Comunidade em acao, sao jose operario, ed 06, fev 2014

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Ano I – Edição 06 – Fevereiro-2014

"Agora, Senhor, conforme a tua promessa, podes deixar teu servo partir em paz; porque meus olhos viram a tua salvação, que preparaste diante de todos os povos: luz para iluminar as nações e glória do teu povo Israel." (Lc 2,22-32 – Evangelho da Apresentação do Senhor)

Viva N. Sra. da

Candelária, nossa Padroeira!


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Criação da Paróquia S. Francisco de Assis Como todos sabem, em breve nossa Paróquia N. Sra. da Candelária, será desmembrada para melhor atender às necessidades pastorais. O Estudo 104 da CNBB, “Paróquia, Comunidade de Comunidades” nos indica, no parágrafo 140, uma pista importante na setorização das paróquias: “A renovação paroquial há de cuidar com mais atenção para que a catequese, a liturgia e a caridade nas comunidades sejam revitalizadas. Isso implica avaliar o que está sendo realizado, interpretar os sinais dos tempos e ter a coragem de mudar, com fidelidade criativa, o que carece de ser revisado em vista da nova evangelização”. Atualmente somos 11 comunidades e após a criação da nova Paróquia a formatação ficará assim:

Paróquia N. Sra. da Candelária

Paróquia São Francisco de Assis

Comunidade N. Sra. da Candelária Comunidade Santo Antonio Comunidade São Benedito Comunidade São Dimas Comunidade Sagrada Família

Comunidade São Francisco de Assis Comunidade Santa Maria Goretti Comunidade N. Sra. de Fátima Comunidade Santa Luzia Comunidade N. Sra. do Amparo Comunidade São José Operário

Nos ajudará bem as sábias palavras do nosso pároco, o Pe. Marcelo Previatelli: “O desmembramento da nossa paróquia não significa rompimento e nem separação. Somos o mesmo povo e a mesma Igreja, unida pelo mesmo projeto: levar o Cristo a todas as pessoas”. Na Missa Solene da Apresentação do Senhor, dia da Padroeira (2/fev), nosso Arcebispo Dom Airton, anunciou a data de criação da nova Paróquia: 11 de maio de 2014, às 16h, 4º dom. da Páscoa, dia do Bom Pastor. Continuemos em oração e união, para a Maior Glória de Deus.

PROGRAMAÇÃO FIXA DA COMUNIDADE  MISSA Todo 2º sábado do mês (19h30)

 CELEBRAÇÃO da PALAVRA Todos os demais sábados do mês (19h30)

 CATEQUESE com as CRIANÇAS Todo sábado (9h00)

 REUNIÃO das CONFERÊNCIAS VICENTINAS Toda segunda-feira (19h00)

 REUNIÃO da EQUIPE de LITURGIA Toda quarta-feira (19h30)

 INSCRIÇÃO para a CRISMA Sábados de Dezembro e Janeiro (19h30)

 DEVOÇÃO ao SAGRADO CORAÇÃO de JESUS Toda 1ª sexta-feira de cada mês (15h)

Investidura dos novos ministros leigos Na noite do dia 30 de janeiro aconteceu na Matriz N. Sra. da Candelária a Missa de investidura dos novos ministros leigos de nossa Paróquia. A Eucaristia aconteceu dentro da programação da Festa da Padroeira. Presidida pelo nosso Pároco e também Vigário Forâneo, Pe. Marcelo Previatelli, a investidura contemplou as 11 comunidades da Paróquia, contando com aproximadamente 200 novos ministros da Coordenação, Palavra, Distribuição da Eucaristia, Enfermos e Exéquias. Em sua homilia, Pe. Marcelo ressaltou os deveres e o perfil que os ministros devem ter: “ser seguidores autênticos de Jesus e da Igreja, agindo com humildade”. Provocou todos à reflexão, para serem discípulos de Jesus: “o que fiz para receber tamanha graça?”

A Comunidade São José Operário parabeniza os novos ministros e reza para que possam ser autênticos discípulos-missionários de Jesus, para que todos tenham vida!


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Vigília do Advento No dia 22 de Dezembro de 2013 a Comunidade se reuniu para rezar juntos o Ofício Divino das Comunidades e confraternizar pelos frutos do ano que se encerrou. Durante a vigília recordamos as alegrias e tristezas vividas em nossa comunidade no ano de 2013 e as elevamos a Deus rezando e cantando as antífonas de Nossa Senhora do Ó.

Depois das orações tivemos um momento de confraternização e partilha, e claro, recebemos a visita do bom velhinho Papai Noel distribuindo doces para as crianças, e para alguns adultos também. Desejamos que esse clima de oração e partilha esteja conosco durante todo o ano de 2014.

Texto: Renata Castro Fotos: Paulo Grillo

Comunidade São José Operário na Festa da Padroeira 2014 Alguns flashes do pessoal da Comunidade trabalhando com alegria na Festa da Padroeira Nossa Senhora da Candelária.

Um dizimista nunca está só. Dízimo é atitude de Comunhão!

Faça parte desta família: procure a Equipe do Dízimo após as celebrações!


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Quarta-feira de Cinzas Fr. José Ariovaldo da Silva, OFM

A quarta-feira de cinzas será celebrada este ano no dia 5 de março, portanto, antes da publicação de nosso informativo daquele mês. Assim, publicamos nesta edição este texto para nossa reflexão, a fim de que possamos bem celebrar de alma e coração esta data que nos insere no Tempo da Quaresma: Um pouco mais de um mês, e vai chegar a festa mais importante do ano, a celebração do acontecimento central e máximo de toda a história da humanidade. Está se aproximando a Páscoa. E porque ela é tão grande, merece uma preparação à altura. Começa nesta quarta-feira a nossa preparação para a Páscoa. E como inauguramos esta preparação? Colocando cinza sobre nossa cabeça, como sinal de penitência, como sinal de que estamos dispostos a nos alinhar no caminho de Deus com seu projeto de justiça e paz para todos. Além disso, passamos esse dia fazendo jejum, também como sinal de penitência. Serão então quarenta dias de preparação: Quaresma. A Campanha da Fraternidade deste ano, à luz da Palavra de Deus, vai nos ajudar na preparação da Páscoa, refletindo sobre o atual clima de violência que penetra por todos os poros de nossa sociedade. Seu tema é precisamente este: "Solidariedade e Paz", com o lema "Felizes os que promovem a paz"(Mt 5,9). Quarta-feira de cinzas! Celebramos neste dia o mistério do Deus misericordioso que acolhe nossa penitência, nossa conversão, isto é, o reconhecimento de nossa condição de criaturas limitadas, mortais, pecadoras. Conversão que consiste em crer no Evangelho, isto é, aderir a ele, viver segundo o ensinamento do Senhor Jesus. Numa palavra, trata-se de entrar no caminho pascal de Jesus. "Convertei-vos, e crede no Evangelho": é o convite que Jesus faz (cf. Mc 14,15). Esta palavra, a gente ouve, recebendo cinzas sobre a nossa cabeça. Por que cinzas? É para lembrar que, de fato

somos pó! Mas não reduzidos a pó!... A fé em Jesus ressuscitado faz com que a vida renasça das cinzas. Quando o ser humano reconhece sua condição de criatura realmente necessitada da ação de Deus, em Cristo e no Espírito, então Jesus Cristo faz brotar vida de nossa condição mortal. Reconhecer-se assim, é entrar numa atitude pascal, isto é, de passagem com Cristo da morte para a vida. Esta páscoa, a gente vive na conversão, através dos exercícios da oração, do jejum e da esmola ou partilha de bens e gestos solidários, no espírito do Sermão da Montanha. Páscoa que celebramos na Eucaristia, pela qual aclamamos Deus como aquele que, acolhendo nossa penitência, corrige nossos vícios, eleva nossos sentimentos, fortifica nosso espírito fraterno nos dá a graça de nos aproximarmos do seu jeito misericordioso de ser, e nos garante uma eterna recompensa. Por isso que o sacerdote, em nome de toda a assembleia, canta na Oração Eucarística: "Senhor, Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso..., vós acolheis nossa penitência como oferenda à vossa glória. O jejum e abstinência que praticamos, quebrando nosso orgulho, nos convidam a imitar vossa misericórdia, repartindo o pão com os necessitados [...] Pela penitência da Quaresma, vós corrigis nossos vícios, elevais nossos sentimentos, fortificais nosso espírito fraterno e nos garantis uma eterna recompensa" (Prefácio da Quaresma III e IV). Junto com a oferta total de Cristo ao Pai, pelo Espírito Santo, na Liturgia eucarística, une-se também a oferta de nossa penitência quaresmal. E Deus, por sua vez, nos recompensa com o corpo entregue e o sangue derramado de seu Filho Jesus, na santa comunhão. Que o Cristo pascal nos ajude, para que o nosso jejum seja realmente agradável a Deus e nos sirva de remédio para a cura dos nossos vícios. E assim possamos celebrar dignamente a santa Páscoa de Cristo e nossa Páscoa.


05 Frei Carlos Mesters

O primeiro Círculo Bíblico A conversa de Jesus com os discípulos de Emaús foi o primeiro Círculo Bíblico (Lc 24.13-35). Nele aparecem três pontos que devem estar sempre presentes na leitura e na interpretação que fazemos da Bíblia:

Reflexão sobre a realidade Jesus se apresenta e caminha com os discípulos, sem ser reconhecido. Toma parte na conversa e pergunta pelos problemas que afligem a vida dos dois: "O que vocês estão conversando pelo caminho?" Eles param, com jeito triste, e um deles, chamado Cléofas, disse-lhe: "Você é o único que não sabe o que aconteceu em Jerusalém,

nestes dias? "- "O que foi ?" Perguntou Ele. Jesus queria ficar bem por dentro do assunto da conversa. Após a dupla insistência de Jesus, os discípulos expõem o problema que estava matando neles a esperança. Nos círculos bíblicos colocam-se algumas perguntas para ajudar nesta troca de ideias e de experiências em torno dos problemas da vida. As perguntas servem como sugestão. Cada grupo é livre para escolher outras perguntas ou para debater livremente o assunto..

Estudo da própria Bíblia Depois que os discípulos de Emaús acabaram de contar para ele o que tinha acontecido, Jesus começou a usar a Bíblia dizendo a eles: "Como vocês demoram a entender e a crer em tudo o que os

profetas disseram! Pois era preciso que o Messias sofresse e assim recebesse de Deus toda a glória". E passou a explicar todas as passagens das Escrituras Sagradas que falavam dele, começando com os livros de Moisés, e os escritos de todos os profetas. Jesus usou a Bíblia não tanto para interpretar e ensinar a Bíblia, mas muito mais para com ela interpretar os fatos da vida e animar os dois discípulos. Ele escolheu aqueles textos que poderiam iluminar os problemas da vida e transformá-los em apelo de Deus à esperança, à fé e ao compromisso. A vida, assim interpretada ajuda, por sua vez, a entender melhor o sentido da Bíblia. Nos círculos bíblicos colocam-se aqui algumas perguntas para aprofundar esta ligação que existe entre fé e vida.

Vivência Comunitária da Fé na Ressurreição A conversa de Jesus com os discípulos termina numa celebração. "Então Jesus entrou para ficar com os dois discí-pulos. Sentou-se à mesa, pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e deu a eles. Aí os olhos deles foram aber-tos e reconheceram Jesus". A Bíblia só não basta! Ela apenas esquenta o coração. Aquilo que realmente abre os olhos e faz reconhecer o Cristo presente na vida é a celebração. A celebração é o ponto de chegada, onde se vivem e se trocam descobertas feitas, numa comunhão misteriosa dos discípulos entre si e com Jesus no meio deles. É a hora de assumir e de reforçar o compromisso, que faz os dois enfrentarem a escuridão da noite sem medo.

"Eles se levantaram e foram logo para Jerusalém, onde encontraram os onze reunidos com os outros. Então contaram o que havia acontecido e como tinham reconhecido o Senhor quando Ele partiu o pão". Onde está o Cristo hoje? Acabamos de ver como os discípulos de Emaús estavam tristes porque pensavam que ele tivesse sido morto para sempre. Mas Jesus colocou-se ao lado deles, descortinou as Escrituras e deu-se a conhecer na partilha do pão. Hoje também podemos encontrar o Cristo: • No companheiro que caminha ao nosso lado • Na palavra de Deus contida na Bíblia e na vida • Na partilha do pão


06

Pouco se sabe sobre a vida de Santa Águeda ou Ágata, como também era chamada. Ela era italiana, nasceu por volta do ano 230 na Catânia, pertencia à uma família nobre e rica. Muito bela, ainda na infância prometeu se manter casta para servir a Deus, na pobreza e humildade. Não quebrar essa promessa lhe custou a vida, pois o governador da Sicília se interessou pela jovem e a pediu em casamento. Águeda recusou o convite, expondo seus motivos religiosos. Enraivecido, o político a enviou ao tribunal que a entregou a uma mulher de má conduta para desviá-la de Deus. Como isso não aconteceu, ela foi entregue aos carrascos para que fosse morta, por ser cristã. As torturas pelas quais passou a virgem são de arrepiar e estarrecer. Esbofeteada e chicoteada, Águeda foi colocada sobre chapas de cobre em brasa e posteriormente mandada à prisão. No cárcere, teve a graça de “ver” o Apóstolo São Pedro, o que a revitalizou na fé. Seus carrascos que esperavam vê-la

fraquejar em suas convicções se surpreenderam com sua firmeza na fé, e a submeteram à outras cruéis torturas, desta vez desconjuntando seus ossos e dilacerando dos seios. Foi arrastada por sobre cacos de vidros e carvões em brasa. Depois de passar por esses tormentos, foi conduzida ao cárcere e ali morreu, enquanto rezava pedindo à Deus para parar a erupção do vulcão Etna, que iniciara bem na hora do seu martírio. Assim que expirou, o vulcão se aquietou e as lavas cessaram. Até hoje o povo costuma pedir sua intercessão para protegê-lo contra a lava do vulcão, sempre que este começa a ameaçá-los. Águeda é invocada contra os perigos do incêndio. O martírio de Águeda aconteceu durante o império de Décio, no seu terceiro consulado, no ano de 251. Santa Águeda é uma das santas mais populares da Itália, e uma das mais conhecidas mártires do cristianismo dos primeiros séculos. Apenas Roma chegou a ter doze igrejas dedicadas à ela. A Igreja celebra Santa Águeda no dia 05/fev.

Santa Águeda

Nossa Senhora da Candelária, nossa Mãe e Padroeira! Nossa Senhora da Candelária (também chamada de N. Sra. das Candeias, da Luz, da Apresentação ou da Purificação) é um título mariano pelos quais a Igreja venera a Santíssima Virgem Maria. Sob essas designações, é particularmente cultuada em Portugal e Brasil, apesar de o surgimento do culto ter sido nas Ilhas Canárias, na Espanha.

História A origem da devoção à Senhora da Candelária tem seu início na Festa da Apresentação do Senhor no Templo e da purificação de Nossa Senhora, 40 dias após o nascimento de Jesus (celebrada dia 2 de fevereiro). De acordo com a lei mosaica, as mulheres, após darem à luz, ficavam impuras, devendo inibir-se de visitar o Templo de Jerusalém até 40 dias após o parto; nessa data, deviam apresentar-se diante do sumo-sacerdote a fim de apresentar o seu sacrifício (1 cordeiro e 2 pombas ou 2 rolas) e, assim, purificar-se. Desta forma, São José e a Santíssima Virgem Maria apresentaram-se diante de Simeão para cumprir o seu dever. Este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do filho que ali lhe traziam, teria-lhes proferido a Profecia de Simeão: «Agora, Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações: Luz para aclarar os gentios e glória de Israel, vosso povo» (Lc 2,29-33). Com base na Festa da Apresentação de Jesus e a purificação da Virgem, nasceu a festa de Nossa Senhora da Purificação; do cântico de São Simeão (co-

nhecido pelas suas primeiras palavras em latim: Nunc Dimittis), que promete que Jesus será a luz que irá aclarar os gentios, nasce o culto em torno de N. Senhora da Luz / das Candeias / da Candelária, cujas festas eram, geralmente, celebradas com uma procissão de velas, a relembrar o fato.

Aparição A Virgem da Candelária ou Luz teria, segundo a lenda, aparecido em uma praia na ilha de Tenerife, nas Ilhas Canárias, na Espanha, em 1400. Os nativos guanches da ilha teriam ficado com medo e tentado atacá-la, mas suas mãos teriam ficado paralisadas. A imagem teria sido guardada em uma caverna, onde, séculos mais tarde, foi construído o Templo e Basílica Real da Candelária (em Candelária). Mais tarde, a devoção se espalhou pelas Américas. É padroeira das Ilhas Canárias, sob o nome de Nossa Senhora da Candelária.

Invocação e expansão do culto A Senhora da Luz era tradicionalmente invocada pelos cegos (como afirma o padre jesuíta Antonio Vieira no seu "Sermão do Nascimento da Mãe de Deus": "Perguntai aos cegos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que nasce para Senhora da Luz"); também outro jesuíta, o Pe. José de Anchieta, nascido em Tenerife e grande devoto mariano, propagou a devoção à Virgem da Candelária em São Paulo e em outros locais pelos quais passou.

Mãe da Luz do Mundo, rogai por nós!


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 Deus aproxima-se de nós, seres humanos (IV)

 [16] Como se lê a Bíblia corretamente? A Sagrada Escritura lê-se corretamente se for lida em atitude orante, ou seja, com ajuda do Espírito Santo, sob cujo influxo ela surgiu. Ela contém a Palavra de Deus, isto é, a decisiva mensagem de Deus para nós. (CIC 109-119, 137) A Bíblia é como uma longa carta de Deus dirigida a cada um de nós. Por isso, temos de acolher as Sagradas Escrituras com grande amor e respeito. Primeiro, devemos realmente ler a carta de Deus, isto é, não isolar pormenores sem atender ao todo. Depois, devemos orientar esse todo para o seu coração e mistério, ou seja, para Jesus Cristo, de quem fala toda a Bíblia, mesmo o Antigo Testamento. Portanto, devemos ler as Sagradas Escrituras na mesma fé viva da igreja em que elas surgiram.

 [17] Que significado tem o Antigo Testamento para os cristãos? No  ANTIGO TESTAMENTO, Deus mostra-Se como o criador e o sustento

do mundo, como guia e educador da humanidade. Também os livros do Antigo Testamento são palavra de Deus e Sagrada Escritura. Sem o Antigo Testamento não é possível compreender Jesus. (CIC 121-123, 128-130, 140) No Antigo Testamento começa uma grande história didática sobre a fé, que no Novo Testamento sofre uma decisiva virada e atinge a meta com o fim do mundo e o retorno de Cristo. Aqui o Antigo Testamento revela-se mais do que um simples prelúdio ao Novo. Os Mandamentos e as profecias do Povo da Antiga Aliança, com as suas promessas para toda a humanidade, nunca foram revogados. Nos livros da Antiga Aliança encontra-se insubstituível tesouro de orações e de sabedoria; em particular, os Salmos pertencem à oração quotidiana da Igreja.

 [18] Que significado tem o Novo Testamento para os cristãos? No  NOVO TESTAMENTO consuma-se a Revelação de Deus. Os 4 Evangelhos - segundo São Mateus, São Marcos, São

Lucas e São João - são o coração da Sagrada Escritura e o mais precioso tesouro da Igreja. Neles mostra-Se o Filho de Deus como Ele é e como vem ao nosso encontro. Nos Atos dos Apóstolos conhecemos os primórdios da Igreja e a ação do Espírito Santo. Nas cartas apostólicas a vida do ser humano é iluminada, em todas as suas dimensões, pela luz de Cristo. No Apocalipse de São João antevemos o fim dos tempos. (CIC 124-130, 140) Jesus é tudo o que Deus nos queria dizer. O Antigo Testamento prepara a encarnação do Filho de Deus. Todas as promessas de Deus encontram a em Jesus o seu cumprimento. Ser cristão significa unir-se cada vez mais profundamente à vida de Cristo. Para isso é preciso ler e viver os evangelhos. Madeleine Delbrél diz: “Através da Sua Palavra, Deus diz-nos quem Ele é e o que quer: Ele dí-lo definitivamente e para cada dia. Quando temos nosso Evangelho nas mãos, devemos considerar que aí habita a Palavra que Se tornou carne para nós e nos quer atingir para recomeçarmos a Sua vinda num novo lugar, num novo tempo, num novo ambiente humano”.

 [19] Que papel desempenha a Sagrada Escritura na Igreja? A Igreja busca a sua vida e a sua força na Sagrada Escritura, como quem busca a água num poço. (CIC 103-104, 131-133, 141) Além da presença de Cristo na Sagrada  EUCARISTIA, a Igreja nada honra com mais veneração que a presença de Deus na Sagrada Escritura. Na Santa Missa, acolhemos o Evangelho de pé, porque é o próprio Deus que nos fala com palavras humanas.


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2014 – Ano A Este ano nossa Liturgia se debruça sobre o Evangelho segundo São Mateus O Evangelho segundo São Mateus foi escrito por volta dos anos 80 a 90, para uma comunidade em grande parte de origem judaica, que vivia na Síria. Marginalizados como estrangeiros, foram igualmente rejeitados pelos círculos oficiais do judaísmo no sínodo de Jâmnia entre os anos 85 e 90. Mais do que outros textos bíblicos, este relato não é fruto de um único autor, mas de uma escola, e procura dar respostas a problemas e desafios desta mesma comunidade, como, por exemplo, a relação com a fé judaica. Apesar de todos esses desafios, a comunidade de Mateus não escreve polemizando, mas afirmando a continuidade e a novidade do cristianismo em relação ao judaísmo, como “um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (Mt 13,52). Marcado fortemente pelas tradições e cultura judaicas, o evangelho de Mateus estrutura-se para identificar o acontecimento de Jesus de Nazaré dentro das tradições do povo escolhido e, ao mesmo tempo, mostrar como este mesmo Jesus aprofundou e renovou estas tradições. Mateus gosta muito de utilizar a fórmula “assim se cumpriu o que estava escrito...” para mostrar que este ou aquele evento da vida de Jesus realizava as profecias do Antigo Testamento. Também se utiliza muito destas histórias e das referências para contar o seu evangelho. Desta forma, Jesus apresenta muitas semelhanças com Moisés, assim como o grupo dos 12 apóstolos está em estreita relação com as 12 tribos de Israel. A própria estrutura do evangelho, como nova lei do povo de Deus, estrutura-se em cinco grandes discursos — respectivamente nos capítulos 5-7, 10, 13, 18 e 25 —, evocando os cinco livros do Pentateuco. Em Mateus, Jesus, como alguém que cumpre todas as profecias muito além das expectativas, aprova e recomenda os mandamentos da lei judaica e os corrige propondo bemaventuranças e acrescentando: “Eu, porém, vos divo...”.

Durante o seu ministério, limita-se ao Israel de então — que tem conotação positiva em oposição ao temo “judeus”. Mateus chama a comunidade cristã de Igreja e a considera continuadora legítima do Israel histórico. A comunidade não deve ter saudade do passado, nem deve renegá-lo. Deve centrar toda sua atenção em Jesus messias e mestre, novo Moisés e filho de Davi. A lealdade a Jesus leva a comunidade a se organizar, adotar normas de conduta, práticas sacramentais e litúrgicas e a se abrir para proclamar a sua mensagem a judeus e pagãos. No evangelho de Mateus, Jesus concede algum milagre a pagãos, e teve mesmo que evoluir de uma concepção limitada ao povo de Israel para outras culturas e povos. É um Jesus que muda de posição e se deixa converter, como no episódio da Cananeia (cf. Mt 15,21-28). A escuta atenta do evangelho de Mateus na liturgia deve provocar em nós o desejo de comunhão com o judaísmo, nossa fé primogênita, e com todos que adoram a Deus com expressões diferentes das nossas. Neste ano, será importante valorizar na liturgia sinais que firmem na comunhão com o judaísmo e com outras Igrejas e religiões. Muitas comunidades adotam no espaço da celebração o símbolo judaico da menorá, candelabro de 7 braços, que evoca, na sua forma, a árvore da vida com seus frutos que vencem a morte (Gn 3,22-24 e Ap 2,6). Os 7 braços iluminados lembram os olhos do Senhor que percorrem toda a terra (Zc 4,2-5.10). as comunidades cristãs acendem a menorá em comunhão com as comunidades judaicas, retomando o seu significado, conforme comentam os rabinos: “Estando para iniciar a celebração, disponha-se a acender o candelabro de Deus em seu coração, a retomar o caminho da misericórdia e a reavivar a alegria da gratidão”. Texto: Ir. Penha Carpanedo e Pe. MarceloGuimarães, Livro Dia do Senhor, Tempo Comum, Ano A, Ed. Paulinas


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