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The 2014 Biennial of Naive Artists of Brasil Bienal Naïfs de Brasil 2014 12ª edição | 12th edition | 12ª edición
7 de agosto a 30 de novembro de 2014, Sesc Piracicaba
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Bienal Naïfs do Brasil: 2014 / Serviço Social do Comércio. Administração Regional do Estado de São Paulo; Curadoria de Diógenes Moura. – São Paulo: Sesc São Paulo, 2014. – 248 p. il.: fotografias. Trilíngue (português/inglês/espanhol). ISSN 2178163-X ISBN 978-85-7995-130-5 7 de agosto a 30 de novembro de 2014, Sesc Piracicaba. 1. Arte. 2. Pintura. 3. Naïfs. 4. Catálogo. IV. Bienal Naïfs do Brasil. I. Serviço Social do Comércio. II. Moura, Diógenes. III. Sesc Piracicaba. CDD 750
CONEXÕES A CONSIDERAR Abram Szajman | Presidente do Conselho Regional do Sesc São Paulo
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INTERIOR EXPRESSIVO Danilo Santos de Miranda | Diretor Regional do Sesc São Paulo
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O SANTUÁRIO REFLETIDO NO ESPELHO Diógenes Moura | Curador da Bienal Naïfs do Brasil 2014
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UNIVERSO FASCINANTE, DIVERSO E DESAFIADOR Oscar D’Ambrosio | júri
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A BIENAL NAÏF Valdeck de Garanhuns | júri
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EXPRESSÃO GENUÍNA Kelly Teixeira | júri
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BIENAL NAÏF 2014 – “UMA NOVA RELAÇÃO ENTRE O ARTISTA NAÏF, O SUPORTE E A MATÉRIA” Antonio Santoro Junior | júri
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OBRAS DA EXPOSIÇÃO
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FOTOPINTURAS Coleção Mestre Júlio Santos Coleção Titus Riedl
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O RETRATO DOS ARTISTAS NAÏFS
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ENGLISH VERSION
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TEXTOS EN ESPAÑOL
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CONEXÕES A CONSIDERAR Abram Szajman Presidente do Conselho Regional do Sesc São Paulo
O desenvolvimento tem diversas faces que devem ser pensadas de modo interligado, com vistas a contribuir para uma sociedade menos desigual, já que tal visão permite que fatores econômicos sejam pensados em conexão com questões sociais e culturais. A responsabilidade social dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo origina-se de tal leitura de mundo: ela se expressa não apenas no empenho por cenários dignos na esfera do trabalho, mas também na atenção com outras dimensões que cercam essa esfera. A cultura é uma delas. O Sesc, instituição que mantém uma ação cultural voltada para os trabalhadores do setor do comércio, bem como para estratos mais amplos da sociedade, é uma das expressões desse comprometimento. Entretanto, não se trata de compreender a cultura como descompressão da lógica do trabalho – ao contrário, ela é oportunidade para a ampliação da formação dos cidadãos. A realização da Bienal Naïfs do Brasil está inserida nessa forma de conceber a relação entre classe empresarial e sociedade. Trata-se de uma relação na qual deve estar presente o oferecimento de condições para que as pessoas e coletividades compreendam melhor suas esferas de atuação, nas quais convergem elementos originários da tradição, do presente e do futuro. É a partir dessa compreensão que se pode vislumbrar um enfrentamento coletivo dos dilemas atuais. Aproximar públicos de manifestações culturais ligadas a contextos variados é uma maneira de ocupar o espaço social com qualidade, pois parte da concepção da diversidade como riqueza. Aqui, o contexto em questão refere-se a um Brasil interiorano, nos quais as potencialidades econômicas e culturais desenham uma só realidade, múltipla, que deve ser mais bem conhecida. Cabe, portanto, a instituições dedicadas ao campo da cultura apresentar essa realidade segundo uma perspectiva expandida, permitindo vislumbrar a pluralidade inerente à ideia de desenvolvimento.
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INTERIOR EXPRESSIVO Danilo Santos de Miranda Diretor Regional do Sesc São Paulo
As obras de arte são vistas, há séculos, como se fossem algo mais do que aparentam – como se alguma potência se ocultasse por trás das cores, sons, materiais, signos e temas empenhados. Como consequência, o artista foi sendo, aos poucos, considerado um trabalhador diferente dos demais. Mas onde residiria esse excedente de sentido, se ele não está localizado na presença física da obra? Estaria além da matéria, transcendendo-a? Ou, pelo contrário, seria imanente à materialidade, e o esforço do artista consistiria em fazê-la daí emergir? Não foram poucos os que sugeriram que tal excedente seria a atualização de algo que pré-existiria no artista. De inclinação romântica, tal visão disseminou-se como tentativa de compreender o inefável do fazer artístico. Há aqui a suposição de uma riqueza interior do artista, que se torna acessível por meio de sua prática expressiva. A tese de uma expressividade que provém do interior merece ser explorada. A décima segunda edição da Bienal Naïfs do Brasil é uma oportunidade para isso, já que se trata de uma iniciativa que, há mais de duas décadas, joga luz sobre uma produção cultural ligada ao Brasil profundo. O reconhecimento do valor da arte naïf liga-se à ideia da riqueza cultural do interior do país. Mas o que isso implica?
1 Capítulos de História Colonial, finalizado por Capistrano de Abreu em 1907.
Após a chegada dos portugueses, ou seja, a partir de 1500.
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O historiador cearense Capistrano de Abreu diagnosticara, há mais de um século: “Queixam-se os primeiros cronistas de andarem os contemporâneos arranhando a areia das costas como caranguejos, em vez de atirarem-se ao interior”1. Para o Brasil2, o litoral é algo dado; já em relação ao interior, a situação é diferente: coube conquistá-lo. Afastado por densa natureza e distâncias consideráveis, a noção de interior tornou-se
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materialização do “outro”, habitado por imagens distintas e entrelaçadas: o caipira, o indígena, o sertanejo, o natural, o espontâneo. O interior brasileiro derivou suas peculiaridades, em boa medida, da dificuldade de ser alcançado. Assim, desenvolveu formas próprias de significar o mundo, que operam segundo um tempo específico, marcado pela comunhão entre atividades cotidianas e processos de ritualização. Como avesso da concepção ocidental de arte, a cultura no interior se refere a artistas que não estão destacados do tecido social – seria mais cabível afirmar que eles concentrariam, por meio de suas práticas, os saberes dispersos pela coletividade. O interior geográfico pode servir de metáfora para a subjetividade do artista naïf, arredia a abordagens diretas e que exibe sua riqueza ao se impregnar das coisas do mundo. Se há ingenuidade, como sugere o termo em francês, ela é a denominação dada a uma articulação espontânea entre o “eu” artístico, os conteúdos da vida e as matérias-primas mobilizadas, sem a mediação de conhecimentos institucionalizados. A ausência dessa mediação, identificada como autodidatismo, permitiria um vislumbre imediato da interioridade do artista por meio de suas obras. A aderência do artista aos valores do entorno permite que a revelação de sua interioridade coincida com a explicitação do seu próprio ambiente: o interior. É assim que o imaginário das pequenas cidades brasileiras encontra uma de suas traduções mais expressivas. Desse modo, é emblemático que o curador Diógenes Moura, a partir do tema “O santuário refletido no espelho”, tenha sugerido a justaposição das obras dos artistas naïfs a um conjunto de fotopinturas cearenses, reunindo itens do Mestre Júlio e da coleção Titus Riedl. O entrelaçamento dos artistas naïf com o contexto cultural interiorano adquire novas feições com a proximidade de suas obras às fotopinturas, importante manifestação identitária do Nordeste brasileiro. Simplicidade, tendência à planificação, equilíbrio compositivo e interesse pelas qualidades cromáticas – tais aspectos, comuns a essas expressões, configuram um cenário mais amplo, que é a própria realidade interiorana da qual emergem tais expressões. A arte estabelece toda sorte de relações, dentro do campo ampliado da cultura, com outras formas de dar significado às coisas. A ação cultural do Sesc explora o potencial educativo dessas relações – por vezes harmônicas, por vezes tensas –, já que elas refletem as dinâmicas de rupturas e continuidades da vida social. Nesse contexto, a presente publicação, ao dar forma à memória da exposição realizada no Sesc Piracicaba, reafirma um compromisso com o trato contextualizado da cultura, nos quais as ambivalências não são suprimidas, mas expostas aos indivíduos, cabendo a eles a disposição de investigar ou não suas particularidades.
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JoĂŁo Eudes Fotografia DĂŠcada de 1960 Fotopintura G2 com envelope colado no verso, pastel seco 18 x 24 cm. Fortaleza, CE
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O SANTUÁRIO REFLETIDO NO ESPELHO Diógenes Moura Curador da Bienal Naïfs do Brasil 2014
Uma pintura que vem da alma? Por que dizemos que o que vem da alma pode ser popular num país em que o que temos de mais representativo é a nossa própria cultura, o nosso modo de viver, de se multiplicar entre arte e religiosidade, entre sagrado e profano, com o nosso jeito de olhar e de sentir, dor e prazer? A arte naïf se apropria de um instante – como na fotopintura – para em seguida imortalizá-lo em suas cenas da vida cotidiana, com a representação da vida pública e privada, uma espécie de espelho íntimo onde estarão representados os desejos e as esperanças de ir do ontem e do hoje ao muito além, num universo pictórico (e em outros suportes) onde a forma de ser sofisticado é sendo inesperadamente simples. Trata-se de um ato de perpetuação. Da constatação de um mundo que surge de um interior profundo, com seus personagens sedutores que não são nem eruditos nem tampouco populares, com uma linguagem já definitiva, em alguns momentos até “mental”, mas, na maioria das vezes, provocante. Liberto em sua expressão popular o artista naïf se livra do medo para entregar-se à descoberta de si mesmo. Como na fotopintura: ao entregar um retrato (entre os séculos XVII a XIX, nos Estados Unidos, a pintura primitivista nasceu da tradição dos retratistas amadores) para ser reproduzido da forma em que pensamos ou queremos ser, no ambiente que nos convém, entregamos aos olhos do artista fotopinturista uma parte da nossa existência, para que possamos ser retratados “o mais parecido possível”. Essa interpretação só será completa se houver liberdade e mãos para trabalhar com as ferramentas que buscam os deslizes e acertos da alma. Nem a arte naïf nem a fotopintura – mesmo com traços geográficos distintos – mentem. São híbridos a partir de um imaginário romanceado, uno ou duplicado. São dois tipos de “retratos” de uma mesma vida brasileira que se renovam porque no dia seguinte o que antes era um imenso quintal arborizado hoje já é asfalto, automóveis, motos, aviões.
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Mas haverá sempre um fogão a lenha acesa dentro de uma casa naïf, um maço de ervas para curar o futuro, um casamento cruzando a pracinha de uma cidade mínima, a primeira missa no Brasil, a família com seus dez filhos que dormem até dentro do guarda-roupa, o som da aparelhagem sobre a cabeça do andarilho, o gesto escultórico que rompeu o veio da xilogravura, o beijo na boca entre dois homens que não precisaram “passar” na televisão corroídos pela sinistra e pré-histórica moral da novela das nove: nossos desejos são maiores que suas vontades. Está escrito. Na próxima Bienal Naïfs do Brasil o fogão a lenha será aceso mais uma vez. A nova família poderá aparecer com uma dúzia de filhos. Outra vez a realidade será subvertida. Se há globalização – essa infeliz ideia que conquista os neurônios dos menos favorecidos –, a arte naïf tece nas mãos os limites da insistência: repetimos porque somos assim e não queremos possuir o rosto “do outro”, mesmo se no retrato pintado o pigmento já tenha escorrido para fora das bordas da imagem. Tratase de uma renovação que também poderá ter influências eruditas (espectros do olhar/ inconsciente coletivo?), mas que se torna independente e possui nome próprio. Ao aproximarmos o universo da arte naïf ao universo da fotopintura pretendemos proporcionar o encontro e a possibilidade de relermos dois aspectos de uma manifestação artística fundamental no Brasil. A fotopintura está “dentro” da arte naïf. Não propomos nenhum tipo de comparação, mas, sim, de encontro: um pertencimento que deverá ser visto e tratado não apenas com olhos “de passagem”. A técnica da fotopintura está desaparecendo. Mestre Júlio Santos resiste, agora diante dos computadores, em Fortaleza. O pesquisador alemão Titus Riedl, que vive no Crato, coleciona retratos pintados desde que reconheceu o país. A arte naïf vem ultrapassando décadas para não ser tratada à margem e ser reconhecida como deve. Tratado como grande pintor, o mais reconhecido dos primitivos, o francês Henri Rousseau, tem sua obra no Louvre, ao lado da Mona Lisa. Por que temos tanta dificuldade em entender o que é nosso? Por que queremos sempre ser o “outro”, importado, superficialmente tingido e com prazo de validade vencido? É uma honra estar ao lado desses artistas que no silêncio de suas composições lidam com linguagens definitivas para a construção da nossa identidade, seja ela qual for, e do cuidado que teremos que ter em proteger o nosso imaginário, a nossa crença, as nossas dúvidas mestiças e os nossos conflitos diante do que chamamos de memória.
Coleção Titus Riedl
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UNIVERSO FASCINANTE, DIVERSO E DESAFIADOR Oscar D’Ambrosio Doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Mackenzie e mestre em Artes pelo Instituto de Artes da Unesp
Participar da Bienal Naïfs do Brasil 2014, promovida pelo Sesc Piracicaba, é motivo de orgulho e um desafio. Orgulho, por ser o principal evento do gênero no Brasil. Desafio, pelos obstáculos que isso traz numa área em que há mais incertezas do que certezas, o que é maravilhoso na arte. Uma dificuldade intrínseca do evento está no seu foco, ou seja, na identificação do que vem a ser arte chamada naïf. É claro que já existe bibliografia e massa crítica sobre o assunto, mas ainda há discrepâncias conceituais no entendimento do que venha a ser essa arte, principalmente perante a diversidade no Brasil. Algo que precisa ser retomado é a simplificação; entendo-a não como simplismo, mas como uma maneira de conseguir identificar o objeto que está em foco. Para ser simples, é preciso ir muito a fundo de um assunto – e a ideia de naïf ainda precisa ser aprofundada entre os estudiosos do tema. Entendo que a avaliação de uma obra do gênero necessita ser um processo que costumo chamar de ponta a ponta, ou seja, demanda saber de qual artista estamos falando (biografia, origem, condições de trabalho), o que ele produz (a sua poética, entendida como intenção, e a sua estética, entendida como resultado) e para onde o seu trabalho aponta (retomada do que já produziu, manutenção do estágio atual ou tendência de alterações futuras). Pensa-se muitas vezes que um artista popular tem entre suas características a estagnação. Ledo engano. Ele também pode e deve inovar dentro de sua expressão e visão de mundo. A questão é como cada um dá encaminhamento a esse desafio.
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A relação dos artistas chamados naïfs também não pode ser ignorada. Não são poucos os que começaram a direcionar a sua produção para o mercado, seja por comodismo, seja por necessidade financeira. Estar antenado com aquilo que as poucas galerias do gênero demandam não é bom ou mau em si mesmo, mas levanta questões sobre a autenticidade e ingenuidade das produções num mundo cada vez mais massificado e globalizado. No diálogo com outros artistas, naïfs ou não, curadores, críticos e galeristas, o artista chamado naïf pode perder a sua força vital, tornando-se uma espécie de escravo de influências externas. Perdendo sua energia visceral para agradar a quem quer que seja, o prejudicado é o seu próprio trabalho e a arte como um todo. O naïf se colocou, historicamente, desde o pai de todos, Henri Rousseau, como aquele capaz de transformar a realidade. Isso não significa necessariamente copiar o mundo que entendemos como real ou torná-lo mais belo ou mais feio. Quer dizer manter a capacidade de sustentar uma relação de originalidade com ele, criando um resultado plástico. Um risco da chamada arte naïf é cair no aparentemente bem pintado, gerando empatia com o público. Isso até pode acontecer dependendo do artista, mas é preciso desenvolver o senso crítico de perceber como o agradar ao outro pode vir a ser uma estratégia visual e não uma necessidade interior, mãe do poder estético dos naïfs. O incentivo à melhoria constante é o grande dever do críticos, curadores e das universidades. Estudar a arte chamada naïf significa praticar uma missão de diálogo com esses artistas que se espalham pelo país, levando uma mensagem de perene aprimoramento do que é feito, no sentido de criar uma consciência daquilo que significa ser naïf e de como essa poética é forte ao ser valorizada por quem a faz e por quem a vê hoje e no futuro. Assim, existe uma caminhada permanente de indicar veredas para os artistas e para o público. Não se trata de criar heróis ou modelos de sucessos, mas de realizar uma justiça histórica com os artistas que abriram vertentes e conquistaram espaços para a grande família dos naïfs. Esquecer esses nomes é uma injustiça histórica e um crime contra a história da arte brasileira. Esse resgate daquilo que foi feito de melhor, associado a um conhecimento do presente e à busca de tendências e talentos para o futuro em termos de curto, médio e longo prazo, deve ser realizado principalmente de uma maneira: conversas cara a cara. É necessário falar com esses artistas, saber quem são, compreender o que produzem e como o fazem. É indispensável conhecer o todo que permeia o entorno dos criadores naïfs para conhecer melhor os detalhes de suas obras nos mais variados suportes. Vida e obra se mesclam e
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infinitas relações nos desafiam a cada instante. Ignorar essa dificuldade é deixar de lado uma riqueza artística e cultural que nos ajuda a desvendar melhor o Brasil interior de cada artista do gênero e de cada um de nós como indivíduos e como cidadãos. Mergulhar no profundo dos naïfs do Brasil significa utilizar as habilidades desenvolvidas pelas Humanidades (Artes Visuais, Sociologia, Psicologia, entre outras) e pelas Ciências Exatas (Física, Matemática, Química, entre outras). Afinal, a obra de arte se dá nessa interseção entre o que se pensa abstratamente como indivíduo dentro de um grupo (Humanidades) e o que se faz concretamente com os materiais (Ciências Exatas). Acima de tudo, trabalhar com a arte naïf demanda manter a própria insanidade dentro dos limites do socialmente aceitável. Somente assim é possível abarcar a diversidade de expressões, de artistas e de regiões de um Brasil que pouco conhecemos e que, a cada dois anos, cristaliza, na Bienal Naïfs do Brasil, uma exposição, um mundo de diversidades, um universo plástico fascinante, porque desafiador.
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A BIENAL NAÏF Valdeck de Garanhuns Mamulengueiro, poeta, compositor, ator e artista plástico
Do imo da poesia nasce o artista naïf trazendo toda magia suscitando nova grife. Criando com liberdade mostrando a capacidade do artista popular, usando inocência pura é dono de uma cultura que sabe manusear. A arte vem do pensar e quando se manifesta, aos olhos e à alma causa questão, com repulsa ou festa. A arte vem do arteiro que mexe com mundo inteiro em ato sensacional, pessoas especialistas como esses grandes artistas que estão nessa Bienal.
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A arte é essencial à criatura humana, momento de poesia que sempre do amor emana. A arte é muito sublime e quando a gente se exprime através da criação, a natureza tão bela por nossas mãos se revela em forma de oração. Com amor faço menção a todos os diletantes aos cento e seis escolhidos e aos outros participantes, ao Sesc fomentador do magno evento criador em concurso colossal, onde o artista formoso forma o corpo majestoso dessa linda Bienal. Foi um júri imparcial que escolheu lindas obras em estilos variados, por entre retas e dobras nossos olhos se encantaram, pois as peças que passaram por nossa apreciação tinham o toque da beleza pra enriquecer com certeza o acervo da nação. Em cada composição que com amor analisamos vimos a alma do artista, com isso nos encantamos. São trabalhos primorosos, contemporâneos, formosos, de contexto especial, feitos para encantar
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qualquer um que visitar nossa rica Bienal. Nada tem de casual nessa bela exposição tudo é fruto do pensar, do poder da criação. Todo artista ao se expressar diz o que sabe falar através de sua arte, pois um cria outro admira um expõe outro suspira cada um faz sua parte. Seja da Terra ou de Marte ou qualquer outro planeta o artista mostra sempre bela e nova faceta. Porque se vive a criar também vive a transformar conceitos e opiniões mudando comportamento levando contentamento para muitas multidões. Bulindo nos corações, nas reentrâncias da alma, o artista e sua arte nos agita ou nos acalma. Nos faz pensar e sentir nos faz chorar e sorrir gritar e silenciar, provoca indignação e ao mesmo tempo a ação sublime de se amar.
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Creio que ao participar desse processo legal todos nós crescemos mais por conta da Bienal Naïf bem popular onde o Sesc quer mostrar criação pura, inocente desses belos companheiros que são símbolos verdadeiros da arte de nossa gente. A Bienal vai em frente os artistas vão também. Bienais podem parar, os artistas vão além. Porém o nosso desejo é que esse tipo de ensejo seja sempre fomentado, pois essas exposições promovem transformações e um povo mais educado. Portanto muito obrigado pela participação pois a Bienal em mim já causou transformação. Coisa dessa natureza revela muita beleza alimenta e satisfaz. Pela arte que eu faço deixo a todos meu abraço e votos de muita paz.
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EXPRESSÃO GENUÍNA Kelly Teixeira Arte-educadora, assistente da Gerência de Artes Visuais e Tecnologia do Sesc SP
O maior desafio de qualquer salão de arte está justamente na seleção dos artistas que farão parte do projeto e poderão expor seus trabalhos a um sem número de visitantes. A dificuldade reside em essência na principal função do júri, que é, obviamente, o julgamento. Como se classifica um trabalho de arte? Que elementos são levados em consideração para escolher uns em detrimento de outros? Como alinhar o pensamento de profissionais advindos de áreas próximas, mas com vivências e experiências únicas? Para amenizar todas essas questões, tive a honra e a alegria de ser convidada a fazer parte dessa empreitada ao lado de tão renomados profissionais que, embora sem unanimidade, formaram um júri coeso e harmônico. Para além dos critérios pautados em regulamento, ou daqueles pré-estabelecidos ao que se suporia fazer de um trabalho de arte – seja ele popular, seja contemporâneo – merecedor de ser selecionado, ousamos nos basear no elemento que nos parecia mais verdadeiro: a poesia. Poesia esta que apareceu, por exemplo, na mudança dos suportes, na ousadia dos temas, na harmonia das formas, no enfrentamento às dificuldades, na resistência às formas hegemônicas e principalmente na presença única do artista se fazendo mostrar a partir da potência da sua mão criadora. Embora cercada de polêmica, a expressão naïf ainda permanece carregada de estereótipos, surgidos em grande parte do próprio mercado que se formou em torno da chamada arte popular, que em certa medida estimula a produção e dá condição aos artistas de uma sobrevivência digna a partir do seu trabalho, mas pode ser um limitador de expressões verdadeiramente espontâneas, causando um efeito padronizador da arte. Por outro lado, a influência do mundo contemporâneo, e suas facetas sociais, políticas, tecnológicas e mi-
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diáticas, além da aproximação com a arte contemporânea, tem trazido um frescor à arte naïf e lhe retornado aquilo que de mais essencial a caracteriza, que é a relação cotidiana com a vida. Para qualquer artista, e não seria diferente com aqueles de origem popular e produção espontânea, a arte passa a fazer sentido quando da relação obra/vida, já que a vida não existe sem a dimensão estética, e vida/obra, já que a arte é a representação da vida, seja ela pela expressão de suas histórias – das vividas ou imaginadas –, seja pela expressão de sua emoção. Dessa forma, não há o que duvidar que o que se apresenta nesta edição da Bienal Naïfs do Brasil é o sumo da mais legítima expressão genuína. É quase uma reação de uma série de artistas independentes, com perceptível presença de seus signos próprios, uma identidade pessoal e, por consequência, regional e nacional deliberadamente marcada, tendo a intuição como seu principal instrumento, independente dos lugares de onde vêm ou vivem. Embora possam até ter sido preteridos em outros salões, trazem o que de mais puro têm dentro de si, sem se preocuparem com um suposto mercado, ou conceitualismos estéticos e acadêmicos. É bastante claro identificar, mesmo com apenas duas obras inscritas de cada artista – e não é possível não fazer referência àqueles que ou já participaram de outras edições do evento, ou àqueles que já têm um reconhecimento na área –, uma coerência na produção. Às vezes, mesmo com temas diversos, percebemos o traço que tanto caracteriza aquele artista, a sua organização da composição, as suas cores recorrentes, até os seus vazios e/ou preenchimentos. Longe de afirmar que o artista deve recorrer a uma fórmula para mostrar coerência do seu trabalho; digo apenas que é possível perceber a lógica que abastece a expressão e como a sua marca estará presente, independente de que rumo sua produção tomar. Para nós do Sesc, e em especial para o meu trabalho na área de artes visuais, cuja dedicação já passou pela gestão do acervo de obras de arte e agora se debruça às questões da ação educativa, é sempre um presente nos defrontarmos com essas obras e, sobretudo, com esses artistas, que, mais do que somente exporem seus trabalhos, nos ensinam a olhar o mundo de forma diferente, ora mais crítica, ora mais lúdica. Ora mais calcada no real, ora a partir de uma experiência onírica. E não há nada mais genuíno no campo da arte do que o seu poder transformador do olhar.
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BIENAL NAÏF 2014 – “UMA NOVA RELAÇÃO ENTRE O ARTISTA NAÏF, O SUPORTE E A MATÉRIA” Antonio Santoro Junior Crítico de Arte: APCA / ABCA / AICA Professor universitário e museólogo
“Todas as artes contribuem para a maior de todas as artes, a arte de viver” Bertold Brecht
Os naïfs de hoje, atentos ao intemperismo da natureza, procuram algumas vezes mostrar, através de suas expressões plásticas ou visuais, cenas de grandes chuvas, alagamentos, a natureza sofrendo com as intempéries, bem como a desestruturação social e urbana na sociedade contemporânea. Diante dessa conjugação de fatores percebe-se que os naïfs, caminhando num paralelo à arte contemporânea, cuja práxis artística retrata o mundo contemporâneo, começam a abordar mais continuamente temas do meio ambiente, e os problemas que envolvem nossas cidades e o campo, nos dias atuais. Desse modo, alguns dos artistas naïfs, desta 12ª Bienal Naïfs do Brasil, lançaram mão de suas ferramentas essenciais, como: tela e tinta, além de diversos outros materiais, para compor um painel desses problemas em suas expressões artísticas, mostrando que o ser humano pode vencer esses problemas ao controlar a força destrutiva, pela força da sensibilidade com as armas de sua arte. Desde os tempos mais remotos, o homem sempre procurou registrar visualmente sua imagem, através de cenas do cotidiano, assim como da natureza fazendo parte do contexto. No caso da arte naïf, o elementarismo da forma nesse processo criativo foi um item indispensável para a expansão desse movimento artístico. As mudanças comportamentais, somadas à presença de novas técnicas e matérias, à tecnologia e ao processo de comunicação, puderam atuar positivamente no elementarismo da forma durante esse processo.
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A arte naïf como movimento de expressão artística vem se modificando através dos tempos. Isso porque o homem não é um ser estático; ele se influencia por tudo aquilo que está a sua volta, e o mesmo aconteceu com a arte e com os artistas naïfs. A princípio, a arte naïf surgiu como uma arte bidimensional, cujo suporte era a tela e a matéria era a tinta a óleo. Hoje em dia, como ocorreu nesta 12ª Bienal, pode-se verificar que entre os trabalhos selecionados novas matérias foram agregadas, assim como novos suportes foram utilizados pelos artistas, numa nítida alusão à arte contemporânea. Mais do que narrativas, cenas e testemunhos de situações, essas obras apresentadas trazem à tona um universo de mitos e símbolos decodificados pelos artistas. As rápidas transformações que vêm ocorrendo na sociedade, o avanço da tecnologia no mundo contemporâneo e as tendências à globalização influenciaram significativamente a cultura mundial; não é de estranhar, pois, que o mesmo tenha ocorrido na Bienal dos naïfs. Ao analisar essas novas atitudes e reflexões dos artistas, é necessário também considerar novas atitudes para reexaminar a postura do ser humano diante da arte, lembrando que, aqui, não se trata de uma defesa ou uma condenação dessa nova postura, mas de reflexões sobre a arte, de quem vem acompanhando há longo tempo a arte e o trabalho dos artistas. O meu relacionamento com a Bienal Naïfs do Brasil tem sido sempre de admiração e envolvimento, desde que tomei conhecimento desse projeto tão importante e eloquente no campo das artes, quando era ainda “Exposição naïf ” de Piracicaba, até atuar como participante do júri de seleção e premiação na década de 1980, acompanhando todos esses anos de produção expositiva. Agora, em 2014, mais uma vez retorno como membro do júri, para poder de perto apreciar todos os trabalhos inscritos e perceber que no decorrer dessa caminhada as mudanças aconteceram, fossem elas de caráter estrutural por parte do Sesc, fossem comportamentais por parte dos artistas participantes, mas sempre pertinentes na práxis artística, além de nunca perder o foco no seu caráter naïf. Os resultados obtidos na seleção de obras desta bienal naïf nos fizeram sentir que os artistas, o júri e o público visitante foram como atores num espetáculo compartilhado coletivamente. A Bienal Naïfs do Brasil 2014 será uma exposição que irá transmitir um toque de magia usado por esses artistas como um fio condutor de força, da vida e da arte.
“A arte da vida consiste em fazer da vida uma obra de arte” Mahatma Ghandi
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MENÇÃO ESPECIAL ENZO FERRARA, Mogi das Cruzes, SP, 1984, A Busca da Democracia – série: Tempo de Protestar, Acrílica sobre painel e resina, 70 × 82 cm
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MENÇÃO ESPECIAL ENZO FERRARA, Mogi das Cruzes, SP, 1984, A Procura da Democracia – série: Tempo de Protestar, Acrílica sobre painel e resina, 69 × 80 cm
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ZÉCA MARIA, Ribeirão Preto, SP, 1952, Futebol de Fazenda III, Tinta PVA sobre madeira, 30 × 40 cm
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ZÉCA MARIA, Ribeirão Preto, SP, 1952, Futebol de Fazenda IV, Tinta PVA sobre madeira, 30 × 40 cm
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EUCLIDES COIMBRA, Ribeirão Preto, SP, 1960 Uma Bienal Diferente, Óleo sobre tela, 60 × 94 cm
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PAMA LOIOLA, Campinas, SP, 1953 Lamparinda, Assemblagem, 80 × 40 cm
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SUELI REIS, Ribeirão Preto, SP, 1959, O Ortopedista Maluco, Mista, 70 × 70 cm
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PRÊMIO INCENTIVO VILIA DIAS, Juiz de Fora, MG, 1947 Segredos da África, Papel machê, 120 × 39 × 40 cm
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PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO EUCLIDES COIMBRA, Ribeirão Preto, SP, 1960 Do Geito que o Diabo Gosta! Para Quem Sabe Lê 1 Pingo É Letra Óleo sobre tela, 162 × 58 cm
PRÊMIO INCENTIVO TIACHO BAENNINGER, Bebedouro, SP, 1956 Feira de São Joaquim (Salvador, BA), Encanto e Magia Acrílica sobre tela, 60 × 80 cm
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EDGARD D’OLIVEIRA, 1947, São José do Rio Preto, SP, Festa Junina, Acrílica sobre tela, 40 × 30 cm
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ALTAMIRA, Penápolis, SP, 1932, Véu da Noiva, Acrílica sobre tela, 60 × 50 cm
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ROSA PEREIRA, Socorro, SP, 1975, Caminhos, Modelagem, 27 × 20 cm
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PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO DENISE COSTA, João Pessoa, PB, 1964, Sementes, Plantio e Colheita, Acrílica sobre tela, 30 × 30 cm
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DENISE COSTA, João Pessoa, PB, 1964, Eleição de Homens-Sapos-Mola, Acrílica sobre tela, 30 × 30 cm
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ANDREA TEIXEIRA LEITE, Rio de Janeiro, RJ, 1962, Ciranda de Gente, Acrílica sobre tela, 50 × 70 cm
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ALEMÃO, São Sebastião, SP, 1959, Solte Suas Ideias, Escultura em madeira e colagem, 29 × 19 × 8 cm
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CHICO CRÓCOMO, Piracicaba, SP, 1954, Férias no Pomar, Escultura em madeira, 59 × 30 × 24 cm
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CARMÉZIA, Boa Vista, RR, 1960, Quatis, Óleo sobre tela, 86 × 86 cm
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MENÇÃO ESPECIAL MARIA, Chapada dos Guimarães, MT, 1960, O Primitivo Renasce 1, Tela bordada à mão, 27 × 35 cm
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MENÇÃO ESPECIAL MARIA, Chapada dos Guimarães, MT, 1960, O Primitivo Renasce 2, Tela bordada à mão, 27 × 35 cm
61
VÓSANDRA, Ribeirão Preto, SP, 1943, Silênnncio, Óleo sobre tela, 50 × 40 cm
62
VÓSANDRA, Ribeirão Preto, SP, 1943, Aiii! Um Rato, Óleo sobre tela, 50 × 40 cm
63
MENÇÃO ESPECIAL ALEX DOS SANTOS, Jaboticabal, SP, 1980, A Energia entre Seres Humanos e Seres Vivos, Pintura sobre lona, 200 × 100 cm
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ADÃO DOMICIANO, Cuiabá, MT, 1969, Carniça, Aquarela sobre papel, 50 × 62 cm
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LÚCIA NETO, São Paulo, SP, 1958 Bateu Asas e Voou, Óleo sobre cilindro de papel prensado sobre tecido e penas, 195 cm de altura × 22 cm de diâmetro O Poso da Pombinha, Óleo sobre cilindro de papel prensado sobre tecido e penas, 175 cm de altura × 22 cm de diâmetro
69
PRÊMIO INCENTIVO GERALDO TARTARUGA, São Luiz do Paraitinga, SP, 1949, A Dança dos Mortos, Óleo sobre tela, 40 × 50 cm
70
GERALDO TARTARUGA, São Luiz do Paraitinga, SP, 1949, Primeira Missa no Brasil, Óleo sobre tela, 40 × 50 cm
71
ILMA DEOLINDO, Novo Horizonte, SP, 1957, Casa do Desejo, Óleo sobre tela, 60 × 80 cm
72
TAHIA, Piracicaba, SP, 1937, Greve, Óleo sobre tela, 30 × 40 cm
73
SHILA JOAQUIM, São Mateus, ES, 1965, A Novena, Acrílica sobre tela, 50 × 50 cm
74
SHILA JOAQUIM, São Mateus, ES, 1965, O Sono, Acrílica sobre tela, 50 × 50 cm
75
ELAINE BUZATO, Sorocaba, SP, 1973, Varal de Memรณrias II, Bordado, pintura, colagem sobre tecido, 46 ร 50 cm
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SOCORRO ISIDÓRIO, Montes Claros, MG, 1964, Bolsa Afro-Sertaneja (frente e verso), Mista: crochê, pintura, bordado e apliques, 43 × 43 cm
77
ARIEH, São Paulo, SP, 1975, São Paulo – 460, Mista: acrílica fosca sobre madeira, 111 cm de diâmetro
78
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FLORIANO, Alagoinha, BA, 1937, O Som, Óleo sobre tela, 80 × 100 cm
80
MARBY, João Pessoa, PB, 1972, Fila do SUS, Acrílica sobre tela, 30 × 30 cm
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PATRICIA HELNEY, Campo Grande, MS, 1961, Cozinha na Aldeia Buriti em Dia de Festa de São Sebastião, Óleo sobre tela, 45 × 60 cm
84
ROSÂNGELA POLITANO, Socorro, SP, 1965 Serenata, Acrílica sobre madeira, 95 × 34 × 15 cm
85
SALVATORI, Porto Alegre, RS, 1936, Negrinho do Pastoreio, Óleo sobre tela, 40 × 50 cm
86
SALVATORI, Porto Alegre, RS, 1936, Dansa Pau de Fitas, Óleo sobre tela, 40 × 50 cm
87
MILENE DE OLIVEIRA, Socorro, SP, 1981 A Vida na Roça, Acrílica sobre ferro, 18 × 21 cm Refúgio dos Pescadores, Acrílica sobre ferro, 19 × 23 cm
88
EDÍLSON ARAÚJO, São Paulo, SP, 1950, Arando a Terra, Acrílica sobre tela, 50 × 50 cm
89
MIGUEL S.S.S., Marília, SP, 1944, Antes do Êxodo Rural, Óleo sobre tela, 50 × 60 cm
90
MIGUEL S.S.S., Marília, SP, 1944, Depois do Êxodo Rural, Óleo sobre tela, 50 × 60 cm
91
SONYA MELLO, São José dos Campos, SP, 1968, Patrimônio Histórico Piracicaba I, Acrílica sobre tela, 50 × 50 cm
92
SONYA MELLO, São José dos Campos, SP, 1968, Patrimônio Histórico Piracicaba II, Acrílica sobre tela, 50 × 50 cm
93
CHICO CRÓCOMO, Piracicaba, SP, 1954 Molecagem, Escultura em madeira, 133 × 28 × 28 cm
94
ANABEA CERISARA, Florianópolis, SC, 1956, Tributo à Leila Diniz, Bordado sobre retalhos, 53 × 46 cm
95
COR JESUS, Ouro Preto, MG, 1950, Sem Título, Assemblagem, 28 × 39 cm
96
COR JESUS, Ouro Preto, MG, 1950, Sem Título, Assemblagem, 53 × 56 cm
97
TEREZINHA SORDI, Ribeirão Preto, SP, 1954, Festa Junina 1, Óleo sobre tela, 82 × 102 cm
98
TEREZINHA SORDI, Ribeirão Preto, SP, 1954, Festa Junina 2, Óleo sobre tela, 82 × 92 cm
99
NERI ANDRADE, Florianópolis, SC, 1954, As Bruxas, Acrílica sobre tela, 40 × 60 cm
100
NERI ANDRADE, Florianópolis, SC, 1954, Farinhada, Acrílica sobre tela, 40 × 60 cm
101
GERSON LIMA, Salvador, BA, 1948, Minha Cama, Minha Rede, Mista, 30 × 25,5 × 25 cm
102
KAKÁ, Catalão, GO, 1958, Pamonha na Roça, Óleo sobre tela, 80 × 70 cm
103
GERALDINA GALLEAS, Curitiba, PR, 1930, Vernissage I, Acrílica sobre tela, 86 × 109 cm
104
JESUINO ROCHA, Ribeirão Preto, SP, 1963, Começando o Dia, Óleo sobre tela, 50 × 60 cm
105
MENÇÃO ESPECIAL TANIA DE MAYA, Maceió, AL, 1933 Sertão Sempre Vivo, Óleo sobre tela, 110 × 170 cm
106
FUZINELI, São José do Rio Preto, SP, 1948 Viva Melhor Matando um Dragão por Dia, Acrílica sobre tela, 70 × 100 cm
108
MENÇÃO ESPECIAL WILLI DE CARVALHO, Belo Horizonte, MG, 1966, Lendas e Festas Brasileiras, Mista, 76 × 70 × 22 cm
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BETH ELIAS, Piracicaba, SP, 1946, Festando o Divino, Caixa de maçã, acrílica e baguete, 30 × 32 cm
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Marcos Garcia, Santa Luzia, MG, 1950, Os Reis Magos, Lápis de cor e caneta sobre cartão, 35 × 25 cm
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Marcos Garcia, Santa Luzia, MG, 1950, São Jorge, Lápis de cor e caneta sobre cartão, 35 × 25 cm
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Manuscrito da artista em referĂŞncia Ă obra
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CELIA GONDIM, João Pessoa, PB, 1951, Evangelista e Creusa, Felizes Para Sempre!, Acrílica sobre tela, 50 × 60 cm
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MENÇÃO ESPECIAL NENA BORGES, Bezerros, PE, 1947, Fugindo da Seca, Xilogravura colorida, 50 × 65 cm
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MENÇÃO ESPECIAL NENA BORGES, Bezerros, PE, 1947, Os Repentistas, Xilogravura colorida, 50 × 65 cm
119
MENÇÃO ESPECIAL J. MIGUEL, Bezerros, PE, 1961, A Feira Nordestina, Xilogravura colorida, 65 × 83 cm
120
MENÇÃO ESPECIAL J. MIGUEL, Bezerros, PE, 1961, O Forró de Lampião e Maria Bonita, Xilogravura, 83 × 65 cm
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PRÊMIO INCENTIVO CLAUDIA NÊN, Aracaju, SE, 1980, Gêmeas, Argila pintada, 15 × 6 × 7,5 cm
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CLAUDIA NÊN, Aracaju, SE, 1980, Navegantes, Argila pintada, 16 × 4 × 20 cm
125
MARIA BRANDÃO, Jaú, SP, 1967, Pampa, Acrílica sobre tela, 100 × 80 cm
126
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LUCIANA MARIANO, Cotia, SP, 1971, Bahia, Acrílica sobre tela, 40 × 50 cm
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VANICE AYRES LEITE, Belo Horizonte, MG, 1947, Chuva de Arroz, Desenho nanquim colorido, 49 × 58 cm
129
SILVIA MAIA, Embu das Artes, SP, 1945, Congada, Acrílica sobre tela, 40 × 50 cm
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RICARDO GARCIA, Pouso Alegre, MG, 1960, Prosa na Praça, Óleo sobre tela, 40 × 50 cm
132
AMÉLIA GIL, Piracicaba, SP, 1947, Bem-vindo, Óleo sobre tela, 30 × 40 cm
133
KALDEIRA, Catanduva, SP, 1921, Brincando na Rua, Óleo sobre tela, 40 × 60 cm
134
MARGO, Cotia, SP, 1952, Autorretrato II, Pintura com tinta acrílica, 28 × 37 cm
135
STEVE MOSCHINI, Piracicaba, SP, 1967, Homenagem às Mulheres do Batuque de Umbigada de Piracicaba, Óleo sobre tela, 42 × 52 cm
136
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NALME, Rondonópolis, MT, 1964 Temporada do Pequi II, Acrílica sobre tela, 40 × 60 cm
138
B. CASTRO, Jaboticabal, SP, 1957, Ribeirinhos – 1, Óleo sobre tela, 80 × 60 cm
140
B. CASTRO, Jaboticabal, SP, 1957, Ribeirinhos – 2, Óleo sobre tela, 80 × 60 cm
141
JULIO PARATY, Parati, RJ, 1952, Procissão do Divino Espírito Santo, Acrílica sobre tela, 96 × 76 cm
142
ROBERTO BOETGER, Nova Friburgo, RS, 1942, Herança, Acrílica sobre tela, 50 × 40 cm
143
MARILENE GOMES, Santana do Parnaíba, SP, 1959, Estação Luz, Acrílica sobre tela, 100 × 150 cm
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HENRIQUE HAMMLER, São Bernardo do Campo, SP, 1955, Lá Vem a Cobra, Óleo sobre tela, 60 × 60 cm
146
CHICO SILVA, Anรกpolis, GO, 1970, Transporte Brasileiro, Guache sobre papel, 130 ร 90 cm
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PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO SANDRA AGUIAR, Olinda, PE, 1960, Dona Ritinha Catadora de Latinhas, Mista, 119 × 60 cm
148
BITENCOURT, Curitiba, PR, 1949, Torcida, Acrílica sobre tela, 39 × 43 cm
150
BITENCOURT, Curitiba, PR, 1949, Black Blocks, Acrílica sobre tela, 39 × 43 cm
151
TERCÍLIA, São José, SC, 1953, A Beleza, Acrílica sobre tela, 40 × 60 cm
152
MENÇÃO ESPECIAL OLINDA SILVA, São José do Rio Preto, SP, 1943, Papa Francisco no Brasil, Acrílica sobre tela, 50 × 70 cm
153
ANDRÉ CUNHA, São Paulo, SP, 1972, Espelho da Diversidade Religiosa, Mista: acrílica sobre tela, espelhos, fitas, pedras e cordão, 110 × 100 cm
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PINHO, Ribeirão Preto, SP, 1942, Bumba Meu Boi, Papel reciclado e cola, 27 × 12 × 38 cm
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PAULO PERDIGÃO, Recife, PE, 1953, Totem, Galho de oitizeiro entalhado, tinta acrílica, 54 × 12 × 12 cm
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MESTRE JOÃO DO CARMO, Jaboticabal, SP, 1943, O Baile das Caveiras, Mista, 41 × 32 × 55 cm
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M.B.O., Salvador, BA, 1929, Galopeira, Acrílica sobre tela, 120 × 109 cm
160
EFIGÊNIA ROLIM, Curitiba, PR, 1931, Cavalinho e Cavaleiro, Escultura em papel, 42 × 23 cm
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AUGUSTO JAPIÁ, Paulista, PE, 1972, Pátria de Chuteiras, Acrílica sobre caixa de fósforo, 11 × 45 cm
163
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PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO AUGUSTO JAPIÁ Paulista, PE, 1972 Brasileiras e Brasileiros Acrílica sobre caixa de fósforo, 66 × 80 cm
165
PRÊMIO INCENTIVO ELSA FARIAS, Socorro, SP, 1961, Meus Avós, Acrílica sobre tela, 33 × 43 cm
166
ELSA FARIAS, Socorro, SP, 1961, Espelho Meu, Acrílica sobre tela, 40 × 30 cm
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Estúdio não identificado Década de 1950 Fotopintura G4, oval, pastel seco 24 x 30 cm Fortaleza, CE
170
fotopinturas Coleção Mestre Júlio Santos
O retrato pintado e colorido pode ter seus primórdios nos retratos de Fayum – região da Península Itálica e do Mediterrâneo. São datados do século IV ao século II a.C. e foram criados para perpetuar a imagem de um ente falecido pertencente à nobreza. O registro das fotopinturas no Brasil, principalmente no Nordeste, data do início do século XX e já se estabelece com uma inovação: a técnica a pastel e a óleo transparente. Considerado um dos mais importantes artistas da fotopintura no Brasil, Mestre Júlio Santos começou no ofício ainda na adolescência, no Áureo Estúdio, de propriedade da sua família, em Fortaleza, no Ceará. Ao mesmo tempo em que trabalhava com a técnica “tradicional” da fotopintura, passou a colecionar imagens que guarda como um atestado da ação do tempo sobre retratos que gostaríamos de preservar para sempre. As fotopinturas da coleção particular do Mestre Júlio Santos que estão na 12ª Bienal Naïfs do Brasil foram recolhidas durante as últimas cinco décadas e têm origem em Estúdios como o de Hermógenes, Walter Dantas, Áureo Estúdio, Benjamin Angert e José Maria Aroeira, todos da década de 1950, além dos Estúdios Arnaldo Leão (década de 1960) e Murilo Teixeira (década de 1970). Possuem formatos entre 18 x 24 cm, 24 x 30 cm e 30 x 40 cm. Algumas imagens, pela forma espontânea do colecionismo ligado à fotopintura, não possuem identificação detalhada. Diógenes Moura 171
EstĂşdio Uniarte Sem data Fotopintura, um busto, pastel seco 27 x 42 cm SĂŁo Paulo, SP
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Estúdio Internacional de Fotopintura (Hermógenes) Década de 1940 Fotopintura oval, pastel seco 30 x 40 cm Fortaleza, CE
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Ă ureo EstĂşdio 1956 Fotopintura oval, pastel seco 24 x 30 cm Fortaleza, CE
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EstĂşdio Benjamin Angert 1958 Fotopintura G2, pastel seco Retocador Benedito Fonseca Afinador CatĂŁo Oliveira Craveiro 24 x 30 cm Fortaleza, CE
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Estúdio não identificado Década de 1950 Primeira comunhão G2, oval, pastel seco 24 x 30 cm. Fortaleza, CE
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Estúdio Walter Dantas Década de 1950 Fotopintura G2 colada sobre papelão, pastel seco 24 x 30 cm Fortaleza, CE
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Estúdio não identificado Década de 1950 Busto, pastel seco 18 x 24 cm Fortaleza, CE
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Estúdio José Maria Aroeira Década de 1950 Fotopintura G3, pastel seco feito com molde 18 x 24 cm Fortaleza, CE
181
Estúdio não identificado Sem data Fotopintura G2, óleo/técnica mista 18 x 24 cm Fortaleza, CE
182
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EstĂşdio Murilo Teixeira Entre 1960 e 1970 Fotopintura G2, busto 18 x 24 cm Fortaleza, CE
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Atelier Artístico Ávila 1970 Fotopintura G2, pastel e óleo 24 x 30 cm Fortaleza, CE
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Estúdio não identificado Rio de Janeiro ou Minas Gerais Década de 1970 Fotopintura ogival, óleo com pincel 27 x 42 cm
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Estúdio não identificado Sem data Fotopintura G7, óleo 24 x 30 cm Fortaleza, CE
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Coleção Titus Riedl
O pesquisador alemão Titus Riedl vive no Crato desde 1999. Apaixonou-se pela arte do retrato pintado e deu início à sua coleção no ano seguinte. Hoje possui um acervo com cerca de cinco mil fotopinturas produzidas com as mais diferentes técnicas, desde a mais tradicional, feitas nos antigos e consagrados estúdios até as modificações recentes, impostas pela mudança dos tempos e pela nova clientela que vive em Juazeiro do Norte e no Crato, no Vale do Cariri, Ceará. Muitas das imagens de sua coleção foram compradas porque as imagens originais, descartadas pelas famílias, teriam o trágico destino de ir parar no lixo. Por isso uma grande parte delas não possui uma identificação precisa de autoria e período em que foram produzidas. Outro fato é que as fotopinturas entraram na era do “selfie” e os artistas de Juazeiro do Norte vêm se arriscando a produzir retratos pintados impressos em banners. A curiosidade e o que faz a coleção de Riedl ser tão única é justamente a variação entre os materiais, as poses, a cenografia, o acabamento e a ironia entre o kitsch e velocidade imposta pelo tempo e pelas exigências do consumidor. Diógenes Moura
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O retrato dos artistas naïfs por Mestre Júlio Santos Mestre Júlio constrói mundos a partir do interior profundo que é a cabeça de cada um de nós. Por isso, em 2009, aos 69 anos, precisou se reinventar: “transformou” seus sete cavaletes do Áureo Estúdio tradicional nos quatro computadores nos quais trabalha atualmente, utilizando as técnicas do photoshop. Para ele a fotopintura está relacionada com os signos do tempo. De um lado a espera, o passado. Do outro lado, o futuro. Trata cada trabalho com a densidade que o tempo exige, a partir do pedido do cliente, que envia a foto original e sugere o tipo e a cor da roupa – terno, vestido estampado, liso ou roupa de primeira comunhão, aniversário ou casamento – joia, gravata, chapéu e até o cenário, a cidade ou o país do mundo onde cada um deseja “ser visto”. Se o retrato é de um casal, a anotação G2 aparece identificando o pedido. G3 e G4 podem juntar pais, filhos, amigos e assim por diante. Todos os artistas selecionados para a 12ª Bienal Naïfs do Brasil enviaram seus retratos e o desejo de como gostariam de ser retratados. O resultado está nas páginas seguintes. Diógenes Moura
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Adão Domiciano, Cuiabá, MT, 1969 – p. 67
Edgard D’Oliveira, São José do Rio Preto, SP, 1947 – p. 50
Alemão, São Sebastião, SP, 1959 – p. 57
Edílson Araújo, São Paulo, SP, 1950 – p. 89
Alex dos Santos, Jaboticabal, SP, 1980 – p. 64 MENÇÃO ESPECIAL
Efigênia Rolim, Curitiba, PR, 1931 – p. 161
Altamira, Penápolis, SP, 1932 – p. 51 Amélia Gil, Piracicaba, SP, 1947 – p. 133 Anabea Cerisara, Florianópolis, SC, 1956 – p. 95 André Cunha, São Paulo, SP, 1972 – p. 155 Andrea Teixeira Leite, Rio de Janeiro, RJ, 1962 – p. 56 Arieh, São Paulo, SP, 1975 – p. 79 Augusto Japiá, Paulista, PE, 1972 – pp. 163 e 165 PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO B. Castro, Jaboticabal, SP, 1957 – pp. 140 e 141 Beth Elias, Piracicaba, SP, 1946 – p. 113 Bitencourt, Curitiba, PR, 1949 – pp. 150 e 151 Carmézia, Boa Vista, RR, 1960 – p. 59
Elaine Buzato, Sorocaba, SP, 1973 – p. 76 Elsa Farias, Socorro, SP, 1961 – pp. 166 PRÊMIO INCENTIVO e 169 Enzo Ferrara, Mogi das Cruzes, SP, 1984 – pp. 38 MENÇÃO ESPECIAL e 39 MENÇÃO ESPECIAL Euclides Coimbra, Ribeirão Preto, SP, 1960 – pp. 42 e 47 PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO Floriano, Alagoinha, BA, 1937 – p. 80 Fuzineli, São José do Rio Preto, SP, 1948 – p. 108 Geraldina Galleas, Curitiba, PR, 1930 – p. 104 Geraldo Tartaruga, São Luiz do Paraitinga, SP, 1949 – pp. 70 PRÊMIO INCENTIVO e 71 Gerson Lima, Salvador, BA, 1948 – p. 102
Celia Gondim, João Pessoa, PB, 1951 – p. 117
Henrique Hammler, São Bernardo do Campo, SP, 1955 – p. 146
Chico Crócomo, Piracicaba, SP, 1954 – pp. 58 e 94
Ilma Deolindo, Novo Horizonte, SP, 1957 – p. 72
Chico Silva, Anápolis, GO, 1970 – p. 147
J. Miguel, Bezerros, PE, 1961 – pp. 120 MENÇÃO ESPECIAL e 123 MENÇÃO ESPECIAL
Claudia Nên, Aracaju, SE, 1980 – pp. 124 PRÊMIO INCENTIVO e 125
Jesuino Rocha, Ribeirão Preto, SP, 1963 – p. 105
Cor Jesus, Ouro Preto, MG, 1950 – pp. 96 e 97
Julio Paraty, Parati, RJ, 1952 – p. 142
Denise Costa, João Pessoa, PB, 1964 – pp. 54 PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO e 55
Kaká, Catalão, GO, 1958 – p. 103 Kaldeira, Catanduva, SP, 1921 – p. 134 Lúcia Neto, São Paulo, SP, 1958 – p. 69 Luciana Mariano, Cotia, SP, 1971 – p. 128
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M.B.O., Salvador, BA, 1929 – p. 160
Rosa Pereira, Socorro, SP, 1975 – p. 53
Marby, João Pessoa, PB, 1972 – p. 83
Rosângela Politano, Socorro, SP, 1965 – p. 85
Marcos Garcia, Santa Luzia, MG, 1950 – pp. 114 e 115
Salvatori, Porto Alegre, RS, 1936 – pp. 86 e 87
Margo, Cotia, SP, 1952 – p. 135
Sandra Aguiar, Olinda, PE, 1960 – p. 149 PRÊMIO DESTAQUE AQUISIÇÃO
Maria, Chapada dos Guimarães, MT, 1960 – pp. 60 MENÇÃO ESPECIAL e 61 MENÇÃO ESPECIAL
Shila Joaquim, São Mateus, ES, 1965 – pp. 74 e 75
Maria Brandão, Jaú, SP, 1967 – p. 127
Silvia Maia, Embu das Artes, SP, 1945 – p. 131
Marilene Gomes, Santana do Parnaíba, SP, 1959 – p. 145
Socorro Isidório, Montes Claros, MG, 1964 – p. 77
Mestre João do Carmo, Jaboticabal, SP, 1943 – p. 159
Sonya Mello, São José dos Campos, SP, 1968 – pp. 92 e 93
Miguel S.S.S., Marília, SP, 1944 – pp. 90 e 91
Steve Moschini, Piracicaba, SP, 1967 – p. 137
Milene de Oliveira, Socorro, SP, 1981 – p. 88
Sueli Reis, Ribeirão Preto, SP, 1959 – p. 45
Nalme, Rondonópolis, MT, 1964 – p. 138
Tahia, Piracicaba, SP, 1937 – p. 73
Nena Borges, Bezerros, PE, 1947 – pp. 118 MENÇÃO ESPECIAL e 119 MENÇÃO ESPECIAL
Tania de Maya, Maceió, AL, 1933 – p. 106 MENÇÃO ESPECIAL
Neri Andrade, Florianópolis, SC, 1954 – pp. 100 e 101 Olinda Silva, São José do Rio Preto, SP, 1943 – p. 153 MENÇÃO ESPECIAL Pama Loiola, Campinas, SP, 1953 – p. 44 Patricia Helney, Campo Grande, MS, 1961 – p. 84 Paulo Perdigão, Recife, PE, 1953 – p. 157 Pinho, Ribeirão Preto, SP, 1942 – p. 156
Tercília, São José, SC, 1953 – p. 152 Terezinha Sordi, Ribeirão Preto, SP, 1954 – pp. 98 e 99 Tiacho Baenninger, Bebedouro, SP, 1956 – p. 49 PRÊMIO INCENTIVO Vanice Ayres Leite, Belo Horizonte, MG, 1947 – p. 129 Vilia Dias, Juiz de Fora, MG, 1947 – p. 46 PRÊMIO INCENTIVO Vósandra, Ribeirão Preto, SP, 1943 – pp. 62 e 63
Ricardo Garcia, Pouso Alegre, MG, 1960 – p. 132
Willi de Carvalho, Belo Horizonte, MG, 1966 – p. 111 MENÇÃO ESPECIAL
Roberto Boetger, Nova Friburgo, RS, 1942 – p. 143
Zéca Maria, Ribeirão Preto, SP, 1952 – pp. 40 e 41
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CONNECTIONS TO CONSIDER Abram Szajman President of the Regional Council of the Sesc São Paulo
The development has different phases, which should be thought of interconnected mode, in order to contribute to a less unequal society, since such a view allows economic factors are thought of in connection with social and cultural issues. The social responsibility of business owners to trade in goods, services and tourism originates from such a reading of the world: it is expressed not only in the commitment worthy scenarios in the work sphere, but also in regard to other dimensions that surround this sphere. The culture is one of them. The Sesc, an institution that maintains a cultural action focused on workers in the trade sector as well as to broader extracts from the society, is one expression of that commitment. However, it is not about understanding culture as decompression logic of work – rather, it is an opportunity to broaden the education of citizens. The completion of the Biennial Naïfs in Brazil is inserted in this way of conceiving the relationship between business class and society. It is a relationship in which must be present offering conditions for people and communities to better understand their areas of expertise in converged elements originating from
tradition, the present and the future. It is from this understanding that one can envision a collective confrontation of current dilemmas. Approaching public cultural events linked to different contexts is a way to occupy the social space with quality because of the design of diversity as richness. Here, the context in question refers to a backwoods in Brazil, where economic and cultural potential draw one reality, multiple, which should be better known. It is therefore the institutions dedicated to the field of culture to present this reality according to an expanded perspective, allowing a glimpse of plurality inherent in the idea of development.
EXPRESSIVE INSIDE Danilo Santos de Miranda Regional Director of Sesc São Paulo
The works of art are seen for centuries as something more than they appear as if some power is concealed behind the colors, sounds, materials, signs and issues involved. As a result, the artist was being gradually considered one different from the other workers. But where reside the surplus of meaning, if it is not located in the physical presence of the work? Would be beyond matter, transcending it? Or, conversely, would be immanent materiality, and the effort of the artist would be to make it there emerge?
There were many who suggested that this surplus would be upgrading something that pre-existed the artist. Romantic inclination, such a view has spread in an attempt to understand the ineffable art making. Here is the assumption of an inner wealth of the artist, which becomes accessible through its impressive practice. The thesis of an expression that comes from inner worth exploring. The twelfth edition of the Biennial Naïfs Brazil is an opportunity for it, jack it is an initiative that, for over two decades, sheds light on the cultural production related to the Brazil deep. Recognition of the value of naïf art is linked to the idea of the cultural richness of the countryside. But what does this imply? The surveyor historian Capistrano de Abreu had diagnosed for over a century: “Complain about the first chroniclers of contemporary walk scratching the sand back as crabs, rather than throw to the inside”1. For Brazil2, the coastline is something given, while in relation to the interior, the situation is different: it fell conquer it. Away for considerable distances and dense nature, the notion of inner realization became the “other”, inhabited by distinct and intertwined images: the hillbilly, the indigenous, the bushman, the natural, spontaneous. The Brazilian inland derived their peculiarities, in good measure, the dif-
Capítulos de História Colonial, finished by Capistrano de Abreu in 1907.
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After the arrival of Portuguese settlers, in other words, from 1500 onwards
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ficulty of being achieved. Thus, developed forms of signifying the world, operating in a specific time, marked by communion between everyday activities and processes of ritualization. As the reverse the Western conception of art, culture inside refers to artists who are not featured in the social fabric – would be more appropriate to state that they concentrate, through their practices, knowledge dispersed throughout society. The geographic inside can serve as a metaphor for the artist’s subjectivity naïf, aloof and direct approaches to displaying their wealth to impregnate the things of the world. If there is ingenuity, as suggested by the French term, it is the name given to a spontaneous articulation between the “I” art, life and the contents of the raw materials mobilized, without the mediation of institutionalized knowledge. The absence of such mediation, identified as self-learning, allow an immediate glimpse into the inner artist through his works. Adherence to the values of the artist’s surroundings allows the revelation of his inner matches with the explicitness of his own environment: the interior. That’s how the fictional small Brazilian cities is the most expressive of their translations. Thus, it is emblematic that the curator Diógenes Moura, from the theme “The Sanctuary in the mirror”, has suggested the juxtaposition of works of naïf to a set of photo Ceará paintings artists, collecting items from Master Julio and Titus Riedl collection.
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The intertwining of artists naïf with the backwoods cultural context acquires new features with the proximity of his works to photo paintings important identity manifestation of the Brazilian Northeast. Simplicity trend for planning, compositional balance and interest the chromatic qualities – such aspects common to these expressions, constitute a larger scenario, which is the very provincial reality of which such expressions emerge. The art provides all sorts of relationships within the expanded field of culture, with other ways of giving meaning to things. Cultural action Sesc explores the educational potential of these relationships – sometimes harmonious, sometimes strained – as they reflect the dynamics of ruptures and continuities of social life. In this context, the present publication, to shape the memory of the exhibition held in Sesc Piracicaba, reaffirms a commitment to the contextualized tract of culture, in which the ambiguities are not suppressed, but exposed individuals, leaving them the willingness to investigate or not their peculiarities.
THE SANCTUARY REFLECTED IN THE MIRROR Diógenes Moura Curator of the Biennial Naïfs in Brazil 2014
A painting that comes from the soul? Why do we say that what comes from the soul can be popular in a country where what we have as the most representative thing our own culture, our way of life, to multiply between art and religion, between sacred and profane, with our way look and feel, pain and pleasure? Naïf art appropriates a moment – as in photo painting – for then immortalize it in his scenes of everyday life, with the representation of public and private life, a kind of intimate mirror where are represented the wishes and hopes to going from yesterday and today the beyond, a pictorial universe (and other media) where the form is to be sophisticated and unexpectedly simple. This is an act of perpetuation. The realization of a world that emerges from a deep interior, with its seductive nor popular characters who are neither scholars, with an already definitive language, at times even “mental”, but most times, provocative. Released in its popular expression the naïf artist break free from fears to deliver to the discovery of yourself. As in photo painting: to deliver a picture (between the seventeenth to the nineteenth centuries, the United States, the primitivist painting was born the tradition of amateur portrait photographers) to be played the way we think
or want to be the environment that suits us, we deliver the photo painting artist a part of our existence, so we can be portrayed “as similar as possible.” This interpretation will only be complete if there is freedom and hands to work with the tools that seek the slips and hits the soul. Neither art naïf nor photo painting – even with distinct geographical features- lies. These arts are hybrids, one or duplicated romanticized imagery. Are two types of “portraits” of the same Brazilian life to be renewed because the next day what was once a huge wooded backyard today is already asphalt, cars, motorcycles, airplanes. But there will always be a wood burning stove inside a home naïf, a bunch of herbs to heal the future, a wedding across the playground of a small city, the first mass in Brazil, the family with their ten children who sleep even within the wardrobe, the sound of the stereo over the head of the wanderer, the sculptural gesture that broke the shaft of the woodcut, openmouth kissing between two men who did not have to “pass” on television eroded by sinister and pre-historical novel of moral nine: our desires are greater than their wills. You write. In the next Biennial in Brazil Naïfs the wood stove is lit again. The new family can come up with a dozen children. Again the reality is subverted. If there is globalization – this unfortunate idea that neurons achievement of disadvantaged – naïf art weaves hands to the limits of insistence: repeating because we are not like that and want to have the face of “the other”, even if the picture painted pigment has already drained out from the edges of the image. This is
a renewal that will also have learned influences (spectra look / collective unconscious?), but becomes independent and has its own name. As we approach the universe of the universe of naïf art photo painting aim to provide the meeting and the opportunity to reread two aspects of fundamental artistic expression in Brazil. A photo painting is “inside” the naïf art. We do not propose any kind of comparison, but rather against: Belonging one to be seen and treated not only with eyes “passing”. The technique of photo painting is disappearing. Master Júlio Santos stands now before the computers in Fortaleza. The German researcher Titus Riedl, who lives in Crato, collects portraits painted since he met the country. Naïf art is overcoming decades not to be treated on the sidelines and be recognized as it should. Treaty as a great painter, the most recognized of the primitive, the French Henri Rousseau has his work at the Louvre next to the Mona Lisa. Because we have so much difficulty understanding what is ours? Because we always want to be the “other” imported superficially dyed and expiry date? It is an honor to be alongside such artists in the silence of their compositions dealing with definitive language for the construction of our identity, whatever it is, and we have to be careful to protect our imagination, our belief, our doubts crossbred and our conflicts before we call them memories.
FASCINATING, DIVERSE AND CHALLENGING UNIVERSE Oscar D’Ambrosio Holds a Ph.D. in Education, Art and Cultural History from Mackenzie University and Master of Arts from the Art Institute of UNESP
Participate of the Biennial Naïfs Brazil 2014 organized by Sesc Piracicaba, is a source of pride and a challenge. Pride, for being the main event of its kind in Brazil. Challenge, the obstacles it brings in an area where there are more uncertainties than certainties, which is wonderful in the art. An intrinsic difficulty of the event is in focus, ie, the identification of what is being called naïf art. It is clear that already exists bibliography and critical mass on the subject, but there are still discrepancies in conceptual understanding of what will be the art, especially given the diversity in Brazil. Something that needs to be taken is to simplify, understand it not as a simplistic, but as a way to be able to identify the object that is in focus. To be simple, we need to go very deep of a subject – and the idea of naïf yet to be deepened among scholars of the subject. I understand that the evaluation of a work of the genre needs to be a process that I call from end to end, ie, demand to know which artist we’re talking about (biography, origin, working conditions), what he produces (his poetic, understood as in-
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tended, and his aesthetic, understood as a result) and where his work points (taken from already produced, maintaining the current status or trend of future changes). It is thought many times that a popular artist has among its features stagnation. Certain mistake. He can and should innovate within their expression and worldview. The question is how each gives routing this challenge.The list of artists called naïfs can not be ignored. There are few who began to direct their production to the market, either for convenience or financial need. Being attuned to what the few galleries of the genre demand is not good or bad in itself, but raises questions about the authenticity and ingenuity of productions in a world increasingly-crowded and globalized. In dialogue with other artists, naïfs or not, curators, critics and gallerists, the artist called naïf could lose your vital force, becoming a sort of slave to external influences. Losing their visceral energy to please anyone, the injured and their own work and art as a whole. The naïf arose, historically, from the father of all, Henri Rousseau, as one capable of transforming reality. This does not necessarily mean copying the world we perceive as real or make it more beautiful or uglier. Means maintaining the ability to sustain a relationship with its originality, creating a plastic result. A risk of falling is called naïf art painted on the well apparently generating empathy with the audience. This can even hap-
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pen depending on the artist, but you need to develop a critical sense to realize how to please each other may prove to be a visual strategy and not an inner necessity, the mother of naïfs aesthetic power. The incentive to constant improvement is the great duty of critics, curators and universities. Studying the art called naïf means practicing a task of dialogue with these artists that spread through the country, carrying a message of perennial enhancement of what is done in order to create an awareness of what it means to be naïf and poetic as this is the strong be valued by those who make it and those who see it today and in the future. Thus, there is a permanent display of walking paths for artists and the public. It’s not about heroes or create models of success, but realize a historical justice with the artists who opened strands and conquered space for the large family of naïfs. Forget these names is a historical injustice and a crime against the history of Brazilian art. This rescue of what was done to best coupled with a knowledge of the present and the search for trends and talents for the future in terms of short, medium and long term, should be performed primarily in one way: face to face conversations. You need to talk to these artists, know who they are and understand what they produce and how they do. It is essential to know the whole that permeates the surroundings of naïfs creators to better understand the details of their works in various media. Life and
work are mixed and infinite relationships challenge us at every moment. Ignore this difficulty is to set aside an artistic and cultural richness that helps us to better unravel the Brazil inside each artist and genre of each one of us as individuals and as citizens. Diving in the deep Brazil naïfs means using the skills developed by the Humanities (Visual Arts, Sociology, Psychology, etc.) and the Exact Sciences (Physics, Mathematics, Chemistry, etc.). After all the artwork takes this intersection between what one thinks abstractly as an individual within a group (Humanities) and what is done with concrete materials (Physical Sciences). Above all, working with naïf art demand to keep the insanity itself within the boundaries of socially acceptable. Only then can embrace the variety of expressions of artists and regions of Brazil that a bit and know that every two years, crystallizes in the naïfs Brazil Biennial, an exhibition, a world of diversity, a fascinating universe plastic, because challenging.
THE NAÏF BIENNIAL Valdeck de Garanhuns Puppeteer, poet, songwriter, actor and artist
From inside the poetry Naïf artist is born bringing all magic
posing new designer. Creating freedom with showing the ability the popular artist, using pure innocence owns a culture they know how to handle. The art comes from thinking and when manifested, the eyes and the soul cause question to revulsion or party. The art comes from mischievous that stirs world in sensational act, persons skilled how these great artists who are in this Biennial. Art is essential the human creature, moment of poetry I always love emanates. The art is very sublime and when we expressed through the creation, as the beautiful nature By our hands reveals in the shape of praying. Make love with words The all dilettantes to one hundred and six chosen and other participants, the developers Sesc the great event creator in colossal contest where the artist beautiful form the majestic body this beautiful Biennial.
Was an impartial jury who has chosen beautiful works in varied styles among lines and folds our eyes were enchanted because the parts which passed By our assessment, had the touch of beauty to enrich for sure the collection of the nation. In each composition that we analyze with love saw the artist’s soul with that blown away. Works are tasteful, contemporary, beautiful, special context, made to delight anyone who has visited our rich Biennial. Nothing is casual this beautiful exhibition it is the result of thinking, the power of creation. Every artist to express himself say what you speak through his art, because one creates another wonder exposes one another sigh each one does their part. Be from Earth or from Mars or any other planet the artist always shows beautiful new facet. Because we live to create also to transform lives concepts and opinions changing behavior
bringing contentment for many crowds. Boiling in the hearts, the recesses of the soul, the artist and his art stir in or calm us. It makes us think and feel makes us cry and smile scream and silence, provokes outrage while the action sublime to love. I believe that by participating this lawsuit we all grew more because of the Biennial Very popular NaĂŻf where the Sesc want to show off innocent pure creation these beautiful companions that are true symbols art of our people. The Biennial will go ahead artists will too. Biennials can stop artists go beyond. But our desire is that this kind of opportunity always be encouraged, because these exposures promote changes and more educated people. So thank you very much for participation because the Biennial on me already caused transformation. Thing of that nature
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reveals much beauty nourishes and satisfies. The art that I do I leave all my embrace helpful and very peaceful.
GENUINE EXPRESSION Kelly Teixeira Art educator, Assistant Visual Arts Management and Technology Sesc SP
The biggest challenge of any hall of art lies precisely in the selection of the artists that will be part of the project and may exhibit their work to countless visitors. The difficulty lies mainly in the main function of the jury that is obviously the trial. How to judge a work of art? What elements are taken into consideration to choose some at the expense of others? How to align the thinking of professionals coming from nearby areas, but with experiences and unique experiences? To alleviate all these issues, I had the honor and joy to be invited to be part of this venture alongside renowned professionals as to which although not unanimously, formed a cohesive and harmonious jury. In addition to the criteria guided by regulation, or pre-set to what one would assume to make a work of art of those – be it popular or contemporary – worthy of being selected, based on the dare element that seemed the most true: poetry. This poetry that appeared, for example,
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in changing the brackets in bold themes, in the harmony of forms, in dealing with difficulties, resistance to hegemonic forms and mainly in the presence of single artist doing show from the power of your creative hand. Although surrounded by controversy, the term “naïf” is still laden with stereotypes, arising largely from the market itself was formed around the call folk art, which to some extent stimulates the production condition and gives the artists a dignified survival from their work, but on the other can be a limiter truly spontaneous expressions, causing a standardizing effect of art. Moreover, the influence of the contemporary world and its social, political, technological and media facets, beyond the proximity to contemporary art, has brought freshness to naïf art and returning to what the most essential features, which is the relationship with everyday life. For any artist, and it would be no different to those of popular origin and spontaneous production, art becomes clear when the work / life relationship, since life does not exist without the aesthetic dimension, and life / work, since art is the representation of life, be it by the expression of their stories – of lived or imagined – is the expression of his emotion. Thus, there is no doubt that what is presented in this edition of the Biennial naïf Brazil is the juice of the more legitimate genuine expression. It’s almost a reaction from a number of independent artists, with noticeable presence of their own signs, a personal identity and consequently, re-
gional and national deliberately marked, and intuition as his main instrument, regardless of the places where they come from or live. Although they may even have been unsuccessful in other halls, bring what purer has within it, without worrying about a supposed market, or aesthetic and academic conceptualisms. It is quite clear to identify, even with only two works entered for each artist – and you cannot not reference or those who have attended past editions of the event, or those who already have a recognition in the area – consistency in production. Sometimes, even on issues that we perceive the trait that so characterizes that artist, your organization’s composition, its colors applicants until their empty and / or fills. Far from asserting that the artist must use a formula to show consistency of your work, just say that you can see the logic that fuels the expression and how your brand will be present regardless of what direction to take their production. For us of the Sesc, and in particular to my work in the field of visual arts, whose dedication has passed the management of the collection of works of art and now focuses on issues of educational action, this one is always faced with these works and especially with these artists, more than just exhibiting their works, teach us to look at the world, sometimes more critical, sometimes more playful differently. Now more grounded in the real, sometimes from a dream experience. And there is nothing more genuine in art than his transforming power of the gaze.
NAÏF BIENNIAL 2014 – “A NEW RELATIONSHIP BETWEEN NAÏF ARTIST, SUPPORT AND RESPECT Antonio Santoro Junior Art Critic: APCA / ABCA / AICA University professor and museologist
“All artforms are in the service of the greatest of all arts: the art of living” Bertold Brecht The naïf today aware of the nature of weathering, sometimes looks for showing through the plastic or visual expressions, scenes of heavy rains, flooding, nature suffering with the weather, as well as social and urban disintegration in contemporary society. Front of this combination of factors is perceived that the naïf walking a parallel to contemporary art, whose artistic praxis portrays the contemporary world, begin to address more continuously, environmental issues, and the issues surrounding our cities and the countryside, in the days current. Thus, some of the naïf artists, this 12th. Biennial Naïfs Brazil seized their essential tools such as: ink, canvas, and many other materials to form a panel of these problems in their artistic expressions, showing that humans can overcome these problems by controlling the destructive force, by force of sensitivity with the arms of his art. Since ancient times, man has sought to visually record his image through scenes
of everyday life, as well as the nature part of the context. In the case of Naive Art, the elementarism fashion in this creative process was a prerequisite for the expansion of this movement artistic. As behavioral changes coupled with the presence of new techniques and materials, technology and to the communication process item could act positively in elementarism of the form during this process. The Naïf Art, as a movement of artistic expression has been changing over time, because this man is not a static being, it influences by all that is around you and so did the art and the naïf artists. At first, the art Naïf emerged as a twodimensional art, whose support was the screen and the subject was oil paint. Nowadays, as occurred in this 12th Biennial, one can see that among the selected works, new materials were added as well as new media were used by artists, a clear allusion to contemporary art. More than narratives, scenes and testimonies of situations, these works presented bring up a universe of myths and symbols decoded by the artists. The rapid changes taking place in society, the advancement of technology in the contemporary world and the trends of globalization, significantly influenced the world culture, it is not surprising, therefore, that the same has occurred in the Biennial of naïfs.
consider new attitudes to reexamine the posture of the human being in front of the Art, remembering that here it is not a defense or condemnation of this new stance, but reflections on art, who has been following a long time, the art and the work of artists. My relationship with Biennial Naïfs Brazil of has always been the admiration and involvement, since I became aware of this important and eloquent in the arts project, when it was still “Naïf Exhibition” in Piracicaba, to act as a participant of the jury selection and award in the 80s, watching all these years of expository production. Now in 2014, once again return as a member of the jury, in order to closely examine all entries and realize that during this journey changes occurred, they were of a structural nature by the Sesc or behavior on the part of the participating artists but always relevant in artistic praxis, and never lose focus on your naïf character. The results obtained in this selection of works in this Biennial Naïf, made us feel that artists, the jury and the public as a visitor were actors in a collectively shared spectacle. The Biennial Naïfs Brazil 2014 will be an exhibition, which will transmit a touch of magic used by these artists as a thread of strength, life and art.
“The art of life is to do with your life a work of art” Mahatma Ghandi
By analyzing these new attitudes and reflections of artists, it is also necessary to
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PHOTO PAINTINGS COLLECTION MASTER JÚLIO SANTOS
images, by collecting the spontaneously connected to photo painting do not have detailed identification.
PORTRAIT OF NAÏFS ARTISTS, BY MASTER JÚLIO SANTOS Diógenes Moura
Diógenes Moura
COLLECTION TITUS RIEDL The painted and colorful picture may have its beginnings in the Fayum portraits – region of the Italian peninsula and the Mediterranean. Are dated from the fourth century BC to the second century and were created to perpetuate the image of a deceased entity belonging to the nobility. The record of photo painting in Brazil, mainly in the Northeast, dating from the early twentieth century and has settled down with an innovation: the technique pastel and transparent oil. Considered one of the most important artists of photo painting in Brazil, Master Júlio Santos began the letter still in his teens, in Golden Studio, owned by his family, in Fortaleza, Ceará. While working with the “traditional” technique photo painting, started collecting images that saves as a testament to the relationship between the action of time on portraits we would like to preserve forever. The master of photo painting, Júlio Santos private collection that are at the 12th Biennial Naïfs Brazil were collected during the last five decades and comes in studios such as Hermogenes (1950), Walter Dantas, Golden Studio, Benjamin Angert and Jose Maria mastic, all from the 1950s, in addition Studios Arnaldo Leon (1960) and Murilo Teixeira (1970). They have sizes between 18 cm x 24 cm, 24 cm x 30 cm x 40 cm and 30 cm. Some
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Diógenes Moura
The German researcher Titus Riedl lives in Crato since 1999. Fell in love for the art of portrait painting and began his collection in the following year. Today has a collection of nearly five thousand photo paintings produced with the most different techniques, from the most traditional, made in ancient and renowned studios until recent changes imposed by the changing times and the new clientele who lives in Juazeiro and Crato, in Cariri Valley, Ceará. Many of the images from his collection were bought because the original pictures, discarded by households, had the tragic fate of ending up in the trash. So a large part of them has no need of authorship and the period in which they were produced identification. Another fact is that photo painting entered the era of “selfie” and the artists of Juazeiro come venturing to produce painted portraits printed on banners. The curiosity and what makes the collection so unique be Riedl is precisely the variation between the materials, the poses, the scenography, the finish and the irony between kitsch and speed imposed by time and consumer requirements.
Master Júlio builds worlds from deep inside which is the head of each of us. Therefore, in 2009, at age 69, had to reinvent “transformed” his seven trestles of the Golden Traditional Studio on the four computers on which currently works using photoshop techniques. For him photo painting is related to the signs of the time. On one side the wait, the past. On the other hand, the future. Treats each job with the density that the time required from the request, it sends the original photo and suggests the type and color of clothes – suits, printed dress, plain clothing or first communion, birthday or wedding – jewelry, tie, hat and even the scenery, city or country in the world where everyone wants to “be seen”. If the picture is of a couple, the notation G2 appears identifying the request. G3 and G4 are joining parents, children, friends and so on. All selected for the 12th Biennial of Brazil Naïfs artists sent their portraits and the desire to would like to be portrayed. The result is the following pages.
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espanhol
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CONEXIONES A CONSIDERAR Abram Szajman Presidente del Consejo Regional del Sesc São Paulo
El desarrollo tiene diversos lados, que deben ser pensadas de modo interconectado, con vistas a contribuir para una sociedad menos desigual, ya que tal visión permite que factores económicos sean pensados en conexión con cuestiones sociales y culturales. La responsabilidad social de los empresarios del comercio de bienes, servicios y turismo se origina de tal lectura de mundo: ella se expresa no sólo en el empeño por escenarios dignos en la esfera del trabajo, pero también en la atención con otras dimensiones que cercan esa esfera. La cultura es una de ellas. El Sesc, entidad que mantiene una acción cultural volcada hacia los trabajadores del sector del comercio, así como para extractos más amplios de la sociedad, es una de las expresiones de ese compromiso. Sin embargo, no se trata de comprender la cultura como descompresión de la lógica del trabajo – al contrario, ella es oportunidad para la ampliación de la formación de los ciudadanos. La realización de la Bienal Naïfs de Brasil está insertada en esa forma de concebir la relación entre clase empresarial y sociedad. Se trata de una relación en la cual debe estar presente el ofrecimiento de condiciones para que las perso-
nas y colectividades comprendan mejor sus esferas de actuación, en las cuales convergen elementos originarios de la tradición, del presente y del futuro. Es a partir de esa comprensión que se puede vislumbrar un enfrentamiento colectivo de los dilemas actuales. Aproximar públicos de manifestaciones culturales unidos a contextos variados es una manera de ocupar el espacio social con calidad, pues parte de la concepción de la diversidad como riqueza. Aquí, el contexto en cuestión se refiere a Brasil interiorano, en los cuales las potencialidades económicas y culturales diseñan una sola realidad, múltiple, que debe ser más bien conocida. Cabe, por lo tanto, a entidades dedicadas al campo de la cultura presentar esa realidad según una perspectiva expandida, permitiendo vislumbrar la pluralidad inherente a la idea de desarrollo.
INTERIOR EXPRESIVO Danilo Santos de Miranda Director Regional del Sesc São Paulo
Las obras de arte son vistas, hace siglos, como se fueran algo más que aparentan – como si alguna potencia se ocultara por detrás de los colores, sonidos, materiales, signos y temas empeñados. Como consecuencia, el artista fue siendo, a los pocos, considerado un trabajador distinto de los demás. ¿Pero dónde residiría ese excedente de sentido, si él no está localizado
en la presencia física de la obra? ¿Estaría además de la materia, trascendiéndola? ¿O, por el contrario, sería inmanente a la materialidad, y el esfuerzo del artista consistiría en hacerla de ahí emerger? No fueron pocos los que sugirieron que tal excedente sería la actualización de algo que pre-existiría en el artista. De inclinación romántica, tal visión se diseminó como intento de comprender el inefable del hacer artístico. Hay aquí la suposición de una riqueza interior del artista, que se hace accesible por medio de su práctica expresiva. La tesis de una expresividad que proviene del interior merece ser explorada. La décima segunda edición de la Bienal Naïfs de Brasil es una oportunidad para eso, ya que se trata de una iniciativa que, hace más de dos décadas, juega luz sobre una producción cultural unida a Brasil profundo. El reconocimiento del valor del arte naïf se une a la idea de la riqueza cultural del interior del país. ¿Pero cómo se implica eso? El historiador cearense Capistrano de Abreu diagnosticara, hace más de un siglo: “Se quejan los primeros cronistas de andar los contemporáneos arañando la arena de la espalda como cangrejos, en lugar de tirarse al interior”1. Para Brasil2, el litoral es algo dado; ya en relación al interior, la situación es diferen-
1 Capítulos de História Colonial, finalizado por Capistrano de Abreu en 1907.
Después de la llegada de los portugueses, es decir, a partir de 1500
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te: le correspondió conquistarlo. Alejado por densa naturaleza y distancias considerables, la noción de interior se hizo materialización del “otro”, habitado por imágenes distintas y entrelazadas: el campesino, el indígena, el pueblerino, el natural, el espontáneo. El interior brasileño derivó sus peculiaridades, en buena medida, de la dificultad de ser alcanzado. Así, desarrolló formas propias de significar el mundo, que operan según un tiempo específico, marcado por la comunión entre actividades cotidianas y procesos de ritualidad. Como avieso de la concepción occidental de arte, la cultura en el interior se refiere a artistas que no están destacados del tejido social – sería más admisible afirmar que ellos concentrarían, por medio de sus prácticas, los saberes dispersos por la colectividad. El interior geográfico puede servir de metáfora para la subjetividad del artista naïf, aleja a abordajes directos y que exhibe su riqueza al impregnarse de las cosas del mundo. Sí hay ingenuidad, como sugiere el término en francés, ella es la denominación dada a una articulación espontánea entre el “yo” artístico, los contenidos de la vida y las materias primas movilizadas, sin la mediación de conocimientos institucionalizados. La ausencia de esa mediación, identificada como autodidactismo, permitiría un vislumbre inmediato de la interioridad del artista por medio de sus obras. La adherencia del artista a los valores del entorno permite que la revelación de su
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interioridad coincida con la explicitación de su propio ambiente: el interior. Es así que el imaginario de las pequeñas ciudades brasileñas encuentra una de sus traducciones más expresivas. De ese modo, es emblemático que el curador Diógenes Moura, a partir del tema “El santuario reflejado en el espejo”, haya sugerido la yuxtaposición de las obras de los artistas naïfs a un conjunto de foto-pinturas cearenses, reuniendo ítems del Maestro Júlio y de la colección Titus Riedl. El entrelazamiento de los artistas naïf con el contexto cultural interiorano adquiere nuevos aspectos con la proximidad de sus obras a las foto-pinturas, importante manifestación de identidad del Nordeste brasileño. Simplicidad, tendencia a la planificación, equilibrio compositivo e interés por las calidades cromáticas – tales aspectos, comunes a esas expresiones, configuran un escenario más amplio, que es la propia realidad interiorana de la cual emergen tales expresiones. El arte establece toda suerte de relaciones, dentro del campo ampliado de la cultura, con otras formas de dar significado a las cosas. La acción cultural del Sesc explora el potencial educativo de esas relaciones – por veces armónicas, por veces tensas – ya que ellas reflejan las dinámicas de rupturas y continuidades de la vida social. En ese contexto, la presente publicación, al dar forma a la memoria de la exposición realizada en el Sesc Piracicaba, reafirma un compromiso con el trato contextualizado de la cultura, en los cuales las ambivalencias
no son suprimidas, pero expuestas a los individuos, correspondiendo a ellos la disposición de investigar o no sus peculiaridades.
EL SANTUARIO REFLEJADO EN EL ESPEJO Diógenes Moura Curador de la Bienal Naïfs de Brasil 2014
¿Una pintura que viene del alma? ¿Por qué decimos que lo que viene del alma puede ser popular en un país donde lo que tenemos de más representativo es nuestra propia cultura, nuestro modo de vivir, de multiplicarse entre arte y religiosidad, entre sagrado y profano, con nuestra manera de mirar y de sentir, dolor y placer? El arte naïf se apropia de un instante – como en la foto-pintura – para enseguida inmortalizarlo en sus escenas de la vida cotidiana, con la representación de la vida pública y privada, una especie de espejo íntimo donde estarán representados los deseos y las esperanzas de ir del ayer y del hoy al mucho además, en un universo pictórico (y en otros soportes) donde la forma de ser sofisticado es siendo inesperadamente simple. Se trata de un acto de perpetuación. De la constatación de un mundo que surge de un interior profundo, con sus personajes seductores que no son ni eruditos ni tan poco populares, con un lenguaje ya definitivo, en algunos momentos hasta
“mental”, pero, en la mayoría de las veces, provocante. Liberado en su expresión popular el artista naïf se libra del miedo para entregarse al descubrimiento de sí mismo. Como en la foto-pintura: al entregar un retrato (entre los siglos XVII a XIX, en Estados Unidos, la pintura primitivista nació de la tradición de los retratistas amadores) para ser reproducido de la forma en que pensamos o queremos ser, en el ambiente que nos conviene, entregamos a los ojos del artista foto-pinturista una parte de nuestra existencia, para que podamos ser retratados “lo más parecido posible”. Esa interpretación solo será completa si haya libertad y manos para trabajar con las herramientas que buscan los deslices y aciertos del alma. Ni el arte naïf ni la foto-pintura – incluso con rasgos geográficos distintos – mienten. Son híbridos a partir de un imaginario romanceado, uno o duplicado. Son dos tipos de “retratos” de una misma vida brasileña que se renuevan porque el día siguiente lo que antes era un inmenso patio boscoso hoy ya es asfalto, automóviles, motos, aviones. Pero habrá siempre una a leña encendida dentro de una casa naïf, un mazo de hierbas para curar el futuro, una boda cruzando la placita de una ciudad mínima, la primera misa en Brasil, la familia con sus diez hijos que duermen hasta dentro del escaparate, el sonido del utillaje sobre la cabeza del caminante, el gesto escultórico que rompió la vena de la xilograbado, el beso en la boca entre dos hombres que no necesi-
taron “pasar” en la televisión corroídos por la siniestra y pre-histórica moral de la novela de las nueve: nuestros deseos son mayores que sus ganas. Está escrito. En la próxima Bienal Naïfs de Brasil la cocina a leña será encendida otra vez. La nueva familia podrá aparecer con una docena de hijos. Otra vez la realidad será subvertida. Si hay globalización – esa infeliz idea que conquista las neuronas de los menos favorecidos – el arte naïf teje en las manos los límites de la insistencia: repetimos porque somos así y no queremos poseer el rostro “del otro”, incluso si en el retrato pintado el pigmento ya haya escurrido para fuera de los rebordes de la imagen. Se trata de una renovación que también podrá tener influencias eruditas (¿espectros de la mirada/inconsciente colectivo?), pero que se hace independiente y posee nombre propio. Cuando aproximemos el universo del arte naïf al universo de la foto-pintura pretendemos proporcionar el encuentro y la posibilidad de que releamos dos aspectos de una manifestación artística fundamental en Brasil. La foto-pintura está “dentro” del arte naïf. No proponemos ninguna clase de comparación, pero, sí, de encuentro: una pertenencia que deberá ser visto y tratado no solo con ojos “de paso”. La técnica de la foto-pintura está desapareciendo. Maestro Júlio Santos resiste, ahora delante de los ordenadores, en Fortaleza. El investigador alemán Titus Riedl, que vive en el Crato, colecciona retratos pintados desde que reconoció el país. El arte naïf viene rebasando décadas para no
ser tratada al margen y ser reconocida como debe. Tratado como gran pintor, el más reconocido de los primitivos, el francés Henri Rousseau tiene su obra en el Louvre, al lado de la Mona Lisa. ¿Por qué tenemos tanta dificultad en entender lo que es nuestro? ¿Por qué queremos siempre ser el “otro”, importado, superficialmente teñido y con plazo de validez vencido? Es un honor estar al lado de esos artistas que en el silencio de sus composiciones lidian con lenguajes definitivos para la construcción de nuestra identidad, cualquiera que sea ella, y del cuidado que tendremos que tener en proteger nuestro imaginario, nuestra creencia, nuestras dudas mestizas y nuestros conflictos delante de lo que llamamos de memoria.
UNIVERSO FASCINANTE, DIVERSO Y DESAFIADOR Oscar D’Ambrosio Doctor en Educación, Arte e Historia de la Cultura por la Universidad Mackenzie y maestro en Artes por el Instituto de Artes de la Unesp
Participar de la Bienal Naïfs de Brasil 2014, promovido por el Sesc Piracicaba, es un motivo de orgullo y un desafío. Orgullo, por ser el principal evento del género en Brasil. Desafío, por los obstáculos que eso trae en una área en que hay
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más inseguridades que seguridades, lo que es maravilloso en el arte. Una dificultad intrínseca del evento está en su foco, es decir, en la identificación de lo que viene a ser arte llamada naïf. Es claro que ya existe bibliografía y masa crítica sobre el asunto, pero aún hay discrepancias conceptuales en la comprensión de lo que venga a ser ese arte, principalmente ante la diversidad en Brasil. Algo que necesita ser retomado es la simplificación, la entiendo no como simplismo, pero como una manera de conseguir identificar el objeto que está en foco. Para ser simple, es preciso ir mucho a fondo de un asunto – y la idea de naïf aún necesita ser profundizada entre los estudiosos del tema. Entiendo que la evaluación de una obra del género necesita ser un proceso que acostumbro llamar de punta la punta, es decir, demanda saber de cuál artista estamos hablando (biografía, origen, condiciones de trabajo), lo que él produce (su poética, entendida como intención, y su estética, entendida como resultado) y para donde su trabajo apunta (reanudación de lo que ya produjo, mantenimiento de la práctica actual o tendencia de alteraciones futuras). Se piensa muchas veces que un artista popular tiene entre sus características la estagnación. Ledo engaño. Él también puede y debe innovar dentro de su expresión y visión de mundo. La cuestión es cómo cada uno da remisión a ese desafío.
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La relación de los artistas llamados naïfs tampoco puede ser ignorada. No son pocos los que comenzaron a dirigir su producción para el mercado, sea por comodidad o por necesidad financiera. Estar antenado con aquello que las pocas galerías del género demandan no es bueno o malo en sí incluso, pero levanta cuestiones sobre la autenticidad e ingenuidad de las producciones en un mundo cada vez más masificado y globalizado.
El incentivo a la mejoría constante es el gran deber del críticos, curadores y de las universidades. Estudiar el arte llamada naïf significa practicar una misión de diálogo con esos artistas que se esparcen por el país, llevando un mensaje de perenne perfeccionamiento de lo que es hecho, en el sentido de crear una conciencia de aquello que significa ser naïf y de cómo esa poética es fuerte al ser valorada por quién la hace y por quién la ve hoy y en el futuro.
En el diálogo con otros artistas, naïfs o no, curadores, críticos y galeristas, el artista llamado naïf puede perder su fuerza vital, haciéndose una especie de esclavo de influencias externas. Perdiendo su energía visceral para agradar a quienquiera que sea, el perjudicado y su propio trabajo y el arte como uno todo.
Así, existe una caminada permanente de indicar veredas para los artistas y para el público. No se trata de crear héroes o modelos de éxitos, pero de realizar una justicia histórica con los artistas que abrieron vertientes y conquistaron espacios para la gran familia de los naïfs. Olvidar esos nombres es una injusticia histórica y un crimen contra la historia del arte brasileña.
El naïf se colocó, históricamente, desde el padre de todos, Henri Rousseau, como aquel capaz de transformar la realidad. Eso no significa necesariamente copiar el mundo que entendemos como real o hacerlo más bello o más feo. Quiere decir mantener la capacidad de sostener una relación de originalidad con él, creando un resultado plástico. Un riesgo del llamado arte naïf es caer en el aparentemente bien pintado, generando empatía con el público. Eso hasta puede suceder dependiendo del artista, pero es necesario desarrollar el sentido crítico de percibir como el agradar al otro puede venir a ser una estrategia visual y no una necesidad interior, madre del poder estético de los naïfs.
Ese rescate de aquello que fue hecho de mejor, asociado a un conocimiento del presente y a la búsqueda de tendencias y talentos para el futuro en términos de corto, medio y largo plazo, debe ser realizado principalmente de una manera: conversaciones cara a cara. Es necesario hablar con esos artistas, saber quién son y comprender lo que producen y como lo hacen. Es indispensable conocer todo que permea el entorno de los creadores naïfs para conocer mejor los detalles de sus obras en los más variados soportes. Vida y obra se mezclan e infinitas relaciones nos desafían cada instante. Ignorar esa
LA BIENAL NAÏF
dificultad es dejar de lado una riqueza artística y cultural que nos ayuda a desvelar mejor Brasil interior de cada artista del género y de cada uno de nosotros como individuos y como ciudadanos.
Valdeck de Garanhuns Manipulador de muñecos, poeta, compositor, actor y artista plástico
Bucear en los naïfs de Brasil profundo significa utilizar las habilidades desarrollado por las Humanidades (Artes Visuales, Sociología, Psicología, entre otras) y por las Ciencias Exactas (Física, Matemática, Química, entre otras). Finalmente la obra de arte se da en esa intersección entre lo que se piensa abstractamente mientras individuo dentro de un grupo (Humanidades) y lo que se hace concretamente con los materiales (Ciencias Exactas).
Del amago de la poesía nace el artista naïf trayendo toda magia suscitando nuevo lujo. Creando con libertad mostrando la capacidad del artista popular, usando inocencia pura es dueño de una cultura que sabe manosear.
Por encima de todo, trabajar con el arte naïf demanda mantener la propia demencia dentro de los límites de lo socialmente aceptable. Solamente así es posible abarcar la diversidad de expresiones, de artistas y de regiones de Brasil que poco conocemos y que, cada dos años, cristaliza, en la Bienal Naïfs de Brasil, una exposición, un mundo de diversidades, un universo plástico fascinante, porque desafiador.
La arte viene del pensar y cuando se manifiesta, a los ojos y el alma causa cuestión, con repulsa o fiesta. El arte viene del astuto que mueve con mundo entero en acto sensacional, personas expertas como esos grandes artistas que están en esa Bienal. La arte es esencial a la criatura humana, momento de poesía que siempre del amor emana. El arte es muy sublime y cuando la gente se expresa a través de la creación, la naturaleza tan bella por nuestras manos se revela en forma de oración.
Con amor hago mención a todos los diletantes a los ciento y seis escogidos y a los otros participantes, al Sesc fomentador del magno evento creador en concurso colosal, donde el artista hermoso forma el cuerpo majestoso de esa linda Bienal. Fue un jurado imparcial que escogió lindas obras en estilos variados por entre rectas y pliegues nuestros ojos se encantaron pues las piezas que pasaron por nuestra apreciación, tenía el toque de la belleza para enriquecer seguramente el acervo de la nación. En cada composición que con amor analizamos hemos visto el alma del artista con eso nos encantamos. Son trabajos primorosos, contemporáneos, hermosos, de contexto especial, hechos para encantar cualquiera que visitar nuestra rica Bienal. Nada tiene de casual en esa bella exposición todo es fruto del pensar, del poder de la creación. Todo artista al expresarse dice lo que sabe hablar a través de su arte, pues uno crea otro admira
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uno expone otro suspira cada uno hace su parte. Sea de la tierra o de marte o cualquiera otro planeta el artista muestra siempre bella y nueva faceta. Porque se vive a crear también vive a transformar conceptos y opiniones cambiando comportamiento llevando contentamiento para muchas multitudes.
Incomodando en los corazones, en los interiores del alma, el artista y su arte nos agita o nos calma. Nos hace pensar y sentir nos hace llorar y sonreír gritar y silenciar, provoca indignación y a la vez la acción sublime de amarse. Creo que al participar de ese proceso legal todos nosotros crecemos más por cuenta de la Bienal Naïf bien popular donde el Sesc quiere mostrar creación pura inocente de esos bellos compañeros que son símbolos verdaderos de la arte de nuestra gente. La Bienal va adelante los artistas van también. Bienales pueden parar los artistas van más allá.
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Sin embargo nuestro deseo es que ese tipo de oportunidad sea siempre fomentada, pues esas exposiciones promueven transformaciones y un pueblo más educado. Por lo tanto, muchas gracias por la participación pues la Bienal en mí ya causó transformación. Cosa de esa naturaleza revela mucha belleza alimenta y complace. Por la arte que yo hago dejo a todos mi abrazo y votos de mucha paz.
EXPRESIÓN GENUINA Kelly Teixeira Arte-educadora, asistente de la Gerencia de Artes Visuales y Tecnología del Sesc SP
El mayor desafío de cualquier salón de arte está justamente en la selección de los artistas que formarán parte del proyecto y podrán exponer sus trabajos a uno sin número de visitantes. La dificultad reside esencialmente en la principal función del jurado que es, obviamente, el juicio. ¿Cómo se juzga un trabajo de arte? ¿Qué elementos son llevados en consideración para escoger unos en detrimento de otros? ¿Cómo alinear el pensamiento de profesionales advenidos
de áreas próximas, pero con vivencias y experiencias únicas? Para amenizar todas esas cuestiones, tuve el honor y alegría de ser invitada a formar parte de ese contrato de obra al lado de tan renombrados profesionales, que aunque sin unanimidad, formaron un jurado cohesivo y armónico. Más allá de los criterios pautados en normativa, o de aquellos pre-establecidos a lo que se supondría hacer de un trabajo de arte – sea él popular o contemporáneo – merecedor de ser seleccionado, osamos basarnos en el elemento que nos parecía más verdadero: la poesía. Poesía esta que apareció, por ejemplo, en el cambio de los soportes, en la osadía de los temas, en la armonía de las formas, en el enfrentamiento a las dificultades, en la resistencia a las formas hegemónicas y principalmente en la presencia única del artista haciéndose mostrar a partir de la potencia de su mano creadora. Aunque cercada de polémica, la expresión “naïf” aún permanece cargada de estereotipos, surgidos en gran medida del propio mercado que se formó en torno al llamado arte popular, que en cierta medida estimula la producción y da condición a los artistas de una supervivencia digna a partir de su trabajo, pero por otro puede ser un limitador de expresiones verdaderamente espontáneas, causando un efecto estándar del arte. Por otra parte, la influencia del mundo contemporáneo, y sus facetas sociales, políticas, tecnológicas y de media, además de la aproximación con el arte contemporá-
neo, ha traído un frescor al arte naïf y retornándole aquello que dé más esencial la caracteriza, que es la relación cotidiana con la vida. Para cualquier artista, y no sería diferente con aquellos de origen popular y producción espontánea, el arte pasa a tener sentido cuando de la relación obra/vida, ya que la vida no existe sin la dimensión estética, y vida/obra, ya que el arte es la representación de la vida, ya sea ella por la expresión de sus historias – de las vividas o imaginadas – ya sea por la expresión de su emoción. De esa forma, no hay lo que dudar que lo que se exhiba en esa edición de la Bienal Naïfs de Brasil es el zumo de la más legítima expresión genuina. Es casi una reacción de una serie de artistas independientes, con perceptible presencia de sus signos propios, una identidad personal y por consecuencia, regional y nacional deliberadamente marcada, teniendo la intuición como su principal instrumento, independiente de los lugares de donde vienen o viven. Aunque puedan hasta haber sido preteridos en otros salones, traen lo que de más puro tiene dentro de sí, sin preocuparse con un supuesto mercado, o conceptualismos estéticos y académicos. Es bastante claro identificar, incluso con solo dos obras inscritas de cada artista – y no es posible no hacer referencia a aquellos que o ya participaron de otras ediciones del evento, o de aquellos que ya tienen un reconocimiento en el área – una coherencia en la producción. A veces, incluso con temas diversos, notamos el rasgo que tanto caracteriza aquel
artista, su organización de la composición, sus colores recurrentes, hasta sus vacíos y/o rellenos. Lejos de afirmar que el artista debe recurrir a una fórmula para mostrar coherencia de su trabajo, digo solo que es posible notar la lógica que aprovisiona la expresión y como su marca estará presente independiente de que rumbo su producción tome. Para nosotros del Sesc, y en especial para mi trabajo en el área de artes visuales, cuya dedicación ya pasó por la gestión del acervo de obras de arte y ahora se acoda a las cuestiones de la acción educativa, es siempre un presente se enfrontar con esas obras y, sobre todo con esos artistas, que más que solamente exponer sus trabajos, nos enseñan a mirar el mundo de forma diferente, ahora más crítica, ahora más lúdica. Ahora más pisada en lo real, ahora a partir de una experiencia onírica. Y no hay nada más genuino en el campo del arte que su poder transformador de la mirada.
BIENAL NAÏF 2014 – “UNA NUEVA RELACIÓN ENTRE EL ARTISTA NAÏF, EL SOPORTE Y LA MATERIA” Antonio Santoro Junior Crítico de Arte: APCA / ABCA / AICA Profesor universitario y museólogo
“Todas las artes contribuyen para la mayor de todas las artes, la arte de vivir” Bertold Brecht
Los Naïfs de hoy atentos al intemperismo de la naturaleza, buscan algunas veces, mostrar a través de sus expresiones plásticas o visuales, escenas de grandes lluvias, inundaciones, la naturaleza sufriendo con las intemperies, así como la desestructuración social y urbana en la sociedad contemporánea. Frente esta conjugación de factores se nota que los naïfs caminando en un paralelo al arte contemporáneo, cuya práctica artística retrata el mundo contemporáneo, comienzan a abordar más continuamente, temas del medioambiente, y los problemas que envuelven nuestras ciudades y el campo, los días actuales. De este modo, algunos de los artistas naïfs, de esta 12ª Bienal Naïfs de Brasil lanzaron mano de sus herramientas esenciales como: pantalla y tinta, además de diversos otros materiales, para componer un panel de esos problemas en sus expresiones artísticas, mostrando que el ser humano puede vencer esos problemas al controlar la fuerza destructiva, por la fuerza de la sensibilidad con las armas de su arte. Desde los tiempos más remotos, el hombre siempre buscó registrar visualmente su imagen, a través de escenas del cotidiano, así como de la naturaleza formando parte del contexto. En el caso del Arte Naïf, el elementalismo de la forma en este proceso creativo fue un ítem indispensable para la expansión de este movimiento artístico. Los cambios de comportamiento sumados a la presencia de nuevas técnicas y materias, a la tecnología y al proceso de comunicación pudieron actuar
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positivamente, en el elementalismo de la forma durante este proceso. El arte Naïf, como movimiento de expresión artística viene modificándose a través de los tiempos, esto porque, el hombre no es un ser estático, él se influencia por todo aquello que se encuentra a su alrededor y lo mismo sucedió con el arte y con los artistas naïfs. A principio, la arte Naïf surgió como una arte bidimensional, cuyo soporte era la pantalla y la materia era la tinta a óleo. Hoy día, como ocurrió en esta 12ª Bienal, se puede verificar que entre los trabajos seleccionados, nuevas materias fueron agregadas, así como nuevos soportes fueron utilizados por los artistas, en una nítida alusión al arte contemporáneo. Más que narrativas, escenas y testimonios de situaciones, estas obras presentadas traen a la luz un universo de mitos y símbolos decodificados por los artistas. Las rápidas transformaciones que vienen ocurriendo en la sociedad, el avance de la tecnología en el mundo contemporáneo y las tendencias a la globalización, influenciaron significativamente la cultura mundial, no es de extrañar, pues, que el mismo haya ocurrido en la Bienal de los Naïfs. Al analizar estas nuevas actitudes y reflexiones de los artistas, es necesario también considerar nuevas actitudes para reexaminar la postura del ser humano delante del Arte, recordando que, aquí no se trata de una defensa o una
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condena de esta nueva postura, pero de reflexiones sobre el arte, de quienes viene acompañando hace largo tiempo, el arte y el trabajo de los artistas. Mi relación con la Bienal Naïfs de Brasil ha sido siempre de admiración e implicación, siempre y cuando tomé conocimiento de este proyecto tan importante y elocuente en el campo de las artes, cuando el mismo era aún “Exposición Naïf” de Piracicaba, hasta actuar como participante del jurado de selección y premiación en la década del 80, acompañando todos estos años de producción expositiva. Ahora en 2014, otra vez retornar como miembro del jurado, para poder de cerca apreciar todos los trabajos inscritos y notar que en el transcurrir de esta caminada los cambios sucedieron, fueran ellas de carácter estructural por parte del Sesc o de comportamiento, por parte de los artistas participantes, pero siempre pertinentes en la práctica artística, además de jamás perder el foco en su carácter naïf. Los resultados obtenidos en la selección de obras de esta Bienal Naïf, nos hicieron sentir que los artistas, el jurado y el público visitante fueron como actores en un espectáculo compartido colectivamente. La Bienal Naïfs de Brasil 2014 será una exposición, que irá a transmitir un toque de magia usado por estos artistas como un hilo conductor de fuerza, de la vida y de la arte.
“La arte de la vida consiste en hacer de la vida una obra de arte” Mahatma Ghandi
FOTO-PINTURAS COLECCIÓN MAESTRO JÚLIO SANTOS Diógenes Moura
El retrato pintado y colorido puede tener sus primordios en los retratos de Fayum – región de la península itálica y del Mediterráneo. Con fechas del siglo IV al siglo II A.C. y fueron creados para perpetuar la imagen de un ente fallecido perteneciente a la nobleza. El registro de las foto-pinturas en Brasil, principalmente en el Nordeste, fecha del inicio del siglo XX y ya se establece con una innovación: la técnica a pastel y a óleo transparente. Considerado uno de los más importantes artistas de la foto-pintura en Brasil, Maestro Júlio Santos comenzó en el oficio aún en la adolescencia, en el Áureo Estudio, de propiedad de su familia, en Fortaleza, en Ceará. Al tiempo que trabajaba con la técnica “tradicional” de la foto-pintura, pasó a coleccionar imágenes que guarda como un certificado de la relación entre la acción del tiempo sobre retratos que nos gustaría preservar para siempre. Las foto-pinturas de la colección particular del maestro Júlio Santos que están en la 12ª Bienal Naïfs de Brasil fueron recogidas durante las últimas cinco décadas y tienen origen en Estudios como el de Hermógenes (década de 1950), Walter Dantas, Áureo Estudio, Benjamin Angert y José Maria Aroeira, todos de la década de 1950, además de los Estudios Arnaldo León (década de 1960) y Murilo Teixeira (década de 1970). Poseen formatos entre 18 cm x 24 cm, 24 cm x 30
cm y 30 cm x 40 cm. Algunas imágenes, por la forma espontánea del coleccionismo conectado a la foto-pintura, no poseen identificación detallada.
dad impuesta por el tiempo y por las exigencias del consumidor.
COLECCIÓN TITUS RIEDL
EL RETRATO DE LOS ARTISTAS NAÏFS, POR MAESTRO JÚLIO SANTOS
Diógenes Moura
Diógenes Moura
El investigador alemán Titus Riedl vive en el Crato desde 1999. Se enamoró por la arte del retrato pintado y dio inicio a su colección el año siguiente. Hoy posee un acervo con cerca de cinco mil foto-pinturas producidas con las más diferentes técnicas, desde la más tradicional, hechas en los antiguos y consagrados estudios hasta las modificaciones recientes, impuestas por el cambio de los tiempos y por la nueva clientela que vive en Juazeiro do Norte y en el Crato, en el Valle del Cariri, Ceará. Muchas de las imágenes de su colección fueron compradas porque las imágenes originales, descartadas por las familias, tendrían el trágico destino de ir a parar en la basura. Por eso una gran parte de ellas no posee una identificación necesita autoría y periodo en que fueron producidas. Otro hecho es que las foto-pinturas entraron en la era del “selfie” y los artistas de Juazeiro do Norte vienen arriesgándose a producir retratos pintados impresos en banners. La curiosidad y lo que hace la colección de Riedl ser tan única es justamente la variación entre los materiales, las poses, la escenografía, el acabado y la ironía entre el kitsch y veloci-
Maestro Júlio construye mundos a partir del interior profundo que es la cabeza de cada uno de nosotros. Por eso, en 2009, a los 69 años, necesitó se reinventar: “transformó” sus siete caballetes del Áureo Estudio tradicional en los cuatro ordenadores en los cuales trabaja en la actualidad, utilizando las técnicas del photoshop. Para él la foto-pintura está relacionada con los signos del tiempo. De un lado la espera, el pasado. De otra parte, el futuro. Trata cada trabajo con la densidad que el tiempo exige, a partir de la solicitud del cliente, que envía la foto original y sugiere el tipo y el color de la ropa – tierno, vestido estampado, liso o ropa de primera comunión, cumpleaños o boda – joya, corbata, sombrero y hasta el escenario, la ciudad o el país del mundo donde cada uno desea “ser visto”. Si el retrato es de una pareja, la anotación G2 aparece identificando la solicitud. G3 y G4 pueden juntar padres, hijos, amigos y así por delante. Todos los artistas seleccionados para a 12ª Bienal Naïfs de Brasil enviaron sus retratos y el deseo de cómo les gustaría ser retratados. El resultado está en las páginas siguientes.
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SESC – SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO Administração Regional no Estado de São Paulo PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL Abram Szajman DIRETOR REGIONAL Danilo Santos de Miranda SUPERINTENDÊNCIAS Técnico-Social Joel Naimayer Padula Comunicação Social Ivan Giannini Administração Luiz Deoclécio Massaro Galina Assessoria Técnica e de Planejamento Sérgio José Battistelli GERÊNCIAS Artes Visuais e Tecnologia Juliana Braga Adjunta Nilva Luz Assistentes Sandra Leibovici, Kelly Teixeira, Julieta Machado Estudos e Desenvolvimento Marta Raquel Colabone Adjunto Iã Paulo Ribeiro Artes Gráficas Hélcio Magalhães Adjunta Karina Musumeci Assistentes Gabriela Borsoi, Marilu Vecchio e Rogério Ianelli Desenvolvimento de Produtos Évelim Lucia Moraes Adjunta Andressa de Góis Assistente Jaqueline Alves Coutinho Relações com o Público Milton Soares de Souza Adjunto Carlos Cabral Difusão e Promoção Marcos Ribeiro de Carvalho Adjunto Fernando Hugo C. Fialho Sesc Piracicaba José Roberto Ramos Adjunto Jonadabe Ferreira da Silva
BIENAL NAÏFS DO BRASIL 2014 Sesc Piracicaba Equipe Leonardo Borges e Margarete Regina Chiarella Programação Francisco Galvão de França e equipe Infra-Estrutura Robsom Fabrizio D. Bonilha e equipe Comunicação e Atendimento Milena Piva Carvalho e equipe Administração Juliana Defavari e equipe Alimentação Marcela Escobar G. Perecin e equipe Curadoria Diógenes Moura Júri de seleção e premiação Antonio Santoro Jr, Kelly Teixeira, Oscar D’Ambrosio e Valdeck de Garanhuns Produção Executiva Nathalia Ungarelli | NU Projetos de Arte Assistente Heloísa Leite Projeto educativo Zebra 5 Jogo e Arte Projeto expográfico Jeanine Menezes | Estúdio GRU Assistente Andressa Bassani Identidade visual e projeto gráfico Leticia Moura | Conjunto 31 Designer Douglas Kenji Watanabe Revisão Ana Sesso Versões inglês e espanhol QVP Traduções Assessoria de imprensa Silvia Balady | Dahoss Comunicação Assistente José Carlos Florentino Fotografia Isabella Matheus | Sala 2 Produtora de Imagens Assistente Luciana Cury Tratamento de imagens Prata da Casa Os títulos das obras foram reproduzidos conforme nomeados pelos artistas. Realização Sesc | Unidade Piracicaba De 7 de agosto a 30 de novembro de 2014 Sesc Av. Álvaro Ramos, 991 03331-000 São Paulo SP Brasil t. 55 11 2607 8000 Sesc Piracicaba R. Ipiranga, 155 13400-480 Piracicaba SP Brasil t. 55 11 3437 9292
Esta obra foi composta em DinPro e o logo em Toscography, fonte de Eduardo Recife, impresso em papel Alta Alvura 120 g/m2 e Couchê fosco 150 g/m2 pela gráfica Log & Print em Julho de 2014
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