ShaKin' Pop - 1ª edição especial

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assumiu a defensiva e declarou publicamente estar apenas “ciente de que alguns dos integrantes do TVXQ estavam com algumas desavenças com a empresa e chocada dos músicos terem levado esses problemas para os tribunais”. No dia seguinte ao anúncio do processo, os cinco integrantes cumpriram a agendada performance no tradicional festival japonês “A-Nation”. Com o decorrer dos dias, ficavam cada vez mais claras para o público quais eram as “desavenças” do trio contra a SM Entertainment. O que eles protestam No processo enviado a Corte Central do Distrito de Seul, JaeJoong, YooChun e Junsu pediram a anulação do contrato de exclusividade que assinaram em 2003 com a SM Entertainment. Na ocasião, os três cantores tinham 18 anos e não haviam atingido a maioridade legal na Coreia, tendo o contrato sido assinado em acordo com os representantes legais de cada um. Dois meses antes do início do processo, o advogado do trio havia tentado entrar em acordo com a gravadora, para que os problemas contratuais dos cantores fossem resolvidos sem ajuda dos tribunais, mas as tentativas foram em vão e a SM Entertainment permaneceu irredutível. JaeJoong, YooChun e Junsu alegavam no processo que estavam presos a um “contrato escravo” e a abusivas condições de trabalho. O primeiro artigo do contrato já deixa claro que ele é exclusivo, ou seja, que os integrantes devem apenas trabalhar para a SM Entertainment e suas parceiras. A validade do contrato na época da assinatura era de 10 anos, mas até o momento do processo havia sido estendida para 13 anos (cada tempo que os integrantes deixavam de trabalhar por motivos pessoais era adicionado ao prazo de validade do documento). Além disso, os músicos protestavam contra a distribuição de lucros do TVXQ e contra as condições exaustivas de trabalho da gravadora. De acordo com um jornalista investigativo do jornal Joongang Daily, o TVXQ recebia apenas aproximadamente 0,44% das vendas de seus

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TVXQ durante o último show da turnê “The Secret Code”, no estádio Tokyo Dome

discos, quantia que era dividida para os cinco integrantes. De início, o termo “escravo” pareceu um pouco exagerado, mas a medida que os termos do documento iam sendo revelados, o público se convencia do contrário. Ora, se escravidão é definida como um “regime social de sujeição do homem e utilização de sua força para fins econômicos como propriedade privada”, um contrato com tamanhas exigências torna, de fato, o TVXQ uma espécie de “propriedade” da SM Entertainment. Always keep the faith A partir daí, começou uma interminável discussão entre os fãs e a mídia, que debatiam sobre a questão do contrato escravo e sobre quem tinha razão. Os contratos de outras gravadoras entraram em pauta e começou a ser discutida a possibilidade de todos os outros ídolos coreanos estarem sujeitos a contratos como o do TVXQ. A cada dia, a opinião do público ficava dividida entre aqueles que eram contra ou a favor do trio. Grande parte dos fãs do TVXQ, preocupados com o futuro do grupo, começaram uma campanha de apoio aos seus ídolos. Como justificativa, era usada a frase “Always keep the faith” (“sempre mantenha a fé”, em tradução livre), que se tornou um lema para os fãs da


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