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Índice EDITORIAL
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FOTO DIEGO GONZAGA
ENTREVISTA: Maria Teresinha
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ANIVERSÁRIO DO SINDIPI: 26 Anos de História
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ARTIGO: Jairo Romeu Ferracioli
PALAVRA DO PRESIDENTE: Conferência da Pesca EMPRESA QUE FAZ: Motormac
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VISITA DE LULA A ITAJAÍ : Batismo do Paulo Cantídio MOLUSCOS: Proposta de comercialização TURISMO: Os atrativos de Bombinhas A ARTE DE JOSÉ ESTEVÃO
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FOTO DIVULGAÇÃO
MEMÓRIAS DA PESCA: Os vencedores do concurso DIA DO TRABALHADOR: Fatos Históricos
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LINHA AZUL: Programa de incentivo à importação e expotação MEIO AMBIENTE: Arraias Manta
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RESPONSABILIDADE SOCIAL: Jogos paradesportivos REIVINDICAÇÃO: Paralisação da frota camaroeira
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INSPEÇÃO INDUSTRIAL: Indústrias de pesca na mira de auditores CRÉDITO PESQUEIRO: Dúvidas sobre financiamento
CULINÁRIA: Badejo flambado com purê de banana-da-terra
Praia dos Ingleses, Bombinhas, SC / DESIGN: DIANA ELISA
FOTO: MARCELLO SOKAL
FOTO MARCELLO SOKAL
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MENSAGEM: “Sábias Repostas...” de Madre Tereza de Calcutá CAPA:
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INDÚSTRIA NAVAL: Feira e ponto de encontro entre empresas
AGENDE-SE: Feiras e Eventos
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E PEU JAPIASSU
REVISTA SINDIPI A REVISTA SINDIPI é uma publicação do SINDICATO DAS INDÚSTRIAS DA PESCA DE ITAJAÍ E REGIÃO Diretoria do SINDIPI: Antônio Carlos Momm (presidente), Dario Vitali (vice-presidente), João Manoel da Silva (tesoureiro) – Departamento Jurídico: Marcus Vinícius Mendes Mugnaini (OAB/SC 15.939) – Sede: Rua Pedro Ferreira, 102, Centro, Itajaí, Santa Catarina – 88301-030; sindipi@sindipi.com.br – Fone: (47) 3348-1083 – Envie suas cartas para: cartas@sindipi.com.br – Coordenação editorial: Antônio Carlos Momm GRUPO ALPHA SUL COMUNICAÇÃO: Rua Argentina, 30, s/202, Balneário Camboriú, Santa Catarina – 88338-055 – Fone: (47) 3263-0590 R EVISTA S INDIPI – Jornalista responsável: Daniela Maia (SC.01259-JP); Projeto gráfico: Gerson Reis; Diagramação: Diana Elisa; Reportagens: Rogério Pinheiro; Secretaria de Redação: Briane Dal Cero; Revisão: Peu Japiassu; Departamento Comercial: Arlete Piccolo – publicidade@grupoalphasul.com.br – Envie suas cartas para: grupo@grupoalphasul.com.br; Impressão: Gráfica Pallotti – Porto Alegre, RS – www.pallotti.com.br – Tiragem desta edição: 5.000 exemplares – Circulação: setor pesqueiro nacional ABRIL/MAIO
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Editorial
FOTO PEU JAPIASSU
A cada edição uma surpresa. Estreamos um papel com mais qualidade. A TROCAR publicação deste mês traz um FOTO *Parabéns Para Você* bem especial. O SINDIPI completa no dia 28 de abril 26 anos. Ficamos pensando... – “Qual seria o melhor presente para a entidade?” Uma homenagem especial de capa... Não, é muito mais que isso. O maior presente conquistado pela entidade nesses 26 anos são vocês, armadores, empresários da pesca, trabalhadores, familiares, amigos que compartilham do mesmo ideal, o leitor que acompanha os fatos da pesca e colabora com suas opiniões. A nossa mensagem neste mês é mostrar que os presentes mais valiosos estão na alma, no coração e são refletidos através de gestos, palavras ou textos. Na edição 17, a cada página um presente valioso. Grupo de mergulhadores expressa as riquezas das profundezas do mar; conheça as fotos premiadas do “Memórias da Pesca”. Acompanhe o lançamento da embarcação Paulo Cantídio com a presença do Presidente Lula e a enquete
com empresários da pesca. No Turismo, uma viagem por Bombinhas. Setor produtivo busca regulamentar o uso de moluscos bivalves nas indústrias pesqueiras. As novidades da Seafood; Aquafair e Navalshore 2006. A arte de construir instrumentos, com o “Rei da Viola”. A palavra do Presidente Antônio Carlos Momm. O Programa Linha Azul, que facilita as exportações e importações. A editoria Responsabilidade Social mostra a habilidade esportiva de deficientes físicos. Acompanhamos a ação dos fiscais do Ministério da Agricultura nas empresas de pesca. A empresa Cummins lança para o mercado novos motores. Em homenagem às mulheres, uma entrevista com Terezinha de Souza, do estaleiro Abilio. Temos a participação nesta edição da chef internacional, Cacilda que preparou uma receita de badejo com ingredientes brasileiros. Uma ótima leitura e parabéns a todos que buscam o crescimento e a união do setor. Sugestões, críticas, artigos podem ser encaminhados para: cartas@sindipi.com.br.
Daniela Maia, editora
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Entrevista: Maria Teresinha
Teresinha, um exemplo de eterno amor Daniela Maia
FOTOS MARCELLO SOKAL
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Dando continuidade ao sonho conquistado por Abilio Pedro de Souza, Maria Teresinha e os filhos demonstram que a união em família é o principal alicerce dos negócios do Estaleiro Abilio Souza, fundado em 1967
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ma demonstração de fé, simplicidade e amor à família são atributos facilmente observados na matriarca da família Souza. Mais conhecida como Teresinha, a viúva do Abilio de Souza conta aos 66 anos de idade sobre sua experiência a frente dos negócios após a morte de seu marido. Durante a entrevista, sempre quando mencionava sobre Abilio, seus olhos enchiam de lágrimas, mas feliz em deixar mais um registro das obras do seu eterno amor. Compartilhe a história de vida da armadora e empresária Maria Teresinha, com opiniões sobre pesca, empresariado, família e ideais.
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SINDIPI – A senhora sempre participou das atividades da pesca? Teresinha – Desde 1965, quando foi fundado o estaleiro Abilio Souza, participava junto da família de todas as ações. Mesmo estando em casa, eu dava meus palpites. Meu marido era um homem de muito diálogo. Eu sempre estava nos bastidores e também compartilhava das dificuldades. Na época meu marido estava trabalhando e lutando para tirar muitas pedras ali da beira do rio. Algumas pessoas alertavam meu marido: “Oh Abilio não tem nada aqui, não adianta lutar”. Mas ele foi muito persistente e acreditava no que estava fazendo. Fizemos muitas embarcações, mais de 15. E no dia três de abril 1971 foi lançado o nosso primeiro barco pesqueiro no mar, o Pedro Celso. SINDIPI – Porque além de proprietários de estaleiros, decidiram ser armadores? Teresinha – Esse era o sonho de Abilio. Ele vem de uma família de pescadores, desde menino trabalhava em estaleiro e foi pescador. Ele conquistou seus objetivos: o amor pelo mar e pela arte de trabalhar em um estaleiro. Abilio era técnico naval, licenciado pelo Crea, ele mesmo fazia os projetos, um grande
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construtor. Tanto que em 1977 lançamos uma outra traineira, o Dona Apolônia. Após sete anos meu marido faleceu. SINDIPI – E após o falecimento de seu marido, quem assumiu os negócios? Teresinha – O nosso filho Roberto trabalhava com Abilio desde os 14 anos de idade, ele já tinha experiência e junto com os outros filhos: Rogério, Rubens, Romeu e Robson. Nós somos uma família grande. Eu e Abilio tivemos oito filhos, mas dois já faleceram. Todos nós trabalhamos juntos. SINDIPI – A senhora também participou desta mudança... Teresinha – Estou sempre presente no estaleiro, geralmente fico todo o período comercial. Estou aqui para estar mais perto da família, sempre com a meta de unir e no momento certo dar uma palavra conciliatória. Todas as nossas ações são conversadas e discutimos, não fazemos nada sem pedir conselho uns aos outros. Gosto daqui. Após a morte do meu marido este trabalho ajudou muito a superar a tristeza. Hoje converso com diversas pessoas aqui no Estaleiro e principalmente, estou dando continuidade ao sonho do Abilio.
SINDIPI – Educar oito filhos não é tarefa fácil... Teresinha – Antigamente a educação era bem melhor, diferente. Os pais pediam e os filhos escutavam e obedeciam. Na época os filhos estudavam mais. Não achei nada difícil criar oito filhos. E nada mais prazeroso que ver a família aumentando. Hoje tenho oito netas, dois netos, um bisneto de um ano e 10 meses, o Roberto Abilio de Souza Neto e em agosto chega ao mundo uma bisneta, Lais. Uma empresa familiar e bem unida tem mais chance de crescer. SINDIPI – Tem algum fato na pesca que te emocionou? Teresinha – A construção de uma traineira de aço em 1986, dedicada ao Abilio. Foi muita emoção com meus filhos ao redor. SINDIPI – Falando em negócios... Como está o estaleiro hoje? Teresinha – Nós especializamos em reformas e manutenção de embarcações de grande porte. Um dos barcos que estamos reformando é uma troiler da Espanha (embarcação de lazer). Temos 20 funcionários trabalhando com metal mecânica e carpintaria naval. Para nós sempre tem serviço, nunca estamos parados. Até construção podemos fazer, mas a
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Entrevista: Maria Teresinha época não é apropriada e a concorrência é grande.
JOGO RÁPIDO
SINDIPI – Qual a sua opinião sobre a pesca em Itajaí? Teresinha – Itajaí tem um potencial pesqueiro, é o maior pólo pesqueiro, temos não só a melhor frota, mas a melhor estrutura pesqueira do país e um peixe de qualidade.
Armador: Maria de Fátima, admiro muito esta mulher, pessoa valente.
SINDIPI – Sua opinião sobre apoio ou incentivo do governo para incentivar esse potencial da pesca. Teresinha – O que acontece são os problemas econômicos. Muitas empresas que estão aqui sobrevivem de capital próprio. Nós sempre estamos na luta, só que neste país é difícil crescer. Naquela época era muito mais fácil expandir, em 65 foi fundado o estaleiro com sacrifício, mas em 71 Abilio colocou um barco na água Pedro Celso e em 77 colocou outro, dona Apolônia. No Brasil não é fácil produzir, o país está em recessão mas a arrecadação está batendo recorde. Mas, como isso? Graças há quem? Aos empresários do país. Deveríamos ter uma política mais séria.
Estaleiro: Isa do estaleiro Brandino, uma lutadora apesar das dificuldades.
SINDIPI – Como vocês fazem para driblar esta situação? Teresinha – Trabalhando muito e a vontade de crescer.
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Empresário: Evaldo Kowalsky, grande empreendedor, ele continua na luta, não esmorece.
FOTO MARCELLO SOKAL
Família: Tudo, o alicerce.
Abilio: Foram 27 anos de casada. Ele era tudo para mim, em quem me apoiava. Quando ele se foi, “fiquei sem a cabeça”, como dizem. Hoje ele estaria com 75 anos e realizado muitas coisas para a pesca. Planos de investimentos: Tenho vontade de crescer. Mesmo
com as dificuldades do país, tenho fé que amanhã possa ser um novo dia. A única coisa que não se paga imposto é sonhar. Lamenta: Que o governo esqueceu principalmente as empresas pequenas. Filhos de pescador: Hoje o filho do pescador não quer mais ser pescador, ele geralmente estuda, se forma e segue outro ramo. Antes era de pai para filho, o mestre da embarcação já trazia o filho jovenzinho no barco para ensinar, outros aprenderam na cara e na coragem. Acho que esse quadro é uma realidade negativa para pesca. Mestre de barco: Temos o seu Valdir, um bom mestre de barco que também incentiva o filho. E o seu Lindomar Martins, hoje aposentado. Fé: Sempre coloco Deus em primeiro lugar, sou católica praticante. Na pesca, temos a nossa senhora protetora dos mares, mãe de Jesus e de todos nós.
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Aniversário do SINDIPI
FOTO JOÃO SOUZA
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João Manoel da Silva
Antônio Carlos Momm
Dario Luiz Vitali
o dia 28 de abril a entidade comemora mais um aniversário. São 26 anos de história, momentos difíceis, momentos de alegria, momentos de conquistas, vitórias, mas sempre uma eterna luta pelo desenvolvimento do setor pesqueiro. Parabéns a todos os armadores, industriais, colaboradores, anunciantes, parceiros, pescadores e empresários que atendem o setor. Que a cada ano o espírito de união represente a força do setor, esses são os votos da Diretoria do SINDIPI.
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FOTO EMERSON TOUCHE
Artigo
Jairo Romeu Ferracioli (*)
Relato de minha experiência enquanto Radioperador Em março de 1976 foi realizado um concurso na Embratel para trabalhar em unidades da empresa que estavam sendo implantadas ao longo do litoral brasileiro. Até aí, pouco se sabia do que se tratava. Em maio saiu o resultado do concurso. Eu e mais oito companheiros fomos para o
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Rio de Janeiro, sede da Embratel. Lá passamos a freqüentar aulas diárias no período matutino e noturno de eletrônica, radiocomunicação, comunicação, postação de voz, entre outras, como Geografia, etc. O curso durou 40 dias, incluindo uma visita a Estação Costeira de Santos. Depois de algumas provas e testes, incluído no Departamento Nacional de Telecomunicações, para receber o Certificado de Operador de Radiotelefonia, seguimos rumo a Blumenau para assinatura do Contrato de Trabalho e em seguida seguir em grupos para a Estação Costeira de Rio Grande, conhecida como Junção Rádio. Em setembro de 1996, finalmente, estávamos inaugurando a Estação Costeira de Itajaí, Itajaí Rádio, que apesar do nome ficava localizada em Navegantes-SC. O primeiro contato foi com um navio da Aliança Navegação, com o nome de Flamengo, naquela oportunidade carregava a bandeira brasileira. Os meses iam se passando e aos poucos o número de contatos em VHF e SSB aumentava, até passarmos a atender um setor que muito me orgulhava: as
embarcações pesqueiras. Primeiramente de uma forma bastante precária visto que os equipamentos de bordo ofereciam pouca compatibilidade com as freqüências da Estação Costeira. Mas, aos poucos, os barcos foram se equipando com melhores equipamentos e os contatos passaram a ser mais freqüentes.
Em setembro de 1996, finalmente, estávamos inaugurando a Estação Costeira de Itajaí, Itajaí Rádio, localizada em Navegantes-SC Logo, Itajaí destacava-se em âmbito nacional pelo atendimento de uma classe até então desatendida e sem nenhuma segurança. Os serviços de conexão com a rede telefônica, serviços de mensagens, socorro e segurança passaram a fazer parte do dia-a-dia destas embarcações com a Estação Costeira.
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Empresários, como o Sr. Davi Gregório, Sr. Akira Onishi (ainda em Santos) a Sul Atlântico, a Kowalsky (onde hoje é a Seara) e muitos outros empresários de Santos, Rio de Janeiro, Florianópolis, Laguna e Rio Grande faziam parte da carteira de atendimento da estação, pois em dia de boa propagação, o sinal alcançava a Região Leste, Sul do Brasil e outros países e continentes. Todas as categorias de pesca (Espinhel de Caíque), Traineiras, Parelhas, Barcos de Camarão, Atuneiros e outras embarcações faziam parte do universo de atendimento. Criamos muitas amizades, verdadeiras amizades, muitas delas até hoje, mesmo com o fim da Estação em 1998. Recordando alguns momentos dramáticos, podemos citar problemas de motores, abertura de água, muitas delas colocando as embarcações em perigo. Foram muitos os atendimentos a embarcações que necessitavam de ajuda. Como o alcance da estação era bastante amplo, servíamos de ponte entre embarcações e muitas vezes, o contato com terra (Corpo de Bombeiros, Marinha) era a saída para enviar socorro.
Mesmo assim, a melhor assistência às embarcações com problemas vinha da própria categoria. Recordo casos como o Ciapesca II que encalhou na praia Brava e abriu água, graças a nossa intervenção imediata, foi possível
Criamos muitas amizades, verdadeiras amizades, muitas delas até hoje, mesmo com o fim da Estação em 1998 enviar socorro e em poucas horas o barco estava salvo, sem danos a embarcação e a pescaria. Caso este que mereceu uma carta de agradecimento bastante enobrecedora. Por que não falar do Yamahia II que ficou a deriva e sem escuta em seu rádio de comunicação. A atenção de um colega que percebeu em uma das transmissões da embarcação em que pedia socorro alguém ouvindo a Rádio Globo. Entramos em contato com a Rádio Globo, pedimos para eles
mandarem um recado no ar, com a intenção de avisar a embarcação que o socorro já estava a caminho, pois já havíamos entrado em contato com a empresa e com outra embarcação. Teve o caso de um barco da Empresa A. Weiss (Verde Vale) que abriu água e ia indo ao fundo, em poucos minutos conseguimos entrar em contato com várias embarcações na área, que salvaram o barco. Quando a embarcação aportou em Navegantes toda a tripulação esteve na estação costeira para agradecer a intervenção. Teríamos inúmeros casos para recordar e contar, infelizmente a pasta que continha estes relatos de muitas e muitas aventuras, salvamentos, e episódios tristes perdeu-se com a privatização e o fechamento da Estação.
* Jairo Romeu Ferracioli Mestre em Relações Econômicas Internacionais Professor de Economia do Curso de Comércio Exterior e Logística na UNIVALI Artigos para a Revista SINDIPI no: cartas@sindipi.com.br
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Palavra do Presidente
Conferência da pesca,
UM CIRCO! A Conferência Estadual de Aqüicultura e Pesca em Santa Catarina foi realizada nos dias 02 e 03 de março de 2006, no anfiteatro da Univali em Itajaí. No geral foram 700 pessoas inscritas, sendo 401 da Pesca Artesanal, 68 da Pesca Industrial, 116 da Maricultura, 103 da Aqüicultura Continental/ Piscicultura de Água
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Doce e 13 de outros segmentos interessados na temática, sendo que destes inscritos, 150 instituições representaram os setores da Pesca e Aqüicultura. O mesmo evento aconteceu nos 27 estados brasileiros com a participação de Ong's, órgãos públicos, associações, sindicatos, pescadores, etc. A 2ª Conferência Nacional foi realizada entre os dias 14 a 16 de março em Brasília, com o tema: Consolidação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aqüicultura e Pesca. Agora vamos aos fatos e mãos na calculadora: uma média de 500 participantes por Conferência. Ao total foram realizados 27 eventos estaduais,
logo uma participação de aproximadamente 14 mil pessoas. Quem participou da Conferência Estadual em Santa Catarina e em Brasília observou que dos 100% dos participantes, cerca de 90% eram pescadores artesanais. Para incentivar a participação dos pescadores, a SEAP/ PR, Secretaria de Aqüicultura e Pesca da Presidência da República, disponibilizou ajuda de custo com alimentação, passagem, hospedagem somente aos pescadores artesanais. Ou seja, estimamos que foram gastos só para trazer os pescadores nas Conferências mais de três milhões de reais, fora outras despesas extras para a realização dos eventos. O setor questiona o quanto poderia ser feito com esse dinheiro.
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Antônio Carlos Momm, Presidente do SINDIPI
Fora os milhões, não podemos deixar de lado o “Grande Evento da Pesca”, ou seja, as Conferências. A iniciativa da SEAP/PR foi de extrema inteligência. Hoje para qualquer ação ter um resultado satisfatório o ideal é discutir com todo o setor, buscar opiniões e planejar. Em cada evento, foram formados grupos de trabalho divididos em aqüicultura, maricultura, artesanais e industriais. Em cada setor, participantes avaliavam diversos pontos apresentados pela Secretaria, que fazem parte do plano de desenvolvimento da pesca desde 2003, quando foi realizada a
primeira Conferência. Em cada grupo, os participantes respondiam se determinada ação da SEAP/PR é importante, pouco importante ou muito importante, se está sendo realizada de forma satisfatória, insatisfatória ou se não está sendo realizada e quais as demandas indicadas. No grupo da pesca industrial de SC, não para surpresa de todos, mais de 90% das questões avaliadas tiveram como resultado: insatisfatória ou não realizada. Com certeza foi uma chance para o setor desabafar, mas e daí por diante, o que será feito para melhor a pesca não só em Santa Catarina, mas também no Brasil? A última esperança era Brasília, a Conferência Nacional, realizada do dia 14 a 16 de março. Os representantes de Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo nos contaram que o evento parecia mais um circo. Os palhaços, claro, seríamos nós, a bilheteria representada todos os
contribuintes do Brasil, o show especial, a presença do Secretário da Pesca com status de Ministro e fora outros personagens. Quando o chefe do IBAMA , em Brasília, José Dias pediu para se pronunciar sobre as ações do órgão, só se ouvia uma entonação de vaias, nem deixaram Dias se expressar. Não estou defendendo nenhum órgão, mas a liberdade de expressão e o respeito. Na platéia, em torno de 90% eram pescadores artesanais, todos organizados em colônias e motivados, parecia mais um palanque eleitoral. Quando iniciou a votação sobre diversos pontos da pesca, era aquela festa, ou seja, a maioria votava em seu benefício, sempre defendendo os interesses da pesca artesanal. Como os participantes da pesca industrial eram poucos, não precisava nem de calculadora para mostrar que mesmo o setor produtivo gritando temas importantes e defendendo bandeiras para o desenvolvimento pesqueiro, não eram escutados. Devemos traduzir o sentimento do setor, buscar o Ministério da Pesca, acabar com as intrigas de governo, sem as amarras que existem. Temos um setor dividido entre Meio Ambiente e SEAP. Precisamos de muitas ações em pró do setor, enumero algumas abaixo já avaliadas e discutidas no grupo de
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Palavra do presidente
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alternativas, permitindo assim a ampliação da produção nacional marinha industrial, de forma atrelada a política de crédito – Programa ProFrota. O desenvolvimento da pesca a mais de 500 metros de profundidade. Há outros itens como, transferir para a SEAP a atribuição de realização dos cursos para pescadores, hoje a cargo da marinha; aumentar a participação do setor produtivo no comitê científico; apresentar resultados do impacto sofrido pelo meio ambiente junto aos recifes já instalados; o pescador quer ser ouvido na decisão; as modificações no
ordenamento devem ser publicadas com 2 anos de antecedência (comunicação ao setor produtivo); pagamento do subsídio ao óleo diesel de acordo com a lei (prazo de 45 dias); definição da redação das linhas de crédito, consultando o setor pesqueiro industrial e que a pesca costeira passe seu ordenamento para a SEAP/PR. Na maricultura, por exemplo, cito itens como apoiar, ampliar e modernizar estruturas de pesquisa existentes em SC para espécies com potencial de cultivo de peixes marinhos; o cadastramento geo-referência das
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trabalho da pesca industrial: Pesquisa para estudar a nossa rica biomassa; linha de crédito de custeio e investimento para produção e comercialização, o mesmo consignado à agricultura; linha de crédito para captura de espécies sem mercado definido ou mercado incipiente; formação de programas de incentivo à comercialização, e projetos demonstrativos de pesca, campanhas regionalizadas de consumo ao pescado e incentivo nacional para o consumo do pescado; realização do censo da frota pesqueira industrial; cursos técnicos de capacitação em caráter de urgência e licenças provisórias para avaliação da capacidade de trabalho no mar; um cientista (e não um observador de bordo) para cada modalidade de pesca; pesquisa para fomento da pesca prospectiva e exploratória, desenvolvimento de novas tecnologias para embalagem, conservação e processamento de pescado, além de pesquisas direcionadas à produção de iscas; uma fiscalização rígida da pesca estrangeira ilegal nas águas jurisdicionais brasileiras. Citamos também o desenvolvimento da pesca de recursos subexplotados ou inexplotados. Ex: sardinha-laje (Nacional), e caranguejo-real/polvo (Norte/Nordeste), redirecionando as frotas tradicionais para pescarias
Mais de 500 participantes no evento, 90% pescadores artesanais.
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Representantes do SINDIPI e do SITRAPESCA na Conferência em Itajaí
áreas para liberação das autorizações de uso das águas de domínio da União para fins de Aqüicultura,sem custo ao produtor; desburocratizar e isentar custos de inscrição e manutenção do registro de produtor; adequar a legislação ambiental vigente de forma regional; melhor a distribuição das ações da SEAP no âmbito nacional para a piscicultura, uma vez que notadamente os investimentos têm sido feitos no norte/ nordeste do País. Na aqüicultura marinha incentivar o cultivo de peixes no mar com a criação de tanques-rede. Há diversos pontos para enumerar, mas preencheria toda a edição da Revista. Deixo aqui, além dos comentários e reflexo do “Grande Evento da Pesca”, a esperança que os pontos discutidos nos grupos de trabalho industrial não
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sejam em vão. Infelizmente a avaliação não só do setor industrial, mas da pesca artesanal, maricultura e aqüicultura mostraram que a SEAP/PR não vem atendendo o setor da forma que todos nós da pesca esperávamos. No âmbito da avaliação das políticas/ações da SEAP para com a Pesca Artesanal, em SC, foram analisados 32 itens, onde 100% foram considerados de grande importância; quanto à realização destes, no contexto geral, tem-se que apenas 9,37% foram realizados de forma satisfatória, 50% de forma insatisfatória e 40,62% não realizado e/ou não percebido. Logo, novas demandas foram propostas e depois de avaliadas pelo grupo de trabalho, aprovou-se 90 proposições que foram encaminhadas para a plenária final. No âmbito da avaliação das políticas/ações da SEAP para com a Maricultura foram analisados 35 itens, onde 97,14% foram considerados de grande importância e apenas 2,86% menos relevantes; quanto à realização destes no contexto geral, tem-se que nenhum dos itens avaliado foi realizado de forma satisfatória, 31,50% de forma insatisfatória e 68,50% não realizado e/ou não percebido. Logo, novas
demandas foram propostas e avaliadas pelo grupo de trabalho. Na Carcinicultura e Piscicultura Marinha foram também analisados 35 itens, onde 91,43% foram considerados de grande importância e 8,57% menos relevantes; quanto a realização destes no contexto geral, tem-se que 28,50% foram realizados de forma satisfatória, 20% de forma insatisfatória e 51,50% não realizado e/ou não percebido. Novas demandas foram propostas e avaliadas pelo grupo. Na avaliação das políticas/ações da SEAP para com a Pesca Industrial foram analisados 65 itens, onde 100% foram considerados de grande importância; quanto à realização destes, no contexto geral, tem-se que apenas 7% foram realizados de forma satisfatória, 43% de forma insatisfatória e 49% não realizado e/ou não percebido. Logo, novas demandas foram propostas e depois de avaliadas pelo grupo de trabalho, aprovou-se 45 proposições as quais foram encaminhadas para a plenária final. Desejo que este quadro mude. Espero que a pesca seja olhada com olhos do progresso, com iniciativas sérias, sem ações politiqueiras. Ainda temos esperança que a SEAP/PR não seja só um endereço, mas um Ministério da Pesca, digno do setor. Antônio Carlos Momm
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Empresa que faz
MOTORMAC a força da
CUMMINS
no Vale do Itajaí
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A empresa trabalha há mais de 30 anos com a Cummins que lança no mercado novo modelo de motor marítimo
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MOTORMAC é representante CUMMINS na região sul do Brasil desde 1974. De lá para cá a empresa vem apresentando um grande crescimento, sempre acompanhando as tendências dos mercados onde atua e investindo fortemente em tecnologia e treinamento, principalmente na área de serviços. Distribuidora de motores e grupos geradores, peças genuínas CUMMINS e assistência técnica, a MOTORMAC tem forte atuação no setor marítimo, em especial no Vale do Itajaí. A empresa é referencial no setor e vem ampliando o leque de fornecimento de motores marítimos na região, atendendo a uma necessidade desse mercado, onde as
embarcações estão cada vez maiores, necessitando de motores também maiores e mais potentes, como os modelos KTA19 e KTA 38, que apresentam maior cilindrada e melhor torque, com potêncis que variam entre 500 a 2200 hp. Como novidade no setor marítimo, até o final do ano
deverá ser lançando no mercado dois novos motores das séries B e C, todos na faixa entre 190 e 250 hp, voltados para embarcações de menor porte. A empresa também atua com destaque na área de serviços, com atendimento técnico permanente, tanto mecânico como elétrico e se preocupa em oferecer uma estrutura que proporcione melhor atendimento aos clientes. Esse é o principal motivo que há um ano a MOTORMAC transferiu sua filial de Itajaí para São José, em um prédio próprio, amplamente estruturado para trabalhar com melhor qualidade. Com esta mudança, a empresa teve especial preocupação em viabilizar aos clientes da região de Itajaí um pronto atendimento em peças e serviços, mantendo permanentemente na região dois técnicos mecânicos e um vendedor externo, com suporte direto da filial em São José.
Para conhecer mais a empresa acesse o site www.motormac.com.br Serviço: Motormac: (48) 3271-0100 ou (47) 8808-1012. dmmc@motormac-sc.com.br.
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Visita do Presidente a Itajaí
Presidente Lula no batismo do
Paulo Cantídio A cerimônia contou com a presença de diversos armadores e empresários da pesca no píer de Itajaí. Outras visitas fizeram parte da agenda do Presidente que permaneceu três horas na cidade
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segunda visita do Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva a Itajaí no último dia 17 de março, contou com a presença de diversas autoridades, políticos, porém com pouca participação da comunidade. Antes de participar do batismo da embarcação pesqueira Paulo Cantídio, da empresa Rio Pesca, a primeira parada foi no molhe de Itajaí. Na ocasião, o Presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm entregou em mãos ao Presidente Lula o troféu da entidade que simboliza um peixe e uma carta de reivindicações em nome dos trabalhadores da Pesca. Debaixo de um sol escaldante, o Presidente conversou pouco com a imprensa.
Por volta das 14h30, Lula acompanhou a cerimônia de batismo da embarcação Paulo Cantídio. O objetivo era comemorar o lançamento da primeira embarcação pesqueira financiada pelo Programa de Renovação da Frota Pesqueira Nacional (Profrota). Para quem acompanhava a cerimônia, a dúvida: “Como apresentar o primeiro barco do Programa de crédito lançado pela SEAP/PR, se o dinheiro ainda não tinha sido liberado para a construção da embarcação?” A construção do atuneiro, até o momento do batismo, foi financiada com recursos próprios da proprietária e madrinha da embarcação, a armadora Maria de Fátima. Entre as barreiras estão a
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como sonar, rádio SSB, rádio VHF, burocratização e as condições para com sonda, radares e outros financiamento que atendam as equipamentos modernos. A capacidade exigências do BNDES, Banco Nacional efetiva de pesca é de 180 toneladas e de Desenvolvimento Econômico e congelamento de 40 toneladas/dia. O Social, gestor do Fundo da Marinha período de permanência em alto mar Mercante. Para a empresária o batismo da embarcação com a presença do Presidente é inédito na pesca. “Nunca tivemos a presença de um Presidente e a coragem do empresário em investir no setor”. Mesmo sem o dinheiro liberado, a armadora acredita que o Profrota é uma realidade. “Não vamos sentar e esperar que eles venham resolver o problema, temos que fazer acontecer”, opina. Mesmo que os contemplados no primeiro edital do Programa Presidente Lula com o prefeito Profrota, em Santa Catarina, de Itajaí Volnei Morastoni ainda não tenham recebido o dinheiro para a construção das é de aproximadamente 30 dias. A embarcações, não há como negar a embarcação é provida de 12 tinas, satisfação dos armadores em apreciar com média de 14 toneladas cada. O uma embarcação moderna, com alta atuneiro faz toda a parte de tecnologia. O barco pesqueiro Paulo congelamento do atum, ou seja, o Cantídio, avaliado em seis milhões e peixe é capturado e congelado no setecentos mil reais, foi fabricado pelo porão, acondicionado em tinas, estaleiro TWB, de Navegantes. através de um sistema de salmoura, Uma embarcação de pesca sistema de frio complexo, com 2 oceânica, com cerca de 35 metros de compressores de 75 hp. O projeto do comprimento, feita em aço e barco foi realizado por engenheiros desenvolvida para a captura de atum, navais brasileiros. com os melhores equipamentos de “Buscamos uma embarcação com comunicação viáveis para navegação
potência maior no motor e de deslocamento, mais ágil e econômica, contribuindo para um custo menor de produção”, comemora Maria de Fátima. Com essa embarcação, a empresa Rio Pesca soma três atuneiros na frota, além de um barco que captura sardinha.
Bastidores Durante o evento, nossa equipe de reportagem indagou ao setor qual pedido faria ao Presidente Lula. Confira as respostas.
Armadora Maria de Fátima: Hoje temos um endereço, a SEAP. Pelo menos é um caminho para buscar apoio, o setor tem que se unir, saber que existe essa casa e exigir da Secretaria. Hoje pesquisas mostram que nós temos uma capacidade de 100 mil toneladas/ano de exploração na pesca de atum, porém capturamos cerca de 25 mil toneladas. Temos muito espaço para explorar e só podemos explorar com embarcações como esta. Se não ocuparmos esta zona exclusiva que temos, alguém vai ocupar por nós, ou seja, temos que ter mais embarcações como o Paulo Cantídio, para ocupar a nossa área e com a nossa bandeira.
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Visita do Presidente a Itajaí Empresário Attilio Leardini: Peço que a SEAP seja transformada em Ministério e que nós tenhamos um Ministro da SEAP que seja da pesca e de Itajaí. Além disso, reverter o preço do óleo diesel marítimo nos padrões do preço internacional e com isenção de impostos nos eletrônicos, nas redes e equipamentos para as indústrias de pesca. E tudo o que fosse para importar, tivesse isenção de imposto, como no Uruguai e na Argentina. Só queremos igualdade.
muito inseguro, precisaria de uma política mais detalhada e definida para que possamos seguir e dar continuidade ao setor pesqueiro que realmente precisa.
Evaldo Kowalsky: Reduzir imediatamente o preço do óleo diesel marítimo.
Empresário José Carlos Ferreira da FEMEPE: Pediria mais poder de decisão para a Secretária da pesca, que ela fosse transformada em Ministério.
Empresário Manoel Calvo: O Brasil deveria ter menos burocracia para descarregar o pescado. Na Europa o processo é bem mais rápido, menos papéis para a liberação de um contêiner. O potencial do Brasil é imenso, principalmente na pesca. A Espanha não tem a riqueza do Brasil na quantidade de peixes, porém as embarcações são bem maiores, atingindo distâncias grandes para captura. Como exemplo, o tamanho médio de um atuneiro na Espanha é de 96 metros de comprimento, com capacidade de captura de aproximadamente duas mil toneladas de atum por viagem. Estamos num país cheio de possibilidades e crescimento, mas faltam pesquisas. As pesquisas têm que fazer parte do dia-a-dia dos Ministérios. Apenas 20% das espécies que moram no mar estão descobertas, 80% ainda estão por descobrir, ainda não conhecemos toda a riqueza do mar. Armador Jorge Seif: Pediria para rever esta política pesqueira porque hoje estamos numa dúvida muito grande, não sabemos há quem obedecer: ao IBAMA ou a SEAP. Eu, como armador de pesca me sinto 20 REVISTA SINDIPI
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Armador Antônio Faustino: Para a pesca do atum se desenvolver no Brasil a passos largos a União Européia precisa olhar pelo Brasil com olhos especiais e não cobrar 24% para importar atum brasileiro manufaturado.
Empresário Edson Beltrão: Uma fiscalização eficiente, nada mais do que isso. Encarregado de barco Cadu Villaça: Que eles tomem decisões técnicas e não políticas. Acho que a SEAP está muito politizada. Armador Wanderlei Antônio: Financiamentos de longo prazo e juros bem acessíveis para construção de câmaras frigoríficas, barcos e equipamentos gerais de pesca.
20 de patrimônio, é impossível que pequenos armadores sejam beneficiados com o Profrota. Armador Geraldo Felipe da Silva: Que o Presidente continuasse olhando com bons olhos o setor pesqueiro. O governo criou a SEAP, Profrota, mas o setor tem que crescer muito, a nossa costa é muito grande e a gente explora pouquíssimo. Sou um dos beneficiados do Profrota. Temos uma zona pesqueira acima de 200 milhas para explorar, mas há muitos barcos de fora que vêm pescar aqui, ou seja, um recurso que é nosso e a gente não explora, portanto o governo tinha que incentivar melhor a nossa embarcação, com informatização, mais tecnologia, embarcações maiores e mais modernas. A embarcação que vou fazer é uma embarcação moderníssima, um motor importado, toda informatizada, vai contar com 28 tripulantes, mais um observador de bordo, de acordo com que o regulamento do Profrota requer. O futuro é esse: mais embarcações modernas para explorar uma costa que é nossa. Estamos apostando, mesmo sem o dinheiro do Profrota. Em minha opinião o processo de liberação de dinheiro é normal para que seja realizada uma transição segura. Armador Giovanni Perciavalle: Sou um dos contemplados no primeiro edital do Profrota. Peço que libere o dinheiro mais rápido do Profrota.
Armador Rodolfo Weiss: Subsidiar insumos, redes, todo equipamento de pesca que hoje o custo é altíssimo. Precisamos ter equipamentos para ter uma boa produção. O Presidente teria que olhar com mais carinho o valor do combustível e dos impostos.
Empresário e Vice – presidente do SINDIPI, Dario Luiz Vitali: Incluir o peixe na cesta básica.
Armador Idalicio Alves Filho: Que o Presidente pudesse usar o coração dele e implementasse financiamento para pequenos armadores. Porque fazer empréstimo de três milhões para ter que entregar
Empresário Mauro Ballestero – Pepsico: Abaixar os impostos em geral. Devido à alta carga tributária, muitas vezes perdemos a competitividade.
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Moluscos
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Profissionais da saúde debatem normas para
Moluscos
A proposta é comercializar moluscos bivalves nas empresas de pesca
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urante a visita dos fiscais agropecuários do Ministério da Agricultura em Itajaí, profissionais da saúde levantaram um tema polêmico no setor: a regularização do molusco bivalve. Sem normatização, representantes do setor produtivo alegam que empresas clandestinas atuam no setor sem responsabilidade de controle sanitário, prejudicando quem trabalha com qualidade. Diante desta situação, profissionais que trabalham na área da inspeção sanitária nas indústrias pesqueiras abriram a discussão com representantes do Ministério da Agricultura. É notável o potencial da maricultura em Santa Catarina. É
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uma atividade que se tornou comercial a partir de 1990, quando as primeiras fazendas marinhas começaram a ser implantadas. Em Santa Catarina o cultivo de mexilhões e ostras representa cerca de 93% da produção nacional e algo em torno de 7 milhões gerados pela atividade, que gera lucros a partir do segundo ano da atividade. A primeira reunião foi realizada em caráter de emergência, no último dia 21 de março na sede do SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região. Segundo o fiscal federal agropecuário Célio Faulhaber, como diretrizes está sendo analisada a documentação do FDA e as ações de países como Chile para compor a regulamentação. “A DIPES não
aprovará processos de rotulagem que não atendam os pré-requisitos mínimos (segurança de origem; monitoramento e rastreabilidade do produto)”, assegurou. Segundo Faulhaber, nos processos de rotulagem não basta apenas o envio de Croqui de rótulo e descrição do processo de rotulagem, mas devem ser enviados também documentos complementares que mostrem quem é responsável pelo controle das áreas de cultivo, contrato entre as empresas, além de outros documentos complementares. Para buscar uma solução imediata sobre o assunto foi constituído o Grupo de Trabalho Bivalve para normatização e regulamentação do molusco. De acordo com a comissão do Grupo, as propostas discutidas serão encaminhadas para análise do Governo federal.
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As 22 praias do município de Bombinhas, SC, são o maior atrativo da cidade. Os surfistas são freqüentadores assíduos de Mariscal e Quatro Ilhas. Já Zimbros e Canto Grande, por exemplo, lembram quadros da natureza com suas baías pontilhadas de embarcações
A princesa da Costa Esmeralda
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Rogério Pinheiro
ACIMA, Praia do Canto Grande e Mariscal; AO LADO, Morro do Macaco; NA PÁGINA AO LADO, vista aérea de Bombinhas;
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ara quem conhece Santa Catarina não é nenhuma novidade se surpreender com as belezas naturais que o litoral catarinense oferece aos seus visitantes. No entanto, a cada visita, até o mais observador dos turistas não consegue esconder a admiração com uma nova descoberta. Assim é o município de Bombinhas, uma surpresa atrás da outra. A paisagem é formada por uma rica diversidade biológica, composta pela Floresta Atlântica, rios, mangues, dunas, restingas, baía, enseada, rochedos, ilhas e recifes. Bombinhas é hoje um dos principais pontos turísticos de Santa Catarina. Atrai anualmente, na temporada de verão, cerca de 130 mil visitantes, de diversas partes do Brasil e também de alguns países da América do Sul.
Bombinhas está situada na Costa Esmeralda, região que vai de Itapema a Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis. Seus principais balneários ficam numa península recortada, com baías protegidas dos ventos e águas claras que seduzem mergulhadores e velejadores de todas as partes. Nas águas cristalinas da Reserva Marinha do Arvoredo, os mergulhadores observam corais, cardumes de peixes multicoloridos, cetáceos, moluscos e outras espécies da fauna e flora marinhas. Os locais de mergulho mais famosos estão próximos das ilhas do Arvoredo, Galés, Deserta e Calhau de São Pedro. As 22 praias do município são o maior atrativo da cidade. Os surfistas são freqüentadores assíduos de Mariscal e Quatro Ilhas. Já Zimbros e Canto Grande, por exemplo, lembram quadros da natureza com suas baías pontilhadas de embarcações. Bombas e Bombinhas, praias centrais, além da beleza, oferecem a comodidade de um centro comercial e gastronômico amplo e ativo. Todas elas com águas cristalinas. A Praia da Sepultura, rodeada de muito verde, é uma praia deserta e considerada apropriada para o mergulho amador. O mergulho, já está consolidado como uma das atividades mais atraentes do município. Outras menos freqüentadas, mas que não perdem nada em beleza são: a Prainha, de onde partem os barcos para a prática do mergulho e as praias do Embrulho, ABRIL/MAIO
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TURISMO
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ACIMA, trapiche da praia de Bombinhas; AO LADO, Canto Grande, vista da península; NA PÁGINA AO LADO, praia de Bombinhas;
Lagoinha e Biguá, boas para mergulho superficial, apenas com máscara, snorkel e pé-de-pato. O Retiro dos Padres, ou Praia dos Ingleses, é ideal para quem gosta de estar em contato direto com a natureza. O local oferece infraestrutura de camping, restaurantes e cabanas. Para quem prefere curtir banhos tranqüilos em um mar que varia do azul ao verde, o ideal é a pequena Praia do Ribeiro, ou a Praia de Morrinhos, também conhecida pela tranqüilidade de suas águas. Se a idéia é conhecer recantos bucólicos, ainda preservados da influência humana, a escolha tem que ser por Cardoso, Praia da Lagoa, Praia Triste ou Vermelha. Para conhecê-los é preciso enfrentar uma trilha sinuosa no meio da Mata Atlântica. O mar exuberante não presenteia o município somente com belas paisagens. Ele traz também a matériaprima dos principais pratos da culinária local. Uma das principais atividades da população é a pesca artesanal de camarões, peixes e outros frutos do mar, além do cultivo de ostras e moluscos, relevante atividade 24 REVISTA SINDIPI
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para a economia do município. Entre os pratos mais apreciados estão a caldeirada e a moqueca de peixe, além de outros como anchova, camarão, lagosta, siri, lula e polvo. Como outras cidades brasileiras, a cultura de Bombinhas apresenta caráter multidimensional pelas influências e legados das populações pré-coloniais, negras e luso-açorianas, além daquelas trazidas pelos novos habitantes, com suas características étnicas e culturais. Os descendentes dos açorianos que vivem no município mantêm vivas as tradições que preservam a alma da sua cultura. A religiosidade é expressa nas festas do Sagrado Coração de Jesus, de Nossa Senhora dos Navegantes, do terno-de-reis e do boi-de-mamão. E não é só isso. As comidas, as farinhadas, as infusões curativas, as simpatias, as benzedeiras contra o mau-olhado e as histórias de pescadores ainda ecoam costumes passados. Os segredos do artesanato das rendeiras e dos oleiros foram transmitidos por meio das gerações. O sotaque ilhéu do Arquipélago dos Açores e Ilha da Madeira se mantém
vivo no jeito cantado de falar e nas expressões típicas dos nativos. Os paranaenses descobriram aquele refúgio logo em seguida, começaram a freqüentá-lo no verão e alguns por lá se estabeleceram. Mas foi a partir da década de 70 que se deu o início do aumento populacional que acabou transformando a vida do balneário e levando ao sonho da independência. A emancipação veio em 15 de março de 1992 e, quatro anos depois, a população do novo município já contabilizava 5.845 habitantes e, em 2000, 8.700 habitantes. Esse aumento colocava Bombinhas na quarta posição, entre as cidades que mais cresceram naquele período em Santa Catarina. Hoje, a população flutuante, durante a alta temporada de verão, chega a 130 mil pessoas, de acordo com a Secretaria Municipal de Turismo. Esse aumento de turistas por conta de uma maior visibilidade como destino turístico, em âmbito nacional, atraiu investidores interessados em incrementar seus meios de hospedagem. Hoje, Bombinhas dispõe, além de casas para aluguel e
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FOTO DIEGO GONZAGA
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História
pousadas rústicas, diversas pousadas sofisticadas e hotéis confortáveis à beira-mar, inspirados na arquitetura mediterrânea.
Trilhas ecológicas conduzem ao mar O mar de águas transparentes e de rica diversidade biológica é cercado de densas áreas verdes. Isso porque boa parte do município está localizada na Mata Atlântica, com áreas ainda preservadas e intocadas, com trilhas para caminhar e usufruir as paisagens. Aos mais aventureiros, a sugestão é percorrer a trilha Costeira de Zimbros, com início na Praia do
Cantinho, seguindo em direção às praias Deserta, Cardoso, Vermelha e Triste e também à Cachoeira da Praia Triste. É bom saber que a caminhada não é das mais fáceis, mas o passeio vale a pena pela beleza do lugar. Outra dica é a trilha do Parque Municipal do Morro do Macaco, que fica em Canto Grande, cerca de 250 metros de altitude. Do seu cume temse uma visão de 360 graus de toda a península de Bombinhas. Passeio que só pode ser feito a pé. Há ainda trilhas ecológicas no pequeno morro da Praia de Quatro Ilhas, próxima à Praia de Bombinhas, que proporcionam vista ampla da Praia de Mariscal e a trilha da Galheta, que corta extensa área de Mata Atlântica.
O Município de Bombinhas foi criado em 30 de Março de 1992, quando foi desmembrado do Município de Porto Belo, sendo constituído pela área territorial do então Distrito de Bombinhas. A história da sua colonização indica que os açorianos fundaram, em 1817, a Vila de Nova Ericeira, hoje Município de Porto Belo. A origem do nome deve-se ao barulho das ondas que, batendo na areia, lembram o estampido de uma bombinha.
Primeiros turistas Durante a década de 1960 algumas pessoas começaram a se encantar com as belezas naturais do Município de Bombinhas. O primeiro turista foi Leopoldo Zarling, que ia para Bombinhas em busca de paz e pela pescaria. Mais tarde, em 1966, ele construiu a primeira casa de veraneio (Praia da Sepultura), sendo seguido pelos Padres Salesianos, que em 1967 construíram a Casa de Retiros (Praia dos Ingleses). O primeiro loteamento foi feito por Leopoldo Zarling, na localidade então denominada Praia Grande, hoje Praia de Bombas.
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A ARTE DE JOSÉ ESTEVÃO
&O Rei da Viola Muitas vezes nós nem imaginamos que por trás de um grande músico, sempre tem um grande instrumento musical. A arte de fazer um produto que emite som requer muita paciência, sensibilidade e um dom natural. O artesão José Estevão, 76 anos, é reconhecido internacionalmente pela sua maestria em produzir um violão, ou uma viola. O talento em construir instrumentos musicais começou por acaso. O matogrossense Estevão era fotógrafo e logo que se aposentou, em 92, resolveu investir em uma loja de instrumentos musicais em São José do Rio Preto.
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Até que um dia o seu filho quebrou um violão e ele resolveu fazer um instrumento novo, que demorou mais de três meses para ser confeccionado. Estevão conta que o violão ficou tão perfeito que um primo, músico, se encantou com o instrumento. A partir desse momento, a notícia sobre o talento de Estevão se espalhou e vieram as encomendas de violões e violas. O artesão mora em de Navegantes, mas as suas obras de arte percorrem o mundo. Exímio fabricante de instrumentos de cordas, José Estevão hoje é considerado o “Rei da Viola no Brasil”, desde que fabricou violas especialmente para a novela Rei do Gado, da Rede Globo. O profissional já teve instrumentos musicais encomendados por músicos como Sérgio Reis, César e Paulinho, Almir Sater, entre outros. Suas obras de arte atravessaram
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O talento em construir instrumentos musicais começou por acaso
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fronteiras, com encomendas para Europa e Estados Unidos. “Em média eu fabrico três violões por mês, mas com as últimas encomendas, acabei ficando sem estoque. Se os americanos retornarem com mais pedidos, vou ter que trabalhar em dobro” comemora o luthier. Estevão conta com alegria as cartas recebidas de todo o Brasil elogiando seus instrumentos. “A última que recebi foi de um professor de música de Joaçaba”, relata. Ao todo, em 13 anos de carreira, o “Rei da Viola” já fez mais de 470 instrumentos musicais, entre violas, violões, rabecas, bandolins e cavaquinhos.
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* Para conhecer a arte dos instrumentos de José Estevão, entre em contato pelo telefone: (47) 3319-4971
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MEMÓRIAS DA PESCA
Resgate histórico FOTOS DIVULGAÇÃO
O Concurso “Memórias da Pesca” premiou sete categorias
A indústria Vitalmar Pescados
O mar como retrato da natureza
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m fato, uma paisagem, cenas que retratam a pesca em Itajaí e fazem reviver na memória momentos importantes no cenário pesqueiro, já são um grande presente para a história da cidade. A SEPESCA, Secretaria de Aqüicultura e Pesca de Itajaí com o apoio do SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região proporcionaram com o projeto “Memórias da Pesca” um resgate histórico. Foram mais de cinco mil fotografias recebidas e selecionadas 70 imagens para exposição fotográfica. No último dia 10 de março sete imagens foram premiadas. O concurso foi dividido em sete categorias e os vencedores foram: Na categoria “Personagens”, o prêmio foi para a empresária e armadora Maria Terezinha de Souza. A melhor fotografia de “Catástrofe”, com o armador Rodolfo Weiss. A empresária Ilza Maria da Silva é a responsável pela melhor imagem de “Estaleiro”. O armador Wilson Cabral venceu a categoria “Embarcações”. A categoria “Paisagem” teve como ganhador o pescador Fernando Xavier de Maria. O mestre de barco Osvaldo dos Santos levou o prêmio com a melhor imagem retratando “Atividades” e na categoria Indústria o vencedor foi o empresário Dario Luiz Vitali. O vencedor de cada uma das sete categorias recebeu como prêmio uma bicicleta. O armador Rodolfo Weiss 28 REVISTA SINDIPI
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A embarcação Verde Vale que teve a popa destruída em 1976
Foto do navio doou a bicicleta para a Rede carregador Triunfo Feminina de Combate ao em 1940, Câncer. 1º cargueiro A próxima etapa é construído em Itajaí escolher as imagens que farão parte do livro sobre a história da pesca em Itajaí, que será lançado pela Editora Maria do Cais, da Fundação Genésio Miranda Lins. De acordo com a SEPESCA, os A beleza das avaliadores tiveram um trabalho embarcações árduo para eleger as melhores no Rio imagens. Além de participantes da Itajaí- Açu Secretaria, participaram da escolha, integrantes da FGML, Fundação Genésio Miranda Lins, da SECOM, Secretaria de Comunicação Social, do SINDIPI, Sindicato das Indústrias da Pesca de Itajaí e do SITRAPESCA, Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Pesca de Santa Catarina. 40 toneladas de corvina capturadas em um único lance com rede de malha Pedro Celso e Dona Apolônia ao receberem a homenagem nas embarcações do estaleiro Abilio Souza
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Dia do trabalhador Uma imagem que mostra a força dos trabalhadores do mar
Confira a história, comemorações e fatos curiosos comemorados no dia 1º de Maio
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A origem da data
trabalhista N
a maioria dos países industrializados, em 1º de Maio comemora-se o Dia do Trabalho. Desde o final do século XIX, a data é uma homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram enforcados em Chicago (EUA), em 1886. No Brasil, a data é comemorada desde 1895 e tornou-se feriado nacional em setembro de 1925, por um decreto do presidente Artur Bernardes.
As comemorações no Brasil No Brasil, as comemorações do 1º de Maio também estão relacionadas à luta pela redução da jornada de trabalho. A primeira celebração dessa data de que se tem registro, ocorreu em Santos, em 1895,
por iniciativa do Centro Socialista, entidade fundada em 1889 por militantes políticos como Silvério Fontes, Sóter Araújo e Carlos Escobar. A data foi consolidada como o Dia dos Trabalhadores em 1925, quando o presidente Artur Bernardes baixou um decreto instituindo o 1º de Maio como feriado nacional. Com Getúlio Vargas – que governou o Brasil como chefe revolucionário e ditador por 15 anos, e como presidente eleito por mais quatro – o 1º de Maio ganhou status de “dia oficial” do trabalho. Vargas criou o Ministério do Trabalho, promoveu uma política de atrelamento dos sindicatos ao Estado, regulamentou o trabalho da mulher e do menor, promulgou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo o direito às férias e aposentadoria.
Coincidências do 1º de maio Há 2.000 anos, os romanos realizavam no dia 1º de Maio rituais para as deusas Flora e Maia, seres femininos relacionados às flores e aos cereais. As cerimônias anunciavam a chegada da primavera na Europa. Nem mesmo os escravos trabalhavam nesse dia. No século XIX, os Estados norte-americanos de Nova York e Pensilvânia celebravam o Moving Day em 1º de Maio. Era o dia em que se comemorava os contratos de trabalho entre patrões e empregados. Fonte: www.ofelia.com.br e www.nea.fe.usp.br ABRIL/MAIO
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Linha azul
Menos burocracia Programa da Receita Federal possibilita aos exportadores e importadores reduzirem custos com logística e estoques uantas empresas esbarram na burocracia da exportação ou importação de produtos brasileiros. Tempo para empreendedores significa dinheiro. As indústrias pesqueiras estão aos poucos vislumbrando o mercado internacional. As grandes enlatadoras fecharam um acordo recentemente com armadores comprometendo-se a importar sem prejudicar a produção nacional. Cerca de 20 indústrias pesqueiras da região do Vale do Itajaí que exportam para União Européia recebem, a cada dia, mais pedidos de pescados para exportação. Com a gripe aviária, as encomendas aumentaram cerca de 20% em relação ao ano passado. Um mercado promissor que, com a atual situação do câmbio, as empresas dependem de investimentos no setor e de criatividade para agregar valor ao pescado, e acima de tudo, paciência para enfrentar todas as etapas exigidas nas operações de exportação ou importação. A Receita Federal lançou um programa para minimizar a burocracia das empresas que operam no mercado internacional. É a Linha Azul, uma espécie de acordo de bons modos entre as partes envolvidas, onde as empresas que se cadastram 30 REVISTA SINDIPI
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na Linha Azul se comprometem a regularizar seus débitos fiscais, similares e manter os controles adequados em seus processos, e a Receita Federal se compromete a agilizar e melhorar o trâmite de importação e exportação na Aduana para quem está cadastrado na Linha Azul. O programa existe há mais de cinco anos, mas foi recentemente reformulado como resultado de um grupo de trabalho formado em 2004 pela COANA – Coordenação Geral de Administração Aduaneira. De acordo com a legislação, a SRF, Secretaria da Receita Federal é a responsável pelo controle aduaneiro, para fins de cumprimento da legislação tributária, administrativa e cambial; bem como para garantir a atuação das autoridades de controle sanitário, ambiental e de segurança pública e, ainda, o adequado transporte e armazenagem de mercadorias no comércio exterior. De acordo com o delegado da Receita Federal de Itajaí,
Jackson Corbari, a Linha Azul, ou Despacho Aduaneiro Expresso, foi idealizada para os exportadores e/ou importadores que demonstrem atender a requisitos mínimos de operação no comércio exterior, de organização e de confiabilidade para o controle aduaneiro. “O controle aduaneiro é acima de tudo uma relação de confiança, se você confia no operador, pode dar certas liberdades. No caso da Linha Azul as empresas precisam ter determinadas condições especiais e estão sujeitas a uma auditoria periódica”. A agilização nos procedimentos aduaneiros possibilita que os exportadores e importadores reduzam seus custos com logística e estoques e, conseqüentemente, se tornem mais competitivos no mercado global. Ou seja, as empresas que atendem os requisitos necessários e se habilitam voluntariamente a operar na Linha Azul têm as suas operações de importação, exportação e trânsito aduaneiro direcionadas. “Se a empresa cumpre determinadas funções, ela passa a ter um tratamento preferencial, indo ao canal verde, ou seja, a mercadoria não é conferida”, relata. Os outros procedimentos adotados pela Receita são: o sinal amarelo, onde se confere apenas a mercadoria e não a documentação e o canal vermelho, no qual são checados os documentos e a mercadoria. “No caso da Linha Azul, a empresa
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preferencialmente pega o canal verde, os despachos têm prioridade sob os demais e dificilmente a empresa irá para o canal vermelho, só em caso de denúncia ou uma fraude”, explica. Um exemplo prático. De acordo com o delegado, com a queda do dólar, têm aumentado as importações de congelados. “Se uma indústria pesqueira for fazer uma exportação de côngrio, e fizer parte da Linha Azul, não será realizada a verificação física da mercadoria” exemplifica. Caso pegar um canal vermelho da exportação, primeiro precisa registrar a declaração de exportação, posicionar o contêiner e abrí-lo para conferência. A Receita geralmente agenda a conferência com dois dias de antecedência, o grande problema é o posicionamento do contêiner porque nem sempre o terminal tem espaço e disponibilidade para conferência. “A conferência é rápida, mas há situações que demoram cerca de oito dias só para posicionar o contêiner. Sem esse procedimento, evita que o produto perca o embarque e que diminua sensivelmente o custo quando a mercadoria entra no Porto, como a armazenagem e movimentação. A atuação da SRF no controle aduaneiro visa garantir a segurança da economia e da sociedade brasileira, assim como um comércio
internacional seguro, legítimo e confiável. Tudo isso, de maneira racional, transparente e eficiente, conciliando a segurança do comércio internacional com a facilitação comercial. A SRF reconhece que os exportadores e/ou importadores atuam com volumes e valores distintos, com diferentes padrões de tecnologia da informação e sistemas de segurança. Tais diferenças resultam por influenciar no cumprimento da legislação tributária aduaneira. Segundo o delegado federal, entre as exigências estabelecidas em lei para participar do Programa estão: o volume de exportações e importações que precisam ser acima de 10 milhões de dólares. O regime segue a orientação internacional de Operadores Econômicos Autorizados (OEA), ou seja, de credenciamento de operadores legítimos e confiáveis para operar no comércio exterior com menores entraves nas suas transações de comércio exterior. O primeiro passo para se habilitar ao regime é estar dentro dos requisitos da legislação, como na Instrução Normativa SRF nº 476/04 e avaliar se a Linha Azul se aplica à empresa e as suas operações comerciais. É importante também a leitura atenta do Ato Declatório Executivo COANA nº 06/05.
A empresa habilitada à Linha Azul será submetida a monitoramento regular do cumprimento de suas obrigações tributárias e aduaneiras. Ela deverá manter, permanentemente, as condições de habilitação ao regime e, entre outros, garantir o acesso direto e irrestrito da fiscalização aos seus sistemas informatizados de controle. E a cada dois anos, a empresa deverá providenciar nova auditoria que demonstre a manutenção da qualidade de seus controles internos. Segundo o delegado, o Programa Linha Azul desde que foi implantado passou por diversas alterações. “Antes as normas do Linha Azul eram muito mais restritas, os recintos tinham que ter determinadas condições de porte, equipamentos, hoje em dia a responsabilidade é da empresa”, cita. Segundo informações da Receita Federal de Itajaí, ainda não há empresas na região que aderiram a Linha Azul. “Aos poucos as empresas vão aderindo ao sistema e a Receita avaliando as normas e adaptando-as. Acredito que a primeira grande mudança na legislação é enquadrar as empresas que optaram pelo lucro presumido, ao contrário do atualmente estabelecido, que é o lucro real”, opina. “A Linha Azul garante um fluxo mais contínuo, sem barreiras”, argumenta Corbari.
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Meio ambiente
Arrastão de arraias manta em Arraial O que seria uma operação de mergulho corriqueira tornou-se um “momento adrenalina” para a turma de mergulhadores da mineira Mar a Mar
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FOTOS RAPHAEL FERRAZ
s profissionais da Mar a Mar, Dive Center PDIC (Professional Diving Instructors Corporation), presente em Arraial do Cabo, conferiu um incrível arrastão de arraias jamanta (ou manta, como também são conhecidas) no ponto de mergulho chamado Oratório. O grupo composto por alunos em fase de finalização de cursos como Básico, Avançado e Nitrox presenciou, impávido, a passagem de mais de 40 indivíduos de uma das espécies mais bonitas e raras de serem contempladas: “O jeito foi ajoelhar e assistir à procissão passar”, conta Paula Loque, instrutora PDIC da Mar a Mar que acrescenta: “Tinha gente chorando, rindo, gente que não acreditou. Enfim, esta vai ficar na história”. E que história. “Estávamos a 8 metros de profundidade apenas, e já éramos premiados com uma água repleta de vida com 22ºC e 15 a 20 metros de visibilidade em média, quando avistamos essa verdadeira dádiva de Deus”, conta Sonílton Alves, também proprietário e instrutor PDIC da Mar a Mar presente na operação. O fato só reforça a imprevisibilidade do mergulho e a espontânea beleza 32 REVISTA SINDIPI
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que pode oferecer aos praticantes, exatamente por lidar com um tema tão atraente: a natureza em sua continuidade mais natural e o nosso
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simples testemunho contemplativo da vida em seus mais diversificados e belos momentos. O mergulho já proporcionou outros grandes momentos em águas dos mais diversos lugares no Brasil. Encontros entre o ser humano e o exótico mundo subaquático, registrados por quem os presenciou de perto. Grupos de arraias manta presentes em Laje de Santos (SP); tubarões Baleia em Arraial do Cabo (RJ) – sendo inclusive considerado um reconhecido ponto de passagem periodicamente desses incríveis seres; meros em Santa Catarina; e até baleias orca também nas águas de Arraial. Por tudo isso quando for agendar seu próximo mergulho, lembre-se: você poderá ser o próximo a testemunhar um desses inusitados encontros.
Em 2006 PDIC preside o Conselho Mundial do WRSTC O WRSTC (World Recreational Scuba Training Council), órgão que desenvolve os padrões internacionais mínimos do ensino de mergulho, escolheu o conselho que irá representar e discutir as normas da atividade subaquática durante o ano de 2006. A instituição atua em importante trabalho fazendo com que todas as certificadoras mundiais obedeçam a um padrão mínimo de treinamento e, conseqüentemente, tenham seus certificados reconhecidos. Graça a essa preocupação o mergulho é atualmente o único esporte de aventura que possui Normas ISO de qualidade, trazendo, inclusive, implicações como a responsabilidade civil, por exemplo. Tudo isso traz confiabilidade para a indústria do mergulho, homogeneizando minimamente a maneira como se ensina mergulho no mundo todo. Para mais informações do WRSTC, acesse o site: www.wrstc.com
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Responsabilidade social
JOGOS
Paradesportivos
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A entidade Clube Roda Solta incentiva esportes para deficientes físicos
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entidade pública Associação Desportiva Para Portadores de Deficiência Física, conhecida como Clube Roda Solta de Itajaí completa em 2006 seis anos de funcionamento. A proposta do grupo é ter voz ativa para exigir os direitos e discutir o papel do deficiente físico na sociedade. O esporte é considerado o ponto forte da entidade que promove, constantemente, a prática desportiva entre os portadores
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de necessidades especiais. Para comemorar os três anos de fundação, a entidade promoveu, em Itajaí, os XI Jogos Regionais Paradesportivos. O evento foi realizado entre os dias 30 de março e 02 de abril de 2006, com a participação de 200 atletas de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Os atletas disputaram as modalidades de atletismo, halterofilismo, natação, tênis de mesa, tiro, esgrima, bocha e polibate. De acordo com o presidente do Clube, Jean Reinert, apesar de não ter sido apoiada pelo Governo Federal, a competição é uma ótima oportunidade para os para-atletas porque a edição é eliminatória para os jogos mundiais. “Nos três Estados, Itajaí é quem tem mais facilidade para sediar os jogos, pois está no centro geográfico da região. Nós temos uma
infra-estrutura razoável, mas vamos melhorá-la e pretendemos trazer os jogos novamente no ano que vem”, afirmou. Segundo Reinert, a realização do evento visa despertar vários segmentos da sociedade. “Queremos conquistar acessos e a quebra de barreiras que têm limitado as pessoas com necessidades especiais de levar uma vida normal”, explica. As barreiras arquitetônicas são citadas como um grande empecilho do direito de ir e vir. “Todos são capazes de romper paradigmas e criar novos ideais, tornando-se um atleta de alto índice técnico, capaz de superar suas próprias limitações e as barreiras impostas”, ressalta.
Serviço: Clube Roda Solta Rua Joaquim Falco Uriarte, bairro São Judas, Itajaí/SC Telefone: (47) 99774988 rodasolta@bol.com.br.
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Reivindicação
Frota camaroeira é
Leis publicadas pelo Ministério do Meio Ambiente e interpretações dúbias entre SEAP/PR e IBAMA causaram desconforto no setor
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ing-pong. Este é o nome do jogo que pescadores, armadores e indústrias participam todos os dias. Para entender melhor a partida, a bola é o setor produtivo e nas duas pontas da mesa, o IBAMA e a SEAP/PR. Quando uma nova Instrução Normativa é publicada, o jogo recomeça. A última partida foi a questão do defeso do camarão rosa. De acordo com o Presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm, a situação ficou insustentável. O início desta “partida” surgiu no ano passado quando pescadores artesanais que capturam camarão sete barbas, reivindicaram uma nova data pra o defeso dessa espécie. A mudança foi realizada, fato aplaudido pelo setor industrial. No dia 10 de fevereiro, o IBAMA
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ameaçada de parar
Reunião no IBAMA com os armadores
publicou uma Instrução Normativa proibindo a captura do camarão rosa no período de 01 de março a 31 de maio de 2006, para frota industrial, fato rotineiro e conhecido do setor, mas a portaria também proibia a pesca de peixes diversos, pesca que a frota vinha fazendo ao longo dos anos. A nova regra assustou o setor, já que armadores já tinham investido em redes e cabos. Em reunião realizada na sede do CEPSUL, às véspera do Carnaval, os armadores foram informados que a SEAP precisava emitir licenças provisórias para as embarcações estarem habilitadas a pescar. Como medida emergencial, o SINDIPI encaminhou solicitação à SEAP/PR. A licença chegou, mas com restrições que impossibilitavam a frota
de sair. Apenas um dia antes da chegada do presidente Lula, nova portaria foi publicada. “Essa enxurrada de leis e interpretações afeta a economia e o desenvolvimento da pesca no Estado”, alerta o presidente do SINDIPI, Antônio Carlos Momm. Na avaliação do Presidente, diversas questões de ordenamento pesqueiro precisam ser revistas e discutidas junto com o setor. Como proposta o SINDIPI defende um estudo da classe científica, com o setor pesqueiro, numa ação conjunta para avaliar, com mais exatidão, a captura máxima sustentável para cada espécie, possibilitando o seu manejo e a sua conseqüente conservação, além do controle de licenças de pesca.
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Inspeção Industrial
Indústrias de pesca na mira de auditores da
União Européia O foco será o produto de maior risco, indústrias que exportam maior quantidade de pescados, empresas que já apresentaram alguma irregularidade e o controle de cultivo da matéria prima
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s inspetores do DIPOA – Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal do Ministério da Agricultura – estão realizando desde o início de março um trabalho de prevenção em diversas empresas pesqueiras do Brasil. Em Santa Catarina, a visita durou uma semana. Segundo o representante da DIPES – Divisão de Inspeção de
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Pescado, Lucio Akio Kikuchi, além da orientação às empresas sobre aspectos sanitários e normas da legislação, a ação tem por objetivo alertar as empresas de pesca sobre a vinda dos inspetores europeus ao Brasil. “O objetivo da inspeção é garantir a continuidade das exportações e manter a credibilidade do país no exterior”, alerta.
Célio Faulhaber, Cícero Joaquim dos Santos Filho, Lucio Akio Kikuchi e Antônio Fontelles
A missão de auditoria dos inspetores da União Européia estará no Brasil visitando empresas processadoras de pescado e derivadas, que exportam para a comunidade européia. A ação será em junho e
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FOTO DANIELA MAIA
devem participar seis auditores (três portugueses, um italiano, um espanhol e um francês), divididos em três equipes, permanecendo durante duas semanas no País. Todo o grupo de auditores europeus será acompanhado por auditores brasileiros. A pré-fiscalização realizada por inspetores brasileiros pode evitar surpresas desagradáveis. “Quando é realizada a suspensão de uma empresa, para colocar ela novamente na lista de exportadora, a dificuldade é maior. Caso alguma empresa de pesca no Brasil não esteja cumprindo a legislação e apresentar um padrão ineficiente de exportação, todas as empresas de pescado brasileiro poderão ser afetadas, ocorrendo um problema de confiança no Brasil”, ressalta Lucio Akio. Segundo Akio, a pré-fiscalização oferece uma oportunidade para que as empresas que apresentarem alguma
irregularidade, se adequem à legislação num prazo que oscila entre 30 a 60 dias. De acordo com o Ministério, os auditores europeus certamente visitarão as empresas de Itajaí. “Santa Catarina tem uma representatividade grande no mercado da pesca, é um grande potencial no Estado”, revela o fiscal federal agropecuário, Célio Faulhaber. Segundo o SINDIPI, Sindicato das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região, em Santa Catarina há cerca de 20 empresas que exportam peixe para a União Européia. Conforme as estatísticas tabuladas do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, em 2005 Santa Catarina exportou cerca de três mil toneladas de peixe para os países da União Européia. A Espanha é o país do grupo que mais importa peixe de Santa Catarina, mais de 40% do pescado. Na região do Vale do Itajaí concentra-se o maior número de
indústrias do Estado. Para estar na lista de empresas exportadoras, há uma legislação rígida que exige diversos itens de qualidade total. Na avaliação do coordenador da Câmara Setorial do SINDIPI, Dario Luiz Vitali, as empresas da região estão apostando em novas idéias para agregar valor ao produto exportado. “Estamos investindo em qualidade, produtos diferenciados, em alta tecnologia e ações que valorizem o profissional”, destaca. Vitali argumenta que a visita dos auditores do Ministério da Agricultura foi essencial para esclarecer dúvidas e trazer orientações. “A nossa proposta também é lançar o selo de qualidade do pescado catarinense e ações como esta contribuem para o projeto”, ressalta. Serviço: Dúvidas no: DIPES-DIPOA/MMA pelos telefones: (61) 3218-2775 e 3218-2778.
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FOTO JOÃO SOUZA
Crédito pesqueiro
Claudionor Gonçalves (*)
Agentes financeiros precisam ser mais participativos no desenvolvimento do setor pesqueiro
O setor pesqueiro é constituído na sua grande maioria por armadores – pessoa física, enquadrados como “Produtor Rural” uma vez que o peixe é considerado para efeito de legislação, um produto agropecuário. Como ainda não existe o Ministério da Pesca, fica o peixe e o pescado em geral à mercê das normas emanadas pelo Ministério da Agricultura. Por enquanto por incrível que pareça o mar é considerado área rural. E assim, fica claro a dificuldade de se obter uma linha de crédito que atenda a demanda de investimentos da pesca oceânica industrial, seja de pequeno, médio ou grande porte, uma vez que disputamos os recursos do crédito rural com os plantadores de soja, milho, algodão, cana, etc., e sem dúvida que por ordem de prioridade os recursos vão para quem produz
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e não para quem captura. Por isso só, o fato da pesca ser uma atividade extrativista, já leva desvantagem na análise de viabilidade das propostas de financiamento. Em nossas peregrinações (SEPESCA/SINDIPI) aos agentes financeiros em busca de abertura de linhas de crédito para o setor pesqueiro é comum ouvir depoimentos demonstrando dúvidas quanto a viabilidade financeira da atividade para sustentar uma operação de médio ou longo prazo, tendo em vista a tendência de escassez dos estoques pesqueiros. Outra barreira encontrada, junto aos agentes financeiros, é o conceito negativo que ainda existe em função da inadimplência de algumas empresas que utilizaram financiamentos. Embora já tenham se passado algumas décadas, ainda se avalia negativamente os resultados da aplicação inadequada do crédito sem o devido acompanhamento, e sem uma análise mais criteriosa, principalmente no aspecto da comercialização, considerando a sazonalidade dos produtos de pesca. O manual de crédito rural do Banco Central é quem define as regras de financiamentos tanto na agropecuária como na agroindústria. Cabe aos agentes financeiros a operacionalização para a aplicação do crédito dentro das diretrizes estabelecidas pelo Banco Central. Já comentamos em artigo anterior sobre a linha de crédito de Custeio Pecuário Tradicional, onde a pesca esta inserida com a exigência do armador ser associado de cooperativa.
Não fosse esta exigência absurda, o crédito de custeio atenderia grande parcela do setor pesqueiro com financiamento para aquisição de materiais para captura do pescado com até dois anos de prazo e juros de 8,75% ao ano. Para investimento não há linha de Crédito Rural que atenda o setor da pesca industrial com exceção dos recursos disponibilizados em Feiras ou Exposições. Fora do Crédito Rural existem linhas de crédito que apóiam o desenvolvimento de diversos setores, entre eles a aqüicultura. É o caso do PRODEAGRO – Programa de Desenvolvimento do Agronegócio que o BNDES atende através das instituições financeiras credenciadas. É um programa, para produtores rurais, com objetivo de financiar investimentos fixos e semi-fixos. A pesca só não esta incluída neste programa do BNDES a exemplo da aqüicultura, porque são poucas as entidades representativas dos nossos armadores que se mobilizam para comparecer, solicitar e justificar junto ao agente financeiro a necessidade do crédito como alavanca de desenvolvimento, através da modernização tecnológica e o conseqüente aumento da produtividade com melhoria da qualidade. É preciso dar maior agilidade à CEDERURAL – Câmara Setorial da Pesca do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural, para que haja mais participação dos agentes financeiros no desenvolvimento do setor pesqueiro. * Claudionor Gonçalves Engenheiro Agrônomo Msc, Sec. de Aqüicultura e Pesca de Itajaí Diretor de Desenv. e Planejamento diretor_sepesca@itajai.com.br
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Indústria Naval
feira de Navalshore Areferência da FOTO GUTO NUNES
indústria naval brasileira A
III Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore será realizada de 31 de maio a 02 de junho de 2006, nos Armazéns 05 e 06 do Porto do Rio de Janeiro. O evento é uma iniciativa da Revista Portos e Navios em promover a Navalshore: “Com 48 anos de existência, a Revista tem uma grande responsabilidade com o setor. E com a Feira, cumpre seu papel de contribuir para o desenvolvimento do setor aqüaviário”, afirma Marcos Godoy Perez, diretor da Navalshore. De acordo com o Diretor, a participação do setor pesqueiro é primordial. “A Navalshore é a Feira de referência da indústria naval no Brasil. Por isso, a indústria pesqueira não pode ficar de fora. Ainda mais neste
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momento em que o Profrota está começando a sair do papel. A Feira tem total identificação com o setor pesqueiro”, conclui Perez. Ao longo das duas primeiras edições, a Navalshore destacou-se como ponto de encontro das empresas relacionadas à atividade de construção, reparo e manutenção de navios e à indústria offshore. Outra característica marcante da Navalshore é o seu foco preciso: a Feira foi idealizada para reunir clientes e fornecedores da indústria naval. Na versão de 2005, a Navalshore ampliou o teor de sua Conferência, inserindo nos debates o universo das empresas de navegação – o outro elo dessa indústria, ao lado da indústria de exploração de petróleo no mar.
São assuntos pertinentes à Conferência a navegação de longo curso e cabotagem, apoios marítimo e portuário e navegação interior. A primeira Navalshore, realizada no Armazém 6 do Porto do Rio de Janeiro, reuniu 95 expositores em 113 estandes distribuídos em 1.125 metros quadrados. A área total ocupada, incluindo praça de alimentação e o auditório especialmente construído, somou 3,5 mil metros quadrados. Durante os três dias de sua realização, a Feira recebeu a visita de cerca de 6,2 mil pessoas.
Para mais informações sobre a Navalshore, acesse o site www.navalshore.com.br
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Culinária
Badejo flambado com cachaça e purê de banana-da-terra Um peixe do nosso mar, nobre e saboroso. Uma receita com ingredientes brasileiros, elaborada especialmente para a edição do SINDIPI pela Chef Internacional Cacilda Vogel
1 litro de água 1 cebola picada grosseiramente 3 dentes de alho amassados ½ pimentão vermelho ou verde 1 pimenta dedo-de-moça s/ sementes 5 folhas de manjericão 2 folhas de alfavaca 5 cebolinhas verdes, c/ a parte branca 5 colheres (sopa) de salsinha picada 1 raminho de tomilho 1 colher (sopa) de sal 5 pimentas-do-reino inteiras
Para o purê de banana-da-terra: 2 unidades banana-da-terra 50 ml de leite quente
Coloque numa panela, todos os ingredientes para saborizar o badejo. Deixe ferver uns 20 minutos, para acentuar o sabor. Depois de passados os 20 minutos, coloque o badejo neste caldo e ferva por 5 minutos. Desligue o fogo e deixe o badejo descansar neste caldo por 15 minutos. Enquanto isto, lave as bananas e corte as extremidades, mantendo a casca. Coloque as bananas numa panela e cubra com água. ABRIL/MAIO
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Leve ao fogo alto por mais ou menos 20 minutos, ou até ficarem macias. Escorra as bananas e descasque-as. No liquidificador, bata as bananas ainda quentes e o leite fervido até obter um purê. Reserve. Passados os 15 minutos, retire o badejo do caldo, com uma escumadeira. Numa frigideira coloque a manteiga e frite levemente o badejo dos dois lados. Acrescente a cachaça e flambe. Na frigideira, acrescente o suco de limão e deixe reduzir um pouco.
Montagem do prato
Modo de peparar
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FOTO MARCELLO SOKAL
Ingredientes para saborear o badejo:
Num prato, coloque o purê de banana num aro, e do lado coloque o badejo. Coloque por cima o molho de cachaça e limão. Enfeite com pimentão vermelho cortado em cubinhos e passados na manteiga e com folhas de manjericão. Receita da Chef Internacional Cacilda Vera Vogel Professora do curso de Gastronomia da Univali cldavogel@yahoo.com.br
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Agende-se Confira as novidades de dois eventos: a Seafood Expo em São P Paulo aulo e a Aquafair 2006 em SC A Seafood Expo A Seafood reúne profissionais do segmento, distribuidores e fornecedores da cadeia produtiva de pesca, aqüicultura e frutos do mar. O Congresso Seafood trará várias novidades e tendências do mercado Seafood do Brasil e do exterior. Em sessões que se realizarão durante os três dias da feira, o congresso apresentará o V ENEPA, Encontro Nacional dos Empresários de Pesca e da Aqüicultura, com o tema “Panorama Atual, Desafios e Rumos da Pesca e da Aqüicultura”. O Grupo de Interesse em Pescado apresentará em seu concorrido workshop o tema “Inovações Tecnológicas e Valor Agregado na Tecnologia do Pescado: Pesquisas Brasileiras” e o Simpósio da ABRACOA,
Associação Brasileira dos Criadores de Organismos Aquáticos, abordará o tema “Comercialização de Peixes de Cultivo”. O Congresso Seafood terá, ainda, o 2° Seminário “Maravilhas do Mar”, focado em restaurantes, bares, hotéis e chefs de cozinha. Pela primeira vez no Brasil, acontecerá paralelamente à Seafood Expo o 1º Seafood Latin America Award que premiará o produto mais inovador para o Food Service e o mais inovador para o varejo. Mais informações: VNU Business Media do Brasil – seafood@vnu.com.br, ou pelo telefone: (11) 4613 2019 II AquaFair: diversidade e lucro na produção! SC A II Aquafair – Feira Internacional
de Aquicultura e Pesca, que será realizada em Florianópolis, no Centro de Convenções CentroSul, nos dias 25, 26 e 27 de abril, promete ser um marco na história do setor. O evento ocorre em paralelo à Avesui 2006, feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos. A II Aquafair abrange toda a cadeia da aqüicultura, desde redes para pesca, produção e comercialização de alevinos, empresas de consultoria, empresas certificadoras (ISO 14000 e licenças ambientais), nutrição para peixes, processamento de pescados e outros organismos aquáticos, manejo, sistemas para tanques-rede, produtos veterinários para aqüicultura, entre outros segmentos. Mais informações: www.aquafair.com.br, ou pelo telefone: (11) 2118-3100
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Mensagem
Sábias Respostas...
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O dia mais belo? Hoje A coisa mais fácil? Errar O maior obstáculo? O medo O maior erro? O abandono A raiz de todos os males? O egoísmo A distração mais bela? O trabalho A pior derrota? O desânimo A primeira necessidade? Comunicar-se O maior mistério? A morte O nosso pior defeito? O mau humor O pior sentimento? O rancor O melhor presente? O perdão O bem mais imprescindível? O lar A rota mais rápida? O caminho certo A melhor sensação? A paz interior A maior satisfação? O dever cumprido O que nos torna mais humanos? A dor Os melhores professores? As crianças As pessoas mais necessárias? Os pais A força mais potente do mundo? A fé A mais bela de todas as coisas? O amor Madre Tereza de Calcutá
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