha ao chão, basta! Foste embora. Tu, para quem desistir não era opção. Quando todos saltavam fora Restavas tu, como um leão! Foste embora. Esqueceste a luta, desististe, Cansaste de esperar melhora. Parecias bem, porque fingiste. Foste embora. Pois travavas uma luta inglória, Na vida onde a dor labora Numa guerra sem vitória. Foste embora, porque te doía a solidão.

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BLENDA BORTOLINI

Salmos Modernos, a arte em adoração “Aborto espontâneo não é uma perda de um feto que não evoluiu, é a perda de um filho que não nasceu” Prezados Senhores, “Eu nasci em Minas, deixei minha profissão depois de muitos trabalhos exaustivos, tive Burnout. Meu tratamento foi fazer aquilo que me dava prazer. Então, investi em escrever. Casei-me no Brasil em 2006. Depois de um ano e meio partimos para a europa. Vendemos tudo que tínhamos. Depois de 4 meses na Suíça, engravidei. Foi um ano difícil. Não pude trabalhar e meu esposo foi muito humilhado. Mudamos 24 vezes em menos de um ano. Com 6 meses de gestação no inverno, ficamos na rua. Tive dois filhos e um aborto espontâneo. Hoje com 12 anos na Suíça tenho dupla cidadania e contribuo com a língua de herança com mais de 30 obras literárias em vários idiomas expondo meus livros em feiras internacionais. Tenho uma associação que ajudo a comunidade local. Que este prêmio eu possa inspirar a muitos no exterior a vencer seus desafios e acreditar no sonho. “ Blenda Bortolini, nasceu em Belo Horizonte / MG no dia 22 de outubro de 1970. Vive em Genebra, na Suíça. Possui dupla cidadania, ela também é italiana. Estudou Filosofia na Universidade PUCMINAS e Teologia no Centro de Treinamento Bíblico Carisma em BH. Mãe de dois filhos. Escreveu vários livros, entre eles: A Sementinha, (7° Edição) em português, francês e Alemão. O Espinhento, (6° edições) O Mestre Precisa de você, No colo do inimigo: uma intimidade mortal, O meu defeitinho, Ser de verdade, (Português e francês) e obras bilingues no francês e Português como: A Cigarra desafinada, Ame os bichos do Brasil, Sobrevivi ao Aborto e Salmos Modernos. Organizou a Antologia Salmos Modernos em português e Hebraico. Português e Frances, português e inglês. Também escreveu vários poemas e crônicas com participação em várias antologias bilingues em francês, inglês, Alemão e italiano. Participante assídua deste 2015 no Salon du Livre et de l’apresse Genève. E no ano de 2015 fez exposição dos seus livros no Salão Internacional do Livro em Torino na Itália. Coautora da Antologia MADRE TERRA - 4° Anto-

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logia bilíngue “Italiano & Português” da A.C.I.MA. Coautora da Antologia: Escritores da Língua Portuguesa II, tem seu nome na Enciclopédia Italiana de Artistas Contemporâneos Lusófonos, com grandes nomes da Literatura e das Artes em comemoração aos 8 séculos da língua Portuguesa, a enciclopédia de artistas brasileiros e italianos. Recebeu o prêmio da Associação de Poetas de Angra dos Reis em parceria com a Editora Mágico de Oz em Portugal, com a Medalha Monteiro Lobato, a entrega do Prêmio “Escritor Destaque 2015.Menção Honrosa do Varal do Brasil em Genebra na categoria conto Infantil e ganhou o 3º lugar do prestigiado concurso na categoria Conto, no Concurso Literário Cultive 2017 prêmio ALALS de Literatura cujo o tema foi Cultive. Participante como Coautora: A arte de ser mulher, organizado pelo Jornal sem Fronteiras. Coautora da Antologia, Faz de Conto. E em outubro de 2016, Blenda Bortolini iniciou o projeto Cultural Salmos Modernos. Ela organizou a Antologia Salmos Modernos, teve o lançamento no Consulado Geral do Brasil em Genebra. 2016 a 2018 em Israel e nos Estados Unidos. O primeiro volume da Antologia do Projeto Cultural Salmos Modernos foi lançado com o apoio da Sociedade Bíblica do Brasil. Também teve o seu lançamento em Israel na Torre de Davi no período da Festa dos Tabernáculos. O segundo volume da Antologia Salmos Modernos teve a honra de ser prefaciado pelo renomado escritor Reverendo Hernandes Dias Lopes o livro foi escrito em português e Hebraico. O volume 3 da antologia Salmos Modernos - Uma coletânea de Poesia Sacra com diversos autores brasileiros foi prefaciada pelo arqueólogo, pesquisador e historiador Dr Rodrigo Silva (dirigente do Museu de Arqueologia Bíblica Paulo Bork sediado no campus da Universidade UNASP.) Lançou o livro Salmos Modernos com o Tema Bondade e Fidelidade nos Estados Unidos no Victoria Hall em agosto de 2019. Blenda Bortolini também or20

ganizou uma antologia com mulheres que perderam os seus bebês vítimas de abortos espontâneos. Com o título: Sobrevivi ao aborto. Em maio de 2017 novamente participou do Salon International du Livre de Genève, apresentou duas obras. A Cigarra Desafinada, escrita em português e em francês. como coautora lançou o livro paradidático, como um objetivo de estímulo às crianças a preservarem a fauna das 5 regiões Brasil em risco de extinção. O lançamento do livro foi marcado por uma passeata ecológica, animação com crianças de todas as idades fantasiadas com os bichos abordados no livro, desfilando por todo o Salão do Livro de Genebra. Na passeata ela foi “vestida” de seu personagem Madame Fauna que chamou a atenção de todos para os problemas da Fauna Brasileira. Como coautora, Blenda Bortolini pôde falar do livro que é coautora: Aimez les animaux du Brèsil. Os temas abordados pela autora em seus livros são: Amor, preservação, respeito, confiança, otimismo, Bullying, inclusão social, respeito às diferenças, depressão, aborto e fé. Para as crianças, Blenda Bortolini investe pesado. Escreveu o conto: A Chavinha que abre o Céu em 2018. Na França, Blenda Bortolini esteve em Paris, lançou como coautora um livro no Museu du Louvre: A vida no fundo do mar em companhia com ou-

tros escritores na mesma obra. No mesmo ano lançou no Principado de Lichtenstein a obra Margarita, a Ostra. (Português e Alemão) no ano de 2019 teve uma mesa exclusiva dentro do Salon du Livre de Genève para apresentação dos seus lançamentos: O castigo dos três lobos maus, (português e Frances), A formiguinha da perninha quebrada, (português e Frances) Ser de verdade. (Português e francês) Em 2020, a escritora preparou uma série de lançamentos com temas diversos. Suas obras serão apresentadas no Salão do Livro em Lisboa. Seus lançamentos serão: A conversa dos Livros, O segredo da Torre, O dom de Zeca. Melanina, a bonequinha preta. O Fabuloso Mundo do Beleléu. Vague, um pontinho brilhante no escuro. E a incrível antologia que falara sobre imigração brasileira: Além da Imigração. Blenda Bortolini é idealizadora e organizadora da obra Além da Imigração que visa mostrar a realidade da imigração com relatos brasileiros no mundo. Ela relata as experiencias dos brasileiros no exterior. O projeto tem a parceria com a Mesa de Cultura do CRBE – Conselho de representantes dos Brasileiros no Mundo. No livro tratara sobre as temáticas da imigração brasileira no exterior. Blenda Bortolini organiza exposições de arte visuais. Vários vernissages revelando o talento brasileiro. Organiza concursos de poesias sacra que leva o nome de seu projeto cultural Salmos Modernos e promove viagem a Israel levando o Projeto Cultural Salmos Modernos com uma de paz. Seus livros são vendidos diretamente pelo e-mail da autora: infoblendabortolini@icloud.com ou pelo site www.blendabortolini.com.br Blenda Bortolini também foi eleita pela comunidade brasileira que moram em Genebra – Suíça para integrar no grupo de conselheiros do Consulado geral do Brasil em Genebra / Suíça como uma das representantes da comunidade para defender os seus interesses.

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Em destaque livros da autora Blenda Bortolini

A SEMENTINHA

Um lindo e empolgante conto destinado às crianças em idade escolar, que traz uma temática filosófica sobre as decisões e os valores da vida. A obra descreve o drama vivido por uma pequena Sementinha, sonhadora e confusa, que se vê na difícil escolha entre realizar o seu sonho de ser uma grande árvore ou apenas servir de alimento para os peixes e os pássaros. Um livro também interativo, quando a criança decide o final da história, ajudando a Sementinha na melhor escolha a ser tomada. Um material ainda alternativo, que auxilia os professores e educadores no trabalho da escrita e da gramática, trabalhando, assim, a reflexão, a sensibilidade e a crítica. Portanto, um ótimo auxílio pedagógico! O livro ainda oferece a oportunidade de interação por meio de um concurso literário na escola, entre os alunos, com a escolha do melhor final para o enredo. A obra também é uma ótima ferramenta para a elaboração de uma peça teatral, dada sua riqueza e seu valor. DADOS DA OBRA Título: A Sementinha Categoria: livro / Literatura infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 24 Idiomas disponíveis: Português – Francês - Alemão

O ESPINHENTO

Um conto infanto-juvenil emocionante, que traz a reflexão sobre a difícil arte do relacionamento, sobre como aceitar as diferenças e como lidar com as rejeições e o bullying diários. A obra é um convite, um incentivo para considerarmos o valor da verdadeira amizade e da importância do autoconhecimento. A trama se desenrola a partir do drama vivido por um porco-espinho, que tinha dificuldades de aceitação entre os outros animais da floresta por ter uma natureza que fere, machuca, por conta de seus espinhos em todo o corpo. Quem está perto dele teme se aproximar. Estabelece-se aí um diálogo, então, emocionante, entre o porco-espinho e uma velha e sábia árvore. Traduzindo: cativante. DADOS DA OBRA Título: O Espinhento Categoria: livro / Literatura infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16 Idiomas disponíveis: Português – Francês

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A CHAVINHA QUE ABRE O CÉU

Um lindo conto infantil que nos leva ao imaginário mundo de uma criança de quatro anos que narra como é o “funcionamento do céu” e a “organização dos anjos no céu” em atender os nossos pedidos. No conto, ela “revela” um segredo celestial: que a chavinha que abre a porta do céu e abre a nossa caixa de presente é a oração. DADOS DA OBRA Título: A chavinha que abre o Céu Categoria: Conto infanto-juvenil Dimensão: 21x21 Páginas: 20 Idiomas disponíveis: Português – Francês

A CIGARRA DESAFINADA

Um conto infantil que motiva a criança a vencer os seus desafios. Fala sobre superação e sonhos. Uma reflexão sobre a verdadeira amizade e como devemos comportar diante dos imprevistos da vida. Uma obra divertida, adaptada em uma peça teatral. Idiomas disponíveis: Português – Francês DADOS DA OBRA Título: A Cigarra desafinada Categoria: livro / Literatura infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 24

SALMOS MODERNOS VOLUME 1 – ANTOLOGIA

A obra traz uma coletânea de textos, por diversos escritores que apreciam o contato com o Criador e O reconhecem como fonte inspirativa. Também por compositores da música gospel brasileira, cujas algumas canções são reconhecidas nacionalmente, muitas delas premiadas pelo Grammy Latino. Os textos de Antologia Salmos Modernos foram escritos em forma de prosa e versos, os autores traduzem bem o que muitos de nós sentimos e pensamos. Não se trata de uma releitura dos Salmos bíblicos, mas uma quase “retrospectiva”, guardadas as devidas proporções, do que mais profundo existe em termos da ambivalência da alma de todos nós. A capa é o renomado artista plástico Renato Amisy, que já possui inúmeros trabalhos realizados e reconhecidos. A obra foi organizada e idealizada por Blenda Bortolini. Idiomas disponíveis: Português – Francês

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SALMOS MODERNOS VOLUME 2

A antologia Salmos Modernos faz parte do projeto cultural Salmos Modernos. A obra é vinculada a uma grande expressão artística cultural típica do Brasil. A arte da escrita Sacra. A obra também é um espaço aberto para a divulgação dos talentosos dos artistas brasileiros e as suas inspirações poéticas. A nossa originalidade é a inspiração no Divino e seus atributos. Na antologia foi escrita por brasileiros que contribuíram com a cultura brasileira. Além de bons escritores, o projeto contou ainda com a participação de compositores de peso, Carlos Moysés e Nívea Soares. Alguns com o seu talento participaram com suas composições, representados por grandes nomes da música gospel/cristã na premiação Grammy Latino na Categoria “Melhor Álbum”. O renomado e respeitado escritor e teólogo, Rev. Hernandes Dias Lopes, assinou o prefácio. Pessoa central é e sempre será o Eterno. Os autores seguem uma linha poética inspirada no Eterno com os mesmos traços dos salmos bíblicos, que retratam acontecimentos reais, pessoais, onde se percebe suas emoções, seus conflitos, suas dúvidas e seus medos, mas com o olhar voltado ao Criador. Idiomas disponíveis: Português – Hebraico

SALMOS MODERNOS VOLUME 3

A antologia Salmos Modernos 3 faz parte do projeto cultural Salmos Modernos. A obra é vinculada a uma grande expressão artística cultural do Brasil no exterior. A Pessoa central é o Eterno nos Projetos Cultural Salmos Modernos. Os autores seguem uma linha poética inspirada no Eterno com os mesmos traços dos salmos bíblicos, que retratam acontecimentos reais, pessoais, onde se percebe suas emoções, seus conflitos, suas dúvidas e seus medos, mas com o olhar voltado ao Criador. A obra também é um espaço aberto para a divulgação dos talentosos dos artistas brasileiros e as suas inspirações poéticas. A nossa originalidade é a inspiração no Divino e seus atributos. Na antologia foi escrita por brasileiros que contribuíram com a cultura brasileira. Além dos escritores, o projeto contou ainda com a participação do arqueólogo Dr Rodrigo Silva e Robinson Monteiro. O projeto foi representados por grandes nomes da música gospel/cristã na premiação Grammy Latino na Categoria “Melhor Álbum. O livro faz parte do projeto Cultural Salmos Modernos. A antologia foi escrita por brasileiros que contribuíram com seu talento enriquecendo a cultura brasileira. Além de bons escritores, o projeto contou ainda com a participação de Robinson Monteiro. Indicar grammy latino. 40 escritores contam na obra. O tema foi a Bondade e a Fidelidade de Deus . Cantados e escritos em forma poética. Resgatando a poesia sacra em tempos modernos. Idiomas disponíveis: Português – Inglês

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SOBREVIVI AO ABORTO

É uma compilação de relatos testemunhais fortes, dramáticos e reais dessas mulheres que perderam seus bebês e de sobreviventes da tentativa do aborto. O aborto espontâneo é decorrido a milhares e milhares de anos. Um problema que acompanha a mulher em todo o planeta. Não escolhe raça, cor, posição social e religião. O aborto espontâneo provoca a dor na alma da mulher e as lágrimas da impotência. Ainda que de dor e drama, os relatos mencionados no livro, valorizamos a história de cura e superação que vem com o tempo e as sugestões para uma possível cura nas memórias, ainda que jamais esquecida. Sobrevivi ao aborto é o grito de quem nunca teve voz. O outro lado da história. Relato dos sobreviventes da tentativa do aborto e de quem nunca desejou ver o seu rosto. Mas a vida preparou coisas surpreendentes, coisas que a morte os impediria de vivê-las. Tornar público essas histórias foi uma iniciativa de Blenda Bortolini, idealizadora do livro Sobrevivi ao Aborto, também vítima do aborto espontâneo “ Minha dor virou grito.. Minha dor virou esperança!” Idiomas disponíveis: Português – Inglês

AME OS ANIMAIS DO BRASIL

É o primeiro livro da série: Extinção. Nele aborda de uma forma simples e técnica quais os animais que correm risco em extinção em todas as 5 regiões do Brasil. Um excelente material para escolas. Um estímulo às crianças a preservarem a fauna das 5 regiões Brasil em risco de extinção Idiomas disponíveis: Português – Francês

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NO COLO DO INIMIGO – UMA INTIMIDADE MORTAL

A obra traz uma reflexão a respeito dos relacionamentos errados. As consequências da escolha errada. Fala das questões mal resolvidas e a tendência humana em acreditar que “dessa vez vai ser diferente” ou “Eu tenho o domínio dessa situação”. O texto é baseado na história do personagem bíblico Sansão que se apaixonou por Dalila e ignorou o poder da influência da mulher. Idiomas disponíveis: Português

SER DE VERDADE

É um conto que traz a reflexão sobre o que é o amor. O amor que aceita as diferenças, as falhas, os defeitos e resiste o tempo. Narra as estórias de brinquedos dentro de uma brinquedoteca. Eles sonhavam se tortar de “ verdade” e aceitos por crianças que vivem “fora da época” que foram fabricados. E foram subistituidos por brinquedos modernos e abandonados e esquecidos no baú. Trata sobre a velhice e os brinquedos antigos que continuam divertindo e educando. Tocante, emcionante e educativo. Idiomas disponíveis: Português – Francês DADOS DA OBRA Título: Ser de verdade Categoria. Conto infanto-juvenil Dimensão: 21x21 Páginas: 20

MEU DEFEITINHO

É um conto que traz a reflexão sobre a perfeição. A obra fala de um menino portador de deficiência física, que não se sentia integrado, amado.. Um dia, em seu quarto, angustiado, questiona sobre o amor e a integração: “. Será que um portador de deficiência como ele poderia ser amado e aceito um dia? A resposta veio de uma forma lúdica e confortadora: O amor inclui.. Título: Meu defeitinho Categoria: Conto Dimensão: 21x21 Páginas: 16 Idiomas disponíveis: Português – Francês

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O MESTRE PRECISA DE VOCÊ!

Uma obra motivadora fascinante. Faz o leitor entender da sua utilidade na vida. Somos todos úteis! Não importa a idade, classe social, cor, sexo, nacionalidade. Todos temos um dom natural, o qual servirá para servir o Mestre e ao nosso próximo. Idioma disponível: Português 2 edição DADOS DA OBRA Título: O Mestre Precisa de Você!! Categorial: livro / Devocional Cristão Dimensão: 8x8 Páginas: 48

MARGARITA, A OSTRA Um conto infantil educativo que motiva a criança a vencer e superar suas dores, medos e conflitos. Fala sobre superação. Uma reflexão sobre como devemos transformar o que nos faz mal em um bem precioso. Ela tirou a força da dor e ainda produziu algo precioso. DADOS DA OBRA Título: Margarita, a Ostra Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16 Idiomas disponíveis: Português – Alemão

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SILENCIOSO DESESPERO O livro Silencioso desespero é amplificação da voz interior de uma sociedade diversificada e plural, mas com conflitos existenciais iguais aos de outras épocas. Um sentimento uniforme pós-modernidade que não escolhe cor, raça, sexo e nem religião. Ninguém é imune à dor... a dor emocional, a depressão, a dor física, os fracassos, a angústia e a busca do ser. O sentimento do qual o homem moderno não conseguiu se livrar é a depressão. Silencioso desespero descreve o homem moderno e seus pensamentos e dores. O pedido de socorro, pedido da ação do divino em suas crises. Busca por respostas diversas. O desespero do homem é não saber como voltar ou sair desse caminho que ele entrou e parece sem retorno. Depressão é a perda da esperança. A obra tenta resgatar a esperança e novas perspectivas: Se não existir colos, se hão houver ouvidos, se não existir amores, trabalhos e sonhos. Encontre no “Divã de Deus” uma resposta para a dor, e que o seu silencioso desespero tenha uma oportunidade para falar. Idiomas disponíveis: Português DADOS DA OBRA Título: Silencioso Desespero Material: Poesia Dimensão: 14x21 Páginas: 144

A FORMIGUINHA DA PERNINHA QUEBRADA

Sinopse: Idade sugerida 7 a 10 anos Um conto infanto juvenil que fala de deficiência, superação, sobre a fauna brasileira ( formiga voadora Tanajura) e sonhos O conto narra a história de uma formiga que foi levada através de uma botinha de um fazendeiro para uma outra cidade. A formiguia se adaptou em uma nova colônia de formigas, mas sofria com sua limitação e deficiência. A formiguinha tinha um sonho de ser rápidas como os Beija flores, mas por causa da sua deficiência era lenta como as lesmas. Seu desejo secreto era voar como as borboletas e os beijas flores. Até que um dia descobre que faz parte de uma espécie de formigas voadoras . As formigas voadoras, típicas da região da américa do sul e regiões brasileiras. Um conto maravilhoso baseado na fauna brasileira e ao mesmo tempo , motiva a sonhar e superar e a enfrentar todos os nossos desafios. Português e Francês

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O CASTIGO DOS TRÊS LOBOS MAUS

Faixa etária : 9 anos O conto infanto-juvenil: O castigo dos três lobos maus é um conto baseado nas maldades dos 3 lobos maus que erraram em suas escolhas. Dois destes Lobos fazem parte dos clássicos das histórias infantis. O famoso lobo da história do chapeuzinho vermelho, o lobo dos três porquinhos. O terceiro Lobo mau é o mais novo integrante do grupo de lobos malvados criado pela escritora Blenda Bortolini. A autora aplica o código civil de Violação de domicílio, falsidade ideológica, crime contra patrimônio alheio. A autora aplica medidas sócio educativas em seus personagens em uma linguagem que a criança compreende. Texto divertido e de fácil e compreensão. Uma mensagem educativa que a maldade não compensa e que a bondade pode ser apreendida. Um conto espetacular!! Título: O castigo dos três lobos maus. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16 Idiomas disponíveis: Português – francês

O SEGREDO DA TORRE

Um a viagem maravilhosa no mundo da imaginação. O conto narra a vida de dois príncipes curiosos foram brincar dentro da torre do castelo e descobre um baú com alguns segredos dentro dos potes. Os potes contam sobre as emoções e as cores. Um excelente material para trabalhar as cores primarias e as emoções das crianças de forma lúdica. Vale a pena a leitura! Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

VAGUE, UM PONTINHO BRILHANTE NO ESCURO

O conto narra a vida de um vagalume que se sentia pequeno diante da escuridão da floresta. O livro trata a depressão infantil , o sentido da vida e a importância em viver em harmonia com os outros. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

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UMA BRASINHA EM APUROS

O conto retrata faz uma analogia a uma criança rebelde que escolhe fugir de casa e enfrenta a realidade longe de casa e retorna arrependida. O livro trata sobre a importância da família unida, calorosa e receptiva e a ilusão do mundo. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

O MUNDO MARAVILHOSO DO BELELÉU

O conto se refere a um mundo imaginário onde todas as coisas esquecidas ou perdidas vão para lá. Joaozinho parte para a sua fantástica viagem montado nas costas do Sr Tempo para conhecer o mundo do Beleleu . Na volta para sua terra, o Sr Tempo mostra para ele onde fica a sua casa, a Terra do nunca mais. Cativante, emocionante e educativo Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

A CONVERSA DOS LIVROS Um divertido conto narrado pela autora dentro de uma biblioteca. Ela mostra de forma criativa através dos diálogos dos livros o universo da leitura e os gêneros literários. Os livros discutem entre si querendo chamar pela atenção das crianças, também critica ao tempo gasto pelas crianças em computadores e nos jogos atuais de violência. O conto leva a criança a pensar sobre a diversidade literária e as motivam a leitura saudável. Uma ferramenta perfeita para os educadores. Ajuda a introduzi o interesse pela leitura. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

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O DOM DE ZECA

Um belo conto que narra a história de leão de circo que sofreu maus tratos e um dia foi solto. Introduzido dentro da floresta, ele não se sentia livre. O seu medo de avançar era maior que sua força natural. Com ajuda de um frágil passarinho ele descobriu a sua força. O livro e um material de alerta e de conscientização de como é a vida carcerária dos animais de circo. Muitas vezes com maus tratos dos animais. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

MELANINA, A BONEQUINHA PRETA

O conto se refere a uma série de livros sobre o preconceito dentro da escola. No primeiro volume da série conta sobre uma menina com o nome de Melanina e muda de escola e vai para a Escola do Futuro. No primeiro dia de aula ela enfrenta o preconceito pela sua cor de pele, por causa dos seus cabelos e roupas. Ela encontra outras meninas negras que aprenderam a ditar e dao dicas de como superar o preconceito, sem precisar ter preconceito. : As bonequinhas pretas. E o nome do grupo criado pela autora na escola do futuro em combate a discriminação. O preto na educação significa a dignidade e todos podem ser as bonequinhas pretas. Conscientizador, humano e tocante. Material: conto infantil Dimensão: 21x21 Páginas: 16

A CULPA É DA MELANIA

O conto faz parte da série Melanina, a personagem e líder do grupo: as bonequinhas pretas. Ela ensina à sua turma no laboratório da Escola do Futuro como formam as cores secundárias. E por um questionamento de uma pessoa do grupo, uma aluna acusou a Melanina de não distribuir bem as cores para todos. Um livro muito informativo e educativo a respeito das cores segundarias e sobre a discriminação.

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ALÉM DA IMIGRAÇÃO - LANÇAMENTO EM BREVE!

Atrasos por causa da pandemia. Um livro que fala além de números e estatísticas. Um livro que expressa a alma do imigrante brasileiro. Seu dia a dia e sua triste realidade. Suas vitorias e suas derrotas. No livro contém depoimentos sobre violência domésticas, caso de abusos sexuais, deportações e tentativas de suicídio, luto migratório, discriminação diversas, dificuldades com língua e cultura e muitos outros temas relacionados a imigração brasileira. Dicas de autoridades sobre diversos assuntos e motivação a comunidade a procurar ajuda em casos como mencionados. Uma, sem procedentes. Uma obra inédita. Depoimentos de diversos brasileiros espalhados pelo mundo todo com o mesmo sentimento imigratório. Um material de alerta, conscientização e de espelho de alma. Material: Depoimentos e pesquisa Dimensão: 17x24

Coautora da Antologia

OS 100 MELHORES POETAS CONTEMPORÂNEOS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Coautora da Antologia

MADRE TERRA - 4° ANTOLOGIA BILÍNGUE “ITALIANO & PORTUGUÊS” DA A.C.I.MA

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Coautora da Antologia:

ESCRITORES DA LÍNGUA PORTUGUESA II,

tem seu nome na Enciclopédia Italiana de Artistas Contemporâneos Lusófonos, com grandes nomes da Literatura e das Artes em comemoração aos 8 séculos da língua Portuguesa, a enciclopédia de artistas brasileiros e italianos

Coautora da Antologia

A ARTE DE SER MULHER – REALIZADO PELO JORNAL SEM FRONTEIRAS

Coautora do livro

A VIDA NO FUNDO DO MAR. Editado pela Literarte

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Coautora na Antologia:

FAZ DE CONTO I. Pela Helvetia Edições

Coautora da Antologia:

ESCRITORES DA LÍNGUA PORTUGUESA II

Coautora do

INTENTO DO VENTO ORGANIZADO PELA ACADEMIA DE LETRAS DE MINAS GERAIS.

Antologia:

SEM FRONTEIRAS PELO MUNDO JORNAL SEM FRONTEIRAS

PARA TODOS OS LIVROS: Ilustradores: Wagner Prado, Danilo Marques. Revisores: Conceição Milagres e Betty Silberstein, Marcelo Ferreira. Diagramadores: Salomão Epifânio, Danilo Marques. Tradutores: Marta Frommelt e Betty Silberstein, Sarah Manierka. www.divulgaescritor.com | dezembro | 2020

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL TOCALIVROS-----------

Tocalivros: a plataforma brasileira de audiolivros Em um mercado que só cresce, produtora nacional de audiolivros se destaca com a promoção de cultura e conhecimento de maneira facilitada

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magine ter conhecimento ou se divertir enquanto caminha, está no trânsito ou ainda otimizar o tempo na hora de lavar a louça? Os audiolivros são a nova forma de consumir literatura, onde e quando quiser. E quem popularizou o formato de obras fonográficas no Brasil é a Tocalivros: a plataforma brasileira de audiolivros. Com o modelo de negócio inspirado nos maiores serviços de streaming do mercado, a Tocalivros completa seis anos de mercado e chega em um momento que une o amadurecimento da marca com a ascensão do mercado de audio-

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livros no Brasil – impulsionado pela febre dos podcasts e a facilidade dos aplicativos de streaming nos smartphones. Mas a produtora nacional quer ir além e se reposiciona no mercado como uma promotora da cultura e da disseminação do conhecimento entre os brasileiros. São mais de 2 mil audiolivros e 5 mil e-Books para levar aonde quiser. E a facilidade ocorre também nos planos e assinaturas, com a compra individual da obra ou com Assinatura Ilimitada. Na compra individual, o usuário pode adquirir ou até mesmo presentear um ou mais títulos a sua escolha; na Assinatura Ilimitada (por

R$ 19,90, menos de um Real por dia) o usuário pode ouvir à vontade e os primeiros 15 dias são por conta da Tocalivros. Segundo o diretor da empresa, Ricardo Camps, os audiolivros são mais que comodidade, conhecimento e diversão, tratam-se de vivenciar uma experiência. “Dependendo do tamanho e quantidade de texto por página, um livro com 300 páginas é transformado em apenas três horas de narração. Imagine que a pessoa no trânsito escuta 30 minutos de livro por dia, em menos de uma semana ela terá escutado um livro completo”, revela Ricardo.

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Narradores que dão vida aos livros

O time de narradores da Tocalivros é formado por 52 pessoas, entre atores, atrizes e também autores. As histórias são bem contadas, com alta qualidade de som e passam por um controle de qualidade e mixagem criteriosos. Nomes como Fabio Porchat, Daniel Vidal, Zeza Mota, Claudia Alexandre, Rubens Caribé, Priscila Scholz dão vida às histórias e, junto com uma equipe de curadoria artística e produção fonográfica, fazem o ouvinte mergulhar nesse universo. A empresa já produziu mais de 800 audiolivros em seus estúdios e tem contrato com mais de 70 editoras

Do sertão para o fone de ouvido

Incentivadores do hábito de leitura

O Clube Digital de Leitura é o braço social da Tocalivros. O propósito é incentivar o hábito da leitura, democratizar o acesso a conteúdo de qualidade e gerar impacto positivo na sociedade. Assim, nasce o Clube Digital de Leitura, projeto social que distribui audiolivros gratuitamente em vários locais como o Metrô de São Paulo; hospitais que cuidam de crianças em tratamento de câncer e doenças raras; organizações que cuidam de pessoas com deficiência visual e dislexia; casas de repouso, além de alunos e professores de escolas públicas. Saiba mais no site: https://clubedigital.tocalivros.com/. Redes Sociais da Tocalivros: Facebook | Instagram | Linkedin | Twitter Site: www.tocalivros.com LC Agência de Comunicação Genielli Rodrigues e Gabriela Cuerba genielli@lcagencia.com.br gabi@ lcagencia.com.br (11) 2275-6787 | (11) 9.5094-4793 | (11) 9.9427-8151

Tocalivros e Global Editora lançam audiolivro de um dos clássicos da literatura nacional do maior escritor pós-modernista brasileiro: João Guimarães Rosa Mitológico, regionalista, singular, inovador. João Guimarães Rosa dispensa apresentações. Sua obra e a sua reinvenção conseguiu ultrapassar as fronteiras das palavras que seguem vivas – mesmo depois de tanto tempo – no imaginário da narrativa do povo brasileiro. Nas bibliotecas, nas escolas, entre os leitores e, agora, também em ondas sonoras. A iniciativa de transformar as conversas do sertão sem fim em áudios é da Tocalivros, empresa brasileira que faz a magia literária de converter bibliotecas inteiras em megabites. O mais novo lançamento da Tocalivros, em parceria com a Global Editora, é A Hora e Vez de Augusto Matraga, conto que encerra a obra Sagarana publicada em 1965 pelo mais importante escritor do pós-modernismo brasileiro. Nhô Augusto ganha vida na voz do ator Rubens Caribé, conhecido admirador da obra do romancista. O personagem, que é a perfeita síntese do mandonismo local, vive o dilema universal entre o bem e o mal em um enredo surpreendente construído por Guimarães Rosa, que reflete sobre instintos, costumes e, claro, os dilemas da vida. Um dos maiores clássicos da literatura brasileira disponível onde e quando quiser na palma da mão e nos fones de ouvido. A produção do audiolivro, desde os primeiros contatos com a editora até as horas incansáveis em estúdio de gravação, durou cerca de dois meses. No final, as 56 páginas do conto se transformaram em 2h10min de uma imersão literária e profunda experiência na obra de Guimarães Rosa – tanto para os leitores mais exigentes até para os que pretendem iniciar o contato com o autor. “Houve um processo de leitura, entendimento do texto, pesquisa sobre a dialética e musicais, além, claro, da gravação, mixagem, masterização até o resultado final. Para nós, uma grande honra transformar essa importante obra em algo acessível a todos”, relata Clayton Heringer, produtor artístico da Tocalivros.

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O audiolivro A Hora e Vez de Augusto Matraga, que também conta com a narração de Priscila Scholz, está disponível no aplicativo da Tocalivros, em iOS e Android na Apple Store e no Google Play. Além do site www.tocalivros.com.

Sobre a Tocalivros

Imagine ter conhecimento ou se divertir enquanto caminha, está no trânsito ou na hora de lavar a louça? Eles vieram para ficar e otimizar o seu tempo: os audiolivros da Tocalivros. E, o melhor, com essa comodidade que dá para “carregar” para onde quiser (no celular ou no computador), você desfruta de uma programação cultural e literária com mais de 2 mil audiolivros e 5 mil e-Books. São histórias envolventes com narradores profissionais por uma assinatura mensal que cabe no seu bolso: apenas R$ 19,90 por mês, bem menos de um real por dia. Pronto para viver essa experiência? Na Tocalivros você tem ainda 15 dias totalmente grátis. Audiolivros é na Tocalivros. Baixe o aplicativo disponível para iOS e Android. Mais informações no site www.tocalivros.com.

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Sobre a Global Editora

A Global Editora é uma editora brasileira que reúne em seu catálogo obras de autores nacionais, como Câmara Cascudo, Cora Coralina, Manuel Bandeira, Ignácio de Loyola Brandão, Cecília Meireles e muitos outros. Faz parte do Grupo Editorial Global, que também compreende as editoras Gaia e Gaudí. Título: Hora e Vez de Augusto Matraga Autor: Guimarães Rosa Narração: Rubens Caribé e Priscila Scholz Duração: 02h09m27s Tamanho: 30.27 MB Selo Editorial: Global Editora Produção: Tocalivros Studios Editora: Global Editora Idioma: Português Brasil Disponível: Compra, Clube do Audiolivro e Assinatura Ilimitada Link de venda: https://bit.ly/ahoraevez Redes Sociais da Tocalivros: Facebook | Instagram | Linkedin | Twitter Site: www.tocalivros.com

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Entrevista com o escritor

Adam Mattos Adam Mattos é advogado, escritor, poeta e editor. Acadêmico de Letras e pós graduando em Ciências Humanas e em História das Religiões. Além de ter cursos de capacitação em Shakespeare e em estudos islâmicos(Harvard e Universidade de Tel Aviv). Nasceu em Londrina, mas mora há muitos anos em Curitiba, é casado e tem um filho pequeno. É editor do coletivo literário: “Maldohorror” e editor/co-fundador do Corvo Literário. Já publicou dois livros e participou de inúmeras antologias de diversas editoras. É militante em prol da propagação da literatura de forma democrática e livre no mundo líquido(pós-moderno). Boa leitura!

A liberdade só existe de forma plena, com igualdade de oportunidades” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Adam Mattos, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que veio primeiro o gosto pela arte de escrever textos poéticos, ou terror? Adam Mattos - Primeiro o terror. Gosto de terror desde criança. Mas meu primeiro texto poético não foi de terror, e não escrevo só este estilo. Escrevo poesias de todos os temas, já participei de antologias de amor, temas variados, etc.

E então, “será que o ser humano nasceu mau, ou se torna com o decorrer do tempo”? Apresente-nos “Alma em pedaços”. Adam Mattos - Alma em pedaços nasceu em um momento difícil da minha vida. Comecei a escrever sobre desesperança, maldade, e quando vi, a obra estava completa na minha frente. Não foi algo planejado, simplesmente aconteceu. É um livro com poesias sobre crimes, crueldade, desesperança, depressão, perda, tudo isso com uma linguagem simples e de fácil compreensão. Mas é absolutamente um livro para maiores de 18 anos. Já essa questão me atormenta desde sempre. Eu não sei a resposta, mas nos meus textos essa questão uma hora ou outra aparece. Após concluir Alma em pedaços,

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escrevi um livro de contos perturbadores, seguindo a mesma premissa. E espero lançar em breve um romance para encerrar a “trilogia” sobre o tema. Apresente-nos um dos textos publicados na obra. Transparente Transparente como somos Não conseguimos esconder por muito tempo Mesmo sem nos expormos A verdade vem como vento Tentamos em vão não mostrar Aos outros, a nossa verdadeira face Para não, eventualmente, frustrar Quem sempre nos abrace Mas quem verdadeiramente somos? Essa dúvida sempre paira na gente Podemos não ser mais quem fomos E a máscara cai bem na nossa frente A dualidade do ser humano é imensa E não pode ser medida facilmente Cada personalidade é tão intensa Que é fácil julgar erroneamente Cada texto contém um pedacinho do autor, comente sobre o momento de criação do texto. Adam Mattos - Não sei se concordo com essa frase. Rs. Alguns textos são mais autorais que outros, mas, acredito que a base primordial do meu trabalho é a empatia. Eu não preciso ter ficado grávida e ser assassinada para sentir ódio na poesia: Assassino. Da mesma forma que não precisamos pertencer à uma minoria para defender até a morte, se preciso, os seus direitos. Não sei em que momento escrevi essa poesia, mas provavelmente sentindo por alguém que foi julgado de maneira errada, ou não. O escritor enxerga o mundo diferente. Uma folha caindo da árvore pode tornar-se um romance sobre a segunda guerra mundial. Rs. Saindo da poesia e indo para o terror encontramos o seu livro de contos, “Devaneios de uma mente perturbada” comente como surgiu a obra. Adam Mattos - Mais ou menos como o 38

primeiro. Não na questão do momento, mas da surpresa. Eu fui escrevendo contos e mostrando para algumas pessoas. As respostas sempre foram muito positivas, então resolvi transformá-los em uma coletânea de contos perturbadores. Não tem só terror. Tem dilemas morais, problemas políticos de saúde (na minha opinião, o mais assustador do livro), e até comédia, se você tiver um senso de humor peculiar. Rs. Mas todos eles perturbam, pois poderiam acontecer com qualquer um em algum momento da vida.

Apresente-nos a obra Adam Mattos - Neste livro, o autor reuniu contos que podem ser classificados como terror, mas são mais do que isso. São contos que exploram a dualidade da essência humana. O que são capazes de fazer quando ninguém está olhando, no conto: “Assassinato?” Em “O caçador de buzinas”, vamos conhecer Juca, e o que acontece quando somos levados ao limite. Encararemos também a crua realidade de um garoto em busca de um sonho. É uma seleção eclética, mas em comum, deixam uma pergunta no ar: Do que o ser humano é capaz?

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O que mais o atrai nos textos de terror? Adam Mattos - O terror real. Você ler algo e se arrepiar olhando sob o ombro para garantir que aquilo não esteja prestes a acontecer com você também. Além do aspecto político. Eu escrevi um conto que não está no livro, chamado: Ditadura. Depois que escrevi, nunca tive coragem de ler. Pois tudo o que está retratado ali, aconteceu com milhares de brasileiros nas mãos do Dops, depois de 1º de abril de 1964. Em um momento como o que vivemos no Brasil, com um presidente sempre flertando com esse passado grotesco, esse texto serve de denúncia, para que nunca nos esqueçamos do que realmente ocorreu, por mais que governantes tentem mudar a história, com o claro intuito de repetí-la. Esse conto está publicado no site: Maldohorror. com.br Onde podemos comprar os seus livros? Adam Mattos - O “Alma em pedaços” pode ser encontrado em e-book em todas as lojas do ramo, inclusive em Portugal. Já o físico pode ser comprado no meu site: www.corvoliterario.com e no site da editora Viseu: https://www. eviseu.com/pt/livros/1021/alma-em-pedacos/ Já o “Devaneios de uma mente perturbada” por enquanto apenas no site da editora Constelação: https://constelacaoeditorial.lojaintegrada.com.br/devaneios Quais os seus próximos projetos literários? Adam Mattos - Meus projetos atuais são os dois sites literários que sou editor: www.corvoliterario.com.br e www. maldohorror.com.br Em ambos, temos grandes escritores, que encontram um espaço para publicar suas obras. O Maldohorror, como o nome diz, é voltado apenas para o terror, já o Corvo Literário, meu xodó, é de todos os gêneros, inclusive Cordel brasileiro. Falando em livros, meu próximo será

um romance. Mas por enquanto fica na surpresa. Será que será de terror? Rs. Espero publica-lo em 2021. Me acompanhem nas redes sociais e no Corvo Literario para estar sempre informado dos meus projetos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Adam Mattos. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Adam Mattos - Adam Mattos - Leiam. Prestigiem os autores nacionais, que não devem em nada para os estran-

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geiros. Comprem os livros, ajudem a divulgar, que só assim conseguimos sobreviver nesse mundo novo, que ainda não sabemos como será exatamente. Como será a era pós-digital? Teremos livros ainda? Não sei, mas com certeza teremos escritores com histórias incríveis para contar. Vai de cada um adaptar-se. E lembrem-se: A liberdade só existe de forma plena, com igualdade de oportunidades. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL EDITORA PENALUX--------

BENDITOS OS QUE SEMEIAM LIVROS!

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Editora paulista chega aos 1.000 títulos publicados e se destaca nas principais premiações literárias do país

Penalux acaba de alcançar a marca de 1.000 títulos publicados. Fundada em 2012 pelos autores Tonho França e Wilson Gorj, a editora com foco em literatura nacional contemporânea vem se projetando progressivamente no mercado editorial. Além de publicações representativas, de autores premiados e renomados, a Penalux tem atraído a atenção por conta de sua boa

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atuação nos prêmios dedicados à Literatura. Com títulos inscritos nos principais concursos, a casa editorial comandada por França e Gorj tem obtido boas atuações em 2020, emplacando seus livros nos principais certames do meio literário.

Boas novas no primeiro semestre Logo no começo do ano, a Penalux

festejou a boa nova vinda de Portugal: o livro “A depressão tem sete andares e um elevador”, da paulistana Isabela Sanches, ficou entre os finalistas do Prêmio Glória de Sant’Anna 2020, afamada premiação internacional destinada a livros de poesia. Depois, foi a vez do livro “Casa de boneca para elefantes”, coletânea poética da autora Patrícia Porto (RJ), entrar na relação dos semifinalistas do maior prêmio de Língua Portuguesa, o

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Oceanos, aberto a participações de editoras do Brasil, Portugal, Moçambique, Angola e de outras nações lusófonas (neste ano concorreram mais de 1872 obras, inscritas por 450 editoras, tendo participações vindas de 10 países). Vale frisar que é o terceiro ano seguido que a Penalux coloca um dos seus títulos entre os semifinalistas.

Mais prêmios

Passado o primeiro semestre, os destaques nas premiações continuaram acontecendo. O livro “Toda a janela é um tipo de saída”, da poeta Marina Rima (SP), venceu a fase semifinal do Prêmio Guarulhos de Literatura e disputa agora entre os finalistas o prêmio de Escritor do Ano, cujo resultado deve sair em breve. O livro “Canto escuro”, romance do escritor Daniel Barros (DF), também se destacou em 2020. Foi finalista do International Latino Book Awards, na categoria literatura ficção em língua portuguesa. Em tempo: tal feito colocou o autor em evidência, fazendo com que ele participasse em matérias de grandes veículos de comunicação, como as TV’s Record, SBT e Globo. O livro “Apenas por nós choramos”, da autora Anna Mariano (RS), também se tornou finalista e disputa a posição de melhor Livro do Ano, categoria Poesia, no Prêmio AGES 2020. Surpresa também no Prêmio Literário Cidade de Manaus. Sandra Godinho e Myriam Scotti (AM), autoras da Penalux, consagraram-se vencedoras com os romances “Tocaia do Norte” (Sandra), categoria nacional – obra recentemente publicada pela editora –, e “Terra úmida” (Myriam), categoria regional, romance que em breve também será publicado pela mesma casa editorial.

Enfim, 1000 títulos! E mais um prêmio!

Chegou outubro e, junto com a expectativa de mais prêmios, veio outra

boa notícia: a editora alcançou a marca de mil títulos publicados. E não parou por aí. A Penalux conseguiu habilitar no Prêmio Biblioteca Nacional mais de 30 obras que concorrerão à fase classificatória, cujo resultado será comunicado em novembro. Também em outubro chegou a notícia de que o livro de crônicas “Leque aberto”, da escritora Raquel Naveira (MS), foi vencedor do Prêmio Mário de Andrade pela UBE/RJ. Mas a surpresa maior ainda estava por vir.

O mais disputado prêmio literário do país

Semana passada foi divulgada a lista dos finalistas do prêmio literário mais tradicional do país: o Jabuti. A Penalux teve três obras entre os finalistas: duas de poesia e um romance (na categoria entretenimento). São eles: “Vida aberta: tratado poético-filosófico”, poesia, do autor Waldemar José Solha (PB); “Poemas de última gera-

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ção”, do autor Samuel Marinho (MA); e o romance “Olhos bruxos”, do escritor Eliezer Moreira (RJ). É também o terceiro ano consecutivo que a editora aparece entre os finalistas do prêmio.

O que vem pela frente

Ainda faltam sair mais resultados, tanto desses prêmios já citados quanto de outros, como o Prêmio São Paulo de Literatura, no qual a editora também já conseguiu colocar um finalista em 2018. Apesar de ser um ano difícil sob vários aspectos, 2020 reservou para Penalux mais destaque e credibilidade ao trabalho desenvolvido por sua equipe e seus autores. É esperado que a editora encerre o cronograma deste ano com quase 180 obras publicadas. Conforme relatado pelos editores, a equipe segue já trabalhando nos títulos que serão lançados em 2021. Quiçá, ganhadores de mais prêmios. Ficaremos na torcida. Por Carlos Mancur Saldanha, redator.

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Fontes: https://gloriadesantanna.files.wordpress.com/2020/04/listafinal2020-fotosautores.png https://www.publishnews.com. br/materias/2020/08/26/o ceanos-anuncia-seus-semifinalistas-de-2020 https://www.clickguarulhos.com. br/2020/10/12/veja-quem-sao-os-finalistas-do-premio-guarulhos-de-literatura/ https://www.correiobraziliense.com. br/cidades-df/2020/08/4870112-policial-civil-do-df-e-finalista-em-premio-americano-de-literatura.html [vídeos: SBT: https://youtu.be/YCVCNIphpdQ | Globo: https://youtu. be/TUkFUQnGDcg | Record: https://youtu.be/VVmKCLeT9aQ?list=PLlKfXFBM4nBj_BORmEL78PH3bEtKCvDdl ] https://literaturars.com. br/2020/09/29/saiba-quem-sao-os-finalistas-do-premio-ages-2020/ [p. 18]: http://dom.manaus.am.gov.br/ pdf/2020/outubro/DOM%20 4948%2016.10.2020%20CAD%201. pdf https://www.bn.gov.br/acontece/noticias/2020/10/fundacao-biblioteca-nacional-divulga-resultado-final https://www.facebook.com/photo. php?fbid=390407252137364&set=a.103276610850431&type=3&theater https://www.premiojabuti.com.br/ finalistas/

EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX Romance - Sandra Godinho - “Tocaia do Norte”

Em Tocaia do Norte, Sandra Godinho apresenta a trajetória do padre italiano Giácomo Chiarelli, missionário na Amazônia brasileira em meados da década de 1960. Em plena ditadura, o padre é designado para liderar uma expedição do Governo até o território dos indígenas da tribo Waimiris-Atroaris, com vistas à exploração do potencial agropecuário, hidrelétrico e turístico da região. Da articulação dos militares nos rincões da floresta amazônica durante o período até as ações ditas humanitárias e, por fim, mais devastadoras, Tocaia do Norte narra um Brasil quase desconhecido, de dialeto ignaro, com sofrimentos vivos, um Brasil que não queremos ver: “Uma pessoa é muito mais que um pedaço de terra”. Capítulo esquecido, obscuro e sangrento da história não contada e que se confronta com a versão oficial, a obra de Sandra Godinho adentra literariamente um território que mexe com feridas profundas e que repercutem até hoje em nossos modos de esquecer e reescrever o passado, um Brasil que se narra conforme os interesses de ocasião. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/tocaia-do-norte

* O título da matéria faz referência ao famoso poema de Castro Alves: Oh! Bendito o que semeia / Livros à mão cheia / E manda o povo pensar! / O livro, caindo n’alma / É germe – que faz a palma, / É chuva – que faz o mar!

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Poesia - Alexandra Vieira de Almeida - “A Negra cor das palavras”

Em A negra cor das palavras, sexto livro de poemas de Alexandra Vieira de Almeida, ela pretende fazer uma leitura sobre os símbolos que permeiam a cor negra e branca, revelando que uma complementa a outra, nas suas simbioses e, ao mesmo tempo, diferenças. Além disso, numa temática social, procura revelar, através da negritude, a potência da língua e da voz de uma raça que foi tão oprimida. Mas como disse Antonio Carlos Secchin, professor emérito da UFRJ e membro da Academia Brasileira de Letras, na quarta capa do livro dela, Alexandra não tem um tom “panfletário”. Busca a partir da expressividade artística e subjetiva dar sentidos diversos à cor negra e branca. Se a cor negra encerra a linguagem a partir da tinta negra, a cor branca também prisma os sentidos a partir do branco da página, um reino cheio de possibilidades. Nuno Rau, poeta, arquiteto e historiador da arte, no posfácio do livro de Alexandra, apresenta a cor negra também como símbolo da melancolia, estando presente através da bile negra, que ela cita em um de seus versos. O ser da escrita se carnaliza por essa dor que aflige os açoitados da história. Se a cor negra está permeada pelo açoite, produzindo aquilo que corta e sangra, a linguagem poética, a escrita, é capaz de fechar o ferimento a partir da cicatriz das palavras. Portanto, negro e branco estão visivelmente imbricados numa cadeia de beleza e lirismo, que percorre os poemas de A negra cor das palavras. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-negra-cor-das-palavras

Poesia – Diego Mendes Sousa – “Velas Náufragas” Diego Mendes Sousa emocionou-me com o seu novo livro cheio de mar. Maduro, cristalino. O mais belo que escreveu, pulsante, vivo, com cheiro de terra, o que é destino. Com os seres caranguejos e as marés. Muito belo e original. Generoso e límpido. (...) O reconhecimento é justo, o Poeta em Diego Mendes Sousa está crescendo. ???? Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/velas-naufragas

Poesia – Álvaro Alves de Faria – “Mulheres de

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São Petersburgo”

Mulheres de São Petersburgo “reflete a vivência (e multividência) do feminino plural ou o trailer hollyoodiano das musas do poeta – a experiência da palavra vivida, imaginada, transfigurada, sentida, idealizada, fruto do diálogo com a própria alma, a mulher interior. [...] o livro traduz a jornada do grande poeta e desvela o viajor na rota do sublime, exibindo a multiplicidade da experiência modelada sob os signos formais de angustiante beleza, extrema delicadeza (essa força superior e sutil da força) e refinado senso estético. [...] Solitário, puro e autêntico em sua totalidade criadora, Álvaro Alves de Faria, com Mulheres de São Petersburgo, reafirma aos leitores e às novas gerações, o valor inquebrantável da dedicação a poesia e a estatura superior atingida pela plenitude da linguagem em direção à novas estações do verbo. Resistência e humanismo, beleza e verdade, a lição que continua a pregar nas trincheiras líricas de sua revelação.” [Luís Augusto Cassas] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/mulheres-de-sao-petersburgo

Poesia – Antonio Carlos Secchin – “Hálito das pedras”

A obra Hálito das pedras é a melhor edição da poesia completa de Antonio Carlos Secchin. Isto se justifica pelo aprimoramento da revisita que o próprio autor fez em inúmeros poemas, na procura incisiva pela sua dicção mais que perfeita, uma obsessão pela estilística clarividente e refinada que permeia a sua literatura envolta de muita beleza, com toques de ascese. A poesia de Antonio Carlos Secchin é detentora de metáforas sutis e o seu discurso poético, incomum, está impregnado de sabedoria e de ironia. Com a maestria que lhe é peculiar, Secchin costura – em alto nível – o seu lirismo enxuto e elegante, onde cada palavra exposta, somente permanece ou coexiste no brilhantismo do seu verso, porque é inevitável, também extremamente necessária, em obediência à cartilha exclusivista que o poeta carioca domina em seu olhar de crítico, sempre acabado. Diz ele: me aprendo em teu silêncio, feliz como um portão azul. Na posse de Hálito das pedras, o leitor terá em mãos uma legítima raridade, de um autêntico criador, um Hércules do nosso tempo. Sonetista ímpar, poeta de todas as formas, com o desejo extraordinário e polido de sagração e de eternidade. (Diego Mendes Sousa, Curador da edição). Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/halito-das-pedras

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Entrevista com a escritora

Aldirene Máximo Aldirene Máximo, é graduada em Letras e pós-graduada em Psicopedagogia. Coorganizou as coletâneas: “Elas e as Letras”, “Elas e as Letras – Diversidade e Resistência” e “Elas e as Letras Insubmissão Ancestral.” Autora de: Eu acredito no Amor!, Metáforas, Caderno de Recordações, O Encontro, #Sororidade, Catarses e Oásis. Dra h. c. em Literatura. Vice Presidente da NACLAB (Núcleo Acadêmico de Ciências, Letras e Artes do Brasil). Acadêmico fundador, ocupando a cadeira número 2. Antologista, Biblioterapeuta, Blogueira, Cronista, Escritora, Mediadora de leitura, Narradora de histórias, Palestrante, Poeta, Prefaciadora, Professora, Resenhista e Revisora de textos. Integrante dos coletivos: Mulherio das Letras, Mulherio das Letras Portugal, Mulherio das Letras Itália, Mulherio das Letras Europa e Mulherio das Letras Estados Unidos. #Sororidade é o seu lema! Colunista na Revista Voo Livre. Boa leitura!

Leiam nosso livro. Para que a arte resista, apoie autoras nacionais!”

Crônicas curtas e reflexivas em “Resiliência” Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Aldirene Máximo é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai nas crônicas? Aldirene Máximo - Sou amante da Poesia. Raramente me aventuro nas crônicas. Porém, vejo nas crônicas a possibilidade de narrativas curtas, sejam elas reflexivas ou não. A Poeticidade é o que mais me atrai.

Em que momento se sentiu preparada para publicar “Resiliência”? Aldirene Máximo - Ano passado, após pesquisas de temas para um novo trabalho, tudo o que via me remetia à palavra Resiliência. O significado é muito forte para mim. Então, fiz o convite à querida escritora Claudirene, que gostou da ideia e fomos amadurecendo o projeto. As 42 crônicas do livro foram escritas

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no período de um ano. E foi um imenso desafio. A partir desse movimento, o livro foi ganhando forma e nasceu.

Metáforas Caderno de Recordações O Encontro Catarses #Sororidade Oásis Infância Rimada (no prelo) Sonhos de Criança, em coautoria com a escritora Rita Queiroz

Apresente-nos a obra Aldirene Máximo - Resiliência: 42 crônicas analíticas - reflexivas que trazem refrigério à alma. Excelente leitura que nos ajudará a ressignificar esse momento difícil que estamos vivendo. Assim como as árvores que perdem suas folhas quando mudam as estações, somos nós. Porém, se nossas raízes forem profundas e “resilientes”, resistiremos a qualquer tempestade.

Exceto o “Caderno de Recordações”, que é um livro de crônicas, todos são livros de poesias. Eles estão sendo vendidos na Livraria Sororidade, na Livraria Asabeça e Amazon. Quem preferir pode comprar diretamente comigo e eu envio autografado.

Apresente-nos um dos textos publicados na obra CHUVA Chove. Sinto Paz. É como se todas as minhas dúvidas fossem respondidas neste momento. Tomei banho de chuva. Minh’Alma está bem mais leve... Sinto o cheiro da terra, vejo o crescimento e fortalecimento das raízes que um dia foram sementes. Queria dançar na chuva. Para agradecer aos Céus a oportunidade desse renovo. Há quem não saiba apreciar a Poesia que há em cada gota de chuva. E tem medo de se molhar. Se soubessem quanta resiliência há, pediriam para que o Universo pausasse o tempo. Farei bolinhos de chuva e um chá. Este é o momento perfeito para escrever uma crônica. Aldirene Máximo Sabemos que cada texto contém um pouco da autora. Comente sobre o momento de escrita do texto. Aldirene Máximo - O texto Chuva foi escrito em um dia chuvoso. Rsrs. Eu 46

estava sozinha em casa, sem poder sair pois chovia muito. Então, a inspiração brotou e eu deixei fluir. Onde podemos comprar o seu livro? Livraria Asabeça Livraria Sororidade Livraria Travessa O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Aldirene Máximo - Escrever é o que me faz feliz! Acredito que seja o meu propósito de vida. Escrevo desde os 8 anos. Poesias, desde os 12. (Uma longa caminhada!) Um verdadeiro presente divino que eu ganhei e tento aprimorar a cada dia. Sou graduada em Letras e sempre que consigo, faço cursos voltados à literatura, para me aperfeiçoar. Tive a oportunidade de conhecer autoras incríveis nessa jornada e na medida do possível, as leio, ampliando o meu repertório e minha visão de mundo.

Quais os seus próximos projetos literários? Aldirene Máximo - Gostei muito de escrever duetos. Recebi mais dois lindos convites de amigas escritoras para escrever em parceria e estamos amadurecendo as ideias. Estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Aldirene Máximo. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Aldirene Máximo - Leiam nosso livro. Para que a arte resista, apoie autoras nacionais! Serviços: Blog: http://catarsesemetaforas.com Instagram: @catarsesemetaforas

Apresente-nos os títulos de livros solo publicado. Eu acredito no Amor!

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

ROSANA NICÁCIO------------------------------------

REENCONTRAR-SE

E

de repente tudo parou ou quase tudo, digamos que apenas o necessário era suficiente para sobreviver ou viver. Escolas, lojas, bares, shoppings, cinemas, tudo fechou e você se fechou em casa, para se proteger e proteger os seus de algo invisível, mas existente e capaz de cessar a vida da gente. Planos, sonhos, projetos Imagem: Sandra S. Rodrigues para um ano recém iniciado, fiMorar junto com a família, mas cou sem muito sentido, pois o que não se ter tempo para cultivar o amor não estava fazendo sentido era perder de uma verdadeira união? entes queridos, amigos, conhecidos, Ter um bom cargo, status, salário que nos deixavam diariamente, sem a e perder sem aviso prévio em virtude oportunidade de um aperto de mão, do invisível que atinge a tudo e a todos? um abraço de coração para coração, Ter o melhor carro, roupas e não um tocar, um rezar próximo ao caixão. poder usufruir, pois nada funciona e em A terra parou para que eu, você, casa que preciso ficar para sobreviver. nós, parássemos também para reaverÉ ter a minha vida nas mãos de mos o nosso estilo de vida, nossos com- outras vidas (profissionais da saúde) portamentos, sentimentos, mas, acima e ninguém a mais ao menos para me de tudo nossa consciência e se pergun- ver, enquanto no hospital o invisível tar: O que vale realmente a pena? me deter? Uma estrutura de concreto conE o que vale realmente a pena? fortável, luxuosa, mas sem sentimenCada pessoa tem o seu conceito, to por não se ter o tempo de usufruir suas verdades e eu me limito a ter o com a família? meu humilde ponto de vista, diante de

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tudo o que vivi e estou vivendo. Para mim, o estado presente é um verdadeiro presente que nos é ofertado para usufruirmos diariamente da melhor forma possível, não deixando realmente para depois o que pode fazer hoje, não quero falar em apenas afazeres, tarefas, pois me limitaria a algo superficial, mas, ao que realmente é essencial e tem importância, o que nos faz sentido e estímulo para ser um humano melhor para si, para o outro e com o outro é: Amar, hoje Ser caridoso, hoje Ser empata, hoje Sorrir, hoje Sonhar, hoje Perdoar, hoje Eliminar os excessos, hoje Ter bons pensamentos, hoje Viver o hoje, se projetando um futuro, hoje Reencontrar-se com sua essência, hoje Pois a vida é construída e vivida no hoje REENCONTRE-SE, VIVA E SEJA FELIZ, HOJE! Receba meu abraço afetuoso, HOJE. Rosana Nicácio @rosananicacio Consultora em Gestão de Pessoas E Mentora em Desenvolvimento Humano 47


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

SANDRA SAMPAIO RODRIGUES------------------

Dim go bel Dim go bel Dim go bel Eis que chegou o natal Mais um natal Luzes apagadas como a gratidão de um povo Sorrisos opacos Brilho nenhum em seus olhos Distantes seus corações do amor Esquecida data Trocada por presentes A triste face do cristo. Encontros ocasionais uma vez ao ano De amores superficiais Que noutros momentos Nem se deram conta da existência do próximo Durante um ano inteiro, Nem um bom dia sequer, Mas chegou o natal E lá do alto junto aos seus anjos Cristo com amor Há de iluminar os lares Confiante de que um dia seus irmãos despertem

Feliz 2021 Foram-se as horas, os dias, meses E pela janela Mais um ano de muito aprendizado Há quem diga ser castigo Pois bem, adormecidos para tudo que ocorre no mundo. Esperamos um novo ano, um novo normal Com pensamentos de esperanças Positividade, paz e harmonia Novos recomeços e possibilidades Que 2021 seja o início de uma nova humanidade Um feliz e novo ano realmente Sem preconceito, racismo, guerras Fome, egoísmo e tudo mais! Irmãos unidos pela paz no mundo! Feliz ano de 2021.

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Sandra Maria Sampaio Rodrigues, nascida em Caucaia-Ceará, residente em São Paulo. Artista plástica autodidata, escritora com participação em várias antologias pelo Brasil e em Portugal, atuante no grupo literário MULHERIO DAS LETRAS. Tendo seu livro infantil FALABELLA A BORBOLETA AZUL E GINA FORMIGUINHA publicado pelo Grupo editoral Scortecci, ilustrado pela própria autora. Efetiva desde 2018 na área de ilustração com suas ilustras nas antologias MEUS PEQUENOS VERSOS Coletânea de poesias para crianças, Antologias NEM UMA A MENOS e ELAS E AS LETRAS II da editora Versejar, DIVAS Mulheres que se superaram da escritora Marina Marino e ilustração para a escritora Liz Rabelo, ilustração no livro VILA 20.20 da escritora Daniela Marques. https://sampaiorodrigues-7.wixsite. com/website https://www.instagram.com/ sandrasampaiorodrigues/ https://www.facebook.com/profile. php?id=100001055255980 #ilustrasandrarodrigues #sandrasampaiorodrigues WhatsApp 55(11)951989777

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Entrevista com o escritor

Amilton Costa Amilton Costa, possui graduação em Ciência Política, graduação em Odontologia, especialista em Saúde Pública, Mestre em Saúde da Família. Trabalhou durante dez anos como dentista de família e neste período escreveu diariamente no blog “De Boca Aberta”, cujas crônicas deram origem ao livro de mesmo nome. Atualmente é professor universitário e mora na cidade de Sobral, Ceará, Brasil. Boa leitura!

Para levantar reflexão, escolhi pontos cruciais na história, tais como a reforma religiosa realizada por Akhenaton no Antigo Egito, o assassinato de Sócrates na Grécia Antiga, as perseguições imputadas pelo tribunal da Santa Inquisição durante o período medieval e a reforma protestante na modernidade.”

Uma leitura que vai te surpreender em ‘Beijos, Bicicletas e Óvnis’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Amilton Costa, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o inspirou a escrever “Beijos, Bicicletas e Óvnis”? Amilton Costa - Muito obrigado pelo convite e oportunidade de compartilhar minha história. Sempre fui fascinado por questões relacionadas à vida extraterrestre, é um tema que me instiga desde a infância. Mas o motivo maior ao começar o processo de criação foi a necessidade de

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levantar um debate e propiciar, de certa forma, uma reflexão acerca de temas universais, tais como: a vida no planeta Terra, as diferenças sociais, o preconceito social, sexual e religioso. Dessa forma, imaginei um cenário distópico e uma guerra que separava pessoas pelos dogmas religiosos. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Amilton Costa - Inicialmente o título não era esse, os personagens surgiram, a história ficou bem clara na minha cabeça e o título foi mudando ao longo da escrita. Fiquei feliz quando entendi que deveria ser realmente

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algo que conseguisse trazer uma noção do que a história proporciona: amor, amizade, desprendimento e capacidade de viver os momentos mais simples, superar as adversidades e acreditar no inimaginável.

tenho dois livros técnicos sobre políticas públicas: “Políticas de Saúde na Atenção Básica” e “ Redes de Atenção à Saúde e Atenção Básica: interfaces na construção das políticas de saúde”.

Apresente-nos a obra Amilton Costa - Posso dizer que o centro propulsor do enredo é Belfast, capital da Irlanda do Norte, março de 1984. No auge dos conflitos entre católicos e protestantes descortina-se uma história de amor e amizade entre um terrorista do Exército Republicano Irlandês (IRA) e um protestante. Além da guerra diária, os protagonistas precisam viajar no tempo para resolver questões inacabadas. Do Egito antigo a Nova York de 2195 d. C. eles quebram a barreira do espaço-tempo e trazem uma visão diferente acerca da fé, religião, amor, homossexualidade e a vida no planeta Terra. Qual o momento, enquanto escrevia a trama, que mais chamou a sua atenção? Comente. Amilton Costa - Alguns momentos ainda causam impacto quando leio e reflito sobre tudo aquilo; como nas cenas do capítulo “Tempora Amoris” que se passa durante o ano de 1304 d.C num mosteiro nas encostas de Sena, Itália. São travados embates psicológicos dos protagonistas na ânsia de se libertarem da clausura, do aprisionamento imposto pelo tribunal da Santa Inquisição. E tudo leva a um desfecho inesperado. O que mais o atrai na leitura da obra? Amilton Costa - Os questionamentos levantados pelos personagens sobre a vida no planeta Terra, das diferenças e preconceitos que acabam aniquilando vidas. Para levantar reflexão, escolhi

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Amilton Costa - Escrever representa parte de minha vida, de ressignificação e também que transcende ao real e imagens daquilo que permeia minha mente e ganha vida, possibilidades através dos personagens que surgem tão naturalmente como o ar que respiro.

pontos cruciais na história, tais como a reforma religiosa realizada por Akhenaton no Antigo Egito, o assassinato de Sócrates na Grécia Antiga, as perseguições imputadas pelo tribunal da Santa Inquisição durante o período medieval e a reforma protestante na modernidade. Onde podemos comprar o seu livro? Amilton Costa - No site de minha editora, Clube de Autores, e também nas lojas Americanas, Amazon, Livraria Cultura, Submarino, Estante Virtual e Mercado Livre. Além de “Beijos, Bicicletas e Óvnis” você tem outras obras publicadas, apresente-nos os títulos? Amilton Costa - Meu primeiro livro são crônicas que retratam a relação profissional-paciente na perspectiva e olhar do dentista no livro “De Boca Aberta”; depois publiquei “20 Dias” que conta a história do Marcos que descobre ter apenas vinte dias de vida, cada capítulo é um dia na vida dele, ou do que resta dela; meu terceiro livro são poemas, “Inifinitos Fins”; também

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Quais os seus próximos projetos literários? Amilton Costa - Tenho desejo de escrever uma continuação para “Beijos, Bicicletas e ´Óvnis” e pretendo lançar um segundo livro de poesias. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Amilton Costa. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Amilton Costa - Eu agradeço a oportunidade e gostaria de enfatizar a importância da leitura, de transformar e implementar o hábito de ler. Também de valorizar os autores locais e independentes do grande círculo comercial. A leitura realmente empodera vidas e pode libertar mentes, descortinar novos caminhos e perspectivas. Finalizo com uma frase do livro “Beijos, Bicicletas e Óvnis” : “Aos que duvidam e persistem na ânsia de encontrar o caminho”. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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José Sepúlveda

O MEU NATAL Como um ladrão, espreito p’la vidraça E saio dessa pele de indigente, Tentando imaginar o que se passa Naquele estranho mundo à minha frente! Que triste! O desperdício que ali grassa Assalta o meu sentir delinquente; E perco-me a pensar em tal devassa Que insiste em perturbar a minha mente! E anseio entrar, prostrar-me ali na mesa, Sentado na poltrona, co’a certeza Do despertar de um sonho, uma quimera! Espreito p’la vidraça. Num instante, De novo, ali, sozinho, mendicante, Qual pária, nesse mundo à minha espera! José Sepúlveda

ELE VEM, É NATAL! Há quem discuta a data do Natal Mas não nos sirva isso como entrave, Que importa é que nasceu e afinal Quando Ele veio ou volta, só Deus sabe. Quer fosse no Outono ou Primavera Ou mesmo no Inverno, que mal tem? Sabemos que ele vive à nossa espera E foi gerado pela virgem mãe.

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Sabemos o que diz a profecia: - Em ti, Belém Efrata, vai um dia Nascer Jesus, o teu Libertador. Deixemos para trás toda a quezília E aguardemos juntos e em família A volta triunfante do Senhor! José Sepúlveda

OS CAMINHEIROS E O ANJO - Uma candeia acesa a esta hora Ali, naquele curro de animais! - Que importa isso? Vamo-nos embora, Um vagabundo... ou outras coisas mais! - Espera um pouco. Vou dar uma olhada, Satisfazer a curiosidade... - Não vás que pode ser uma cilada De algum dos vagabundos da cidade. - Vem ver! Uma mulher! Nasceu-lhe um filho! - Caramba, está metida num sarilho, Aqui não há parteiras nem doutor! ……… - Cantai, homens, cantai, haja alegria, Pois nesta humilde e parca estrebaria Nasceu Jesus, o vosso Salvador! José Sepúlveda

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OS REIS DO ORIENTE

PORQUÊ?

Gaspar, vem cá, vem ver aquela estrela, Repara bem no brilho que ela tem! Algo me diz no céu que vai ser ela Que há de conduzir-nos a Belém. A profecia? É isso, Melchior? Será que já nasceu o grande Rei? Avisa Baltazar, sim? Por favor! E aonde a estrela for, segui-la-ei!

Porque razão deixou a vida errante E veio visitar-me aquela gente E mesmo os reis de terra tão distante Vieram ver-me lá do Oriente?

Vamos levar incenso, mirra, ouro, Ao grande Rei, sabendo que o tesouro Que ele vai pedir na ocasião

Porque razão mataram os meninos Da minha terra e nós os três fugimos Naquela noite longa, fria e dura?

Não passa por riquezas, tão somente, Irá querer, pedir-nos por presente, O nosso arrependido coração!

Não sei, meu filho, sei que essa missão Devia levar graça e redenção Ao povo que ainda hoje te procura!

José Sepúlveda

José Sepúlveda

ADORAÇÃO AO MENINO Oiço cantar! Maria, vem ouvir A multidão de gente à nossa espera, Um coro celestial a refulgir Como se fora um sonho, uma quimera! Pastores, camponeses, tanta gente Cantando com louvor ao nosso filho E cada um lhe trouxe o seu presente P’ra dar a esta noite luz e brilho!

AS PRENDAS DO MENINO Neste Natal, em plena madrugada, No novo lar feliz que tanto auguro Queremos receber por consoada A luz do Seu olhar tão doce e puro. E juntos, mais felizes e libertos, Na casa de Pedrito, o benjamim, Os nossos corações serão despertos Com banhos de verdura e de alecrim.

Olha, Maria, lindo este cordeiro! E requeijão! E leite! Olha o padeiro! Favos-de-mel e pão, quente, fresquinho! Oh, não! São Reis, é gente eloquente! Vieram de tão longe, do Oriente, Com ouro, incenso e mirra p’ró Menino! José Sepúlveda

Mãezinha, diz-me lá porque razão Eu fui nascer ali, nesse lugar, Se havia em toda aquela região Tanto outro sítio aonde pernoitar?

Durante a noite, quando Ele vier, Nós vamos do Menino receber Com canto e oração, o Seu ensino. E ao vê-Lo olhar feliz e a sorrir, Iremos, confiantes no porvir, Abrir o coração ao Deus Menino! José Sepúlveda

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José Sepúlveda

TEMPO DE NATAL Abrem-se os corações, vivem-se as emoções, esquece-se o rancor, resplandece o amor. brilha a solidariedade junta-se a fraternidade, ergue-se a voz do perdão, eleva-se ao céu a oração. repartem-se os donativos, com sorrisos convidativos, e o amor se contagia, em ternura e simpatia, vive-se com euforia, esta data tão especial, afinal é o brilho de Natal, que ilumina os corações, de tantas multidões que veem no Natal, um símbolo divinal Jesus Cristo nasceu e o mundo e ele se rendeu. Aurora Maria Martins

É NATAL Num berço improvisado, de palhinhas enfeitado, num desprovido abrigo, e num lugar escondido, por uma estrela revelado, eis que se escontra deitado, um menino tão esperado. traz consigo a luz do amor, sem distinção de raça ou cor, sem descriminações de crenças, sem evidenciar diferenças, este menino é o Emanuel, a luz da antiga Israel, que nos séculos se propagou, e entre os homens se instalou. Aurora Maria Martins

É NATAL Descansa o menino no colo da virgem Maria O São José olha com toda a devoção e amor Enquanto os Anjos tocam e cantam ao menino Que dorme na tranquilidade e paz do senhor.. Nasceu em Belém o menino Jesus, rei redentor Vieram os Reis Magos com prendas de amor Guiados pela estrela mais bela de toda a galáxia Felizes receber o nosso rei do mundo.. O Salvador.. Nasceu Jesus em palhinha num pobre curral

É natal...nasceu o menino com sorriso de cristal

Alegrem - se as crianças, chegou mais um Príncipe Ele sabe de amor, paz, bondade e caridade...É Natal.. Maria José

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IDE E ANUNCIAI! Deixai que brilhe a estrela lá no céu A anunciar a vinda do Menino Que veio restaurar o que era Seu E conduzir Seu povo peregrino.

NASCEU O MENINO Nasceu um menino, que uma estrela viu Era um deus menino, e o mundo sorriu Nasceu um anjinho, que o povo adorou Chamaram - lhe Jesus, e o mundo salvou.. Era um natal, pois nasceu o redentor E chegam animais, para lhe dar calor Uma estrela brilhante veio iluminar E aquele menino, chegou para amar..

Seguiam José, Maria, P’las areias do deserto E o santo casal sentar Estar longe, ali tão perto.

Cantai, cantai, e ide a toda a gente Levar a linda história, alegremente, Com regozijo, aqui e mais além. Correi e anunciai: Jesus nasceu! Os anjos em canção, virão do céu, E irão convosco aos campos de Belém!

Nasceu um menino, num pobre lugar Sem ouro nem prata, só anjos a cantar Ele foi feliz, sem qualquer riqueza Este lindo menino, é só amor e pureza.. Maria José

José Sepúlveda

A ESTRELA

(Confissão de um sem abrigo) Olhos nos olhos. Sento-me ao espelho, Do outro lado, um ser que não conheço; Sorriso amargo, um coração vermelho, Vertendo plasmas, pedras de arremesso! Empurro a porta - já sem ter cravelho Que ruge escancarada, do avesso, No assombro dum castelo gasto, velho, E agacho-me, tropeço após tropeço!

Talvez, as mãos pró céu então volvesse! Quem sabe se gritasse, em minha prece, Qual pária, o Deus-Menino encontraria!

Dirigia-se a Belém,

Àquela gruta sagrada,

Onde um pai e uma mãe Zelavam na madrugada.

- Seja feita essa vontade! E assim foi para sempre A mãe da humanidade E virgem eternamente!

Ali perto, em todo o lado, Há pastores ao redor Apascentando o seu gado Quando ouviram um clamor.

Rosa Maria Santos

Melodia harmoniosa Nos sussurrava baixinho: Jesus nasceu e repousa Naquele humilde cantinho. E nessa santa choupana, Uma luz resplandecente Brilhava enquanto, ufana, Lá cantava toda a gente. Rosa Maria Santos

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Seria a mãe de Jesus, O menino prometido, Logo a treva se fez luz E o pecado foi vencido.

Na palavra do Senhor Quis depor a confiança Só então, o Deus de Amor Lhe confiou a criança.

Os anjos, entre as estrelas, Cantava o Seu nascimento, Que maravilha era vê-las E viver esse momento.

Sou eu! Revolto e triste! Se soubesse O que é viver, se a vida me oferecesse As coisas que busquei dia após dia!

Eis que um anjo apareceu E lhes falou com carinho, Abriu-se a porta do céu, Ficou mais curto o caminho.

E Maria se lembrou: Como foi isto possível? No momento em que casou Engravidou, foi terrível!

Nessa manhã ainda escura, Seguíamos de mão dada Observando essa aventura Da sacra estrela dourada.

SÓ... É NATAL!

José Sepúlveda

MARIA

Deixai que brilhe, sim, haja alegria Ide e anunciai nos campos ao redor, Que numa manjedoura parca e fria, Nasceu Jesus, o nosso Salvador.

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Entrevista com a escritora e ativista cultural

Angeli Rose Angeli Rose é carioca, geminiana, autora de Biografia não autorizada de uma mulher pancada, livro impresso infanto-juvenil, entre outras produções autorais, com participações de coautoria em antologias nacionais e internacionais. É Dra. Em Letras(PUC-Rio),PhD em Educação(UFRJ) e atualmente faz o segundo pós-doutoramento em Letras, também na UFRJ. É idealizadora e coordenadora do “Coletivo Mulheres Artistas”, atividade de âmbito nacional que reafirma o ativismo voltado para o empoderamento da mulher na área cultural. Tem sido agraciada com diversos prêmios e títulos honoríficos, porém, destaca a Comenda Antônia Leitão (ALB/Campos/Câmara Municipal), a Medalha Marielle Franco(Literarte/Casa Olodum) e o troféu Eva Perón como “Embaixadora da Paz”(Literarte/NLABA),Doutora Honoris Causa em Educação, pelo Instituto de Altos Estudos Samarthianos/Febacla. “Além desse, temos o MULHERES ARTISTAS NA JANELA que consiste em lives temáticas especiais com agenda variável e de acordo com o assunto que sentimos ser mais urgente e emergente tratar.” Boa leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora e ativista cultural, Angeli Rose, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como surgiu “Coletivo Mulheres Artistas”? Angeli Rose - Há muito tempo sentia necessidade de estar num grupo feminista direcionado para as questões de gênero, porém, com foco na produção cultural e que não fosse nem uma acadêmia, nem tivesse a formalidade universitária. Então, final do ano passado abri um grupo de whatsapp só para mulheres artistas e ativistas culturais. Fui convidando uma a uma explicando o intento de tratar de questões relacionadas à cultura, às linguagens artísticas de mulheres, em âmbito nacional num primeiro momento. Depois, em conversa com algumas amigas e colegas de ofício fui evoluindo na ideia de criar um coletivo cultural. Claro que experiências anteriores serviram como combustível para dar forma ao coletivo de hoje, como ,por exemplo, uma ala que certa vez criei no Bloco “Dois pra lá, Dois pra cá”, do Carlinhos de Jesus do RJ, era a “Ala Mulheres que dizem sim” no carnaval de 1992, também meus estudos e pesquisas em formações foram responsáveis por fazer a ideia crescer dentro e fora de mim. Entretanto, o caso do assassinato da vereadora carioca Marielle Franco foi definitivo para entender que estava mais do que na hora de agir e impactar a realidade em prol do bem estar das mulheres. Então, no início deste ano, nomeei o grupo de whatsapp “mulheres artistas” que foi evoluindo e recebendo adesões mais consistentes, conheci a amiga Maria José Esmeraldo(CE) em Buenos Aires e ela foi uma grande incentivadora e parceira no propósito, além de ser especialista em bullying e violência nas escolas. Em seguida, o COLETIVO MULHERES ARTISTAS nasceu em plena pandemia, embora fosse idealizado para desenvolver-se em caráter híbrido, presencial e digital. Nesse momento, na base do voluntariado

eu contava com um pequeno comitê disposto a produzir interações e ações culturais efetivas em forma de projetos. Criamos um “grupo de trabalho”(GT) de 6 colaboradoras mais constantes, e o grupo de whatsapp passou a ser “Prócoletivo Mulheres Artistas”, constituído de colaboradoras e simpatizantes, assim como temos o canal do Youtube coletivo mulheres artistas. Quais os principais objetivos do Coletivo? Angeli Rose - Articular as questões de gênero, feministas às questões culturais contemporâneas e a uma agenda de lutas que considere a violência contra a mulher; a formação de crianças e jovens numa consciência diferente do que tem sido a produzida pelo patriarcado e pelo machismo; o exercício da sororidade para além da discursividade; a produção de conteúdo que reafirme e dê visibilidade às mulheres artistas e suas obras; a questão do preconceito racial, incluindo as mulheres indígenas como tema a ser sempre objeto de práticas culturais. Assim, arte, educação e política são instâncias estruturadoras do COLETIVO MULHERES ARTISTAS. O “coletivo” também se propõe a uma gestão coletiva, ainda que eu exerça a coordenação geral do coletivo, porém, o objetivo também é promover um protagonismo plural e não personalístico, e já estamos colocando isto em boas práticas, através de nossos projetos. Mas estamos construindo juntas os objetivos e aprendendo juntas a gerir o coletivo. Quais as principais atividades desenvolvidas por meio do “Coletivo Mulheres Artistas”? Angeli Rose - O CMA está com 2 projetos autorais, próprios do “coletivo”: Mulheres Artistas Conversam… que consiste em lives semanais, às terça-feiras, às 19:30, em que convidamos uma artista de qualquer linguagem para uma conversa roteirizada ,mediada por uma de nossa colaboradoras e organizada por mim. Nesse projeto, temos 3 eixos que são abordados, o eixo antropológi-

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co; o eixo estético; e o eixo sociológico, nesse último, pedimos à convidada para tecer uma breve reflexão sobre a condição da mulher na contemporaneidade. esse projeto também vem ampliado o alcance eventualmente com o auxílio luxuoso de uma intérprete de libras. Além desse, temos o MULHERES ARTISTAS NA JANELA que consiste em lives temáticas especiais com agenda variável e de acordo com o assunto que sentimos ser mais urgente e emergente tratar. Nesse, em outubro tivemos a série MULHERES E POLÍTICA: DESAFIOS E PROPOSTAS, aliado à campanha MULHER VOTA EM MULHER - REPRESENTATIVIDADE CONCRETA. A série de lives semanais, aos sábados pela manhã, durou o mês de outubro e início de novembro ,trazendo para a conversa quatro candidatas ao pleito municipal como convidadas, uma mediadora -colaboradora e eu como organizadora. Essa iniciativas estão gravadas e são registros que produzem a história e a memória do “coletivo” que se insere na história cultural do país e da comunidade lusófona. O coletivo também apoia iniciativas individuais e é apoiado por instituições e/ou associações, por exemplo. Em realidade, o “coletivo” está se estabelecendo e vem mais projetos novos por aí... Quem pode participar? Angeli Rose - Em princípio, toda mulher ou jovem artista, ou ativista cultural que esteja disposta a interagir com outras mulheres para criar novas ações culturais, para além das individuais, sem perder de vista o aspecto autoral. é importante também ser afim à agenda de lutas e propósitos que o “coletivo” defende, desde o “direito à literatura”, passando pelo feminismo em suas formas variadas contemporâneas, até a reafirmação do potencial feminino com visibilidade na cultura brasileira e lusófona. Como fazer para participar? Angeli Rose - O COLETIVO MULHERES ARTISTAS tem o email de contato coletivomulheresartistas@gmail.com 57


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que é o contato principal do gupo. Basta entrar em contato e nós então abrimos um breve e simples processo de adesão, dando ciência da dinâmica do grupo de whatsapp e dos projetos em curso. Além de articuladora do “Coletivo Mulheres Artistas” você é colunista do JCB, comente como é desenvolvido o seu trabalho em parceria com o Jornal Clarin Brasil. Angeli Rose - Sim, esse ano, mesmo com a Pandemia, acabou sendo um ano bastante produtivo e de diversificação de frentes de atuação cultural. A coordenação do “coletivo” consome bem o meu tempo, mas um tempo de criatividade a mil, nesse ínterim, como membro correspondente da Academia Mineira de Belas Artes que sou recebi o convite do amigo e presidente da AMBA, Paulo Siuves, para integrar o time de colunistas que ele estava formando num convênio estabelecido com o Jornal Clarín Brasil (digital) para a secção “Cultura & Lazer”. É uma atividade muito prazerosa e acalentada há muito tempo, a de ser colunista de um veículo de comunicação do porte do JCB. Na minha coluna semanal, agora aos sábados, tenho liberdade para tratar o tema que desejar com a abordagem que me aprouver. Confesso que é uma experiência ímpar na minha vida e ao mesmo tempo bastante desafiadora, uma vez que o número de “likes” recebido a cada texto publicado também é o termômetro para compreender alguns aspectos interessantes sobre os leitores e as leitoras de nosso tempo. Também é um desafio porque estou entre colegas muito bem preparados, qualificados que fazem da divulgação da cultura seu propósito de vida. A propósito, por conta dessa atividade, acabei de receber o prêmio “Melhores do Ano 2020” da Literarte na categoria “cronista”. 58

Quem desejar, como deve proceder para conhecer o JCB? Angeli Rose - O Jornal Clarin Brasil está disponível no site : https://jornalclarinbrasil.com.br/ E a minha coluna pode ser acessada : ht t p s : / / j o r n a l c l a r i n b r a s i l . c o m . br/2020/11/14/nasce-uma-estrela-da-hora-a-estrela-dalva-por-angeli-rose/ Quais textos gostas de escrever? Angeli Rose - Olha, recentemente, em uma outra entrevista comentei que escrevo com mais frequência poemas, mas meu desejo é narrativo. De certa forma, a crônica está sendo uma alegre revelação para mim, mas a minha formação acadêmica fala muito forte também e anda pedindo atenção. Apresente-nos os seus próximos projetos literários Angeli Rose - No que se refere ao COLETIVO MULHERES ARTISTAS, espero contar com colaboradoras dispostas a produzir conteúdo relevante sobre a condição das mulheres artistas, refletindo sobre os espaços ocupados por mulheres, o mercado cultural e as políticas públicas no Brasil, além de criar ações que possam reafirmar o potencial de mulheres artistas e ativistas culturais. E mais surpresas por aí…

No campo literário, espero efetivar os lançamentos adiados este ano ,por causa da pandemia, já que fui bastante produtiva nesse ano. Aguardem! No meio acadêmico, estarei me dedicando até o meio do próximo ano ao pós-doutoramento que estou realizando na centenária UFRJ com muito orgulho de ter sido aceita para fazê-lo nesta instituição, a respeito dos discursos sobre o Rio de Janeiro dos anos 20,partindo da obra do jornalista e escritor Ruy Castro. Tenho uma revista digital para produzir, artigos acadêmicos, enfim, produção de conteúdo em diferentes dispositivos , a partir da pesquisa em curso. Na esfera do pertencimento a associações e academias, sempre colaborar para estimular em tais espaços a reflexão sobre a cultura brasileira e a defesa da Literatura. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora e ativista cultural Angeli Rose. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Angeli Rose - Eu desejo, sinceramente, que todo o aprendizado difícil que a pandemia do Corona Vírus tem imposto à humanidade reafirme a importância da arte na vida das pessoas e constituição dos povos, como um motor de transformação para uma convivência melhor entre nós, com qualidade de vida que inclua menos desigualdade social, menos violência contra as mulheres e mais solidariedade entre os seres humanos. Meu Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/4872899612204008 _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ANA R. COSTA----------------------------------------

BIOGRAFIA Ana R. Costa é natural de Conceição do Canindé- PI. Nasceu em 25 de dezembro de 1962. Desde 1980 mora em Petrolina-PE. Licenciada em Letras pela Universidade do Paraná – UNOPAR. Trabalha como assistente de administrativo, É administradora e coordenadora de trabalhos assistenciais a mulheres na sua comunidade. Ler é seu passatempo preferido. E escrever também. Logo, junta-se escrever e ler e temos aí uma autora. Escreveu poemas desde a adolescência até a fase adulta, mas no meio do caminho se perdeu por outras veredas que a fizeram desistir do poético, só voltando a escrever novamente perto dos 40 anos. Publicou poemas em várias antologias desde 2010. Na Câmara Brasileira de Jovens Escritores publicou: Soneto da Agonia (vol. 64) Vontades (vol.68) O tempo e Eu (vol.72) entre outros; e ainda o conto O Espírito de Natal em Os Mais Belos Textos de Natal; e outras poesias publicadas em jornais da região. De Volta Pra Casa, seu primeiro romance foi editado pela editora Scortecci, São Paulo, e lançado de forma independente em 2015; Em Nome do Amor, seu segundo livro é uma coletânea de poemas escritos ao longo dos anos e que expressam bem sua personalidade. Foi seu primeiro trabalho com a Editora Vecchio, 2017; Antologia Recontos da Alma – Dois textos publicados. De volta à vida e Insensatez. Editora Vecchio, 2017; Antologia 16 Textos ao som de Vinicius de Morais, com um texto publicado: Efemeridade. Editora Vecchio, 2019; Liana, romance, o segundo livro da série De Volta Pra Casa. Também com o selo da Editora Vecchio, 2019.

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Folha Seca Outra vez o outono chegou. Uma folha seca o vento trouxe e a jogou bem no meio do livro que Raquel lia deitada na rede na varanda. Lembrou-se de quando seu grande amor foi embora sem nem se despedir. Simplesmente partiu. Era outono. Ela lembra bem. As folhas caiam amiúde e ela sentiu-se como uma delas, largada, abandonada, jogada ao bel prazer dos ventos. Foram dias difíceis onde nada tinha graça, onde tudo era tristeza e saudades. Pensou que não sobreviveria àqueles dias. Era outono, isso ela bem lembra. Esperou por outonos sem fim que ele voltasse. Esperou. Foi só no final do décimo que deixou de esperar e finalmente começou a sorrir. De novo. Naquele ano, o décimo depois da partida dele, o inverno havia chegado com toda a força dos temporais e o friozinho das longas noites de solidão a fizera recolher às meditações de sua alma. Voltou-se para o seu eu e reencontrou-se nas magnitudes dos dias nublados. Despojou-se dos males do coração e correu debaixo da chuva como uma criança desalmada, de braços abertos em busca do abraço da vida. Deixou que a água escorresse por sob a roupa molhada lavando-lhe o corpo físico e o espirito também. Finalmente sentia-se limpa e livre das agruras passadas. Fizera do inverno sua estação preferida, por que finalmente o dia triste havia passado e as sementes lançadas na terra, germinavam prometendo um ano de fartura. E assim foi. Depois veio a primavera. Há dez anos não a vira passar, aliás, tinha a sensação de que em dez anos não houvera primavera. Mas numa linda manhã, ao abrir a janela de seu quarto (janela esta, que permanecera fechada por muitos anos, quando muito, fora afastado as cortinas) assim, sem nenhum aviso prévio, totalmente surpresa, viu um lindo cravo vermelho brotando do craveiro no meio do jardim. Com o coração cheio de regozijo, deu a volta e foi até lá. Percebeu que todas as plantas: a roseira, o jasmim, o crisântemo, estavam a florir e os passarinhos gorjeavam e saltitavam de galho

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em galho. Havia uma festa em seu jardim e ela estivera fora por um longo, longo tempo. Certamente houvera em todos os anos. Sim, agora ela sabia, sempre houvera, ela só não participara nestes últimos dez anos, por estar ausente de si mesma. Subitamente, percebeu um estranho espreitando pela cerca do jardim. “Quem é? O que faz ali?” pensou. Veio-lhe à mente que há algum tempo atrás, um novo inquilino chagara na casa ao lado. Nunca falara com ele. Nunca o ajudara. Nunca quis saber quem era. Nunca o viu de fato. Só agora. Quarenta anos, cabelos grisalhos, expressão alegre no rosto, um avental cheio de ferramentas e uma pá na mão. Seria ele um jardineiro profissional? Ele sorriu para ela e ela sem graça devolveu-lhe o sorriso envergonhada. Fora ausente por tanto tempo que agora não sabia como portar-se. Tocou o lindo cravo vermelho e o amou instantaneamente. Olhou para aquele estranho novamente. “Olá, estranho!”. Ele sorriu. “Olá... estranha!” O som de sua voz foi como o som de muitos instrumentos musicais. Forte, vibrante e cantante. Ela o amou como quem ama a primeira vez. Deu-lhe seu coração e tomou o dele que tão gentilmentente lhe oferecia. Aproximou-se da cerca e viu que havia ali uma cancela e como se fosse algo comum a abriu e deixou-o entrar. “Bom dia” disse alegremente. “Bom dia!” Respondeu ele efusivamente.

Foto: Pixabay

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Percebeu então, ali naquele momento, sem que ninguém lhe precisasse dizer, que por dez anos deixara de notar que a cada ano seu jardim florescera e por não ter a sua atenção, murchara de tristeza e morrera. Exceto nos últimos três anos depois que aquele inquilino, aquele estranho, havia se mudado para ali. Pois ele havia colocado aquela cancela e cuidado daquele jardim como se fosse seu bem mais precioso. Ela não percebera. Na estação seguinte o sol resplandeceu naquele amor crescente e as tardes á sombra do castanheiro uniu-os em momentos de paz. A companhia de seus novos amores fez com que Raquel visse a beleza de se viver hoje como se fosse o último dia. O astro rei aquiescendo-lhes os dias e desfrutavam o doce fruto da vida. Agora, era outono de novo. Depois de tanto tempo, depois de reconciliar-se consigo mesma e redescobrir a beleza a sua volta, agora, que um novo ser enchera seu coração novamente de alegria, aquela folha seca lhe traz de volta as lembranças do passado. Uma brisa fresca passou e atingiu o seu rosto em cheio. Um perfume gostoso lhe despertou das lembranças antigas e ao ouvir seu nome ser chamado com tanto amor: “Raquel! Raquel! Você está ai?” Voltou à sua doce realidade. Sentou-se na rede e plenamente feliz contemplou o seu jardim. Bem no meio dele, o craveiro cheio de cravos vermelhos. E junto ao craveiro, ele, aquele “estranho” que já não é tão estranho, e que já há algum tempo atravessava a cerca. Ele lhe olha enlevado e seu sorriso a envolve completamente. Raquel olhou para a folha seca no meio do livro. Pegou-a e a soltou ao vento para que a levasse e com ela também as velhas lembranças. Sem nostalgia, sem recordações, sem medo. Estava livre. Sentia-se completamente livre para o seu novo jardim. Para o seu novo amor. Simplesmente levantou-se e foi até ele que cheio de charme lhe ofereceu um cravo vermelho. “Sim, eu estou aqui!” Disse ao entregar-se ao seu abraço gostoso por fim. Ana R. Costa

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Entrevista com o escritor

Caio Martinelli “Nasci em Campinas em 1992, passei anos em Mogi Mirim antes de me estabelecer em Ribeirão Preto. Acima de tudo sou um leitor. Meu habito de leitura veio tardiamente. Esses anos todos em abstinência pareceram se reverter em uma fome insaciável de ler. Minha preferência por histórias reflexivas e íntimas, que tratam do personagem como reflexo do escritor, não me impedem de ter grande apreço por ficção científica, fantasia, poesia, história em quadrinho e todo tipo de literatura. As influências se manifestam em minha escrita o tempo todo. As referências vêm em forma de homenagem e de agradecimento. Vis Vagabundos é uma dessas histórias que refletem o autor, seu tempo e seu contexto.” Boa leitura!

“Queria ver ali em forma de literatura um contexto que fosse algo próximo, que fizesse referências às mídias que eu gosto e me influenciam, tudo isso misturado em um contexto sem glamour, sem acontecimentos miraculosos que aparecem para deixar tudo certo com os personagens na história.”

Em ‘Vis Vagabundos’ – Abel e Amanda vão te conquistar Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Caio Martinelli, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever literatura? Caio Martinelli - Agradeço por me receberem. Desde muito cedo as pessoas me consideravam um criança criativa, conseguia, ali com meus bo62

nequinhos, ou subindo em árvores, pulando na grama e areia, criar histórias parecidas que eu assistia nos desenhos ou jogava em jogos. Comecei a ter o hábito de leitura já mais velho, por volta dos 18-19 anos, desde então tenho um volume de leitura alto e essa criatividade que eu tinha para criar histórias na infância se transformou em um jeito de criar histórias, de criar literatura, me deixando sempre ser influenciado e inspirado por vários tipos de literaturas, gêneros e mídias.

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dos-2112274399/p https://www.amazon.com.br/ Vis-Vagabundos-Caio-B-Martinelli/dp/9895280602/ref=tmm_ pap_swatch_0?_encoding=UTF8&qid=1600380764&sr=1-1 -https://www.travessa.com.br/vis-vagabundos-1-ed-2020/artigo/b89ca29b-ae61-4082-91091e03411967d6

O que o inspirou a escrever “Vis Vagabundos”? Caio Martinelli - Vis Vagabundos foi o produto de uma história que eu gostaria de ler. Queria ver ali em forma de literatura um contexto que fosse algo próximo, que fizesse referências às mídias que eu gosto e me influenciam, tudo isso misturado em um contexto sem glamour, sem acontecimentos miraculosos que aparecem para deixar tudo certo com os personagens na história. Foi então que eu decidi, ao invés de buscar por isso, criar essa história. Apresente-nos a obra Caio Martinelli - Sem glamour, sem felicidade, crua e com personagens de caráter questionáveis. Vis Vagabundos é uma história narrada a partir do ponto de vista do protagonista Abel, um jovem estudante universitário de classe média. Preguiçoso, sem muito compromisso com os estudos e com a vida, ele vê uma oportunidade nada louvável de se livrar de um pequeno problema financeiro. A solução se torna um meio de lucro, o lucro se torna em ambição e essa ambição é a lama que fica no rastro de todos os seus passos. A parceria com Amanda acontece por acaso, quanto mais esse laço de amizade e negócios se estreita, mais desesperançoso, caótico e sangrento se torna. Os dois jovens se afundam passo a passo em um buraco difícil de sair enquanto a mídia sensacionalista se recheia de mortes e tragédias para aumentar sua audiência. Como se deu a escolha do título? Caio Martinelli - Quando eu escrevo minhas histórias, geralmente, o título é a última coisa que eu coloco, mas nesse caso foi justamente o inverso. Essa conjunção de palavras veio em minha cabeça do nada, “Vis Vagabundos”, a sonoridade me chamou a atenção, eu gostava de como soava, das duas palavras começarem com “V”, pensei que seria um ótimo nome para um livro. Assim sendo, eu comecei a imaginar que tipo de história poderia gerar pessoas que pudessem ser clas-

Quais os seus próximos projetos literários? Caio Martinelli - Tenho vontade de reunir alguns dos meus poemas e contar uma narrativa concisa entre eles para transmitir uma mensagem importante para as pessoas. Acredito que colocarei em prática em breve.

sificadas com vis e como vagabundas. Desta vez foi o nome que eu vida à história. Como leitor, o que mais o atrai na leitura de “Vis Vagabundos”? Caio Martinelli - Acredito que a crueza da história, o jeito seco como ela é conduzida, trazendo o leitor para dentro de um contexto que ele sabe que as coisas não podem dar certo, e elas não dão. Os atos e erros têm consequências que não serão compensados em um final feliz. Qual o momento, enquanto escrevia o enredo, que mais o marcou? Comente. Caio Martinelli - Em um dado momento da história Amanda (personagem que é companheira de crime do narrador personagem Abel) comenta com Abel sobre uma ação que eles estão prestes a fazer, ela, no diálogo, deixe bem claro que aquilo terá consequências com as que eles não poderão corrigir ou mesmo suportar e ele desanimado, não se importa com isso, só quer seguir em frente e terminar com a história. Nesse momento da narrativa eu que consegui conduzir a história pelo caminho que eu gostaria.

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária. Caio Martinelli - Escrever é o que me move, é o que me faz seguir em frente, eu não escrevo quando posso, eu não escrevo quando tenho tempo ou ideias, eu organizo minha vida e meu dia para que escrever seja possível, tudo se organiza para que eu escreva. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Caio Martinelli. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Caio Martinelli - Agradeço vocês pelo tempo e pela entrevista. Aos leitores gostaria de deixar meus desejos para que tenham uma boa leitura hoje e sempre. Que a leitura não seja aquela meta distante e difícil causada por dias extremamente cansativos e curtos. Que a leitura seja presente sempre e nos faça sentir, independente do que. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

Onde podemos comprar o seu livro? Caio Martinelli - https://www3.livrariacultura.com.br/vis-vagabun-

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR

ANTÔNIO FERREIRA------------------------------Antônio Ferreira: Poeta, letrista, contista e romancista, sendo três obras publicadas fisicamente (Crônicas e Poemas Reflexivos, Entre Dois Mundos e Yasmin e Casim) e outros seis em e-book além desses anteriores físicos e e-books também: Poesias Reflexivas, Poesias na Alma, Serial Killer (romance), Os Tons da Alma (ainda não publicado, mas registrado), Poemas Ilustrados Para Redes Sociais e Malubu[conto] e outros. Participação atualmente em várias revistas de literatura e jornais de grande circulação, e uma participação na antologia internacional “Vivir en Palabras” e por último, membro da Academia Piauiense de Poesias.

Não preciso de você A presença de alguém ausente

Não...não preciso de você. minhas noites em claro, minhas preocupações contigo, meu desejo de te ver, são só mais uma fase que vou esquecer Claro que não preciso de você! Posso viver tranquilo sem teus abraços, sem teus afagos, sem teus amaços sem teu cheiro; e pensar que você pode não está bem, Isso me deixa preocupado; mas posso viver sem você. Você pode viajar, se divertir, com um amigo lanchar. Mas, se meu coração se partir, não quer dizer que não possa viver sem ti. Posso lembrar de nossas graças, de nossas brincadeiras, de nossas asneiras; mesmo assim, posso viver sem você, mesmo que meu coração, por tua causa, venha a morrer.

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Sinto sua presença ausente, alguém outrora caliente que está aqui em pensamento em lembranças de velhos e bons momentos. Sinto, vividamente, sua presença ausente Aonde posso sentir teu espírito cheio de bons sentimentos capaz de fazer sofrer e sorrir pelos bons e tristes momentos. Não sei se não te vejo, ou se você que não se faz presente, ou simplesmente exijo demais, sentimento de alguém capaz de amar, mas que ama numa presença ausente. Por isso, sei que somos endividados por carências de momentos que se fazem presentes em filmes e romances que nos lembram um do outro tristemente.

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Me ama em segredo

A história do amor

Sei que olha para mim, me admira no inteiro. Observa meu perfil e imagina um beijo meu primeiro

O amor sempre existiu em muitas formas: nos dias de nossos primeiros pais, quando não se sabia o que era, como era, o amor foi prejudicado pela desencaminhadora Eva.

Quando bebe fala de mim, fala até mal, diz que não sou pra ninguém; mas por mim, chora e tal.

Desde os tempos dos guerreiros, dos trogloditas, dos vikings, dos celtas, de toda cidadania conhecida.

Por que não vem e se declara, diz que me ama, Mata comigo essa tua chama?

Desde os tempos dos grandes filósofos, dos tempos dos romancistas, da composição de Romeu e Julieta, das suas famílias oposicionistas.

Esconda-te no teu vinho, no teu mal falar, mas à noite, venha me amar.

Desde os tempos de Hitler, dos tempos dos mártires assumidos, de Martin Luther King, dos amores sucumbidos. Hoje, o amor ainda existe de formas bravas e maravilhosas, de formas escondidas em pessoas de almas perdidas. O amor sempre existiu!

Você é uma linda poesia Você é uma linda poesia, um lindo soneto, um lindo momento, enclausurada de segredos.

Só mais uma vez

Você tem versos que não consigo interpretar, versos passíveis de se complicar, coisas que guardo no meu coração e só eu sei rimar.

Só mais uma vez, te peço: fica comigo até eu adormecer, segura minha mão, e venha me aquecer.

Sua vida está escrita em mudas canções que não canto, apenas me encanto.

Sinta o bater do meu coração que se agita quando te vê. Ele não é culpado de ter-se viciado em você.

Versos que vão ser desenhados... desenhados pela sua silhueta e declamados pelo brilho do seu olhar.

Se nos afastamos, pode ser que eu tenha me descuidado de ti, e por isso, seu amor tenha se esfriado. Ainda nos amamos, posso ver seus olhos brilhando por mim, e seu amor ainda está no peito guardado.

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Entrevista com a escritora

Claudirene Favarin Claudirene Favarin é Graduada em Psicologia pela Universidade São Marcos. Pós - graduada em Psicodrama pela ABPS (Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama). Formação Internacional em Coaching pela Lambent do Brasil e como Terapeuta de Reorganização Neurofuncional Padovan, pelo Instituto Padovan. Coautora nas coletâneas: “Elas e as Letras” (2018 – Versejar) e “Elas e as Letras - Diversidade e Resistência” (2019 Versejar). Colunista na revista BLAHPSI. Boa leitura!

Sou mulher, amiga, filha, irmã, esposa e mãe. Aprendi a ser Psicóloga e Escritora. Adoro essas condições que a vida me presenteou. Trabalho com pessoas atualmente nos Estados Unidos e online no Brasil e em vários locais do mundo. Amo árvores, borboletas e a cor azul. Busco a gratidão quase sempre. Creio em um Deus maior que eu.”

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Em destaque crônicas analíticas e reflexivas Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Claudirene Favarin, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que mais a atrai nas crônicas? Claudirene Favarin - Crônicas são reflexos da vida cotidiana e traz humanidade para aqueles que leem se sentirem parecidos com aqueles que escrevem, só que com um olhar diferente dos acontecimentos e histórias contadas. Assim é nosso livro Resiliência, e quando falo “nosso” é porque vejo que lá estão descritas histórias de todos nós, histórias humanas de alegria, tristezas e paixões que se superaram para novas saídas! Em que momento se sentiu preparada para publicar “Resiliência”? Claudirene Favarin - Estar preparado é uma afirmação que nos dá a certeza do que devemos fazer. Não creio que a vida é contemplada por certezas para que possamos dar novos passos, apenas experimentei e fiz. E mais importante que a atitude é o querer. Tive excelentes parcerias, isso é imprescindível quando precisamos decidir por algo novo até que nos sintamos preparadas! Apresente-nos a obra Claudirene Favarin - Resiliência: 42 crônicas analíticas - reflexivas que trazem refrigério à alma. Excelente leitura que nos ajudará a ressignificar esse momento difícil que estamos vivendo. Assim como as árvores que perdem suas folhas quando mudam as estações, somos nós. Porém, se nossas raízes forem profundas e “resilientes”, resistiremos a qualquer tempestade.

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Apresente-nos um dos textos publicados na obra MEU LUGAR NO MUNDO Ser psicóloga é estar apaixonada a cada hora, é ser intensa com cada pessoa na entrevista, na orientação ou no atendimento terapêutico. É estar apaixonada pela criança que está perdida na demanda dos pais, é contar novas histórias a ela. É se apaixonar pela história de cada adulto, que diminui suas defesas e entrega suas dores, que já se tornaram insustentáveis. É ser resistente e resiliente no momento do choro, daquele que compartilha suas “preocupações”, é se levantar junto depois da queda. É rir com a alegria do outro, mas também mostrar com firmeza, o que precisa ser olhado e mexido. É estar comprometido com seu conhecimento e grato por participar da vida de muitos. É estar bem por você e por aquele que confiou a vida a ti! É se colocar no lugar do outro, encontrar - se com ele. É amar o que se faz, o que te faz melhor, como eu amo! Claudirene Favarin Sabemos que cada texto contém um pouco da autora. Comente sobre o momento de escrita do livro. Claudirene Favarin - Por eu ser psicóloga, considero que sou, inevitavelmente, treinada a ter um olhar diferente e avaliativo às situações do cotidiano, isso me ajudou muito a por em meus escritos e sugerir ao leitor uma nova forma de ver as histórias ali recortadas e por consequência olhar para suas próprias histórias por um novo olhar. A obra Resiliência foi escrita com muito carinho pelo incentivo e parceria da outra escritora Aldirene Máximo, ami-

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gos e familiares, me apoiando naquilo que eu já gostava de fazer: Escrever. Por esse motivo, citei a importância de parcerias saudáveis e incentivadoras em novos projetos, sejam eles quais forem. O livro Resiliência, especificamente, iniciou com um prazo de um ano e neste tempo muitas coisas se solidificaram e me tornaram mais forte no papel de escritora, a obra deixou de ter um objetivo de satisfação própria para ser um material que agregasse valor e amor a quem lesse! Pelas minhas palavras dá pra deduzir a alegria e satisfação de tudo! Onde podemos comprar o seu livro? Livraria Asabeça Livraria Sororidade Livraria Travessa E além desses meios, deixo a possibilidade de adquirir diretamente comigo, com envio por remessa em casa em território nacional e em breve em território mundial com contrato que estamos fechando com novas livrarias de alcance em outros países.

lançamento de um novo livro que complementaria o tema Resiliência, dentro de um ano ou menos. Enquanto essa nova publicação não acontece, meus projetos literários continuarão através das mídias sociais. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Claudirene Favarin. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Claudirene Favarin - Sejam corajosos para criarem as mudanças necessárias para suas vidas. Para mim, exercer o novo papel de escritora, foi uma experiência de coragem e que me presenteou com o sentimento de ser mais forte e mais capaz! Desejo essa mesma coragem para os pequenos e grandes passos dos meus leitores e que eles saibam, como diz em um dos textos do livro Resiliência, “o corajoso é aquele que faz mesmo com medo!” Instagram: @claudirene.psico

O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Claudirene Favarin - A escrita é a possibilidade de expandir minhas ideias com os talentos que divinamente fui presenteada na vida! Eu creio que cada pessoa recebe talentos específicos e que não temos o direito de guardar apenas para nós, senão o conhecimento se faz desnecessário e vazio. Portanto, pra mim, escrever, me presenteia com a sensação de missão cumprida! Quais os seus próximos projetos literários? Claudirene Favarin - Há planos de

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE-------------

Christiane Couve de Murville é doutora em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo, com especialização em psicodrama e orientação profissional. Também é bacharel em Ciência da Computação pela USP. Publicou a trilogia A Caverna Cristalina e o A vida como ela é, no Brasil e na França, a série Até Quando? e O Pequeno Príncipe visita São Paulo, além de livros e artigos acadêmicos. Dedicou a carreira ao atendimento psicológico individual e grupal de crianças, jovens e adultos, e ofereceu oficinas de teatro espontâneo em contextos variados. Tem experiência artística em escultura, desenho, pintura e cerâmica e faz as ilustrações de seus livros. www.cmurville.com.br

Condicionamentos Não esperava pegar trânsito de domingo! Que terrível! Mas lá estava eu, encalacrada no meio de um monte de carros à volta do meu, praticamente parada. Dei uma olhada para a faixa da direita. Completamente livre. Ninguém ousava circular por ela. Era exclusiva de ônibus. Portanto, todo mundo mantinha-se nas demais faixas da via. Ninguém queria correr o risco de levar uma multa! Conferi a placa indicativa dos dias e horários de funcionamento do corredor de ônibus. Proibido circular pela faixa da direita de segunda-feira a sábado. Mas era domingo! Não tive dúvida. Assim que possível, peguei a faixa da direita. E que maravilha! Ultrapassei aquela fila enorme de carros parados à minha esquerda em poucos minutos. Praticamente ninguém atinava para o fato que, aos domingos, era permitido circular pela faixa da direita, tampouco conferia os dias de funcionamento do corredor de ônibus. O povo tinha incorporado o hábito de não transitar pela direita, estava condicionado a seguir somente pelas faixas à esquerda. Não se aventuraria onde havia sido ensinado a não passar. Ficava, então, confinado em seu cantinho, limitado à realidade do trânsito terrível, sem perceber ou mesmo buscar outras possibilidades ou saídas para o que estava vivendo.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA CHRISTIANE COUVE DE MURVILLE-------------

Esse é apenas um exemplo de condicionamento. Mas quantos outros incorporamos ao longo da vida, sem mesmo nos darmos conta? Apesar de eventualmente nos acharmos senhores de nós mesmos, donos de nossos narizes ou com liberdade de escolha, será que somos mesmo livres? Aparentemente, vivemos como leões enjaulados, limitados por condicionamentos diversos que restringem a visão, tolhem ações, modelam pensamentos, minam a iniciativa e sabe-se lá o que mais! Ponto fixo, rotina e repetição sugerem que estamos vendo o mundo sempre de um mesmo jeito e que nos falta abertura para percebê-lo de outra forma. Compreendi a importância de identificar condicionamentos, eventos reincidentes, comportamentos e pensamentos recorrentes, que indicam prisão, revelam apegos, crenças, medos e expectativas pessoais. Entender o porquê de seguir consignas e hábitos que seguram em determinada experiência e percepção da realidade, impedindo de caminhar, enxergar adiante e experimentar novas possibilidades. Assim, sucessivamente, vamos além e mais além da consciência até então alcançada. Porém, é necessário coragem para olhar para si, largar apegos, morrer em uma realidade e renascer em outra!

SONHANDO COM AZALEIA Vi que minha azaleia do terraço estava muito tristonha, com folhas caindo e flores murchando. Perguntei a ela o que estava acontecendo e lhe disse o quanto era linda e querida. Verifiquei se necessitava de água ou adubo e a coloquei em local mais ensolarado. Ficaria atenta a ela, precisava descobrir como ajudá-la a retomar o vigor e a exuberância. Curiosamente, mas certamente não por acaso, à noite, sonhei com uma linda jovem que se aproximou de mim dizendo que se chamava Azaleia. E ela me explicou que estava com pulgões! Acordei surpresa. Agora sabia o que fazer. Comprei um pesticida à base de fumo que borrifei nas plantas do terraço. Mais alguns dias, a azaleia recuperou-se, novos brotos surgiram, ela estava linda e feliz!

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SOMOS PERFEITOS! Existe uma sequência numérica infinita, chamada Fibonacci, que descreve a disposição e quantidade das sementes na flor de girassol, das escamas na pinha, das folhas em um galho, das pétalas nas flores. Esse padrão numérico está presente em toda a natureza, nos animais, nos insetos, nos vegetais e também no corpo humano. Compõe o que chamamos de Proporção Áurea, que podemos facilmente observar nas conchas, nos caracóis, nos brócolis, nas samambaias, nas nossas mãos, no nosso rosto, nas formações cristalinas e até em imagens de furacões. As artes plásticas, a arquitetura e o design exploram esse padrão estético de beleza e harmonia, que demonstra a perfeição do universo, com tudo interconectado e organizado segundo um padrão geométrico sagrado harmônico, onde até a fruta podre tem a sua importância, servindo de adubo. Mas, mesmo fazendo parte desse universo harmônico perfeito, por que eventualmente nos sentimos imperfeitos ou acreditamos que não somos perfeitos? Afinal, por que apenas nós, humanos, não seríamos perfeitos? O que nos diferencia de outros seres animados é a nossa capacidade de raciocínio, uma ferramenta maravilhosa que nos permite criar, estudar, construir, resolver problemas, traçar planos, estratégias, realizar projetos, trabalhar! Somos capazes de grandes feitos, podendo beneficiar muita gente, porém também de ações terríveis, que degradam o ambiente, incomodam o vizinho, roubam a vida de outros seres e criam lixo de todos os tipos; materiais e em forma de pensamentos e olhares maldosos, egoístas e invejosos, lançados no mundo. E quantas vezes destruímos a estrutura geométrica sagrada das entidades à nossa volta como, por exemplo, da água que deixa de exibir uma estrutura cristalina quando poluída! Depois de deixarmos tanta sujeira para trás, nos comportando de um modo muito distante do que imaginamos como virtuoso, honrado e amoroso, fica mesmo difícil nos acharmos perfeitos. Inexoravelmente, acabamos acreditando que somos imperfeitos, pois é mais cômodo, uma bela justificativa, desculpa ou estratégia para abafar a consciência pesada e continuar errando no mundo, agindo de modo ignorante. Mas perceber que somos parte de um universo perfeito não quer dizer nos acharmos muito especiais ou ficarmos apegados a uma imagem pessoal idealizada qualquer. Significa consciência da nossa pequenez diante da imensidão do universo e responsabilidade em relação ao meio e aos outros seres à nossa volta. Pressupõe coragem e disposição para reconhecer erros, condicionamentos, bloqueios, dificuldades, limitações e tudo que sentimos eventualmente como não perfeito em nós ou necessitando ser aprimorado. Humildade de sempre nos colocarmos na posição de aprendiz, pedir desculpas, reparar erros e seguir em frente, sem ficar nos martirizando por eventuais erros cometidos. Deixar o ego de lado, largar mão do que passou e está por vir, e continuar caminhando, confiando na perfeição do universo.

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Entrevista com o escritor

Daniel Marx Daniel Marx é Pós-Graduado em Criação Publicitária e Planejamento de Propaganda. Pós-Graduando em Política brasileira e socioeconômica, publicitário, escritor, cineasta, colunista, ator e roteirista. Começou sua carreira escrevendo textos para teatro. Mas logo passou a escrever roteiros de curtas metragens e livros. Daniel Marx é autor da trilogia Anjo Maldito, que atualmente é vendido no Brasil, Portugal, Angola e Cabo Verde. Lançou também os livros “Mídia, Experiência e Interação” e “Sou adolescente e minha vida é uma merda”. E seu mais novo lançamento “Último Degrau”. Ainda participou de nove antologias. Assinou o roteiro e a assistência de direção dos filmes: TODOS, INSANIDADE e SUFOCADO. Atualmente se dedica a projetos sociais em combate ao suicídio. A artes plásticas e a escrita de novas obras. Boa leitura!

O livro vai mostrar para o depressivo que ainda pode existir uma saída. E para os amigos ou familiares que alguém ao seu lado pode estar implorando por ajuda mesmo que não fale.”

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Depressão e suicídio são temáticas abordadas em ‘Último Degrau’

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Daniel Marx, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever sobre a depressão e o suicídio? Daniel Marx - Há muitos anos eu tive uma péssima experiência com depressão. Foi uma luta intensa, mas graças a Deus e ao apoio de minha família e amigos consegui me libertar. Após isso comecei a perceber o quanto a depressão estava presente na vida de tantas pessoas próximas a mim. Amigos e parentes também sofriam deste mal. Pessoas tentaram tirar a própria na minha frente e com muito custo consegui ajudá-las. E por fim, nos últimos anos o relato de pessoas depressivas e que cometeram suicídio aumentaram drasticamente e percebi que a falta de informação e de apoio governamental era gigante. E isso precisava começar a mudar. Comecei a pesquisar, estudar, conversar com profissionais da área da saúde e vi o quanto esse assunto é sério e tão pouco falado. E acho que esse tabu precisa ser quebrado. Apresente-nos “Último Degrau” Daniel Marx - Muita gente se pergunta por que deve se matar ou desistir da vida. Por que é mais fácil ficar recluso do que viver em uma sociedade? Por que aquelas pessoas que pareciam tão felizes atentaram contra a própria vida? Por que após um suicídio de uma celebridade, o índice de suicídio principalmente entre os jovens tem um aumento considerável? Essas são algumas perguntas que muitas vezes ficam sem respostas, ou temos vergonha de perguntar. A depressão e o suicídio são problemas de saúde pública e precisam ser combatidos e discutido com seriedade. E as pessoas afetadas por esse mal precisam ser apoiadas e socorridas. Quase um milhão de pessoas tiram a própria vida todos os anos. E por que não fazemos nada? Por que não cuidamos uns dos outros? Por que os goverwww.divulgaescritor.com | dezembro | 2020

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nantes muitas vezes fecham os olhos para esse mal que acomete a população? Neste livro vamos abordar essas e muitas outras questões envolvendo esse tema que virou um tabu para na sociedade, mas que tem que ser quebrado e vencido. Vamos bater um papo. Vamos falar de depressão e suicídio. Quais os principais tópicos do sumário? Daniel Marx - Acredito que um tópico é o complemento do outro, pois trata do assunto por várias vertentes. Porém os que destaco são os seguintes: O fundo do poço A teoria POS Efeito Werther A era do amor líquido. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Daniel Marx - O livro é direcionado não apenas as pessoas que sofrem de depressão ou já tiveram algum pensamento suicida, mas também as pessoas que conhecem alguém que sofrem deste mal ou que tem um parente próximo e até dentro de casa que já atentaram contra a própria vida ou que infelizmente se mataram. E o objetivo principal é a orientação, os cuidados, atenção que essas pessoas precisam ter e que muitas vezes não tem um certo conhecimento do que fazer, como agir e quando pedir socorro. O livro vai mostrar para o depressivo que ainda pode existir uma saída. E para os amigos ou familiares que alguém ao seu lado pode estar implorando por ajuda mesmo que não fale. O que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia os textos que compõe “Último Degrau” Daniel Marx - Eu me aprofundei bastante nas pesquisas e em entrevistas com médicos e psicólogos, e a cada dia aparecia um relato novo, uma infor-

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mação chocante, seja de números de pessoas, idade, motivos e a forma que isso poderia ser evitada na maioria dos casos. E saber que 90% das pessoas que atentam contra a própria vida, na verdade não queriam se matar, queriam apenas se livrar daquela dor insuportável que as domina a todo o momento. A quem indica leitura? Daniel Marx - Para todas as pessoas que de alguma forma estão ligadas a depressão e ao suicídio, seja por perda de um parente ou amigo, ou para aqueles que sofrem deste mal. Também indico para todas as pessoas que queiram se informar mais sobre essa maldita doença, pois podem ajudar a alguma pessoa que estiver ao seu lado e que estar sofrendo calada, e após essa leitura você terá uma noção mesmo que básica do que fazer, como agir, como perceber. Você poderá estender a mão a essa pessoa e fazê-la andar mais um passo que seja. Em sua opinião, de que forma podemos ajudar uma pessoa depressiva? Daniel Marx - Muitas vezes a pessoa depressiva quer apenas ser ouvida, e a paciência é uma grande virtude. Você precisa ouvir. Mostrar que aquela pessoa é importante de alguma forma. Que as pessoas se importam com ela. Não é fácil lidar com um depressivo, mas pior ainda é perdê-lo e depois pensar que você poderia ter feito algo a mais. Você deve estar atento a vários sinais que o depressivo apresenta. Você deve usar a teoria POS. Perceba os sinais, se aproxime de forma a não ser evasivo. Observe os atos. Esteja presente, mostre que a pessoa é importante. Converse, se dedique um pouco mais a essa pessoa. Socorrer. Se você fizer isso e nada funcionar, aí você precisa de ajuda de um profissional, leve a pessoa ao médico, a um psiquiatra e um terapeuta, ou você vai perder essa pessoa.

no Clube dos autores. Na Amazon e nas Lojas Americanas. Quais os seus principais objetivos a serem alcançados como escritor? Daniel Marx - Ter o máximo de leitor com minhas obras em suas mãos. Poder levar o entretenimento através dos meus livros de ficção, ou levar informação através dos livros de autoajuda. O que busco é poder transformar um pouco a vida de todos que abrem as páginas de minhas obras, para que possam entrar por essa janela e que um pedacinho daquela história fique para sempre em suas mentes. Que possa ser uma fuga para esse outro mundo que não o nosso com tanta violência, descriminação, raiva e indiferença. E por fim, poder contribuir com a cultura nacional para essa geração e as que ainda virão. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Daniel Marx. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Daniel Marx - Leiam mais, deem valor a cultura nacional, a literatura brasileira. Se não puderem comprar um livro, ao menos divulguem. Consumam livros, seja de qual gênero for. Ensinem seus filhos a devorarem os livros. Uma história pode mudar uma vida. Não esqueçam desta frase: Quem ler muito, escreve melhor e falar melhor. A leitura é vida. E quando lerem o Último degrau, nunca mais vocês acharão que depressão é frescura. Nunca mais vocês ignorarão alguém que fala em se matar. E quem sabe vocês não poderão impedir uma morte que seja e então perceberão que todo o esforço, as conversas, as noites mal dormidas e o choro valeram a pena.

Onde podemos comprar o seu livro? Daniel Marx - O livro estar disponível

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA

ROSA MARIA SANTOS------------------------------

Joaninha, a borboleta da vida

M

aria, como quase todas as filhas únicas, era uma menina de onze anos, muito mimada e amada pelos pais, um casal ainda jovem, bem como por sua avó materna, Clotilde, que a adorava. A menina frequentava o sétimo ano na escola pública da zona, aonde morava, situada a pouca distância da sua casa, partilhada pelos pais e a avó Clotilde, uma senhora bem parecida, simpática, de meia idade, já viúva havia já alguns anos. Maria não chegou a conhecer o avô Artur, mas a avó Clotilde fazia sempre questão de lhe avivar a memória do avô, narrando para ela algumas das suas peripécias. Dizia-lhe amiúde que ela era muito parecida com o avô, tanto fisicamente, como no seu feitio. Como gostava de ouvir a avó a relembrar passagens da vida do marido, com todos os pormenores, lembrando assim momentos felizes que vivera. E desabafava:

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- Se o teu avô estivesse aqui, Maria, iria certamente brincar muito contigo. Provavelmente, iria até convidar-te a acompanhá-lo à pesca, momentos que tanto apreciava. Santo Deus, como ele gostava de pescar nos seus momentos de lazer, quantas vezes até altas horas da noite! Enquanto falava, Clotilde tentava ocultar a peregrina lágrima que teimosamente reaparecia continuamente. Quando falava dele, a voz tremelicava, dada a emoção. - Deus nosso, - desabafava – já lá vão tantos anos! No entanto, as suas memórias permaneciam vivas e era com tal agrado que as partilhava agora com a pequena Maria. Ao sentir a sua comoção, Maria abraçou-a, tentando consola-la. - Tenho a certeza, avó, que ele está perto, sinto-o aqui ao nosso lado, com aquele sorriso aberto, fazendo-nos companhia. E embora não o tivesse conhecido pessoalmente, sinto que o conheço. Sabes, avó? Adoro o avô Artur, sempre o adorei através de ti.

- Também eu, minha neta. - Como gosto da avó Mariana e do avô Filipe. Mas esses, sina sua, vivem tão longe e só raramente contactam connosco. Mas, quem sabe, nas férias de verão irei vê-los, matar saudades. É sempre tão bom quando a avó Clotilde a vai esperar à escola, para a acompanhar de regresso a casa. Dizia sempre: - Vou à escola buscar-te e assim converso um pouco contigo pelo caminho. Isso faz-me bem ao corpo e à alma. Preciso esticar as minhas pernas, arejar as ideias e nada melhor do que poder fazê-lo na tua companhia. O tempo voava e faltavam apenas duas semanas para o aniversário de Maria. Seus pais, no meio daquele tipo de segredo que todos adivinhavam, estavam já a planear uma festa surpresa. Doze anos, Maria estava a ficar uma mulherzinha. Que orgulho sentiam por si! Desde muito jovem, foi sempre uma das melhores alunas da turma. Prometia-se uma vida risonha pela frente. Além disso, ninguém como ela

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sabia fazer amigos. Era dócil, calma e, fossem professores ou colegas da escola, todos apreciavam a sua companhia. Mas, certo dia Maria adoeceu e foi necessário recorrer a cuidados médicos. - Qua aborrecido – pensava – logo agora que faltam dois dias para o meu aniversário! Nessa manhã, Maria levantou-se cedo e sentou-se na cama. A avó chegou ao quarto para ver se dormia. Não! Estava, sim, demasiado pálida. A avó colocou a palma da mão na sua testa. - Caramba, netinha, o teu corpo queima. Estás a arder com febre. Chama de imediato Alice, a mãe, que entrou no quarto de rompante e avaliou a temperatura da filha. Sim, na verdade, estava com a febre muito alta. - Vou já telefonar ao Dr. João Sebastião e pedir-lhe que venha aqui examinar-te. O médico era um pediatra prestigiado, amigo da família e não se fez rogado. Passado pouco tempo chegou e examinou Maria. _ Vamos levá-la já para o hospital. Preciso de a submeter a alguns exames. Chegada ao hospital, Maria ficou internada sob observação. Coitada, mesmo no dia do seu aniversário! Os pais estavam apreensivos. A avó, essa, pedia a Deus e a todos os santos para que a livrassem de perigos e interviessem para que ela melhorasse rapidamente.

Passados algumas longas horas, chegaram os exames. O diagnóstico não era animador, fora-lhe detetada uma leucemia aguda. O tratamento não era fácil e podia passar por uma combinação de quimioterapia, radioterapia, terapia dirigida e até mesmo a um transplante de medula óssea. - O que nos havia de acontecer – lamentavam-se os pais! O Dr. João Sebastião acalmou-os e inteirou-os sobre os procedimentos que iriam seguir para o seu tratamento e que se iniciariam de imediato. Não havia tempo a perder, havia que agir depressa, para bem da menina. Apesar de preocupado, transmitia aos pais e avó a confiança necessária para ultrapassar o momento. Tudo iria correr bem, repetia. A dificuldade estava agora na urgência de encontrarem um dador de medula que fosse compatível. Os pais e mesmo a avó logo se dispuseram para serem avaliados sobre essa compatibilidade. A família era pequena e o tempo era curto. Feitos os testes, a medula de nenhum deles se mostrou compatível. Assim, Maria foi colocada como candidata a um dador externo. A lista era infindável. Tinham que encontrar outras soluções. Havia ainda a hipótese remota de ser Alice, a mãe de Maria, engravidar e com a medula que dali adviesse poder dar uma oportunidade a Maria. Na verdade, era tão injusto ha-

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ver a necessidade de nascer uma nova criança com o propósito de ajudar a irmã a sobreviver. Mesmo assim, Alice engravidou, na esperança de encontrar assim a solução para a cura da filha. O tempo passava e o estado de Maria, era agora critico. Todos os tratamentos a que foi submetida, não apresentaram resultados. A esperança estava cada vez mais no nascimento da irmã, mesmo essa, se Maria conseguisse sobreviver a essa longa e terrível espera. Quando terminou o ciclo de gestação, apenas ainda com sete meses, Alice foi submetida a uma intervenção cirúrgica para que a criança nascesse através de uma cesariana. Joaninha, a pequenina borboleta, como agora lhe chamavam, nasceu numa manhã brilhante de sol. Foi então que trouxeram até junto de Maria a sua nova maninha. Esta, ao sentir-se perto de Maria, agarrou na sua frágil mãozinha. Logo, Maria sentiu o seu pequenino dedo a ser apertado pela irmã, como que aos gritos: - Estou aqui, maninha. Naqueles momentos de silêncio que se seguiram, a emoção encheu aquele pequeno espaço. Maria, sentindo ainda o calor da frágil mãozinha apertando a sua, olhou-a, olhou todos os que estavam ao redor, e disse: Obrigado, Joaninha. E nos dias solenes que se seguiram, o milagre aconteceu!

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Entrevista com o escritor

Fábio Antônio Gabriel Atualmente professor de filosofia da Rede Estadual do Paraná com formação em filosofia pela Faculdade Bagozzi de Curitiba, bacharel em teologia pela PUC PR, especialista em ética; ensino religioso. Foi seminarista por 10 anos, ordenado diácono, pediu redução ao estado laical. Como pesquisador desenvolve pesquisas sobre a temática: estágio supervisionado na formação de professores; filosofia contemporânea, ética contemporânea. Boa leitura!

Acredito que a pandemia permitiu visualizar ainda com mais profundidade as grandes desigualdades sociais existentes no país”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Em destaque, ‘Educação: Tensões e desafios contemporâneos’

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Escritor Fábio Antonio Gabriel, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Apresente-nos, as principais temáticas abordadas em “Educação: Tensões e desafios contemporâneos”? Fábio Gabriel - Educação: Tensões e desafios contemporâneos trata de um projeto junto com demais organizadores de desenvolver um reflexão sobre a educação na contemporaneidade. Convidamos pesquisadores de diferentes referencias teóricos para partilhar suas pesquisas e atividades no âmbito da educação. Estamos agora organizando o próximo volume de “Educação: tensões e desafios contemporâneos”. www.divulgaescritor.com | dezembro | 2020


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Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Fábio Gabriel - Acredito que ao ler o leitor terá a oportunidade de encontrar textos com diversas perspectivas de análises sobre a educacional na contemporaneidade. Apresente-nos “Educação: Tensões e desafios contemporâneos” Fábio Gabriel - Para apresentar o livro faço uso de um trecho do prefácio: “Resgatando as críticas feitas pelos autores dos textos à nova reordenação do capitalismo, engendrado na sociedade da informação e amparado pelas forças políticas e ideológicas do neoliberalismo, em amplo processo de globalização, não há como ignorar as relações entre os interesses econômicos dos grupos mais ricos e a pressão pelo descumprimento do isolamento social que evita o contágio, em favor do ritmo acelerado de acumulação do capital e em detrimento da vida de quem não detém a opção de se proteger. Não há segurança para quem necessita vender sua força de trabalho e arriscar-se dia a dia no contato direto com outras pessoas, para quem vive em situações precárias ou desumanas de existência ou quem se encontra na linha de frente do combate à doença.” Como você vê a Educação, levando em consideração as diferenças culturais e regionais do Brasil? Fábio Gabriel - Acredito que temos diversos “brasis” com diversas situações ao longo de nosso continental país. O que procuramos refletir no livro, entre outros elementos, é o impacto do neoliberalismo na educação que impacta diretamente na diminuição de investimento público na educação pública e isso a curto e médio prazo impacta na qualidade do ensino e no compromisso na formação do cidadão crítico, eficiente e responsável. Como você avalia o sistema educacional, olhando para os discentes, pós-pandemia?

Fábio Gabriel - Fiz um pesquisa empírica com 30 sujeitos que são professores de 3 munícipios do Paraná e os resultados apontam no sentido de gritantes diferenças sociais entre os alunos, muitos sem nenhum acesso ao ensino remoto. Acredito que a pandemia permitiu visualizar ainda com mais profundidade as grandes desigualdades sociais existentes no país.

ser realizada entrando em contato com o João e Pedro Editores.

A quem indica leitura? Fábio Gabriel - Indico a leitura a todo aquele que deseje refletir criticamente sobre educação e as condições de aprender e ensinar no contexto contemporâneo vista por lentes de diversos filósofos e sociológos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor e pesquisador Fábio Antonio Gabriel. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Fábio Gabriel - Que possamos continuar lutando pela construção de uma sociedade mais livre, igualitária com melhores condições de vida para todas as pessoas.

Onde podemos comprar o livro? Fábio Gabriel - O ebook pode ser baixado gratuitamente no link: http://www.fabioantoniogabriel.com/images/tensoes_ ebookdefinitivo.pdf A aquisição de exemplares físicos pode

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Apresente-nos, os títulos dos livros acadêmicos que já publicou. Fábio Gabriel - Tenho um livro chamado “Minutos de reflexão” pela editora Lafonte e os demais livros acadêmicos podem ser conhecidos visitando meu site www.fabioantoniogabriel.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA NILZE MONTEIRO-----------------------------------

Nilze Monteiro (Batista), graduada em Ciência da Informação pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, cursos complementados na UFMG e fora. Proprietária da NM Assessoria Cultural. Curadora e expositora em diversas exposições de artes no Brasil e no exterior. Governadora para Minas Gerais do InBraCI-MG, Membro titular da ALACIB, Mariana - Cadeira 31, da Acad. Le Merite et Dévouemente Français e d’Honner de Divine Académie Français des Artes Lettres et Culture. Membro titular da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas, Membro Honorário do Instituto Histórico-militares de Lisboa, Correspondente no Estrangeiro da Academia de Letras e Artes de Portugal, da Academia Portuguesa Ex-Libres. Lisboa, da Academia Internacional de Heráldica, Portugal. Sócia do Instituto Histórico e Geográfico do Ciclo do Ouro, Sabará, MG. Membro correspondente da ANLA (Academia Nacional de Letras e Artes), Rio de Janeiro. Participação em diversas antologias nacionais e internacionais. Participação na FLIP 2018 Paraty e Bienal Livro SP 2018 e 2019. Bienal do Livro do RJ 2019, Salão Carioca do Livro 2019(LER Carioca). 5º Salão do Livro de New York 2019, BEA, Manhattan, NYC, lançou seu livro solo “Lembranças em aldravias”. nilzemonteiro@gmail.com Discurso de posse na Academia de Letras, Artes e Ciências Brasil-Mariana https://www.jornalaldrava.com.br/pag_alacib_nilze.htm Aldravias na página da Sociedade Brasileira dos Poetas Aldravianistas https://www.jornalaldrava.com.br/pag_sbpa_ nilze.htm https://www.artmajeur.com/nilzemonteiro

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A VIAGEM DE TREM Eram duas amigas. Lúcia, cheinha, alta e bem desenvolvida para a idade. Nádia, baixa e magricela, “minhoca do asfalto”, apelido que ganhou carinhosamente dos amigos. Elas moravam numa cidade do interior, onde todo mundo reportava notícias da população local, costume das cidades pequenas. E, essas duas então, eram tidas e sabidas como as mais visadas por suas peraltices. Parece que eles não tinham mais o que fazer, a não ser dar notícias dessas duas amigas! Falavam o que viam e o que não viam, inventavam. Como se não bastasse, os pais delas eram muito bravos e exigentes. Assim, a cada notícia das duas que chegava aos ouvidos deles, não dava outra: elas levavam uma surra de dar inveja em muita gente maldosa da cidade. Oh, povo com talento para a maldade !!! Certa tarde, a mais velha, Lúcia, convidou a mais nova, Nádia, para irem pegar o trem que dividia literalmente a cidade em duas partes, e irem até a cidadezinha mais próxima. Claro, um convite desses Nádia aceitou imediatamente. Coisa errada era com ela mesmo. Ficou combinado de se encontrarem cedo, na manhã do dia seguinte, perto da escola. E, ainda, levariam roupas para trocarem os uniformes e deixarem todo o material: livros, cadernos e os uniformes no guarda-volumes da estação. Então, conforme o combinado, as amigas se encontraram e lá foram elas na manhã do dia seguinte para a estação ferroviária. Compraram os bilhetes de embarque. Que mundo era esse que vendia bilhetes a duas pré-adolescentes (e mais) sozinhas! Embarcaram no primeiro trem da manhã. A viagem transcorreu sem mais contratempo, ninguém as incomodou com perguntas: Vocês estão com quem? Ou, qual o destino de vocês? Nada, ninguém perguntou nada para elas. No balanço do trem, foram apreciando a paisagem, conversando e rindo muito. Elas tinham muito assunto e tudo era motivo para as risadas infinitas. Chegando à estação da pequena cidade, desceram

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Imagem: Sandra Rodrigues

e ficaram andando de um lado para o outro. Descobrindo e saboreando a cidade, a metrópole e os feitos que elas praticavam, ou o seu mal feito, isto é, sozinhas passeando em uma cidade até então desconhecida. Quando sentiram que já haviam explorado toda a cidade e sabiam que ninguém as impediriam, confiantes, voltaram à estação ferroviária com o objetivo de comprar outros bilhetes para visitar e descobrirem a próxima cidade. Decepção! O trem estava com problema e não sairia a tempo de estenderem o passeio para a cidade vizinha. E elas não poderiam esperar o reparo do trem, visto que demandaria mais tempo. Caso contrário, teriam que esperar pelo reparo do trem e não conseguiriam pegar o último do dia e voltar para casa antes de escurecer. Isso não poderia acontecer! Mas elas estavam determinadas a não desistirem de conhecer a outra cidade. Lúcia teve uma ideia e falou para Nádia: -- Vamos de bicicleta. Nós gostamos de pedalar e como aqui ninguém nos conhece, não vamos ter problema com mais essa façanha. Nádia concordou alegremente. Tudo era festa! Pensa, passear de trem sozinha, andar de bicicleta sem apanhar? Maravilha!

Voltaram para a cidade em busca de lugares que disponibilizassem bicicletas para alugar. Encontraram e alugaram duas. Em seguida, pegaram a estrada em direção à outra cidade desconhecida. A estrada de terra era tranquila, fácil de pedalar e logo, logo, após pedalarem mais ou menos sete quilômetros, chegaram à “Terra do Sol eterno” : Aimorés. Leva esse nome por ser a cidade mais quente das Minas Gerais. Desbravaram praças, cinemas, escolas e retornaram pedalando os sete quilômetros de chão batido, debaixo de sol escaldante. Suadas e mais frágeis, correram para devolver as bicicletas e logo foram adquirir os tickets de trem de volta para casa. Desembarcaram na estação, pegaram seus pertences, trocaram de roupas e combinaram a mentira mor: cada uma ia dizer que estava na casa da outra. Como eram inseparáveis, com certeza ninguém desconfiaria. Faceiras e orgulhosas encerraram a viagem maravilhosa de trem! Interessante, que apesar de todo mundo tomar conta da vida do outro, ninguém, mas ninguém mesmo, ficou sabendo dessa viagem de trem e por isso não apanharam dos pais. Ufa !!!

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Entrevista com o escritor

Francisco Leite Francisco Leite Duarte Brasil, é Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, Professor da Universidade Estadual da Paraíba, Jurista, Escritor e Poeta. Na literatura, além do aclamado romance de estreia “O Pequeno Davi” (Editora Hibis), escreveu, uma coletânea de contos chamada “Crimes de Agosto”, uma coletânea de prosa poética (este em parceria com Cavichiolli), chamada “Decifra-me ou te devorarei” e um romance autobiográfico chamado “Os longos olhos da espera” (Lura Editora), todos disponíveis na Amazon. Boa leitura!

O Pequeno Davi é uma daquelas histórias que perpetuam as lembranças de quem o ler!”

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Auditor-Fiscal da Paraíba se destaca como escritor literário internacional

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Escritor Francisco Leite Duarte Brasil, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a ter gosto pela arte de escrever textos literários? Francisco Leite - Esse gosto pela escrita, como qualquer afeição mais intensa que se tem por algo, sempre está marcado no nosso eu mais profundo. Desde muito pequeno fui muito curioso por histórias, aquelas contadas por papai enquanto ele se balançava em sua velha rede, ou as expressas em algum livro, revista, jornal ou um pedaço de papel qualquer. O que ali estava dito, escrito ou sugerido, tudo era um mundo novo cheio de fantasias que escolheu minha infância para nela se instalar e me conduzir por toda a vida. Pois, foi

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nos meandres desse encantamento que fiz morada, inicialmente pela leitura, até que um dia, alforriado e agradecido a todos aqueles que eu havia lido, quis caminhar por escrita própria. Então, o meu gosto pela literatura é questão de dom, ou de sina, necessidade, talvez, mas de qualquer forma, sempre um aprendiz. Obrigado, mestres. O que mais o atrai ao ler um texto de terror? Francisco Leite - Vou ser bem sincero aqui. Há, de algum modo, certo preconceito em relação ao texto de terror. Eu mesmo, até muito bem pouco tempo, nunca havia me debruçado sobre esse estilo fabuloso de literatura. Era vítima desse sentimento mesquinho de avaliar as realidades sem compreendê-las suficientemente. Curei-me, muito embora esse não seja o meu estilo preferido de literatura, mas inegavelmente, o terror talvez seja, dentre toda a estilística literária, a que mais põe a nu os nossos medos e fobias, nossa aversão mais profunda aos perigos da natureza impiedosa que submeteu nossa ancestralidade as ameaças constantes. É nesse gênero da literatura que as nossas emoções sacolejam o recôndito da nossa alma, talvez daí o medo, a fuga, a aversão. De onde surgiu inspiração para “O Pequeno Davi”? Francisco Leite - O Pequeno Davi nasceu de uma brincadeira. De um desafio feito em um grupo do Facebook, que tem por temática o sobrenatural, o terror, o horror e o suspense. Foi em um domingo e eu, naqueles dias em que a mente quer divagar, navegava pelo mundo da internet sem rumo. Cai lá, naquele grupo. O desafio consistia em escrever, ali, na hora, uma pequena história sobre terror. Como já disse, eu estava meio sem rumo, sem vontade de fazer qualquer coisa séria e imaginei que participar do desafio se enquadrava nesse meu estado de preguiça mental. Qual o que! Envolvi-me nessa história de corpo e alma. Ao cabo, essa história incipiente foi muito elogiada pela Marly Hernandes (hoje proprietária da Hibis Editora), pela jandui Felipe, pela

Mag Polar e outros escritores e escritoras que também participavam do certame. Isso ocorreu em finais de 2018. Até então, tirando um livro técnico sobre direito tributário (Direito tributário: Teoria e prática, Revista dos Tribunais), eu só escrevia poesia e textos curtos sobre minha infância no sertão da Paraíba e os expunha no Facebook, que, aliás, se transformou, posteriormente, no livro “Os longos olhos da espera” (Lura Editora). Esse feito me estimulou de vez a me dedicar à literatura. Entrei em um curso de escrita criativa do “Carreira literatura”, e cai de vez no universo que, por tantas vezes, eu havia pensado para mim. Foi assim, que em 2019, escrevi uma coletânea de contos chamada “Crimes de agosto” e pus um ponto final na história de “O pequeno Davi”, transformando em um romance, uma história linda configurada no universo do realismo mágico e do terror fantástico, ambientada na zona rural de uma cidadezinha minúscula no Sertão da Paraíba de nome Santarém, hoje chamada Joca Claudino. Apresente-nos a obra Francisco Leite - Um garoto de quatorze anos que cresceu absorto pelas histórias mirabolantes de seu avô, se vê envolvido numa trama fabulosa e tenebrosa, quando sua mãe, assim como todos os moradores do seu povoado, desaparecem. O velho casarão, à beira do Riacho Pé de Serra, e o pequeno Davi, guardam segredos, faces e disfarces que podem levar Samuel Contte a trocar sua alma por um olho biônico que tudo vê. É nas cercanias desse córrego magrinho e barrigudo, nascido das biqueiras da Serra do Desterro, onde Samuel e seus irmãos enfrentarão situações perigosas, enigmáticas, curiosas que perpassam do horror à comédia, até que, de maneira inusitada, Samuel se depara com a verdade que permeia toda a trama. Será que Samuel Contte venderá sua alma em troca do olho biônico que tudo vê? Será que o pequeno Davi é um monstro de verdade ou é apenas um garotinho com os cabelos loiros encaracolados, dono dos olhos mais

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azuis que água marinha, e que brilha como a lua cheia pelo amor infinito de Samuel? Uma história que vai muito além das definições de gênero literário. Aqui, vários deles se encontram e se encaixam de forma perfeita, uma simbiose feliz de estilos que leva o leitor sentir arrepios na espinha, rir de situações adversas, viajar por mundos fantásticos e se emocionar, chegando às lágrimas. O Pequeno Davi é uma daquelas histórias que perpetuam as lembranças de quem o ler! Qual o momento que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia a trama? Comente. Francisco Leite - O pequeno Davi contem tantas cenas que estão além da nossa imaginação que fica até difícil de escolher uma delas como representativa, mas como tenho que escolher, poderíamos ficar na passagem em que o avô de Samuel Contte, após ser enterrado vivo, por querer e necessidade dele mesmo, se despede do garoto, mas antes puxa para a cova o seu genro e o leva consigo para debaixo da terra; Veja o trecho: “Mas, o fato é que, quando meu avô recitou o último verso “Faminta, absconsa, imponderada cega”, ele, em último esgarço de vida e revolta, subiu em um movimento inusitado. A terra que todos nós tínhamos jogado sobre ele foi sacudida como um terremoto e, como um deus em suspiro redentor, pegou meu pai pela gola da camisa e, com ele, desceu para as entranhas da terra, onde finamente sumiram em um silêncio definitivo. Isto posto, eu joguei a última pá de terra em cima da cova do meu avô e do meu pai e, como para limpar quaisquer vestígios do que sucedeu, o Riacho Pé de Serra que, àquelas horas, já vestira sua roupa de dormir e estava em descanso, agitou-se levemente e lambeu de mansinho todo o solo por debaixo do velho pé de jatobá, depois, deitou-se sereno dentro do seu leito miudinho, preguiçoso, sem deixar vestígios, apenas um envelope de plástico, que depositou aos meus pés.”

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Descreva “O Pequeno Davi” em duas palavras. Francisco Leite - É difícil a gente falar das nossas próprias obras, principalmente quando o tempo transcorrido desde sua publicação é tão curto. Ainda estamos no calor da emoção e sabemos quanto nossa subjetividade gosta de se inclinar favoravelmente em nossa direção. Eu destacaria a mistura harmoniosa de gêneros – não é fácil rir com um livro de terror, pois quaisquer excessos desnaturam uma dessas dimensões; e chorar e horrorizar-se com as cenas bizarras que o livro traz. Destaco também a ambientação, uma cidadezinha no interior da paraíba, e a linguagem escorreita, poética, singular. Mas eu prefiro deixar que outros escritores opinem sobre o livro. Destaco algumas opiniões: “Simplesmente o nascimento de um grande autor. A história tem tudo que uma história marcante precisa ter; ótimos personagens, clima, um cenário que se encaixa com tudo. Tudo o que eu disser não é o bastante pra você compreender o quão excelente é este livro. Meus parabéns... recomendadíssimo! ” Marcus Demóstenes ( Escritor, compositor e Videomaker) “Francisco é um escritor sem “caixinha”. Faz o medo virar choro, o choro virar suspense, o mistério virar riso... Faz até o leitor “terrir” (rir de medo) com seu Pequeno (grande) Davi! Show de livro! ” Ricardo Vergueiro (Jornalista e escritor) “Livro que nos emociona e nos leva com poesia para o fantástico dentro de características brasileiras. O protagonista nos conquista. Os pontos de virada nos sacodem. Parabéns ao autor. ” Adriana Tourinho (Historiadora e Escritora) “Surpreendente história. Repleta de facetas, emoções à flor da pele. O grande Francisco Leite promete deixar seu nome na história da literatura brasileira. ” Sueli Edina Lazari Scatolin (Escritora)

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nha infância, chamado “Os longos olhos da espera”, pela Lura Editora. Todos esses livros estão disponíveis na Amazon.

Onde podemos comprar o seu livro? a) Na amazon : https://www. amazon.com.br/Pequeno-Francisco-Leite-Duarte-Brasil-ebook/dp/B08F3QDJVR b) No site da hibis editora: https://editoraibis.wixsite.com/meusite/ loja c) Em João Pessoa, na Livraria do Luiz e nas bancas de revista do Mag shopping e Pão de açúcar do Retão. Acompanhe o autor no Instagram https://www.instagram.com/professorchicoleite/?hl=pt-br O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Francisco Leite - Como já mencionei, até 2018, eu só escrevia poesias, mas desde 2018 estou em uma febril criação literária em prosa. Este ano, em plena pandemia, publicamos vários contos em diversas antologias, além de uma antologia individual de nome “Crimes de Agosto”. Publicamos ainda uma coletânea de prosa poética (esta em parceria com a incrível Lu Pavichioli), chamada “Decifra-me ou te devorarei” e ainda este ano sai pela Editora Oito e meio um romance chamado “A vovó é loca” e um livro de memórias da mi-

Quais os seus próximos projetos literários? Francisco Leite - Estou envolvido na escrita de um romance chamado “O sibite baleado”, uma história também ambientada no mesmo cenário de “O pequeno Davi”. É a história em que as aves da Serra do Desterro, dada a seca que castiga aquela terra em 1932, resolvem, liderada pela menor ave do sertão – o sibite – saquear a cidade de Uiraúna. Deve sair até junho de 2021. Também, escrevo uma coluna de crônicas no MAISPB (https://www.maispb.com.br/categoria/colunistas ), onde publico crônicas todas as sextas-feiras. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Francisco Leite Duarte Brasil. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Francisco Leite - O final do ano se avizinha. 2020 foi um ano de muito sofrimento. Muitas vidas ceifadas, liberdade reduzida, paradigmas remodelados. Eu desejo para a humanidade a sabedoria daqueles seres humanos que valorizam a vida, a ciência, a verdade, a literatura e que lutam pelos valores da democracia para que sejam afastadas todas as tentativas do autoritarismo. Feliz 2021 para todos.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR

CHAIENE SANTOS----------------------------------

Do Rio de Janeiro, o autor brasileiro Chaiene Santos é WattpadStar, mais lido em ficção científica no Wattpad em língua portuguesa. O sonho começou a virar realidade após a publicação da trilogia Os Filhos do Tempo em 2015. Milhares de leitores na internet abraçaram a criativa história de ficção científica. Desde então, o reconhecimento rendeu mais de Dois milhões de leituras em toda a Trilogia e um Prêmio Wattys.

Logo, Chaiene tornou-se Wattpad Star e o primeiro em português no programa Wattpad Studios. Atualmente, faz curso de roteiros. Cerca de 200 mil fãs nas redes sociais embarcam juntos e sempre agradecem ao autor pelos livros cativantes, como a trilogia Os Filhos do Tempo, a duologia O Homem Fantasma, O Bisturi de Ouro, O Outro Lado e Incompatibilidade de Gêmeos, entre outros.

Sinopse: Duologia O Homem Fantasma Um jovem mago impetuoso que consegue cruzar a linha tênue que separa o mundo dos vivos e o dos mortos. Por outro lado, um bruxo ambicioso capaz de tudo para dominar a humanidade, incluindo ressuscitar os mortos. Qual deles vai ganhar? Na mais profunda escuridão, nos momentos mais desesperados, a magia o libertará. Quando os últimos dias do mundo da magia parecem estar se aproximando ... Tempos sombrios colocam os magos da Europa em grande risco. Em nome de Deus, a Inquisição usa o poder da Igreja para manipular as mentes das pessoas e também para iniciar uma Caça às Bruxas que acaba queimando até a morte vidas inocentes. No entanto, o verdadeiro propósito clerical não é outro senão aumentar a riqueza da Igreja exterminando qualquer pessoa vista como uma ameaça em potencial. Ao mesmo tempo, uma rebelião ocorre entre os feiticeiros dos clãs mais

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR

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respeitáveis, quando alguns deles decidem se render às práticas da magia do mal em busca de poder ilimitado. ... uma criança com poderes sobrenaturais nasce para mudar o destino de muitas vidas ... e mortes. Existe uma profecia ... Sobre um ser especial que será capaz de unir o Reino dos Humanos ao Reino da Magia ... Alguém com grandes poderes, um Homem Fantasma com a capacidade de andar na linha fina que separa os vivos dos mortos ... E cabe a Juan, um mago sobrecarregado por traumas passados, a responsabilidade de cumprir a profecia e guiar essa criança no caminho da bondade até o dia em que o dom supremo finalmente acordar. Mas ele terá que lutar contra feiticeiros do mal, criaturas terríveis e enfrentar intrigas, traições e muitas mortes em uma jornada que é manipulada até pelo próprio tempo.

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Você está pronto para conhecer O Homem Fantasma?

Chaiene Santos é o autor da trilogia de ficção científica Os Filhos do Tempo, seu trabalho de estreia no gênero de ficção. Agora, Chaiene surpreende os leitores novamente, convidando-os a se juntar a ele em uma jornada encantada, cheia de mistérios, perigos e muitas aventuras. O Homem Fantasma é uma ótima história que chama a atenção dos leitores de capa a capa, tornando cada página uma redescoberta de magia e fantasia.

Sinopse Trilogia Os Filhos do Tempo Livro do gênero de ficção científica mais lido no Wattpad em língua portuguesa. Trilogia com mais de dois milhões de leituras. Vencedor do Prêmio Wattys. Um jovem estudante com grande poder de imunidade é ca-

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paz de salvar uma menina portadora de um vírus letal em um planeta longínquo. Uma bela mulher se apaixona por ele e o ajuda nessa missão, mas um terrível inimigo tentará impedi-lo a qualquer custo.

Quais mistérios se ocultam além das estrelas?

Enquanto a maioria dos jovens preocupa-se com a faculdade, amizades e até mesmo namoradas, Nícolas passa suas horas com a cabeça fora de órbita. Literalmente. Ele nunca teve um pai e por isso se sente triste. Seu maior desejo é conhecer o espaço. Fazendo o curso de Astronomia, ele fica mais à vontade entre corpos gasosos, supernovas e buracos negros, sonhando em um dia desvendar os grandes enigmas do Universo. Até que uma misteriosa garota entra na sala de aula... E Nícolas descobre, emocionado, que encontrou a sua própria estrela.

Zara é o seu nome, aquela que os cabelos parecem raios de Sol, a única capaz de arrancar o ar - e a voz - do jovem protagonista desta história. E, contra todas as probabilidades, algo surge entre os dois. Mas não pense que este é um romance adolescente como tantos que já leu. Porque Zara, ao contrário do que Nícolas pensa, não é o que parece. Vinda de uma galáxia desconhecida, ela tem uma missão: atrair Nícolas e levá-lo para o seu planeta. Vivo. Não importam os custos. Do sucesso de sua missão não depende apenas o seu futuro, mas de tudo aquilo em que ela acredita... Inclusive o futuro da humanidade. Quando a verdade aparece, Nícolas se envolve em uma teia de mentiras e intrigas que vão além de tudo que sonhou. Entre poderes telecinéticos, fendas temporais e dados científicos, o tempo se desdobra, revelando que os alienígenas que conhecemos estão mais perto - e são mais parecidos conosco - do que imaginamos. Ambos disponíveis em português, espanhol e inglês.

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Entrevista com a escritora

Jacqueline Souza Jacqueline Souza, nome artístico da paulistana Jacqueline da Silva Souza. Especialista em Linguística e Ensino de Línguas pelo Centro Universitário Uniseb. Autora de artigos, contos e crônicas. Participou de várias antologias. Fez a obra A lenda do bebê-demônio. Trabalhou como Auxiliar de Tutoria na Fundação Padre Anchieta no Curso de Formação dos Professores do Estado de São Paulo. Foi professora de Português Instrumental e Inglês Instrumental da FASM - Faculdade Santa Marcelina (2010 até 2017); atua como Professora Coordenadora do Núcleo Pedagógico da Diretoria de Ensino Leste 4, com a formação dos professores coordenadores das escolas. Participou da elaboração dos Cadernos do Aluno e do Professor, assim como, da validação das avaliações da aprendizagem em processo da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Realizou em 2019 o Festival Cultural de Sampa na Fábrica de Cultura Parque Belém – SP. Associada à ABERST (Associação Brasileira de Escritores de Romances Policiais, Suspense e Terror). Imortal – Membro Correspondente da Academia de Letras do Brasil – ALB/RJ – Campos dos Goytacazes. Diretora Cultural da ALB. Agenciadora (Diretora) do Núcleo INFÂNCIA /ARTE do Coletivo Mulheres Artistas.

Boa leitura!

O medo e o suspense me atraem muito, aquele friozinho na barriga e a vontade de saber o que vem em seguida. As características dos ambientes e das personagens para algo assustador, que surpreenda e aguce a imaginação.” 90

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Entre prosa e versos apresentamos ‘A lenda do bebê-demônio’

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Jacqueline Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, quando começou o seu gosto pela arte de escrever “terror”, o que a motivou? Jacqueline Souza - Agradeço poder participar da revista Divulga Escritor. É uma honra para mim. Acredito que o gosto pelo “terror” vem desde a infância, quando meus pais contavam histórias de Trancoso para mim e meus três irmãos. Dava aquele medinho, mas conseguíamos dormir tranquilamente. Sempre gostei de assistir a filmes de terror e suspense. Adorava uma série chamada: The Twilight Zone, conhecida como Além da imaginação, que trazia muita ficção científica, fantasia e terror. Lia muito, principalmente, contos de suspense e terror, além de fantasia, sobrenatural, ficção científica e romances. Poderia dizer que “sofri” influências de autores como: Edgar Allan Poe, Stephen King, Lygia Fagundes Telles, Emily

Brönte, Machado de Assis, Antoine de Saint-Exupéry, Alexandre Herculano, William Shakespeare, Clarice Lispector e outros, além dos diretores de filmes: Alfred Hitchcock, Steven Spielberg. Escrevia algumas coisas, porém descartava, embora tivesse escrito um livro aos 14 para 15 anos como trabalho da escola, que ficou na biblioteca, sobre alienígenas. Somente depois dos meus 40 anos, resolvi publicar meus escritos, motivada por todos esse autores que citei e meus pais, meus primeiros contadores de histórias. O que mais a atrai na leitura deste segmento literário? Jacqueline Souza - O medo e o suspense me atraem muito, aquele friozinho na barriga e a vontade de saber o que vem em seguida. As características dos ambientes e das personagens para algo assustador, que surpreenda e aguce a imaginação. O que a inspirou a escrever “A lenda do bebê-demônio”? Jacqueline Souza - O que me inspirou

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foi uma lenda que sempre ouvi dos meus pais e dos mais “antigos” sobre um dia que amanheceria como qualquer outro e depois escureceria repentinamente e permaneceria por três dias assim e as pessoas deveriam ter velas e água benzidas por um padre. Deveriam ficar em suas casas, pois o diabo estaria solto imitando voz de criança para entrar nas casas e aterrorizar quem encontrasse. Daí inventei mais uma lenda dentro dessa e criei a obra A lenda do bebê-demônio, que a priori era para ser apenas um conto, daí motivada pelas minha sobrinhas e minha mãe, tornei-o em algo maior. Apresente-nos a obra Jacqueline Souza - A obra é um romance que traz um cenário de bruxas, poções, adultérios, mentiras, crimes, injúrias, ódios, amores proibidos e tramas surpreendentes. Um enredo que envolve duas lendas fundamentais para o desenvolvimento do texto, mas a principal retrata a lenda de um bebê-demônio, neto do casal Smith, acusado de bruxarias e queimado na 91


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fogueira no período da Inquisição. A criança nasceu amaldiçoada, com chifres, dentes pontiagudos, cauda e mordeu a mãe, que não sobreviveu ao ataque. Riu para a parteira, que desmaiou e ele fugiu para a floresta. O onírico está muito presente auxiliando na composição das perturbações das personagens principais. A criatura aterroriza o vilarejo há anos, fazendo com que as pessoas não saiam de suas casas à noite. Nem mesmo a igreja deixa de ser atacada pela besta. O terror na vida dos moradores impede que tentem ver a fera, então um jovem padre Inquisidor, Paul Carter, conhecido por seus prodígios em assuntos do Santo Ofício, treinado para ser o substituto do maior Inquisidor-mor, Trevor, de sua época, admirado e temido por todos os lugares por onde passou, é chamado para desvendar o mistério, só não contava que sua fé fosse posta à prova. Há a nossa linda jovem Ana, de uma perfeição incrível, todavia marcada por uma maldição e uma trama de crueldade. Ela ajuda a todos no vilarejo, trabalhando com sua mãe, a parteira, dona Gertrudes, e será essencial apoio para o padre. Os poemas contidos na história refletem, muitas vezes, o desabafo das personagens que sofrem suas desilusões e frustrações. As ilustrações remetem à nossa imaginação para este cenário sobrenatural e fantástico. Um lugar que parece tão calmo e à noite torna-se hostil e perigoso para qualquer pessoa que se atreva a descobrir o grande mistério. O que me chamou a atenção no romance, envolvendo mistério e terror, foi os poemas contidos em meio a trama. Apresente-nos, um dos textos poéticos publicado na obra. Jacqueline Souza –

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“Minha amada e inacessível ser Que permeia meus pensamentos Seja dia ou noite Enlouquece-me de desejos Confundindo o meu caminhar Desviando-me dos meus propósitos Fazendo-me ver a realidade No passar de um segundo Desde que seja por um olhar Enlouquecendo-me, Permitindo-me atordoamento, Cobrindo-me de dúvidas, O que fazer? O que dizer? Sou seu vassalo incondicional Seu trovador que sofre Ao saber que nunca a terei Em meus braços Mas aceito que a tenha Nos pensamentos Lá ninguém saberá Ninguém nos encontrará E a felicidade me rondará Somente assim amar-te-ei...” O que mais a atrai na leitura de “A lenda do bebê demônio”? Jacqueline Souza - O sobrenatural confundido com maldição e, a partir disso, morte na fogueira, em alguns momentos do enredo. Onde podemos comprar o seu livro? Jacqueline Souza - Amazon, Editora Viseu e Livraria Cultura.

mas que merecem ser lidos (O espelho amaldiçoado de Lorraine); Sangue nas sombras da noite (A mansão das almas enclausuradas), A Arte do Terror: Dia de los muertos (Reencontro macabro – e-book); A Arte do Terror: Possessões demoníacas (A babá novata – e-book); No meio do caminho tinha um professor (Professor: Missão e Identidade); Antologia de poesias, contos e crônicas da Casa da Poesia, volume 13. Quais os seus próximos projetos literários? Jacqueline Souza - Publicar a Antologia Amigos (contos e crônicas) que organizei com outra escritora Shirlei Pio e as publicações de outras antologias que participei. Organizar o 2º Festival Cultural de Sampa. Estão em andamento alguns projetos do Coletivo Mulheres Artistas, o qual participo como Agenciadora (Diretora) do Núcleo Infância/ Arte. Estou escrevendo um livro com muito suspense e sobrenatural (terror). Aguardem! Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Jacqueline Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Jacqueline Souza - Quero agradecer pela oportunidade de ter sido entrevistada pela Revista Divulga Escritor. Minha mensagem aos leitores: Leiam e deleitem-se no mundo fantástico que só o livro pode proporcionar!

Além de “A lenda do bebê demônio” você tem outros livros publicados. Apresente-nos, os títulos. Jacqueline Souza - Participei de várias Antologias: Palavreiras – contos e poe-

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Em destaque livro “Um Prelúdio para Ilse” do escritor Francisco Antonio Cavalcanti

Prefácio: As dimensões dos saberes em “Um Prelúdio para Ilse”

Por Alexandra Vieira de Almeida Escritora e Doutora em Literatura Comparada (UERJ) Em “Um Prelúdio para Ilse”, este novo romance de Francisco Antonio Cavalcanti, temos as faces do saber sendo engendradas pelas mãos hábeis deste escritor excepcional, que deleita seus leitores educando, como na tradição horaciana. A relação narrador-leitor é de ensino-aprendizagem, premiando o receptor com as dimensões mais variadas do saber, nos ensinando sobre a arte, a geografia, a história, a política, a gastronomia entre outros conhecimentos formidáveis. O livro é dividido em um prólogo, 15 capítulos e um epílogo. Logo no início, o autor revela sua experiência pessoal no campo da ciência exata, a matemática, para, a partir da literatura, expor a lei do acaso e a probabilidade dos eventos. A reflexão do pensar/saber toma sua obra, com o olhar do

criticismo a nos ensinar sobre os aspectos teóricos do conhecimento abstrato. O que é imensurável ganha contornos de concretude e observação. Não é uma mera hipótese, mas um constructo bem elaborado que nos faz pensar, como leitores inteligentes. O narrador diz para o leitor, que é levado pelo mistério do saber, não enciclopédico e empoeirado, mas educativo e pragmático: “Ademais, é essa consciência que pode nos levar a refletir sobre o fato de que somos o resultado de uma série de acasos”. Isso foi muito importante na época em que os cientistas se referiam à Teoria do Caos, em que os fluxos da vida não estavam conduzidos por uma logicidade qualquer, mas pelo azar que nos acomete, gerando o caos. É como se numa rede de linhas, aquilo que acontece em uma região interferisse em outra esfera, conduzindo-nos ao transbordamento dos sentidos, sem que uma contenção mais rígida estivesse presente. O acaso é o espaço da liberdade. E Francisco Antonio constrói ao longo do romance, a partir de suas personagens e ações, estes espaços das dimensões enigmáticas da vida que são refletidas em amplos saberes. O autor até cita um poema escrito por ele, “Aleatório”,

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misturando a prosa e a poesia, os vários estilos de escrita na sua urdidura narrativa bem tramada. O que pareceria distante e incomunicável ganha relações implícitas e vizinhas, como entre o poético e o prosaico, o científico e o literário. Predominantemente, pensamos que não poderia haver um casamento entre a Ciência e a Arte, mas Francisco Antonio torna este flerte entre saberes tão díspares, possível, revelando assim a máxima heraclitiana das imagens do arco e da lira, um pré-socrático que tornou viável a “harmonia dos contrários”. E Francisco Antonio, de forma magnífica, consegue esta difícil proeza, unindo o matemático e o artístico, com seu conhecimento da engenharia, sua base de formação acadêmica, misturando a referencialidade da sua experiência como engenheiro e sua obra, magnetizando a literatura com o real mais fecundo. Um diálogo é possível. O autor costura com maestria seu romance em que os pares de personagens se relacionam numa fronteira tênue entre a realidade e o imaginário.

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A partir de uma provocação de um aluno, Cavalcanti duela com a linguagem, trazendo do real para o interior das páginas magníficas de seu livro toda a atmosfera criativa de suas veias abertas ao desconhecido. Ele diz: “... a realidade parece copiar a ficção”. Logo no capítulo 1, temos a articulação do tempo bem marcada, 1984, o presente da narrativa, enquanto o passado é a memória seletiva em outro país, a Alemanha, a tragédia do nazismo e o que isso acarretou para os avós de Erna, uma das protagonistas do romance, que é musicista e vive na Argentina com seu avô Matthias. Vemos, nesse momento, o lirismo em meio ao caos urbano e, mais uma vez, aqui, temos a poeticidade de sua narrativa cheia de segundos planos. Francisco Antonio nos conduz por uma história fascinante, impregnada de detalhes e minúcias, com vários encadeamentos imprevisíveis no final do livro, que reserva a cereja do bolo para o grand Finale, a surpresa maior com que ele presenteia o leitor, quebrando a sua expectativa com invejável desenvoltura. Seu livro se agiganta com essa característica do fator surpresa, que nos arrebata e desconstrói. Somos inicialmente apresentados a um dos protagonistas, Rodolfo, um brasileiro que vai à Argentina participar de um Torneio Sul-Americano Marista de xadrez, saindo vencedor. Ele se apaixona à primeira vista por Erna, que deixa cair um relógio de pulso valioso e que Rodolfo apanha após ela já ter ido embora. Eles se veem naquele momento e são levados por uma força de atração irresistível. Rodolfo nada sabia sobre ela e fica preocupado, sem saber se vai encontrá-la novamente para lhe devolver o objeto precioso. Outro fator de relevo na obra de Francisco Antonio é a preocupação com a origem das coisas, com a genealogia dos elementos importantes. Isso aparece em vários momentos, de maneira a educar o leitor a partir do Humanismo de sua visão esclarecedora. Por exemplo, temos a história do xadrez, com suas regras, métodos e alterações, ao longo do tempo. Quanto ao aspecto formal, Cavalcanti divide dentro dos capítulos as partes com asteriscos, dando uma pausa, uma expiração após uma inspiração de palavras, fazendo uma relação paradoxal entre a linguagem e o vazio. Esta perda do relógio de Erna será o leitimotiv para os vários flashbacks, em que o avô de Erna, Matthias, volta ao passado para falar de seu romance com Ilse imerso na terrível circunstância do holocausto com toda a destruição e sofrimento causados pelo nazismo. Aqui, as personagens se tornam também narradoras, dividindo o espaço com o narrador principal. Já é uma característica de Cavalcanti fazer esse diálogo entre os tempos, unindo e relacionando o presente ao passado, revelando ao leitor as múltiplas facetas do tempo. O livro é feito de “afetos”. É mais importante o amor do que o bem material. Os bens aqui são outros, tocando os lábios da imaterialidade, do invisível indizível. Rodolfo e Erna têm suas especialidades e competências, sendo a partir da meritocracia, premiados por isso. Os conhecimentos são diferentes, ele, a engenharia e o xadrez, ela, a música, como o avô, que enquanto estudante em um conservatório de música, apaixonou-se por uma linda colega. Essa linda colega,

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Ilse, tocava piano e Matthias, violoncelo. Só que este passado é ligado a uma tensão, um conflito insondável, pois Matthias é judeu, e Ilse, alemã. Seus encontros foram proibidos pela mãe de Ilse e eles passam a viver um amor clandestino, acobertado, como nas boas histórias de amor. Ele trabalhava no comércio de relógios. A tragédia era a face macabra daquela família, pois Matthias acaba se separando de Ilse, sendo levado a um campo de concentração. Quando o narrador fala de Dresden, temos a história do lugar, com referências extraliterárias. Além disso, os conhecimentos de música unem magistralmente o real ao ficcional. Os movimentos e ruídos do local nos fazem voltar ao início da narrativa, com as diferenças dos sons das épocas, ao mostrar o paralelismo entre presente e passado, revelando ao leitor os elementos específicos e a tecnologia de cada período. Tanto aqui quanto lá, há um cruzamento de vidas. Ilse não suportava seu primo, que era obcecado por armas, luta e guerra. Adepto do nazismo, era convencido e arrogante. Ele nutria um desejo por Ilse, para sua ira, não correspondido. Aqui, temos na família de Rodolfo um paralelo. Seu pai é autoritário e não trata bem os funcionários de sua empresa, o que leva Rodolfo a rejeitar qualquer possibilidade de trabalhar com ele. Pretende fazer uma pós-graduação em engenharia para ser professor. As linhas tênues entre passado e presente são quebradas, trazendo as inúmeras possibilidades da escrita numa narrativa envolvente. Outro elemento importante na história é a paisagem. Francisco Antonio nos pinta quadros, como propõe a expressão “a poesia como pintura”, de Horácio, relacionando a escrita à pintura, pois Cavalcanti faz descrições minuciosas das regiões, levando-nos a visualizar quadros com seus impressionantes detalhes. Observa-se a delicadeza nas descrições das características tanto externas quanto internas das personagens. São verdadeiros quadros vivos de sua escrita afiada e detalhista. Enquanto o passado da família de Erna é amplamente conhecido e divulgado pelo narrador, o passado da família de Rodolfo é um enigma, um mistério, revelado de forma imprevisível a certa altura da narrativa, que ainda guarda grandes surpresas. Esse passado nebuloso tem o condão de criar um clima investigativo no romance. Outro fator importante no seu livro é o intenso trabalho de reconstrução de épocas, com belíssimas cenas magistralmente narradas e cenários realisticamente descritos. Uma arte de perfeição conduzida pela pena aguçada de Cavalcanti. Em tempos mais recentes, na Argentina, o avô de Erna consegue contribuir para que a justiça seja feita contra alguns ex-oficiais da SS, através de um cuidadoso e sigiloso trabalho de busca para captura e julgamento desses nazistas. Vale notar que o autor, volta e meia, nos conduz pelos meandros da coincidência e do acaso, a exemplo do concerto em que Rodolfo se reencontra com Erna. E temos, assim, a afirmação da epígrafe do livro de Cavalcanti, do escritor Charles Dickens: “A dor da despedida é insignificante frente à alegria do reencontro”. E, nas frases do filósofo Pascal a quem me reporto, encontramos: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Além desses elementos conteudísticos plenos

e moventes, avulta a força da forma estilística, pois o autor, além de misturar poesia e prosa, utiliza o gênero epistolar em sua narrativa instigante, fazendo de sua obra um universo multifacetado de saberes e formas. Tanto no passado quanto no presente, curiosamente, as personagens também se comunicam por cartas. Portanto, no seu romance excepcional, Francisco Cavalcanti a partir dos vários conhecimentos, como a história e a geografia, potencializa a relação tempo/espaço, com a genealogia das pessoas, coisas e saberes, como a origem dos relógios Junghans e dos conhecimentos típicos da culinária, com as degustações das personagens através de pratos típicos. O livro apresenta um alto padrão de cultura, inserindo em seu corpus o cinema, a gastronomia, a música e, até mesmo, a engenharia. A importância de um objeto também é revelada, o seu ontem e seu hoje, com um valor grandioso do afeto, pois o seu livro é permeado pelos “afetos”. O tio de Ilse, por exemplo, um frade, é compreensivo e atencioso com ela, revelando a face diferenciada de uma religião que poderia parecer rígida, mas que pelo afeto ganha contornos de beleza e contentamento, pois é ele que a ajudou num momento mais difícil de sua vida, rompendo com os padrões religiosos. No outro lado do afeto, o ódio, interesse e desafeto das pessoas, pois, inicialmente, a família judaica de Matthias conseguia a liberdade a partir da propina a um chefe de polícia na época do nazismo com seus algozes. Mas isso não dura todo o tempo. Se, no passado, era a Alemanha, aqui, no presente narrativo, havia o lá, na Argentina, e o cá, no Brasil, até mesmo nas suas contextualizações políticas, minuciosamente analisadas e criticadas pelo narrador. Temos, assim, nesta obra fascinante, a figura do “escritor-pesquisador”, que dá verdadeiras aulas sobre as dimensões dos saberes na sua escrita. Mas suas aulas não têm o viés didático enclausurado. São aulas críticas sobre os vários assuntos, revelando-nos o seu poder de análise e criticismo. O seu viés pedagógico é, ao mesmo tempo, reflexivo, nos fazendo pensar sobre nossa realidade. A relação de aprendizagem com o leitor é cativante, não deixando que a força lúdica do literário desapareça. Ao contrário, o jogo literário é enaltecido com belas cores. O narrador ata as duas pontas, como diria Machado de Assis, do início ao fim da narrativa. Além disso, a riqueza de mesclar descrições técnicas com as psicológicas é impressionante. As imagens cruéis e impactantes da guerra são mostradas, os bombardeios em face da morte. Mas a delicadeza se casa com a crueldade, unindo, belamente, o lirismo à realidade mais chocante. O sadismo do opressor é apresentado, ao mesmo tempo em que o “afeto” lhe tira a máscara, revelando a persona do amor. No meio dos escombros, encontramos a esperança, aquela que fica no fundo do baú de Pandora. Que este livro magnífico traga alento e beleza para os corações dos leitores, apontando as flechas de Eros para a sensibilidade deles. E que os saberes dessemelhantes consigam obter as suas relações inusitadas em cada livro desse escritor admirável que é Francisco Antonio Cavalcanti, um nome marcante na nossa literatura.

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Entrevista com o escritor

JAX FERNANDO JACQUES DE MAGALHÃES PIMENTA (JAX), nascido no Rio de Janeiro, 2/junho/1952. Tijucano, tricolor, salgueirense. Diplomata de carreira, formado em Direito pela UFRJ. Mestrado em Ciência Política, Universidade George Washington, EUA Livros: Traços e Troças (2015); Ibitinema e Outras Histórias (2016); No Ritmo do Jax (2019), Lamparina Luminosa, SP; Afinal de Contos... (2019), Illuminare, RS; Microcontos, Mini-Poemas, Curtas Reflexões para uma Vida Breve (2020), Assis, MG; Antologias: Prosa e Poesia Brasileira, SOL, RJ; Contos de uma Primavera, Illuminare, RS; Coisas de Mãe, Assis, Uberlândia/Lisboa, Brasil/Portugal; JAX e outros Autores, Palavra É Arte, SP (2019); E-Book Microcontos de Humor de Piracicaba, 2019; Ditos e Feitos, Antologia de Contos e Crônicas, Recanto das Letras, SP (2020).

Boa leitura!

Creio haver produzido um livro leve, de leitura fácil. Considero bastante acessível meu estilo de escrita, na forma e no conteúdo.”

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MICROcontos MINI-poemas CURTAS reflexões para uma vida breve Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor JAX, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, em que momento se sentiu preparado para publicar o seu livro “MICROcontos MINI-poemas CURTAS reflexões para uma vida breve”? JAX - Há uns quatro anos, experimentei produzir cinco ou seis microcontos, tanto na extensão máxima de seis linhas no Word quanto no reduzido tamanho de 140 caracteres. Como sempre tive estilo sintético de redação, gostei da experiência e passei a incluir esse gênero de texto nas histórias que habitualmente escrevo. Como, até o início de 2020, já contava com vários microcontos, além de mini-poemas escritos em boa parte nos anos 70, acertei publicar a obra com a editora Assis, cuja qualidade de trabalho eu muito apreciara, ao participar de antologia por ela publicada em 2019. Fui ainda mais estimulado a fazer o livro, ao ter microconto meu selecionado para o E-Book de Microcontos de Humor de Piracicaba no ano passado. Apresente-nos a obra JAX - A obra compõe-se de textos de temática bem variada, que viajam da cidade ao campo, passando por situações de absurdo, de ridículo, de alegria e de tristeza. Trafegam entre o otimismo, o realismo e o pessimismo. Predomina o conteúdo de humor, típico de um autor metido a cartunista. A editora oferece perfeita síntese: “A presente obra já se abre apinhada de humor (...) em que o autor cria um título gigante para nomear textos curtíssimos e, ainda, dá ênfase à brevidade que mora na gramática: MICROcontos, MINI-poemas, CURTAS reflexões para uma vida BREVE. (...) Advérbios e adjetivos se unem em prol da frase. Então, de palavra em palavra, vai preenchendo a solidão que habita o verbo.” Apresente-nos um dos textos publicados na obra. JAX - VAI GRAXA, DOUTOR? A cena repetia-se toda vez que Praxedes ia à rodoviária.O pequeno engraxate vinha perguntar se ele não queria engraxar os sapatos. Metódico como era, Praxedes gosta-

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va de engraxá-los ele mesmo. Cansado, porém, de repetir a explicação ao menino, saiu-se com uma nova: “Meu filho, quem tem de brilhar na vida somos nós, e não os nossos sapatos”. Cada texto tem um pedacinho do autor, comente sobre o momento de criação deste texto. JAX - A ideia da história surgiu de cenas vivenciadas, não na rodoviária, mas num aeroporto. Decidi escrevê-la, tendo como personagem central o Praxedes, que já “estrelou” outros contos e crônicas de minha autoria e é meio autobiográfico. Ele representa meu lado um tanto “cansado” das situações repetitivas, como as ofertas de serviços. Trata-se de um senhor bem metódico no seu dia-a-dia, que gosta de engraxar seus sapatos, arrumar seus livros e discos, manter a casa em ordem (quem quiser conhecê-lo melhor, pode ler “Praxedes, sua empregada e a ordem suprema”, além de outros textos de minha coluna no site da Divulgaescritor). Este microconto traz outra característica minha, que é brincar com o sentido das palavras, no caso, o verbo brilhar. O que esperar da leitura de “MICROcontos MINI-poemas CURTAS reflexões para uma vida breve”? JAX - Tenciono, basicamente, divertir o leitor e, dependendo do texto, estimular alguma reflexão – não necessariamente curta (rs) – sobre diferentes temas: amor, amizade, cooperação v.s. competição, um pouco de tudo que transforma a nossa vida em uma “doideira” por vezes e contribui para torná-la, assim, ainda mais breve. Como indiquei antes, as histórias, no formato de prosa ou de poesia, cobrem assuntos bem variados, no intuito de “abraçar o universo” de desafios e sentimentos que nos cerca cotidianamente. Em muitos

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casos, exploro os jogos de palavras, a ambiguidade de sentidos que colabora para o absurdo da existência humana. A quem indica leitura? JAX - A todos, de qualquer faixa etária, que, assim como eu, tenham na leitura um de seus passatempos favoritos. Creio haver produzido um livro leve, de leitura fácil. Considero bastante acessível meu estilo de escrita, na forma e no conteúdo. Onde podemos comprar o seu livro? JAX - Por meio do site da editora: https://assiseditora.com.br O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? JAX - Desde os tempos de escola, gosto de ler e sonho fazer parte do “clube” de escritores e cartunistas. Minhas primeiras HQ começam ainda na infância ao passo que as crônicas datam da adolescência, no final dos anos 60. Meu primeiro livro, Traços e Troças, incluiu alguns textos dessa época. Depois de certa interrupção no hábito de contar histórias, voltei à carga por volta de 2011 e dali pra cá, somo cinco livros como autor individual e a participação em seis antologias. Ademais do prazer de criar, a escrita alimenta minha expectativa de comunicação com número crescente de pessoas, novos amigos que talvez nem venha a conhecer, mas animam meu sentimento de animal gregário. Acredito que meu estilo de escrita haja amadurecido e melhorado ao longo dos anos.

puderam ser ilustrados, como eu desejava, por meus três filhos, que desenham bem melhor do que o pai. Penso também em uma reedição ampliada de “Ibitinema”, história principal do meu segundo livro, acompanhada de crônicas e contos mais recentes. Ibitinema narra os períodos de férias que passava no sítio de uma tia naquela localidade (situada na porção do estado do Rio de Janeiro limítrofe com a Zona da Mata mineira), o que se fazia por ali, as personagens e “causos” do lugar e da cidade vizinha de Pirapetinga. Além desses livros, espero continuar a publicar nos sites da Divulgaescritor, Recanto das Letras, bem como em revistas como a LiteraLivre. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor JAX. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? JAX - Desejo que possam desfrutar de minhas “historinhas”. Além do excelente trabalho da Sra. Ivone Gomes de Assis na edição da obra, convido a atenção de todos para o primoroso prefácio de meu colega e bom amigo, embaixador Felipe Fortuna, escritor e poeta já consagrado por seu trabalho literário.

Quais os seus próximos projetos literários? JAX - Em 2021, conto em publicar livro de contos infantis, que estão prontos há quatro anos, mas ainda não

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EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX Poesia – Antonio Cícero – “Estranha alquimia” Estranha alquimia é a primeira antologia poética da carreira de Antonio Cicero e uma fusão artística das obras Porventura; A cidade e os livros; e Guardar. Existe na poesia de Antonio Cicero Correia Lima um perceptível estrato de Filosofia, apesar de a formação intelectual do poeta carioca com ascendência piauiense estar envolta permanentemente na sabedoria milenar dos pensadores de todos os tempos. É um espécime de Friedrich Nietzsche (1844-1900), onde a poesia ressuscita violenta. Poeta da emoção, cuja sensibilidade alia sentimentos, sentidos e imaginação, seu desafogo lírico é estranho, no sentido de ser espantoso, invulgar e extraordinário. Há uma clave de palavras incomuns que percorrem os seus poemas sempre bem realizados, seja na contenção, seja na fuga. Os poemas de Antonio Cicero são feitos para serem lidos em voz alta, declamados por um menestrel, daí a origem do sucesso de muitos dos seus versos. Antonio Cicero é um dos grandes poetas do Brasil com intelectualidade, humanismo, sensibilidade e alteridade à flor da pele, sendo espelho indispensável à perplexidade existencial do seu tempo. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/estranha-alquimia

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Poesia – Artur Gomes – “O poeta enquanto coisa”

Depois das excitadas e excitantes Juras secretas, de 2018, o poeta e artista multimídia Artur Gomes volta a tornar pública sua jura de amor e fidelidade ao arcaico deus Dionísio em “O poeta enquanto coisa” [...] Comparece ao ethos deste livro a mesma embriaguez fulinaímica de sempre: a que toma, mediante o delírio atento frente aos passos obtusos do ser e estar das gentes, cada palavra como taça, vinho tinto e uma tinta capaz de, em contrapartida, rogar lúcida a passagem dilacerada do humano pelas páginas turvas do mundo. [...] Seus versos são rascunhos, rasuras e ranhuras a passar a limpo os nexos e os nervos de sua fatura formal e estilística, deixando sobre a página tanto um rastro de unha quanto o esmalte dos escritos e vozes que em sua alma avultam e nos dedos instauram cutículas. [...] Não apenas o corpo do homem, da mulher, se sensualiza e se sexualiza sob a força cósmica de Eros. [...] Nessa porosidade, o poeta se entende permeável a coisas e pessoas (a pessoas já misturadas às coisas, a pessoas já coisas) [...] Também por isso, por essa poesia de tamanho contato, fricção, a relação com a língua se confirma erotizada e – vale dizer – tanto a língua física quanto a verbal, o que equivale a dizer que escrita e oralidade se reencontram no poeta: a sofisticação da escritura literária não perde (pelo contrário, potencializa) a dimensão primigênia do poeta como cantor, como ator “na divina língua de Baco”. [...] Artur Gomes ouve o canto da sereia em sua cama, livro, divã, [...] se obstina pela ideia de confissão, mas de uma confissão dionisíaca [...] preferindo um louvor a Dionísio a um Deus que não sabe dançar, que não sabe gozar, na liturgia de uma poesia que roga. [Trechos do prefácio de Igor Fagundes] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/o-poeta-enquanto-coisa

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Poesia – Rachel Ventura Rabello - Triz Em Triz de Rachel Ventura Rabello, novas possibilidades da lírica contemporânea são exploradas, para além da melodia clássica, da tradição romântica ou da impessoalidade moderna. Neste livro delicado, mas perigoso, predomina a poética do instante e do quase nada. [...] A simplicidade vocabular escolhida pela poeta cria um mundo muito próximo e concreto, mas sua dicção lírica singular provoca enervamentos rítmicos pelo uso preciso e sutil da rima e dos cortes e cesuras presentes em seus versos. [...] O livro constrói uma lírica no feminino, mote principal deste livro inteligente, um jardim das delícias e agruras do performar o gênero, “sem meio termo terceira via/caminho do meio”. Assim, questiona as condições do surgimento do eu, “visto o papel/pinto no rosto”, e assume a dimensão ética da poesia, ao relatar a si mesma sempre pela interpelação do outro, em um constante “mergulho em ti”. [Por Masé Lemos] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/triz

Romance – Aguinaldo Tadeu – A mulher que proclamou a República Velho e doente, após deixar a Presidência da República, o marechal Deodoro da Fonseca, recolhido em sua casa, resolve contar os segredos de sua vida ao seu ambicioso secretário particular. Entre essas histórias, está o verdadeiro motivo de ter proclamado a República, mesmo sendo um fervoroso monarquista, fiel e grato ao imperador. O livro apresenta um Deodoro irônico, amargurado, apaixonado, explosivo e sincero, longe do mítico personagem dos livros didáticos, que passa a limpo o Brasil de seu tempo. Personagem importante na Monarquia e na República, Deodoro rasga seu coração sem meias palavras e nos conta suas vitórias, derrotas, casos de amor e decepções. Do outro lado da mesa de centro de seu gabinete, Alcides, seu secretário, que serviu tanto ao imperador quanto ao primeiro presidente, também tem seus segredos para contar. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-mulher-que-proclamou-a-republica

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Romance – Alberto Lins Caldas – Samsara A literatura, para Alberto Lins Caldas, é um jogo de tensões, uma elucubração entre narradores e leitores, entre a melhor palavra e a melhor atenção. Não se trata das tensões dicotômicas, das lutas exangues entre o bem e o mal, do mundo polar que nos sufoca e não nos conduz ao outro. Não. A literatura de Caldas arde sem se ver para conhecer o sonho, especula alto para promover o olhar de dentro, perambula, rumina a dança dos mais antigos contadores de histórias. Samsara (ou noturno em dó menor) apresenta uma teia de interrogações, de devaneios, de contatos interiores. Uma corda delicada puxa o leitor para abismos e luminosidades, um passeio estranho por rosas e espinhos. Cabe-nos subir a bordo, sem medo do experimento, da densidade, desapego de formas, tramas e normas. Lins abriga doze capítulos de profundezas interiores, em que se mistifica por temas da vida e da morte, disso de conversar e viver: “você alguma vez tentou assim pegar sua alma?”. Samsara... clama ao leitor que aceite o chamado para a jornada. Não se trata de um convite ao leitor de um livro só, mas àquele que aprecia o experimento, o risco, as cores difusas, o diferente. Se “poder sonhar já é muito e já é tanto que se abrir agora os olhos — como saber se os olhos estão abertos ou fechados?”, temos, pela via da literatura, essa imaginação expandida, Caldas como um argonauta de águas desconhecidas. [Por Daniel Zanella] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/samsara-ou-noturno-em-do-menor

Romance – Luiz Biajoni – Algum Amor

Em poucas páginas e a partir de cenas recortadas das vidas de duas pessoas, a publicitária Stella e o escritor Luiz, desenvolve-se uma história de aproximações, distanciamentos, isolamentos e reaproximações que extrapola a cronologia, o tempo e o espaço. Novamente unindo realidade e ficção, Luiz Biajoni traduz neste romance o momento experimentado pelo mundo diante da pandemia de Covid-19. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/algum-amor

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Poesia – Rita Queiroz – Velas ao vento Em Velas ao vento, Rita Queiroz constrói ricas imagens em volta de um universo único, numa concepção poética repleta de brilho e harmonia. Em cada parte do livro, mergulhamos inebriados no oceano de beleza que a autora nos apresenta através de suas composições. Essas águas que levam sua poesia carregam também nossos sentidos por meio de metáforas e alegorias que evocam a percepção de um horizonte recoberto de belas imagens e reflexões. É marcante, ainda, como as memórias são representadas, num contexto lírico que navega entre as ricas imagens evocadas e o fino cuidado com a linguagem, compondo uma travessia bela e equilibrada. O mundo precisa se afogar em poesia para emergir de novo a esperança em tempos melhores. E Rita Queiroz, em Velas ao vento, nos leva ao encontro de águas poéticas que reestabelecem, de maneira especial, a expectativa de que é possível sonhar com o mundo inundado em poesia. [Por André Galvão] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/velas-ao-vento

Romance – André Taka – Encruzilhada Traição, assassinato e uma relação familiar desgastada já são motivos suficientes para sérias preocupações. Mas quando Bruno, um jovem da Baixada Santista, se defronta com um passado que passa a lhe assombrar e perseguir, aquilo que já era preocupante torna-se ainda mais tenso e cada vez mais perigoso. À medida que pessoas próximas são mortas, o rapaz começa a investigar por conta própria esses crimes até se deparar com uma verdadeira encruzilhada à qual o poderá levá-lo à identidade do assassino. Santos novamente é palco de mais um eletrizante suspense policial de André Taka, autor de O Alfaiate. Pelas ruas santistas, mais uma vez o leitor será fisgado até às últimas páginas e surpreendido por um desfecho incrível. Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/encruzilhada

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Entrevista com a escritora

Lorena Zago Margarida Lorena Zago é presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina de Presidente Getúlio, Membro do Conselho Estadual da ALBSC, Membro do Conselho Superior Brasileiro da Academia de Letras do Brasil, Imortal Correspondente da ALB/ Rio Grande do Sul, Doutora em Philosofia Humanística Internacional/ Ph.I. outorgada pela Academia de Letras do Brasil/ Humanitária. Consagrada a Ordem do Mérito de Haia no Grau de Oficial, por sua contribuição como Educadora e Escritora em prol da Cultura da Paz – pela ALB/Suíça. Membro Correspondente da ALBSC Imbituba, Parapsicóloga pelo Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville, Professora, Escritora e Terapeuta. Membro Embaixadora da OMDDH. Obras: Poemas, Contos e Encantos I, A Borboleta Encantada no Jardim Secreto, A Canoa de Coqueiro, Tomy e a Princesa do Mar, Um Natal de Esplendor, Um Segredo Muito Sigiloso, O Acampamento, A Lenda da Cabra D’Água, Poemas, Contos e Encantos II em três idiomas, além de participar de inúmeras Coletâneas e Antologias, tais como: IMORTAIS, IMORTAIS II, IMORTAIS II, Literatura – Sentimentos & Razões II, Literatura – Sentimentos & Razões III, MULHER DESTAQUE I, MULHER DESTAQUE II, PALARAS EM TAÇAS, TELHADO DE FLORES, SONHOS DE LIBERDADE – Os Direitos das Crianças e dos Adolescentes no Olhar dos Escritores, Joias Getulienses I, Joias Getulienses II, Suplemento Literário A ILHA, ESCRITORES DO BRASIL, e outras... Casada. Três filhas e quatro netos. Boa leitura!

Todos voltados para retomada de valores, incutir limites de forma lúdica, respeito, o amor fraterno, o resgate das brincadeiras infantis em meio a natureza, da importância da convivência entre avós e netos, amizade entre crianças e cuidados com os animais.” 104

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As travessuras na Casa de Vovó Margherite Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Lorena Zago, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever textos infantis? Lorena Zago - Há muito sou observadora das ações e condutas infantis. O mundo infantil me fascina. A pureza, a fantasia infantil, a criatividade, a forma como interagem com os cenários em meio à natureza, suas falas e compreensões de mundo, são encantadoras e podem ensinar muito aos adultos, quando lhes é dada a devida atenção e interpretação. Não teríamos necessidade de terapias infantojuvenis se no início de suas vidas e compreensões de mundo, fossem entendidas e satisfeitas as suas manifestações e necessidades. O que a inspirou a escrever “Na Casa de Vovó Margherite”? Lorena Zago - O que me levou a escrever o Conto “Na Casa de Vovó Margherite” foi observar como todos nós e em especial as crianças, temos dificuldades em lidar com as perdas em qualquer área, época ou idade. Pensei muito em como abordar este tema tão difícil e complexo na vida das pessoas. E como não é comum encontrar bibliografia que versa sobre esta problemática, dispus-me a elaborar um livro que discorre sobre esta difícil tarefa. Apresente-nos a obra Lorena Zago - Na Casa de Vovó Margherite é um conto que fala sobre as perdas, desde a morte, separações e como enfrentá-las, compreendê-las e continuar vivendo, vislumbrando caminhos que emprestam forças para superações. Nas férias escolares os netos de vovó Margherite visitam-na e passam momentos gloriosos brincando e curtindo o imenso espaço que delimita o contexto de sua casa. Certo dia porém, encontram o gato Mimi, que é o

amigo predileto das crianças, morto, debaixo de sua árvore preferida. Desabam num choro inconsolável. Este fato levou vovó Margherite a reunir os netos e contar-lhes uma longa história sobre a vida e a morte. E assim, passam-se longas horas, todos sentados em volta de um fogão, ouvindo a complexa realidade a qual ninguém deseja vivenciar, mas tão necessária compreender e assimilar. Qual mensagem deseja transmitir ao leitor por meio do texto que compõe a trama? Lorena Zago - Através da história contada por vovó Margherite, sobre os ciclos da vida, desde o nascimento até a viagem eterna, compreendeu-se de que tudo nesta vida tem inicio, meio e fim. E se as famílias dialogassem sobre este tema de forma natural, seria menos doloroso lidar com as perdas. Pois o entendimento de que todos, um dia, passarão por estes momentos, deixava claro de que devemos estar preparados para enfrentá-los e superá-los, vislumbrando novos caminhos, encontrados em apoios, coragem, buscando outros jeitos para ser felizes novamente. A vida é uma eterna aprendizagem. A cada dia com novas mensagens e infinitos trajetos para evoluirmos, buscando em nosso interior, forças para seguir adiante. Além de “Na Casa de Vovó Margherite” você tem outras obras infantis publicadas. Apresente-nos os títulos. Lorena Zago - Sim além do livro infantil “Na Casa de Vovó Margherite” tenho mais sete livros infantis, e dois adultos. Todos voltados para retomada de valores, incutir limites de forma lúdica, respeito, o amor fraterno, o resgate das brincadeiras infantis em meio a natureza, da importância da convivência entre avós e netos, amizade entre crianças e cuidados com os animais. A Borboleta Encantada no Jardim Secreto, A Canoa de Coqueiro,

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Tomy e a Princesa do Mar, Um Natal de Esplendor, Um Segredo Muito Sigiloso, O Acampamento, A Lenda da Cabra D’Água, Poemas Contos e Encantos I, Poemas Contos e Encantos II em três idiomas, Participo de inúmeras coletâneas, com poesias, contos, crônicas e romances. Onde podemos comprar os seus livros, em especial “Na Casa da Vovó Margherite”? Lorena Zago - Os meus livros podem ser adquiridos nas Livrarias Catarinenses, em Blumenau, Curitiba, Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí, pelo meu site www.escritoralorenazago.com ou pelo Messenger do Facebook. Você é bem ativa na área literária. Conte-nos, quais os principais projetos literários que participas? Lorena Zago - Sim, como presidente da Academia de Letras do Brasil Santa Catarina de Presidente Getúlio, temos elaborado com os acadêmicos vários projetos, entre os quais, Formação de Escritores com adolescentes de 12 a 17 anos, Escritores Aprendizes com crianças de 9 a 12 anos, Comunicação – Múltiplos Olhares com adolescentes de 12 a 17 anos e já contamos com a elaboração de outros projetos como, Literatura nos Bairros, que visam atender crianças e jovens em seus Bairros. E outros que ainda estão sendo alinhavados, para o próximo ano. Quais os seus próximos projetos literários? Lorena Zago - Quanto aos meus projetos literários particulares, pretendo para o próximo ano terminar alguns livros já iniciados, dentre os quais um pedagógico, três romances e um que versa sobre experiências vivenciadas e superadas oportunizando olhar a vida sob outro prisma. Mas para o próximo 105


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ano os meus projetos serão mesclados com a música. Pretendo voltar a inserir-me no universo musical. Dar vida vibracional aos meus poemas. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Lorena Zago - A escrita tem importância ímpar para mim. Ela tornou-se necessária a minha vida. Permite que libere os conteúdos internos, oportuniza o diálogo com pessoas de todo universo. A escrita me fascina. Escrever é uma Arte! Arte que aproxima, apaixona, alerta, conecta, faz viajar além mar e fronteiras, adentra a cada lar, aos corações, ampliando horizontes e compreensões. Quem escreve brinca com as letras, com as palavras,

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desnudando-se, transpondo a sua alma, a sua essência em comunhão com outras essências, sentimentos e emoções. Tanto a escrita, quanto a leitura, aproximam amigos, permitem entender o mundo com outro olhar, sob diferentes prismas e a cada dia, faz-me perceber que tudo muda com muita rapidez. E quem deseja acompanhar o processo deve aprimorar-se, buscando novas compreensões, novos conhecimentos, que possibilitem a superação de velhos paradigmas, estimulando-nos à evolução. O livro é meu fiel companheiro e a escrita o meu sensível terapeuta.

Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Lorena Zago - Queridos leitores, inteirem-se do teor de bons livros, leiam, viagem, reflitam, dialoguem com excelentes escritores. Estendam bons livros aos seus filhos, estimulando o hábito da leitura e da reflexão. Desta forma, queridos leitores, tereis sábios cidadãos, preparados para a interpretação e compreensão de mundo. Deixem-se conduzir por leituras fascinantes, tornando seus momentos literários, instigantes e prazerosos. A vida agradecerá!

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Lorena Zago.

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA LUCIANE NASCIMENTO---------------------------

Quanto tempo o tempo da pandemia tem?

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filósofo multiculturalista Edward Said questionou certa vez em uma de suas obras (Cultura e Imperialismo) se o passado de fato “é passado, morto e enterrado ou se sobrevive de outras formas?”. Ao iniciarmos o ano de 2020, foi possível observar que o passado, como nos disse Said, às vezes retorna sob outras formas, pois exatamente quando completamos 100 anos da epidemia da gripe espanhola, nos deparamos com a pandemia da COVID-19. Essa pandemia abalou profundamente todas as nossas (in)certezas e sociabilidades, modificando o modus vivendi. Um fragmento de um poema de Alexei Bueno nos traz essas reminiscências do passado: “Há um século, meus vetustos Avós, isto não se via, Um dia era sempre um dia

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(Mudavam, porém, seus custos)”. (BUENO, Alexei. Rotina. In: Decálogo indigno para os mortos de 2020. São Paulo: Ateliê Editorial, 2020, p.23). Esses versos ilustram aquele mundo da Primeira Guerra Mundial, com o fim dos Impérios, com a eclosão de uma nova modernidade, surgem novas nações na geopolítica europeia, com repercussão na vida econômica, que afetou até mesmo outras partes do mundo como a América Latina. Hoje, o que está posto é um mundo mais globalizado do que nunca diante de uma pandemia que, contraditoriamente, ao gerar uma profunda crise econômica, encontrou uma rota de fuga através da tecnologia. E foi através da tecnologia que o mundo do trabalho está se reinventando sob a força da rapidez, no compasso do tempo acelerado, não mais como no tempo dos “vetustos avós” do sujeito poético de Alexei Bueno, onde “cada dia era um

dia”, mas, agora, a cada dia que se passa é mais um que planejamos como será o “novo normal” no mundo pós-pandemia. No “novo normal” no mundo pós-pandemia, será que ainda teremos tempo e disposição para dizer virtualmente “eu te amo” ou pari passu à tecnologia, será que a humanidade ainda exercerá a tão chamada empatia? No compasso do tempo, entre tantas mensagens e arquivos enviados em frações de segundos como nos rememora o documentário “Quanto tempo o tempo tem?”, como estaremos emocionalmente vivendo o nosso “novo normal” na pós-pandemia? Nossas cidades, através de políticas públicas específicas, precisarão se tornar cidades inteligentes e criativas, de fato. Nessas cidades, cada habitante na tela do seu celular poderá consultar desde o trânsito, os horários dos transportes públicos e em que estação ou parada um metrô ou ônibus esta-

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rá naquele instante, serviços variados, protocolos e processos nos órgãos públicos, até mesmo visitar virtualmente uma exposição ou conhecer as antigas odisseias de nossos escritores mais representativos. Um Atlas Geográfico do país online deverá ter lugar também para a arte e a literatura, afinal, como nos disse o teórico francês Roland Barthes, a ciência é dura e a vida é sutil e, para corrigir esse gap a literatura tem o seu lugar. O tempo e a pena nos apressam e terminamos essa crônica com uma profunda reflexão do escritor português Eduardo do Prado Coelho, a qual nos diz muito sobre os tempos difíceis e o momento de quebra de paradigmas que vivemos. “Com Copérnico, o homem deixou de estar no centro do universo. Com Darwin, o homem deixou de ser o centro do reino animal.

Com Marx, o homem deixou de ser o centro da história (que, aliás, não possui um centro). Com Freud, o homem deixou de ser o centro de si mesmo”. (Eduardo do Prado Coelho). Luciana Nascimento - Professora de Literatura na UFRJ com atuação na graduação e na pós-graduação. Organizadora e Autora de diversos livros, capítulos de livros e artigos na área dos Estudos Literários, como “A cidade de Papel” (Edufac); Organizadora dos livros “Nós da Amazônia”; “Traços e laços da Amazônia”; “Tempo de Escrita 1, 2, 3, 4 e 5”, dentre outros. Autora de livros de ficção, tais como: “Rosealine”, “Minha tia em mini cromos”, “Manual da mulher pós-moderna”, “Sementes de vida”. Produziu os documentários “Seres do Rio: o imagi-

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nário fantástico no Rio São Francisco” e “Mal de Luna: imaginário nas práticas de saúde de ex-seringueiros da Amazônia”. Medalha Jorge Luis Borges e Troféu Evita Perón - Embaixadora da paz - no núcleo de Letras e Artes de Buenos Aires; Membro da Academia de Letras, Artes e Música de Salvador, Prêmio 2020 Diamonds of Arts; Membro Fundador do Núcleo Acadêmico de Letras e Artes de Moçambique; Coordenadora Voluntária do Projeto de Cursos de Capacitação em EaD para jovens das camadas populares de Moçambique. Palestrante Memorável sobre Cidades Criativas e Cidades Literárias. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. http://lattes.cnpq. br/2584650402012722

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA FABIANE LINHARES--------------------------------

Uma Memória e se estende Teu cheiro vazio no meu lastro Me faz e o que não faço? Me dás e o que desfaço? Faz o que pedes no sonho Que a realidade não te perdeu Daí-me o corpo da alma um Beijo leve como pluma No vento que já sente Um dia um retorno e visto De tudo persisto uma flor só também planta Se insisto pedes qual hora? Se provo o real é teu ideal E a primavera me canta Sem sombras o Sol não me esqueceu sou memória e o hoje De ti que se estendeu Se deu como uma flora Sem frio da grama que Deitamos no parque da despedida que em mim Morreu mas não para amor te digo De tudo cresceu quero Teu coração sem partes Em toda parte Meu amor é dia

Imagem: Sandra Rodrigues

Sou um sopro “Eu sou nuvem passageira”, na chuva molho leve ou temporal , ao bem que lava uma alma , aos trovões de mim, a seguir para o que vai, mas é eterno, no que fica deixo o cheiro molhado dessa chuva, água arrastando a alma, vida desaguada da memória do perfume que deixei por onde fui, perfume de chuva, o cheiro da vida, do dançar que até sozinha sorria , da intensidade de uma música ouvida num coração, extensão do ser entregue .Ouvidos atentos, fui um “ sopro”, uma veste acolhendo o nu mundo que se desabrigou ainda morando , ainda “morada”.

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Entrevista com a escritora

Lúcia Teixeira Lúcia Maria Teixeira é Mestre e Doutora em Psicologia da Educação, educadora, psicóloga e escritora. Foi indicada ao prêmio Jabuti e recebeu outros relevantes prêmios. Autora, entre outros, de Fruto proibido – um olhar sobre a mulher; Autoridade do professor – meta, mito ou nada disso; da trilogia Pagu – livre na imaginação, no espaço e no tempo; Croquis de Pagu e Viva Pagu – fotobiografia de Patrícia Galvão; e A claridade da noite – o aluno do ensino superior. E dos infantojuvenis que compõem a trilogia do Tempo: Tudo é possívelincrível viagem no tempo, O segredo da longa vida e Caminho para ver estrelas. É presidente do Colégio Santa Cecília e da Universidade Santa Cecília ( Santos- São Paulo - Brasil) e diretora do Sistema Santa Cecília de Comunicação - Rádio e TV Educativas. Em 2020 foi eleita entre as cinco mulheres brasileiras com atuação relevante, Prêmio Mietta Santiago, em votação unânime das 77 deputadas da bancada feminina do Congresso Nacional Brasileiro. Boa leitura!

As estrelas estão lá, vamos aprender a enxergá-las. As estrelas são a luz que cada um tem dentro de si mesmo. É preciso acreditar em si, deixar a imaginação moldar o futuro a partir do aqui agora.”

Novos caminhos e reflexões em ‘Caminho para ver estrelas’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Lúcia Teixeira, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a motivou a escrever “Caminho para ver estrelas”? Lúcia Teixeira - Geralmente meus temas abordam

questões que me incomodam na realidade e que eu quero mudar; refletem um pouco e complementam as minhas ações como cidadã, mulher, educadora e psicóloga. Escrevendo, fazendo palestras e intervenções em vários locais e meios, eu posso me comunicar e dar voz a outras pessoas que não são vistas ou ouvidas, cujos dramas cotidianos estão aos nossos olhos, mas não são percebidos.

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Para qualquer idade, as questões desse livro podem ser um encontro com aquele adolescente que cada um foi, com seus sonhos e utopias. Com uma narrativa ágil e não linear, os personagens vivem em mundos paralelos e em situações que funcionam como metáforas para temas atuais como depressão e isolamento nos jovens, poluição, destruição do Meio Ambiente, inclusão, drogas, internação de doentes mentais e outros. As guerras, que continuam ceifando muitas vidas, de jovens, principalmente, tra112

zem o debate bem atual sobre a questão dos conflitos bélicos entre nações, das armas e a responsabilidade pública e particular. Na verdade, meu objetivo foi chegar aos jovens através da ficção e abrir espaços para que pensem sobre o passado, presente e futuro, analisando fatos que não aceitam e o que desejam mudar a partir do legado de gerações anteriores. Quais critérios foram utilizados para escolha do título? Lúcia Teixeira - A proposta do livro é

destacar essa difícil realidade em que vivemos e mostrar para os jovens que há saídas, que há esperança, que eles têm forças internas e ajuda externa para lidar como os desafios. Os personagens adolescentes do livro buscam saídas para conseguir sobreviver. Uma das mensagens do livro é para que as pessoas não desistam, olhem para suas imperfeições e medos, se fortaleçam e valorizem a amizade, a empatia e a compaixão com quem está ao seu lado. Esse é o verdadeiro caminho para ver estrelas.

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Apresente-nos o livro (sinopse) Lúcia Teixeira -Em uma cidade praiana, que pode ser Santos ou qualquer outra, os jovens acordam infectados com uma misteriosa doença: perderam a capacidade de imaginar, de ter desejos, de criar, de acreditar em si mesmos e não conseguem mais enfrentar frustrações. Os adolescentes Lucas e Ana são os narradores desses fatos e passam a viver nesse dia em universos paralelos, que dão origem a histórias diferentes no espaço-tempo, em mundos medonhos e sombrios. O livro tem também uma playlist com músicas selecionadas especialmente para as ações ou sentimentos dos personagens. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura de “Caminho para ver estrelas”? Lúcia Teixeira - O mais importante é eu me comunicar e chegar ao coração dos jovens e de pessoas de todas as idades. Eu quis mostrar nessa história que sempre é possível enxergar outros pontos de vista, mesmo quando o futuro parece sombrio. As estrelas estão lá, vamos aprender a enxergá-las. As estrelas são a luz que cada um tem dentro de si mesmo. É preciso acreditar em si, deixar a imaginação moldar o futuro a partir do aqui agora. Questiono o retrato da realidade, física e metafísica, para enxergarmos além do imediato, honrar a vida, vencermos preconceitos e ideias pré-concebidas, que trazem um abismo mental, um subterrâneo, como retratado no livro. Pelo retorno que os jovens e pessoas de todas as idades têm trazido, sinto que Caminho para ver estrelas está conseguindo mobilizar essa força poderosa de resistir e vencer os desafios. Quais os principais desafios para escrita do livro? Lúcia Teixeira - Foi preciso fazer uma pesquisa intensa sobre Ciência, Física, Química, História, temas da atualida-

de sobre o universo da ficção científica. Para chegar ao coração dos jovens, usei Metáforas para temas atuais como depressão, poluição, destruição do Meio Ambiente, loucura, drogas e inclusão garantem a atualidade da obra, convivendo com fatos históricos, como a Primeira Guerra Mundial, o Holocausto brasileiro, como é chamado o Hospital Psiquiátrico de Barbacena e momentos da Mitologia. Este livro envolve temas universais. Até a obra de Borges eu pesquisei quando estive na Argentina. Foram muitas influências, e a minha formação como educadora e psicóloga também interferiu muito ao escrever. É difícil não se colocar. Em cada momento os personagens foram mudando e fazendo o que eles queriam. Precisei entender esses personagens, entender as nossas feridas como sociedade, mostrar como podemos superar isso. Onde podemos comprar o seu livro? Lúcia Teixeira - Na internet podemos comprar nos sites da Amazon, Martins Fontes Paulista e Cortez Editora Cortez Editora https://www.cortezeditora.com.br/produto/caminho-para-ver-estrelas-2199 Amazon https://www.amazon.com. br/s?k=lucia+furlani&__mk_pt_ BR=%C3%85M%C3%85%C5%BD%C3%95%C3%91&ref=nb_sb_noss Martins Fontes Paulista https://www.martinsfontespaulista. com.br/buscar?q=lucia%20furlani Redes sociais: Facebook – Caminho para ver estrelas Instagram: @caminhoparaver Blog – www.caminhoparaverestrelas. com.br Quais os seus próximos projetos literários? Lúcia Teixeira - A imaginação de um escritor não para. Justamente à noite ou durante a madrugada, quando eu estou longe da atividade intensa da

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Universidade, vão surgindo ideias que eu anoto. Essa pandemia trouxe muitas ideias. Tudo serve de inspiração, como fatos do dia a dia, diálogos, imagens, leituras, filmes, música. O universo do escritor é infinito. O que vem por aí? Ainda não sei, mas sei que logo estarei envolvida com um novo livro. O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária. Lúcia Teixeira - Escrever faz parte da minha vida, faz bem para a minha alma, representa o encontro com meus sentimentos, meus anseios, meus olhares para o universo. Escrevendo eu me aproximo de questões que podem levar os leitores a reflexões importantes, eu contribuo para ampliar a compreensão de temas como Meio Ambiente e o futuro do Planeta, por exemplo. Escrever é uma forma de comprometimento com as pessoas, com a comunidade. Escrever é viver em vários personagens as questões que me atraem ou que me incomodam. Escrever é estar no mundo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Lúcia Teixeira. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Lúcia Teixeira - Não desistam nunca. Mesmo quando parece que não há luz no fundo do túnel, lembre que é possível pedir ajuda e que você tem forças internas para enfrentar os desafios.

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CARTA DEMOCRÁTICA AO POVO DE MARTE

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arte de psicografia levaria supor que se deseja um contato com um povo do passado remoto, mas é contigo agora que anda pelas ruas que busco um contato. Saiba de verdades escondidas por civilizações perdidas que em muito podem te ajudar. É disso que vou te contar. Faz alguns séculos, a Civilização de Marte não existia mais; Maquiavel escreveu “o Príncipe”, a literatura política estava dormente a milhares de anos desde o apogeu da Democracia de Atenas. O que posso te dizer sobre o Príncipe é que ele trabalha numa dicotomia de ser amado, ser temido. Imagino sobre ti um Príncipe amado ou temido, que não sabe a diferença entre o bem e o mal. Sei que o bem e o mal, o certo e o errado, é Adão e Eva. Posso te lembrar desse mito judaico, para te instruir a buscar um trabalho fora do paraíso. Coma da árvore da ciência e saiba que a ecologia e politica ambiental são para o bem. O discernimento que se tem é que o Planeta Terra precisa de preservação.

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Do que se ocupa o Príncipe além das pastas ministeriais? Do bem estar do povo. Se o Príncipe tem discernimento entre o bem e o mal, será apenas temido se o povo não o tiver. Se o povo e o Príncipe tiverem discernimento entre o certo e o errado ter-se-á uma harmonia. Se toda arma de destruição em massa é por critério má, ela não faz bem à harmonia do povo. Investir em armas e destruição é o espelho de uma realidade passada que destruiu civilizações por falta de equilíbrio. Posso falar nos alimentos, pela democracia escolher os alimentos é um direito. Porém não será possível plantar alfaces e criar gado num deserto de areia estéril. A mesma coisa a locomoção, de que adianta manter carros com combustível petroquímicos baratos de uma patente já secular; se a humanidade sufoca de calor pelas emissões dos carros e fábricas. Não foi por esse motivo que agora habitamos em conjunto aqui na Terra? Se busca pela paz, aquele busca

pela guerra, se procura alimentos ecológicos aquele os quer da deformidade. Isso é a democracia. Mas seria a democracia um direito ao caminho da destruição? Tendo a calma de ver o futuro, como em Atlântida que submergiu sem esforço. Se o povo de lá soubesse do destino teria se salvado? Nesta carta que te dirijo agora oh povo de marte, é para que abra os olhos para o certe e errado, veja que o ambientalismo é para te salvar. Buscar alternativas não é um castigo. Faz mais de um milhar de anos que Pompeia viveu a maior catástrofe ambiental de sua história e tudo se dava por questões morais, em que seria um castigo por delitos de luxúria. Hoje em dia esse povo marciano preso as questões de um passado de glória de marte, vive a luta de dicotomia entre moral também. Saber se é certo deixar as reservas ambientais se exaurirem a ponto de destruir o plante, para poder procurar outro. Se Marte já teve uma civilização e de lá o povo veio, é porque lá já teve sua

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Imagem: Sandra Sampaio catástrofe, e de lá se teve que fugir. Mas posso falar nos Maias, que com todo seu cuidado lunar Sumiu aqui na Terra sem deixar vestígios que não fossem o calendário lunar. Já os Incas tiveram sua civilização dissolvida por questões de uma colonização imperialista, já os Astecas tiveram o mesmo destino. Abandonaram suas tradições e viraram ocidentais europeus. Qualquer dessas catástrofes pode se abater sobre nossa civilização. Pode-se ser aculturados por aquele povo que melhor investe em armas mas não tem a menor conduta moral de respeitar outras culturas. Não foi o problema de Pompeia? A conduta moral de Sodoma e Gomorra, e o aviso de Nínive. Posso dizer todos os ambientalis-

tas esperam que o povo se comporte como os ninivitas. Corrijam suas ações dentro de um “decálogo” ambiental. Precisa-se de regras para agora sobreviver no novo mundo. São essas as regras que os ambientalistas trazem nos dia de hoje. O não matarás, é o eco passado do não destruir. Está nas mãos do povo as decisões harmônicas de buscar com a democracia a saída para os problemas que são sempre os mesmo, dar de comer e dar de beber, o trabalho e o pão. O que é oferecido pacificamente é uma tentativa para que aqui na Terra não se termine como Marte, Atlântida, e os Maias. Amparado pelo amado príncipe o povo guie seu destino para superar o problema como em Nínive. A superação do problema deve ser

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a política de todos. Se o inimigo vem do espaço, ou de outro continente que conduta tomar. Sempre o dilema: esmagam nossos sábios e cientistas. O voto do ambientalismo é a paz. Adiantaria Pompeia combater o vulcão com armas? Armas de destruição ou defesa? São armas do mesmo jeito. Temos medo de uma invasão de Estra Terrestres, por isso continuar-se-á desenvolvendo armas de destruição aqui na Terra mesmo se reinar a paz. Como ser o reino da paz em todos os países e povos da Terra? De forma unanime todos os governos governarem com os princípios de Otaviano Augusto, para que o Antropoceno dê lugar a uma era de gestão ambiental. Vivemos dilemas de uma ultra civilização, que para existir e garantir a preser-

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vação da Terra terá que mudar todos os seus paradigmas na forma de encarar o diferente como o caso dos Incas e Astecas. Não se defende a ditadura ambiental. O fato do Príncipe ser temido apenas gera uma “distropia” que resultará em revolução. Exatamente o que se busca é o equilíbrio. Para com ele garantir a sobrevivência e o bem comum. Adianta ser uma civilização ambiental que vai ser destruída por um asteroide como Pompeia, ou por uma guerra de colonização cultural como Incas e Maias? Mas também não adianta desaparecer sem deixar vestígios como os Dinossauros, os Maias, e a Civilização de Marte. O mundo está diante de ti para que em conjunto possa sobreviver, e a política ambientalista procura saídas para os problemas que se apresentam. Temos detalhes e conflitos; a política ambientalista que surgiu com o urgir dos problemas, foi massacrada pela política capitalista. Teria sido diferente se a política dominante fosse o socialismo? Claro que não com amor posso te dizer: “3 políticos ambientalistas num universo de 400 não faz a massa critica necessária para a mudança”. É por isso que a academia é cheia de ideias, os políticos verdes conhecem o problema, mas ainda não temos a

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saída para o “Destino de Atlântida”. O grande destino de entrar para a história como civilização perdida. Quem será o deserto em que o homem abitou? Quem será a Utopia que vingará em compreensão por ter ouvidos para os anúncios “proféticos”? É de profecia que se trata? O destino é seu povo, com a democracia irá construir o caminho de sua história. A ciência não acredita na profecia, ela é cartesiana e catedrática. Mas o seu caminho é democrático, e a saída para a crise está na calma e aceitar com amor as mudanças. A criança que brinca com o fogo pode se queimar. Brincar com o ambiente pode ser uma catástrofe. Se for possível mudar tudo aos poucos hoje em dia devagar, será o tempo de se adaptar sem dor para o mundo novo, a “Nova Era” ou a “Era de Aquarius” são sinais de esperança. Aquele armamento de destruição será transformado em tratores que lavraram a terra de fazendas ecológicas. Será possível continuar a vida com uma alimentação saudável e uma dieta para todos. Mas isso é a utopia de outra realidade. Sem temor. Não desejo que tenha temor da ecologia nem do ambientalismo, eles estão aqui com mão estendidas para te ajudar a continuar nesse planeta, nesse sistema solar. Se o

povo veio de Marte, na verdade não sabemos, não sabemos se terá lugar para este povo em Órion ou Andrômeda, os pés estão na terra é por isso que se busca soluções para o aqui e agora. Mas a decisão será ser temido ou ser amado. Povo você teme ou ama as propostas ambientalistas? Tem medo de perder alguma comodidade? Mas já pensou em perder tudo, se não for capaz de se adaptar as mudanças necessárias? Tudo deve ser feito com amor e democracia. Seu direito de escolher as mudanças e as horas, mas isso também implica em responsabilidade. Não se pode impor a mudança, se não seria uma ditadura temida que terminaria com tiranicídio. Exatamente o caminho de guerra que se critica. A proposta é de paz, e o que se quer propor é que a mudança seja feita com consciência. Agora cabe ao povo lembrar do passado e concluir com a certeza de discernimento entre o bem e o mal, noção que temos desde as civilizações da mesopotâmia, mas que agora o ambientalismo é bom, é correto, e procura o bem de todos dentro de uma sociedade de paz, e compreensão em que as diferenças serão superadas com amor mutuo e próprio, e as decisões de modo democrático. Viva o Povo! Viva o Ambientalismo! Viva a Ecologia! Viva a PAZ!

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Imagem: Sandra Sampaio

O TERRÍVEL DISCURSO DO REGENTE DE ATLÂNTIDA AO PARLAMENTO DO MEIO AMBIENTE Ilmos. e Exmos. Senhores Parlamentares, Chanceleres e Diplomatas, Políticos Verdes, Autoridades Civis e Militares, Ambientalistas, Senhoras e Senhores, Damas e Cavalheiros a quem vos saúdo agora com nossas palavras dedicadas a causa que hora nos consome os sonhos. “Amicus Plato, sed magis amica veritas” é como hora abrimos a locução dedicada à amizade à verdade sobre o

meio ambiente. Em nossa visão ambiental podemos observar a dicotomia de dois ramos. Um ramo o ambientalismo que precisa proteger, e outro ramo o que precisa recuperar. Dedicaremos algumas palavras a proteção e outras a recuperação. Saibam Vossas Ilustríssimas o triste fim que se dá ao mundo quando se abre a mão da proteção. Sabemos perder biodiversidade para lucrar, sem pensar

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nas mudanças climáticas que nos apavoram com a elevação dos níveis dos mares. Preservar custa dois preços o de deixar de lucrar com a livre exploração da natureza, e o de ter a natureza morta. Para continuar a lucrar é necessária a tecnologia que permite explorar ao máximo a natureza. Só que essa tecnologia custa recursos destinados a manutenção da sociedade, o realizar o 117


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investimento no plano da preservação tem o custo da fome e desemprego de alguns cidadãos. Por exemplo: gostaríamos de citar algumas tecnologias que nossa nação prepara o desenvolvimento e disponibilizará a baixo custo para o mundo subdesenvolvido. A Salsicha de Frango saudável. Atendendo a demanda de proteína da população estamos com nossa equipe agropecuária do Ministério da Agricultura desenvolvendo uma salsicha com carne de frango que não possui química nociva ao organismo humano. Assim poderemos manter salsichas e embutidos de frango, porco, e carneiro em estoque, atender a demanda da população, garantir o acesso à proteína saudável, reduzir o rebanho bovino de corte implantar um rebanho leiteiro total como na florida Holanda para produzir laticínios de estoque e exportar o excedente. Isso irá baratear o preço da proteína animal produzida. Precisamos garantir uma alimentação constante, saudável, e democrática para nosso povo, com qualidade a ser aceita no comércio de outros territórios. Outra tecnologia que preparamos o desenvolvimento mais nobre porque do Ministério da Tecnologia, é uma bateria elétrica capaz de armazenar em elétrons a força da energia eólica e a energia solar. Para dias nublados, noites, tempestades. Essa tecnologia também estará disponível para o mundo subdesenvolvido a baixo custo. Como

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podem perceber estamos assumindo nossa liderança no plano da política ambiental e de ecologia. Com essa tecnologia e a próxima além de garantir acesso a energia renovável garantimos a redução do uso da energia atômica e das usinas nucleares, flagelo potencial para o planeta. A próxima tecnologia a ser apresentada como desenvolvimento por nossos laboratórios é a incineração do lixo em câmaras que armazenem o dióxido de carbono para uso industrial. O destino ao lixo em nossa nação será a reciclagem, a compostagem e a incineração com retenção do dióxido para fins industriais e gerar energia termoelétrica limpa. Com a exposição dessas tecnologias concluímos a parte que destina a proteção. São apenas alguns exemplos em que nossa nação líder na política ambiental garante para as gerações futuras. Em nossas próximas palavras destinaremos a tecnologia de concertar o ambiente degradado. Nossa última exposição foi sobre o lixo. O lixo além de destruir a natureza sua administração garante a proteção e a reabilitação ambiental. O lixo passivo e impacto, com sua gestão garante a não poluição e a retomada da resiliência ambiental. Dar dois destinos a áreas que foram florestas, otimizar a agricultura e reflorestar. Industrializar a agricultura. Com tecnologias que permitam a pro-

dução de vegetais saudáveis. Não explorar vegetação natural, plantar para consumo, um investimento válido que concomitante ao reflorestamento vai garantir aumento da cobertura vegetal. Garantir diversidade animal com introdução de espécimes iguais ou semelhantes as que existiam nos locais. Criação de áreas de reservas, nas zonas reflorestadas. Apostar na resiliência do mar e cancelar a poluição marinha que além de criminosa nos envenena também. A tecnologia de reflorestamento se adequa a cada caso onde podemos entender a dinâmica ambiental e garantir áreas de ecótono. O capital investido nas áreas naturais como nas áreas recuperadas retornará como turismo, “landscapes”, bem estar, qualidade de vida, saúde física e mental. Qual será a diferença para o turismo em parques reflorestados ou reservas naturais? No conhecido Brasil existe a Floresta da Tijuca projeto Imperial de reflorestamento que atrai turistas de todo o mundo. Além de ser tecnologia desenvolvida e pontos na liderança. Já a histórica Inglaterra recuperou o seu rio Tamisa. Como podemos comprovar com a volta de todos os cisnes da Rainha. Precisamos entender que o capital investido tanto na proteção como na restauração retornará e vai mover a engrenagem da economia que garante a sustentabilidade e a distribuição

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de renda. Além de ser tecnologia que se pode vender a quem interessar, ou for obrigado a implantar para justificar a não depredação da natureza. O não comercializar e compactuar com a degradação natural é a ferramenta de convencimento muito importante para a implantação das políticas ambientais de forma pública, regional, nacional e internacional. Retornando ao assunto agricultura pesquisar por inseticidas naturais pode garantir uma agricultura ecológica inofensiva sem os grandes defensores agrícolas. Nossas linhas de pesquisa apontam o vinagre como poderoso inseticida a substituir inclusive o DDT doméstico em embalagens de aerossol. Outra linha de pesquisa com inseticidas busca em plantas bougainville jovens as cerdas dos brotos que podem conter substâncias inibidoras para pragas tudo visando o respeito do ecossistema e a preservação máxima da vida. Desejo concluir essas palavras com nossa visão de mundo. Atordoados pelas Guerras do Peloponeso, vimos surgir os grandes impérios, o que havia de mais ecológico a cidade só séculos mais tarde ressurgiu como feudo. Se a cidade não tivesse vivido a guerra, hoje seriamos compostos possivelmente por cidades pacificas a se relacionar como ambientes diversos de um meio ambiente. Foi isso: a guerra causou a concentração de espaço e terra.

O sonho seria retornar a administração dos espaços cidades como unidades de livre regime alfandegário, e livre direito a produção, e autonomia de produtos. A noção pacifista de aldeia global é nossa proposta para a politica verde universal. Unidos pela bandeira humanitária do direito verde lançamos os alicerces de uma nova Terra sem os armamentos de destruição em massa porque não tem guerras e não se necessita de exércitos que não seja uma marinha humanitária e mercante, uma aeronáutica civil, e um corpo de bombeiros, além de um forte regimento de combate a endemias. Nossa disposição a posição neutra, a não violência, e a construção de um livre intercambio num mundo composto por cidades é a base da política verde com que desenvolvemos a tecnologia em nossa nação e lançamos nosso plano líder da franca amizade internacional, quem sabe um dia intermunicipal. Sabemos que a pedra atirada e a palavra dita não voltam atrás. Se não tivessem atirado a primeira pedra, e nossas palavras não fossem lidas nossos destinos com certeza já seriam diferentes. Porque irmanados na preservação ambiental para garantir acesso e sobrevivência não adianta aqui ser preservado se lá tudo é depredado, será mais uma polaridade no mundo para manter uma guerra suja e sem vencedores que consome do mundo desde os primórdios da primeira pedrada.

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Nos meus últimos momentos entre vós dirijo-vos palavras para a supremacia da paz. A grande aliada da prosperidade e das mudanças na administração que vós desejais ver. Continuar a depredar ou degradar o meio é um caminho errado que conduz a destruição em massa e coletiva no futuro. A mudança na gestão e padrão administrativo dos recursos naturais baseados numa política municipal de paz poderá garantir além de vossa sobrevivência no planeta vossa casa; transformar a natureza numa fonte de riquezas inesgotável, numa perpetuidade que garantirá o sustento de todas as gerações que de vós aguardam sábias decisões, e criará o ambiente de prosperidade e paz que vossos pais sonharam na busca do Eldorado. Se nos preocupa o futuro das gerações nosso objetivo principal deve ser a eduação ambiental sólida dos mais jovens em todos os níveis escolares para que desenvolvam a aptidão de poder gerir o meio, preservar o ambiente, e se adaptar a nova realidade da preservação e sustentabilidade. “Vini, vidi, et vici” pela satisfação de poder dirigir-vos as palavras de agora nesta Ilustre Casa de Nobre Sabedoria. Com muitos aplausos e Atlântida maravilhada o Regente encerou seu discurso no Parlamento.

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Entrevista com o escritor

Miguel Franco Miguel Franco, 37 anos, nascido em 29 de Agosto de 1983, Fortaleza – Ceará. Filho de Maria Das Dores e José Pereira, Irmão de Manoel Messias e Maria Madalena. Esposo de Ana Paula. É Analista de Sistema na Empresa Ivia, a Wipro Company. Amante de tecnologia de informação desde 1999, quando tinha 15 anos de idade. Época, em que conheceu a linguagem de programação, a linguagem em lote. Onde mostrou seus primeiros códigos a seu amigo Diego. Seu primeiro estágio na área de informática foi em 2015 no Quartel do Corpo de Bombeiros do Estado do Ceará, um estagio não remunerado. Está em processo de integralização de créditos para Doutorado Internacional em Engenharia de Software pela a INTEGRALIZE, é Mestre em Direção estratégica em Engenharia de Software pela a UNEATLANTICO, graduado em Gestão da Tecnologia da Informação pela a UNIP. É pós graduado em Ciências de Dados (UNOPAR), Banco de Dados (CEUCLAR) e Gestão de Projetos (FUTURA). Boa leitura!

O que não é diferente dentro do convívio profissional, se você estiver participando de um projeto, há um sigilo de informações que você não pode contar nem para o seu melhor amigo.”

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Ética e profissionalismo em ‘Meu ético’ Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Miguel Franco, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que o motivou a escrever sobre a Ética? Miguel Franco - A honestidade. Eu sempre fui honesto e vi de perto que, se você for honesto e pobre pra ser mais especifico, seus objetivos podem ou não acontecer, e se acontecerem, não será da noite para o dia. Essa foi a minha realidade e vejo essa realidade hoje em dia nos meios de comunicação e na comunidade em que vivo. Devemos ser éticos. Hoje, eu acredito que vivemos no mundo tecnoÉtico, onde no convívio profissional ser ético é uma necessidade, pois os projetos tecnológicos tem etapas que são nomeadas de inicio, meio e fim. Se você está participando de um projeto e você abandona o processo no meio, para ir para outra empresa para ganhar acima do seu ganho atual, isso influencia no resultado final do processo. Se você fez isso na sua empresa atual, pensando que as razões não foram tecnoÉticas se engana, na minha teoria, você fará igual na outra empresa, não se engane. Então a minha vida antes de entrar em uma empresa de tecnologia e vivenciar esses acontecimentos, me leva e levou a escrever sobre a ética. Comente o que mais chamou a sua atenção enquanto escrevia “Meu Ético” Miguel Franco - A incrível semelhança entre o que eu penso e pensava bem antes de cursar uma faculdade, quando iniciei a minha pesquisa não tinha vivência em termos éticos na linha de gerenciamento de projetos de tecnologia, apenas pensava que, o que não é seu não lhe pertence, trabalhe e conquiste algo que deseja. O que não é diferente dentro do convívio profissional, se você estiver participando de um pro-

jeto, há um sigilo de informações que você não pode contar nem para o seu melhor amigo. Apresente-nos “Meu Ético Artigo Científico” Miguel Franco - Nesse livro que se trata do meu primeiro artigo cientifico na área de projetos de informática, apenas retrato pontos importante que se deve se levado em conta, no quesito confidencialidade de informação, é necessário ter essa base onde há relatos e diversas opiniões de pessoas atuantes na área no “Meu Ético”. Acredito que as reuniões e definições de um projeto e suas finalidades são de interesses da empresa e seus gestores, cabe ao profissional acatá-las e cumpri-las, claro sempre com total respeito e honestidade. Obedecendo sempre os padrões de projetos já adotados no mundo todo e os mencionados no livro. Quais os principais desafios para escrita do livro? Miguel Franco - O tempo, já que existiu uma dedicação para juntar as informações, verificar as boas pratica existentes no mundo todo, ler e perceber a harmonia das palavras no texto. Quando você trabalha e estuda é muito complicado, mais aos poucos os textos vão ganhando formas e você percebe que chegou ao fim e é prazeroso, ver o seu trabalho concluído. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura da obra? Miguel Franco - O entendimento básico necessário para fazer você perceber se você agi como uma pessoa ética ou não quando participa de projetos dentro do setor de T.I. E outro é, como deve agir ao ser membro participativo de um projeto de uma determinada equipe.

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Conte-nos, “Meu Ético Artigo Científico” é um livro com conteúdo mais cientifico ou técnico? Apresente-nos alguns tópicos do sumário. Miguel Franco - Cientifico, temos a introdução que relata a ética no gerenciamento de projeto, onde cita a importância da conduta ética no convívio profissional, essa relação humana que se relaciona e que se fortalece no âmbito profissional, nos conceitos de ética, moral, conduta. Temos a metodologia feita de forma exploratória e descritiva. No desenvolvimento, temos o nosso referencial teórico, que abordamos os vários conceitos do gerenciamento de projeto. Onde relato que no gerenciamento de projeto é ético o nosso compromisso em realizar tarefas corretas. Termos a conclusão, que retrata como o estudo proporcionou uma reflexão sobre os caminhos que o gerenciamento de projetos tem na condução da moralidade e seriedade, considerando, que o objetivo maior da ética é orientar a conduta humana. E por fim, temos as nossas referencias, de onde partimos para alcançar o nosso resultado final. A quem indica leitura? Miguel Franco - Aos profissionais de T.I, amantes de informática e atuantes na área de projetos de software, estudantes universitários que buscar realizar suas pesquisas com temas relacionados. Digamos que está aberto a todos os públicos amantes de leitura, mais o foco é na gestão de projetos. Gestores fiquem a vontade para lerem o livro. Independente do tema o resultado final é obter o conhecimento. Onde podemos comprar o seu livro? Miguel Franco - No site da bubok Portugal, existe uma opção para visitar o livro, folhear e baixar em uma versão em pdf. Vocês podem recebê-lo por email e também compartilhar no email 121


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de amigos e parentes, ou como preferirem. Deixo o link para visitarem a pagina (https://www.bubok.pt/livros/) Quais os seus próximos projetos literários? Miguel Franco - Pretendo sim, lançar mais projetos, todos seguindo a mesma linha de pesquisa, tenho um já quase pronto, mais irei esperar um pouco mais para concluí-lo, então meus próximos projetos são sempre voltados para a área de informática com foco em gestão. Sempre que concluo um artigo cientifico sem duvida a expectativa é virar sempre um novo projeto. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor o escritor Miguel Franco. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Miguel Franco - Que para sermos e agimos como seres éticos, não precisamos ser graduados, pós graduados, mestres ou doutores. Claro que em termos profissionais buscamos o estudo da ética em projetos, os padrões de projetos adotados no mundo todo. Mas isso não é a base, a nossa maior base vem do respeito, precisamos respeita nossos pais, se você respeita e ama seus pais, seus filhos, sua esposa. Então você será capaz de além das expectativas. Coloquem isto em sua mente, nada é fácil, o caminho da vitoria é muito longo, tem pessoas que conseguem sim as coisas mais rápidas, mais mesmo assim foi preciso fazer algum tipo de esforço. E o mais importante nunca deixe ninguém disser para vocês que existe algo que não se pode ser superado. Tudo pode ser superado, só precisamos de dedicação e principalmente fé em Deus. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA PEREZ------------------------------------------

Rosa Peres é uma dessas mulheres apaixonadas por Literatura. Escreve desde criança com uma propriedade impar. Seus textos são vivos e retratam com muita proeza a fome por equidade, justiça e liberdade. Pedagoga, Especialista em Cultura e Educação, Produtora Cultural, mulher empoderada com a mão cheia de historias para contar. A escritora ja lançou 05 livros individualmente, 15 em parcerias e no dia 20 de fevereiro lançará o seu tão esperado Romance: Oração do Cacto. Neste Romance, França e Pará misturam.se para contar a saga do Maestro Vicent Lincoln Martin Flôres. Uma História epopéica cheia de mistérios, nuances, segre-

dos, misticismos, fé, dores e luta por superação. No Romance indios, açai, tucupi, a baia do Guajará e a Riviera Francesa cedem espaço para a busca insessante pelo conhecimento do próprio eu, em meio uma batalha espiritual entre o bem e o mal, entre viver e morrer. O amor e a ciência caminhando juntas contra a esquisofrenia e o alzheimer. Rosa Peres, mulher escritora cheia de ideias e energia para difusão da literatura em nossa região. Presidente da ALERPRE-Academia de Letras de Rondon e Região, Membro das Academias de Letras do Brasil, do Sul e Sudeste Paraense e do Goiás. Faz parte da Associação Dos Escritores do Sul e Sudeste Paraense e Representante da Rebra-Rede de Escritoras Brasileiras no Pará.

O Lamento de uma Estrada Sob os sonhos de Icaro em voos rasantes declináveis, Sob o voo da águia Embaçado pelas lágrimas de poeira, Incerto, turvo, miraculoso , quase penoso. Em meio ao vendaval amarelo, Avista.se aldeias Parakanas, No útero da estrada, Um espetáculo poetico e pétrio anunciando uma composição febril: sangue, poeira e lama. Estrada esplêndida vista a olho nú em curvas elegantes e sinuosas, Biodiversidade, Região rochosa desenhada tal qual aquarela, disforme, Com uma cintura elegante de violino. Rios pintados de aguas turvas, com rochas historicas, Sucumbidas por poraquês, Estrada multicolorida, Multifacetada, Multidilacerada,

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA ROSA PEREZ------------------------------------------

Teu manto esconde tanta dor, Tantos acidentes, Tantos atoleiros, Tantos desafios, Tantos tão tão, Motores que roncam Sob o alvorecer do teu verbo estradar, Rouxinois desfilam gemendo pelo ronco das máquinas que te constroem. O voo dos urubus Indicam a morte da estrada, Nas tuas entranhas... Por ela e para ela, Tua America chora, Chora lágrimas acacianas de luto de estrada, Seus Caminhos de Santiago são milagreiros, Seus peregrinos contam historias e seus sonhos De Icaro de estrada esvainecem Diante da malaria, do trabalho escravo e do latifundio, Tua respiração ofegante acalanta teu pulmão, São as rezas matinais Do Caboclo Amazonico, Pela linha do Equador, Ouve.se as romarias. Cores e dores de uma America de veias abertas para a vida, As asas na palma da mão de pontes inacabadas, Dos asfaltos pichados em pinceis de carne pequenissimos, O dragão vermelho adentrando tuas nascentes, O ultimo pulsar do coração da selvagem,

Creuza dos laços, enlaces e entralaces,

Artista dos cacos e cactos, Dos botões que abotoam nossos sonhos, Das linhas que costuram as nossas memórias em carretéis em carne viva, Dos retalhos que ao se tecerem criam/recriam, Mãos com linhas de alma... Maos com horizontes e hemisférios, Creuza menina-moça das invencionices, dos bando-

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A fumaça negra estampada espantando teus mosquitos, Tua flora, tua fauna, Em decomposição a beira da estrada, Animais silvestres, Biodiversidade em chamas, O inferno colore o pulmão da estrada, Depois, num equilíbrio que vai perdendo.se, Nasce novamente Aos seus arredores O aureolado capim, Os anjos em chamas, Anunciando a Br 230 aureolada Através de um canto torto de exploração. Chove gotas mitologicas de Uirapuru no coração da estrada. Nos casebres enfileirados ao longo da estrada, Fazendas exuberantes Com pingos brancos nevoados mugindo pela madrugada afora, Não se ouve mais na estrada O canto do rouxinol. Ouve.se apenas o barulho das máquinas. As maos estendidas com o hemisfério sul Dentro da linha da vida. E os espíritos dos orixás Conforme o dragão expalha o piche... A amarelidao vai desaparecendo E a Br 230 ainda dorme um sono intranquilo. 19/12/2020 - Rosa Peres - Pacaja

lins e construções, Dos bordados tão dados, Do salame aprazível, Das artes, Das asas coloridas e silenciosas, Da meninice acabrunhada de segredos e mistérios. Da matéria bruta rochosa que vira vida. ...e nestes bordados vai tecendo a vida, vai vencendo o parkinson com poesia. 12/08/2020 - Rondon do Pará

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Entrevista com a escritora

Roberta Souza Roberta de Souza é moradora de Maricá, natural de Niterói, cidade que ama de paixão! Trabalha no mercado editorial há quase 20 anos como Ghost Write, Copy e avaliadora de obras literárias. Jornalista responsável pela Gaia Assessoria de Comunicação. É idealizadora do site balzaqueando.com. Roberta também é membro 002 da AILB (Academia Internacional de Literatura Brasileira). E faz parte do coletivo de escritores de Maricá chamado “Povo do Livro”. Boa leitura!

A coleção é toda baseada em histórias reais, mesmo os personagens fictícios e as narrativas mais fantásticas, foram baseados em histórias vividas por mim ou por alguém que conheço ou que entrevistei.”

Aos 30 anos ela descobre outra mulher dentro dela – A DOIDA Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Roberta de Souza, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, o que a inspirou a escrever “Meninas de 30”? Roberta de Souza - O Meninas de 30 nasceu em um momento muito especial e conturbado em minha vida. Casada há quase 5 anos, chegando

aos 30, percebi todas as necessidades que eu estava deixando para trás... Encarei os erros e as falhas do meu casamento e resolvi mudar. Neste processo acabei me separando. E, por mais que eu não quisesse mais aquele casamento, toda ruptura é dolorosa. Então resolvi colocar meus medos e anseios no papel. Assim nasceu a ideia do livro. E, pesquisando sobre o assunto (entre as mulheres de 30/40) percebi que eu não estava sozinha neste cenário... Isso me deu mais força para continuar o projeto e publicar o livro.

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Apresente-nos a obra Roberta de Souza - Meninas de 30 Vol 1 - A Louca vida (nem tão diferente) de mulheres Balzaquianas do Século XXI. Marina, uma jovem balzaquiana, divide com os leitores suas ânsias, seus medos e duas loucas experiências. Ao completar trinta anos, ela descobre outra mulher dentro dela – a Doida. Esta doida coloca Marina em situações cômicas e inusitadas. Além disso, ela resolve mudar toda sua vida e recomeçar. Tarefa nada fácil. Amores, amizades, dúvidas, encontros e desencontros marcam o compasso da história. Qualquer semelhança não é mera coincidência… Em que momento sentiu a necessidade de escrever “Meninas de 30” volume 2? Roberta de Souza - Logo após o lançamento do primeiro volume os leitores me procuravam perguntando sobre a continuação. Então resolvi escrever sobre os homens das Meninas de 30. Pesquisei muito sobre o assunto e montei o projeto, entretanto, por conta dos momentos adversos da vida e projetos profissionais, acabei me afastando da ideia de publicar o volume 2 da Coleção Meninas de 30. Só agora, mais de 5 anos depois, criei coragem e tomei fôlego para republicar o livro 1 junto com o livro 2. “Meninas de 30” está dividido em quantos livros? Comente sobre a divisão. Roberta de Souza - A ideia é fazer uma trilogia. O Volume 1 fala das mulheres balzaquianas do Século XXI. Seus medos, anseios, sonhos... O Volume 2 fala sobre os homens destas mulheres, seus relacionamentos e suas escolhas... A ideia do Volume 3 é apresentar essas mulheres mais maduras, direcionadas e com suas vidas mais consolidadas, pelo menos algumas destas mulheres... Nossa personagem principal será mãe de duas menininhas lindas e se verá as voltas com as loucuras da maternidade.

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O que diferencia o volume 1 do volume 2? Roberta de Souza - O Meninas de 30 Vol 2 chega com a mesma pegada, que é a marca registrada da Coleção Meninas de Trinta: histórias que misturam vida real e ficção, uma pitadinha de humor, muita reflexão e amor. Marina, nossa querida Nina, ainda é uma jovem balzaquiana, um pouquinho mais velha, porém com muitos dilemas e desafios, normais para mulheres que vivem relacionamentos com homens lobos... Alguns anos se passaram e Nina é forçada a reconhecer a sua verdade, seu relacionamento com o Eros está completamente perdido! Então, mais uma vez, ela precisará se reinventar e recomeçar... Quais temáticas estão sendo abordadas na obra? Apresente-nos alguns

tópicos do sumário. Roberta de Souza - A Coleção Meninas de 30 apresenta sempre temas pertinentes e relativos a Mulheres de 30/40 anos. A ideia é falar de forma leve e divertida sobre temas sérios e profundos como relacionamento, profissão, maternidade, saúde, morte, traição, refazimento e ressignificação. Em todas as suas formas, nuances e matizes. Quais os principais desafios para escrita do livro? Roberta de Souza - A coleção é toda baseada em histórias reais, mesmo os personagens fictícios e as narrativas mais fantásticas, foram baseados em histórias vividas por mim ou por alguém que conheço ou que entrevistei. Então meus maiores desafios foram falar sobre as doenças (como o câncer) e sobre as histórias mais “pesadas” e tristes.

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nas de 30 e, ao mesmo tempo, buscando criar meu segundo livro de poemas. Não é tarefa muito fácil, por conta dos meus bebês (tenho um menino de 2 anos e um de 1 aninho), mas vou buscando o tempo vago para colocar as escritas em dia... Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Roberta de Souza. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Roberta de Souza - Vou deixar aqui para nossos leitores uma de minhas mensagens favoritas. Ela foi escolhida até para finalizar meu livro de poemas, o “Cavador do Infinito”. Espero que gostem.

Onde podemos comprar os seus livros? Roberta de Souza - Todos os meus livros podem ser comprados comigo, através de minhas mídias - Instagram: @escritora_roberta.de.souza - Facebook: https://www.facebook.com/ escritorarobertadesouza - A Coleção Meninas de 30 pode ser comprada também pelo site da Editora Proverbo: www.proverboeditora.com.br O que a escrita representa para você? Comente como vem se desenvolvendo a escrita em sua carreira literária? Roberta de Souza - Nasci em uma família bem literária. Meus pais sempre gostaram muito de ler. Meu pai era um poeta das antigas. Amava os Pensadores e sempre discutia comigo as leituras que fazíamos. No início da minha juventude tive o prazer de trabalhar na

editora mais antiga de Niterói, a Edições Muiraquitã. Por lá fiquei por quase 15 anos. Tudo o que aprendi sobre o mercado literário, produção etc., devo a eles. E lá também comecei minha vida literária, participando de antologias e publicando minhas primeiras obras. Gosto de pensar que minha escrita tem por marca a fluidez e a leveza de entendimento e raciocínio. A ideia é estar sempre bem perto de quem me lê. Como se o leitor estivesse conversando comigo, ao invés de lendo minhas obras. Assim é com todos os livros que escrevi. Mesmo com temas tão diferentes: As comédias românticas, os livros de poemas e pensamentos, e por aí vai. Quais os seus próximos projetos literários? Roberta de Souza - Estou me preparando para finalizar a Coleção Meni-

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De mim para você! Desejo que o que é seu seja suficiente para amar, dividir, somar, criar, crescer. Que você seja forte para lutar, buscar e vencer. Desejo que a saúde te receba de braços abertos e, mesmo que caias, ela te abrande a queda e que te ajude a levantar. Desejo que seus sonhos se tornem projetos e que seus projetos se tornem realidade. Que seu caminhar seja leve, que a dor seja breve e que o sorriso visite seu rosto todos os dias deste ano que inicia. Desejo mais abraços, amigos, filhos, viagens, plantas, bichos e tudo que faça sua alma feliz. E que você nunca esqueça que existe uma enorme força aí dentro de ti. E, se você esquecer, desejo que um anjo caminhe ao seu lado na Terra para te lembrar disso. Desejo, do fundo do coração, que nunca desistas, mesmo que a dor seja imensa, mesmo que não haja luz. Lembre que tudo passa, e que o Tempo, senhor de todas as coisas, a tudo resolve, abranda e transforma. _________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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Jornalista, escritora e mãe: Roberta de Souza ressignifica o isolamento social com criações literárias Refazendo seus passos, a jornalista e escritora Roberta de Souza assina lançamentos de livros em ebook e físico, em 2020, sob o selo da Editora Proverbo. Maternidade, pandemia, isolamento social... Em três anos a vida de Roberta de Souza mudou completamente! Jornalista por convicção e escritora por amor, Roberta, já vivia um pequeno isolamento social por conta de sua maternidade recente (ela é mãe por adoção e mãe biológica de dois meninos de 1 e 2 anos). De natureza inquieta, a escritora se viu em um impasse: sem trabalhar e produzir há algum tempo por conta dos cuidados com seus filhos, ela se afastou do que mais amava, mesmo sentindo uma enorme necessidade de movimentar sua mente. Neste quadro a Pandemia surgiu como mais uma preocupação na vida da população mundial, de Roberta e de sua família. Assim, ela se viu obrigada a encarar seus medos, suas dúvidas e, aproveitando o impulsionamento criativo que o isolamento pandêmico apresentava, encarou e ressignificou as limitações que surgiram em sua vida pessoal e profissional, organizou seus textos, criou coragem e fez renascer antigos escritos. Assim lançou seu livro de poemas “Cavador do Infinito” em julho e agora relança o livro “Meninas de 30 (A vida nem tão diferente de mulheres balzaquianas do século XXI)”, que foi sucesso em 2013, e lança o livro 2 da

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Coleção “Meninas de 30 (Todo Homem é um Príncipe até a Página 20)”. Amante de Antologias, ao longo da primeira década dos anos 2000, Roberta coorganizou e participou de 5 volumes do “Perfume da Palavra” (Edições Muiraquitã). Agora, em 2020, ela participou da Coletânea “Essas Mulheres Maravilhosas e suas Histórias Inspiradoras”, com um texto sobre maternidade; e é organizadora da Coletânea “Esperança em Tempos de Pandemia” (ambas sob o selo da Editora Proverbo). Somando-se a biografia espírita “Morgana da Figueira”, lançado pela Edições Muiraquitã, em 2015, Roberta de Souza, aos 39 anos, assina 3 livros solos, 1 biografia e participação em 7 antologias (impressos). Suas obras também podem ser encontradas em ebook na loja Kindle, da Amazon. Os projetos futuros desta mulher, mãe, escritora e jornalista não poderiam ficar de fora! Roberta está organizando para 2021 seu segundo livro de poemas e o livro 3 da Coleção Meninas de 30. Você encontra a Roberta neste link: https://flow.page/ robertadesouza

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR EDILSON C. SILVA---------------------------------

Série: Transformação íntima Tema: A HUMANIDADE E O ‘EU’ Em minhas pesquisas, estudei e aprende que A Palavra Humanidade vem do latim humilitas, uma palavra que vem de uma virtude, que consiste da própria essência do Eu psíquico, do ser que conhece as suas limitações, fraquezas, ansiedades, capacidade do agir, que agi com à consciência da sua própria essência psicológica do ‘eu’ oculto. Pensando por onde iria começar esse tema, sem fugir da reforma intima, que muitos por mas que não queira, tem a obrigação de fazê-la individual-mente. Nada é por acaso, o acaso existe! em todo aquele que pensa que o mundo gira em torno de si. É fácil discutir e brigar com o mundo, com o todo, com alguém do seu lado, difícil mesmo, é o próprio ser brigar com a sua consciência e o mesmo tentar fugir dela. Sabemos que existem em nosso convívio, pessoas que só quer ouvir, só quer falar e ter o que quer, no meu caso, por algum tempo me identifiquei assim e aprendi a mudar o modo de pensar e de agir, e sabemos que ainda existem pessoas que não admitem um não como resposta, só por que o outro tem uma forma de pensar diferente da nossa, e

se esquecem que a humanidade consistem em uma só etapa ‘’ viver em busca da transformação intima’’ e mesmo que esse ser pense que é independente, em seu íntimo se esquecem que não é, sabe porque? Para nascer, viver e morre, precisão de alguém. Viver consciente de si, é para poucos, viver independente é difícil, pois, mesmo um ser que seja rico, para ser, ter e possuir, tem que ter alguém que o ajude em certas tarefas. Muitos podem até dizer que ‘’ eu não faço parte dessa humanidade’’ me refiro a algo que esse ‘EU’ não tolera, e por mais que ele não queira, o universo é coletivo, e é dotado de energia, que pulsa, que se movi, que se modifica, e quer queira ou não em nosso corpo, contem essa energia. Também aprendemos que O Ter, não quer dizer ser independente, O Possuir, não quer dizer ter eternamente. Para refletir, aprendemos que a Humanidade vem de um simples nome, ‘’ Ser humano’’ que pode significar também ‘Corpo ou Humildade’ já a palavra ‘EU’ no sentido sentimental, é mais psicológica para todo Ser que é sábio, por saber que o ser ‘EU’ vem do interno para o externo, do seu eu ocul-

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to que ele mesmo nem sabe quem ele é, por não saber e nem descobrir em seu entendimento íntimo, que o ser supremo lhe concedeu uma vida eterna, fora do que ele chama de ‘Corpo’, e a nossa consciência consiste no aprendizado da escola dentro da convivência familiar, e a faculdade que o transformará em seu dia a dia está fora do convívio da família, só assim cada um individualmente aprenderá, que fora do seu ‘EU’ esse ser terá uma tarefa ardil e difícil, que o fará proporcionar as suas fatalidades, através das suas ações e reações. A Humanidade e o EU, da compaixão do seu íntimo, deve ser transformada primeiro interiormente e psicologicamente, sabendo que, cada ser tem as suas particularidade. E que se deve respeitar o outro, da mesma forma que se diz ser sábio, esse ser, tem que se auto respeita, para depois, saber o que sente em seu eu oculto, em se auto destacar na convivência humana, para uma humanidade pura e transformadora. Quando se saber ser, e se tem um alto conhecimento do cosmo interno e externo, aprenderá que o ‘EU’, também contém o outro. 129


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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR TITO LARAYA---------------------------------------

CONCLUO EM VERSO

FÁCIL PARA MIM Fácil para mim Escrever versos sem fim, Todos rimando Como meu ser sendo Tratado com carinho Por palavras no caminho Da vivência sofrida Que tenho como vida! Sem qualquer calendário Vou escrevendo o diário Páginas para se ver Depois, muito depois de escrever. É assim que sou, talvez Um pouco assim sem vez Que para muito pouco Sente como um louco Coloca tudo no papel O que me leva ao céu!

Se amar, se sofro, Se o sono perco, Isto é problema meu Por isso não sou ateu! Pois acredito que por trás De tudo há algo mais Isto parece condicional De um mundo desigual Que vive ao relento Sem ter um alento Sobre o futuro que vem! Afinal, quem é quem, Quem é de quem, Afinal o que é quem? Só nos resta acreditar Em tudo para não chorar! Se me doe o dente Se sou um doente, Que importância tenho eu? Só sei que há um Deus!

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FINAL

Deus é a razão com perfeição Onde transborda melhor emoção Chegando ao melhor resultado então Tudo isto de forma infinita então!

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Entrevista com a escritora

Shery Duque Pinheiro Shery Duque Pinheiro é bióloga e Mestre em Biologia e Comportamento Animal pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). É presidente do Programa de Estudo, Manejo e Conservação do Bicho-preguiça , uma associação que há 21 anos trabalha pela conservação de preguiças que ocorrem no Brasil. Além de trabalhar como professora e pesquisadora, a escritora vem atuando em diferentes meios para divulgar a ciência e a importância de conhecer e preservar os animais. Além de autora de artigos e capítulos de livros científicos, no segmento da literatura infanto juvenil publicou o artigo Destros ou canhotos, isso vale para os animais?!? Na Revista Ciência Hoje das Crianças, em seguida o livro Mário, um bicho sem preguiça e A aventura de Margarete: a preguiça-de-coleira ambos para a série de contos infantis do Programa de Estudo, Manejo e Conservação do Bicho-preguiça. Participou das Antologias No meio do Caminho Tinha um professor e Resenhando (Editora Clube de autores), Animais em foco pelo GAIAGrupo de Atividades Interdisciplinares sobre os Animais (no prelo), Elementos da Natureza pela Literart kids (no prelo). É membro imortal correspondente da Academia de Letras do Brasil – Seccional Campos dos Goytacazes e do Coletivo Mulheres Artistas.

Boa leitura!

É urgente dar visibilidade para a causa animal, e usar a literatura, o elemento lúdico para conscientizar e popularizar.”

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Bicho-preguiça é destaque na literatura brasileira Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Shery Duque Pinheiro, é um prazer contarmos com a sua participação na revista Divulga Escritor. Conte-nos, como começou o seu gosto pelos animais, em especial, a preguiça? Shery Duque - O amor pelos animais começou na infância, porque minha mãe sempre gostou muito de animais e estávamos sempre rodeados por eles em casa. Na adolescência fiz um curso técnico em agropecuária que me aproximou do universo dos animais explorados para alimentação humana e me despertou para a vontade de seguir trabalhando pelo seu bem-estar. Na faculdade de Biologia tive meu primeiro contato com diferentes espécies de animais silvestres e em especial com as preguiças. Iniciei o trabalho em prol de sua preservação naquela época desenvolvendo inúmeros projetos, até consolidarmos a associação Programa de Estudo, Manejo e Conservação do Bicho-preguiça. O que a inspirou a escrever “A aventura de Margarete: a preguiça-de-coleira”? Shery Duque - Toda a coleção de contos infantis prevista para o Programa de Estudo, Manejo e Conservação do Bicho-preguiça visa abordar as questões mais impactantes para cada uma das espécies. No caso da preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), a intenção era chamar atenção para as pressões ambientais como o desmatamento causado pela expansão agropecuária, indústria de móveis e pressão imobiliária sobre a Mata Atlântica (bioma no qual esse animal ocorre), fatores que estão levando essa espécies à extinção e torna-la conhecida do público.

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Apresente-nos a obra Shery Duque - Na obra A aventura Margarete narra a história da preguicinha Margarete, uma preguiça-de-coleira que vai comemorar seu aniversário de cinco

anos junto com seus pais e todos os parentes que moravam na floresta. Com sua amiga Lili, uma mariposa que vive em seus pelos, e os primos Tutu, um tatu canastra, e Tatá, um tamanduá de co-

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mas a única pista vem de um pica-pau meio maluco. Com muita coragem e determinação eles irão em busca de repostas e viverão uma grande aventura com um final surpreendente! O que mais a atrai nesta obra literária? Shery Duque - A possibilidade de tornar a preguiça-de-coleira conhecida dos brasileiros. É uma lastima que nossas crianças estejam mais familiarizadas com os animais da fauna exótica do que com as espécies que ocorrem aqui no Brasil. É urgente dar visibilidade para a causa animal, e usar a literatura, o elemento lúdico para conscientizar e popularizar.

lete, saem a procurar os pais da Margarete floresta a fora. Encontram a coruja Chuvisco, que os acompanha. Descobrem árvores cortadas, muitos animais assustados, outros desapa-

recidos, áreas de desmatamentos, rodovias, máquinas barulhentas, carros, casas, humanos … e a civilização. Agora eles precisam encontrar os outros animais que sumiram e os pais de Margarete,

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Além de “A aventura de Margarete: a preguiça-de-coleira”, você tem outro livro, direcionado ao público infantil, publicado, “Mário, um bicho sem preguiça”. Apresente-nos a obra Shery Duque - Mário um bicho sem preguiça é uma história voltada para o público infantil, indicada para faixa etária de 3 a 8 anos. O livro narra a história de Mário, um filhote de bicho-preguiça que nasceu em um parque na cidade e procura demonstrar o modo de vida das preguiças. O que comem, por que eles são lentos, por que eles costumam descer ao chão para defecar, como chegaram aos parques urbanos e quais são os principais problemas que enfrentam vivendo nesses lugares. Em formato brochura, a produção da obra foi desenvolvida com um forte conceito ambiental e didático que possibilita a associação entre o conhecimento técnico e o lúdico. Com uma linguagem totalmente adaptada para o público infantil. Quais os principais objetivos a serem alcançados por meio da leitura desta obra literária? 133


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Shery Duque - Tornar a preguiça-de-coleira conhecida dos brasileiros em primeiro lugar. Com sequência ter uma instrumento legítimo de educação que promova de fato uma conscientização. É uma lástima que nossas crianças estejam mais familiarizadas com os animais da fauna exótica do que com as espécies que ocorrem aqui no Brasil. Eu costumo dizer que falhamos terrivelmente na divulgação científica quando o conhecimento não consegue atravessar os muros da universidade e falar a língua das pessoas não acadêmicas. Não podemos preservar aquilo que não conhecemos! Toda mudança requer primeiro por uma expansão de consciência e em seguida ações efetivas. O povo precisa conhecer e se apropriar de suas riquezas para que possa defendê-la e lutar pela sua preservação. O valor arrecadado das vendas dos livros será doado a uma associação. Comente sobre esta ação. Shery Duque - Como escritora diretamente envolvida na causa da preservação animal, todos os livros sobre as preguiças, eu abro mão dos direitos autorais. Assim todo valor arrecadado com a venda dos exemplares é doado integralmente para a associação Programa de Estudo, Manejo e Conservação do bicho-preguiça. É uma associação sem fins lucrativos constituída por profissionais altamente qualificados, todos voluntários, o dinheiro ajuda a manter os projetos de pesquisas e reabilitação em diversos lugares com diferentes espécies. Onde podemos comprar os seus livros Shery Duque - Os livros podem ser adquiridos no site da associação: www. projetopreguica.org.br - Ou diretamente comigo através das minhas páginas nas redes sociais: - https://www. facebook.com/sheryduqueescritora https://www.instagram.com/sherydu-

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quepinheiro/ - E-mail: sheryduque@ gmail.com /tel whatsapp comercial (24) 99276-1963 Quais os seus próximos projetos literários? Shery Duque - Estou trabalhando em outros dois livros infantis que devem ser lançados para o Natal: ABC dos animais – contos da fauna brasileira e A vida secreta das preguiças. Ambos estão fase de edição. Há ainda outras duas Antologias em que estou participando e que estão em via de serem lançadas: Animais em Foco pelo Grupo Gaia, prevista para Outubro de 2020 e Elementos da Natureza pela Literart Kids que seria em Abril mas foi adiado devido a pandemia. Que desafios você encontra no mercado literário brasileiro? Shery Duque - Acredito que os desafios são diferentes quando olhamos para os distintos setores do mercado literário. As editoras de modo geral, precisaram fortalecer o e-commerce buscando novos nichos para chegar aos consumidores em tempos de distanciamento social. Os autores independentes como eu, sempre tiveram as feiras regionais e canais da internet como principal forma de divulgar nosso trabalho, sentimos ainda mais a situação e a recessão advinda da pandemia. É possível perceber nas redes sociais, que são um termômetro e uma vitrine, que há um esforço coletivo para seguirmos produzindo e viabilizando nossas publicações através de academias, associações, coletivos de literatura, antologias, editais e sites que imprimem sob demanda para manter o valor competitivo do livro, sem perda de conteúdo e qualidade gráfica. Conte-nos em sua opinião o que cada leitor pode fazer para ajudar a vencermos os desafios encontrados no mercado literário brasileiro?

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Shery Duque - Existem muitas formas de contribuir com o trabalho novos autores independentes e pequenas editoras. Um forma de contribuição direta é comprar seus livros, contribuir com financiamentos coletivos, e dar livros de presente. No entanto, as formas de contribuição virtuais ou indiretas também são muito importantes no contexto atual. Você pode seguir as páginas dos autores nas redes sociais, curtir os conteúdos postados, interagir com comentários e sugestões, recomendar e sugerir as obras para os amigos e participar dos eventos e lançamentos. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Muito bom conhecer melhor a escritora Shery Duque Pinheiro. Agradecemos sua participação na Revista Divulga Escritor. Que mensagem você deixa para nossos leitores? Shery Duque - Eu sou grata a Revista Divulga Escritor pelo espaço e oportunidade de mostrar um pouco do meu trabalho e da causa ambiental por trás dele. Eu costumo dizer que quando o livro é honesto, ele encontra seu público e assim tem sido com minhas obras. Espero contribuir para o engrandecimento da sociedade levando aos pequenos leitores, suas famílias e professores um conteúdo com qualidade técnica, estética e pedagógica. Pois compartilhar nosso saber, falar sobre o amamos é sempre um prazer e um grande privilégio.

_________________ Divulga Escritor: Unindo Você ao Mundo através da Literatura. https://www.facebook.com/DivulgaEscritor/ www.divulgaescritor.com

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EM DESTAQUE LIVROS EDITORA PENALUX

Poesia – Jorge Pieiro – Entropias com estatuetas Um lugar de se morar, comumente, delimita-se com paredes. Mesmo o mundo e seus espaços sem elas podem se tornar a improvável ou infeliz morada de tantos no imponderável, no acaso ou no pretenso destino provocador de circunstâncias. Assim, parece também haver similaridade entre uma casa ou uma não-casa com um livro ou a sua experiência em negativo, a se denunciar por suas formas, conteúdos, frases e palavras. As oito partes da obra “Entropia com estatuetas (contemas d& laboratório)” parecem mais com não-paredes, porém untadas por uma argamassa distinta de tantas outras. São essencialmente narrativas (ou seus esboços) a beirar artefatos poéticos, pronunciando uma solução em torno do numeral 8, também a ser imaginado como o infinito alevantado, talvez uma dinâmica solução para concentrar-se no imaginário do leitor. Jorge Pieiro prefere denominar “contemas” aos seus extratos criativos e aprofunda-os, se os torna experimentais, de laboratório. Daí, a própria condição do caos em cada um dos espectros desses relatos de fortunas, nacos dos dias. Por esta razão, parece ainda descobrir citações, quem sabe borgeanas, e tornar-se tão vertiginoso quanto seus escolhidos: Tangereaux, Lao-Ling Ho, Arthur Loveshit, Sandro Dalpino, Jean Guigneaux, Hildebrando Pérez Grande, Roberto Casati e Guimarães Rosa. Caberá ao leitor a surpresa pelas próprias descobertas. [Por Albano Cachapa] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/entropia-com-estatuetas

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Crônicas – Raquel Naveira – Leque aberto “Encontrei entre os guardados de minha mãe, um leque. Um leque vermelho como uma aurora boreal. A renda toda revestida de lantejoulas rubras. Abri as hastes brancas de madrepérola e ele fez um estranho som.” Assim começa a crônica título desta coletânea (Leque aberto); assim a autora nos convida a um excitante jogo de sedução: eis que somos acariciados pela brisa poética das crônicas intimistas desta rica antologia de Raquel Naveira. Diante da “Penteadeira”, ela “observa o espelho numinoso com o terror que inspira o autoconhecimento”, porque lá está sua própria origem (a imagem de sua mãe), porque lá está a sua imagem (a que seria hoje a imagem de sua mãe). Reminiscências, lembranças, objetos semióticos – como um espelho, um leque – vão constituindo um inventário simbólico latejante, repleto de fatos reais envoltos na bruma difusa de uma memória afetiva e poética. A própria penteadeira, mensageira fiel dos detalhes do passado, autoriza-se a retribuir, na face da autora, a recuperação de suas formas: “Restaurou a antiga penteadeira. Dentro do espelho, um espírito em forma de máscara, rodeado por fumaça e fogo, continua falando a verdade.” [Profa. Rita Pacheco Limberti] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/leque-aberto

Contos – Reynaldo Bessa – A noite além de escura Como um viandante capaz de penetrar no fundo de êxtases, angústias e mistérios humanos, em sua nova obra Bessa escreve a complexidade de muitos quadros da vida, analisa, sente, interpreta, voa, joga, reflete, rememora, critica e insinua. Esgrima livre com o cerne de sua palavra, compondo nas entrelinhas geografias híbridas de incessante tear, no embrião de cada “sonho com cheiro de asfalto” ou na “pilha de pratos na beiradinha da pia”. O narrador se defronta com liames e vínculos entre o presente e recortes do passado. [...] Aeroporto, aviões, roupas, corpos, pele, tacto de vertigens interpostas e tecidos que se rasgam para descortinar, com a sutileza da força e com ampla lucidez, incômodos, aflições e prazeres. A inquietação entre sentir e pensar, lembrar, revisitar e promover conexões se erige com camadas melódicas, com base na habilidade inconteste da construção de suas figuras de linguagem. [...] Por finos fios de memória, Bessa conduz o leitor pela “famigerada elasticidade do tempo” e pelo “caos sinestésico ... ”. Todos os dias, as horas são viagens. Uma ampulheta suspensa no ar captura o estado de voo. E, felizmente, a suspensão convida o leitor a sentir e a pensar. A linguagem revela articulação de mestre. [...] A metalinguagem e a intertextualidade estão presentes em doses equilibradas, [fazendo] expressa alusão ao universo ficcional de Cortázar. Alusões à mitologia grega também se mesclam ao texto. Reynaldo Bessa abre o leque de sua expressividade, relembrando, na narrativa final do livro, “Quase um romance”, que a intersecção de gêneros literários é, também, um dos ricos caminhos pelo qual se conduz o verbo. [Por Beatriz H. Ramos Amaral] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-noite-alem-de-escura www.divulgaescritor.com | dezembro | 2020

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Poesia – Julio Corrêa – Entre Romeus Depois de um livro denominado Miopia social, Julio Corrêa publica uma obra que convoca a sociedade a enxergar (a enxergar melhor) o “mosaico de cores / de seres” no qual o humano pode se dar. O poeta chama o leitor a reconhecer a projeção múltipla e singular da luz em cada um; a concordar que – inevitavelmente coloridas – todas as pessoas têm luz. Na poesia da existência, fingir cores não é mentir, mas plasmar, deixar ser, como Deus, por exemplo, fingiu (sem mentir) o homem no barro e como Logun Edé finge na ribeira o poeta deste livro. Fingir e ficcionar são sinônimos desde quando existe o verbo latino fingere: “ficcionar” é dar figura, tornar real. Na lembrança do Fernando Pessoa que povoa estas páginas, “o poeta é um fingidor”. Finge tão completamente, que chega a fingir ser uma cor: a cor que é, mas não enxerga plenamente.[Igor Fagundes] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/entre-romeus

Poesia – Edmilson Borret – TERAPÊUTICA para dias de afeições insolúveis A voz de Edmilson Borret é assim. Sobre todas as muitas variações de temas e formas paira sempre o olhar carinhoso e zombeteiro do poeta lembrando que tudo tem um outro lado. O verso. Às vezes doído, impiedoso mesmo consigo e com as besteiras do mundo, Edmilson cozinha com palavras a transformação alquímica da amargura em humor e superação. Em seus poemas encontramos de Augusto dos Anjos a Ana C. César; de Fernando Pessoa a Baudelaire; do latim ao alemão. Sua erudição entra com simplicidade no verso como num papo de bar, mas abre uma imensidade de referências e conotações que enriquecem e dão ainda mais consistência ao verso. (...) Sempre transformando a solenidade em coisa viva e a dureza em risada. Edmilson esbarra com anjos, preconceitos, mulheres, ausências e poetas; está em botequins, atrás da vidraça, à beira do abismo... mas sempre nos fala de uma experiência vivida que sentimos como nossa porque a escrita revela uma essência comum. [Eduardo Tornaghi] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/terapeutica-para-dias-de-afeicoes-insoluveis

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Poesia – Bernardo Almeida – A utopia do carnaval sem fim Um gênero quase aforístico, em seus breves poemas. Uma ramificação poética que combina elegância realista, crueldade e filosofia da existência. E, finalmente, poemas-narrativas, que nos apresentam destinos ou fatias de vida de personagens astutos, em luta contra uma sina oposta. Nesses longos discursos poéticos, às vezes, confissões em várias partes, Almeida desenvolve e expõe um conjunto de sensações ricas e difíceis de definir - como evidencia a extensa série de palavras ou qualificadores, que busca transformar o todo em profusão, localizando-o o mais próximo possível de si. Além de especificar ou enriquecer o pensamento, essas acumulações também têm um valor estilístico. Elas combinam a concisão dos versos e o florescimento das assonâncias, numa poesia oral, numa sucessão de ladainhas que estão profundamente enraizadas no espírito – e se estabelecem lá, como um incentivo para entender a dureza e a complexidade de um mundo irredutível, onde o amor é uma luta. E, como toda filosofia se baseia na vida, Almeida apresenta a realidade dos humildes, humilhados e ofendidos, com os quais ele se encontra – e cuja concepção de existência ele revela. [Por Athanase Vantchev de Thracy] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/a-utopia-do-carnaval-sem-fim

Poesia – Dia Nobre – Todos os meus humores Falar abertamente sobre saúde mental ainda é uma dificuldade para muita gente. A ignorância sobre o tema e o estigma atribuído aos transtornos mentais fazem com que esse seja um dos fatos mais controversos da atualidade, afastando pessoas e alimentando o isolamento de quem lida com qualquer tipo de transtorno mental. Mas este livro nos convida para uma caminhada que pode mudar tudo isso dentro de nós. Todos os meus humores junta poesia, estética e enfrentamento. Dia Nobre encara mentiras, monstros, sombras, insensibilidade. O conjunto desses poemas é uma experiência de aproximação e de intensa troca. Sobretudo entre mulheres; mulheres que historicamente foram vítimas dos abusos dos manicômios e sanatórios, mulheres que foram (e são) carimbadas como histéricas por não se adequarem aos limites da misoginia, por falarem em voz firme e alta contra ela. Não tenho dúvidas de que cada pessoa terá uma experiência relevante. Todos meus humores é nossa oportunidade de enxergar, aprender, sentir em conjunto, ler poesia transformada em manifesto. [Por Jarid Arraes] Link para compra: https://www.editorapenalux.com.br/loja/todos-os-meus-humores

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM A ESCRITORA PORTUGUESA ROSA MARQUES------------

OUTONO NA ILHA

VIDA BREVE Senhor, a vida é tão breve Ajuda-nos a vivê-la com sabedoria Apelando à harmonia, ao amor… Bem maior que torna a vida mais bela! No dia-a-dia, ajuda-nos a confiar A perpetuar as amizades, a respeitar A deixar florescer a paz, a generosidade Sem esquecer o dom do perdão... Perante as vicissitudes… A incompreensão dos outros Sem revolta, vejamos apenas Alguém que sofre, necessitando Amor, um pouco de atenção!

Na quietude das tardes adormecidas Um Sol doirado repousa nos salgueiros Aviva as cores… Embeleza as flores dos canteiros Uma folha esmaecida desprende-se… E grácil desliza para o chão… Afasta-se para sempre da árvore mãe Ao capricho do vento… abandonada Voa… em busca de refúgio Dança… rodopia… e vem aconchegar-se Junto aos degraus da minha escada. À beira-mar… já não esvoaçam andorinhas Escassas são agora as peugadas na areia… Solitária, a praia parece mais longa… Assim Lavada e alisada…pela vasta maré cheia!

Ajuda-nos a encontrar o equilíbrio A dar à vida o verdadeiro valor, A agradecer, cantando um hino De glória e louvor ao Criador

Por toda a ilha corre uma suave e morna Brisa de Outono… Em tudo, há um ar de despedida De inevitável abandono!

A viver sem arrogância, mas sem Nos darmos por vencidos Sem baixar os braços ou desistir Mas, sim, com fé prosseguir Na estrada correcta da vida!

Publicado na antologia, Brisas de Outono, 2019

E a quem precisa dar a mão… Senhor, faz com que a esperança A bondade em nós não termine nunca E sempre encontre refúgio No nosso coração! Poema do livro: «Prisioneiros d o Progresso», publicado em 2017 140

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QUE SEJA UM NATAL DIFERENTE Jesus menino Nascido em Belém Entre os homens quiseste nascer Entre os homens, viver e crescer Para lhes ensinar a praticar o bem! Por favor Faz com que este Natal Seja diferente, Faz com que entre os homens Surja uma nova atitude Uma atitude mais coerente! Uma atitude que promova A paz no mundo Que mude o rumo Que mude a sorte Dos que vivem nos Países em guerra E no dia-a-dia convivem com a morte! Uma atitude que promova A igualdade… E que, num esforço comum Todos os seres humanos se unam Para tornar o mundo melhor Para criar um mundo de verdade!

Um mundo onde ninguém Tenha falta de pão Onde todos possam viver em liberdade E com dignidade, seja quem for Independente da raça, do credo ou da cor… Sem qualquer descriminação! Um mundo onde todas as crianças Possam ir à escola, e ter acesso a tudo A que têm direito para a sua formação! Jesus Menino Faz despertar no coração da humanidade A sensibilidade… Para que possamos pensar e ver melhor Com mais humanidade. A situação dos mais desprotegidos Dos que nada têm. Dos que estão doentes, para que não lhes falte Cuidados e carinho, Para que não lhes falte uma palavra amiga Que lhes dê confiança e renove a esperança. Dos que já são velhinhos e já não podem trabalhar Que não lhes falte mão amiga para os ajudar! Dos que estão tristes e sós, carentes Por todos os que lhes são queridos estarem ausentes Por estarem sem ninguém que lhes faça companhia Que não lhes falte uma palavra de amizade Que lhes dê ânimo e lhes devolva a alegria! Jesus menino Faz com que este Natal Seja tempo de renovação Faz com que a indiferença Não encontre lugar Em nenhum coração! Poema publicado na antologia: «Boas Festas», em 2015

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PARTICIPAÇÃO ESPECIAL COM O ESCRITOR EDIMILSON EUFRÁSIO---------------------------

“Um neo-rom

Edimilson Eufrásio, natural de Americana/ SP, é membro titular da Academia Jahuense de Letras – AJL/SP e da Academia de Letras e Artes de Praia Grande -ALAPG/ SP. E membro representante no Estado de São Paulo do Clube Literário de Gravataí/ RS – CLG. Autor das obras: "Lágrimas de Poeta"; "Regressando além das Letras"; "Uma vez Poeta, eternamente Poeta" e " Para à Vida toda!". https://issuu.com/smc5/ docs/44_divulga_escritor_ revista_liter_ria_da_ lusofonia/s/10723179 https://www. recantodasletras.com.br/elivros/6997164 Blog: http:// edimilsoneufrasio.com.br/ e-mail: edimilsoneufrasio@ uol.com.br Contatos: (14) 3646-3242 e (14) 99604-3131 (whatszap)

A obra da escritora de SP Alcidéa Miguel, "UM AMOR FEITO TATUAGEM", com a participação do poeta Edimilson Eufrásio 142

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mântico pós-moderno” QUEM AMOU? Infeliz é quem passou pela vida e não amou Infeliz é quem não tentou, sequer uma vez Infeliz é quem amou e não foi correspondido Mais infeliz ainda, é quem foi amado e não amou. Sofreu a solidão da noite fria, sentiu o apalpar da cama fria Banhou a nascente do rio com lágrimas que poderiam umedecer os beijos da pessoa amada!

Edimilson Eufrásio e Alcidéa Miguel 25-12-2018

Feliz é todo é quem amou ou foi amado ao menos uma vez. Provou da emoção de um beijo sob a lua prateada Ouviu juras de amor de um ser apaixonado Vislumbrou o infinito e sorriu com as estrelas Amanheceu com o sol banhando as águas do mar Pôde ouvir a canção da serenata ao luar Refletindo toda beleza e encanto do supremo amor. Feliz ou infeliz, chorando ou cantando, eis a vida! A proposta é sentimento sem espaço para lamentos Quem quiser tem muito amor que transborda o coração Ter alguém para cuidar, ninar e até banhar Quem decide se prazer ou dor é o portador Viver por viver é um desperdício de prazer (energia) Realmente, o amor é o viver extraordinário!

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