[entre cu5tura/s] O O O O G- O 'Tj O G C
Bienaíl Naíps do Bra/siíí 200¿ SAO
PAULO
• BRASIL
NaTjvs [entre cuítura/*] Bienaü Naif/s do Bra/sií 200<4 De 22 de Setem bro de 2003 a 31 de Janeiro de 2007
SESC PIRACICABA
Na'rfvs [entre cuítura/s] O Bra/sif É ntre Cuíltura,*
5
Na F ro n te ira da/S C u ltu ra ,*
7
é n tre CuStura/s
?
Linhar de Fugaos a Ingenuidade Revi/sitada
13
O C o n c it o É ntre Cuíltura/S
17
O T rin /s ito É ntre CuStura/s
21
Carregando a Pre¿a peSo/S Dente/i
23
B ie na í Nai|¡/S„ em S in to n ia com a C o n te m p o ra n e ia d e
27
Que Naí|¡ Sou
?
2?
Urna A r te A Íém do/s É /steriótipo/s
31
A rti/s ta /i Premiado/s
33
Arti/sta/s Seíecionado/s
57
/A oA tra [É ntre Cuíltura/s] /A a triz e * Popuíare/S
151
[É ntre C u ítu ra /i] A \a triz e ¿ Popuítare/S
153
ÉngSi/sh Text/s
203
Texto/S en É^pañoS
21?
C ré d ito /s
234-
éu
< T 6 X t tâ "“HSfciwe S * ^ 3 « 'w ^ w e e n s v tv 3 itie > v a vxa.yi ün n v e lò AÍ>1«* y f-t
■iMíitwfV ifa H - Iy ft h m a j. V
ar^Cr eJ
O Bra/sii Entre Cuitura/S A b ra m Szajman PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DO SESC SÃO PAULO
esde sua criação, em 1946, por em presários do
D
com ércio e serviços, o SESC vem desenvol vendo papel crescente e sig nifica tivo na busca pela m elhoria da qualidade de vida do tra b a lhador no com ércio e serviços e seus fam ilia
res, função que vem desem penhando tam bé m
no ensejo de acentuar valores Intrínsecos da cultura nacional. Num co m p ro m isso com o d e se n vo lvim e n to social, e co n ô m ico e cu ltu ra l do país, vem os no eve nto a transm issão e
a m an uten ção de tais valores, de uma geração a outra, com o fo n te inesgotável de bens tã o preciosos co m o a vida e as re lações humanas, um a p re n d iza d o que nasce da p rá tica do fa zer artístico. Nos variad os ram os da ação cultural, a Bienal Nai'fs do Brasil representa uma das verten tes mais ricas da pro d u çã o a rtística nacional. Com re co n h e cim e n to internacional, a arte nai'f p ro d u zid a no país p ro je ta m uito s artistas brasileiros, que passam a ap rese ntar suas obras, e ju n to com elas seu po vo e sua cultura, em diversos museus espalhados pelo m undo. Desenvolvida pe lo SESC São Paulo, a Bienal hoje te m em sua d ifu são o e n riq u e cim e n to d o acesso d e m o c rá tic o à c u l tura e ao lazer. Incentiva e valoriza as m anifestações a rtís ti cas ligadas às tra d içõ e s brasileiras e m antém vivos a p a rtic i pação social crítica e o exercício da cidadania.
[ 5 ]
Na/s Fronteira/s da/S Cuitura/S Danifio Santo/s de AViranda DIRETOR REGION AL DO SESC SÃO PAULO
a p o lítica cu ltu ra l do SESC, os lim ites en tre o
N
ta çõ e s mais diversas sob re o povo. Com um a p ro p o s ta de
que se d e fin e p o r c u ltu ra p o p u la r e p o r c u l
in te rlig a r cultu ras, a firm a n d o d ife re n te s olha res c o m p ro
tura e ru d ita são p e rm a n e n te m e n te fle x ib ili
m e tid o s com as expressões populares, a Bienal em 2 0 0 6
zados, Há um a ig u a ld a d e de o fe rta s no c o n
p re te n d e p ro vo ca r uma ou tra sen sib ilidad e que ultrapasse as
ju n to e s p e c ífic o das expressões artísticas,
tra d icio n a is distin çõ e s en tre o sagrado e o p ro fa n o na obra
evide ntes na valoriza ção das m anifestações
de arte, ou ainda, co m o tã o bem situ o u O cta vio Paz1, que
tradicio nais, no trâ n s ito que vai do local até a p lura lid ade c u l
transg rid a, de certa form a, os a n tig o s cu lto s à arte.
tural, ultrapassando, m uita s vezes, os co n to rn o s nacionais
Afinal, o que pretendem os, tam bém , é reite rar que os lim i
nas ações exp erim e ntais e na realização de grandes eventos.
tes en tre as de finições vig en te s para a arte ingênua, naíf, arte
A p a rtir dessas d ire trize s, a B ie n a l Naífs do B ra sil teve
a u todida ta , arte p o p u la r e a rte com tem as populares, são ex-
o rig e m no Sesc Piracicaba, no ano de 1986, e renovou-se, a
clu de ntes e tê m p e rd id o sig n ifica d o nos te m p o s que correm .
cada edição, na m aneira de ap rese ntar ao p ú b lico as cara c
E assim, pela dissolução das dem arcações que vigoraram
terísticas plásticas desse olh a r sensível e e sp on tâ ne o no c o n
nesse específico do m ín io artístico, optam os, de com um a co r
te x to da cu ltu ra brasileira. C oncebida co m o espaço para uma
d o com a curadoria e sua cura do ria adjunta, p o r p a rtilh a r com
o p o rtu n a ca rto g ra fia da p ro d u çã o artística, a Bienal Naífs
0 p ú b lico as características desse trâ n sito perm an ente de
sem pre tro u x e consigo, ainda, a m issão de re d e fin ir c rité rio s
bens sim b ólicos que oco rre d e n tre as variadas culturas no
para um fazer a rtístico mais d e m o c rá tic o e com vistas à fo r
Brasil, e está m arcado pelos fluxo s que vão e vêm do ce n tro
m ação con tinu ad a de público.
para a periferia, d o local para o global, do urbano para o rural.
Nas edições anteriores, a Bienal Naífs seguiu co m o in te r
Com o cará te r in te rcultu ral deste m o m e n to con tem po rân eo,
ven ção so cio cu ltu ra l visando, não à in te rm e d ia çã o d o a rtista
é possível que descubram os co m o a expansão do universo
e sua obra, mas ao d iá lo g o fra n co e d ire to do a rtista com o
e sté tico naíf nos ajuda a id e n tific a r os co n ta to s culturais ine
p ú b lico , orie n ta d a pela p o lítica da E ntidade, que espera a l
vitáveis que anim am essas pro du ções cultu rais e artísticas, e
can çar no panoram a da a rte e da cu ltu ra a d ilu içã o de certas
tam b é m o q u a n to ainda é preciso m udarm os para c o m p re e n
fronte iras, valores e significados.
derm os o real se n tid o da diversidade.
Nesta 8- edição, "E n tre C u ltura s” , dam os seqüência à d i nâm ica de tra n sfo rm a çõ e s tra d u zid a na expansão das rela ções en tre a rte naíf, p ro d u çã o visual p o p u la r e as represen
1 Octavio Paz, escritor e intelectual mexicano, Prêmio Nobel de Literatura no ano de 1990, a propósito de seu ensaio sobre as diferenças entre a arte e o artesanato, “ O uso e a contem plação” .
[7 ]
uma d e m on stra ção de p o lítica de resistência,
C o n tu d o , buscaram cla ssifica çõ e s para esses c ó d ig o s
o SESC Piracicaba e A n tô n io N ascim ento c ri
em ergentes, a fim de dife ren ciá-los do c ó d ig o a lto e e ru d ito
aram há 14 anos a Bienal Naífs do Brasil, de
que praticavam . Surgiram classificações arb itrária s co m o A rte
início p rim a n d o pela busca de a u te n ticid a d e
Nai'f, A rte Prim itiva, O utsiders, A rte Popular, A rte Ingênua,
co m o in s tru m e n to de a firm a çã o fre n te aos
A rte incita, A rte Tradicional, A rte Étnica, A rte Espontânea, e
preconceitos. Era o m o m e n to de luta pela v i
até m esm o "p ain ters o f the sacre d h e a rt" (W ilh e lm Uhde). As
N
classificações m u ito genéricas foram sendo descartadas ao
s ib ilid a d e de uma p in tu ra po u co reconhecida. Já a ú ltim a Bienal Nai'f, curada pelo crític o Paulo Klein,
lo n g o do te m p o porque m u lto claram ente revelavam p re co n
a m p lio u o con ceito , in clu in d o o a rtista que, a d e sp e ito do ní
ceitos, co m o cham ar de p rim itiva a a rte da Á frica e dos a rtis
vel de esco la rida de e da classe social a que pe rte ncia, tra b a
tas a u to d id a ta s . Para estes ú ltim o s, a d o to u -s e m ais la rg a
lhava com m ito s e ico no grafia popular.
m e n te o te rm o nai'f, isto é, ingênuo, expressão prim eira m en te
Nesta Bienal co n tin u a m o s exp an
usada para d e fin ir a obra do artista p o
d in d o as relações difíceis de separar
bre e não m u ito le tra do Henri Rousseau,
e n tre a arte d ita nai'f e a arte p o p u la r e
e ta m b é m para d e fin ir a ele p ró p rio . Era
in te n sifica m o s a dissolução de te rr itó
alfandegário, uma profissão c o m p le ta
rios, acre scen ta nd o a cultu ra visual do
Entre C u itu ra ¿
m ente de spro vida de charm e para os
p o vo e as representações eru d ita s c o n
q ue p re fe ria m m o rre r de fo m e a tra ir
te m p o râ n e a s q u e in c o rp o ra m o p o p u
sua arte ace itan do aquela espécie de
lar. Esta p ro v a v e lm e n te
e m p re g o . Passado o p e río d o h e ró ic o
não é um a
Bienal da pureza naif, mas da c o n ta m i nação, da afirm a çã o de d ife ren te s tes
d o p rim e iro m odernism o, chegam os ao
Ana A\ae Barbo/sa
a lto m o d e rn ism o , q u a n d o só valiam a
CURADO RA
A rte A bstra ta , o M inim alism o e o Con-
tem u n h o s visuais c o m p ro m e tid o s com
ceitualism o, que q u a n to mais h e rm é ti
a cu ltu ra do povo. Foram os p rim e iro s m od ern istas que na sua guerra co n
co, mais poderoso. Tudo o que era p o p u la r se to rn o u in d e fe n
tra o a ca d e m icism o atrib u íra m im p o rtâ n cia e deram v is ib ili
sável. Reinava o rep úd io à narrativa, à revelação do e n to rn o
dade à a rte da criança, dos loucos, dos índios, dos africanos
d o artista, e até à figura. Para a tin g ir o ideal da “ au tono m ia
e dos a u to d id a ta s, co m o c ó d ig o s cultu rais con stru ídos à
absoluta da obra de arte", pregada p o r C lem ent G rinberg, era
m argem dos valores dom inantes.
preciso abjurar referentes.
Penso até que a arte dos loucos, das crianças e dos in g ê
A arte classificada co m o nai'f, que con qu istara au to n o m ia
nuos a u to d id a ta s serviu de m a rke tin g para a obra daqueles
de m e rca d o (e m b o ra em sep ara do da a rte h e g e m ô n ica ) e
a rtistas m odernos. R eclam avam liberd ad e de con cep ção e
atraíra colecio na do res desde os p rim o rd io s d o século XX, es
criação, lib e rta ç ã o das norm as e, no caso dos expressionistas
b a rrou no p re c o n c e ito dos crític o s de arte, das in s titu iç õ e s
e surrealistas, de fend ia m a expressão da in te rio rid a d e do ser
e dos artistas eru d ito s d o a lto m odernism o.
hum ano co m o gênese da arte. V a loriza r o tra ç o ingênuo dos
Hoje, a situação m udou. Na co n d içã o pós-m od erna , o fe
não e sco la riza d o s e a o rd e m o c u lta da a rte das crianças
m in ism o e o m o vim e n to de artistas a fro-a m erica no s resp on
e loucos era va lo riza r as origens internas da sua p ró p ria arte.
deram à exclusão que lhes im p un ham os círculos dos artistas
[
f
]
com p e d ig re e : retom a ram a narrativa, agora engajada e de
vem sendo de fin id a pela classe social do artista. Para ser Naíf
co n o ta çõ e s críticas em relação à socied ade excludente.
a u tê n tic o é preciso ser pobre, ile tra d o ou ig n o ra n te e a u to d i
M uitos artistas negros, com o Faith Reingold e A m inah
data? Na socied ade da inform ação, e x ig ir ig no rância para
Brenda Lynn Robinson, apesar de haverem fre q ü e n ta d o uni
co n firm a r alguém c o m o a rtista em qu a lq u e r c a te g o ria é um
versidade — a últim a te n d o fe ito até m estrado e sendo pro fe s
paradoxo. Um dos tra b a lh o s escolhidos pelo jú ri este ano, o
sora universitária de Design —, escolheram de lib era da m ente o
“ R a fitin g nas c o rre d e ira s ” , de R ô m u lo Cardozo, d e m o n s tra
co m p o rta m e n to visual n a if com o de m onstração de rebeldia
o acesso que os artistas naífs e populares tê m à inform ação,
contra os valores celebrados pelos brancos. Por o u tro lado, a r
m esm o em língua estrangeira. A TV a b erta talve z seja, d e po is
tistas afro-am ericanos de to d o o con tine nte am ericano, que
d o rádio, o veículo mais d e m o c rá tic o de com unicação, o fe re
trabalham a p a rtir das raízes africanas, freqü en te m en te eram
cen do as mesmas in fo rm açõ es para tod as as classes sociais.
taxados, pela crítica hegem ônica, de naífs e narrativos, Um
Nunca em nossa h istó ria a cu ltu ra do po vo fo i tã o inform ada,
exem plo é Manuel Mendive, de Cuba, sendo que poderíam os
o que am plia sua sig n ifica çã o para a sociedade. É só a te n ta r
c ita r ta m b é m alguns pintores im agistas de Chicago (1945-
para os tem as p o lítico s que inspiram m uitas das obras esco
1975). O c o n tra d itó rio é que, cham ados de naífs pelos “o u
lhidas pelo jú ri desta Bienal Naífs do Brasil [E n tre C ulturas],
tro s ” , fizeram ruir as definições de n a if com o ingênuo e de
O grande núm ero de tra b a lh o s enviados para esta Bienal
“ outsider■” co m o au to d id a ta ou louco, e m uitas outras d e fin i
— o m aior destes 14 anos e quase 40% m a io r do que na ú lti
ções excludentes, lim itantes, determ in ante s de te rritó rio s d e
ma Bienal — d e m on stra a eb u liçã o cultu ral d o povo. É bem
m arcados co m o guetos. Ray Yoshida, p o r exemplo, afirm ou
verd ad e que con corre u para esse a u m e n to a am p lia çã o do
várias vezes que não fazia distinção entre arte triba l, folk, ver
esco po da com p etiçã o, co n vo ca n d o não apenas os artistas
nacular, nai'f ou “o u ts id e r” . É im p o rta n te n o ta r que sua posição
naífs, mas ta m b é m os populares que se sabem não ingênuos.
não era sequer binária, os artistas distin to s de um lado e os
Mas a c re d ito que a in fla çã o de in scrições e a boa q u a li
sem distinçã o do outro, pois afirm ava que se era para consi
d a de d o desenho e da p in tu ra se devem p rin c ip a lm e n te à
derar os ou tside rs em separado deviam -se incluir entre eles
dissem in açã o de experiências de a p ren diza ge m de a rte en
V incent Van Gogh, A uguste Rodin, Edvard Munch e o artista
tre o po vo através das ONGs em to d o o Brasil e p rin c ip a l
japonês Sharaku tam bém . Para ele, era a visão pessoal intensa
m en te das O ficinas de A rte m u ltip lica d a s pe lo E stado de
em beb ida numa poderosa e inventiva form a visual que carac
São Paulo, d o m ic ílio de quase m e ta d e dos in scritos. V eri
terizava a arte dos “ o u tsid e rs” . O jú ri da Bienal Naífs do Brasil
fica m o s isso a p a rtir dos cu rrícu lo s dos p a rticip a n te s, leitura
[E n tre cu ltu ra s] op ero u com os valores de Yoshida. O que
que nos inspirou o desejo de pe squ isar o universo dos a rtis
p ro cu ro u va lo riz a r fo i a exuberância da im a gin açã o c o m b i
tas populares, de saber co m o eles d e sco b rira m a A rte , que
nada com uma construção visual convincente. O le ito r há de
estím ulo s receberam das in stitu içõ e s de suas cidades, co m o
co n co rd a r que m uita pintura dita na'íf é rebarbativa pela p e r
avaliam sua a tiv id a d e a rtística, que con sciê ncia tê m acerca
sistente recorrência a festas de São João e a casam entos na
d o que precisam para se a p rim o ra re m . Respostas precisas a
roça, e que m uitos pintores acadêm icos e até expressionistas
essas pe rg u n ta s seriam úteis às po lítica s pú blicas para que
enveredam pelo naíf para d iversifica r pro du ção e m ercado.
atingissem , além da e lite p rivile g ia d a de sem pre, ta m b é m
Por o u tro lado, é classista o req ue rim en to de au tenticida de
um p ú b lic o e um p ro d u to r. A p e sa r do e fe ito p o s itiv o da e d u
para se va lo riza r a A rte Naíf, uma vez que esta a u te n ticid a d e
cação na p ro d u ç ã o a rtística do povo, no que d iz re sp e ito à
[ 10 ]
a rte n a if a a p re n d iza g e m da A rte é abjurada. Por que os
flu ê n cia em nosso im a g in á rio é d ire ta e alicerçante, m esm o
nai'fs não tê m d ire ito a se ap rim o ra re m no c o n ta to uns com
nas mais longínquas cid ad es do in te rio r o n de haja recepção
os o u tro s nem m esm o em o ficina s educacionais? Não se tra
de TV. Temos d ire ito de negar ed uca ção a um jo ve m com a
ta de fo rja r nai'fs, o que é absurdo, verdadeira de sonestidade
p re te nsã o de pre serva r sua suposta a u te n ticid a d e ?
cu ltu ra l e velhacaria co m o m anobra com ercial, mas é ta m
Q uando vi as im agens que os artistas eleitos pe lo jú ri p ro
bém p re co n ce itu o sa a m aneira co m o foi vista a Escola do
duziram , aprese ntara m -se -m e m uitas questões co m o essas.
P iram bu dos ajud ante s-a lu no s de Chico da Silva. E nq ua nto
Haverá resposta para elas?
eles p in ta va m os esboços e até p ro d u zia m to d a a im agem ,
Uma coisa é certa. A m u ltic u ltu ra lid a d e brasileira se evi
ca b e n d o ao m estre apenas re to c a r e assinar seu p ró p rio
dencia nesta Bienal, pois te m o s e n tre os p a rtic ip a n te s e q u ilí
nom e, o m e rca d o fe ch o u os olhos. Q ua n d o os a jud ante s-
b rio de gêneros e d ive rsid a d e de etnias levando a diferenças
alunos passaram a p ro d u z ir in d e p e n d e n te m e n te do m estre,
m arcantes de pro d u çã o visual.
m o s tra n d o uma co n stru çã o pessoal, o de spre zo que lhes foi
Por o u tro lado, a e xp osição de ob ras escolhidas p o r
d a d o pela e lite im p e d iu que eles se desenvolvessem e se
m im , pelos cura do res a d ju n to s e co n su lto re s está m arcada
torna ssem mais in d e p e n d e n te s ainda. Será que nas u n ive rsi
pe lo ideal de in te rc u ltu ra lid a d e g e ra d o r d o títu lo [E n tre
dades q u e p ro d u ze m a rtista s e ru d ito s o processo de a p re n
C u ltu ra s], que o d e sig n e r V ic to r B u rto n m e a jud ou a definir,
d iza g e m é m u ito d ife ren te ? Quase sem pre os alunos são es
e ao qual, p o r p u ro desejo de reite raçã o, acre scen te i Ma
tim u la d o s a seg uir a m esm a d ire çã o d o p ro fe sso r d o p o n to
triz e s Populares, de que falarei m ais a d ia n te em o u tro lu ga r
de vista da lin g u a g e m e a té do s m ateriais. F re q ü e n te
do c a tá lo g o .
m ente, de um a tu rm a de 20 alunos de A rte s Plásticas na
Em bora a m uralha e n tre o e ru d ito e o p o p u la r ainda p e r
U niversidade, apenas cin co c o n q u ista m in qu estion áve l in d e
dure apesar de da n ifica d a pelo pós-m od ernism o, fica cada
pendência, e destes som e nte dois alcançam sucesso de m e r
vez m ais d ifíc il se p a ra r os "s u b te x to s ” p o p u la re s, sep ara r
cado, se g u n d o resu ltad o de esta tística am ericana que li em
a arte d ita naif, da arte popular, da cu ltu ra visual d o po vo e
uma revista de A rte. No Brasil ning uém se arriscou a p e sq u i
da arte e ru d ita que busca referentes populares.
sar o n d e estão os egressos dos cursos u n ive rsitá rio s de
A g ra d e ço ao jú ri que selecionou os artistas p a rticip a n te s
A rte s Plásticas. Por o u tro lado, c o m o lem bra R o b e rto G alvão
da exp osição co m p e titiva , Maria Alice, Maria Lúcia e Oscar,
no c a tá lo g o da exposição C hico da Silva e a Escola do Piram
pela clareza nas decisões e pela aliança com as idéias d o p ro
bu (ja n e iro 2 0 0 6 ), os m od elos europeu e n o rte -a m e rica n o
je to cura to ria l.
ab u n d a m no ensino de A rte u n ive rsitário , de Lé ge r a A nselm
Pelo d iá lo g o e n riq u e ce d o r a g rad eço a V ic to r B urton.
K ie fe r e de Tunga a Ernesto Neto. Por que os po bre s que não
A o SEÇC devo o co n vite para esta aventura co g n itiva , o
p o d e m fre q ü e n ta r a un ive rsida de não tê m d ire ito a eleg er
ap o io para sua co n cre tiza çã o e o carinh o com o qual fui tra
seus m o d e lo s inspiradores? Fica a pe rgu nta: O que é a e d u
tada num m o m e n to m u ito d ifícil de m inha vida pessoal.
cação pela a rte de um jo ve m nai'f? A in d a a cre d ita m o s na v ir g in d a d e expressiva? V ivem os cercados de im agens, cuja in
A N A M A E B A R B O S A É A R TE -E D U C A D O R A .
[ 11 ]
//
a b er se p o d e cham ar-se p o p u la r ao que é c ria
Em oposição ao te rm o Arte, com A m aiúsculo1, en con tra
d o pelo po vo ou à q u ilo que lhe é d e stin a d o é,
mos os term os arte na'if, arte popular, ínsita, etc., fre q ü e n te
pois, um falso pro blem a. Im p o rta antes de mais
m ente ligados a m anifestações e produções da criação do
nada id e n tific a r a m aneira co m o se cruzam e se
povo. Os conceitos de prim itivo, ingênuo, marginal são usual
im b rica m d ife re n te s form as c u ltu ra is ” . (C hartier,
m ente ligados à arte po pu lar e seus desdobram entos e con cor
1990:56)
rem para situações de exclusão, violência e anomalia. Parecem
O m ote entre culturas desta 8 â edição da Bienal Naífs de
nom enclaturas inocentes, mas revelam form as de opressão, de
Piracicaba é instigante e pe rtine nte para o m om e nto atual, em
colonização. Situam -se à m argem , atrelados à noção de p o p u
que d iscutim o s pós-colonialism o, hibrid ism o e de sterritoriali-
lar ou da extensão do caráter de m arginal e de periferia.
zação cultural, conceitos de ntre m uitos outros que passam a
C o nve ncio na lm en te , d e fin e -se o c o n c e ito de p o p u la r a
fazer parte do re p e rtó rio de autores nas mais diversas áreas do
p a rtir das suas diferenças em relação ao que não é popular,
conhecim ento. De acordo com o folder,
a saber, a lite ra tu ra e ru d ita e letrada, a
a Bienal Nai'fs do Brasil 2 0 0 6 pretende
arte fe ita e encenada em espaços o fic i
ser um te rritó rio fé rtil de idéias e rico em
Linhar de FiMao
produção, d ifu n d in d o assim a diversida de cultural do povo brasileiro. Entendo que esta mesma busca pela diversidade esteve presente na edição de 20 0 4 . O
com base na tradição culta etc. (Chartier,
a Ingenuidade Revi/sitada
cura do r Paulo Klein, no te x to de a b e rtu
1 9 9 9 :5 5 ) .
E m b o ra
c o n te m p o rá n e a
m e n te essas op osições sofram reavalia ções e d e scon stru çõe s p o r vários ca m pos teó ricos, po d e m o s d ize r que ainda
ra do catálogo, assume o desejo de “ sa cud ir o cenário cultural” num evento que,
ais, até m esm o o c a to lic is m o o ficia l
Leda G uim arães
com certeza, se configura num dos bas
CURADO RA -A DJU NTA
perdura um m o d e lo b iná rio de d is tin ção cultural. M arginalidade é um co n ce ito que,
tiões para que a produção n a if tenha
em oposição à norm a culta, mas ta m
c o n s e g u id o id e n tid a d e e v is ib ilid a d e no ce n á rio a rtís tic o
bém em op osição à sociedade, é ap lica d o àqueles que vivem
nacional e internacional. Sigo na mesma direção da ênfase na
à m argem dela, indica g ru p o s díspares, tais com o prim itivos,
diversidade para re fle tir sobre conceitos de n a if e de popular
alienados e até m esm o crianças, mas reunidos sob um a m es
contam inados. Para tanto, revelo desde já minha adesão teórico-
ma id en tidad e, qual seja, os periféricos.
conceitual à pro po sta da curadoria da m ostra de 20 06 :
Neste te xto , não p re te n d o revisitar a con cep ção de n a if
“ Sugiro para esta Bienal a incorporação do te rm o ‘entre
nem faze r uma revisão h istó rica te n d o o D o ua nie r Rousseau
culturas’ para continuarm os expandindo as relações entre arte
co m o m arco do su rg im e n to do term o. M uitos já o fizeram .
naíf, arte popular, cultura visual do povo e as representações
Meu in te n to é ressaltar que no sécuio XX, de fo rm a pro g re s
eruditas que incorporam o popular. Esta provavelm ente não
siva e p o r d ife ren te s m eios, instâncias de le g itim a çã o e d is
será uma Bienal da pureza naíf, mas da contam inação, da a fir
tinção, fo ra m sendo criadas para uma a rte “ p e rifé ric a " em
m ação de diferentes testem unhos visuais co m p ro m e tid o s com
m oldes não m u ito dife ren te s dos da cham ada a rte “ eru dita ".
a cultura do nosso po vo” . (Barbosa, Ana Mae. Folder de d iv u l
Na co n stru çã o de uma a rte que fo i e con tinu a sendo co n si
gação da 85 Bienal Naíf de Piracicaba).
derada de m en or valor, c rité rio s in te rno s são estabelecidos
[ 13 ]
para cria r cate gorias valorativas hierárquicas que, a p a re n te
em pequenas co m u n id a d e s — to d a s fo ra m usadas para re
m ente, não po de m ser d iscutid as num m esm o pacote.
fe rir a arte popular. Revelam a im p o rtâ n cia da atuação da
Assim, tem os as variadas ten ta tivas de diferenciação de
Missão F olclórica Brasileira en tre as décadas de 4 0 e 60, para
n a if do popular, do ingênuo, do prim itivo, do louco do hospicio,
a sistem a tizaçã o da pesquisa sobre arte e c u ltu ra p o p u la r no
das crianças. Quais as aproxim ações possíveis entre a arte dos
Brasil. Os fo lclo rista s tive ra m um papel d e cisivo na in s titu c i
pacientes de Nise da Silveira e a arte “ ingênua” dos artistas
onalização de museus e m ostras de a rte popular, fo rm a n d o
apresentados po r Lélia Coelho Frota? Que situações com uns
um cam p o esp ecífico para pro du ções do gênero.
poderiam existir entre os artistas nàifs e os pacientes do
A exem plo da cham ada arte erudita, a c u ltu ra po p u la r
Hospício do Engenho de Dentro? Seriam to d o s autodidatas?
ta m b é m en tra para um c irc u ito de connaisseurs. Museus,
Quais as características de uns e de outros? M uitos já d is c u ti
galerias, ca tá lo g o s e m ostras in dividu ais co n s titu e m esse
ram term in olo gias e questões conceituais, ora reforçando as
cam p o oficial do popular. Se prestarm os ate n çã o aos textos
diferenças de cam po, ora te n ta n d o esclarecer equívocos quan
p ro d u zid o s sobre o assunto, verificarem o s que as idéias ba
to ao uso indevido ou incorreto de um te rm o ou de outro.
silares são as de estudiosos com o Frota, Valladares, Jacques
A cre d ito que o te rm o “en tre cultu ra" está além dessa revi
Van de Beque e Janete Costa, d e n tre outros.
são conceituai e coloca a discussão no utro patam ar: o de flu
Fazem p a rte desse circu ito : teó ricos, livros, artig os, casas
tuação entre os conceitos, en tendidos com o construções his
de cultura, de acervos pa rticulares a museus, e m ostras com o
tóricas que partem do olhar d o dom inador. Tal discussão, creio,
a Bienal Na'if. Assim , pares conceituais de op osições binárias
é im p o rta n te até m esm o para o fenôm eno que quero ressaltar
não se sustentam . O de safio é perceb ê-lo s co m o n e g o cia
aqui: o da con stituiçã o de um cam p o — o do popular, ou do
ções que se dão num jo g o sutil de ap rop riaçõ es, de reem pre-
n a if — não exatam ente um cam p o a margem, mas um cam po
gos, de desvios que se apóiam e se excluem . Q uestionar a ingenuidade atribuída às m anifestações da
próprio, que internam ente tem centro, m argens e periferia. O rtiz d iz que “a discussão so b re c u ltu ra p o p u la r re fo rç a
cultura do povo im plica ressaltar trânsito s e con tágios com
a dim e n sã o da separação, segregação, h e te ro g e n e id a d e "
a cultura eru dita e de massa, com os quadrinhos, com o c ó d i
(2 0 0 0 : 37). A separação im p lica na con cep ção d o “ o u tro ” .
go escrito, com ou tro s artistas, com o p ró p rio co n ce ito de n a if
As m anifestações populares são recolhidas do c o tid ia n o para
ou popular. Da parte dos artistas populares, há, p o r exemplo,
serem
au têntica .
a apropriação da discussão conceituai entre “ artista e artesão” ,
P aradoxalm ente, os con ceito s de pureza e a u te n tic id a d e fo r
“ arte e artesanato” , “cópia e o rig in a l” , entra nd o no seu reper
m ulados p o r in te le ctu ais instauram ta m b é m um cam p o sa
tó rio questões discutidas na academ ia ou paralelas a esta.
preservadas e sob reviverem
de fo rm a
g ra d o para a p ro d u çã o popular. Eles rep ercu te m ainda as
Nesta pe rspe ctiva, já não fazem se n tid o o p u rism o dos
pre ocu paçõ es m anifestas na Carta do F olclore da A m érica
te m p o s de H erder e G rim m nem a a titu d e passiva das m as
Latina de 1970, que revelam a pre ocu paçã o com o desapare
sas em relação à Ind ústria cultu ral, ta m p o u c o um a o p o siçã o
cim e n to das tra d içõ e s populares.
fro n ta l ante a c u ltu ra eru d ita . Os c ru za m e n to s que fo rm a m
Essas pre ocu paçõ es estiveram presentes nas políticas
as ligas cu ltu ra is são co m p le xa m e n te in co rp o ra d o s uns aos
cultu rais do Estado nas décadas de 70 e 80. De um a m an ei
ou tro s. Para C h a rtie r "to d a s as no rm as cu ltu ra is nas quais os
ra geral, vem os que noções co m o au te n ticid a d e , e sp írito do
h is to ria d o re s reco nh ecem a cu ltu ra do p o v o su rg e m sem pre,
povo, não-relação com o m ercado, iso lam e nto da pro d u çã o
hoje em dia, co m o co n ju n to s m istos que reúnem , um a m ea-
[
K ]
da d ifíc il de desem baraçar, e lem e ntos de o rlg e n s b a stante
valoriza do s na p e rspe ctiva da pó s-m o d e rn id a d e . É p o r essa m esm a ó tic a que a discussão sobre cu ltu ra v i
diversa s" (1990: 56). Hoje, já não cabem , p o r um lado, o viés esquerdista p o p u
sual se c o n s titu i em um valioso cam p o de in te rlo cução , pois
lar que procurava maneiras de "re sg u a rd a r” a cultu ra p o pu lar
considera as c o n trib u içõ e s da a n tro p o lo g ia , da história das
da c o n ta m in a çã o e da vu lg a riza çã o da m ídla e, p o r o u tro
m en ta lid a d e s, da p sico lo g ia e psicanálise, dos estu dos c u l
lado, o vlés d o discurso nacionalista p ro m o ve n d o as form as
tu ra is e p ó s-co lo n la ls, fo rm a n d o um fe ixe tra n s d is c ip lin a r
populares co m o id e n titá ria s de um Brasil tra d icio n a l. Tanto
para a pe rcep ção de situações en tre cultu ras, e n tre fro n te ira s
pro po sta s u tó p ica s da esquerda q u a n to ufanistas da d ire ita
co m o a desta 8 1 edição da Bienal Naífs de Piracicaba. E xperiências de fro n te ira s im p lica m em passagens, na
tê m um ar redentor. A discussão sobre a cultu ra e a arte do p o p u la r na con-
po ssib ilidad e de en tra r e sair de lugares, em ir e voltar. Os
te m p o ra n e id a d e pe rm ite -n o s con sid erar reconhecim entos e
cru za m e n to s tra n s c u ltu ra is e as e xp eriências d iasp órlca s
reconstruções identitárias, form as de d o m in ação do d o m in a
acontecem d© várias form as na co n tem po ran eid ad e. A cultu ra visual d o povo é transversal, intra e inte rcultu ral.
do e diferentes m od os de con stru ção de en con tro s culturais. C o n tra ria n d o to d a s as con stru çõe s con ceitu ais ao lo ng o
H íbrida p o r natureza, abarca um am p lo leque de m an ifesta
da historia, as cham adas tra d içõ e s “ puras” (a da cu ltu ra p o
ções de a rte — design, m oda, arq uite tu ra, objetos, danças, ri
pu la r e a da c u ltu ra e ru d ita ) vêm -se d ilu in d o paulatinam ente,
tuais e festas — nas quais oco rrem subversão e interação com
às vezes m istu ra n d o -se en tre si, e tra n sfo rm a n d o -se ao lo n
ou tro s cód ig os, co n flito s estéticos, bricolagens, rea pro pria -
go do processo, ge ra n d o uma m u ltip lic id a d e de form as —
ções e relelturas, num ritm o sem fim de invenções e tradições.
ta n to orais q u a n to escritas e, fina lm e nte, e letrôn icas — e c ir
D ado que to d a cultu ra é fragm e ntad a, nenhum a fo rm a
culan do pelas várias cam adas sociais dos países europeus e
a rtís tlc o -c u ltu ra l p o de ser vista com o to ta lid a d e . O e sfo rço é
la tino -am ericano s. No entanto, c ó d ig o s de “alta c u ltu ra ” são
para evita r-se uma visão essencialista, s itu a n d o a pro d u çã o
p e rm a n e n te m e n te reelaborados para a m an uten ção de id e o
do po vo na esfera do exótico. U tiliza r op era ções de descons-
logias das classes dom inantes.
tru ç ã o não sig nifica elim in ar ou re fu ta r c ó d ig o s já instituídos,
Se os cam p os cultu rais se h ibrid iza m , as relações sociais
mas sim, a tin g i-lo s transve rsalm ente com ou tro s c ó d ig o s c u l
co n tin u a m c ria n d o distinções. Q uando a obra de um artista
turais em pro po sta s m ulti, inter, transcu ltura is e in te rte xtuais.
co m o Bispo do R osário é com p ara da aos re a d y-m a d e de
A arte, ou a cu ltu ra do povo, não é fixa e rep rese ntativa de
D ucham p, o c o rre a le g itim a çã o a rtística em fa vo r do c ó d ig o
uma cultu ra nacional estanque. A b rig a diásporas, estranha-
com status mais forte.
m entos, alteridades, reelaborações id e n titá ria s no c o tid ia n o
Precisam os de várias po rta s de acesso para c o m p re e n d e r
e nas tra d içõ e s pe rm a n e n te m e n te redesenhadas.
com o, ao lo n g o do século XX, os e n tre cru za m e n to s de in ú m eros cam inh os te ó rico s coloca ram a cu ltu ra p o p u la r num
1 “ Para G om brich, a arte é fru to do trabalho do artista, do humano ‘dese jo de fazer’, desencadeado por m otivações m uito diferentes, em tem pos
lugar de enunciação na com p ree nsão de cultu ra e co n h e ci
e lugares diferentes, e assim, a A rte com A m aiúsculo não existe, é um fe
m ento. As m icro -histórias, a histó ria vista de baixo, o co n h e
tiche.” (Losada, 1996, p.5)
cim e n to c o tid ia n o , a esfera dom éstica, os traba lh os manuais, o afeto, as relações com u nitá rias e a eco lo g ia estão sendo re
LEDA GUIMARÃES É AR TE-ED U C A D O R A .
[ 15 ]
A
cu ra do ra Ana Mae Barbosa faz um desa
ser vistas co m o m anifestações d is tin ta s dos o u tro s tip o s de
fio ao a p rese ntar a p ro p o s ta da Bienal
arte (e ru d ita , clássica, etc.). Essa d ife re n ça é re su lta d o das
Naífs do Brasil 2 0 0 6 : Entre Culturas. Ela
de sig ualda des e dos c o n flito s existentes e n tre os g ru p o s so
p ro p õ e a inclusão da p ro d u çã o dos a r
ciais. A tu a lm e n te , é fá cil p e rce b e r a de svaloriza ção , p o r p a r
tista s dos seg m en to s à m arg em ou de
te dos g ru p o s do m in antes, das cu ltu ra s não hegem ônicas; e,
p ro d u to re s in d ivid u a is que não po de m
m esm o que não se tenha consciência dessa desvalorização,
ser e n q u ad ra do s no le ito plan o das artes realizadas c o n fo r
ela re fle te po sicio n a m e n to s po líticos. Para faze r fre n te a essa situação, devem os te r em m ente
m e os valores de re co n h e cim e n to e ace itaçã o geral. Desafia
a d e rru b a d a dos p re co n ce ito s excludentes, das p re o c u p a
que to d o s os g ru p o s e in d ivíd u o s possuem o d ire ito de de-
ções com pe cad os de o rig e m e con vid a para o a la rg a m e n to
senvolverem -se e expressarem -se de m o d o in de pen de nte;
dos conceitos, e lim in a n d o as falsas barreiras e n tre p o p u la r
que inexistem m od os expressivos universais e que é in ace i táve l q u a lq u e r tip o de avaliação que
e eru d ito . É a perm issão de e x p lic ita r in fluê ncia s;
estabeleça s u p e rio rid a d e s e n tre m an i
de libera r o co n fro n to ; de apresentar
festaçõ es e p ro d u to s cultu rais. A des
h ib rid is m o s ;
de
m o s tra r
MARGARIDA
LEDA KANCIUKAITIS PANDOLFO
E OSGÊMEOS, A MOÇA, A BORBOLETA
E O QUERUBIM
(DETALHE).
problem as; de a b rir discussões; de a b rir espaços para o reco nh ecim e nto de p ro duções g e ralm e nte excluídas.
O C o n f iit o E ntre C u ítu ra /i
va lo riza çã o de alguns tip o s de a rte é uma m an ifestaçã o da existência e do e stá g io em que se e n co n tra a luta pela
O e n te n d im e n to de q u a lq u e r p ro
im p o siçã o de valores esté ticos, o que,
d u ção a rtística pressupõe, en tre outras
em essência, é um a d isp u ta en tre g ru pos sociais pela im p o s iç ã o dos v a lo
coisas, a sua co n te xtu a liza çã o , a c o m preensão dos valores que in te rfe rira m e
R o b e rto Gaxvão
res em que a cre dita m .
CU RA DO R-AD JUN TO
po ssib ilita ra m o seu su rg im e n to . C om o
É cla ro que os g ru p o s do m in a n te s
e n te n d e r a p ro d u çã o a rtística de se g
p ro cu ra m m a n te r e re p ro d u z ir os seus
m en to s sociais ou de pessoas que se en co n tra m à m argem ,
privilé g io s. Para ta n to , tê m que d e te r a p ro p rie d a d e dos
fora das e stru tu ra s sociais, excluídos, in te n cio n a lm e n te ou
m eios de p ro d u çã o e de a p ro p ria çã o da m ais-valia cultu ral,
não? A a rte ta m b é m pressupõe um c e rto d o m ín io té c n ic o e
c o n tro la r os m eca nism o s de re p ro d u ç ã o m a te ria l e s im b ó
o c u m p rim e n to de algum as regras de um cânon e s té tic o do
lica da fo rça de traba lh o, bem co m o os das relações de p ro
te m p o em que se dá a p ro d u çã o a rtística. Mas sabe-se que
dução, e ainda os m ecanism os c o e rcitivo s.
estas regras, geralm e nte, são im postas. Então, co m o ve r a
Nesse processo os gru po s he ge m ônicos utilizam -se de
a rte daqueles que, p o r q u a lq u e r m o tivo , não fo ra m ple n a
tu d o o que fo r possível: meios de com unicação, escolas, m u
m en te a tin g id o s pelos m od elos ed uca cion ais form ad ore s?
seus, to d o s os espaços culturais. Esses e q uipam e ntos p ro d u
A p a rtir d o pe nsa m ento de N e sto r G arcia C anclini1, en
zem estruturas e hábitos estéticos, e, con seqüentem ente, p rá
te n d e m o s as artes naífs, ou q u a lq u e r o u tro nom e que se
ticas de aco rdo com os interesses dos dom inantes. Todavia,
dê a esse tip o de pro d u çã o artística, co m o um in stru m e n to de
devem os im aginar que os g ru p o s sub alte rnos desenvolvem
compreensão, reprodução e transform ação social de um d e te r
m od os de resistência e form as específicas de rep rod ução dos
m in a d o s e g m e n to social ou m esm o de in divíd uos, p o d e n d o
seus saberes, arte e cultura, processo que, de c e rto m odo,
[ 17 ]
co n stitu i-se numa luta peia dom inação. É im p o rta n te perce
Num p rim e iro g ru po , reuniríam os os a rtista s que, tra b a
be r que, m esm o sem estar nos registros, existe uma pro du ção
lh an do com e ru pçõ es das im agens fixad as na nossa m ente,
estética que foi e é c o tid ia n a m e n te descartada da história das
na p ro d u çã o de obras essencialm ente re p re se n ta tiva s da
artes: a das cam adas mais populares.
c u ltu ra do povo, exp rim em , com valores p ró p rio s, um a re a li
Nesse fio c o n d u to r som os levados a co m p re e n d e r de fo rm a m ais efe tiva a p ro d u çã o a rtística dos g ru p o s e in d iv í
da de in te rn a a to d o s nós, não n e cessita nd o de um m u n d o à parte, e faze n d o da a rte um flu x o da vida.
duos que não estão in te g ra d o s às e stru tu ra s sociais e sta b e
Num se g un do g ru p o estariam aqueles que p o r q u a lq u e r
lecidas na atu alidad e. Mas não é sim ples a a b o rd a g e m e
m o tivo , e n tre eles a in ge nuida de, buscam sin to n ia com os
c o m p ree nsão desses universos cu ltu ra is d ia n te dos c o n d i
valores d o m in a n te s e p ro d u ze m um a a rte dista nte, m eio
c io n a m e n to s ou id eo log ia s que agem sob re os g ru p o s so c i
sem técn ica, m eio sem alma.
ais e suas m anifestações artísticas, s o b re tu d o se se tra ta r de
Um te rc e iro g ru p o seria o das m an ifestaçõ es artísticas
p rá tica s que a p a re n te m e n te são elaboradas a p a rtir de so
realizadas sem as pressões e c o n d ic io n a m e n to s do c o n h e c i
nhos, de negações do real e do presente, da busca de u to p i
m e n to té c n ic o -e ru d ito : o de tra b a lh o s in gê nuo s e cria tiv o s
as en volta s em mil e um a e straté gia s de re tórica. Elas p a re
que reg istram e re fle te m a sab ed oria popular. Um su b g ru p o
cem te r vid a e m esclar-se, m esm o sendo c o n tra d itó ria s .
reuniria artistas — que p o d e ria m ser co n sid erad os um a fra u
São ob ras a p a re n te m e n te in gê nua s e cria tiva s, q u e re
de — em busca de um m erca do m o v id o pelo lucro. Eles exe
g is tra m o un ive rso d o povo, re fle tin d o sua sab ed oria . Mas
c u ta ria m tra b a lh o s de aparê ncia ingênua, re g is tra n d o fo l
será qu e po de ría m os, rea lm en te, cla ssifica r esses a rtista s
g u ed os tra d ic io n a is e festas populares, d ife re n te m e n te da
de in gênuos? Ou será qu e a in g e n u id a d e é nossa ao q u e re r
sua expressão p ró pria , com o o b je tiv o m era m en te d e c o ra ti
m os an alisar os seus p ro d u to s a p a rtir de valores que não
vo. Na h istó ria de vida de m u ito s artistas populares, po de -se
são os deles? Será que eles se s e n tiria m im p u ro s se tiv e s
p e rce b e r a m utação, o d e slo ca m e n to de uma p o siçã o inicial
sem um p e rfe ito d o m ín io das té c n ic a s em p re g a d a s pelos
“ ge nu ín a” para um d e sm e d id o m an eirism o em p o u c o te m p o
a rtis ta s e ru d ito s?
de exercício da profissão,
Um c o m p lic a d o r a mais nessa busca é que alguns a rtis
Poderíam os im a g in a r vá rio s o u tro s se g m e n to s de p ro
tas com fo rm a ç ã o re g u la r e s o cia lm e n te in te g ra d o s tê m in
d u ção artística, mas aqui um a qu e stã o deve ser coloca da:
c o rp o ra d o nas suas p ro d u çõ e s valores e sté tico s de g ru p o s à
p o r que seria fra u d u le n ta a p ro d u ç ã o realizada na te n ta tiv a
m arg em ou de artistas que não seguem os cânones esta be
d e a tin g ir um m ercado? Buscar a tin g ir um m e rca d o é alg o
lecidos. As várias de no m ina çõe s e m p reg ada s na busca p o r
fra u d u le n to ? Ou é fra u d u le n to apenas para pessoas das
a p re e n d e r a a rte destes seg m en to s (naíf, p rim itiv o , ínsito,
classes subalternas? Por que o a rtis ta p e rd e ria a g e n u in id a -
popular, e tc ) parecem não co n se g u ir c o n te r a larga ab ra n
de ao p ro d u z ir para o m ercado? Será que fra u d u le n to não
gência e a m u ltip lic id a d e de faces que estas p ro du ções a rtís
é, isso sim, o pro cesso eco n ô m ico ? E so b re a “ p u re za ” do
tica s ad qu irem . Todas as denom inações, até o m om e nto,
a rtista : seria v e rd a d e ira m e n te possível um a rtis ta puro?
tê m sid o insatisfatórias.
C o m o se dá a tra n sfe rê n cia ou tro c a de c o n h e c im e n to no
Nessa p ro d u çã o excluída po de -se p e rce b e r a existência
â m b ito das artes? Será que existem a rtista s sem in fluê ncia s
de vá rio s seg m en to s dos quais vam os c ita r apenas os que
e xte rn as ao seu universo? O que seria esse m u n d o d o a rtis
con sid eram o s mais s ig n ifica tivo s.
ta? C o m o p o d e m o s m ensurá-lo? Luis Felipe B aêta Neves
[ 18 ]
d iz q u e o e sta d o “ n a tu ra l, pu ro, virg e m " nunca existiu. O
m o te m p o , a a rte é m o d o de s o b re vivê n cia eco n ô m ica ,
p ro d u to a rtís tic o sem pre é "o re s u lta d o de um feixe de d e
te m que se in se rir num m erca do , na m aioria das vezes não
te rm in a n te s h is to ric a m e n te dados, e que não conhece q u a l
m u ito a c o lh e d o r nem ju s to q u a n to à re ce p çã o dos p ro d u
q u e r m o m e n to o rig in a l"2. A c re d ita m o s qu e a p re o cu p a çã o
to s a rtístico s.
co m g e n u in id a d e de obras artísticas, p rin c ip a lm e n te das
Por Isso a Bienal Nai'fs B rasileiros é um p o n to de re
o riu n d a s das cam adas mais populares, é um processo que
sistên cia e se co lo ca c o m o um exe rcício de lu ta co n tra v e r
pro cu ra d e slo ca r o fo c o da q u e stã o v e rd a d e ira m e n te c e n
da de s esta b e le cid a s e p riv ilé g io s . Q ue stiona a le g itim id a d e
tra l na anállse das obras de arte: urna crític a interna, re a liza
de valores que são úte is às e stru tu ra s d o m in a n te s que m a n
da a p a rtir da p ró p ria obra.
tê m a h e ge m onia de alguns valores cultu rais. Procura d e s
Talvez a op ção pela divisão em g ru p o s ou sub gru pos seja
m o n ta r Idéias q u e se fazem passar p o r fo rm a s co rre ta s e
um m o d e lo que não satisfaça, não consiga ap reender a reali
naturais do d e se n v o lv im e n to cu ltu ra l, e n c o b rin d o a rb itra
dade. Talvez tenham os que assum ir a plura lid ade de po ssib i
riedades, o c u lta n d o a vio lê n cia a u to ritá ria na Im posição
lidades, sem hierarquias, que ace itar as artes com o algo vivo
dos valores, d e sq u a lifica n d o , e v ita n d o o c o n fro n to e “ es
que se ju nta, separa, aproxim a, afasta, que interfere, Influen
q u e c e n d o " de in clu í-lo s em c o m p ê n d io s, m ostras ou c o le
cia e é influenciado, m utante. Por que não a ce itar a m u ltip li
ções. Por isso a Bienal p rio riz a m an ife sta çõ e s não s in to n iz a
cid ad e de posições que o a rtista po de assum ir no decurso de
das co m
sua vida e m esm o no d e sen volvim en to de sua obra? Por que
d o m in a n te s. Por isso a Bienal Nai'fs d o Brasil 2 0 0 6 exp õe o
o artista não p o de reg istrar o universo do povo, re fle tir as sa-
c o n flito [E n tre C u ltura s],
as visõ es
e Interesses
e s té tic o s
dos g ru p o s
be do rlas populares, buscar a tin g ir um m ercado e, ao m esm o tem po, estas m anifestações serem erupções de im agens que
1 CONCLINI, Nestor Garcia. As Culturas Populares no Capitalismo.
São
Paulo: Brasiliense, 1983.
sim bolizam , em essência, a cultu ra do seu povo?
2 NEVES, Luis Felipe Baeta. A noção de “A rte Popular” : Uma crítica an tro
S abe-se que é na a rte qu e os a rtista s e n c o n tra m re fú g io
pológica. In: Rev. Ciências Sociais, vol. VIII, N 1-2, 1977. p. 203.
e fo rça . A a rte é escu do e arm a no c o n flito das c u ltu ra s que, c o tid ia n a m e n te , são o b rig a d o s a en fre ntar. A o m es
ROBERTO GALVÃO É ARTISTA PLÁSTICO E HISTORIADOR DA ARTE.
[ 1? ]
A
p ro p o s ta de in c o rp o ra r o te rm o [E n tre
qu estionados, p o de d e m a rca r uma m o vim e n ta çã o de bens
C u ltu ra s ],
Mae
sim b ólicos que, em princípio, assum e um a única direção, uma
Barbosa, cu ra d o ra da Bienal Naífs do
vez que, em geral, apenas o a rtista tld o co m o “ e ru d ito ” tem
Brasil 2 0 0 6 , m o tlv o u -m e a elab orar um
fa cilid a d e em acessar os có d ig o s da a rte popular, não o c o r
pensa m ento que tlvesse c o m o p o n to de
rendo a m esm a fa cilid a d e de assim ilação qu a n d o o m o v i
p a rtid a o p ro p ó s ito da p ró p rla curadora
m e n to é Inverso.
fo rm u la d a
por
A na
em e xp a n d ir “ as relações en tre arte nai'f, a rte p o p u la r e cu l
Sem dúvida, o a rtista p o p u la r p o d e tra z e r em sua obra
tu ra visual d o po vo e as re p rese ntaçõ es e ru d ita s que In co r
alguns tra ç o s da a rte que se c o n s titu i no c a m p o e ru d ito , mas
po ram o p o p u la r” .1
o que c o m u m e n te o c o rre são assim ilações d e co rre n te s das
A d iversid ad e de nom enclaturas adotad as para designar a
tra n sfo rm a çõ e s fa cilita d a s pelos m eios de com u nicação , que
arte nai'f co n d u zlu -m e a dois tip o s de observação: prim eiro,
d e te rm in a m m o d ism o s e uma p ro d u ç ã o em g ra nd e escala
tod as as variantes das designações nai'f
que a tin g e os m ais lo ng ín qu os lugares.
— com o prim itiva, popular ou ingênua —
Os có d ig o s da arte con tem po rân ea que
p o de m denotar, em parte, um tra ç o d is
ocu p a m os m useus e galerias d ific il
crim in a tó rio , que busca classificar o lu g a r do a rtista de fo rm a d ico tô m ica , que coloca o a rtista po p u la r no lado o p o sto
O T râ ru ito
m ente são de co d ifica d o s pelo ho m em
Entre Cu5tura¿
seg uir os p a râ m e tro s de uma a rte in
m ais sim p le s q u e não se p re o c u p a em
ao do eru d ito . Em segundo lugar, essa
te rn a cio n a l; ao co n trá rio , escolhe m a
m esm a plura lid ade de term os não deixa
nifestar-se p o r m elo de um m u n d o f i
de revelar que no universo da cultura popular, on de se sitúa o artista nai'f, não
g u ra tiv o , d is ta n te das e lu cu b ra çõ e s
/XVari/sa /A okarzeü CURADO RA -A DJU NTA
existe uma co n figu ração hom ogênea. O h is to ria d o r P ete r B urke a firm a
co n ce itu a is e abstratas. Diante deste quadro com plexo, onde cabem mais os qu estionam entos do que
que a cu ltu ra p o p u la r da Idade M oderna “ estava longe de ser
as afirm a tivas, re to m o a sugestão de Ana Mae Barbosa de In
hom ogénea; que a cultu ra d o artesão e a cu ltu ra d o c a m p o
c o rp o ra r o te rm o [E n tre C u ltura s] e o p ta r pelo ala rg a m e n to
nês d ive rg ia m de m ultas m aneiras; que a cu ltu ra do pa stor e
da co n ce p çã o de a rte nai'f, p ro p o n d o que esta Bienal seja
a do m in e iro d ife ria m da do a g ricu lto r.” 2 Reservadas as dis
m arcada m u lto m enos pela pureza e mais pela contam inação.
tân cias te m p o ra ls e as e sp ecificida de s da cu ltu ra européia
Pergunto: co m o se processa, no m un do de hoje, esta c o n ta
que se processa de fo rm a d ife re n te da que se co n stitu i hoje
minação? Q uando isto acontece?
no Brasil, penso que em um te rritó rio tã o extenso co m o o
Em uma sociedade em que as fronteiras se encontram cada
nosso, são poucas as chances de se realizar uma pro d u çã o
vez mais diluídas, torna-se uma árdua ou m esm o Impossível ta
m on olítica , sem nuances de diferenciação.
refa de term in ar o m om e nto exato em que a contam inação
Mas se é Im p o rta n te ob serva r essas diferenças, um o u tro
acontece, mas pode-se analisar o co n te xto no qual são tecidos
tip o de d is tin ç ã o é ta m b é m revelador: tra ta -se da m ão única
os fio s que fo rm a m a rede p o r on de circu lam os bens c u ltu
que parece estabelecer-se e n tre a “ cultu ra p o p u la r” e a "c u l
rais. Nestor Canclini acredita que não existe um consenso em
tu ra e ru d ita ” . A u tiliza çã o destes dols term os, já bastante
to rn o do que significa “ globalizar-se” 3, todavia, considera que
em m eados do século XX, com os avanços tecn oló gico s
cada vez mais d ifícil separar a a rte naíf da a rte p o p u la r ou da
form ou -se uma intensa rede de com unicação, p ro pician do que
a rte e ru d ita que vai ao e n co n tro das referências populares.
m undialm ente houvesse uma articulação de m ercados, onde
Em Belém do Pará, artistas em nú m ero con sid eráve l lan
coa bita m não som ente as transações financeiras, mas tam bém
çam m ão d o vo ca b u lá rio visual p ro ven ien te da a rte popular,
as artísticas e as culturais. Na verdade, estas negociações não
criam pinturas, gravuras, objetos, valen do-se das cores p ri
são geradas em um lugar exclusivo, mas em diferentes cid a
márias, fo rte s e chapadas, en con tra da s nos bairros p e rifé ri
des, acom odadas em um processo descentralizador.
cos e em ou tro s m unicípios p ró xim o s ou dista ntes. Mas o que
Inse rido nesta co n ju n tu ra econôm ica, social e po lítica,
de fin e esse p a drã o de cores não é a localização desses ele
encon tra -se um vo lu m o so flu xo m ig ra tó rio tra n s ita n d o em
m entos visuais nesta ou naquela cidade, nesta ou naquela re
várias direções. Nesse trânsito, m isturas étnicas e culturas f i
gião. O uso da co r v ib ra n te co m o o verm elho, o am arelo ou
cam visíveis, alojando-se em um a zona de c o n ta to 4 móvel,
0 azul é perceptível na visualidade de m últipla s cidades e paí
o n de acontece um esta do de con tam in ação m útua. A recípro
ses, mas em to d o s esses espaços prevalece uma estética o ri
ca transm issão de culturas ta n to p o de dar-se no se n tid o “cen
unda de uma cam ada social de poucos recursos financeiros.
tro — p e rife ria ” , co m o no se n tid o “ periferia — c e n tro ” , ou até
C om o é possível perceber, a era da g lo b a liza çã o e das
"de periferia para p e rife ria ” . E desta form a, os p o ntos de co n
con dições pó s-m od erna s p ro m o ve circu ito s m aleáveis que
ta to passam a ab sorve r um re p e rtó rio h íb rido e intercultural.
forne cem o ca rá te r in te rcu ltu ra l do m un do co n te m p o râ n e o .
As bordas en tre as cultu ras locais e glob ais não mais se
Os fluxo s de bens sim b ólicos provocam , e n tre ta n to , tensões
circunscrevem em espaços d e fin id o s e finito s. Na o p in iã o de
e relações desiguais. Mas m esm o neste esta do de de seq uilí
M oacir dos A njos “ o que d istin g u e um a cultu ra local de o u
b rio a titu d e s de resistência são possíveis, há um a fresta em
tras qu a isq u e r não são mais se n tim e n to s de clausura, afa sta
que se p o d e pe ne tra r e in ve rte r as forças he gem ônicas, p o s
m e n to ou origem , mas as form as específicas pelas quais uma
s ib ilita n d o uma co n ta m in a çã o em que em erja um a tro c a en
c o m u n id a d e se posicio na nesse c o n te x to de in te rcon exão e
tre cultu ras c o m p ro m e tid a com a a rte oriun da da tra d içã o
estabelece relações com o o u tro ” .5
p o p u la r que, ao invés de fechar-se, p e rm ite a expansão do
A a rte p o p u la r transita , então, nesse flu xo de bens sim b ó licos, não se en con tra p ro te g id a das zonas de c o n ta to , ha b i ta, sim, esse c o n te x to de in te rcon exão e relaciona-se com as mais diversas culturas, p a rtic ip a n d o do processo m ig ra tó rio que se expande com a glob alizaçã o. As co n dições pósm odernas, ao m esm o te m p o em que esgarçam as form as tra d icio n a is de m anifestações artísticas, ta m b é m p ro p o rc io nam a q u eb ra de posturas excludentes, que m arg ina lizam e
seu universo estético. 1 Esta afirmação de Ana Mae Barbosa consta da apresentação realizada para o folder do regulam ento da Bienal Nai'fs do Brasil 2006, promovida pelo SESC-SP de Piracicaba. 2 A form ulação deste pensamento de Peter Burke está registrada no livro
Cultura Popular na Idade Moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.68. 3 As formulações de Nestor Cancline aqui apresentadas encontram-se em A globalização imaginada. São Paulo: Iluminuras, 2003. 4 Termo utilizado por Moacir dos Anjos, em Local/Global: arte em trânsito.
hierarquizam as relações en tre as d ife ren te s form as de arte.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2005.
C om o bem afirm a Ana Mae, apesar de danificada, a m uralha
5 Id, p. 14.
en tre o “ e ru d ito ” e o “ p o p u la r” ainda perdura, to d a via as d e lim ita çõ e s te rrito ria is to rn a m -se quase im possíveis, sendo
MARISA MOKARZEL Ê HISTO RIADO RA DA ARTE.
[ 22 ]
xiste arte! A d e sp e ito de to d a e q u a lq u e r divisão,
de alerta não su p o rta o que está a co n te ce n d o e sim p lesm e n
de confusos status alim en tado s p o r seqüências
te se deixa violar. A p o d e ra -se de você, co m p le ta m e n te d o m i
histó rica s do p o d e r financeiro, de classes sociais,
nado, este tra n sitó rio . Seu tra b a lh o com anda sua con d u ta
de etnias e vencedores de guerras, há o hum ano
im pulsiva, d e ixa ndo o incon scien te a flo ra d o c o m o um tra u
capaz de tra n s fo rm a r paisagens, a lim e n ta r o es
ma no osso. Um m un do de sa p e rce b id o vem à tona, reelabo-
E
p irito , reform a r os sentim entos, a p rim o ra r os sen
rando sig n ifica d o s d o co tid ia n o . S ub o rd in a n d o tu d o às exp li
tid o s, e s tru tu ra r as linguagens, sensibilizar d e ixa ndo o o rg u
cações psicológicas. À luz dessa ciência lhe é co m u n ica d o
lho de p rim a ta v ir à tona.
seu c o m p o rta m e n to : su fo ca d o pelo leite m a te rn o ou na so m
A tra n sfo rm a çã o da argila em m atéria para m anipulação,
bra dos arq ué tipos, você é ob se rva d o e o rie n ta d o em voz
a co m p ree nsão de sua plasticid ad e, a m ata do m in ada pelas
c o n tu n d e n te p o r sua mãe gigantesca. O ba rro é para m oldar,
vontades, o m etal fo rja d o , a certeza da te m p e ra tu ra existe n
o papel para desenhar, a tela é para p in ta r na ób via ação, jo gue tin ta antes de secar; na carreira da
te, o co n h e c im e n to da ca p acidad e de resistência d o que p o de quebrar-se, a
m atéria, to q u e além do pincel; esm a
u m ida de que vai se eva po rar na a tm o s
gue as cores, p u lve riza n d o a lógica c ro
fera, o te m p o da secagem (se cho ver
m ática. Seu tra b a lh o é intenso. Mexa-se
d e m ora mais), o fog o, os in stru m e n to s
até suar e a lte rar o seu coração. Sofra q u e re n d o d e ix a r m arcada a
cortan tes, a m adeira rasgada, o papel,
ú ltim a
o lápis, a m udança de esta do da m a té
m e n sa g e m
da
h u m a n id a d e .
ria... enfim , a in te rven ção do hom em
R isque v io le n ta m e n te o existe nte, des-
neste m u n d o de átom os. A d ig ita l im
p re ze -o e p in te de novo, p re fira o an
pressa no to q u e frio do barro, a m ud an
Rinafldo Sifiva
te rio r e fiq u e em d ú vid a q u a n to ao
C U R A DO R-AD JUN TO
ça de ba rro para pote, de p o te para fil
m elhor. A b a n d o n e , recom ece, m esm o
tro, de filtro para tijo lo , de tijo lo para
que tenha passado m u ito p o u c o te m
telha, de telha para boneco, de boneco para cavalo, de cava
po. S inta-se de stru íd o , m o rto , incapaz, e b ro te rasp an do e
lo para boi, de boi para cão m o rd e n d o um teju ca rre g a d o nos
re p in ta n d o a té c ria r um passado. S u tilm e n te vele e deixe
de ntes e arra sta nd o no chão. Cravada na carne, a faca corta
e sco rre r o líquido, d e stru a as luzes, crie som bras absurdas,
e desliza na a b erta ferid a d o bicho que agora se to rn a c o m i
pe rceb a os m on stro s, o frio , rasure, apague, mas não jo g u e
da, cozida em panela sólida de índio.
fora: insista. Deixe as vozes o e stim u la re m . Faça o que não
Im agine você não d o m in a r o ím p e to da inspiração. Este en tusia sm o p o é tic o a b so rve n d o -o p o r c o m p le to , insinuando
co m p re e n d e , tenha ce rte za de um a guerra, mas descub ra q u a n d o ela acabou.
sua fra g ilid a d e hum ana e com um entusiasm o que en go le a
C riar im b u íd o desse m isté rio é único e raro, mas existe n
racion alidad e. Aí, tu d o insinua. A in s ta b ilid a d e o in cap acita
te. Q u a n d o se p ro d u z assim , os re su lta d o s são e x tre m a
na co n te n çã o das razões. Você não é mais consciente, o que
m e n te transfo rm a do res. A queles que são pe rseg uid os pelas
pensa já está do m in ado . A verd ad e passa d ista n te e sua in te
explicações avançam a passos largos na evo lu ção da a rte e
ligência vira um recém -nascido. De to d a a con cep ção filo s ó
to rn a m -se mais hum anos. Quem sabe o que aco ntece q u an
fica racionalista é virada a página. Sua pe rcep ção em estado
do se cria?
[ 23 ]
Saia da caverna, d e s m is tifiq u e as so m b ra s para c o m p re
x ilo s e escreveu cord éis, assim as c u ltu ra s se fu n d e m sem a
e n d e r m e lh o r os fe n ô m e n o s da luz. T odos te m o s luz e s o m
d ife re n ç a d o m ais e m aior, a ve rd a d e é se m p re única sem d ú
bras p ró p ria s, h o je te m o s o m u n d o para m astigar. P e rte n ce à
vid a s a tro p e la d a s, a nossa c u ltu ra é d e ne gro s, índios e b ra n
relaçã o e n tre os ho m en s a p ro c u ra da d iv in d a d e , esta p rá tic a
cos, um a m istu ra fe ita na casa gra nd e, na senzala e na m ata.
de a p re n d iz a g e m da le itu ra e releitu ra , a re p e tiçã o , o c o n tro
Q uem te m m e d o d o p o p u la r e sco n d e um a fru s tra ç ã o m e s ti
le, o d o m ín io da té c n ic a para m e lh o r expressar-se. Este c o n
ça, s u b o rd in a a h is tó ria às suas vo n ta d e s, o lh a v e s g o e p e rc e
ju n to d e p rin c íp io s re g e sistem a s, m as são o p in iõ e s d e a u
be em pedaços, ta te ia a sup erfície sem p e rc e b e r a form a, c h e i
to re s
c r ia r ” ,
ra e não visualiza, saliva e não g o s ta d o q u e d ige re, o u ve e
in c o rp o ra m o d e v e r sagrado, são cren te s vivos, p e rm ite m -s e
assusta-se co m g ru n h id o s , p e rce b e e nã o sen te q u e a A rte
a co n sciê n cia d e si m esm os, fo rm u la m os
seus p ró p rio s c ó
é p u ro refle xo d o q u e som os. Tem os um a m o s tra co m a rtista s
d ig o s e s c ru p u lo s o s , são s o lid á rio s à vid a . P recisam o s ve r
d e um a te rra b o rb u lh a n te em A rte d ita “ p o p u la r” , q u e respira
para a lfa b e tiz a r o o lh a r e v iv e r para e n te n d e r a A rte .
e n c o n tro s e exala su o r d e tra b a lh o e la b u ta na vida.
a visa d o s
que
te im a m
em
d iz e r “ eu
p o sso
A ssim
Picasso o lh o u as m áscaras africa na s e se to rn o u m ais h u m a no, assim V ita lin o fe z o h o m e m de b a rro , J. B o rg e s g ra v o u
RINALDO SILVA É A R TIS T A PLÁ S TIC O E PR O FESSO R DE ARTE.
Referência/s B ib iio < jrá fica ¿
A N A MAE BARBOSA ENTRE CULTURAS GALVÃO, Roberto. Chico da Silva e a Escola do Pirambu. Fortaleza: Espaço Cultural Cor reios, 2006.
In: Mostra do Redescobrim ento A rte Popu
tos Populares da Cidade de Goiás - cerâ
ção Bienal de São Paulo, .Associação Brasil
mica. Goiânia: UFG-SEBRAE, 2001.
5 0 0 anos A rtes Visuais, 20 00. ARRUDA, V. Um spray na mão e uma idéia na ca beça. A rte em revista. São Paulo: CEAC, 1984.
HUGONOT, Marie-Christine. La pe in ture nai've en
BARBOSA, Ana Mae. De Gauguin à A m érica La
France, un a rt vivant. Paris: Sous le Vent,
tina. In: A rte & Educação em Revista, 1995.
1981.
Ano I - n. 1. outubro, 7-16.
LIPPARD, Lucy. M ixed blessing: new A r t in a
BURKE, Peter. A Escrita da História: novas pe rs
m u ltic u ltu ra l A m erica New York: Pantheon
pectivas. São Paulo: Universidade Estadual
Books, 1991.
GUIMARÃES, L; GUIMARAES, A, GOYA, F. Obje
lar. Aguilar, Nelson (Org.). São Paulo: Funda
HALL, S. A identidade cultural na pó s-m odernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 20 00. LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito A ntro pológ ico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986. LOSADA, Teresinha. A rtífice, A rtista, Cientista, Cidadão: uma análise sobre a arte e ao artis ta de vanguarda. Teresina: EDUFPI, 1996. MELLO e SOUZA, L. A cultura popular e a história. In: Seminário Folclore e Cultura Popular: as
Paulista, 1992.
BRENSON, Michael. “W hy curators turn to the
CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e Cida
A rt o f the deal?” . New York Times, Março, 4,
dãos: conflitos m ulticulturais da globaliza
Instituto Nacional do Folclore, Coordenadoria
1990, caderno 2, p 38
ção. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.
de Estudos e Pesquisas. IBAC, 1992.
h ttp ://w w w .n ic e -c o te a z u r.o rg /fra n c a is /c u ltu re /m use e/artnaif http://w w w .sanu.ac.yu http://w w w .m ba.ville.sherbrooke.qc.ca http://w w w .m useedartnaif.com h ttp:/V vw w .naife s.it/ h ttp://w w w .m ida n.org http://w w w .hallesaintpierre.org http://w w w .m useeartnaif.com http://w w w .m useunaif.com .br http://w w w .proxim ed ia .com /w eb/m asn.h tm l http://w w w .hm nu.org
______ .
Culturas Híbridas. São Paulo: EDUSP,
ORTIZ, R. Um o u tro território. São Paulo: Olho Dágua, 20 00.
1998. CASCUDO, Luis da Câmara. Civilização e Cultura. São Paulo: Global, 2004. CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano-. 1. ar tes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994. CHARTIER, Roger. '“ Cultura P opular’: revistando
______ . A M oderna
Tradição Brasileira. São
Paulo: Brasiliense, 2001. ______ . R om ânticos e Folcloristas. São Paulo: Olho Dágua, 1992. VALLADARES, C. do P. Primitivos, Genuínos e A r
um conceito historiográfico". Estudos His
caicos. In: Mostra do Redescobrimento A rte
tóricos. 16, jul-dez 1995.
Popular. Aguilar, Nelson (Org.). Fundação
CHARTIER, R. A História Cultural. Entre Práticas e Representações. Lisboa: Difel, 1987. FINELSTEIN, Luden. A rte Naif, A rte Eterna. In: Naífs Brasileiros de Hoje. São Paulo: Câma ra Brasileira do Livro, 1994. (B rasiliana de
LEDA GUIMARÃES LINHAS DE FUSÃO: A INGENUIDADE REVISITADA
várias faces de um debate. Rio de Janeiro:
Frankurt). p. 27-34. FROTA, Lélia Coelho. M itopoética de 9 artistas
Bienal de São Paulo. São Paulo: Associação Brasil 500 anos Artes Visuais, 2000. VALLADARES, C. P. A rtesanato Brasileiro. FU ÑARTE, 1980. VAN DE BEQUE, J. A rte Popular Brasileira. In: Mostra do Redescobrim ento A rte Popular. Aguilar, Nelson (Org.). Fundação Bienal de
brasileiros: vida, verdade e obra. Rio de
São Paulo. São Paulo: Associação Brasil 50 0
Janeiro: Fontana, 1975.
anos A rtes Visuais, 2000. VAN de BEQUE, Jacques. A rte Popular Brasileira:
ABREU, A. A. (Org.). Quantos A nos faz o Brasil?.
FROTA, Lélia Coelho. Pequeno D icionário da
São Paulo: U niversidade de São Paulo,
A rte do Povo Brasileiro, Séc. XX. Rio de Ja
Coleção da Casa do Pontal. São Paulo:
20 0 0 . ARAÚJO, Emanoel (Curador). Brasi
neiro: Aeroplano, 2005.
Câmara Brasileira do Livro, 1994.
leiro, Brasileiros. São Paulo: Museu A frobrasileiro, 2005. ARAÚJO, Emanoel. A rtistas e A rtífices: Ancestralidades, Arcaísm os e Permanências, p. 34
GOMBRICH, Ernest. A História da A rte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. GRUZINSKI, S. O Pensamento Mestiço. São Pau lo: Companhia das Letras, 2001.
[ 25 ]
VILHENA, L. R. Projeto e Missão: o m ovim ento folclórico brasileiro. Rio de Janeiro: FunarteFundação G etúlio Vargas, 1997.
Bienaí Nai’J¿9 em S in to n ia com a C o n te m p o ra n e id a d e /X\aria A ftice /A iM ie b JURAD A
os m uito s que p re te nd em fazer arte, são
O jú ri d o qual fiz parte, sem m en osp rezar os que se atêm
poucos os que passam ao largo da ba na lid a
a um a Icon ogra fia tra d ic io n a lm e n te id e n tific a d a c o m o naíf,
D
de das fó rm u la s estabelecidas para se aven
p riv ile g io u um a p ro d u çã o m ais ousada. São obras v in c u la
tu ra r na experiência da cria ção espontânea.
das ao m u n d o c o n te m p o râ n e o , re ve la d o ra s da c o m p le x i
Numa Bienal Naíf, mais que em qu a lq u e r o u
d a d e da vid a urbana e do que rem anesce d o universo rural
tra, a expressão original, não preconceituosa,
na m em ó ria dos que m ig raram para a cidade. É nesse c o n
m ovida pelo desejo de co m u n ica r do in d ivíd u o e pelo pulsar
te x to só c io -c u ltu ra l em tra n sfo rm a çã o , típ ic o d o Brasil de
da v id a social é de se esperar. E ntre ta nto, nem sem pre essa
hoje, que se Inscreve a m aioria das obras selecionadas.
lib e rd a d e está presente nas obras enviadas para seleção do
S urpreendentes, na m ed id a em que aprese ntam soluções
jú ri. Isso po rq u e se cristalizou, ao lo n g o dos anos, alg o co m o
plásticas Inventivas na a b o rd a g e m de tem as atuais. Em a l
um “ e stilo naíf” , um m o d o de p in ta r que vem sendo re p ro d u
guns casos, há m esm o uma visã o crítica da realidade, co m o
zid o quase que em série, to rn a n d o -se m arca reg istrad a da
se p o d e c o n sta ta r nas p intura s que m ostram a d e stru içã o do
p in tu ra erro ne am en te cham ada “ p rim itiv a ” . Esse fazer arru -
m elo a m b ie n te ou a crim in a lid a d e urbana. D e ntre ta n to s
m adinho, bem c o m p o rta d o , tem suas características: c o m p o
q u ad ros de Interesse e s té tic o e a n tro p o ló g ic o , vale d e stacar
sição fro n ta l e plana, form as bem delineadas preenchidas p o r
A re p ro d u ç ã o da de ng ue de A le x B e n ed ito dos Santos, um
cores vivas e tem as ligad os à tra d içã o rural — festas p o p u la
dos c o n te m p la d o s com o P rêm io de A quisição. O p in to r não
res, paisagens da roça — sem pre m ln iatu rlzad os. De orige m
se In tim id a fre n te à tela. N otável a lib e rd a d e d o seu desenho,
popular, esse m o d o de p in ta r fo i “ e n o b re c id o ” p o r Tarsila do
não só pe lo v ig o r d o gesto, c o m o ta m b é m pela c o n c o m itâ n
A m aral, em sua fase Pau-brasil nos Idos da década de 1920.
cia das narrativas: a linha org an iza o espaço, descreve os fa
A a b e rtu ra m od ern ista teve o m é rito de tira r do a n o n im a to
to s e su b o rd in a a p in tu ra que se até m aos to n s so m b rio s da
alguns artistas populares e de de stra nca r a co m u nicação en
p e riferia . J a b o tic a b a l não é Nova York, mas Santos p o d e v ir
tre o universo e ru d ito e o do povo. Foi na esteira desses
a ser um Basquiat.
avanços que se firm o u a referida p ro d u çã o este re o tip a d a que hoje te m m erca do e se p re te n d e artística.
MARIA ALICE MILLIET HISTO RIADO RA DA ARTE.
Que N a if Sou Eu? O/scar D A m b ro /s io JURADO
esde 1999, a pa rtir de pesquisa para escrever o
en tre os princip ais nom es da a rte universal, in d e p e n d e n te de
livro Os pincéis de Deus: vida e obra do p in to r
categorias, estilos, nom en clatura s e tem áticas, que podem
n a if W aldom iro de Deus, venho encontrando as
ser a prevalência d o o n írico e do im aginário, da crítica social,
mais diversas definições do que seja a arte cha
da vio lên cia urbana ou a valoriza ção idílica da zona rural e
mada na'ff ou prim itivista. A té hoje, sete anos
das suas ativid a d e s econôm icas e sociais.
D
Por tu d o isso, após a fase inicial em que a Bienal foi co n
depois, nenhuma me convenceu por com pleto,
já que a m aioria provém de críticos ou galeristas interessados
d u zid a
mais em defender certos espaços na academia ou no m ercado
Nascim ento, vin cula do ao SESC/Piracicaba, a p a rtir de 20 04 ,
pe lo en tusia sta
p e sq u isa d o r e c u ra d o r A n to n io
do que em observar de pe rto os artistas e os seus trabalhos.
a presença de um cura do r externo transfo rm a em o b rig ação a
De m o d o geral, os conceitos mais utilizados concordam em
discussão do que vem a ser essa decantada arte naíf. No en
d e fin ir o estilo nai'f com o m arcado p o r cores vivas, imaginação,
tanto, p e rm ito -m e a liberdade de considerar mais uma vez que
estilização e um po d e r de síntese levado para a tela com uma
g eralm ente a questão é posta na mesa de form a equivocada. P ergunta-se aos crítico s o que vem a ser o naíf. Não seria
té cn ica a p a re n te m e n te rudim entar. Nesses aspectos, p o d e r-
mais ló g ico Inverter a qu estão e in te rro g a r os artistas do
se-ia dizer que a arte nai'f b ro ta do inconsciente coletivo. Isso ap on ta para dois elem entos fundam entais: ela estaria
e ve nto p o r que eles se consideram naífs? No m o m e n to em
em constante renovação e se deixa penetrar p o r influências
que cria do re s de p ra tica m e n te to d o s os Estados brasileiros
eruditas, em bora conserve sua natureza própria. Sabedoria p o
d e cid em en via r os seus traba lh os para avaliação de um a c o
pular e im aginação individual e coletiva se irm anariam em
m issão ju lg a d o ra para p a rticip a re m de uma Bienal Naíf, cabe
obras difíceis de d e finir sob uma única catalogação.
in d a g a r o que os leva a isso.
A o p o rtu n id a d e de p a rtic ip a r do jú ri de seleção da Bienal
Por que eles acham que são naífs? Q uando se vêm no es
Naífs d o Brasil de 2 0 0 6 a p ro fu n d a m inha co n vicçã o de que
pelho e q u an do olham o traba lh o antes de enviá-lo pelo c o r
o gênero, fo rte m e n te vin cu la d o à a rte popular, ainda não é
reio, identificam -se, mais ou menos conscientem ente em cada
v a lo riz a d o in te rna m ente co m o deveria, talve z p o r ser uma
caso, co m o naífs; e qu ando esperam o resultado do júri, seja
m an ifestaçã o pro d u zid a p o r artistas nã o-e rudito s, a p a rtir de
p o sitivo ou negativo, necessariamente, no íntim o de sua alma,
tem as po pu lare s ge ra lm e n te inspirados no m eio rural, mas
colocam -se face a face com a pergunta: Que naíf sou eu?
p ro gre ssivam e nte a d e n tra n d o no universo urbano, em boa
A comissão julgadora desta Bienal, com suas lim itações hu
p a rte dos casos com uma rejeição às regras convencionais
manas e atribuições regulamentares, dá a tod os a sua resposta, uma das m últiplas possíveis. Durante os próxim os dois anos os
da pintura, seja p o r escolha, seja p o r fa lta de acesso a elas. P e rco rrer o m u n d o dos naífs é um g ra nd e e fascinante
que foram avaliados, estejam nesta Bienal 2 0 0 6 ou não, poderão
desafio. M erg ulh ar na arte de orig e m p o p u la r e en co n tra r ta
refletir sobre os resultados e — quem sabe — enviar novas obras
lentos o b rig a a con he cer o m a io r núm ero possível de artistas,
sobre essa mesma pergunta a acompanhá-los de form a perene: — Mas, afinal, que naíf sou eu?
id e n tific a n d o características que to rn a m alguns desses p in tores exp oe ntes d o que há de a rtis tic a m e n te melhor, e não som e nte d a nd o-lh es d e staqu e co m o naífs, mas co lo ca n d o -o s
OSCAR D'AMBROSIO É JO R N A LIS TA E CRÍTICO DE ARTE.
[ Tf ]
'v >
^►Sa/ba se 'en Q
u t u m a
TE AMA,
re deseta.
r a b a l h
IDA
SEU
T E
A M O ftO
F uur R o
< £ U E f ^ .
^ _
u
F
Í
e
c
a
a
:
a
.
n
a
m
0 ^
CASAR. OU E C
A ^ U / \G O fLA
A CANTADA C E RTA
Uma A r te A Íém
¿
oa
ê/sbereóbipo/s
A \a ria Lucia M onte/$ JURADA
N
aif. arte ingênua, prim itiva, espontânea, ínsita...
p o r c e rto aquém ou além dos padrões eru dito s, e que m uitas
Desde a descoberta do d o ua nie r Rousseau e
vezes nos escapa p o rq u e nos fala de ou tra s form as de se
da presença influente da arte orientai e africa
c o m p re e n d e r e re p re se n ta r o m undo.
na na Europa de fins do século XIX e início do
Fosse isso levado a sério, há m u ito se te ria p e rce b id o
XX, foram inúm eras as designações que p ro
que esses a rtista s po pu lare s ou sem fo rm a ç ã o ou sim p le s
curaram abarcar em sua diversidade uma arte
m e n te m arginais não estão fo ra da nossa realid ad e c o n te m
que fugia aos cânones eru dito s da tra d içã o ocidental. Vista
porânea, com suas tensões e aflições, seus sonhos e espe
inicialm ente co m o p ro du ção a ser confinada a um m useu dos
ranças, não po d e n d o , p o rta n to , ser co n fin a d o s a te m á tica s
horrores, ela viria depois a inspirar m ovim entos europeus de
exclusivas ou fo rm a s co n g e la d a s de represe ntaçã o. Na d i
vanguarda, sem que, con tudo , se alterasse o indisfarçável to m
nâm ica da cultu ra, o n a if falará sem pre de uma v o n ta d e de
de p re cia tivo que con tin u o u a marcá-la fre n te à arte que não
cria çã o de in d ivíd u o s que, p o r co n d içã o só cio -c u ltu ra i ou
precisa de a d je tivos para legitim ar-se sim plesm ente p o r ser
escolha, buscam tra d u z ir seu se n tim e n to d o m un do num a
considerada a arte, com seus cód ig os estéticos que sem pre se
lin g u a g e m e s té tic a alheia às co n ve n çõ e s de elite, ta n to
pretenderam universais.
m e lh o r suce dida q u a n to m ais p ro fu n d o fo r o im a g in á rio
Naif. um a a rte m enor, em suma, que nos dispensaria de en tendê-la em seus p ró p rio s term os, q u er fosse cria ção de
p o r m eio d o qual se expressam e m a io r a o rig in a lid a d e ou o d o m ín io té c n ic o de seus m eios de expressão.
povos cha m ad os p rim itiv o s ou a dos pobres, iletrad os e lo u
Esta visão d o n a if não foi alg o que os m em bros do jú ri
cos em nossas sociedades. Assim, não estranha que, ao se f ir
trouxessem já p ro nta e acabada para avaliar as quase 8 0 0
m ar a idéia de um e stilo p ró p rio ao naif, ela desse lu ga r a es
obras enviadas a Piracicaba de quase to d a parte do país.
te re ó tip o s mais que a uma visão coe ren te dessa criação, de
Foram a extrao rdinária riqueza e a diversid ad e te m á tica e fo r
uma p e rsp e ctiva a n tro p o ló g ic a ou estética. Ecos de um ro
mal dessas obras que se im puseram a to d o s nós, delineando
m an tism o saudosista que sem pre p re fe riu o cam p o à cidade,
p o r si sós c rité rio s de escolha e prem iação. Difícil tarefa, sem
associando o p o p u la r ao fo lc lo re co m o às raízes au têntica s
dúvida, p o rqu e m u ito mais m ereceria ser esco lh ido e p re m ia
de um a cultura, conge lara m -se em certa criação d ita esp o n
do. Mas tam b é m sem dúvida, prova da im p o rtâ n cia crescente
tânea (e m b o ra fosse mais d ifícil c e rtific a r-lh e a a u te n tic id a
que esta Bienal ganha a cada nova edição.
de...), que co n q u isto u inclusive um nicho p ró p rio de m ercado. M elhor te ria sido buscar o que nos d iz essa a rte outra, criada
MARIA LUCIA MONTES É AN TR O PÓ LO G A.
[31 ]
A rti¿ ta ¿ Premiado/S ■
I i#
p
V.VH;' ■T'Si i>V•' ..\ •
S 8 # ji
|v ||
\ v v tv \ \
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
A dã o D o m ician o A D Ã O D O M IC IA N O PINTO Ecoporanga | ES, 1969
A m azônia T rá |ic o I Aquarela sobre papel 4 4 x 62 cm
[ 34 ]
¡«-oí;:
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
A dã o D o m icia n o A D Ã O DO M IC IA N O PINTO Ecoporanga | ES, 1969
A m azônia T rá fic o II Aquarela sobre papel 4 4 x 62 cm
[ 35 ]
y a
^
1 -
n/coitfO
« ¿ f# *
> x ' ^ p2v^ Í i
PREMIO AQ UISIÇÃO
A ie x
¿
oa
Santo¿
ALEX BENEDITO DOS SANTOS Jaboticabal | SP, 1980
A R e produção da Dengue Pintura sobre tela 160 x 100 cm
[ti]
“ SS"
PRÊMIO A Q UISIÇÃ O
C arm é zia C A RM ÉZIA EM ILIANO Norm andia | RR, 1960
Lenda do M o n te Roraima Ó leo sobre tela 70 x 7 0 cm
[ 37 ]
PRÊMIO AQ UISIÇÃO
C arm é zia CA RM ÉZIA EM ILIANO Norm andia | RR, 1960
Pa rixa ra Ó leo sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ 3 8 ]
¡tí!
m
w
r *
*■ ' - u t . m
n
w & i # f
ñ
t o
i
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
João A flexandre S a rti São José do Rio Preto | SP, 1970
Ca/samenbo I Acrílica sobre tela 25 x 4 0 cm
[ 3? ]
PRÊMIO AQ UISIÇÃO
João A íe x a n d re Sarbi São José do Rio Preto | SP, 1970
C a la m e n to II Óleo sobre tela 25 x 4 0 cm
[ 40 ]
¿5f QWA/HA
PRÊMIO A Q UISIÇÃ O
Zeçuinha JOSÉ DE ALM EID A FILHO Piracicaba | SP, 1959
C a p o e ira de A ngola Óleo sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 41 ]
2!e^t/¿vh a
PRÊMIO A Q UISIÇÃ O
Zeqjuinha JOSÉ DE ALM EIDA FILHO Piracicaba | SP, 1959
Tambu de Umbigada Ó leo sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 42]
■
■
I PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
Jo AVuriío JOSÉ MURILO BATISTA DE O LIVEIRA Cordisburgo | MG, 1936
A Vinçança Acrílica sobre tela 70 x 9 0 cm
[ 43 ]
V r Í»&m
y li4
L V 'iL - i t
&
&
j-V £
& $* * *
PRÊMIO A Q UISIÇÃ O
Jo M u r i í o JOSÉ MURILO BATISTA DE O LIVEIRA Cordisburgo | MG, 1936
O Pacbo Acrílica sobre tela 7 0 x 9 0 cm
[ 44 ]
^
‘
,*
't iV I lr ,
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
NO ALTO:
Rocha A\aia
PRÊMIO A Q UISIÇÃ O
LUIZ ROBERTO DA ROCHA MAIA
Rocha /Aaia
Rio de Janeiro | RJ, 1947
LUIZ ROBERTO DA ROCHA MAIA Rio de Janeiro | RJ, 1947
500 Ano¿ Depoi/s
500 A no /i Ante/$
Mista
Mista
50 x 150 cm
50 x 150 cm
[ 45 ]
aooC
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
N e ri A n d ra d e NERI AG ENOR DE A N D R AD E Florianópolis | SC, 1954
En^enho/i Acrílica sobre tela 5 0 x 7 0 cm
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
N e ri A n d ra d e NERI AG ENOR DE A N D R A D E Florianópolis | SC, 1954
Pe/scaria N oturna Acrílica sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 47 ]
PRÊMIO AQ UISIÇÃO
SheiMa Li% SHEILLA LIZ CECCONELLO Palotina | PR, 1978
Caçada
ba
A\uihere/4 Serpenbe/s Acrílica sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 48 ]
C l ÇO
§ « Cp.Uva ■ L p'* " '
L» *"" N f í
PRÊMIO AQ UISIÇÃO
Tania TA ÑIA DE MAYA PEDROSA Maceió | AL, 1933
S ertã o Sem pre V iv o Ó leo sobre tela 110 x 8 0 cm
[ U ]
4 /V < *
í^ l^ fe á É fe ¿ E çW ^
^
^
W
^
Ê
È
^
^
^
Ê
§ Ê
PRÊMIO AQ UISIÇÃ O
Vanifl Ri/S/sio VANIL AGOSTINI RISSIO Potunduva | SP, 1938
Naí|(/4 /X\undo ê x p ío ra d o n„GD 5 Acrílica sobre tela 47 x 6 0 cm
[ 50 ]
iÊ
Ss
£
m
$
€
m
£
s
PRÊMIO AQ UISIÇÃO
VaniS Ri/S/^io VA NIL AGOSTINI RISSIO Potunduva | SP, 1938
N a '4 /S
/A undo E xpüorado Acrílica sobre tela 47 x 6 0 cm
[ 51 ]
noG O 28
M ENÇÃO HONROSA
Barba SEBASTIÃO CARM O PINHEIRO Bandeirantes | PR, 1948
Coi/4a de C o b ra Ó leo sobre tela 7 0 x 5 0 cm
[ 52 ]
M ENÇÃO HONROSA
Janaina Thagane J A N A IN A THAYANE CAM POS BORGES Cuiabá | MT, 1983
A Seca d o R io Am azonas Acrílica sobre tela 3 0 x 4 0 cm
[ 53 ]
M ENÇÃO HONROSA
Janaina Thajane JA N A IN A THAYANE CAM POS BORGES Cuiabá | MT, 1983
E xtinçã o da A ra ra A z u í Acrílica sobre tela 3 0 x 4 0 cm
[ 54 ]
■Rr ^ATCP„fNfsto'
ftrw* £, famjWÊJK3 Í*V*A '-Tdíuo, U K ’ ¿«kACJa-u A T/^
* tfütugío\ P(Hit jA-7f AEu 1 ^ f ü C o z p o títi P e ¡ ^
Ca^ éJa-tcaf(- v fwtuft-04ü£¿A/^iiniT C4**cJa--« »j ,*. Far^ íAo caía .
J B jP :
st-tu UflTfJtAj T^Sfcj PAR£í£ t f A t£ ,A ,
m
U *"É V (C ipo WaT f’fjA,
a jí
fe m fc u COK.PC Ñ¿0 % A .J {P
■flJl/AW lgALi«JUaí,j^ “
ffSPf/AKío jjM A í
C \ iit A t ( K
M ENÇÃO HONROSA
R ogério T a rifa Campinas | SP, 1975
Sem Títuüo Aquarela 115 x 85 cm São Paulo | SP
[ 55 ]
\-
.
AoCo Pai/S A N A CA R O LIN A PAIS DE SOUZA São Paulo | SP, 1983
Sinagoga B e th -E Í e No/i/sa Senhora da Con/soíação Acrílica sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ 58 ]
AoDo Siíva ALOÍSIO DIAS DA SILVA Presidente Venceslau | SP, 1947
Fe/sta Junina Ó leo sobre tela 6 0 x 5 0 cm
[ 5? ]
A ecio AECIO DE A N DR AD E São Paulo I SP, 1935
Pá/s/saro/s e Indio/S Acrílica sobre tela 5 0 x 70 cm
[ ¿0 ]
A dã o S iív é rio A D Ã O JOSÉ SANTOS Redenção da Serra | SP, 1942
A |o g a d o do/s Preto/s Acrílica sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[¿1
]
Aflemão ALENC AR CLARET DUARTE DA SILVA Piracicaba | SP, 1959
/A u íh e r com P andeiro Acrílica sobre m adeira 102 x 62 cm
[ ¿2 ]
I
go -th a n k
‘ér+ánh •-.Pi??
A im o JORGE ALBERTO MORILLO DÓ RIA Itabuna | BA, 1972
La/s Va^/Sç, La/S Va^/s Mista 8 0 x 8 0 cm
[ ¿3 ]
Améüia GiS AM ÉLIA TEIXEIRA DE ALM EID A GIL Piracicaba | SP, 1947
E n co n tro d o D iv in o Ó leo sobre tela 4 0 x 6 0 cm
Am om Ho de Deu¿ AM O M HEBROM DA HO RA DE DEUS SOUZA Osasco I SP, 1978
Na Hora d o Gofi Acrílica sobre tela 70 x 70 cm São Paulo I SP
[ «45 ]
Ana C a m e io A N A AM ÉLIA DE SO UZA CAMELO Rio de Janeiro I RJ, 1951
Dia de Chuva Ó leo sobre tela 6 0 x 70 cm
[U]
Ana CameSo A N A AM ÉLIA DE SO U ZA CAMELO Rio de Janeiro | RJ, 1951
A Banda Óleo sobre tela 65 x 100 cm
o >A\t
QUír O
H^HCK
FA7. I> £ íX á
D6
E<l
■
A n d ré Urvaneja A N DR É LUÍS URVANEJA Campinas | SP, 1966
O /Aafi Que o Homem Faz Nunca Deixa de éxi/sbir Acrílica sobre papelão 4 6 x 67 cm
U 8]
<\L&
U ÍM
A n d ré Urvaneja ANDRÉ LUÍS URVANEJA Campinas | SP, 1966
Ah uém D eixou o G a to Ê/scapar Acrílica sobre papelão 4 6 x 67 cm
[¿?]
E E IX C V J
O
f iM O
Ê iC A C A - R .
Aniba B ra z ií A N A M ARIA BRAZIL SILVA Rio de Janeiro | RJ, 1948
Santa Tereza Acrílica sobre radiografia 26 x 35 cm
[ 70 ]
Aniba B ra z ií A N A M ARIA BRAZIL SILVA Rio de Janeiro | RJ, 1948
P ro te çã o de Todo/S Acrílica sobre radiografia 26 x 35 cm
[71 ]
A r ie t e da G üória ARLETE DA GLÓRIA G O N ZA G A MATSUMOTO Belo H orizonte | MG, 1951
C e n á rio Ruraí I Acrílica sobre tela 4 0 x 6 0 cm
[ 72 ]
Au^u/sbo Japiá JOSÉ AUGUSTO JAPIÁ MOTA Recife | PE, 1972
Enbrevi/sta para Radio Acrílica sobre cartão 4 0 x 45 cm
[ 73 ]
Co A ngeío CÍCERO ANGELO DA SILVA Garanhuns | PE, 1954
E xposição Óleo sobre duratex 6 0 x 8 0 cm
[ 74 ]
Co A „ O Íiv e ira CARLOS ALBERTO DE O LIVEIRA Novo Ham burgo | RS, 1951
Fe/ita no Re/ibauranbe Acrílica sobre tela 5 0 x 4 0 cm
[ 75 ]
CarXo/S Torre/S CARLOS ROBERTO TORRES Recife | PE, 1950
6u Q uero DNA Ã&#x201C; leo sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[
n
]
C arm eía P ereira Piracicaba | SP, 1936
Foíia d e Rei/S Óleo sobre tela 7 0 x 6 0 cm
[77]
Cá/S/4Ía B rizo M a CÁSSIA VIR G ÍN IA BRISSOLLA MATTEDI Serra Negra | SP, 1961
/Aãe P reta Acrílica sobre m adeira 108 x 55 cm
[ 78 ]
C Íé o T ra v a ^ íin i CLEONICE BARBOSA TRAVAGLINI Catalão | GO, 1961
C o n ta d a de C abaião I Óleo sobre tela 55 x 63 cm
[ 7?
]
CÍóvi/S J ú n io r CLOVIS DIAS JÚNIOR Guarabira | PB, 1965
Tran/s|(ormação Humana Acrílica sobre tela 100 X 150 cm
[ 80 ]
<?
ô
/
*
Cri/sbina P in h e iro MEIRE CRISTINA PINHEIRO DA SILVA Rio de Janeiro | RJ, 1966
Quem Vê Cara Não Vê C oração Acrílica sobre tela 5 0 x 8 0 cm
[ 81 ]
V -.
Daniefi F irm in o DANIEL FIRM INO DA SILVA Ribeirão Bonito | SP, 1951
G rito /s Urbano/S I Ó leo sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 82 ]
2JB0M
Danlefia Ro/4/iin D ANIELA CARLA ROSSIN Piracicaba | SP, 1976
Fe/sta do D iv in o Ã&#x201C;leo sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 83 ]
0 tfflcn fie flfiR flc’fl,
1
.
M lM D avid S o b ra i DAVID AUGUSTO SOBRAL Beira Alta | Portugal, 1930
D o rm iu na Praça o Jacaré A braça Acrílica sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ 84 ]
D eraildo C le m e n te Pedranópolis | SP, 1958
D e/struição da N atureza Acrílica sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 85 ]
m m m m rn m m jm m m i
D in iz G riilo JOSE D IN IZ GRILO DE MELO Natal | RN, 1956
O /i In d io /i da Redinha I Ã&#x201C;leo sobre tela 36 x 4 6 cm
D in iz G rillo JOSÉ D IN IZ GRILO DE MELO Natal | RN, 1956
O a Indio/S da R edinha II Óleo sobre tela 3 6 x 4 6 cm
[ 87 ]
D o ra ci IRACI ALVES DE SO UZA Suzana | GO, 1946
Fazenda C e d ro Ã&#x201C; leo sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 88 ]
Eduardo EDUARDO DE ALM EIDA BARCELOS Vitória | ES, 1981
Fe/sba no P o/ito d o C a re bã o de Regência Mista 6 0 x 110 cm
[ 8? ]
ÍX v n , (4
6 Í i B aceiar ELI BACELAR DA SILVA Manaus | AM, 1960
A m azônia Ameaçada Acrílica sobre tela 8 0 x 8 0 cm
[ ?o ]
6o /Ao Pinazza ESTELLA M AR IA FRAU END OR F GALVÃO DE M IRANDA P IN A ZZA Campinas | SP, 1950
Com Queimada e Sem Queimada Óleo sobre tela 30 x 5 0 cm
I ?) ]
M íllU Ittf
Franco BENEDITO FR AN CO FILHO Barueri | SP, 1941
O C o lo n i z a d o r C id a d e F Ío r Vermeíha Acrílica sobre tela 8 0 x 100 cm
[
n
]
F u z in e ii O R LA N D O FUZINELLI Jurupem a I SP, 1969
Jorge e o G u e r r e ir o na Terra do/s Dragões Acrílica sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ 73 ]
« T T T IT *
Geraíídina GaMea¿ Curitiba I PR, 1930
C o rtiç o Acrílica sobre tela 9 0 x 3 0 cm
G o ia c i Torre/S GOIACI EVANGELISTA TORRES Cumari | GO, 1947
E fe ito Ã&#x201C;leo sobre tela 6 0 x 70 cm
[ ?5 ]
CA/vAi
#JrfcAc/fit-fe
G ra c ie te GRACIETE FERREIRA BORGES Irecê | BA, 1953
Bra/4i3 x Camarõe/s Óleo sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ W]
rx
>4
Jo Co M o n t e i r o JOSÉ CARLOS M ONTEIRO São Luís do Paraitinga | SP, 1954
G ru p o de M o ç a m b iq u e Acrílica sobre tela 4 0 x 3 0 cm
[
n
]
Jo C o rre a JANETE MEDEIROS CORRÊA São Paulo | SP, 1953
Dona Lidia Lavadeira em São Pauío Acrílica sobre papel 100 x 8 0 cm
[ ?8 ]
mo derna , c r is t a
t OCIDENTAL
21P+.
¡t a BAJARA ip i TAGUARÍ
KAXIXO,
T A P U IA
M £Q U EM
Jo 8o Franzon JOSÉ ED UARDO FR AN ZO N Mococa | SP, 1955
/Asa/sacre Óleo sobre tela 8 0 x 70 cm
BANOEl^MTgí
Jo Ho B r it o JOSE HILÁRIO DE BRITO São João do Cariri | PB, 1952
L ib e rd a d e Acrílica sobre tela 6 0 x 8 0 cm
[ 100 ]
J e ro n im o M ira n d a LUIZ JERÓ NIM O CAM ELO DE M IRANDA CABRAL Atalaia | AL, 1961
Na Sra da In fo rm á tic a Acrílica sobre tela 100 x 7 0 cm
[ 101 ]
Joana PugSia JO A N A DO PRADO PUGLIA Porto A legre | RS, 1962
A V ida C on tinu a AcrÃlica sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 102 ]
JwUlditjoSü
João C a n d id o Siíva JO Ã O CA N D ID O DA SILVA Cam po Belo | MG, 1933
C o n ju n to /X\usicafi N o rd e s tin o Ó leo sobre tela 65 x 95 cm
[ 103 ]
João NaSão JO Ã O R A IM U NDO NA LÃ O Tupã | SP, 1966
(in ) Formação II Ó leo sobre tela 45 x 5 0 cm
[ 104 ]
Jo/ié Luiz So JOSÉ LUIZ SOARES Belo H orizonte | MG, 1935
C asam ento na Fe/sba de São G onçaío Óleo sobre tela 4 5 x 65 cm
[ 105 ]
W mÊmm Jo/sé Raimundo JOSÉ R A IM U NDO FRANCISCO Careaçu | MG, 1960
A A r v o r e Grande Acrílica sobre tela 8 0 x 100 cm
[ io¿ ]
*>v;
KaSdeira M ARIA KALDEIRA BOCHINI M onte Azul Paulista | SP, 1921
C o íh e ita de A m e n d o im Óleo sobre tela 5 0 x 4 0 cm
[ 107 ]
n nn
Leandro d o V id i^ a í LEANDRO JOSÉ DE SO UZA Araçagi | PB, 1988
Lagoa R o d rig o de Freiba/S Acrílica sobre tela 5 0 x 6 0 cm
[ 108 ]
LARèÀ^ A*WM6«
YÃo CORNEARAN WA^b*«Es CcRA/EADO
Omacf v é r i . . . - -©VTWc
pftoOvTC ''íi/AWIT.
NÃO [COBlÇAfiAfo
jCNWHéiftg Bj&UCO 6 1&5toS iVÔtJCoS
NÃOJOGAíW*I PO
I
CElFADQg.
ou«WjTMio
MAS
Solo AÍADMSi
*VVIV£R a'S PELA
v \ J®»eJA2^
Ãs puknm»; ew i
D E I MANDAMENTOS PERDIDOS PoA LOBO-AtVÍS
Lobo AHvga M AN O EL ALVES DA SILVA São Paulo | SP, 1970
Dez M a n d a m e n to s Perdido/S Acrílica sobre tela 70 x 5 0 cm
[ 10? ]
F F N tT F N C I/lR U pe'j
'SP6VRANÇ*
IHÕSPIW >eRprn>°yo y ig l-A L B ftÀ s fU .llJ D Q - s - t- R T A f p r ó c s R f c / a
{cOM <JNI<TarAOí', fe f.s rp -d bos c oJ’A'rtfn**'1 ir.A tfO M b M r KfftfFRRSeiW-
ÍP£MÍTID0C
Lourde/S de DeiM M AR IA DE LOURDES DA H O RA DE DEUS SO U ZA Custódia | PE, 1959
Cangaceiro/s do Apocaíip/se Acrílica sobre tela 7 0 x 9 0 cm
[ 110 ]
CaIlÀr>fo¿ J+f*+hs
I 0UR6 W~ \ WiBDO VJg
Mjoiftj r l»eH-rC5l
®\ J*6V«T*9L
\w(.0 *' | jL v i ¿ta
Luciano LUCIANO JOSÉ ALBUQUERQ UE O LIVEIRA Natal | RN, 1958
A Ro/sa de Saron Acrílica sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 111 ]
/A@chado NILDO DE Q U EIRÓ Z M ACHADO Rondonópolis | MT, 1962
Tabu na Roça Acrílica sobre tela 6 0 x 5 0 cm
[ 112 ]
M a ik e M o r e ir a MAIKE M OREIRA DE SOUZA Rondonรณpolis | MT, 1983
V end en d o na Feira ร leo sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 113 ]
- '^ J k & é T ií L Z \ I
V *
_ 1 5
* r
ü
t f
r
í
W v* ^<V(*v
li AVanoeí! Santos CARLOS M ANOEL DOS SANTOS Goiânia | GO, 1965
/Aamãe Rapo/sa Acrílica sobre tela
[ 114 ]
AVarceüo MARCELO SCHIMANESKI Ponta Grossa | PR, 1967
Viüa da Cachoeira Ó leo sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 115 ]
iO tlrfi&L
/Aarco/S O fiive ira MARCOS PEREIRA O LIVEIRA M undo Novo | BA, 1980
São Lampião Acrílica sobre tela 8 0 x 6 0 cm
[ m }
MariSene Gome/S M ARILENE GOMES DA SILVA Paulista | PE, 1959
Dança d o C ô c o II Acrílica sobre tela 5 0 x 7 0 cm
[ 11? ]
MARJOK/
*6
/ A a r jo r jj MARJORI BARCELOS RIBEIRO Vitória | ES, 1974
Regência* Bom Dia» Boa N o ite Mista 3 6 x 110 cm
[ 118 ]
/A a rta MARTA RODRIGUES VE IG A VASQUEZ Piracicaba | SP, 1944
Sob o Si^no d o Brasil! AcrÃlica sobre tela 8 0 x 6 0 cm
[ 11? ]
ao a a ¡naa n D O ti ti Guati
/A a th e u /S MATHEUS BRANCO H A N N A São Joaquim da Barra | SP, 1987
Bra/sifi Ó leo sobre tela 6 0 x 7 0 cm
[ 120 ]
/Aablaz» Bi^ho T obias MATIAS CO NSTAN TINO DE O LIVEIRA São Caetano do Sul I SP, 1984
O /Aenino» A /A lo e o Boné Acrílica sobre papel
[ 121 ]
CLUBE »o* SAUDOSISTAS GRANDE 8ARE IE
a N IV c r ía ím » O RQUESTRA
CAMA VE RDE
M ig u e i Sanche/S MIGUEL ÂN GELO SA NCHEZ Piracicaba | SP, 1953
BaiSe de A n iv e rs á rio Acrílica sobre tela 6 0 x 9 0 cm
[ 122 ]
/A i^ u e í SSS MIGUEL SAMPAIO DE SO U ZA E SILVA São Paulo | SP, 1944
C o íh e n d o M am ões Óleo sobre tela 5 0 x 6 0 cm
[ 123 ]
NiiUon /Aachado NILSON DE Q U EIRÓ Z M ACHADO Rondonópolis | MT, 1962
Sem Ninho/4 Acrílica sobre tela 5 0 x 6 0 cm
[ 124 ]
NiíUon Pim enta NILSON PIMENTA DA COSTA Caravelas | BA, 1957
T ra n /sp o rte B ra /iiíe iro Acrílica sobre tela 6 0 x 9 0 cm
[ 125 ]
O Íin d a da Siíva O LIN D A C Â N D ID A DA SILVA Guairá I PR, 1943
A D e/struição da N atureza Ó leo sobre tela 6 0 x 70 cm
[ 12¿ ]
OMwdoull loos
O m a r S outo JOSÉ O M AR PEREIRA SOUTO Itaberai | GO, 1947
B o rd e i I Ó leo sobre tela 70 x 6 0 cm
[ 127 ]
O/ívaüdo OSVALDO G ALIND O Penápolis | SP, 1956
C a rre g am en to II Óleo sobre tela 3 0 x 4 0 cm
[ 128 ]
4
flH B É M
m
iiirf'ffi'imllÉil1 k
* * ’
A
-w -H -W I-W
R onaido RO N A LD O PIRES VENCOVSKY Piracicaba | SP, 1974
Engenho C e n tra i Mosaico 45 x 110 cm
[ 12? ]
B
1
Rômuüo C a rd o z o Cachoeiro do Itapem irim | ES, 1948
Ra|[tin^ nas C o rre d e ira s do Rio Jacu Acrílica sobre tela 5 4 x 73 cm
[ 130 ]
San B e rtin i SA ND RA BERTINI São Paulo | SP, 1971
A V i/sita Ó leo sobre tela 4 0 x 6 0 cm
[ 131 ]
[
I r. [V \U 3
-.-s.
- CATuRgR ;
» *
uejrr
' H O R rE L 2R T ty R v s e g fl > B *R .U D R
- RLBCRIM "* ET*C»*»>«»
Sandra A g u ia r SAND RA PEREIRA DA COSTA PEIXOTO Nazaré das Farinhas I BA, 1960
V e n d ed o ra de êrva/s Mista 100 x 9 0 cm
[ 132 ]
SB SO NIA ROSELY BACHA Cam po Grande | MS, 1964
Ho/spitafi na F ro n te ira Ã&#x201C;leo sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 133 ]
Sheiía T e ixe ira SHEILA M AR IA TEIXEIR A São Paulo | SP, 1975
A H arm onia da De/sarmonia Acrílica sobre tela 70 x 120 cm
[ 134 ]
J/ãO»é>
Sueílj Rezende SUELY APARECIDA REZENDE GUINSBURG Redenção da Serra | SP, 1963
/Auíhere/S d o Bra/sií Acrílica sobre tela 5 0 x 70 cm
[ 135 ]
D DD O DO O O Dl
S id o b i CRISTIANO TEIXEIR A SIDOTI São Paulo I SP, 1976
O /i C o íe to rs /i Óleo sobre tela 5 0 x 7 0 cm
-•’¿ L i-
Sbever/son M o /schini STEVERSON MOSCHINI CARLOS Piracicaba | SP, 1967
Fauna Urbana Ó leo sobre tela e colagem 4 3 x 4 3,5 cm
[ 137 ]
.ii'w a
r i. lá il••*«
Tadeu de /Aorungaba A N TO N IO GALVÃO TADEU JORGE Morungaba | SP, 1969
SaSa de Vi/sibaA Óleo sobre tela 5 0 x 4 0 cm
[ 138 ]
TÃeeu L1R4-200Ç
Tadeu Lira FELIX TADEU CORREIA DE LIRA João Pessoa | PB, 1954
R e/speito a N atureza Material reciclado 59 x 4 6 cm
[ 13? ]
W C U tí
DEPILA
Tânia A ra ú jo TÂ N IA DE CASTRO AR AÚ JO Belo Horizonte | MG, 1959
C oi/j/jeur/i Popuíare/S I» I I , III (com po/sição) Fotografia 35m m 42 x 9 0 cm
[ HO ]
Tartaruga G ERALDO ALVES DA SILVEIRA São Luís do Paraitinga | SP, 1949
Dança de Jon^o Látex sobre tela 4 0 x 5 0 cm
[ 141 ]
T e ixe irin h a KELY R. TEIXEIRA DA SILVA Coribe | BA, 1975
M eu A vô Acrílica sobre tela 4 0 x 4 0 cm
[ 142 ]
Tonico A N TO N IO SCARELLI São Joaquim da Barra | SP, 1931
A/s A\ão/S d e Deu/S Óleo sobre tela 5 0 x 70 cm
V a íd e te AHvga Sorocaba | SP, 1972
/X\eu Sonho I Acrílica sobre tela 5 0 x 6 0 cm
[ 144 ]
V aS divino M ira n d a V A LD IVIN O AUGUSTO DE M IRANDA Itiquira I MT, 1965
No/S/4a Senhora de A p a re c id a Pantanal AcrÃlica sobre tela 76 x 6 0 cm
[ K5 ]
Va5Qu6/4 R odri^ueA VALQUES RODRIGUES DA COSTA Cuiabá | MT, 1982
R atões Acrílica sobre tela 6 0 x 8 0 cm
Assista aqui osjosos da s e le ç ã o VAMOS TORCER. JUNTOS PEL A CONQUISTA
DO
hexa
1
■BOTECO DAVICEMTINADONOMOESP ECl Ml DADE
DA CASA : CHURRASCO DECARMEDE &ot)E COMFAROFA DEPOLPADE PEQPI e Pinga da boa cuite n o
pra' frenti
BRASIL
Vanice Agre/s Leibe VANICE AYRES DELGADO Belo Horizonte | MG, 1947
Hoje Tem Jogo do Bra/siü Nanquim sobre papel 55 x 4 8 cm
[ H7 ]
laJií/Son N eto W IL SO N PESSOA DIAS NETO Fortaleza | CE, 1980
O Homem que L evita o /A á ^ico e /seu A ju d a n te Acrílica e nanquim sobre tela 92 x 168 cm
[ K8 ]
pWWFOWICA
à Q âJjTA
Qj
e c
Í
l i
A
Zezé Aum M ARIA JOSÉ AUM DE O LIVEIRA Vera Cruz | SP, 1935
Po/sberidade Acrílica sobre tela 4 0 x 6 0 cm
[
U
f
]
/Ao Atra
[Entre Cuítura/s] /AatrlxeA
-> IJ /
Popuiare/i
’■
3&íws
[E ntre Cuitura/s] A\atri%e/s Popuíare/S Ana /Aae Barbo/sa CU RADO RA
“ W e need exh ib itio n s th a t qu estio n th e bo undaries o f a rt and th e a rt w o rld, an in flu x o f tru ly in d ig e stib le 'o u tsid e ' a rtifa cts." JAMES CLIFFORD (1988)
■
° inicio d ° m odernism o, a aspiração pela “arte
A c re d ito que estava tra u m a tiz a d a pela reação da c o m u
I
to ta l” levou a interessantes experim entos de
nida de de crític o s e jo ven s a rtista s co n te m p o râ n e o s nos
I
integração das artes com o linguagem , conteú-
idos dos anos 1990, c o n trá ria à m inha in vestid a em um p ro
I
do e espetáculo, de que o Cabaret Voltaire e os
je to m u ltic u ltu ra lis ta para o Museu de A rte C o n te m p o râ n e a
Ballets Russos de Serge D iaghilev foram exem-
da U n iversida de de São Paulo. Os de saforo s que o u vi d e i
pios m agníficos. Mas uma con tra dição rondava
xavam que o e p íte to de “ lo u c a ” parecesse e lo g io aos m eus
o M odernism o: a ansiedade classificatória, que levou a m uitos
o u vid os. Ter meu nom e na lista negra da e lite fre q ü e n ta d o
k
I
^
“ ism os” na arte erudita e a uma divisão da A rte baseada em
ra de m useus nada s ig n ific o u fre n te à guerra que pessoas
classe social, separando tam bé m a A rte do povo em vários
que d o m in a va m o sistem a das A rte s d e fla g a ra m co n tra o
fragm entos. No te m p o presente, eu diria que os m ovim entos
fa to de te rm o s c o n s e g u id o c o n q u is ta r as classes mais p o
em direção à destruição de barreiras entre as artes e entre os
bres co m o fre q ü e n ta d o ra s do Museu. S obre a e xp osição
códigos eru dito s e populares com eçam a con tar vitórias. Uma
Carnavalescos, que ap rese ntava a leg oria s de carnaval que
delas é esta exposição na qual busquei, com a ajuda de outros
co m e n ta va m o un ive rso da A rte , tiv e de ouvir, co m o reação
curadores e artistas, inter-relacionar a A rte Popular, a Cultura
à grande visita çã o do povo: “ N inguém que con ta vem m ais a
Visual do Povo e a produção de artistas eruditos que traba
este M useu!” !!! Há a lgu m e s p e c ta d o r que não c o n ta para
lham com m atrizes populares. Pensei que seria mais difícil co n
um Museu p ú blico?
vencer os artistas eruditos a pa rticip a r de uma exposição lado
A m agnífica exposição de Glaucia A m aral e May Suplicy,
a lado com artistas populares que não têm educação form al e
A rte P eriférica: com bogós, latas e sucatas (o u tu b ro , 1990) foi
com tra b a lh a d o re s que, através de im agens, assem elham -
in te rp re ta d a erro ne am en te c o m o exp osição de A rte Popular
se a p u b licitá rio s dos pobres, cha m an do a atenção para seus
quando, naquela época, eu era bem mais radical que hoje e
pro du to s, suas lojas ou aq uilo que significa sua subsistência,
não aceitava sequer a designação A rte P opular p o r ela te r
usando im agens com erciais de inflexão popular.
sido criada, pelos in te le ctu ais he gem ônicos, para no m ea r o
[ 153 ]
“ o u tro ” . O que estávam os faze ndo era m o stra r a Cultura
fu n d o de um restaurante para e xp o r em uma galeria de arte
Visual do Povo, a qual aqueles que aprenderam pela cartilha
étn ica e, depois, na Tate. Esta idéia de sucesso co m o p ro
da crítica européia eram, e são, incapazes de reconhecer
gressão de lu ga r é ainda m u ito m od ern ista.
co m o p ro d u çã o cultural, m u ito menos co m o A rte.
A o c o m e te r a ousadia de e xp o r d ife re n te s có d ig o s c u ltu
Para m im , o pro b le m a da interação e n tre as culturas —
rais no m esm o espaço, d e n tro de um sistem a que deveria ser
a m arginal e a central, en tre "H ig h ” e “ L o w ” , en tre local e g lo
igual para tod os, fui, nos anos 90,
bal — não é apenas uma c o n fro n ta ç ã o en tre d o m in a çã o e
agora, no século XXI.
subordinação, é uma tensão contínua, m e lh o r d iste n d id a na m úsica do que em ou tra s artes no Brasil.
mal en tendida. Vejam os
B eatriz S arlo2 nos relem bra que “ ante a especialização da cu ltu ra (c o m p a rtim e n to s de van gu arda e c o m p a rtim e n to s
O re la tó rio Naseem Khan, The A rts B rita in Ignores, para a
populares, am bos esp reita dos pelo m ercado), o olhar p o líti
Fundação G ulbenkian, em 1976, de m o liu as possibilidades
co provará um sistem a de redes [...]. Tais redes, qu a lq u e r que
fru tific a n te s da te n sã o /te sã o cultural. Em bora tenha re q u e ri
seja seu sentido, não são um novo sistem a de hierarquias,
d o mais fu n d o s para as “A rte s É tnicas” (o u tra dú bia cla ssifi
mas, antes, um espaço de m áxim a v is ib ilid a d e das d ife re n
cação para a A rte P op ular) p ro du zida s p o r im igran te s na
ças, não apenas o rie n ta d o para a m udança, mas ta m b é m in
Inglaterra, ele recom endou: “ a ha rm on izaçã o deve ser alcan
teressado na d e m o cra tiza çã o das in stitu içõ e s cu ltu ra is” .
çada reco nh ecen do as dife ren te s com u nidad es co m o c u ltu
A C rítica C ultural, mais que a C rítica de A rte, vem a b rin do a m ente dos un ive rsitário s que estu dam A rte. Tanto é as
ralm ente separadas” . O que esta reco m en daçã o p ro voco u fo i a “ g u e tlz a ç ã o ”
sim que entre to d o s os artistas e ru dito s, co n vid a d o s agora,
cu ltu ra l dos pobres, a m u ltip lica çã o de este re otip ias acerca
que cita m o popular, apenas um não a ce ito u o convite, p o r
de cultu ras das m inorias, além de e n tre te n im e n to e xó tico
razões circu nstan ciais te m p o rá ria s que o fizeram te m e r ser
para os ricos. Uma so cie d a d e rica c o m o a am e rican a do
v isto e n tre os Populares. Isto é um g ra nd e progresso em re
n o rte co n stru iu museus em separado para a A rte L a tino -
lação aos anos 1990, qu a n d o não e n co n tre i en tre os artistas
A m erican a, A rtis ta s
A siá tico s, A rtis ta s
e os crítico s de A rte ap oio nenhum para o p ro je to m u lticu l-
Mulheres, mas manteve, co m o sím bolo de distinção, a qual
tu ra lista que desenvolvi. Só os a n tro p ó lo g o s e a crítica c u ltu -
to d o s os artistas de q u a lq u e r orig e m alm ejam , as exposições
ralista que se iniciava en tre nós, com in te le ctu a is co m o Sueli
N egros, A rtis ta s
no MOMA.
Rolnik, Maria Lúcia M ontes ou Claudia Toni, a p o ia n d o a ousa
É impossível desenvolverm os uma sociedade de cultura
dia atreveram -se a escrever.
m ultirracial se nos baseamos apenas nas diferenças, pois tem
Para esta exposição, E n tre C ulturas: m a triz e s po pu lare s,
sido em nom e das diferenças que se vem negando às com u ni
e n fa tiz a n d o a idéia de e x p o r ao m esm o te m p o os trê s d is
dades pobres o d ire ito de exercer suas habilidades d e ntro da
tin to s e xtra to s cultu rais, enviei para trê s am igos, com quem
A rte Contem porânea. Esta designação, “A rte C ontem porânea” ,
ven ho tro c a n d o idéias ao lo n g o dos ú ltim o s dez anos, um
é reservada para os poucos felizes de classe média, sofisticada
c o n v ite para tra b a lh a rm o s ju n to s. São eles: d o u to ra Leda
pela cultura erudita, branca e europeizada.
G uim arães, da U n iversida de de G oiânia, co m qu em nos ú lti
A a rtista Lubaiana H im id 1 afirm a m u ito bem que sucesso,
m os cin co anos d is c u ti sob re o Popular, sob re le itura s e v i
para ela, seria ver seu tra b a lh o em cin co dife ren te s lugares ao
agens; d o u to ra Marisa M okarzel, p ro fe ssora da Unama, no
m esm o te m p o , e não uma progressão de de ixa r de e xp o r no
Pará, d ire to ra e cu ra d o ra do Espaço C u ltu ra l Casa das O nze
[ 154 ]
Janelas, co m qu em ven ho co n ve rsa n d o sob re m o d e rn ism o
p o rtá ve l. Com o m esm o p ro fissio n a lism o dos a rtista s e ru d i
e p ó s -m o d e rn is m o , além de co n c e ito s de A rte C o n te m p o
to s que precisam de p a tro c ín io para realizar suas in sta la
rânea, nos m u ito s lugares o n d e nos en co n tra m o s; e R o b e rto
ções, Inácio da Silva se p ro n tific o u a p in ta r alg o para nós. A
G alvão, a rtis ta , curador, h is to ria d o r da A rte . Com ele e
onça do ce n tro -o e s te surgiu g lo rio sa dessa e m p re ita d a e na
Lúcia, sua m ulher, as conversas vão da A rte à vida, sem pre
exp osição espreita, cuidadosa, a O nça Caetana de Suassuna.
regadas a m u ito cam a rão e água de coco. Temos mais de
C o n d u zin d o nossa m ostra, tem os p o rta n to um p in to r de m u
dez anos de praia.
ros (A rte Popular? P refiro cha m ar de C ultura Visual do Povo,
Para m inha alegria, to d o s eles aceitaram o co n v ite para
te rm o m enos e n ca rd id o pela má v o n ta d e do p o d e r cu ltu ra l
serem cu ra do res-ad ju ntos. Precisava de um cu ra d o r-a d ju n to
he gem ônico); um artista dos mais eru dito s do Brasil, que vem,
ta m b é m no Recife, on de te n h o m uito s am igos de longos
desde os anos 60, bu scan do in flu ir na p o lítica cu ltu ra l do
anos. Resolvi co n vid a r Rinaldo, um novo am igo, que co n h e
país, em d ire çã o à valoriza ção do p o p u la r e à co n stru çã o
cia pouco, mas cu jo tra b a lh o p lá stico ap recio m uito . Meus
d o d iá lo g o e ru d ito -p o p u la r e a in te rm e d ia çã o do tra b a lh o de
planos, que a vida se en carre gou de mudar, eram tra b a lh a r
Macedo. A Onça Caetana
com eles em seus Estados, p o rém só pude ir a Fortaleza,
de Daniel Macedo, que aprendeu, com o M ovim ento A rm o ria l
tra n sfo rm a -se na M oça Caetana
Tereslna e U beraba. Trabalhei p o r e -m a il com os curadores-
lid e ra d o p o r A ria n o Suassuna, a iid a r com as tram as da lin
ad ju ntos e co m
g u ag em visual.
meus am igos consultores, Darían Rosa
(Brasília); E lizab eth M. A g u ia r (R io G rande d o Sul); Lívia
C om o disse Suassuna em uma entrevista, o M ovim ento
Marques C arvalho (Paraíba); M arcelo C o u tin h o (P e rn a m b u
A rm orial, b a tiza d o nos anos 70, “ se destinava a lu ta r co n tra
co); Robson X avier da Costa (Paraíba); e Gláucia Am aral,
um processo de descara cte rizaçã o e de vu lga rizaçã o da c u l
irm ã escolhida, que ga stou m u ito de seu te m p o pre cio so aju-
tura brasileira [...]. A o m esm o te m p o pro curá vam os uma arte
d a n d o -m e nas decisões e na pesquisa.
e ru d ita brasileira, baseada nas raízes po pu lare s da nossa c u l
A g ra d e ço m u ito a tod os, porque, com os pro blem as de
tura.” Isso aco ntecia em um m o m e n to em que o “A lto M o
saúde que tiv e na fam ília, esses nove am igos foram meus
d e rn is m o ” dom inava, o fo rm a lism o era o cre d o crític o e a pa
olhos e m inha ação.
lavra "raízes” soava p io r que p o rn o g ra fia . A n te s de morrer, a
Planejei nu cle ar a exposição a p a rtir do d iá lo g o en tre três
vanguarda estreb uch ou e con de no u A ria n o e seus s e g u id o
obras: A m e ta m o rfo s e da Onça Caetana , um ta p e te p ro d u z i
res ao inferno. Ele afirm ava que o A rm o ria l é que era de e li
d o pela m an ufatura de Casa Caiada, em Pernam buco, sobre
te, e parecia sig n ifica r que o povo é que é a e lite in te le ctu a l
desenho de A ria n o Suassuna (coleçã o de M. Ligia de A m o rim
deste país. H o rrorizo u a m uitos.
Barbosa); A M oça Caetana, de Daniel Macedo, de Natal, da
Dez anos depois, U m b e rto Eco, com O no m e da rosa,
coleção de A n tô n io Marques; e Um dia é do Caçador, o u tro
operaria com valores m u ito sem elhantes aos do M ovim ento
da Caça, a onça em descanso, do a rtista p in to r de m uros em
A rm orial, fu n d in d o o e ru d ito com o rom ance po licial de raí
Goiânia, Inácio da Silva.
zes populares. A ria no foi fe ito S ecretário de C ultura de Per
O m ais d ifíc il de co n se g u ir fo i o tra b a lh o de Inácio da
nam bu co e hoje é festejado pela mídia, que to rn o u o hom em
Silva. As fo to s d o s m uros p o r ele pintad os, que Leda me en
e ru d ito sobre a Idade Média em fe n ô m e n o popular. Meu m a
viou, eram exuberantes. É assim, p in ta n d o im agens em m u
rid o e eu fom os am igos de A ria n o e Zélia no Recife, e deles
ros, que ele ganha a vida, e não havia nenhum a obra tra n s
te n h o as m elhores m em órias. Q uando d e cid im o s v ir para São
[ 155 ]
Por m eio de Nivaldo, que pela exp osição ab d ico u de sua
Paulo, ele va ticin o u que nosso fim ia ser "faze nd o sanduíche de m o rta d e la num b o te c o de São Paulo” , Esta im agem nos
banca de balas ou co n fe ito s co m o lá no Recife ouvia dize r na
aco m pa nho u na às vezes d ifícil co n d içã o de n o rde stinos em
m inha infância, ag ra d e ço aos tra b a lh a d o re s que, em bora não
São Paulo, e qu an do as coisas não andavam co m o m erecía
sendo con sid erad os artistas nem pela co m u n id a d e crítica
mos, dizíam os um para o ou tro : “ Pior seria ven de r sanduíche
nem p o r eles p ró prio s, enriq uece m visu alm e nte seu e n to rn o
de m o rta d e la !” ,
ou seus in stru m e n to s de trabalho. Term ino c ita n d o Gavin Jantjes, um o u ts id e r dos círculos
Mas, pensando bem, extrapolar, in te rte rritoria lizar, m istu rar, lu ta r con tra o exclusivism o hegem ônico, con tra a ditadura
hegem ônicos, co m o eu me vejo: "A rte não é um a sim ples parte, mas o coração com p le xo
do cód ig o europeu e norte-am ericano branco entre os muros da universidade é quase “ vender sanduíche de m ortad ela” . Ariano,
de nosso c o rp o c u ltu ra l” .3
você acertou. “ Olha eu” aqui, valoriza nd o o hibrid ism o c u ltu 1 Lubaiana Himid. In: Sandy Nairne. State o f the A rt. London: A Channel
ral e te n ta n d o produzir, com meus am igos dos vários lugares do Brasil, um banquete cultural em que as sem elhanças unam cód ig os diversos e as diferenças ganhem visibilida de ig ua lita
Four Book, 1987, p. 240. 2 Beatriz Sarlo. Paisagens Imaginárias. São Paulo: EDUSP, 2005, p. 63. 3 Gavin Jantjes. C riticai Perspectives, Edward Totah Gallery and A rtrage 2, Londres, 1983.
riam ente, lado a lado, em com um desacordo. A lém de ag rad ecer aos cura do res-ad ju ntos, consultores e
R e fe re n c ia s B ib lio g r á fic a s
grandes am igos, cujos nom es já m encionei, agrad eço ta m bém a m ais dois am igos, Luís N ogueira e G erardo Vilaseca, pela ajuda e pela força que deram , ju n to com Gláucia Am aral,
Himid., Lubaiana in Sandy Nairne. State o f the A rt. London: A Channel Four Book, 1987.
para que eu não desistisse.
Gavin Jantjes. C riticai Perspectives, Edward Totah Gallery and A rtrage 2,
A os colecio na do res que nos em p restara m as obras, a g ra deço a generosidade.
Londres, 1983. Sarlo, Beatriz. Paisagens Imaginárias. São Paulo: EDUSP, 2005.
A os artistas que con cord aram em p a rtic ip a r da exposição www.galeriabrasiliana.com.br
E ntre Culturas: M atrizes Populares, meu re co n h e cim e n to pela
www.rawart.com
visão plural que têm da cultu ra brasileira.
www.karandash.com.br
[ 15* ]
A brah ã o C avaícante A B R A H Ã O DE H O NO RIO CAVALCANTI Iguaçu I CE, 1953
/AandaSa Colagem de buriti sobre m adeira 120 cm de diâm etro Coleção do artista
[ 157 ]
¡iií-áh I
Ader/son /A e d e iro /S ADERSO N TAVARES MEDEIROS Fortaleza I CE, 1948
M a t e r n id a d e Madeira e tecido 130 x 67 x 4 3 cm Coleção do artista
[ 156 ]
AÜexandre Fifi ho MAN UEL ALEXA ND RE FILHO Bananeiras | PB, 1932
V io íã o Acrílica sobre tela 100 x 100 cm Coleção do artista
[ 15? ]
« V i
A Íe x a n d re Sequeira ALEXA ND RE RO M ARIZ SEQUEIRA Belém | PA, 1961
Série Impre/s/sõe/s de Um Lugar Serigrafia sobre tecido 190 x 95 cm Coleção do artista
[ WO ]
U'V^T;7^V -
ÍV iS
A n t o n io Sa^e/se A N TO N IO JOSÉ SAGGESE São Paulo | SP, 1950
Gra|ite/S na P e rife ria de São Pauío Fotografias
[ 1<J1 ]
An bu nj/S AN TO N IO FRANCISCO DA COSTA Solonópolis | CE, 1970
Pá/S/saro¿ Acrílica sobre tela 5 0 x 6 0 cm Coleção de Roberto Galvão
;,A;V:
ftllli;
A ria n o Sua¿/suna AR IA N O VILA R SUASSUNA João Pessoa | PB, 1927
A /Aetamor||o/se da Onça Caebana Tapeçaria Manufatura da Casa Caiada do Recife / PE 255 x 2 7 0 cm Coleção de Maria Ligia Am orim Barbosa
[ 1¿3 ]
J
. *
A rm a n d o Q u e iro z A R M A N D O DE Q UEIRO Z SANTOS JÚNIOR Belém | PA, 1968
Sagrada Famíllia O bjeto Vários tam anhos Coleção do artista Terço propriedade de Guy Veloso
[ 144 ]
.
»
" 'A
T \ C jü t \ -f-¿ \
AV*
G pA ai
■<£h'Ò en /Tí
v
tf V C { \
dOAí^ dy E G 0> ?
1> W A
V io jt
V E
A* C \
A u t o r De/$conhecido Quando Fiquei G rá vid a Bordado com aplicações 34 x 37 cm Coleção particular
[ U5 ]
\ Ó
! ^
C a it o LUIZ CARLOS M AR TIN HO DA SILVA São Paulo | SP, 1952
Sem Nome Reciclagem de folhas de flandres com parafusos de bronze 222 x 6 4 x 38 cm Coleção de Roberto Rugiero
CarSo/4 OHiveira A N TO N IO CARLOS O LIVEIRA Cam po Maior | PI, 1956
Sem T í t u í o Cerâmica Vários tam anhos Coleção do artista
[ M7 ]
C h ic o da Siíva FRANCISCO DA SILVA A lto Tejo | AC, 1910 - Fortaleza | CE, 1985
G a to SeSvagem Têm pera sobre tela 4 4 x 6 4 cm Coleção particular
[ \¿Q }
C h r is t in a /Aachado M AR IA CHRISTINA DE LUCENA M ACHADO Belém I PA, 1957
Re/si/itência, In e x iste n cia Instalação em ferro soldado e foto 163 x 4 8 x 26 cm, 104 x 154 cm Fotografia de Luiz Santos Coleção do artista
é
é
Danieí M a c e d o DANIEL FERNANDES DE MACEDO Natal | RN, 1981
A M oça Caetana Óleo sobre tela 6 0 x 6 0 cm Coleção de Antonio Marques
[ 170 ]
E Íien i Te no rio ELIENI TENÓ RIO SOARES M azagão | PA, 1954
8 a Banda Pa/S/4ou Acrílica sobre tela 5 0 x 5 0 cm Coleção do artista
[ 171 ]
Geo GEOLAGENS DE O LIVEIRA São M am ede | PB, 1958
Tere/sa de Seu Irin e u e S ajira V en d ed o ra de F io re s Acrílica sobre cerâmica 29 cm de diâm etro Coleção do artista
[ 172 ]
G iívan Cabra# Goiânia | GO, 1961
/X\adona¡, M ãe de L eite Escultura em madeira 140 x 12 cm Coleção do artista
[ 173 ]
Guma G OM ER CINDO DA SILVA PACHECO Itapes | RS, 1924
Brandino? Berenice? B e n e d ito e L o re n tin o Bronze Vários tam anhos Coleção do artista
[ 174 ]
Héüio /AeSo HÉLIO H O LA ND A DE MELO Boca do Acre | AM, 1926 - Rio Branco | AC, 2001
Vaca Acrílica e substâncias vegetais sobre tela 140 x 2 0 5 cm Coleção particular
[ 175 ]
\
.TMERSiA 00 TARO R. C O U T O
♦ S F 0 R T U W A T R A B A L H O
t e
V i DA A m o r o s a
^ 0
SEU
A
aib a
TE te
F u t u r o
íe
ele
A M A . d e s e t a
.
que lL .
uer:
F¡CAR,HAN °P-A*,
<^u¡ e
CASAR-
OU
AGOr a !
t 0 S O L
T HERCZA T a rô
DO
e'
A C A ATA da C E UTA ! C
o n s u lta A L T os
nos do
AGP-íbAADO 8
ÍTOUTEKl A S
J a ir J ú n io r JAIR RA BINDRANATH TAGORE JÚNIOR Belém | PA, 1965
Thereza do Tarô Esmalte sintético sobre com pensado 8 0 x 54 cm Coleção do artista
[
m
]
ê
'
g
A/1
Jeovah Santo/i JEOVAH LOPES DOS SANTOS Teresina | PI, 1942
Forrozeiro/S do Piauí Acrílica sobre tela 65 x 78 cm Coleção do artista
[ 177 ]
JocatcM JO Ã O CARLOS TORRES DA SILVA Belém | PA, 1953
O f e r t o r i o (Para João e /A a ria ) Material reciclado 29 x 4 6 x 6,5 cm Coleção do artista
[ 178 ]
JoeU/son JOELSON BEZERRA GOMES Vitória de Santo Antão | PE, 1960
ÊÍlvira I Fotografia sobre cerâmica 4 0 cm de diâm etro Coleção do artista
[ 17? ]
Jo/sé A Íb in o JOSÉ ALTINO DE LEMOS CO UTIN HO João Pessoa I PB, 1946
AVacunaíma e C anário Xilogravura 4 5 x 3 0 cm Coleção do artista
[ 160 ]
Jo/sé O bávio Lemo/$ Araxá | MG, 1960
Ja rd im Para /Ainha /Auflher Alum ínio recortado sobre estrutura do mesmo m etal 142 x 142 cm Coleção do artista
[ 181 ]
K I tia Jacaranda KÁTIA JA CAR AN DÁ DE SOUZA Itapaci | GO, 1964
Divina Luz Materiais diversos 55 x 103 x 10 cm Coleção do artista
[ 182 ]
Paiai
Atualizai
Página inicial
Pesquisai
Favonios
Históiico
E o * . « o | i r http://1ilianfranc.sites.uol.'
A CULTURA PO PU LA R NA IN T E R N E T
A Internet perm ite o acesso a um a série de inform ações e im agens que, d e outra forma, ficariam restritas a poucos
e-mail: lilianfranc@uol.com.br Culturas Populares
Lííian França LÍLIAN CRISTINA M ON TEIRO FRANÇA Am ericana | SP, 1964
A Cuíbura P o p u ía r na Inberneb W ebsite
Fib e iro d o Seu N iv a íd o Barraca de Balas do Recife | PE 2 5 0 x 2 0 0 x 150 cm
iSu/sbração de Linhare/S Fotografia de Mateus Sá Leitão de Castro Soares Coleção Particular
[ 183 ]
Luiz Tananduba LUIZ A N TO N IO NARCISO DE O LIVEIRA Caiçara | PB, 1972
O A b o ia d o r Acrílica sobre tela 8 0 x 100 cm Coleção do artista
[ 184 ]
/Aadaílena do/, Santo/S R e in b o í t Vitória da Conquista I BA, 1929
Boi Tapeçaria 85 x 110 cm Coleção de Emanoel Alves de Araújo
[ 185 ]
AVanoeS G raciano M AN O EL GRACIANO CA RD OSO DOS SANTOS Santana do Cariri | CE, 1923
Dente Para Fora Madeira policromada 9 5 x 3 0 x 3 0 cm Coleção de Roberto Galvão
M a rg a rid a Leda Kanciukaiti¿ Pando5|o São Paulo | SP, 1943
O/Sgemeo/s G u/itavo P a n d o ^ o São Paulo | SP, 1974
Obávio P a n d o í|o São Paulo | SP, 1974
A M o ç a , A B orboüeta e o Q uerubim Desenho em tapeçaria, juta bordada com linha de algodão 88,5
x 55 cm
Coleção do artista
[ 187 ]
/Aaria AméSia V ie ira M ARIA AM ÉLIA VIEIRA SOARES COSTA NEVES Maceió I AL, 1955
Pa/s/sa^em Para Pá/S/saro/s Cerâmica 122 x 34 x 3 0 cm Coleção do artista
[ lô ô
]
M a ria Jo¿é Bati/sta M AR IA JOSÉ DE SO UZA BATISTA Belém I PA, 1961
M eu D iá rio Livro e acrílica sobre tela 14 x 9 x 1,5 cm Coleção do artista
[ 18? ]
AVaria Ro/sa M AR IA FERREIRA DOS SANTOS Etnia Povo Trem endé de Alm ofala | CE Itarem a | CE, 1944 - Itarem a | CE, 2 0 0 5
FÍore/s 2 Acrílica sobre tela 3 0 x 5 0 cm Acervo FIEC - Federação das Indústrias do Estado do Ceará
[ 1?0 ]
/Ae/Stre Nabo R A IM U NDO NO NATO DA SILVA Belém | PA, 1954
C a b id e Mista 4 0 x 33 x 10 cm Acervo Casa da M em ória da Unama - Universidade da Am azônia
[ 1?1 ]
PauSo C a rn e iro PAULO ROBERTO CARNEIRO COSTA Ribeirão | PE, 1949
Cena N o rd e s tin a Material reciclado 16 x 42 x 35 cm Coleção de Roberto Rugiero
[ 1?2 ]
® U M © IA Ç D A CACA E 0 OUTRO DO CACAUOR
Pedro Inácio da Siíva NOVA LO ND RINA | PR, 1965
Um Dia da Caça e o O u t r o do C a ça d o r Madeira e látex 110 x 180 cm Coleção do artista
[ ir a
]
R R L iR R
IL IIII RR&ftRR R R T l RR RRIl ttRR
H llllil %R t f e R R
t L
Sk "è t.
0
<&>
f t t l f i f i '•
^
I «
«
«
fifi# a f i f i f i f l V Ê tk É
t i
Sa Sk
k>
Sk
«•''■ t !
tu.. :
SL$i
<Â £ è! k> k i
* &>. ‘
A
.
f i
...
/?/?###<? / ^ / « ? # É í / r / i T
é ittié
###$## ######
a
^ <&> É & & <&> * * L
k
l
l
Á 1 .1 -
£ £ SL& 1 &
* fir *
« & »
£ > «£¡ ^ 3 ?ife-
tI I é
/« ■ /« •# (§ /*? /*?
rm i T I f ’TT'1
**# # **
W
ft f f t
ftr
1
T T T i r T 1
1
I ?
I U f i f i f i
Ü
-ii,»
T+YTTT
•
l «
A A U v
& & | a À a *&» *&.» ¿& & <&> -&,•
V
A
f & 2
T
■ M
t S T ' r K ü
?
1
1TI # 1 *# # **
T T T * r r ‘■ T T i* 9 ! T T T T T T ú vl í I
I
1
1
- 4
Renato VaMe RENATO JORGE VALLE Recife | PE, 1958
S érie Cri/sto/6 A n ô n im o s Gravura digitail sobre papel 4 2 ,6 x 28,3 cm Coleção do artista
[ 1M ]
t l l #
T T
Rinaido SiSva RINALDO JOSÉ DA SILVA São Paulo | SP, 1961
Su Anjo de A\inha Guarda Serpente e Santa Mista 2 5 0 x 100 cm Coleção do artista
[ 15*5 ]
Ruma RUI MÁRIO CRUZ DE ALBUQUERQUE Belém | PA, 1956
A N o ite Toda/S a/S Ffiore/sta/s São Ne^ra/s e o/S Gato/S Leopardos Mista 150 x 2 0 0 cm Coleção do artista
[ IN ]
Sebastião de Paufia FRANCISCO SEBASTIÃO DE PAULA Morada Nova | CE, 1961
Bicho Xilogravura 47 x 63 cm Coleção do artista
[ U? }
CNCHApi
Shiríejj PaeA Leme SHIRLEY PAES LEME PAIVA ARANTES Cachoeira Dourada | GO, 1956
/Aundo da A r t e Mista 20cm Coleção particular
[ i?ô ]
’CNCHACT
’ c Ncha C4
Tarcí/sio Féíix TARCÍSIO FÉLIX DE OLIVEIRA Granja | CE, 1944
Cena N o rd e stin a 1 Óleo sobre tela 23 x 29 cm Coleção particular
[ 1?? ]
Vi^aGordiSho MARIA VIRGINIA GORDILHO MARTINS Salvador | BA, 1953
Bahia Pintura e colagem 3 4 x 34 cm Coleção particular
[ 200 ]
V it ó r ia Helena VITÓ RIA HELENA TEIXEIRA DE CARVALHO Uberaba | MG, 1921 - Uberaba | MG, 2 0 0 6
/Auflher do V e r t i d o Preto Bordado sobre tecido 16,5
x 12 cm
Coleção de Paulo Miranda
[ 201 ]
mm
¡§i
i
I I s m Ê -
...
■*
.M
' y t/
. 2
ò o
6
B r a z ii Between Cuüture/S
passing the outlines o f national e xperim ental a c
tural character o f th is c o n te m p o ra ry m ovem ent,
tivities and in th e realization o f large scale events.
it is possible th a t we discover how th e expansion
Since its cre a tio n in 1946 by business people
Based on these directives, the Bienal Naifs do
o f th e e sthetic universe o f th e N aif helps us to
fro m th e co m m erce and service sectors, the
Brazil originated w ith the SESC Piracicaba in 1986
id e n tify th e inevitable cultural c o n ta cts w hich an
SESC has been deve lo pin g a g ro w in g and sig n if
and has renew ed itse lf w ith each e d itio n in the
im ate these cultural and a rtistic p ro d u c tio n s and
ica n t role in th e search fo r a b e tte r q u a lity o f life
m anner o f presenting the public w ith a plastic cel
also, h ow m uch we still need to change to be able
fo r co m m ercia l and service w orkers and th e ir
ebration o f this look, w hich is both sensitive and
to co m prehend the real m eaning o f diversity.
families. It has also been p e rfo rm in g this fu n ctio n
spontaneous w ithin the co nte xt o f Brazilian cul
w ith th e prop o sa l o f a ccen tua tin g values intrinsic
tures. Conceived as a space fo r an o p p o rtu n e m ap
to th e national culture.
ping o f artistic production, the Bienal Naifs has also
DaniHo Santo/4 d e /A ira n d a
C o m m itte d to th e c o u n try ’s social, e conom ic
always included the mission o f redefining th e crite
and cu ltura l deve lo pm e n t, we see in this event an
ria fo r a m ore dem ocratic artistic proje ct and w ith
N obel Prize in litera tu re 1990, a b o u t his essay on
o p p o rtu n ity to m aintain and tra n sm it these val
an eye to form ing the public.
th e d ifferences betw e e n a rt and handcrafts, "Use
ues fro m one gen e ra tion to th e other, as an inex
In earlier editions, th e Bienal Naifs intervened
haustible source o f g o o d s as precious as life and
socially and cu ltu ra lly aim ing, n o t ju s t at a rtis tic
hum an relations, an a pp re n ticesh ip w hich is b orn
in te rm e d ia tio n o f th e a rtis ts and th e ir w ork, b u t
fro m th e p ra ctice o f th e arts.
at a fra n k and d ire c t dia lo gu e o f th e artists w ith
In th e varied branches o f cultural action , the
th e public, o rie n te d by th e policies o f th e entity,
1 O ctavio Paz, Mexican w rite r and intellectual,
and c o n te m p la tio n ”.
Biannuai A r t NaiJ E x h ib itio n s between cuiture/S
Bienal Naifs d o Brazil (Biannual A rt N aif E xhibi
w hich aspires to th e d ilu tio n o f ce rta in b o u n d
tio n Brazil) 2 0 0 6 represents one o f th e richest
aries, values and m eanings w ith in th e panoram a
A t th e begin nin g o f m odernism , th e a spiration to
sources o f national a rtistic p ro d u ctio n . Interna
o f a rt and o f th e culture.
"to ta l a r t” led to intere stin g e xpe rim e nts in in te
tio n a lly recognized, th e a rt naif p ro d u ce d in the
In this e ig h th edition, "Between Cultures," we
gra tin g arts as language, c o n te n t and spectacle.
c o u n try p ro je cts m any Brazilian a rtists w h o have
co ntin u e in the sequence o f th e dyna m ic o f trans
V oltaire’s C abaret and th e Russian Ballets o f Serge
th e chance to present th e ir w orks and along w ith
fo rm a tio n s translated in to th e expansion o f the
D iaghilev w ere m a g n ific e n t examples. B u t a c o n
them , o u r p e o p le and cu lture in various m useum s
relationships betw een a rt naif, p op u lar visual p ro
tra d ic tio n circled M odernism : an a n x ie ty fo r clas
sca tte re d th ro u g h o u t th e w orld.
du c tio n and the m o st diverse representations o f
s ificatio n th a t led to m any "ism s” in e ru d ite a rt
D eveloped b y th e SESC São Paulo, th e Bienal
the people. W ith th e proposal to interco n n ect cul
and a d ivision o f A r t based on social class, w hile
to d a y includes w ith in its dissem ination, th e en
tures, a ffirm ing d iffe re n t views c o m m itte d to p o p
also separating th e A r t o f th e peo p le into various
rich m e n t o f d e m o c ra tic access to cu ltu re and to
ula r expression, th e Bienal in 2 0 0 6 in te n d s to
fragm ents. A t th e present tim e, I w ou ld say th a t
leisure. It encourages th e va lo rizatio n o f a rtistic
provoke a no the r sensitivity th a t goes beyond the
m ovem ents in th e d ire c tio n o f d e stro yin g b a rri
m a nife statio n s linked to Brazilian tra d itio n s and
tra d itio n a l distin ctio n s betw een the sacred and
ers betw e e n th e a rts and betw e e n th e e rud ite
keeps alive th e social p a rticip a tio n o f criticism
th e profane in th e w o rk o f art, o r b e tte r yet, as
and p o p u la r codes have begun to experience
and th e exercise o f citizenship.
O ctavio Paz1 so well located th e situation, th a t it
som e victories. One o f these is this exhibition
transgress in a certain w ay th e ancient cults o f art.
w here I, w ith th e help o f o th e r cu rato rs and artists,
A b ra m Szajman
Finally, w h a t w e also intend is to reiterate th a t
have trie d to inter-re late Popular A r t and the
PRESIDENT OF THE REGIONAL COUNCIL OF
th e lim its betw e e n th e reigning d e fin itio n fo r in
Visual C ulture o f th e People w ith th e p ro d u c tio n
THE SESC OF SÃO PAULO
genuous art, a rt naif, s e lf-ta u g h t art, p op u lar art
o f th e e ru d ite artists w h o w o rk w ith p o p u la r m a
and a rt w ith pop u lar them es, are exclusionary and
trices. I th o u g h t th a t it w ou ld be d iffic u lt to c o n
have lost th e ir m eaning in these present times.
vince th e e ru d ite a rtists to p a rtic ip a te in an exhi
On th e boundarie/s o|[ cuütureA
Thus, b y dissolving th e dem a rca tio ns w hich are
b itio n alongside p op u la r artists w h o have no
in fo rce in this specific a rtis tic dom ain, w e o p t in
fo rm a l edu ca tio n and w ith w orkers w ho, th ro u g h images, are sim ilar to adve rtisin g agents fo r the
In th e cultural policy o f SESC, th e lim its between
co m m o n accord w ith th e c u ra to r and h er associ
w h a t is d efined as pop u lar cultural and erudite
ate c u rato rs to share w ith th e p u b lic th e features
poor. They call a tte n tio n to th e ir p rod u cts, th e ir
cu lture are perm a n e ntly flexible. There is an equal
o f th e p erm a n e nt tra n s it o f s ym b o lic goods
stores and w hatever th e y sell on th e streets, using co m m ercia l im ages o f p o p u la r inflection.
ity o f offe rs in th e specific set o f artistic expres
w hich occurs am ong th e varied cultures o f Brazil,
sions, evidenced in the valorization o f traditional
and th is is m arked by th e m ovem ents th a t ebb
I believe th a t I was tra u m atize d by th e reaction
manifestations, in th e transit th a t m oves fro m a
and flo w fro m center to periphery, fro m local to
o f th e c o m m u n ity o f c ritic s and yo un g c o n te m
single cu ltu re to a p lu ra lity o f cultures, o fte n sur
global and fro m urban to rural. W ith th e intercul
pora ry artists in th e 1990s, against m y investm ent
[ 205 ]
al c ritics, a lo n g w ith in te lle c tu a ls such as Sueli
of
m in o ritie s , in a d d itio n to fu rn is h in g e x o tic e n te r
C o n te m p o ra ry A r t o f th e U n iv e rs ity o f São Paulo.
ta in m e n t fo r th e rich. A rich s o c ie ty such as th a t
Rolnik, Maria Lúcia M o n te s a nd C laudia Toni d are d
The o ffe n s iv e re m a rks I h ea rd m a d e th e e p ith e t
o f N o rth A m e ric a b u ilt se p a ra te m u s e u m s fo r
to w rite , s u p p o rtin g th is a u d a c io u s p roposal.
in a m u ltic u ltu ra l p ro je c t fo r th e
M useum
"c ra z y ” so u n d like a e u lo g y to m y ears. H avin g
L a tin A m e ric a n A rt, B lack A rtis ts , A sian A rtis ts ,
F o r th is e x h ib itio n , [ Entre Culturas] matrizes
m y n a m e o n th e b la c k lis t o f th e m u s e u m -g o in g
W o m e n A rtis ts , etc, b u t m a in ta in e d th e e x h ib i
populares (B e tw e e n C ultures: p o p u la r m a trices), I
e lite m e a n t n o th in g c o m p a re d to th e w a r th a t
tio n s in th e M O M A as a s y m b o l o f d is tin c tio n , to
w ro te a s h o rt te x t, e m p h a s iz in g th e idea o f s h o w
th o s e w h o d o m in a te d th e A r t syste m s e t o ff
w h ic h all a rtis ts fro m w h a te v e r o rig in a spired.
ing th re e d is tin c t c u ltu ra l c o d e s a t th e sam e tim e
a g a in s t th e fa c t th a t w e m a n a g e d to co n v in c e
It is im possible to deve lo p a cu ltu ra lly m ultiracial
and s e n t it to th re e frie n d s w ith w h o m I have been
th e p o o re r classes to fre q u e n t th e m useum . A fte r
s o cie ty b y basing ourselves solely o n differences; it
e xcha n g in g ideas o v e r th e last te n years, in v itin g
th e Carnavalescos e x h ib itio n , w h ic h p re s e n te d
has been in th e nam e o f diffe re nce th a t th e p o o r
th e m to w o rk to g e th e r. They are: D o c to r Leda
ca rn iva l a lle g o rie s th a t c o m m e n te d o n th e u n i
c o m m u n itie s have been den ie d th e rig h t to exercise
G uim arães, o f th e
verse o f A rt, I had to listen to th e fo llo w in g re
th e ir a bilitie s w ith in C o n te m p o ra ry A rt. This d esig
w h o m I have been discu ssin g th e P o p u la r fo r th e
U n iv e rs ity o f G oiânia, w ith
m a rk in re a c tio n to th e la rg e n u m b e r o f v is ito rs
n atio n "C o n te m p o ra ry A r t” is reserved fo r th o se
last fiv e years, e x c h a n g in g ideas o ver lecture s and
fro m th e w o rk in g class, "N o o n e w h o c o u n ts w ill
h a p p y fe w o f th e m idd le class, s o p h is tic a te d b y th e
trip s ; d o c to r M arisa M okarzel, p ro fe s s o r o f th e
c o m e to th is m u se u m a n ym o re !!!” Is th e re any
e ru d ite , w h ite a nd E u ro p e a n ize d C u ltu re
U n iv e rs ity o f A m a z o n a s in Pará, d ire c to r a nd c u ra
v ie w e r w h o d o e s n o t c o u n t fo r a p u b lic m useum ?
A s th e a rtis t Lub a ian a H im id 1 p u ts it so w ell,
to r o f th e Espaço Cultural Casa das Onze Janelas (H ou se o f C u ltu re o f th e Eleven W in d o w s ), w ith
G laucia A m a ra l a nd M ay S u p lic y ’s m a g n ific e n t
fo r her, success w o u ld b e to see h e r w o rk in five
e x h ib itio n A rt Periférica: com bogós, latas e su
d iffe re n t p laces a t th e sam e tim e a nd n o t a p r o
w h o m I have b ee n c o n v e rs in g a b o u t m o d e rn is m
catas (P e rifip h e ra l A rt: com bogós, tin cans a nd
g re s s io n o f ste p s fro m s h o w in g in th e b a c k o f a
a nd p o s t m o d e rn is m , as w ell as th e c o n c e p t o f
scra p iro n ) (O c to b e r 1 99 0 ) w as e rro n e o u s ly in
re s ta u ra n t to e x h ib it in a g a lle ry o f e th n ic a r t and
C o n te m p o ra ry A r t in th e m a n y places w e have
te rp re te d as an e x h ib it o f P o p u la r A r t w h e n a t
la te r a t th e Tate. This idea o f success as a p ro
m et; and R o b e rto Galvão, a rtis t, c u ra to r and a rt
th e tim e , I w as m u ch m o re ra d ica l th a n to d a y a nd
g re s s io n o f pla ce s is s till v e ry m o d e rn is t.
historian. W ith him a nd Lúcia, his w ife, th e c o n v e r sa tion s ra ng e fro m a rt to life, a lw ays irrig a te d w ith
d id n 't even a c c e p t th e d e s ig n a tio n P o p u la r A rt,
In th e 1990s, h a v in g th e g u ts to s h o w d iffe r
b e ca u se it h ad been c re a te d b y th e h e g e m o n ic
e n t c u ltu ra l c o d e s in th e sa m e sp ace I w as m is u n
in te lle c tu a ls to n am e th e " o th e r” . W h a t w e w e re
d e rs to o d , even w h ile w o rk in g w ith in a system th a t
To m y g re a t h ap p ine ss, th e y a c c e p te d th e in
d o in g w as to s h o w th e V isual C u ltu re o f th e
s h o u ld b e equ a l fo r all. N o w le t us see w h a t w ill
v ita tio n to b e a s s o c ia te c u ra to rs . W e a lso n ee d e d
P e o ple , w h ic h
h a p p e n d u rin g th e tw e n ty - fir s t ce n tu ry.
an a s s o c ia te c u ra to r in Recife, w h e re I have m a ny
th o s e
w ho
a re
in s tr u c te d
in
lots o f s h rim p a nd c o c o n u t w a te r
th e c ritic a l s c rip t o f th e E u rop e a ns w ere, a nd
B e a triz S a r lo 2 re m in d s us th a t “ fa ce d w ith th e
frie n d s fro m o v e r th e years. I d e c id e d to in v ite
c o n tin u e to be, in c a p a b le o f re c o g n iz in g as c u l
s p e c ia liz a tio n o f c u ltu re ( th e c o m p a rtm e n ts o f
R inaldo. D e s p ite his b e in g a n ew frie n d , I a d m ire
tu ra l p ro d u c tio n -m u c h less as A rt.
th e v a n g u a rd a nd th e p o p u la r c o m p a rtm e n ts ,
his A r t w o rk v e ry m u ch. M y p la n s w e re to w o rk
F o r m e th e p ro b le m o f in te ra ctio n b e tw e e n cu l
b o th s p ie d o n b y th e m a rk e t) th e p o litic a l v ie w
w ith th e m in th e ir h o m e sta te s, h o w e v e r life c o n
tures — th e m arginal a nd th e central, betw een “ H ig h ”
w ill p ro d u c e a syste m o f n e tw o rk s [...] These n e t
s p ire d to c h a n g e th o s e p lans a n d I w as a b le to g o
and “ L o w ” , b e tw e e n local a nd g lo b a l — is n o t ju s t a
w o rk s , w h a te v e r th e ir m e a n in g , are n o t a new
o n ly to F o rta leza , Teresina a nd U beraba. I w o rk e d
co n fro n ta tio n b etw e e n d o m in a tio n and s u b o rd in a
syste m o f hierarchies, b u t b e fo re th a t, a sp ace to
via e -m a il w ith th e a s s o c ia te c u ra to rs a n d m y
tion, it is a c o n tin u o u s tension, and is b e tte r d is
m a x im iz e th e v is ib ility o f d iffe re n c e s , o rie n te d
c o n s u lta n t friends, Darían Rosa (Brasilia); Elizabeth
te n d e d in m usic th a n in th e o th e r arts in Brazil.
n o t ju s t to change, b u t in te re s te d in th e d e m o c
M. A g u ia r (R io G ra n d e d o Sul ); Lívia M arques
ra tiz a tio n o f c u ltu ra l in s titu tio n s as w e ll.”
C a rv a lh o (P a raíb a); M a rce lo C o u tin h o (P e rn a m
The N aseem Khan re p o rt,
The A rts Britain
Ignores, p ro d u c e d fo r th e G ulbe n kian F o u n d a tio n
C ultu ra l c ritic is m , m o re th a n A r t C riticism , has
b u c o ); R ob so n X a v ie r d a C osta (P a raíb a) and
in 1976, d e m o lish e d th e fru itfu l p o ssib ilitie s o f th is
been o p e n in g th e m ind s o f th e u n iv e rs ity stu d e n ts
G láucia A m a ra l, m y c h o s e n sister, w h o s p e n t a lo t
c u ltu ra l te n sio n . Even th o u g h it ca lle d fo r m o re
w h o s tu d y A r t .Therefore, o f all th e e ru d ite a rtis ts
o f h e r p re c io u s tim e h e lp in g m e w ith d e c is io n
fu n d in g fo r th e “ E th n ic A r ts ” (a n o th e r d u b io u s
w h o c ite th e p o p u la r w h o w e re in v ite d now, o n ly
m a k in g a nd w ith th e research.
cla s s ific a tio n fo r P o p u la r A rt), p ro d u c e d b y im m i
o ne d id n o t a c c e p t th e in v ita tio n d ue to te m p o
I th a n k e v e ry o n e v e ry m u c h since w ith th e
g ra n ts in E ngland, it re co m m e n d e d : “ th a t h a rm o
rary c irc u m s ta n tia l reasons, w h ic h m a de him fe a r
h e a lth p ro b le m s in m y fam ily, th e s e nin e frie n d s
n iz a tio n sh ou ld be a chie ve d b y re c o g n iz in g th e
ful o f b e in g seen a m o n g th e A r t o f th e People.
have been m y eyes a nd m y a c tio n . I p la n n e d th e
d iffe re n t c o m m u n itie s as c u ltu ra lly separate.”
This is g re a t p rogress c o m p a re d to th e 1990s,
nucle u s o f th e e x h ib it base d o n a d ia lo g u e a m o n g
W h a t w as re c o m m e n d e d p ro v o k e d th e c u l
w h e n I c o u ld fin d n o s u p p o rt a m o n g a rtis ts and
th re e w orks: A m etam orfose da Onça Caetana
tu ra l “g h e tto -iz a tio n ” o f th e p o o r a nd th e m u lti
A r t c ritic s fo r th e m u ltic u ltu ra lis t p ro je c t th a t I d e
(T h e m e ta m o rp h o s is o f th e ja g u a r C ae ta n a ), a
p lic a tio n o f s te re o ty p e s a b o u t th e c u ltu re o f th e
v e lo p e d. O n ly th e a n th ro p o lo g is ts a nd th e c u ltu r
ta p e s try p ro d u c e d b y th e Casa C aiada m a n u
[ 20¿ ]
facturer in Pernam buco, based on Ariano Suassuna’s
Ten years later, U m b e rto Eco, w ith The Name
draw ing (fro m th e collection o f M. Ligia d e A m orim
o f the Rose, w o u ld o p e ra te w ith values q u ite sim
“A r t is n o t a sim ple part, b u t th e co m p lex h e a rt o f o u r cultural body.” 3
B arbosa); A Moça Caetana (T h e Girl C a e ta n a ) by
ilar to th o se o f th e Movimento Armorial, fusing
I w an t to thank t h e ;jury th a t selected th e artists
Daniel M aced o d e Natal, fro m th e co lle ction o f
th e e ru d ite in to a d e te c tiv e story w ith p o p ular
w h o are participating in this co m p e titive exhibition,
Um dia é do Caçador,
roots. A ria n o w as m a d e S e c re ta ry o f C u ltu re for
M aria Alice, Maria Lúcia and Oscar, for th e clarity o f
outro da Caça (One day belongs to the hunter
P e rn a m b u c o and to d a y is c e le b ra te d b y th e m e
their decisions and their allying them selves w ith
the other to the Hunted) a ja g u a r a t rest b y th e
dia, w h o tu rn e d this intellectual, kn o w le d g e a b le
th e ideas th e project o f the curators.
h o u sep ain ter fro m G oiânia, Inácio da Silva.
a b o u t th e M idd le A ges, into a p o p u la r p h e n o m e
A n to n io M arques, and
For the enriching dialogues, I thank Victor Burton.
The w ork o f Inácio da Silva proved th e m ost dif
non. M y husband and I w ere friend s o f A riano
I a m grateful to th e SESC for inviting m e to
ficult to acquire. The photos Leda sent me, o f the
and Zélia in Recife, and w e have th e b est m e m o
take this intellectual adventure, their su p p o rt for
walls he painted, are exuberant. This is how he earns
ries o f th em . W h e n w e d e c id e d to c o m e to São
bringing it into being and th e affe ctio n w ith w hich
his living, by painting walls, and he had no trans
Paulo, he p re d ic te d th a t w e w o u ld end up “m a k
I have been tre a te d during a very difficult tim e in
p ortable work. W ith th e sam e professionalism o f an
ing b o lo g n a san dw iches in a São Paulo lu ncheo n
m y personal life.
erudite artist w h o needs sponsorship to realize an
e tte .” This im a g e has fo llo w ed us, and w ith o ur
installation, Inácio da Silva offered to paint som e
s o m etim e s d ifficu lt status as north eas tern e rs in
Ana AVae Barbo¿a
thing for us. The jag u ar from th e w estern central re
S ão Paulo, w h e n th in g s w ere n o t g oing as w e d e
ART EDUCATOR/ CURATOR OF THE BIENAL NAIFS
gion was born gloriously from this commission, and
serve, w e w o u ld say to o n e another, “It w o u ld be
DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
in the exhibition, cautiously observes, Susassuna's
w o rse to b e selling b o lo g n a sandwiches!" 1 Lub aian a Him id. In: S an d y Nairne. State o f the
O n ça Caetana (The Jaguar Caetana. W e have,
But thinking things over, to extrapolate, inter-
therefore b roug ht into our exhibition the dialogue
territo rialize , m ix, s tru g g le against h e g e m o n ic
A r t London: A Channel Fou r Book, 1987, p. 2 4 0 .
o f an artist w ho paints walls (is this Popular A rt? I
exclusionism , against th e d ictato rs hip o f w h ite
2 B e atriz Sarlo. Paisagens Imaginárias. (Im a g i
p refer to call it th e Visual Culture o f th e People
A m erican and E u ropean codes fro m w ithin the
nary Lan dscap e s) São Paulo: EDUSP, 2 0 0 5 , p. 63.
since this term is less sullied by the ill will o f the
walls o f th e university is alm ost "selling bologn a
3 G avin Jantjes. Critical Perspectives, E d w ard
hegem onic cultural po w er) w ith one o f th e m ost
sandw iches”. Ariano, you w ere right. “ Look a t m e ”
Totah G allery and A rtra g e 2, Londres, 1983.
erudite artists o f Brazil, w h o since th e 1960s has
here, valuing th e cultural hybridism and try in g to
been seeking to influence th e country’s cultural pol
produce, w ith m y friends fro m various places in
icy in th e direction o f valorization o f the popular.
Brazil, a cultural b an q u et w h ere sim ilarities unite
This construction o f an erudite-popular conversa
diverse cod es and differences gain egalitarian vis
tion has interm ediation o f M acedo’s work. The Onça
ibility, side by side, in c o m m o n disaccord.
Caetana transform s into the Moça Caetana (The
In ad d itio n to thanking th e associate curators,
Girl C a eta n a) o f Daniel M acedo w ho learned to deal
con sultants and g o o d friends w h o nam es I have
w ith th e turm oil o f visual language through the
alread y m en tio n ed , I also w a n t to th a n k tw o m ore
Arm orial M ovem ent led by A riano Suassuna.
friends, Luís N o gueira and G erardo Vilaseca, for
The Movimento Armorial, baptized in th e 1970s “was devoted to struggling again the process o f d e characterization and vulgarization o f th e Brazilian culture, [...] a t th e sam e tim e th at it sought an eru dite Brazilian art based on th e popular roots o f our
B IB L IO G R A P H Y Him id., Lubaiana in Sandy Nairne. State o f the
Art. London: A Channel Fou r Book, 1987. G avin Jantjes. Critical Perspectives, E d w ard Totah G allery and A rtra g e 2, Londres, 1983 Sarlo, B eatriz. Paisagens Imaginárias (Imagi
nary Landscapes). S ão Paulo: EDUSP, 2 0 0 5 . SITES
th eir help and fo r th e en e rg y th e y provided, along w ith G láucia Am aral, so th a t I not give up. I th a n k th e collecto rs w h o lent w o rks fo r th eir
w w w .g a leriab rasilian a.co m .b r w w w .ra w a rt.c o m w w w .ka ra n d ash .co m .b r
generosity. To th e artists w h o ag ree d to p a rtic ip a te in
[Entre CulturasJ Matrizes Populares
culture”, says A riano in an interview. This w as hap
th e exh ibition
pening a t a m o m e n t in w hich “High M odernism ”
(Between Cultures: Popular Matrices), m y reco g
was dom inant, form alism w as the critical creed and
nition fo r yo u r plural vision o f Brazilian culture.
LineA o j mergers the in<jenuou/s revi/iibedo
the word “roots” sounded worse than pornography.
Throu gh M ivaldo, w h o g ave up his c an d y stand
Before dying, this vanguard in th e throes o f its
fo r th e exhibition, I th an k th e w orkers who, w hile
"K n o w in g w h e th e r o n e can call w h a t th e p e o p le
death struggle, con dem ned A riano and his follow
n o t being considered artists by them selves or by
c re a te o r w h a t is c re a te d b y th e p e o p le or w h a t
ers to hell. H e stated th a t th e Arm orial (m o vem en t)
th e co m m u n ity o f critics, have visually enriched
is m e a n t fo r th e m p o p u la r is a false issue. A b o v e
w as the real elite in a w ay that seem ed to m ean that
their surroundings or th e tools o f th eir trade.
all it is im p o rta n t to id e n tify h o w th e d iffe re n t
th e peo ple are th e genuine intellectual elite in the country. M any w ere horrified.
I c o n clu d e by citing G avin Jantjes, an ou tsid er to h eg em o n ic circles, as I v iew myself;
[ 207 ]
cultural fo rm s in te rs e c t and im b ric a te . (C h artie r, 1 9 9 0 :5 6 )
T h e le itm o tif (b e tw e e n cu ltures] o f this eig h th e d itio n
o f th e
Bienal
Nai'fs d e
P iracicaba
is
Conventionally, th e co n cep t o f w h a t is pop ular
o f flu c tu a tin g b e tw e e n co n cep ts, und ersta n d in g
is defined by its difference from something that is
th em as historical constructions origin ating in th e
provocative and p ertin en t to th e present m o m en t
not, th a t is, fro m eru d ite and cultured literature,
d o m in a n t p o in t o f view. I believe th a t this discus
th a t d eb ate s concepts such as post colonialism,
fro m a rt created and perfo rm ed in official spaces
sion is im p o rta n t even fo r th e p h e n o m e n o n I
hybridism s, cultural d e-territorializa tion and others
and even fro m official Catho licism w ith its basis
w a n t to highligh t here, th e c o n stitu tio n o f a field,
th a t are part o f th e rep erto ry o f these authors, w ho
in th e cultured traditions, etc. (Chartier, 1999:55).
o f th e p o p u la r o r o f th e naif, n o t exa c tly a t th e
com e fro m th e w idest range o f areas o f expertise.
Even th o u g h these oppositions are presently un
margin, but as a field in itself, w hich has its ow n m a r
derg o in g
gins, cen ters and p e rip h e ry w ith in it.
As the folder for th e Bienal Naifs d o Brasil 2 0 0 6
re-evaluation
and
de-co n stru c tio n
in
states it intends to provide fertile groun d for ideas,
several theoretical fields, w e can say th a t a sim ple
to b e rich in production, and thus to dissem inate
binary m odel o f cultural distinction persists.
O rtiz says th a t "the debate about popular cul
ture reinforces the dimensions o f separation, seg
M arginality is a concept constructed not just in
regation, heterogeneity’’ ( 2 0 0 0 : 3 7 ) . S ep aratio n
I und ersta n d th a t this sam e search for d iver
opposition to th e cultured norm, but also in o p p o
im plies th e c o n c e p t o f th e “o th e r ”. P o p u lar m a n
sity w as present in th e 2 0 0 4 edition . T h e curator,
sition to society; those w ho live on its margins, indi
ifestations are d istanced fro m d aily life in ord er
Paulo Klein, in his in tro d u ctio n to th e cata lo g as
cating disparate groups such as the "primitives”, the
to preserve th e m and so th a t th e y “survive” in an
su m ed th e "desire to shake up th e cultural scene”
“alien ated” and even children, but w h o are grouped
"au thentic" form . Paradoxically, th e con cep ts o f
in an eve n t w hich ce rta in ly is shaping up as one
under th e sam e identity, i.e., the peripheral.
“p u rity ” and "a u th e n tic ity ”, fo rm u la te d b y intel
th e cultural diversity o f th e Brazilian people.
o f th e bastions o f naif pro d u ctio n , w h e re it has
In this text, I d o n ’t intend to review th e c o n
lectuals, establish a sacred field fo r p o p u la r p ro
m a n a g e d to a tta in b o th id e n tity a n d visibility on
c e p t o f naif, no r to d o an historical revision using
du ction. The concerns vo iced in th e 1970 L e tte r
th e national and in tern ational artistic scene. In
R ousseau’s D o u an ier as th e referen ce fo r th e
on Latin A m erican Folklore w hich expressed c o n
m y te x t I ta k e th e sam e directio n o f em phasis
te rm . M any have alre a d y d o n e so. M y in te ntion is
cern ove r th e d isap p e a ra n c e o f p o p u la r tra d i
on diversity to reflect on con tam inated concepts of
to u n d erscore th a t du rin g th e tw e n tie th century,
tions co n tin u e to have repercussions.
th e naif and th e popular. Thus I reveal fro m th a t
in a progressive m an n e r and by d iffe re n t m eans,
These con cerns w e re p rese n t in th e g o v e rn
p o in t on m y th eo retic al and c o n cep tu al a d h e r
instances o f leg itim izatio n and d istinction w ere
m en tal cultural policies in th e 1970s and 1980s. In
e nce to th e propo sal o f th e c u ra to r o f th e 2 0 0 6
c re a te d fo r a “peripheral" a rt in m olds n o t m uch
a gen eral way, w e see th a t notions o f a u th e n tic i
exhibit: For this Bienal, I sug gest including th e
d iffe re n t fro m th o se o f so called “e ru d ite a r t”. In
ty, “th e spirit o f th e p e o p le ”, th e non relationship
te rm ‘b e tw e e n cu ltures’ to c o n tin u e exp anding
co n stru c tin g a rt th a t w as (a n d con tinues to be)
to th e m a rket a n d th e isolation o f p ro d u ctio n in
th e relationsh ip b e tw e e n a rt naif, p o p u la r art, th e
co n sidered o f lesser value, th e internal criteria for
sm all co m m u n ities w e re ch a ra cte ristics used to
visual cu ltu re o f th e p eo p le and e ru d ite represen
cre a tin g hierarchical = c a te g o rie s o f valu e are
re fe re n c e
ta tio n s th a t in co rp o rate th e popular.
established and these a p p a re n tly ca n n o t b e dis
th e im p o rta n c e o f th e ac tiv itie s o f th e Brazilian
“This will p ro b a b ly not be a Bienal o f pu re naif,
cussed as p a rt o f th e sam e package.
p o p u la r art.
These
fe a tu re s
reveal
Folklore Mission fro m th e 1 94 0s to th e 1960s to
b u t o f co n tam in atio n , o f affirm in g th e d iffe re n t
Thus, th e re have bee n diverse a tte m p ts to d if
sys tem atize an institution al field o f research on
visual testim onies c o m m itte d to th e cu ltu re o f
fe re n tia te th e naif fro m th e popular, th e ingenu
art and p o p u la r cu ltu re in Brazil. The folklorists
o u r p e o p le ” [A n a M ae B a rb o sa] in a p u b licity fold
ous, th e prim itive, th e psychiatric p a tie n t and
p layed a decisive role in in stitu tio n alizin g spaces
fo r th e Eighth Bienal N a if o f Piracicaba.
children. W h a t are th e possible a p p ro xim atio n s
such as m useum s and p o p u la r a rt shows, creating
In co n trast to th e te rm a rt w ith a cap ital “A”
b e tw e e n th e a rt o f Nise d a S ilv e ira 's p atien ts and
a specific field fo r p ro d u ctio n s o f this kind.
w e find th e term s a rt naif, p o p u la r art, innate,
th e "ingenu ous” a rt o f the artists prese n te d by
A n d in th e m anner o f so called eru d ite art,
etc.; fre q u en tly linked to m a n ife s ta tio n s /p ro d u c
Lélia C o elh o Frota? W h a t situ ations d o th e naif
p o p u la r culture also en ters into th e circuit o f th e
tions c re a te d by th e p eo ple. The c o n cep ts o f the
artists and th e patien ts o f th e E n g en h o d e D e n tro
connoisseurs. M useum s, galleries, catalo g s and
prim itive, th e ingenuous, th e m arginal and others
m ental hospital have in co m m o n ? Is it th a t they
individual shows co n stitu te this “official “field o f
are usually linked to p o p u la r a rt and its e x te n
all self ta u g h t? W h a t are th e ch a racteristics o f
th e popular. Surveying texts pro d u ced on the sub
sions. These c o n cep ts te n d to situ ations o f exclu
th e o n e and th e oth er? M any have d e b a te d th e
ject, Brazilian aca d em ic reflections on th e m a tte r
sion, viole nce and anom aly. W h e n th e y are sim ply
issues o f c o n c e p tu a liz a tio n and te rm in o lo g y —
can be found in th e w riting s o f Lélia C oelho Frota,
read or ap p lied to certain produ ctions, th e y a p
reinfo rcing th e d ifferen c es in th e field — w h e th e r
Clarival do Prado Valladares, Jac que Van d e Beque
p e a r to be in n o c e n t n o m e n c la tu re s , b u t th e y r e
a tte m p tin g to clarify errors in th e “u n d u e” or “in
and Jan ete Costa, a m o n g others.
veal form s o f oppression, o f colonization . They
c o rre c t” use o f one te rm or th e other.
Theoreticians, books and articles published, cul
are lo c a te d on th e m argins, tie d to th e n otion o f
I believe th a t th e te rm [in te r c u ltu re ] is b e
tural centers, private collections, m useum s and
p o p u la r or to an extension o f th e “m arg in al”
y o n d th e sco p e o f this co n cep tu al revision and
shows such as th e Bienal N aif are part o f this cir
ch a ra c te r an d th e n otion o f th e periphery.
w o u ld raise th e discussion to an o th e r level, th a t
cuit. Conceptual pairs o f binary oppositions are not
[ 208 ]
sustainable. The challenge is to perceive them as
cu ltu re” codes are p erm a n e n tly readjusted to
nant national culture. It houses diasporas, estrange
negotiations that take place within a subtle g am e of
m aintain the ideologies o f th e d o m in an t classes.
ments, otherness, re-elaborations o f identity in dai
appropriations, o f re-deploym ents and o f detours th at both sup port and exclude one another.
If the cultural fields becom e hybridized, the so
ly life and in perm anently redesigned traditions.
cial relationships remain to create distinctions. W hen
To question th e ingenuousness attrib u ted to
the w ork o f an artist such as Bispo do Rosário is
Leda Guim arãe/s
th e cultural m anifestations o f th e people, involves
com pared to Ducham p's ready-mades, an operation
ART EDUCATOR/ ASSOCIATE CURATOR OF THE BIENAL
em phasizing transits and contagions w ith other
o f artistic legitimization occurs in favor o f the code
NAÍFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
pop ular forms, w ith the erudite and mass cultures,
whose referential status is higher than the other.
such as com ic books, w ith the w ritten code, w ith
W e need various access portals to understand
o th e r artists, and w ith th e very co n cep t o f the naif
the intersections o f the several theoretical routes
or th e popular. Popular artists, fo r th eir part, a p
during the tw en tieth century w hich have located
propriate th e conceptual discussion around “artist
popular culture as a space o f enunciation in the
or craftsperson", “art o r craft”, “cop y or original”,
com prehension o f culture and knowledge. The m i
for exam ple, and thus issues discussed in th e aca d
cro histories, history view ed from below, knowledge
em y o r parallel to it, enter their repertory.
of daily life, the dom estic sphere, manual labor, af
B IB L IO G R A P H Y
Quantos Anos faz o Brasil?.
AB R E U , A. A. (o rg ).
(H o w O ld is Brazil?) São Paulo: Editora da Uni versidade d e São Paulo, 2 0 0 0 . A R A Ú JO , E m an oel (c u ra to r)
ros.
Brasileiro, Brasilei
(Brazilian, Brazilians) São Paulo: Museu
A fro Brasileiro. 2 0 0 5 .
From this p ersp ective, n eith er th e purism o f
fect, com m unity relations and ecology are being
th e tim es o f H e rd e r and G rim m , n or th e passive
revaluated from the perspective of post m odernity
Artists and Artifices: Ancestralidades, Arcaísmos e Permanências. (A n -
stan ce o f th e m asses in relation to industrial cul
A n d from within this perspective, the deb ate
cestralities, Archaicism s and Perm an ences) P.
ture, n or fro ntal op p o sitio n to eru d ite cu ltu re any
ab o u t visual culture constitutes itself as a valuable
3 4 In: Mostra d o R edescobrim ento A rte Popular.
lo n g er
w hich
field o f interlocution, since it takes into considera
N E LS O N A G U ILA R (o rg ). F un dação Bienal d e São
fo rm th e cultural ties are co m p lexly inco rp o rated
tion the contributions o f anthropology, o f the histo
Paulo. São Paulo: A ssociação Brasil 5 0 0 anos
ry o f mentalities, o f psychology and psychoanaly
A rtes Visuais, 2 0 0 0 .
m akes
sense. T h e
in tersections
"all the cultural norms by which historians recognize the culture of the people always present themselves today asmixedsets that meet, ahardto untangleskein, elements from widely diverse origins."(1990: 5 6 )
on e into th e other. For Chartier,
A R A Ú JO , Em anoel
trans-disciplinary platform for perceiving inter cul
Um spray na mão e uma idéia na cabeça. ( A spraycan in th e hand an d an idea
tural and inter border situations, such as this eighth
in th e h e a d ) Revista A rte em Revista. São
sis, o f cultural and post-colonial studies, to form a
edition o f th e Bienais Naífs d e Piracicaba.
A R R U D A , V.
Paulo, CEAC , 1984.
DeGauguinàAméricaLatina.
Today, the leftist popular bias w hich seeks
Experiences w ith frontiers lead to transitions, to
ways o f "p rotecting” popular culture from co n tam
opportunities to en ter and leave places, to g o and
(F ro m G auguin to Latin A m e ric a ) In: A R TE & E D U C A Ç Ã O em Revista. A n o I — n- 1. O u tu
BARBOSA, Ana Mae.
ination or vulgarization by th e m edia no longer
com e. Trans-cultural intersections and experiences
holds, nor does the bias o f nationalist discourse
of diaspora occur in several form s in con tem porary
which p rom otes popular form s as form s o f identi
times. The visual culture o f the people is transver
ty fo r a traditional Brazil. Utopian leftist and ultra
sal, intra and inter-cultural. Hybrids by nature, they
A Escrita da História: novas per spectivas. (W ritin g History: new perspectives.)
nationalist rightist proposals have a redeem ing air.
encom pass a broad range o f m anifestations o f art,
São Paulo: Editora da U n iversidad e Estadual
The d e b a te ab o u t pop ular culture and a rt in
design, fashion, objects, architecture, dance, rituals
th e present d a y con tex t allows us to consider the
and feasts, in which th ere is subversion and interac
recognitions and reconstructions o f form s o f iden
tion w ith other codes, esthetic conflicts, artesan-
Consumidores e Cida dãos: conflitos multiculturais da globalização.
tity, fo rm s o f d o m in a tio n /d o m in a te d an d how
ries, re-appropriations and re-readings, in an en d
(C onsum ers and Citizens: m ulticultu ral c o n
d ifferen t cultural encounters are constructed.
less rhythm o f invention and tradition.
flicts o f g lobalization.) Rio d e Janeiro: Editora
Running against all th e co n cep tu al constructs
N o single artistic/cultural form can be seen as a
th ro u g h o u t history, th e so called “p u re” traditions
totality. All culture is fragm ented. The effo rt is to
(th o s e o f b o th pop ular and eru d ite culture) have
avoid em bracing an essentialist vision which lo
b een progressively diluting, m ixing a m o n g th e m
cates the production o f the people in the sphere o f
selves, tra n sfo rm in g them selves in th e course o f a
th e exotic. To utilize operations o f deconstruction
process, g en eratin g a m ultiplicity o f form s, oral
does not m ean elim inating or refuting the already
and well as w ritte n and lately electronic, circulat
instituted codes, but to approach th em transversal-
ing th ro u g h th e various social levels o f th e p o p u
ly w ith other cultural codes in m ulti-inter-trans-cul-
lations o f th e Eu ro pean and Latin A m erican cou n
tural and inter-textual proposals. The a rt/c u ltu re o f
tries up to th e present day. Nevertheless, "high
th e p eo p le is n o t fixed o r representative o f a stag
[ 20? ]
bro, 7-16.1995. BURKE, Peter.
Paulista, 1992. C A N C LIN I, Nesto r Garcia.
UFRJ, 1999. _____________________________.
Culturas Híbridas.
(H ybrid C ultures) São Paulo: EDUSP, 1998. CASCUDO, Luis da Câmara.
CivilizaçãoeCultura. (Ci
vilization and Culture.) Global Editora. SP. 2 00 4.
invenção do cotidiano: 1. artes de fazer. (In v en tin g daily life: th e art o f
C E R TE A U , Michel. A
d o in g ) Petrópolis: Vozes, 1994.
"Cultura Popular": revistando umconceitohistoriográfico". (P o p u la r culture:
C H A R TIE R , Roger.
revisiting an historical c o n c e p t) E s tu d o s H istó
__________ . A
História Cultural. Entre Práticas e Representações. (C u ltu ra l History:
C H A R T IE R ,
Moderna Tradição Brasileira.
(T h e
M o d e rn B razilian T ra d itio n ) S ã o Paulo: Brasi-
ricos. 16, ju l-d e z 1995.
u s u a lly e x c lu d e d . U n d e rs ta n d in g
liense, 200 1.
ROGER. A
s p a c e s fo r t h e re c o g n itio n o f p r o d u c tio n w ith is
a n y a rtis tic p r o d u c tio n
p re
Românticos e Folcloristas. (R o m a n tic s
su p p o ses, a m o n g o th e r th in g s, its c o n te x tu a liz a -
B e tw een Practices and R e p resentatio ns) Lisboa:
a n d F o lk lo ris ts ) S ã o Paulo, Ed. O lh o D á g u a ,
tio n , a n d a c o m p re h e n s io n o f th e v a lu e s th a t in
Difel, 1987.
1992.
flu e n c e a n d m a k e p o s sib le its c re a tio n . H o w to
__________ .
Primitivos, GenuínoseAr
u n d e rs ta n d t h e a rtis tic p ro d u c tio n o f th e social s e c to rs o r o f p e rs o n s w e fin d a t th e m arg in ; o u t
Pg. 2 7 -3 4 . S ã o Paulo: C â m a ra B rasileira d o
caicos. (P rim itiv e s , G e n u in e s a n d A rc h a ic s ) In: Mostra do Redescobrimento Arte Popular.
Livro, 199 4. _ (B ra s ilia n a d e F ra n k u rt).
(R e d is c o v e rin g
te n tio n a lly o r n o t? A r t also p re s u p p o s e s a c e rta in
Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdadeeobra. (M y th o p o e tic s
A g u ila r (o r g ). F u n d a ç ã o B ienal d e S ã o Paulo.
d o m in io n
S ã o Paulo: A s s o c ia ç ã o Brasil 5 0 0 an o s A rte s
s o m e o f th e rules o f t h e e s th e tic c a n o n o f th e p e
F IN E L S T E IN , Lucien.
Arte Naif, Arte Eterna. ( A r t
V A L L A D A R E S , C. d o P.
Naif, A r t E te rn a l) In: N a ifs B rasileiros d e Ho je.
F R O T A , L élia C o e lh o .
P o p u la r
A rt
Show)
N e lso n
over
te c h n iq u e
and
o b s e rv a n c e
of
rio d in w h ic h th e a r t is p ro d u c e d . B u t w e kn o w
Visuais, 2 0 0 0 .
o f n in e B razilian artists: life; tru th a n d w o r k )
side t h e soc ial s tru c tu re s , w h e th e r e x c lu d e d in
R io d e Jan eiro : F o n ta n a , 1975.
V A L L A D A R E S , C. P.
Pequeno Dicionário da Arte do Povo Brasileiro, Séc. XX. (L it t le D ic tio n a ry
V A N D E B E U Q U E , J.
Artesanato Brasileiro.
FU
t h a t th e s e rules a re g e n e ra lly im p o s e d . S o h o w
Ñ A R T E , 198 0.
c a n th e a r t o f th o s e w h o w e r e n o t fu lly re a c h e d
Arte Popular Brasileira. ( B r a z ilian P o p u la r A r t ) In: Mostra do Redescobri mento Arte Popular. (R e d is c o v e rin g P o p u la r
e v e r re a s o n ) b e v ie w e d ?
A HistoriadaArte. (T h e H istory
A r t S h o w ) N e ls o n A g u ila r (o r g ). F u n d a ç ã o
C a n c lin i1 w e
o f A r t) Rio d e Janeiro, Editora G u anaba ra , 1988.
B ienal d e S ã o Paulo. S ã o Paulo: A s s o c ia ç ã o
o t h e r n a m e g iv e t o this t y p e o f a rtis tic p r o d u c
Brasil 5 0 0 an o s A r te s Visuais, 2 0 0 0 .
tio n , as an in s tru m e n t fo r c o m p re h e n s io n , r e p r o
Arte Popular Brasi leira: Coleção da Casa do Pontal. (B ra z ilia n
d u c tio n a n d t h e social tra n s fo r m a tio n o f a c e rta in
P o p u la r A rt: t h e C asa d o P o n ta l C o lle c tio n )
as a m a n ife s ta tio n d is tin c t fro m o th e r ty p e s o f
S ã o Paulo: C â m a ra Brasileira d o Livro, 199 4.
a rts (e ru d ite , classical, e tc .). This d iffe re n c e is th e
Projeto e Missão: o movimento folclórico brasileiro. (P r o je c t a n d M ission: th e
a m o n g soc ial g ro u p s . In p re s e n t tim e s , it is easy
B razilian fo lk lo ric m o v e m e n t) Rio d e Jan eiro:
to p e rc e iv e t h e d e v a lu in g o f th e n o n h e g e m o n ic
F u ñ a rte : F u n d a ç ã o G e tú lio V a rg a s , 1997.
c u ltu re s
F R O T A , Lélia C o e lh o
o f th e Brazilian P e o p le ’s A rt, T w e n tie th c e n tu ry ) R io d e Jan eiro : A e ro p la n o , 2 0 0 5 . G O M B R IC H , Ernest.
G R U Z IN S K I, S.
O Pensamento Mestiço. (M e s tiz o
T h o u g h t) S ã o Paulo: C o m p a n h ia d a s Letras,
V A N d e B E U Q U E , Jacques.
2001 . G U IM A R Ã E S ,
L;
G U IM A R A E S ,
A
e
GOYA,
F.
Objetos Populares da Cidadede Goiás—cerâ mica. (P o p u la r O b je c ts in th e c ity o f G o iás —
V IL H E N A , L. R.
c e ra m ic s ) U F G -S E B R A E , G o iân ia:200 1. H A L L , S. A
nidade.
identidade cultural na pós-moder (C u ltu ra l id e n tity in p o s t-m o d e r n ity )
Antropológico.
S ta rtin g w ith t h e th in k in g o f N e s to r G arcia u n d e r s ta n d
t h a t a r t naif, o r a n y
social s e c to r o r e v e n o f in d ividu als , c a n b e seen
resu lt o f in e q u a litie s a n d
by
th e
o f c o n flic ts existin g
d o m in a n t
g ro u p s
and
eve n
t h o u g h it is n o t n e c e s s a rily con scio us, th is d e
R io d e Jan eiro , D P & A , 2 0 0 0 . L A R A IA , R o q u e d e B arros.
b y t h e fo r m a tiv e e d u c a tio n a l m o d e ls ( fo r w h a t
Cultura: UmConceito
v a lu in g re fle c ts p o litic a l p o s itio n in g .
The c o n j i i c t betw een cuJtu re A
(C u ltu re : A n A n th ro p o lo g ic a l
In d e a lin g w ith this s itu a tio n , w e sh o u ld b e a r in m in d th a t all g ro u p s a n d in d iv id u a ls h av e th e
C o n c e p t) R io d e Jan eiro : Ed. Zah ar, 1986. Teresinha. Artífice, Artista, Cientista, Cidadão: uma análise sobre aarte e ao artista de vanguarda. (A rtific e , A rtist, Scientist, C itizen :
C u ra to r A n a M a e B a rb o s a s ets fo r th a c h a lle n g e
r ig h t to d e v e lo p a n d e xp re ss th e m s e lv e s in a n in
in p r e s e n tin g t h e p ro p o s a l fo r t h e B ie n a l N a ifs
dependent
d o Brasil 2 0 0 6 : B e tw e e n C u ltu re s . S h e p ro p o s e s
m o d e s o f e x p re s s io n m o d e s a n d th a t a n y assess
a n analysis o f a r t a n d o f th e v a n g u a rd a r tis t)
to
Teresina: E D U F P I. 1996.
s e c to rs a t th e m a rg in o r fro m in d iv id u a l p r o d u c
s u p e rio rity a m o n g
e rs w h o d o n o t fit o n t o t h e fla t p la n e o f a r t c r e
p ro d u c ts is u n a c c e p ta b le . T h e d e v a lu in g o f s o m e
LOSADA,
M E L L O e S O U Z A , L. A
ria. (T h e
cultura popular e a histo
in c lu d e t h e p r o d u c tio n o f a rtis ts fro m
th e
fa s h io n ;
th a t
th e re
a re
u n iv e rs a l
m e n t w h ic h a t te m p ts to esta b lis h a h ie ra rc h y o f c u ltu ra l
m a n ife s ta tio n s an d
a t e d in c o m p lia n c e w ith t h e n o rm s o f g e n e ra l
ty p e s o f a r t is a m a n ife s ta tio n o f t h e e x is te n c e o f
P o p u lar: as várias
r e c o g n itio n a n d a c c e p ta n c e . Sh ^ c h a lle n g e s th e
t h e s tru g g le to
fa c e s d e u m d e b a te . (S e m in a r o n F o lk lo re a n d
o v e rth r o w in g o f e x c lu s io n a ry p re ju d ic e s , o f c o n
m e a s u re o f its s ta g e o f d e v e lo p m e n t. It is, in
P o p u la r C u ltu re: th e v ario u s faces o f a d e
c e rn w ith sins o f o rig in a n d in v ite s us t o b r o a d
ess en ce, a s tr u g g le a m o n g social g ro u p s to im
b a te )
N a c io n a l d o F o lclo re, C o o r-
e n th e c o n c e p ts a n d to e lim in a te fa ls e b a rrie rs
p o s e th e valu es in w h ic h th e y believe.
E s tu d o s e Pesquisas. R io d e
b e t w e e n t h e p o p u la r a n d e ru d ite . This is p e r m is
O f co u rs e th e d o m in a n t g ro u p s s tru g g le to
sio n to m a k e h y b rid is m e x p lic it, to revea l in flu
m a in ta in an d re p ro d u c e th e ir privileges. To d o so,
en c es; to a llo w fo r c o n fro n ta tio n s ; to p re s e n t
th e y have to m ain ta in th e m ean s o f p ro d u c tio n and
p ro b le m s ;
a p p ro p ria te surplus cultural value; to co n tro l th e
n á rio
p o p u la r c u ltu re a n d h is to ry ) In: S e m i
F o lc lo re e C u ltu ra
In s titu to
d e n a d o r ia d e
Jan eiro : IB A C , 1992. O R T IZ , R.
Umoutro território. ( A n o t h e r T e rrito ry )
S ã o Paulo: Ed. O lh o D á g u a , 2 0 0 0 .
to
open
up
discu ss io n s;
[ 210 ]
to
open
im p o s e e s th e tic v alu es a n d a
classes? W h y w ould th ey lose th e ir genuineness
m echanism s o f the m aterial and sym bolic reprodu
social inclusion have in co rp o rated th e esthetic
ction o f th e labor force and the relations o f p ro
values o f th e group s on th e m argin or th ose o f
in being p rodu ced fo r th e m arket? Is it th a t the
duction, and control th e m echanism s o f coercion.
artists w h o do not fo llo w th e established canons,
eco n o m ic process, and not th e artist, is fra u d u
In this process, th e h eg em o n ic group s utilize
into th eir creations. The various d en om inations
lent? A n d on th e m a tte r o f “th e p urity o f the
all possible m eans — th e school, th e m edia, the
e m p lo y e d in th e search to a p p re h e n d th e arts o f
artist"? Is a pure artist tru ly possible? H o w does tra n sferen ce o r th e exc h an g e o f k n o w le d g e take
m useum s an d all th e cultural acc o u tre m e n ts and
th ese sectors (naif, prim itive, innate, popular,
spaces. T hese pro d u ce e sth etic habits, th e struc
e tc .) d o not seem to m an ag e to con tain th e broad
p lace in th e a m b it o f th e arts? D o artists n o t sub
tures o f pleasure an d consequently, practices
ran g e an d th e m ultip licity o f faces th a t these
je c t to influences external to th e ir universes real
w hich are in line w ith th e interests o f th e d o m i
artistic p rodu ctions ta k e on. U p to th e m om ent,
ly exist? W h a t is th e w orld o f th e artists like? How
nant. H ow ever, w e have to im agine th a t th e sub
eve ry d en o m in atio n has been unsatisfactory.
can w e m easure it? Luis Felipe B aêta Neves says
o rd in a te g roup s also dev elo p th eir m odes o f re
T h e existence o f several seg m e nts can b e per
sistance an d specific form s o f rep rodu cing th eir
ceived in this p ro du ction and w e will arbitrarily
kn o w led g e, a rt and culture and th a t, in a certain
cite a few th a t w e consider to be m ost significant:
"natural, pure virgin" state never existed. is alw ays "the result of a bunch of given historical determinants with no knowledge of an original moment"2W e believe
th a t th e
A rtis tic pro d u ctio n
way, th e y also stru g g le to m ake th e m d o m inant.
In th e first group, w e bring to g e th e r th e artists
This process is a struggle. It is im p o rta n t to p e r
w h o w o rk w ith th e eru p tio n o f im ages th a t are
th a t th e concern w ith th e genuineness o f artistic
ceive that, even th o u g h th ere are no records,
fixed in all our m inds and w hich are productions
w orks, especially th o se com ing fro m th e m ore
th e re is an e sth etic pro d u ctio n th a t has b een and
th a t sym bolize, in essence, th e cu ltu re o f the
p o p u la r social layers is a process to try to dislo
is discard ed fro m th e history o f th e arts on a d a i
peo ple, w hich express, w ith th eir ow n values, our
c a te th e focus o f th e tru ly cen tral issue in th e
ly basis. F o rg e ttin g is co m m o n in th e history o f
shared internal reality. W ith no need for a w orld
analysis o f w orks o f art: an internal criticism,
art, m ainly in th e p rodu ctions and artistic w orks
apart, these artists m ake a rt into a flow o f life.
b ased on th e w o rk itself.
o f artists fro m th e m ore po p u la r social and e c o
In a second group, w e g a th e r th o se w h o for
O p tin g to d ivid e th e groups o r su b -g ro u p s is
s o m e reason, including ingenuousness, seek to
perhaps
tu n e into th e d o m in a n t values and pro d u ce a
d oes n o t a p p re h e n d th e reality. Perhaps w e have
co m p re h e n d m ore e ffe c tiv e form s o f artistic p ro
kind o f distanced art, sort o f w ith o u t tech n iq u e
to assum e th e plurality o f possibilities w ith no hi
d u c tio n b y th e group s and individuals on th e
a n d kind o f w ith o u t soul.
erarchies. To a c c e p t th e arts as alive, co m in g t o
nom ic levels. By this g u iding th read , w e are led to seek to
an
u n satisfactory
m odel,
o n e w hich
gether, separating, co m in g close, distancing, in
m argin, w h ich are n o t in te g rate d into th e es ta b
A third group, w o u ld b e th e on e to bring t o
lished social structures a t th e p resent tim e. But
g e th e r th e artistic m anifestations realized w ith
t e rfe rin g ,
a p p ro a c h in g and und ersta n d in g this cultural uni
o u t th e pressures and con d itio n in g o f technical-
m u tatin g . W h y n o t a c c e p t th e m u ltip licity o f p o
verse is n o t easy, given th e co n ditionin g and ide
eru d ite kno w ledge. These are ingenuous creative
sitions th a t th e artists can assum e in th e course
ologies th a t exercise pressure over th e social
p rodu ctions w hich register th e universes o f the
o f th e ir lives and even in th e d ev e lo p m e n t o f their
g roup s a n d th e ir artistic m anifestations. Espe
p e o p le and reflec t p o p u la r w isd o m . This group
w ork? W h y can 't th e artist register th e universes
cially if w e are dealing w ith practices w hich are
includes an a p p a re n t su b -g ro u p o f artists w h o
o f th e peo ple, reflec t p op ula r w isd o m , seek to
e vid e n tly d e v e lo p e d on th e basis o f dream s, o f
c o m m it a kind o f fraud w hile a tte m p tin g to e n ter
reach th e m arket, and a t th e sam e tim e, these
denials o f th e real and th e present, in th e search
th e p ro fit driven m arket. These artists execute
m anifestations b e eru ptions o f im ages th a t sym
fo r utopias w ra p p e d up in a tho u sa n d and one
w orks w ith ingenuous appearances, register tra
bolize, in essence, th e culture o f th e people?
rhetorical strategies. T hese a p p e a r to have life
ditional am use m e n ts an d po p u la r feasts, d iffe r
W e know th a t a rt fo r artists is th e place th ey
and can m ix, even w hen th ey are con tradictory.
e n t form th eir ow n expressions fo r m erely d e c o
find refu g e and stren g th to co n fro n t life. A rt is
in flu e n c in g
an d
b ein g
in flu en ced ,
These are a p p a re n tly ingenuous an d creative
rative purposes. In th e life histories o f m any
th eir shield and th eir w eap o n in th e con flict o f
w orks w h ich record th e universe o f th e p eo ple
p o p u la r artists, w ithin a sho rt perio d o f exercis
cultures th a t th e y are daily fo rced to face. A t th e
a n d re fle c t p o p u la r w isdo m . Buy can w e really
ing th eir professions, th e m u ta tio n can b e per
s am e tim e, a rt is th eir m eans o f eco n o m ic sur
classify th ese artists as ingenuous? O r is it th a t
ceived — a dislo cation fro m th e ir "genuine" s ta rt
vival; it has to b e inserted into a m arket, w hich
th e ingenuousness is ours In w a n tin g to an alyze
ing position to excessive m annerism s
m o st o fte n is n o t very w elco m in g nor just w ith resp e ct to receiving artistic products.
th e ir p ro d u cts based on values th a t are not
W e can im a g in e various o th e r seg m e nts o f
theirs? W o u ld th e y feel im p ure if th e y had p e r
a rtistic produ ction, b u t th e issue here has to be
fe c t d o m in io n o ver th e artistic tech n iq u es e m
stated: w h y is p ro d u ctio n do n e in an a tte m p t to
m akes a p o in t o f resistance and places itself as
p loyed by eru d ite artists?
e n te r th e m arket fraudulent? Is try in g to e n ter
an exercise in th e struggle against established
th e
fra udulent? O r is this
tru th s and privileges. It questions th e legitim acy
fra u d u len t only fo r those from th e sub ordin ate
o f values th a t are useful to th e d o m in a n t struc-
A n o th e r thin g th a t co m plicates this search is th a t som e artists w h o enjoy regular training and
m arket som eth in g
F or this reason, th e
Brazilian
Bienal Nai'fs
tures to m aintain th e h e g e m o n y o f certain c u ltu r
H istorian P e ter Burke states th a t th e p op ula r
N e s to r C anclini believes th a t th e re is still no
al values. It seeks to ta k e a p a rt ideas th a t m ake
c u ltu re o f th e m o d e rn a g e “w as far fro m being
consensus a ro u n d w h a t it m e a n s to “g lo b a liz e -
them selves pass as c o rrect and natural fo rm s o f
h o m og eneou s: th a t th e cu lture o f th e cra fts p e r-
o n e s e lf”4, a n d c o n s id e rs t h a t in th e m id t w e n
cultural d e v e lo p m e n t, m asking arbitrariness, h id
son an d th e cu ltu re o f th e p ea san t d iverg e in
tie th c e n tu ry w ith tec h n o lo g ic a l ad v ances an in
ing th e a u th o rita ria n viole nce o f th e im p osition
m an y respects; th a t th e cu ltu re o f th e shepherd
tensive n e tw o rk o f c o m m u n ic a tio n w as fo rm e d ,
o f values, disqualifying, avo iding th e c o n fro n ta
and o f th e m in er d iffe r fro m th a t o f th e ag ricu l
p ro m p tin g th e w o rld w id e articu latio n o f m arkets
tio n and “fo rg e ttin g ” to include th e m in c o m p e n
tural producer.” 3 R e served a t te m p o ra l distance
w h e re th e re exist n o t o n ly financial, b u t artistic
dia, shows, collections, etc. For this reason th e
and th e specifics o f the E u ro p ean cu ltu re th at
and cultural transactions, as well. In tru th, these
Bienal p rioritizes m an ife sta tio n s n o t in tu n e w ith
process in a d iffe re n t fo rm th an th a t co n stitu te d
n eg o tiatio n s are not g e n e ra te d in an exclusive
th e esth etic visions an d interests o f th e d o m in a n t
to d a y in Brazil, I thin k th a t in such an extensive
place, b u t in d iffe re n t cities a n d are a c c o m m o
groups. F or this reason, th e Bienal Nai'fs do Brasil
te rrito ry as ours, th e re is little ch a n g e o f u n d e r
d a te d in a d e c e n tra lizin g process.
2 0 0 6 : exp oses th e co n flict B e tw e e n Cultures.
ta k in g a m o n o lith ic p ro d u c tio n w ith o u t nuances o f differen tiatio n .
Inserted in this eco n o m ic, social a n d political ju n ctu re th e re is a volum in ous m ig ra to ry flow
R o b e r to Gaüvão
W ith th e e x c e p tio n o f th e d is ta n c e in tim e
m oving in several directions. In this transit, ethnic
PLASTIC ARTIST AND ART HISTORIAN/ ASSOCIATE CURATOR
a n d th e specifics o f th e E u ro p ean cu ltu re th a t
and cultural m ixtures b e c o m e visible, lodging in a
OF THE BIENAL NAÍFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
processes th in g s d iffe re n tly th a n Brazil today, I
m o b ile c o n ta c t zo n e 5 w h e re m u tu al c o n ta m in a
th in k th a t th a t th e ch a nces are also few, in a te r
tio n occurs. T h e reciprocal transm ission o f cu l
1 N e s to r G arcia CONCLINI — As Culturas P o p u
rito ry as larg e as ours, o f c re a tin g a m o n o lith ic
tures can ta k e place as m u ch in th e direction
lares no C a p italism o (P o p u la r C u ltures un d er C a
p ro d u c tio n , w ith o u t nuances o f d iffe re n tia tio n .
p italism ) Brasiliense São Paulo, 1983.
“c e n te r/p e rip h e ry ”, as fro m “p e rip h e ry to c e n te r”,
N o d o u b t, p o p u la r artists can bring to th eir
o r even fro m "p e rip h e ry ” to "p e rip h e ry ”. A n d in
2 Luis Felip e B a êta NEVES — A n o ç ão d e "Arte
w o rk so m e traits o f th e a rt c o n s titu te d in the
this way, th e points o f c o n ta c t are ab solved into
P o p u la r”: U m a crítica a n tro p o ló g ica. (T h e notion
realm o f th e eru d ite, b u t w h a t c o m m o n ly a p p e a r
a hybrid, intercultural repertory.
o f “Popular A rt”: an anthropological critique) In Rev.
are assim ilations d erivin g fro m th e tra n s fo rm a
The borders b e tw e e n local and global cultures
Ciências Sociais, vol. VIII, N 1-2, 1977. p. 2 0 3
tions fa c ilita te d by th e c o m m u n icatio n s m edia,
no longer circum scrib e d efin ed , finite spaces. In
The t r a n s it between c u itu re /S
w hich d e te rm in e th e idiom s and large scale p ro
M oacir dos A n jo s’ o pinion "w h at distinguishes a
d u c tio n th a t reaches into th e farth e st corners.
local culture fro m any o th e r are no longer feelings
C o n te m p o ra ry cod es o f a rt th a t o cc u p y th e m u
o f con fin em en t, distance o r origin, b u t the sp e cif
seum s and galleries are hard fo r sim ple p e o p le to
ic form s by w hich a c o m m u n ity positions itself in
T h e proposal o f including th e te rm “b e tw e e n cul
d ec ip h e r — th o se w h o are n o t c o n cern ed w ith
this c o n te x t o f inte rc o n n ectio n and establishes
tu res”, fo rm u la te d b y A n a M ãe Barbosa, c u rato r
follow ing th e p a ram eters o f intern ational a rt and,
relationships w ith th e o th e r ”.6
o f th e Bienal Na'ifs d o Brazil 2 0 0 6 , m o tiv a te d
on the contrary, cho ose to m anifest them selves
m e to d o s o m e thin kin g startin g w ith th e cu ra
th ro u g h a fig u ra tiv e w o rld fa r fro m co n cep tu al
s y m b o lic
t o r ’s o w n propo sal to exp an d “th e relationships
and ab s tra c t lucubrations.
zones o f c o n ta c t, a n d do e s in h a b it this c o n te x t
a m o n g a rt naif, p o p u la r art, th e visual cu lture o f
In th e face o f this c o m p lex p ictu re w h ere
th e p eo p le an d th e e ru d ite rep rese n ta tio n s th a t
questions seem
include th e p o p u la r.2
m ents, I retake A n a M ae B a rb o sa’s su g gestion to
m o re a p p ro p ria te th a t s ta te
P o p u lar a rt tra n sits th e n w ith in this flo w o f goods,
is n o t
p ro te c te d
fro m
th e
o f in te rc o n n e c tio n , relate s to th e m o st diverse c u ltu re s
and
p a r tic ip a te s
in
th is
m ig ra to r y
process th a t e x p an d s w ith g lo b a liza tio n . Post
The d iv e rs e n o m e n c la tu re a d o p te d to d e s ig
include th e te rm “b e tw e e n cu ltures” and to o p t
m o d e rn co n d itio n s, a t th e sa m e tim e a t w hich
n a te a rt n aif has led m e to tw o ty p e s o f o b s e r
fo r th e b ro ad en in g o f th e c o n c e p t o f a rt naif, p ro
th e y s tre tc h th in th e tra d itio n a l fo rm s o f artistic
v ation: first, all th e variatio n s o f th e d es ig n a tio n
posing th a t this Bienal b e m arked less by p u rity
m an ife s ta tio n , also p ro v id e a b re a k in th e e x c lu
naif, such as prim itive, p o p u la r o r ingenuous,
and m ore by co n tam ination . I ask: how is this c o n
sio nary stances th a t m a rg in a liz e an d in tro d u ce
can d e n o te in p a rt th e d is c rim in a to ry tra it o f
ta m in a tio n processed in to d a y ’s w orld? W h en
hierarchies in to th e relatio n sh ip s a m o n g th e d if
try in g to classify th e a rtis t’s place in a d ic h o to -
does this occur?
fe re n t a rt form s. As A n a M a e puts it so well, d e
m ous way, p lacin g th e p o p u la r a rtis t on th e side
In a s o c iety w h e re th e fro ntiers are ever m o re
o p p o s ite th e e ru d ite . In th e second place, this
dilute, it b e c o m e an arduous a n d even im possible
“e ru d ite ” an d th e "p o p u la r” still persists, te r rito
sp ite
bein g
dam aged,
th e
w all b e tw e e n
th e
sam e p lu rality o f te rm s do e s n o t m ask th e fa c t
task
w h en
rial d e lim ita tio n s h av e b e c o m e a lm o s t im p ossi
th a t in th e u n iverse o f p o p u la r c u ltu re w h e re
c o n ta m in a tio n occurs, b u t o n e can an a ly ze th e
ble, a n d it is e ve r m o re d iffic u lt to s e p a ra te a rt
th e naif a rtis t is lo cated , th e re is no h o m o g e
c o n te x t in w h ich th e fabric and thread s th a t fo rm
naif fro m p o p u la r a rt o r fro m e ru d ite a rt th a t in
neous co n fig u ra tio n .
th e
cludes p o p u la r references.
to
d e te rm in e
n e tw o rk
w h e re
th e
exact
cu ltu ral
m om ent
goods
circu la te.
artists have let g o o f th e visual vo c ab u lary w ith
Local/ Global: arteemtrânsito.(Loca\/G\oba\: art in transit)
its origins in p o p u la r art, to c reate paintings, e n
Rio d e Janeiro: Jo rg e Z a h a r Ed., 2 0 0 5
break to th e bone. A n u np erceived w o rld rises to
graving, objects, using strong, fla t p rim a ry colors
6 Ibid, p. 14
th e fore, re -ela b o ratin g m eanings in th e q u o tid i
In B elém d o Pará a con siderable n u m b e r o f
5 The te rm utilized b y M oacir dos Anjos, in
found in th e n e ig h b o rh o o d s on th e urban p e rip h
transitory. Its w o rk c o m m an d s yo u r im pulsive con duct, letting th e unconscious flo w er like a
an. S u b o rd in atin g eve ry th in g to psychological
ery and in n e a rb y or fa rth e r tow ns. B ut w h a t d e
explanations. In th e light o f this science yo u r b e
C a rr jin jj the p ris o n e r b j the te e th
h avior is co m m u n icated : suffo cated b y m o th e r’s
region. T h e use o f vib ran t colors such as red, yel
A rt exists! In d e trim e n t o f any division, confusing
g an tic m o th e r observes you and provides g u id ance in a strid e n t voice.
fines this colorful p a tte rn is n o t th e location o f vi sual elem en ts in this o r th a t city, in this o r th at
m ilk o r in th e shadow o f a rch e typ es — yo u r g i
low o r blue is p e rc e p tib le in th e visual q uality
status fe d by th e historical sequences o f financial
o f m an y cities a n d countries, b u t an esth etic
pow er, o f social class, ethnicities and victors in
Clay is to be m olded, p ap er fo r draw ing, the
w hich com es fro m th e social layers w ith sparse
war. T h e re is th e hum an being, ca p a b le o f trans
canvas is fo r painting in th e obvious activity, th ro w
financial resources prevails in all these spaces.
fo rm in g landscapes, feed in g th e spirit, reform ing
th e paint befo re it dries: in th e career o f th e m a
sentim ents, im p ro ving
terial, to u ch beyond th e brush; crush th e colors,
As is possible to perceive, the age o f globaliza
th e
senses, structuring
tion and post m odern conditions prom ote m al
languages, and sensitizing w hile letting th e p ride
pulverizing ch rom atic logic. Your w o rk is intense.
leable circuits th at provide the con tem porary w orld
o f th e p rim a te c o m e to th e fore.
W o rk until you sw eat and ch ange you r heart.
w ith an intercultural character. M eanwhile, this flow
T he tra n sfo rm a tio n o f clay into m aterial for
o f sym bolic g oo ds provokes tensions and unequal
m anipulation, th e co m preh ension o f its plastici
hu m an ity
relationships. But, even in this state o f imbalance,
ty th e forest d o m in a te d b y will, th e fo rg e d m etal,
discard it an d paint it again, p refer th e earlier version an d exp erien c e d o u b t ab o u t w h ich is
S u ffer w an tin g to leave th e last m essage o f m arked. V io le n tly
risk th e
existing,
postures o f resistance are possible, there is an
th e c e rta in ty o f th e existing tem p e ra tu re , the
opening in which one can p en etrate and reverse
kn o w led g e o f th e c a p a c ity fo r resistance o f w h a t
better. A b a n d o n it, b eg in again, even th o u g h only
th e hegem onic forces, m aking a contam ination
can b e broken , th e hu m id ity th a t will eva p o rate
a little tim e has passed. Feel you rself destroyed,
possible w here an exchange becom es possible b e
in th e atm o sp h e re , th e tim e n ee d ed fo r d ryin g (if
dead, incapab le an d sp ro u t scraping and
tw ee n cultures co m m itted to a rt originating in the
it rains, it will ta k e lo n g er), th e fire, th e cu ttin g
paintin g until you c reate a past. S u b tly veil and
pop ular tradition, w hich, instead o f closing in on
tools, th e torn w ood, th e paper, th e pencil, the
let th e
itself, perm its an expansion o f it esthetic universe.
change
absurd shadows, see th e m onsters, th e cold, rip it
1
in th e
s tate o f th e
m aterial...in
sum,
liquid
run,
d es tro y th e
re
lights, c reate
th e hum an in te rv ention in th e w orld o f atom s.
up , b lo t it out, b u t d o n ’t th ro w it out: insist. Let
/A a ri^ a /AokarzeJ!
The fin g e rp rin t left in th e cold to u ch o f clay, the
th e voices e n c o u rag e you. D o w h a t you d o n ’t
ART HISTORIAN/ ASSOCIATE CURATOR OF THE BIENAL
c h a n g e fro m clay to pot, p o t to filter, filte r to
u n d erstand, b e certain o f th e war, b u t discover
NAÍFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
brick, brick to tile, tile to doll, doll to horse, horse
w h en it end ed.
to bull, bull to d o g biting an iguana carried b e
To c re a te im b u ed w ith this m ystery is singular,
Ph.D. in sociology, M aster’s in A rt History, Pro
tw e e n th e te e th d rag g in g on th e ground: stuck in
is rare, b u t it does exist. W h e n so m eth in g is p ro duc ed thusly, th e results are e x tre m e ly tra n s fo r
fessor o f the Program for the Visual A rts and the
flesh, th e knife cuts and slides in th e o p e n w ound
Technology o f Im ages at the University o f A m a z o
o f th e anim al w h o now b ec o m es food, co o ked in
m ative. Pursued
nia — U N A M A and Director o f the Cultural Space
th e solid pan o f th e Indian.
steps in th e evo lutio n o f a rt and w e b ec o m e
Casa das O nze Janelas (House o f Eleven W indow s).
Im a g in e n o t do m in atin g th e im p etu s o f inspi
2 This s ta te m e n t by A n a M ae Barbosa is c o n
ration. This p o e tic enthusiasm absorbs you c o m
by explications, takin g
g ian t
m ore hum an. W h o know s w h a t really happens w h en w e create?
tain ed in th e in tro d u ctio n to th e fo ld er w ith the
pletely, insinuating hum an fragility an d w ith an
Leaving th e cave behind, d em ys tify in g the
rules
enthusiasm th a t devours reason. There, ev e ry
shadow s to u n d erstand b e tte r th e p h e n o m en o n
p ro m o te d by th e SESC -S P o f Piracicaba.
thin g insinuates. Instability in capac itates you in
o f th e light. W e all have our ow n light an d sha
3 Th e fo rm u la tio n o f this p a rt o f P e te r B u rk e’s
th e co n ten tio n o f reasons. You are no lo n g er c o n
dows; to d a y w e have th e w orld to m asticate. It
of
th e
B ienal
N aifs
do
Brasil
2006,
Cultura Popular na Idade Moderna (Popular Culture in the ModernAge). S ão Paulo: C o m p a n h ia das Letras,
th o u g h t is re c o rd e d in th e bo o k
scious, w h a t you thin k is d o m in a te d . T h e tru th
belongs to th e relationship b e tw e e n hum ans in
passes fa r fro m you r intelligence and b ec o m es a
search o f th e divine, this practice o f ap p re n
n ew born. T h e p ag e turns on every rationalist
ticeship in th e reading an d re-reading, th e re p e
1989, p.68.
philosophical co n ception . Yo ur p e rce p tio n is in a
titio n, th e control, th e do m in io n o ver th e te c h n i
4 N e sto r C anclini’s form u lations presented here
state o f ALERT, can no longer stand w h a t is h a p
que
pening and sim ply lets itself b e raped . C o m
principles w hich rules system s, b u t w hich are
p letely d o m in ated , you are taken o ver b y this
opinions o f authors, those fo rew a rn ed w h o dared
A globalização imaginada (Glo balizationImagined). São Paulo: Iluminuras, 2 0 0 3 .
can b e found in
to
b e tte r
exp ress
oneself.
This
set
of
to say I C A N C R EA TE in co rp o ratin g th e sacred
a kind o f painting erroneously called "prim itive”.
duty, are living believers, they allow for cons
This well o rgan ized, well behaved pro d u ctio n has
ciousness o f them selves, fo rm u late th eir own
its characteristics: frontal, plane com positions
scrupulous codes, have solidarity w ith life. W e
well d efined form s filled w ith lively colors and
need to see, to train th e eye to literacy and to live
th em es linked to th e tra d itio n ally rural — popular
to be able to und erstand A rt. Thus Picasso saw
feasts, co u n try landscapes — alw ays m in iatur
A frican m asks and b ec a m e m o re hum an, it was
ized. O f po p u la r origin, this w ay o f painting was
thus th a t Vitalino m a d e th e m an o f m ud, J.
"enriched" by Tarsila d o Am aral, in her
Borges eng raved and w ro te
cordels,
Pau-Brasil
(Jl)hat (k in d o|¡) n a ij am I? Since 1999, w h e n I did research fo r m y book,
pincéis de Deus: vida e obra do pintor nai'f Waldomiro de Deus (God’s paintbrushes: the life and work of the naif painter Waldomiro de Deus), I have bee n co m in g across a w id e range Os
o f d efinitions o f w h a t is called naif o r p rim itivist
thus the
phase o f th e 1920s. The m odernist openin g had
art. U ntil now, seven years later, n ot o n e has
cultures fused w ith o u t differen tiatin g th e bigger
th e m erit o f rescuing som e pop ular artists from
c o m p le te ly co n vinced m e, since m ost o f them
and better; th e tru th is always o ne and overrun,
an o n y m ity and o f unlocking com m unicatio ns b e
c o m e fro m critics o r g a lle ry o w n ers m o re in te r
o u r culture is o f blacks, Indians and w hites in a
tw e e n th e universe o f th e eru d ite and o f th e p e o
ested in d e fe n d in g certain a c a d e m ic o r m arket
m ix ture m ad e in th e big house, th e slave quarters
ple. It w as in th e w ake o f these advances th a t the
spaces th an in closely o b s ervin g artists and
and th e w oods. W h o e v e r fears th e po p u la r hides
ste re o ty p e d pro d u ctio n m entio ned abo ve was
th e ir w ork.
a m estizo frustration, subordinating history to
consolidated, th a t w hich to d a y has b oth artistic
th eir will, a crooked look a nd p erception in pieces,
pretensions and a m arket.
feeling a b o u t th e surface w ith o u t perceiving the
Generally, th e con cepts m ost used ag re e in defining th e naif style as o ne m arked by lively
The jury o f w hich I w as part, w hile n ot dis
colors, im agination, stylizatio n and a p o w er of
carding those w h o are closer to th e traditional
synthesis bro u g h t to th e canvas w ith an a p p a r
and n ot liking w h a t to digest, hears and starts
iconog rap hy id entified as naif, p rio ritized m ore
en tly ru d im entary technique. In all these respects,
grunts, perceives and does not feel th a t A rt is the
daring productions. These are w orks linked to the
o ne can say th a t art naif stem s fro m th e collec
pure reflection o f w h a t w e are. W e have a show
co n te m p o ra ry world; revealing th e co m p lexity of
tive unconscious.
w ith
is b u b b lin g
urban life and th e rem ainders o f a rural universe
This points to tw o fu n d am en tal elem ents: it is
o ve r w ith A r t th a t is calle d “p o p u la r” w hich
in th e m em ories o f those w ho have m ig ra ted to
in con stant renovation and opens itself to p e n e
b reathes en c ounter and exhales th e sw eat of
th e city. T he m ajo rity o f th e selected w orks is in
tra tio n
w o rk and labor in life.
scribed in this social and cultural co n text, typical
m aintains its ow n nature. P o pular w isdo m and in
form ,
sm elling
but
artists fro m
n o t visualizing,
a
land
w h ich
salivating
by eru d ite
influences, even th o u g h
it
o f to d a y ’s Brazil, w hich is und ergoing this trans
dividual and collective im a g in a tio n ally th e m
RinaSdo S iiv a
form ation. The w orks are surprising in presenting
selves in w orks w hich are hard to defin e u nd er a
PLASTIC ARTIST AND ART HISTORIAN/
inventive plastic solutions in their a p p ro ach to
single cataloguing category.
ASSOCIATE CURATOR OF THE BIENAL NAÍFS DO
present d ay them es. In som e cases, th e re is even
T he o p p o rtu n ity to p a rtic ip a te in th e selec
BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
a critical view o f reality, as w itnessed by p ain t
tion ju ry for th e Bienal Naifs d o Brazil 2 0 0 6 has
Bienai NalJ/s* in tune with the co n te m p o ra ry
ings show ing th e d es truction o f th e en v ironm ent
deepened
or urban crim inality. A lex B enedito dos S antos’
strongly linked to p op ula r art, has still not been
A reprodução de dengue (The reproduction of dengue), one o f th e w orks aw ard ed th e Prize
m anifestation p rodu ced by non eru d ite artists,
o f A cquisition, is w o rth highlighting a m o n g so
based on pop ular them es, gen eral inspired in the
m y conviction
th a t this genre, so
duly valued internally, perhaps because it is a
O f th e m any w h o have aspired to c reate art,
m any pictures o f esthetic and an th ro p o lo g ical in
rural
th ere are few w h o have m an ag ed to avoid the
terest. The pain ter w as n ot in tim id ated by the
th e urban universe, in a go o d m any cases includ ing a rejection o f th e con vention al rules for p a in t
environm ent,
b u t progressively
invading
ban ality o f th e established form ulas and to ven
canvas and th e fre e d o m in his design is notable,
ture into th e exp erience o f spontaneous creation.
n o t just for th e v ig o r o f gesture, b u t also for the
ing, w h e th e r by choice, o r for th e m ajority of
In a N aif Bienal, m ore than any other, o n e expects
con com itance o f the narratives: th e line organizes
artists, d ue to lack o f access.
original, non prejudiced expression and by th e in
space, describes th e facts and subordinates the
Traversing th e w o rld o f th e naif is a broad,
d ivid ual’s desire to com m u n icate and by th e pul
painting, a tte n tiv e to th e so m ber tones o f th e p e
fascinating challenge. To dive into a rt o f popular
sation o f social life. N onetheless, this fre e d o m is
riphery. Jab o ticab a l is n ot N ew York, b ut Santos
origins and to find talent, m akes it o b lig a to ry to
n ot always evidenced in th e w orks sent in for jury
could turn o ut to be Basquiat.
selection. Th a t is because during these tw o years
m e e t th e largest nu m b e r possible o f artists id en tifying characteristics th a t m ake som e o f these
som ething has crystallized as a “naif style,” a w ay
M a ria AÜice M iJ M ie t
o f painting th a t is being rep ro d u ced alm ost in se
ART HISTORIAN / MEMBER OF THE JURY FOR THE
lending th em status n ot just as naifs, b u t placing
ries, thus b ec om ing th e registered tra d e m ark for
BIENAL NAIFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
th e m am o n g th e m ajor nam es in th e universe of
painters exp onents o f th e b est in th e realm o f art,
art, in d e p e n d e n tly o f catego ry , style, n o m e n c la
te e r te a c h e r a t th e In stitu to d e A rtes d a U N ES P
o u ts id e or b e y o n d th e e ru d ite standard s, and
tu re an d th e m a tic , w hich can inclu de th e preva
(A rt
th a t o fte n esc apes us b ec a u s e it speaks to us
lence o f th e oneiric an d th e im aginary, o f social
Paulo), São Paulo Cam pus, w h e re he presented
o f o th e r fo rm s o f
criticism , o f urban violence and th e valuing o f th e
his m a s te r’s thesis,
senting th e
idyllic dim ension o f th e rural areas and o f their
TheHappy Van Gogh: the life and workof thepainter RanchinhodeAssis. He is
ec o n o m ic and social activities.
a m e m b e r o f th e In te rn ational A s sociation o f A rt
bee n
Critics (IIA C - Brazil S ection).
artists or th ose w ith o u t training o r th e sim ply
For all this, a fte r th e initial phase o f th e Bienal
Institute o f th e
S ta te
U niversity o f São
comprehending and repre
w o rld
If this had been taken seriously, it w ould have p erceived
long a g o th a t th ese p o p u la r
m arginal are n o t ou tsid e o u r c o n te m p o ra ry reali
th a t w as run b y th e enthusiastic research er and to
O/Scar D ’ A m b ro /s io
ty, w ith th e ir tensions and anguish, th e ir hopes
S E S C / Piracicaba, beg inn ing in 2 0 0 4 , th e pres
JOURNALIST AND ART CRITIC / MEMBER OF THE JURY FOR
an d dream s, even th o u g h th e y c an n o t b e c o n
ence o f an ou tsid e c u ra to r m a d e it o b lig a to ry to
THE BIENAL NAIFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
fined to exclusionary them atics, or fro zen form s
c u ra to r
d e b a te
A n to n io
th e
N a s c im e n to ,
c o n n e c te d
nature o f this d e c a n te d
a rt
o f representation. In th e d yn a m ic o f culture, the
naif.
naif will
How ever, allow m e th e liberty o f statin g that,
A r t B ejon d S te ro tjp e /s
o n c e again, th e issue is g en erally placed on th e
status o r by choice, try to tra n slate th e ir sen ti
ta b le in a w ro n g way. The critics are asked w h a t naif is. W o u ld n 't it
alw ays speak o f th e individual's will to
create. Those w ho, d u e to th e ir so c io -eco n o m ic
Naif, in g en u o u s
a rt, p rim itiv e a rt, sp o n ta n e o u s
m en ts a b o u t th e w o rld into an esth etic languag e
d isco ve ry o f
o u tside th e con vention s o f th e elite, a n d this is all
Douanier and th e influential presence
th e m ore successful w h en th e d e e p e r th e w orld
selves nai'fs? A t th e m o m e n t in w hich th e c re
o f Asian and A frican a rt in E u ro p e a t th e end o f
o f im a g in a tio n used to express it and th e g re a te r
ators, fro m alm o st eve ry sta te in Brazil, d e c id e to
th e nin eteen th and b eg inn ing o f th e tw e n tie th
th e o rig in ality or th e technical d o m inion over
send th e ir w o rk to b e eva lu ated b y a selection
century, th e re have b ee n num erou s term s th at
th eir m eans o f expression.
jury fo r p artic ip a tio n in the Bienal Naif, it is a p
s o u g h t to e m b ra c e th e d iversity o f an a rt th a t es
p ro p ria te to ask w h a t led th e m to d o so.
c a p e d th e eru d ite canons o f th e o cc id en tal tra d i
th e m e m b e rs o f th e jury b ro u g h t re a d y m a d e
b e m o re logical to invert th e que stio n and ask
art, in n ate art... Ever since th e
th e artists a t th e eve n t w h y th e y co n sider th e m
R ousseau’s
This vision o f
naif w as
n o t so m e th in g th a t
W h y d o th e y believe th e y are nai'fs? W h e n
tion. Initially view e d as p ro d u c tio n w o rth y o f
a n d finished in o rd e r to b e a b le to assess th e
th e y look a t th em selves in th e m irror o r w hen
c o n fin e m e n t to a c h a m b e r o f horrors, it later
nea rly 8 0 0 w orks sen t in to P iracicab a fro m a l
th e y look a t th eir w o rk b e fo re p u ttin g it in the
c a m e to inspire van guard E u ro pean m o vem en ts
m o st eve ry p a rt o f th e co u ntry. It w as th e e x
m ail, th e y id e n tify them selves, m ore o r less c o n
w ith o u t how ever alte rin g th e undisguised d e p re
tra o rd in a ry w e a lth a n d th e m a tic a n d fo rm a l d i
sciously in each case, as nai'fs and w hile aw aiting
c a to ry to n e th a t c o n tin u ed to m ark it fro m th e
versity o f th e s e w orks th a t im p re ssed all o f us,
th e jury's decision — w h e th e r positive or n e g a
a rt th a t n e e d ed no d e s crip tiv e ad je c tiv e because
a n d th e y d e lin e a te d b y th em selves th e criteria
tiv e — o f necessity in th e in tim acy o f th eir souls,
it w as con sidered art, w ith its esth etic codes th at
fo r th e selectio n an d a w a rd in g o f prizes. No
th e y fa c e th e question: W h a t (kin d o f ) naif am I?
alw ays p re te n d e d to b e th e universal.
d o u b t th e task w as q u ite difficult, b ecause m ay
Naif. A lesser art,
The Bienal jury w ith all its hum an lim itations
in sum , th a t excuses us
m ore d es erved to b e chosen and a w a rd e d prizes.
and reg u la te d attrib u tio n s gives eve ry o n e its a n
fro m u n d ersta n d in g it in its o w n term s, w h e th e r
B u t also b e y o n d a d o u b t, this is e v id e n c e o f th e
swer, o n e o f th e m an y possible. D u ring the next
as th e creatio n o f p eo p les calle d
primitives or o f
g ro w in g im p o rta n c e th a t this Bienal gains w ith
tw o years th o se w h o w ere eva lu ated , w h e th e r
th e poor, illiterate a n d c ra z y in o u r societies.
th e y e n te re d th e 2 0 0 6 Bienal o r not, can reflect
Thus, it is n o t surprising th a t , in affirm in g th e
e ac h n ew ed itio n .
on th e results a n d — p erhaps — send in new
idea o f a style b elo n g in g to th e naif, it g ive w ay
M a r ia Lucia M onte/S
w orks on this sam e question in acc o m p an yin g
to s te re o ty p e m o re th a n to a c o h e re n t vision o f
ANTHROPOLOGIST / MEMBER OF THE JURY FOR THE
th e m in a perennial way.
this creatio n , fro m an an th ro p o lo g ic a l o r e s th e t
BIENAL NAIFS DO BRASIL [BETWEEN CULTURES] 2006
— But, in th e end, w h a t (kin d o f) naif am I?
ic p ersp ective. Echoes o f a no s talg ic R o m a n
O scar D ’Am broiso, journalist, a u th o r o f the
ticism th a t alw ay s p re fe rre d th e c o u n try to th e
pincéis de Deus: vida e obra do pintor naif Waldomiro deDeus (God’spaintbrushes: the life and work of the naif painter Waldomiro de Deus), Contando a arte de Ranchinho (Telling a b o u t th e a rt o f R anchinho's) an d Contando a arte de Waldomiro de Deus(Tellingabout theart of WaldomirodeDeus), am o n g others, is a vo lu n books Os
city, associating th e p o p u la r w ith th e th e
authentic ro o ts
folkloricas
o f a cu lture, fre e z in g th e m
E x h ib itio n Between CuJtureAs popuüar m a tric e s
into a c ertain c re a tio n calle d sp o n ta n e o u s (even th o u g h it w o u ld b e m o re d iffic u lt to c e rtify its
"W e
authenticity...) th a t
b o u ndaries o f a rt and th e a rt w orld, an influx
c o n q u e re d its o w n niche in
th e m ark e t. It w o u ld have b ee n b e tte r to look
what this other a rt says to us, c re a te d
for
surely
need
e x h ib itio n s
th a t
q u e s tio n
th e
o f tru ly in d igestible ‘o u ts id e ’ artifacts.” Jam es C lifford (1 9 8 8 )
A t the beginning o f modernism , th e aspiration to
exhibit o f Popular A rt w hen a t th e time, I was much
In the 1990s, having th e guts to show different
"total a rt” led to interesting experim ents in inte
m ore radical than to d ay and didn’t even accept the
cultural codes in th e sam e space I was m isunder
grating arts as language, content and spectacle.
designation Popular Art, because it had been creat
stood, even while w orking w ithin a system th at
Voltaire’s Cabaret and th e Russian Ballets o f Serge
ed by the hegem onic intellectuals to nam e the "oth
should be equal for all. N o w let us see w h at will hap
Diaghilev w ere m agnificent examples. But a contra
e r”. W h a t w e w ere doing was to show the Visual
pen during th e tw en ty-first century.
diction circled Modernism: an anxiety for classifica
Culture o f th e People, which those w ho are instruct
Beatriz Sarlo 2 reminds us th a t “faced w ith the
tion that led to m any "isms” in erudite art and a di
ed in the critical script o f th e Europeans were, and
specialization o f culture (th e com partm ents o f the
vision o f A rt based on social class, while also
continue to be, incapable o f recognizing as cultural
vanguard and the popular com partm ents, both spied
separating the A rt o f the people into various frag
production, and m uch less as Art.
on by the m arket) the political view will produce a sys tem o f networks [...] These networks, whatever their
ments. A t the present time, I would say th at m ove
For m e the problem of interaction betw een cul
ments. in the direction o f destroying barriers b e
tures — th e m arginal and th e central, betw een
meaning, are not a new system o f hierarchies, but b e
tw een the arts and betw een th e erudite and popular
"High” and “Low ”, betw een local and global — is not
fore that, a space to m axim ize the visibility of differ
codes have begun to experience som e victories.
just a confrontation betw een dom ination and sub
ences, oriented not just to change, but interested in
O ne o f these is this exhibition w here I, w ith the help
ordination, it is a continuous tension, and is better
th e d em ocratization o f cultural institutions as well.”
o f o th e r curators and artists, have tried to inter
distended in music than in the o th e r arts in Brazil.
relate Popular A rt and the Visual Culture o f the
The Naseem
Khan
report,
The Arts Britain
Cultural criticism, m ore than A rt Criticism, has been opening th e minds o f th e university students
People w ith the production o f the erudite artists
Ignores, produced for th e Gulbenkian Foundation in
w ho w ork w ith popular matrices. I though t th at it
1976, dem olished the fruitful possibilities o f this cul
w ho cite th e popular w h o w ere invited now, only
would be difficult to convince th e erudite artists to
tural tension. Even though it called for m ore fu n d
o ne did not accept th e invitation d ue to tem porary circum stantial reasons, w hich m ad e him fearful o f
w ho study A rt .Therefore, o f all th e erudite artists
participate in an exhibition alongside popular artists
ing for th e “Ethnic A rts” (an o th er dubious classifi
w ho have no formal education and with workers who,
cation for Popular A rt), produced by imm igrants in
being seen am ong th e A rt o f th e People. This is
through images, are similar to advertising agents for
England, it recom m ended: “th a t
harm onization
great progress com pa re d to th e 1990s, w hen I
th e poor. They call attention to their products, their
should be achieved by recognizing th e different
could find no support am ong artists and A rt critics
stores and w hatever they sell on the streets, using
com m unities as culturally separate."
for the m ulticulturalist project th a t I developed.
W h at was recom m ended provoked the cultural
Only th e anthropologists and th e cultural critics,
I believe th a t I w as tra u m atized by th e reaction
“ghetto-ization” o f the poor and the multiplication of
along w ith intellectuals such as Sueli Rolnik, Maria
o f th e com m unity o f critics and young co n te m p o
stereotypes about the culture o f the minorities, in ad
Lúcia M ontes and Claudia Toni dared to write, sup
rary artists in th e 1990s, against m y investm ent in a
dition to furnishing exotic entertainm ent for the rich.
porting this audacious proposal.
m ulticultural project for th e M useum o f C o n te m
A rich society such as that o f North America built sep
porary A rt o f th e University o f São Paulo. The o f
arate museums for Latin Am erican Art, Black Artists,
For this exhibition, [EntreCulturas] matrizespop ulares(B etw e en Cultures: popular m atrices), I w ro te
fensive rem arks I heard m ad e th e ep ithet "crazy”
Asian Artists, W om en Artists, etc, but maintained the
a short text, em phasizing th e idea o f showing three
sound like a eulogy to m y ears. Having m y nam e on
exhibitions in the M O M A as a symbol o f distinction, to
distinct cultural codes a t th e sam e tim e and sent it
th e black list o f th e m useum going elite m eant
which all artists from whatever origin aspired.
to three friends w ith w h o m I have been exchanging
com m ercial images o f popular inflection.
nothing com pared to th e w ar th a t those w ho d o m
It is impossible to develop a culturally multiracial
ideas over the last ten years, inviting them to work
inated th e A rt system set o ff against th e fact th at
society by basing ourselves solely on differences; it
together. They are: D octor Leda Guimarães, o f the
w e m anag ed to convince th e poorer classes to fre
has been in th e nam e o f difference th at th e poor
University o f Goiânia, w ith w hom I have been dis
Carnavalescosexhibi
com m unities have been denied th e right to exercise
cussing th e Popular for the last five years, exchang
tion, which presented carnival allegories w hich
their abilities w ithin C ontem p orary Art. This desig
ing ideas over lectures and trips; doctor Marisa
com m en ted on th e universe o f A rt, I had to listen
nation “C ontem p orary A r t” is reserved for those
Mokarzel, professor o f th e University o f Am azonas
to th e follow ing rem ark in reaction to th e large
happy few o f th e m iddle class, sophisticated by the
in Pará, director and curator o f th e
num ber o f visitors from th e w orking class, “N o one
erudite, w hite and Europeanized Culture.
Casa das Onze Janelas (House
q uent the m useum. A fte r th e
Espaço Cultural
o f Culture o f the
Eleven W indow s), w ith w h o m I have been convers
w h o counts will co m e to this m useum anymore!!!”
As the artist Lubaiana Him id1 puts it so well, for
Is there any view er w ho does not count for a p u b
her, success w ould be to see her w ork in five differ
ing about m odernism and post m odernism , as well
lic m useum?
en t places at th e sam e tim e and not a progression
as th e con cept o f C ontem p orary A rt in th e m any
o f steps from showing in th e back o f a restaurant to
places w e have met; and R o berto Galvão, artist, cu
Glaucia Am aral and May Suplicy’s m agnificent
Art Periférica: combogós, latas esucatas (Perifipheral Art: com bogós, tin cans and scrap iron)
exhibit in a gallery o f ethnic art and later at th e Tate.
rator and art historian. W ith him and Lúcia, his wife,
This idea o f success as a progression o f places is
the conversations range from art to life, always irri
(O cto b e r 199 0) was erroneously interpreted as an
still very m odernist.
gated w ith lots o f shrim p and coconut water.
exhibition
To m y g re a t happiness, th ey acc ep ted th e invi
w ith one o f the m ost erudite artists o f Brazil, w ho
sandwiches”. Ariano, you w ere right. “ Look at m e”
tatio n to b e associate curators. W e also needed an
since the 1960s has been seeking to influence the
here, valuing th e cultural hybridism and trying to
associate cu rato r in Recife, w h ere I have m any
co u ntry’s cultural policy in th e direction o f val
produce, w ith m y friends from various places in
friends fro m over the years. I d e c id ed to invite
orization o f th e popular. This construction o f an
Brazil, a cultural b an quet w here similarities unite di
Rinaldo. D espite his being a new friend, I adm ire
eru d ite-p o p u lar conversation has interm ediation of
verse codes and differences gain egalitarian visibil
Onça Caetana transforms into Moça Caetana (T h e Girl C a e ta n a ) o f Daniel
ity, side by side, in com m on disaccord.
his A r t w o rk ve ry m uch. M y plans w ere to w ork
M acedo’s work. The
w ith th em in th eir hom e states, how ever life con
the
spired to ch a n g e those plans and I was ab le to go
M acedo w h o learned to deal w ith th e turm oil o f vi
only to Fortaleza, Teresina and U beraba. I w orked
sual language through the Arm orial M ovem en t led
ready m entioned, I also w ant to thank tw o m ore
via e-m ail w ith th e associate curators and m y con
by A riano Suassuna.
friends, Luís Nogueira and G erardo Vilaseca, for
sultant friends, Darían Rosa (Brasilia); E lizabeth M.
The
MovimentoArmorial, baptized
in th e 1970s
In addition to thanking th e associate curators, consultants and goo d friends w ho nam es I have al
their help and for th e energy they provided, along w ith Gláucia Am aral, so that I not give up.
M arques
"was devoted to struggling again th e process o f d e
Carvalho (P araíba); M arcelo C o utinho (P e rn a m
characterization and vulgarization o f th e Brazilian
buco); Robson X a vier da Costa (P araíb a) and
culture, [...] at th e sam e tim e that it sought an eru
Gláucia A m aral, m y chosen sister, w h o spent a lot
dite Brazilian art based on th e popular roots o f our
of her precious tim e helping m e w ith decision
culture”, says Ariano in an interview. This was hap
m aking and w ith th e research.
pening a t a m om ent in w hich "High M odernism ”
[Entre CulturasJ Matrizes Populares (Between Cultures: Popular Matrices), m y recogni
tion for your plural vision o f Brazilian culture.
A g u ia r
(R io
G ra n d e
do
Sul
);
Lívia
I thank the collectors w ho lent works for their generosity. To th e artists w h o agreed to participate in the exhibition
I thank everyone very much since w ith the
was dom inant, form alism was the critical creed and
health problem s in m y family, these nine friends
the word “roots” sounded worse than pornography.
Through Nivaldo, w ho gave up his candy stand
have been m y eyes and m y action. I planned the
Before dying, this vanguard in the throes o f its
for th e exhibition, I thank th e workers who, while
nucleus o f th e exhibit based on a dialogue am ong
death struggle, condem ned A riano and his follow
not being considered artists by them selves or by
AmetamorfosedaOnçaCaetana(The
ers to hell. H e stated that the Arm orial (m o vem en t)
the com m unity o f critics, have visually enriched
m etam orphosis o f the jaguar C aetana), a tapestry
was the real elite in a w ay th a t seem ed to m ean that
their surroundings or the tools o f their trade.
produced by the Casa Caiada m anufacturer in
the peo ple are the genuine intellectual elite in the
Pernam buco, based on A riano Suassuna’s draw ing
country. Many w ere horrified.
three works:
(fro m
th e
co lle ctio n
of
M.
Ligia
de
A m o rim
Ten years later, U m b e rto Eco, w ith
TheNameof
Girl C a eta n a) by
the Rose, w ould
o p e ra te w ith values q uite similar
Daniel M acedo de Natal, fro m th e collection of
to those o f th e
Movimento Armorial, fusing
Umdia édo Caçador, outro da Caça(One day belongs to thehunter, the other to theHunted) a jaguar at rest by th e housepainter
erudite into a d etective story w ith pop ular roots.
Barbosa);
A Moça Caetana (T h e
A n ton io Marques, and
I conclude by citing Gavin Jantjes, an outsider to hegem onic circles, as I view myself: "Art is not a sim ple part, but the com plex heart o f our cultural b o d y ."3
Ana /Aae B a rbo sa
the
State of the
A riano was m ade Secretary o f C ulture fo r Per
1 Lubaiana Himid. In: Sandy Nairne.
nam bu co and to d a y is celebrated by th e media,
Art. London: A
Channel Four Book, 1987, p. 240 .
Paisagens Imaginárias. (Im a g in a ry
w ho tu rn ed this intellectual, kn o w ledgeable abo ut
2 B e atriz Sarlo.
The w ork o f Inácio da Silva proved th e m ost
th e M iddle Ages, into a pop ular phenom enon. My
Landscapes) São Paulo: EDUSP, 2 0 0 5 , p. 63.
difficult to acquire. The photos Leda sent me, o f
husband and I w ere friends o f A riano and Zélia in
3 Gavin Jantjes.
the walls he painted, are exuberant. This is how he
Recife, and w e have the best m em ories o f them .
Gallery and A rtrag e 2, Londres, 1983.
earns his living, by painting walls, and he had no
W h en w e d ec ided to c o m e to São Paulo, he pre
tra n sp o rtab le w ork. W ith th e sam e professional
d icted th a t w e w ould end up "m aking bologna
B IB L IO G R A P H Y
ism o f an eru d ite artist w ho needs sponsorship to
sandwiches in a São Paulo luncheonette." This im
Himid., Lubaiana in Sandy Nairne.
realize an installation, Inácio da Silva o ffered to
ag e has follow ed us, and w ith our som etim es diffi
fro m Goiânia, Inácio da Silva.
paint som ething for us. The jaguar fro m th e w e s t
cult status as northeasterners in São Paulo, when
ern central region was born gloriously from this
things w ere not going as w e deserve, w e would
com m ission, and in th e exhibition, cautiously o b
say to one another, “It w ould be w orse to be sell
serves, Susassuna's O nça
Caetana (The Jaguar
ing bologn a sandwiches!”
Critical Perspectives, Edward Totah
G avin Jantjes.
Critical Perspectives, E dw ard
Paisagens Imaginárias (Imaginary Landscapes). São Paulo: EDUSP, 2 0 0 5 .
Sarlo, Beatriz.
Caetana. W e have, th erefore broug ht into our exhi
But thinking things over, to extrapolate, interterritorialize, mix, struggle against hegem onic ex-
(is this Popular A rt? I prefer to call it th e Visual
clusionism ,
Culture o f th e P eople since this term is less sullied
Am erican and European codes from within the
w w w .raw art.com
by the ill will o f th e hegem onic cultural p ow er)
walls o f the university is alm ost “selling bologna
w w w .karandash .com .br
th e
d ictato rs h ip
of
w h ite
Totah
Gallery and A rtra g e 2, Londres, 1983
bition th e d ialo gue o f an artist w h o paints walls
against
Stateof theArt.
London: A Channel Fou r Book, 1987.
SITES w w w .galeriabrasiliana.com .br
EÜ Bra/sií enbre cuJtura4
veces los con torno s nacionales en las acciones exp erim en tales y en la realización.
Desde q u e fu e cread o, en 1946, p o r em presarios
A partir d e esas directivas, la
Bienal Naífs do
lo urbano a lo rural. Con el carác ter intercultural de este m o m e n to co n tem p o rá n eo es posible que descubram os có m o la expansión del universo es
del co m ercio y servicios, el SESC ha d es arro lla
Brasil tu v o origen en el Sesc Piracicaba, en el año
tético N aif nos ayuda a identificar los contactos
d o un p ap el c re c ie n te y significativo en la bús
1986, renovándose a cad a edición en la m anera
culturales inevitables que anim an esas p rodu ccio
q u e d a p o r la m ejo ra de la calid ad d e vida del tra
d e p rese n ta r al público las características plásti
nes culturales y artísticas y tam bién, cuánto d e b e
b a ja d o r del co m e rc io y servicios y sus fam iliares.
cas de esa m irad a sensible y esp ontánea, en el
m os todavía cam biar para co m pren der el real sen
Es ésta una fu n ció n q ue vien e d es em p e ñ a n d o
c o n te x to d e la cultura brasileña. C o n cebida c o
tid o d e la diversidad.
con el in tu ito d e a c e n tu a r valores intrínsecos de
m o un esp acio para una o p o rtu n a carto g rafía de
DaniHo SanboA d e M ira n d a
la produ cció n artística, la Bienal Na'ífs siem pre
la cultura nacional. En un com prom iso con el desarrollo social, eco
trajo consigo la m isión d e redefinir criterios para
nóm ico y cultural del país, vem os en el evento la
un q u e h acer artístico m ás d e m o c rá tic o y con vis
transmisión y el m antenim iento d e tales valores,
tas a la fo rm a ció n co n tinuad a de público.
pasando de una generación para la siguiente,
En las ediciones anteriores, la Bienal Naífs
com o fuente inagotable de bienes tan preciosos
con tinuó c o m o una intervención sociocultural sin
com o la vida y las relaciones humanas, un aprendi
te n e r c o m o ob jetivo la in term ed iación del artista
zaje q ue nace de la práctica del quehacer artístico.
y su ob ra sino un d iálo go franco y d irecto del a r
En los diversos ram os de la acción cultural, la
tista con el público, o rien tad a p o r la política d e la
Bienal Naífs d o Brasil representa una d e las v er
en tid ad qu e espera alcan zar en el pan o ram a del
tien tes m ás ricas de la producción artística na
a rte y d e la cultura la disolución d e ciertas fro n
cional. Con reco n o cim ien to internacional, el arte
teras, valores y significados.
naif p ro d u cid o en el país p roye cta a m uchos a r
En esta 8 § edición, “En tre C ulturas”, dam os
1 O ctavio Paz, escritor e intelectual mexicano, Prem io Nobel d e literatura en el año 1990, a pro pósito de su ensayo sobre las diferencias entre el arte y la artesanía “El uso y la co n tem plación”.
Bienal! Na'í|[/S do Bra/siüs e n tre cui¡tura/S En una dem o s tració n de política d e resistencia, el SESC Piracicaba y A n to n io N a scim ento crearon
sus
secuencia a la dinám ica d e transform acio nes tra
hacen 14 años la Bienal Naífs d o Brasil que, d es
obras, y ju n to co n ellas a su p ueblo y su cultura,
duc id a en la expansión d e las relaciones entre
d e el com ienzo, se disting uió por la b úsqueda de
en diversos m useos del m undo entero.
tistas
brasileños,
q ue
pasan
a
p resentar
a rte naif, produ cció n visual pop ular y las rep re
la au ten ticid a d co m o in stru m ento d e afirm ación
La Bienal, desarro llada por el SESC São Paulo,
sentaciones m ás diversas sobre el pueblo. Con
an te los prejuicios. Era el m o m e n to d e la lucha
en la a ctu alid ad tie n e en su difusión el en riq u eci
una p ropu esta de interrelacionar culturas, a fir
por la visibilidad d e una pintura p oco reconocida.
m ie n to del acceso d e m o c rá tic o a la cultura y al
m an d o diferentes m iradas co m p ro m e tid a s con
La últim a Bienal Naif, q u e tuvo c o m o curad or
ocio. Incentiva y valoriza las m anifestaciones a r
las expresiones populares, la Bienal en 2 0 0 6 pre
al crítico Paulo Klein, am p lió el con cepto, al in
tísticas relacio nadas a las tradiciones brasileñas
te n d e b rindar otra sensibilidad q u e vaya m ás allá
cluir a los artistas que, no o b s tan te el nivel d e es
y m an tie n e vivos la p articipación social crítica y
d e las tradicionales distinciones en tre lo sagrado
colarid ad y la clase social a la q ue pertenecían,
el ejercicio de la ciudadanía.
y lo pro fan o en la obra d e arte, o aún, co m o tan
tra b ajab an con m itos e iconografía popular.
A b ra m Szajman
bien lo señaló O cta vio P a z1, q u e sea transgreso-
En esta Bienal con tinuam os am p lian d o las re
ra, d e cierta form a, d e los antiguos cultos al arte.
laciones difíciles d e sep arar e n tre el d e n o m in ad o a rte
naif y el arte
p o p u la r e intensificam os la d i
PRESIDENTE DEL CONSEJO REGIONAL
En realidad, lo q ue tam bié n pretendem os, es
DEL SESC DE SÃO PAULO
reiterar q ue los límites entre las definiciones vi
solución d e territorios a ñ a d ien d o la cultura visual
En 5a/s ¿Tonteras de 5a/S cu5bura/i
gentes para el arte ingenuo, naif, arte autodidacta,
del p u e b lo y las representaciones eru d itas c o n
arte popular y arte con tem as populares, son ex-
tem p o rá n e a s q ue incorporan lo popular. Ésta
cluyentes y han perdido significado en los tie m
p ro b a b le m e n te no es una Bienal d e la pureza
pos actuales. Y de esa form a, por la disolución de
naif, sino d e la contam inación, de la afirm ación
En la política cultural del SESC, los lím ites entre
las dem arcaciones qu e regían en ese específico
d e d ife re nte s testim onios visuales c o m p ro m e ti dos con la cultura del pueblo.
lo q ue se d e fin e co m o cultura p op ular y co m o
dom inio artístico, optam os, d e com ún acuerdo
cultura eru d ita se flexibilizan perm an e n te m e n te .
con la curaduría y su co -curad uría, p o r c o m p a r
Fueron los prim eros m odernistas que, en su
Existe una igualdad d e o ferta s en el con jun to es
tir con el público las características d e ese tránsi
guerra co n tra el aca d em icism o le atrib u yero n im po rtancia y le dieron visibilidad al a rte d e los ni
p ecífico d e las expresiones artísticas evidentes
to p erm an e n te d e bienes sim bólicos qu e se reali
en la valoración d e las m anifestaciones artísticas
za entre las variadas culturas en Brasil, y está
ños, d e los locos, d e los indios, de los africanos y
tradicionales, en el tránsito q u e va d es de lo local
m arcado p o r los flujos q ue van y vienen desde el
d e los au to didactas, co m o cód igo s culturales
hasta la pluralidad cultural, sobrepasando m uchas
centro hacia la periferia, de lo local a lo global, de
construidos al m arg en de los valores dom inantes.
M e p arec e incluso q u e el a rte d e los locos, de
En la a c tu a lid a d , la situ ació n ha ca m b ia d o . En
P o r o tro lado, es clasista el p e d id o d e a u te n
los niños y d e los ingenu os a u to d id a c ta s sirvió de
la co n d ició n p o s tm o d e rn a , el fem in ism o y el m o
tic id a d para v a lo riza r el A r te N a if pues esta a u
m arketin g para la o b ra d e aq u ello s artistas m o
v im ie n to d e artistas afro -a m e ric a n o s res p o n d ie
te n tic id a d se ha v e n id o d e fin ie n d o p o r la clase
derno s. R e cla m a b an la lib e rta d d e co n cep ció n y
ron a la exclusión d e los círculos d e los artistas
social del artista. Para ser N a if au té n tic o , ¿hay
creación, liberación d e las no rm as y, en el caso
con
la narrativa,
q u e ser pob re, ile tra d o o ig n o ra n te y a u to d id a c
d e los expresion istas y surrealistas, d e fe n d ía n la
a h o ra c o m p ro m e tid a y d e co n n o ta c io n e s críticas
ta? En la so c ie d a d d e la in fo rm a c ió n exigir ig n o
exp resión
en relación a la s o c ied a d excluyente.
de
la
in te rio rid a d
del
ser
h um an o
pedigreeq u e sufrían, re to m a n d o
rancia para co n firm a r a alg u ien c o m o artista en c u a lq u ier c a te g o ría es an a cro n is m o . U n o d e los
c o m o génesis del arte. V a lo riza r el rasgo in genu o
Muchos artistas negros, com o Faith Reingold y
d e los no escolarizados y el orden oculto del arte de
A m inah Brenda Lynn Robinson, a pesar d e haber
tra b a jo s
los niños y locos era va lo riza r los o ríg en es in te r
e studiado en la Universidad, la últim a d e ellas inclu
"R afting nas c o rre d e ira s ” (R a ftin g en los ráp id o s)
nos del a rte q u e ellos m ism o s practicab an .
so había hecho m aster y había sido profesora uni
d e R ó m u lo C a rd o zo , d e m u e s tra el acc eso a la in
versitaria d e Design, eligieron delib erad am en te el
fo rm a c ió n q u e tie n e n los artistas n aif y pop ulares
Sin e m b arg o , buscaron clasificaciones para
e leg id o s
por
el ju ra d o
este
año, el
estos c ó d ig o s e m e rg e n te s , co n el o b je to d e d ife
c o m p o rta m ie n to visual
naifeorno dem ostración de
incluso en len g u a extran jera. La T V a b ie rta quizás
renciarlos en relación al có d ig o elevado , eru d ito
rebeldía con tra los valores celebrados p o r los blan
haya sido des p u és d e la radio el veh ícu lo m ás d e
que
cla s ific a c io n e s
cos. Por o tro lado, artistas afro-am ericanos, (inclu
m o c rá tic o d e co m u n icac ió n , al o fre c e r las m is
arb itrarias c o m o A r te Naif, A rte Prim itivo, O u t
y en d o to d o el co n tinente am ericano), q u e trabajan
m as info rm ac io n e s para to d a s las clases sociales.
siders, A rte Popular, A rte Ingenuo, A r te incito,
a partir d e las raíces africanas, fre cu en tem en te eran
A rte Tradicional, A r te Étnico, A r te E sp o n tán eo e
llam ados d e
p ra c tic a b a n .
A p a re c ie ro n
"painters of the sacred heart'
na'ifsy
N u n ca en n uestra historia la cu ltura del p u e b lo
narrativos por la crítica h eg e
tu v o ta n ta in fo rm ac ió n , lo q u e am p lía su signifi
(W ilh e lm
mônica. Un ejem plo es M anuel M endive d e Cuba y
cación para la soc ied a d , b as ta co n p restar a te n
U h d e). A lo largo del tie m p o las clasificaciones
p od em os citar tam b ié n a algunos pintores Im a-
ción a los te m a s p o líticos q u e inspiran m uchas de
m u y gen éricas se fu ero n d e s c a rta n d o p o rq u e re
gistas d e C hicago (1945-1975). Lo co n tradictorio es
las obras eleg id as p o r el ju ra d o d e esta Bienal
velab an m u y clara m e n te prejuicios, c o m o arte
q u e siendo llam ados d e naif por los “otros" d e rrib a
Naífs do Brasil [E n tre C u lturas].
prim itivo, para des ig n a r el a rte d e Á fric a y d e los
ron las definiciones d e
ingenuo y de
El gran n ú m ero d e tra b a jo s env iado s para
artistas
"outsider” com o au to d id acta o loco y otras m uchas
esta Bienal, el m a y o r n ú m e ro d e estos 14 años y
incluso
a u to d id a c ta s .
Para
estos
últim os,
se
naif co m o
naif, es decir,
definiciones excluyentes, lim itantes, d e te rm in a n
casi un 4 0 % m ás q u e en la ú ltim a Bienal, d e
ingenuo, usado p rim e ra m e n te para definir la obra
tes d e te rrito rio s d e m a rc a d o s c o m o g u etos. Ray
m u estra la ebu llición cu ltu ral del p u eblo . Es v e r
y al artista H e n ry Rousseau, un c o m p a ñ e ro pobre,
Yoshida , por ejem plo, afirm ó en diversas o p o rtu n i
d a d q u e la am p liac ió n del a lcan ce d e esta c o m
no m u y letrado, q u e era fiscal d e ad u ana, una
dades qu e no hacía distinción en tre arte tribal, folk,
p eten c ia al co n v o c a r no sólo a los artistas naif
profesión c o m p le ta m e n te d esprovista d e e n c a n
vernácula, naif u "outsider”. Es im p o rtan te notar
sino ta m b ié n a los p o p u la re s q u e se sab en no in
to para los qu e preferían m o rir d e h a m b re a tra i
qu e su posición no era ni siquiera binaria, los artis
g en uos influyó en el m a y o r n ú m e ro d e in scrip cio
cio n ar su arte, a a c e p ta r aqu el tip o d e em pleo.
tas distintos por un lado y los sin distinción p o r el
nes q u e en los años anteriores.
Pasado el p e río d o heroico del p rim e r m o d ern is
otro, pues afirm ab a qu e si había qu e considerar a
P ero cre o q u e el a u m e n to d e inscripciones y
m o, llegam o s al a lto m odernism o, c u a n d o sólo
los outsiders por separado deb ía incluirse en tre
la b u e n a c alid ad d el d ib u jo y la p in tu ra se d e b e n
valían el A rte A b strac to , el
a d o p tó d e fo rm a am p lia el té rm in o
M inim alism o y el
ellos a V in cen t Van G ogh, A u guste Rodin, Edvard
p rin c ip a lm e n te a la d ifu sió n d e exp erien c ias d e
C o n ceptualism o , q u e cu a n to m ás h e rm é tic o m ás
M unch y tam b ié n al artista japonés Sharaku. Para
a p re n d iz a je d e A rte e n tre el p u e b lo a través d e las O N G en to d o Brasil y p rin c ip a lm e n te d e
pod ero so . T od o lo q u e era p o p u la r no se podía
él, era la visión personal intensa e m p a p a d a en una
defend er. R einaba el rep u d io a la narrativa, a la re
poderosa e inventiva fo rm a visual la q u e caracteri
los Talleres d e A r te m u ltip lic a d o s p o r el E s tad o
velación del e n to rn o del artista, y hasta a la fig u
za b a el a rte d e los "outsiders”. El jurado d e la Bienal
d e São Paulo en d o n d e vive casi la m ita d d e los artistas p o p ula res inscritos. V e rificam o s esto al
ra. Para a lc a n z a r el ideal d e la "au to n o m ía abs olu
Naífs d o Brasil — Entre culturas trabajó con los va
ta d e la o b ra d e a r te ”, p re g o n a d o p o r C lem en t
lores d e Yoshida. Lo que buscaron valorizar fue la
leer los currículo s d e los p artic ip an tes , lectura
G rinberg, era preciso ab ju rar d e las referencias.
exuberancia d e la im aginación co m binada con una
q u e nos inspiró el d e s e o d e in vestig ar el universo
na'if, q u e
había c o n
construcción visual convincente. El lector d eb e
d e los a rtis ta s pop u la res . B u scar s ab er c ó m o
q u is ta d o a u to n o m ía d e m e rc a d o (a u n q u e d e
co n co rd ar en qu e hay m uchas pinturas d en o m in a
descubriero n el A rte estos artistas, q u é estím ulos
fo rm a s e p a ra d a del a rte h e g e m ô n ic o ) y hab ía
das N a if irritantes p o r la exhaustiva alusión a las
recibiero n d e las in stituciones d e sus ciudades,
c o n q u is ta d o a co leccio n a d o res d e s d e c o m ien zo s
fiesta d e San Juan y a las bod as en el c a m p o y m u
c ó m o eva lú an su a c tiv id a d artística, q u é c o n
del siglo XX , sufrió el p rejuicio d e los críticos d e
chos pintores académ ico s e incluso expresionistas
ciencia tie n e n ace rc a d e lo q u e nec esitan para
A rte , d e las instituciones y d e los artistas e ru d i
q u e se en c am inan p o r el naif para diversificar su
perfeccio n arse . Las respu estas a estas preg u n ta s
tos del a lto m od ern ism o .
p rodu cció n y su m ercado.
p ro p o rc io n a ría n m e jo r in fo rm a c ió n para q u e las
El a rte clasificad o co m o
políticas públicas llegasen a un público y a un
dad es del interior en las qu e se reciba la transm i
p ro d u c to r fuera d e la elite privilegiada d e siem
sión d e TV. ¿Tenemos el derec h o d e neg ar la e d u
pre. A pesar del e fe c to positivo d e la edu cación
cación a un joven con la pretensión d e preservar
en la p rodu cció n artística del p u e b lo en lo q ue se
su supuesta auten ticid a d ?
refiere al a rte naif, se abjura del ap ren d izaje del
Viendo las im ágenes producidas por los artistas
A rte. ¿Por q u é los naif no tienen d erec h o a p e r
elegidos por el jurado surgieron m uchas preguntas
feccionarse en el c o n ta c to de los unos con los
com o éstas, ¿será que no tienen respuesta?
B IB L IO G R A FÍA
ChicodaSilvaeaEscoladoPi rambu. Fortaleza: Espaço Cultural Correios, 2 0 0 6 H U G O N O T.M arie-C hristine. La peinture nai've en France, unart vivant. Paris:Sous le V e n t , 1981 LIPPARD,Lucy.Mixedblessing:newArt inamulticul tural America N ew York: Pantheon Books, 1991
GALVÃO , Roberto.
B R EN SO N , Michael. "W hy curators turn to the
otros e incluso en talleres educativos? N o se tra
Una cosa es verdad, la m u lti-c ulturalida d b ra
ta d e fo rja r artistas n a i f , lo q ue no sólo es un a b
sileña se evidencia en esta Bienal pues tenem os
A rt o f th e deal?”.
surdo, una verd a d era d eshonestidad cultural y un
en tre los partic ip an tes equilibrio d e géneros y d i
1990, c u a d ern o 2, Pág. 38
e m b u s te co m o
versidad de etnias llevando a notorias diferencias
m aniobra com ercial, sino que
ta m b ié n es la fo rm a prejuiciosa en q u e se vio a la
New York Times, M arzo, SITES
d e producción visual.
Escola d o Piram bu d e los a y u d a n te s / alum nos de
La exposición de obras que elegim os los cura
http ://w w w .nice-coteazur.org/francais/culture/
Chico da Silva. M ientras ellos pin tab an sus bos
dores adjuntos, los consultores y yo, está m arca
m usee/artnaif
quejos e incluso producían to d a la im agen, ca
da p o r el ideal d e in te r-culturalidad q u e g en eró el
h ttp ://w w w .sanu.ac.yu
bién d o le al m aestro apenas reto car y firm ar su
título Entre Culturas, qu e el designer V ictor Burton
h ttp ://w w w .m b a.ville.sherb ro oke.qc.ca
p ropio nom bre, el m ercad o hizo la vista gorda.
m e ayu dó a definir, al que añadí M atrices P o p u
h ttp ://w w w .m u seed a rtn aif.co m
C u an d o los a y u d a n te s / alum nos em p eza ro n a
lares p o r puro deseo d e reiteración.
p rodu cir in d e p e n d ie n te m e n te del m aestro, m os tra n d o una construcción personal, el desprecio
4,
D e ella h ab laré m ás adelante, en o tro lugar
h ttp ://w w w .n a ife s .it/ h ttp ://w w w .m id a n .o rg h ttp ://w w w .h allesa in tp ierre.o rg
del catálogo.
q u e recibieron d e la elite im p idió q u e se d es arro
A u n q u e la m uralla en tre lo eru d ito y lo p o p u
h ttp ://w w w .m u seeartn aif.co m
llasen y se volviesen m ás indepen dientes. ¿Será
lar aún perdu re a pesar de h ab er sido dañ ad a por
h ttp ://w w w .m u seu n a if.co m .b r
q u e en las U niversidades q ue pro d u cen artistas
el postm odern ism o, cad a vez es m ás difícil sepa
h ttp ://w w w .p ro x im e d ia .c o m /w e b /m a s n .h tm l
eruditos el proceso de ap ren d izaje es m uy d ife
rar los “sub -texto s" pop ulares, sep arar el a rte
h ttp ://w w w .h m n u .o rg
rente? Casi siem pre se estim ula a los alum nos
d en o m in a d o
para qu e sigan la m ism a dirección del profesor
visual del p u e b lo y del a rte e ru d ito q ue busca
des d e el p u n to de vista del lenguaje e incluso de
referentes populares.
naif, del
a rte popular, d e la cultura
Líneas de ¿unions Sa ingenuidad re v i^ ita d a .
los m ateriales. Frecu entem ente de un g rupo de 2 0 alum nos de A rtes Plásticas en la Universidad
A g ra d e z c o al ju ra d o q u e sele c c io n ó a los
ap enas cinco con quistan una innegab le in d ep en
artistas q ue p artic ipan en la exposición c o m p e ti
"Saber si se puede llam ar popular a lo que el pue
d en cia y d e estos solam en te dos o b tien en éxito
tiva, M aria Alice, M aria Lúcia y Oscar, p o r la clari
blo crea o a lo que se le destina, es sin duda un fal
en el m ercado . Ésta es una estadística n o rte a m e
dad en las decisiones y por la com un ión con las
so problem a. Lo q ue im porta antes que nada es
ricana q u e leí en una revista d e A rte. En Brasil
ideas del pro ye cto d e la curaduría.
identificar la m anera en que se cruzan y se dispo
nadie se arriesgó a investigar en d ó n d e están los eg resados d e las facultades d e A rtes Plásticas.
Por el d iálo g o enriquecedor, a g rad ezco a
nen diferentes formas culturales”. (Chartier, 1990:56) La d en om inac ión [e n tre culturas] d e esta 8 §
V ic to r Burton
Por o tro lado, co m o recuerda R o b e rto G alváo en
Al SESC le d e b o la invitación para esta aven
edición de la Bienal Naifs de Piracicaba es insti
el c a tá lo g o d e la exposición Chico da Silva y la
tura cognitiva, el ap o yo para su co n cretización y
g ad o ra y p e rtin e n te para el actual m om ento, en
Escola d o Piram bu (E n e ro 2 0 0 6 ) los m odelos e u
el cariño dispensado en un difícil m o m e n to d e mi
q u e discutim os co n ceptos tales co m o post c o lo
ropeo s y norteam erican o s a b u n d an en la ense
vida personal.
nialismos, hibridism os y desterritorialización cul turales en tre m uchos otros co n ceptos q u e pasan
ñ an za de A rte universitaria; d e L eg ér a A nselm Kiefer y d e Tunga a Ernesto N eto. ¿Por q u é los
A na /A a e Barbo/sa
pob res q u e no p u eden ir a la U niversidad no tie
ARTE/EDUCADORA / CURADORA DE LA BIENAL
nen d e re c h o a eleg ir sus m odelos inspiradores?
NAÍFS DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
a fo rm a r p a rte del rep erto rio d e autores en las m ás diversas áreas del con ocim iento. D e acu erdo con el folleto, la
Bienal Nai'fs do Brasil 2006 p re
P e rm an ece la pregu nta, ¿qué es la edu cación por
te n d e ser un te rrito rio fértil d e ¡deas, rico en p ro
el a rte d e un joven naif? ¿Aún creem os en la vir
ducción, difu n d ien d o así la diversidad cultural del
g inidad expresiva? Vivim os ro deados d e im á g e
p u e b lo brasileño. Según entiendo, esta m ism a
nes, la influencia d e ellas en nuestro im aginario
búsqueda por la diversidad estuvo p rese nte en la
es d irecta y basal, incluso en las m ás lejanas ciu
edición de 2 0 0 4 . El cu rad or Paulo Klein en el te x -
to d e ap e rtu ra del c a tá lo g o recon oce el "deseo
de ella, indicando grupos dispares, tales com o pri
nes populares son alejadas d e lo cotidiano para
d e sacudir el escenario cu ltu ral” en un evento
mitivos, enajenados e, incluso, niños, pero reunidos
ser preservadas y “sobrevivir” d e form a “auténtica”.
que, sin dud a, se configura co m o uno d e los bas
bajo una m isma identidad, esto es, los periféricos.
tiones para qu e la produ cció n
naif haya
conse
En este texto, no p re te n d o revisitar la co n c e p
naifni hacer una revisión histórica ten ien Douanier Rousseau co m o m arco d e la a p a
Paradójicam ente, los conceptos d e “pureza” y "au ten ticidad”, form ulados por intelectuales, instauran
gu id o id en tid ad y visibilidad en el escenario artís
ción d e
tam bién un cam p o sagrado para la producción po
tico nacional e internacional. En mi texto, sigo en
d o al
pular. También repercuten las preocupaciones m a
la m ism a dirección del énfasis en la diversidad
rición del térm ino. Muchos ya lo hicieron. Mi intento
naify d e p o
es resaltar qu e en el siglo X X se fueron creando,
Latina d e 1970, que revelan la preocupación por la
pular contam inados. Para ello, revelo desde ahora
d e fo rm a progresiva y por d iferentes m edios, ins
desaparición d e las tradiciones populares.
mi adhesión te ó ric o /c o n c e p tu a l a la propu esta
tancias d e legitim ació n y distinción para un arte
Esas p reocupaciones estuvieron presentes en
de la curad uría d e la m uestra d e 2 0 0 6 :
“p erifé rico ”, en m oldes no m uy dife re n te s d e los
las políticas culturales del Estad o d e las décadas
para reflexionar sob re con cep to s d e
nifestadas en la C arta del Folclore d e Am érica
“Sugiero para esta Bienal la incorporación del
del d e n o m in a d o “a rte eru d ito ”. En la co n struc
d e los años 7 0 y 8 0 . D e una fo rm a general, ve
térm ino ‘entre culturas’ para que continuem os ex
ción d e un a rte q u e fue (y continúa siendo) co n
m os qu e nociones d e a u ten ticid a d , "espíritu del
pan dien do las relaciones entre arte naif, arte pop u
siderado d e m e n o r valor, se establecen criterios
p u e b lo ”, la no relación con el m ercado, el aisla
lar, cultura visual del pueblo y las representaciones
internos para crear catego rías valorativas je rá r
m ie n to d e la produ cció n en peq u eñ as co m u n id a
eruditas qu e incorporan lo popular. Ésta probable
quicas que, ap arentem ente, no se pueden discutir
des, fueron características usadas para referirse
m ente no será una Bienal d e la pureza naif, sino de
de n tro d e un m ism o grupo.
al a rte popular. Estas características revelan la
la contam inación, de la afirm ación d e diferentes testim onios visuales com prom etidos con la cultu
D e esta form a, ten em o s los dife re n te s inten tos d e diferenciació n del
naif d e
im p o rtan cia d e la a c tu ac ió n d e la Misión Fol
lo popular, d e lo
clórica Brasileña e n tre las d éc ad as d e 1 9 4 0 a
ra d e nuestro pueblo” [A n a M ae B arbosa] Folleto
ingenuo, d e lo prim itivo, del loco del m anicom io,
196 0 para la sistem atización d e un c a m p o insti
divulgación 8 § Bienal N aif d e Piracicaba.
d e los niños. ¿Cuáles son las aproxim aciones p o
tu cio n alizad o d e la investigación sob re a rte y cul
En oposición al té rm in o arte, con “A ” m ayús
sibles en tre el a rte de los pacientes de Nise da
tura p o p ular en Brasil. Los folcloristas tu viero n un
cula1, encontram o s los térm inos arte na'if, arte p o
Silveira y el a rte "ingenu o” d e los artistas presen
papel decisivo en la institucionalización d e esp a
pular, ínsita, etc.; fre c u e n te m e n te relacio nados
tad o s p o r Lélia C oelho Frota? ¿Q ué situaciones
cios tales co m o m useos y m uestras d e a rte p o
a m an ife stacion es/producciones d e la creación
com un es p o d rían existir en tre los artistas
del pueblo. Los con ceptos de prim itivo, ingenuo,
los pacientes del M anicom io d e E n genho de
naif y
pular, fo rm a n d o un c a m p o esp ecífico para pro ducciones del género.
m arginal y algunos otros h ab itu alm e n te se usan
Dentro? ¿Todos serían autodidactas? ¿Cuáles serí
A e jem p lo del d e n o m in a d o a rte erudito, la
vinculados al arte p o p ular y sus desdoblam ientos.
an las características de unos y d e otros? Muchos
cultura p o p u la r tam b ié n en tra para un circuito d e
Esos con ceptos aparecen en situaciones d e ex
ya han d iscutid o las cuestiones co n ceptuales y
connoisseurs. Museos, galerías, catálogos y m ues
clusión, violencia y anom alía. Leídos en el papel y
las term inologías, refo rzan d o las diferencias d e
tras individuales co n stituyen ese c a m p o "oficial”
aplicados a determ in ad as producciones, parecen
cam po , algunas veces in te n ta n d o aclarar eq u ív o
d e lo popular. Si prestam os aten ció n a los textos
nom en claturas ¡nocentes, pero revelan las form as
cos en tre el uso “in d eb id o ” o "incorrecto” de un
elaborado s sobre el asunto, las ideas básicas son
d e opresión, de colonización. Se sitúan al m argen,
té rm in o o del otro.
vinculados a la noción d e p op ula r o d e la e xten sión del carác ter "m arginal” y d e periferia. C o nvencionalm ente, el c o n cep to de lo qu e es
las d e estudiosos c o m o Frota, Valladares, Jacque
C reo que el térm in o
[entre-cultura] está
m ás
Van d e Beque, Jan ete Costa, e n tre otros.
allá de esa revisión co n ceptual y la coloca en otro
Teóricos, libros publicados, artículos, casas d e
nivel: el d e fluctuación en tre los conceptos, e n
cultura, acervos particulares, m useos y m uestras
se define por su diferencia con algo que no lo es, a saber, la literatura eru d ita y letrada, el
ten d id o s co m o construcciones históricas qu e c o
c o m o la Bienal
m ienzan en una m irada dom inante. Creo qu e esta
Así, pares co n ceptuales d e oposiciones binarias
arte hecho y escenificado en espacios oficiales,
discusión es im p o rta n te incluso para el fe n ó m e
no se sustentan. El d esafío es percibirlos com o
incluso el catolicism o oficial con base en la tra d i
no q u e quiero des tac ar aquí; el d e la constitución
negociacio nes qu e se realizan en un ju e g o sutil
ción culta, etc. (C hartier, 1999:55). A u n q u e esas
d e un cam po , el d e lo popular, o el de lo
naif, no
d e aprop iaciones, d e reem pleo, d e desvíos que
oposiciones sufran reevaluaciones y descons
e x a c ta m e n te al m argen, sino co m o un cam p o
tru cciones por diversos cam po s teóricos en la
pro p io qu e tien e in te rn am en te sus propios m á r
co n tem p o ra n e id a d , p o d em o s dec ir qu e aún per
genes, cen tro y periferias.
dura un m o delo binario d e distinción cultural.
en oposición a la norm a culta, sino tam bién en o p o
O rtiz señala que "ladiscusiónsobreculturapo pularrefuerzaladimensióndelaseparación, segre gación, heterogeneidad”( 2 0 0 0 : 37). La separación
co m o el c ó d ig o escrito, con otros artistas, com o
sición a la sociedad, a aquellos que viven al m argen
implica la concepción del "otro”. Las m anifestacio
el propio con cep to d e
p o p u la r
Marginalidad es un concepto construido no sólo
[ 224 ]
Naif fo rm a n
p a rte d e ese circuito.
se apo yan y se excluyen. Cu estion ar la ingenu idad atribu ida a las m ani festaciones d e la cultura del p ueblo im plica resal ta r tránsitos y contagios con otros populares, con la cultura erudita y d e masa, las tiras cóm icas,
naifo d e popular. Hay, por
p a rte d e los artistas populares, la aprop iación d e
d o Rosário se co m p a ra a los
ready-made d e
m ientos, alteridades, reelaboraciones d e identidad
la discusión con cep tu al en tre "artista o arte s a n o ”,
D u cham p, o cu rre una o p e ra ció n d e legitim ació n
en el cotidian o y en las tradiciones p e rm an e n te
“a rte o artesan ía”, “copia
artística en favo r d e un có d ig o con e s ta d o d e re
m en te rediseñadas.
u o rig in alid ad ”, p or
ejem plo , e n tra n d o en su rep erto rio cuestiones discutidas en la ac a d e m ia o paralela a ésta.
ferencia m ás fu e rte q u e el otro. N ecesitam o s varias puertas d e acceso para
Leda Gu i m araes
D e sd e esta persp ectiva, ya no tie n e sen tido el
c o m p re n d e r có m o los m últiples cruces d e d iver
ARTE/EDUCADORA / CURADORA-ADJUNTA DE LA BIENAL NAÍ'FS DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
purism o d e los tie m p o s d e H e rd e r y G rim m ni la
sos cam inos teóricos a lo largo del siglo X X hicie
a c titu d pasiva d e las m asas en relación a la in
ron d e la cultura p o p u la r un lugar d e enunciación
dustria cultural, ni una opo sición fro ntal a n te la
en la com presión d e la cultura y el conocim iento.
1 “Para Gom brich, el a rte es fru to del trabajo del
cultura eru dita. Las encru cijadas que fo rm a n las
Las m icro historias, las historias vistas d es d e a b a
artista, del hum ano “deseo d e hacer”, des en cad e
uniones culturales están c o m p le ja m e n te in c o rp o
jo, el co n o cim ien to cotidiano, la esfera dom éstica,
nado p or m otivaciones m uy diferentes, en tiem pos
los trabajos m anuales, el afecto, las relaciones co
y lugares distinos, y así, el A rte con A mayúscula
m unitarias y la ecología, se están revalorizando
no existe, es un fetiche.” (Losada, 1996, p.5)
"todas las normas culturales en las cuales los historiadores reconocen la cultura del pueblo siempre surgen, hoy en día, como conjuntos mixtos que reúnen un ovillo difícil de desenredar, elementos de orí genes muy diversos." (1990: 5 6 ) radas unas a las otras: Para C h artier
d e n tro d e persp ectivas d e la p ost m o d ernidad. Y es d e n tro d e esta persp ectiva q u e la discu sión sob re cultura visual se co n stituye en un v a lioso c a m p o d e interlocución, pues con sidera las
B IB L IO G R A F ÍA ABREU, A. A. (o rg).
Quantos Anos faz o Brasil?.
São Paulo: Editora da Universidade d e São
A c tu a lm e n te ya no corresp onde, p o r un lado,
co n trib u cio n es d e la an tro p o lo g ía, d e la historia
el sesgo izquierd ista p o p u la r q u e buscaba m a n e
d e las m en talidad es, d e la psicología y el psicoa
ras d e “resgu ardar" la cultura p o p u la r d e la c o n
nálisis, d e los estudios culturales y p ost co lo n ia
tam in a ció n y d e la vu lg arización d e los m edios y,
les, fo rm a n d o un eje transdisciplinario para la
p o r o tro lado, el sesgo del discurso nacionalista
p erce p ció n d e situaciones en tre-culturas, e n tre -
q u e p ro m u e v e las form as pop ulares c o m o fo r
fro nteras co m o la d e esta 8 5 edición d e la Bienal
Artistas e Artífices: Ancestralidades, Arcaísmos e Permanencias. P. 3 4 In: Mostra do Redescobrimento Arte Popular.
m as d e id e n tid a d d e un Brasil tradicional. Las
Naifs d e Piracicaba.
Nelson A g uilar (o rg ). Fu n d ação Bienal d e São
pro p u estas u tó p icas d e la izquierd a y nacionalis tas d e la d erec h a tie n e un aire redentor.
E xperiencias d e fro nteras im plican pasajes, la posibilidad d e entrar y salir d e los lugares, d e ir y
La discusión sob re la cultura y el a rte d e lo
volver. Los cruces transculturales y las e x p e rie n
po p u la r en la c o n te m p o ra n e id a d nos p e rm ite
cias d e diáspora suceden d e diversas m aneras en
con siderar reco n o cim ien to s y reconstrucciones
la co n te m p o ra n e id a d . La cultura visual del p u e
d e id en tid ad , fo rm a s d e d o m in a c ió n /d o m in a d o y
blo o p o p u la r es transversal, intra e intercultural.
la fo rm a en q u e se con struyen diversos e n c u e n
Híbridas p o r naturaleza, aba rc an un a m p lio a b a
tros culturales.
nico d e m anifestacion es d e arte, design, m oda,
C o n trarian d o todas las construcciones con
objetos, arq u itectura, bailes, rituales y fiestas, en
cep tuales a lo largo d e la historia, las d en o m in a
los cuales o cu rre subversión e interacción con
das tradiciones “puras” (la d e la cultura pop ular y
otros códigos, con flictos estéticos, bricolages,
la d e la cultura e ru d ita ) se fueron dilu yendo p au
reap rop iaciones y relecturas, en un ritm o sin fin
latinam ente, m ezclándos e a veces en tre sí, trans
d e invenciones y tradiciones.
Paulo, 2 0 0 0 . AR AÚ JO ,
E m an o el
(c u r a d o r )
Paulo. São Paulo: A ssociação Brasil 5 0 0 anos A rte s Visuais, 2 0 0 0 . ARRUDA, V.
Umspraynamãoeumaidéianacabeça.
Revista A rte em Revista. São Paulo, CEAC, 1984. B A R B O S A , A na
Latina.
Mae.
De Gauguin à América
In: A R TE & E D U C A Ç Ã O em Revista.
A n o I — n2 1. O u tu b ro , 7-16. 1995.
A Escrita da História: novas pers pectivas. São Paulo: Ed itora d a Universidad e
BURKE, Peter.
Estadual Paulista, 1992.
Consumidores e Cida dãos: conflitos multiculturais da globalização.
C A N C L IN I, N e sto r Garcia.
Rio d e Janeiro: Ed itora UFRJ, 1999.
Ninguna form a artística/cultural pu e d e verse
m ultiplicidad d e form as, ta n to orales co m o escri
co m o totalidad. Toda cultura es fra g m en tad a. El
São Paulo: EDUSP, 1998.
_____________________________.
tas y, finalm ente, electrónicas, circulando p or las
esfuerzo es para no abraza r una visión esencialista
C A S C U D O , Luis d a Câm ara.
diversas capas sociales d e la población d e los p a
y situar la producción del pueblo en la esfera d e lo
G lobal Editora. SP, 2 0 0 4 .
íses europ eos y latinoam ericanos hasta los días d e
exótico. U tilizar operaciones d e desconstrucción
hoy. N o o bstan te, códigos d e “alta cu ltura” se re-
no significa elim inar o refu ta r códigos ya institui
ela b o ra n
dos sino alcanzarlos transversalm ente con otros
p e rm a n e n te m e n te
para
el
m a n te n i
cód igo s
culturales
en
pro p u estas
B ra
A R A Ú JO , Em anoel.
fo rm á n d o se a lo largo del proceso, g en eran d o una
m ie n to d e ideologías d e las clases dom inantes.
B rasileiro,
sileiros. São Paulo:Museu A fro Brasileiro. 2 0 0 5 .
m u lti/in te r /
Si los c a m p o s culturales pasan a ser híbridos,
transculturales e intertextuales. El arte/c u ltu ra del
las relaciones sociales con tinúan crean d o distin
pueblo no es fijo y representativo d e una cultura
ciones. C u an d o la o bra d e un artista c o m o Bispo
nacional herm ética. A b rig a diásporas, extraña
Culturas Híbridas.
Civilizaçãoe Cultura.
A invenção do cotidiano: 1.ar tes de fazer. Petrópolis: Vozes, 1994.
C E R TE A U , M ichel.
CH AR TIER, Roger. “ 'C ultura Popular': revistando um conceito historiográfico”. Estudos Históri cos. 16, jul-dez 1995.
AHistóriaCultural. EntrePráticase Representações. Lisboa: Difel, 1987.
C H A R TIE R , R.
Naífs BrasileirosdeHoje. Pg. 27-34. São Paulo: Câmara
FINELSTEIN, Lud en. A rte Naif, A rte Eterna. In:
Brasileira do Livro, 1994. _ (Brasiliana de Frankurt).
Projeto e Missão: o movimento folclórico brasileiro. Rio d e Janeiro: Fuñarte:
V IL H E N A , L. R.
F u n d a ç ã o G etú lio Vargas, 1997.
Mitopoética de 9 artistas brasileiros: vida, verdade e obra. Rio d e J a
FR O TA , Lélia Coelho.
pos do m in an tes, d e las culturas h e g em ô n ic as y, aunque no se tenga conciencia d e ello, tal desvalo rización refleja posicionam ientos políticos. Para e n fre n ta r esta situ ació n, d e b e m o s te n e r
Ei C o n jí ic t o e n tre cuütura^
neiro: F on tan a, 1975.
fácil percibir la desvalorización, por p arte d e los g ru
p rese n te q u e to d o s los g ru p o s e individuos p o s e
PequenoDicionáriodaArte do Povo Brasileiro, Séc. XX. Rio d e Janeiro:
La curadora A n a M ae Barbosa pro p o n e un desafío
A e ro p la n o , 2 0 0 5 .
al presentar la propuesta d e la Bienal Naífs do
presivos universales y q u e es in a c e p ta b le cu a l
Rio d e
Brasil 2 0 0 6 : E ntre Culturas. P ropone la inclusión de
q u ie r tip o d e eva lu ac ió n q u e e s ta b le z c a s u p e
la producción d e los artistas d e los segm entos
rio rid ad e s
PensamentoMestiço. São Paulo:
m arginados o de productores individuales q ue no
culturales. La d es valo rizació n d e alguno s tipo s
se p u eden encasillar en el m arco d e las artes rea
d e a rte es una m an ife sta ció n d e la existencia y d e
lizadas según los valores d e recon ocim iento y
la e ta p a en q u e se en c u e n tra n las luchas p o r la
FR O TA , Lélia Coelho.
G O M B R IC H , Ernest.
A Historia da Arte.
Janeiro, E d ito ra G uanabara, 1988. G R U Z IN S K I, S. O
C o m p a n h ia das Letras, 2001.
Obje tos Populares da Cidade de Goiás —cerámi ca. U F G -S E B R A E , G oiânia:2001. HA LL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio d e Janeiro, D P & A , 2 0 0 0 . LA R A IA , R o que d e Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. Rio d e Janeiro: Ed. Zahar, 1986. LO S A D A , Teresinha. Artífice, Artista, Cientista, Cidadão: umaanálisesobreaarte eao artista de vanguarda. Teresina: E D U FP I. 1996. G U IM A R Ã E S , L; G U IM A R A E S , A e G OYA, F.
M E LLO e S O U Z A , L. A cultura p o p u la r e a h istó
Seminário Folclore e Cultura Popular: as várias faces de um debate. In stituto N a ria. In:
en el d e re c h o d e d es arro llarse y exp resarse d e fo rm a in d ep en d ie n te , q u e no existen m o d o s e x
e n tre
m an ife sta cio n es
y
pro d u cto s
a c e p ta ció n gen eral. Desafía a d e rrib a r los p reju i
im p osición d e valores e stétic o s que, en su e s e n
cios excluyentes, las preocupaciones p o r pecados
cia, es una lucha e n tre g ru p o s sociales p o r la im
d e origen e invita al ensancham iento d e los con
posición d e los valores en los q u e creen.
ceptos, elim inando las falsas barreras e n tre popular
E v id e n te m e n te los g ru p o s d o m in a n te s luchan
y erudito. Es el perm iso para explicitar hibridismos,
para m a n te n e r y rep ro d u c ir sus privilegios. Para
para m ostrar influencias, para perm itir la c o n fronta
ello, tien en q u e m a n te n e r la p ro p ie d a d d e los m e
ción, para prese n ta r problem as, para p ro p o n er
dios d e p ro d u cció n y la a p ro p ia c ió n d e la plusva
discusiones, para abrir espacios al reconocim iento
lía cultural, c o n tro la r los m ecan ism o s d e re p ro
d e produ ccio nes g en e ra lm e n te excluidas.
duc ció n m aterial y sim bólica d e la fu erza d e
El en ten d im ie n to d e cualquier produ cció n ar tística presupone, e n tre otras cosas, su c o n tex tu a -
tra b a jo y d e las relaciones d e p ro d u cció n y co n tro lar los m ecan ism o s coercitivos.
lización, una com pren sión d e los valores q u e han
En este proceso los grupo s hegem ônicos ha
cional d o Folclore, C o o rd e n a d o ria d e Estudos
interferido y p e rm itid o su surgim iento. ¿C óm o en
cen uso d e to d o s los m edios posibles: la escuela,
e Pesquisas. Rio d e Janeiro: IBAC, 1992.
te n d e r la produ cció n artística d e seg m e nto s so
los m edios d e com unicación, los m useos y todos
O R T IZ , R.
Um outro território.
São Paulo: Ed.
O lho D água, 2 0 0 0 . __________.
A Moderna Tradição Brasileira.
São
Paulo: Brasiliense, 2001. __________.
Românticos e Folcloristas. São
Paulo,
Ed. O lh o D água, 1992.
Primitivos, Genuínos e Arcaicos. In: Mostrado RedescobrimentoArte Popular. N e lso n A g u ila r (o r g ). F u n d a ç ã o
V A L L A D A R E S , C. d o P.
Bienal d e São Paulo. São Paulo: A ssociação Brasil 5 0 0 ano s A rtes Visuais, 2 0 0 0 . V A L L A D A R E S , C. P.
Artesanato Brasileiro.
FU
Ñ A R T E , 1980.
ArtePopularBrasileira. In: Mostra doRedescobrimentoArtePopular. Nelson Aguilar
VAN DE BEUQUE, J.
ciales o d e personas qu e se en c uentran al m argen,
los equipos y espacios culturales. Esos equipos
fuera d e las estructuras sociales, excluidos in te n
produ cen hábitos estéticos, estructuras d e gusto y,
c io n alm en te o no? El a rte ta m b ié n p resu pone un
en consecuencia, prácticas d e acu erdo con los in
cierto do m in io técn ico y el cu m p lim ie n to d e a lg u
tereses dom inantes. Sin em bargo , d eb em o s im agi
nas reglas d e un can on estétic o del tie m p o en q ue
nar qu e los grupo s subalternos tam b ié n desarro
se realiza la produ cció n artística. P ero se sabe
llan sus m odos d e resistencia y form as específicas
q u e estas reglas, gen eralm en te, son impuestas.
d e reproducción d e su saber, artes y culturas y que,
Entonces, ¿có m o ver el a rte d e aquellos q ue no se
d e cierta form a, ta m b ié n luchan para q ue sean d o
encajaron to ta lm e n te en los m o delos educativos
m inantes. Ese proceso es una lucha. Es im p ortan te
form adores, cualquiera q u e fuese el m otivo?
d arse cuenta que, au n q u e no se encuentre en los
A p a rtir del p en s a m ie n to d e N e s to r G arcia
registros, existe una producción estética q u e ha
Canclini’, entendem os el arte naif, o cualquier otro
sido y es c o tid ian am en te d es cartada d e la historia
nom bre q ue se d é a este tipo d e producción artísti
del arte. Es com ún en la historia del arte el olvido,
ca, com o un instrum ento d e com prensión, repro
principalm ente, d e la produ cció n y d e los q u e h ace
ducción y transform ación social d e un determ inado
res artísticos d e los estratos m ás populares.
(org). Fundação Bienal de São Paulo. São Paulo:
segm ento social o incluso de individuos, pudiendo
A través d e ese hilo c o n d u c to r som os llevados
Associação Brasil 5 0 0 anos Artes Visuais, 2 0 0 0 .
verse com o manifestaciones diferentes d e los otros
a tra ta r d e co m p re n d e r d e fo rm a m ás efic ien te la
tipos d e artes (eruditas, clásica, etc.). Esa diferencia
produ cció n artística d e los grupo s e individuos al
Arte Popular Bra sileira: Coleção da Casa do Pontal. São Paulo:
V A N d e B E U Q U E , Jacques.
C â m a ra Brasileira do Livro, 1994.
es resultado d e las desigualdades y d e los conflictos
m argen, d e aquellos q u e no están integrados a las
existentes entre los grupos sociales. A ctualm ente, es
estructuras sociales establecidas en la actualid ad.
Pero el ab o rd aje y la com prensión d e estos uni
Un tercer grupo sería el que reúne las m anifes
junta, separa, aproxim a, aleja* interfiere, influye y
versos culturales ante los condicionam ientos o
taciones artísticas realizadas sin las presiones
es influenciado, m u tan te. ¿Por q u é no a c e p ta r la
ideologías que actúan sobre los grupo s sociales y
y condicionam ientos del conocim iento técnico-
m u ltiplicidad d e posiciones q u e el artista p u e d e
sus
es sencillo.
erudito. Creaciones ingenuas y creativas, que regis
asum ir en el transcurso d e su vida e incluso en el
m anifestacion es
artísticas
no
Principalm ente si nos referim os a las prácticas
tran los universos del pueblo y reflejan la sabiduría
desarro llo d e sus obras? ¿Por q u é el artista no
q u e ap a re n te m e n te se elaboran a p artir d e sue
popular. Ese grupo tendría un aparente subgrupo
p u e d e registrar los universos del pueblo, reflejar
ños, d e negaciones d e lo real y del presente, d e la
que reúne a los artistas que serían una especie de
las sabidurías populares, buscar en tra r en un
búsqueda d e utopías envueltas en una y mil estra
fraude com etido en la búsqueda d e entrar en un
m ercad o y, q u e al m ism o tiem p o , estas m anifes
tegias d e retórica; ellas parecen ten er vida, pod er
m ercado m ovido por el lucro. Esos artistas ejecuta
taciones sean erupciones d e im ágenes qu e sim
m ezclarse, aun siendo contradictorias.
rían trabajos d e apariencia ingenua, registrando jue
bolizan, en esencia, la cultura d e su pueblo?
A p aren tem en te son obras ingenuas y creativas
gos tradicionales y fiestas populares, diferentes de su
Se sabe qu e el a rte para los artistas es el lu
que registran los universos del pueblo y reflejan las
propia expresión con un objetivo m eram ente d eco
gar en d o n d e en c uentran refugio y fu erza para
sabidurías populares. Pero, ¿será que realm ente
rativo. En la historia d e vida d e m uchos artistas p o
en fre n ta r la vida. El a rte es escudo y arm a en el
podríam os denom inar a esos artistas d e ingenuos?
pulares, en poco tiem p o d e ejercicio profesional, se
co n flicto d e las culturas que, co tid ian am en te, es
¿O será q u e la ingenuidad es nuestra al querer a na
puede percibir la m utación, el paso d e una posición
tán ob lig ad o s a enfrentar. Al m ism o tiem p o , el
lizar sus producciones a partir d e valores que no
inicial "genuina” hacia un desm edido manierismo.
arte es un m o d o d e supervivencia económ ica,
son los suyos? ¿Será que ellos se sentirían impuros
P o dríam os im aginar otros m uchos s e g m e n
tien e q u e insertarse en un m ercado , la m ayoría
se tuviesen un perfecto dom inio d e las técnicas ar
tos d e p rodu cció n artística, pero aq u í es necesa
de las veces, no m uy a c o g e d o r ni justo, cu a n d o
tísticas em pleadas por los artistas eruditos?
rio pregu ntar: ¿por q u é sería fra u d u len ta la p ro
se tra ta d e recibir los pro d u cto s artísticos.
Un fa c to r q u e com plica m ás esa b úsqueda es
ducción realizad a en el in te n to d e e n trar en un
Por eso, la Bienal Naifs Brasileiros es un punto
q u e algunos artistas con fo rm a ció n oficial y so
m ercado? ¿Buscar en tra r en un m ercad o es algo
de resistencia y se ubica com o un ejercicio d e lucha
cia lm e n te in tegrados han in c o rp o rad o a sus p ro
fraudulento? ¿O es fra u d u len to ta n sólo para p e r
co n tra
duccion es valores estéticos d e g rupo s al m argen
sonas d e las clases subalternas? ¿Por que dejaría
Cuestiona la legitim idad d e valores que son útiles a
verdades
establecidas
y
privilegios.
o d e artistas q u e no siguen los cánones e stab le
de ser gen uin o al pro d u cir para el m ercado?
las estructuras dom inantes q u e m antienen la hege
cidos. Las diversas den om in ac io n es utilizadas en
¿Será q u e lo q u e es fra u d u len to es el proceso
monía d e algunos valores culturales. Procura des
la bús q u ed a p o r ap re h e n d e r el a rte d e estos seg
e co n ó m ico y no el artista? Y, sob re la “p ureza del
baratar ideas que se hacen pasar por form as co
m en to s (naif, prim itivo, ínsito, popular, e tc ) p a re
a rtis ta ”, ¿sería v e rd a d e ra m e n te posible un artista
rrectas
cen no conseguir co n te n e r el am p lio alcance y la
puro? ¿C óm o se pro d u ce la transferencia o in te r
encubriendo arbitrariedades, ocu ltando la violencia
y
naturales
del
desarrollo
cultural,
m u ltip licid ad d e rostros q u e estas produ ccio nes
c a m b io d e co n o cim ien to en el á m b ito d e las a r
autoritaria en la imposición d e los valores, descali
artísticas adq uieren . Hasta el m om en to , to d as las
tes? ¿Existen artistas sin influencias externas a su
ficando, evitando la confrontación y “olvidando” in
den o m in ac io n es han sido insatisfactorias.
universo? ¿Q ué es lo q u e sería ese m u n d o del a r
cluirlos en com pendios, muestras, colecciones, etc.
En esa produ cció n excluida se p u e d e percibir la existencia d e varios s eg m e n to s y, arb itra ria
tista? ¿ C ó m o
podem os
Felipe
Por eso la Bienal da prioridad a m anifestaciones no
"natural, puro,
sintonizadas con las visiones e intereses estéticos
m edirlo?
Baéta Neves dice qu e el estad o
Luis
q u e tra b ajan con las erupciones d e im ágenes fi
virgen" nunca existió. El p ro d u c to artístico siem "el resultado de un encuentro de determi nantes históricamente dadas, y que no conoce ningún momento originar2. C reem o s q u e la p re
jad as en la m e n te d e to d o s nosotros y q u e se tra
o cu pación p or lo gen uin o d e las obras artísticas,
ARTISTA PLÁSTICO E HISTORIADOR DEL ARTE /
m ente, cita re m o s so lam en te los qu e con sidera m os m ás significativos: En un prim e r grupo, reuniríam os a los artistas
pre es
de los grupos dom inantes. Por eso la Bienal Nai'fs do Brasil 2 0 0 6 expone el conflicto Entre Culturas.
R o b e rto Gaftvão
bajarían en la produ cció n d e obras q u e sim boli
p rin cip alm en te d e las p rovenien tes d e los e s tra
CURADOR-ADJUNTO DE LA BIENAL NAIFS DO BRASIL
zan, en esencia, la cultura del pueblo, y expresan,
tos populares, es un proceso q u e procu ra c a m
[ENTRE CULTURAS] 2006
con valores propios, una realid a d intrínseca a
biar el e n fo q u e d e la cuestión verd a d e ra m e n te
to d o s. Al no necesitar d e un m u n d o ap arte, esos
central en el análisis d e las obras d e arte: una crí
artistas hacen del a rte un flujo d e la vida.
tica interna, realizad a a p a rtir d e la propia obra.
1 N é sto r G arcia CONCLINI — As Culturas Po pulares no C apitalism o (Las C ulturas Populares
En un segundo grupo, reuniríam os a aquellos
Tal vez la opción por la división en g rupo s o
en el C a p italism o ) — Brasiliense São Paulo, 1983.
que, por cualquier m otivo, en tre ellos la ingenui
sub grupos sea un m o d elo no satisfactorio, q u e
2 Luis Felipe Baéta NEVES — A noção d e "Arte
dad, buscan sintonía con los valores dom inantes y
no consigue c a p ta r la realidad. Tal vez ten g am o s
Po p u lar”: Urna crítica an tro p o ló g ica. (L a noción
produ cen un arte distante, m edio sin técnica, m e
q u e asu m ir la pluralidad d e posibilidades, sin je
d e “A rte P o p u lar”: Una crítica an tro p o ló g ic a ) In
dio sin alma.
rarquías. A c e p ta r las artes c o m o a lg o vivo q u e se
Rev. Ciências Sociais, vol. VIII, N 1-2,1977. p. 2 0 3 .
en el c a m p o erudito, p ero lo que suele suceder
el sentido “periferia/centro”, o incluso d e “periferia”
son asim ilaciones provenien tes d e las tra n sfo r
a “periferia". Siendo así, los puntos d e con tacto p a
La pro p u esta d e in co rp o rar el té rm in o en tre cul
m aciones facilitadas p o r los m edios d e co m u n i
san a absorber un repertorio híbrido e intercultural.
turas, fo rm u lad a p or A n a M ae Barbosa, curad ora
cación, q u e d e te rm in a n m odism os y una p ro d u c
Las fronteras en tre las culturas locales y g lo b a
de la Bienal Na'ífs d o Brasil 2 0 0 6 , m e a le n tó a ela
ción a g ran escala q u e llega a los lugares más
les ya no se circunscriben a espacios definidos y
Ei! tr á n s ito e n tre cuüturax
b o rar un p en sam ien to q u e tuviese c o m o pu n to
rem otos. Los cód igo s del a rte co n te m p o rá n e o
finitos. En opinión d e M oacir dos Anjos “lo que
d e p a rtid a el p ropó sito d e la propia cu rad ora de
q u e o cu p an los m useos y galerías d ifícilm en te los
d isting ue una cultura local d e las d em ás ya no son
exp a n d ir "las relaciones e n tre a rte naif, a rte p o
d ec o d ifica el h o m b re m ás hum ild e q u e no se p re
los sentim ientos d e clausura, aleja m ien to u origen,
p u lar y cultura visual del p u e b lo y las rep re s e n ta
ocu p a d e seg uir los p a rám etro s d e un a rte in te r
sino las form as específicas a través d e las cuales
ciones eruditas q u e incorporan lo p o p u la r" .2
nacional, prefiriendo, p or el contrario, m an ife sta r
una com un idad se posiciona en ese co n tex to de
se a tra vés d e un m u n d o figurativo, d istan te d e
interconexión y establece relaciones con el o tro ”.6
La diversidad d e n o m en claturas a d o p ta d a s para d esignar el a rte naif, m e llevó a dos tipo s de
las elucubracion es con cep tu ales y abstractas.
El a rte popular transita, p or lo tanto, en este flujo d e bienes simbólicos, sin estar protegida de
observación: Prim ero, to d as las variaciones d e las
A n te este cuadro com plejo, en d o n d e cab en
designacio nes naif, c o m o prim itiva, p o p u la r o in
m ás los cuestio n am ien to s q u e las afirm aciones,
las zonas d e contacto, aun que habita, eso sí, en
gen ua, p u e d e n den otar, en parte, un rasgo discri
re to m o la sug erencia d e A n a M ae Barbosa d e in
ese con tex to d e interconexión y se relaciona con
m in ato rio q u e busca clasificar d e fo rm a d ic o tô
c o rp o ra r el té rm in o en tre culturas y o p ta r por
las m ás diferentes culturas, partic ip an d o del p ro
m ica el lugar del artista, co lo c a n d o al artista
am p lia r la co n cep ció n d e a rte naif, p ro p o n ie n d o
ceso m ig ratorio q u e se exp ande con la globaliza-
po p u la r en el lado o p u e s to al del erudito. En se
q u e esta Bienal esté m enos m arcad a p o r la p u re
ción. Las condiciones postm odern as a la vez que
gu n d o lugar, esa m ism a pluralidad d e térm in o s
za y m ás p o r la c o n ta m in a c ió n . Y preg u n to :
desgarran las form as tradicionales d e m anifesta
no deja d e revelar q u e en el universo d e la cu ltu
¿có m o se procesa, en el m u n d o actual, esta c o n
ción artística, tam bié n proporcionan la ruptura de
ra popular, en d o n d e se sitúa el artista naif, no
tam inación ? ¿C uándo sucede esto?
existe una con figuración h o m og énea.
posturas excluyentes, q u e dejan al m argen y jerar
En una sociedad en q u e las fro nteras se e n
quizan las relaciones entre las diferentes form as de
El historiador P eter Burke afirm a q u e la cultu
cu e n tran cad a vez m ás diluidas, es cad a vez más
arte. C o m o bien afirm a A na Mae, aun que perjudi
ra pop ular d e la Edad M oderna “estaba lejos d e
difícil, p or no d ec ir im posible, la tarea d e d e te r
cada, la muralla entre lo “eru dito” y lo “p o p u la r”
ser hom og énea: que la cultura del artesano y la
m in ar el m o m e n to exa c to en q u e la c o n ta m in a
aún perdura, pero las delim itaciones territoriales se
cultura del cam pesino divergían d e m uchas m a
ción se produce, p ero se p u e d e an a lizar el c o n
vuelven casi imposibles, siendo cad a vez m ás difí
neras: q u e la cultura del pastor y la del m inero d i
te x to en el q u e se tejen los hilos q u e fo rm a n la
cil separar el arte naif del arte p op ular o del arte
ferían d e la del ag ricu lto r."3 G uardando las distan
red
erudito q u e utiliza las referencias populares.
cias tem porales y las especificidades d e la cultura
N e sto r Canclini cree q u e no existe un consenso
En B elém d o Pará un im p o rta n te n úm ero de
europ ea q u e se procesa d e fo rm a d iferente d e la
en to rn o a lo q u e significa "globalizarse”4, no
artistas hace uso del vocabulario visual p ro ve
q u e se con stituye a ctu alm en te en Brasil, pienso
ob s tan te, considera q u e a m ed iad o s del siglo XX,
niente del a rte popular, crean pinturas, grabados,
que en un territo rio tan extenso co m o el nuestro,
con los avances tecn o ló g ico s se fo rm ó una in te n
objetos, valiéndose d e los colores prim arios, fu e r
son pocas las o p o rtunidad es d e realizar una p ro
sa red d e com un icación , p ro p ician d o q u e m u n
tes y planos q u e se enc u en tran en los barrios p e
ducción m onolítica, sin m atices d e diferenciación.
d ia lm e n te hubiese una articu lación d e m ercados,
riféricos y en otros m unicipios p róxim os o distan
Pero, si bien es im portante observar esas dife
en d o n d e no sólo coexisten las transacciones fi
tes. Pero lo q u e defin e ese están d ar d e colores no
rencias, existe otro tipo de distinción que tam bién es
nancieras. sino ta m b ié n las artísticas y culturales.
es la localización d e esos elem en to s visuales en
revelador: se trata de la dirección única que parece
En realidad, estas neg ociacio nes no se gen eran
esta o aqu ella ciudad, en esta o aqu ella región. El
establecerse entre la "cultura popular” y la "cultura
en un lugar exclusivo sino en d ife re nte s ciudades,
uso d e colores vibrantes co m o el rojo, el am arillo
erudita”. El uso de esos dos términos, bastante
a co m o d a d a s en un p roceso descentralizador.
o el azul, es perce p tib le en la visualidad d e m ú lti
p o r d o n d e circulan
los bienes culturales.
cuestionados, puede delim itar un m ovim iento de
Inserto en esta coyuntura económ ica, social y
ples ciudades y países: pero, en to d o s esos esp a
bienes simbólicos que asum e una única dirección,
política se encuentra un intenso flujo m igratorio
cios prevalece una estétic a p rove nien te d e un es
en principio, puesto que por lo general tan sólo el ar
transitando en diversas direcciones. En este tránsi
tra to social d e escasos recursos financieros.
tista considerado “erudito” tiene facilidad d e acceso
to, mezclas étnicas y culturales se hacen visibles,
C o m o puede verse, la era de la g'lobalización y
a los códigos del arte popular, sin que el m ovim ien
ubicándose en una zona d e con tacto5 móvil, en
d e las condiciones postm odernas prom ueve circui
to inverso tenga la misma facilidad d e asimilación.
don de se crea un estado d e contam inación mutua.
tos maleables que proporcionan el carácter inter
Sin d ud a, el artista p o p u la r p u e d e tra e r en su
La transmisión recíproca d e culturas puede produ
cultural del m undo contem poráneo. Los flujos de
o bra algunos rasgos del a rte q u e se co n stituye
cirse tanto en el sentido "centro/periferia”, com o en
bienes simbólicos causan, sin em bargo, tensiones y
[ 228 ]
prefiera lo a n te rio r y q u é dese en d ud a con lo
relaciones desiguales. Pero, aún en este estado de
el bosque do m in ad o por las voluntades, el m etal
desequilibrio son posibles las actitudes de resisten
forjado, la certeza de la tem p eratu ra existente, el
mejor. A b andon e, vuelva a em pezar, a u n q u e haya
cia, hay una brecha por la que se puede entrar e in
co n ocim iento de la cap acid ad d e resistencia de lo
pasado m uy p oc o tiem po . Siéntase destruido,
vertir las fuerzas hegemônicas, perm itiendo una
qu e se p uede rom per, la hu m ed ad qu e se va a
m uerto, incapaz y b ro te raspando y rep in tan d o
contam inación de la que surja un intercam bio entre
evaporar en la atm ósfera, el tie m p o d e secado (si
hasta crear un pasado. S u tilm ente vele y deje
culturas com prom etidas con el arte proveniente de
llueve se dem o ra m ás), el fuego, los instrum entos
e sc u rrir
la tradición popular que, en lugar de cerrarse, per
cortantes, la m adera rasgada, el papel, el lápiz,
som bras absurdas, perciba los m onstruos, el frío,
m ite la expansión de su universo estético.
el c am b io de e stad o de la m ateria... En fin, la
rasure, borre, pero no lo b o te a la basura: insista.
intervención
h o m b re en
este
m undo
líqu ido,
d e s tru y a
las
luces,
cree
de
D eje qu e las voces lo estim ulen. H aga lo q u e no
átom os. La huella digital im presa en el to q u e frío
c om pren de, te n g a la seguridad de una guerra,
HISTORIADORA DEL ARTE / CURADORA-ADJUNTA DE LA
del barro, el paso d e barro a pote, d e p o te a filtro,
p ero descubra cu ando term inó.
BIENAL NAÍFS DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
de filtro a ladrillo, d e ladrillo a teja, de teja a
Crear, lleno d e ese m isterio es único y raro,
m uñeco, de m uñeco a caballo, d e cab allo a buey,
pero, existente. C uando se produ ce así, los resul
M a rin a /A o ka rze S 1
del
el
teju (la g a rto )
ta d o s
son
e x tre m a d a m e n te
tra n sfo rm a d o res.
1 D o cto ra en Sociología, M aster en Historia del
de buey a perro m o rd ien d o un
A rte, Profesora del curso de A rtes Visuales y
carg a d o en los dientes arrastrándolo p o r el suelo;
Perseguidos por las explicaciones, se avanza a
Tecnología d e la Im agen de la U niversidade da
clavado en la carne el cuchillo corta y se desliza
grandes pasos hacia la evolución del arte y nos
A m a z o n ia — U n am a y Directora del Espacio C ul
en la herida ab ierta del anim al q ue ahora se
vo lvem o s m ás hum anos. ¿Q uién sab e lo que
tural Casa das O n z e Janelas.
vuelve com ida, cocida en la sólida olla del indio.
sucede cuando se crea?
2 Esta afirm ació n de A n a M ae Barbosa consta
Imagine no dom inar el ímpetu de la inspiración.
Salga de la cueva, desm itifique las sombras para com pren der m ejor los fenóm enos de la luz.
en la p resentación realizad a para el fo lleto del
Este
reg lam en to d e la Bienal Nai'fs d o Brasil 2 0 0 6 ,
completo, insinuando su fragilidad humana y con un
Todos
p rom ovida por el SESC -SP de Piracicaba.
entusiasmo que devora la racionalidad. Así, todo
tenem os el m undo para masticarlo. Pertenece a la
3 La form ulación de este pensam iento de Peter
insinúa. La inestabilidad le hace incapaz de contener
relación entre los hom bre en la búsqueda de
Burke está registrada en el libro Cultura Popular na
las razones. Uno ya no es consciente, lo que piensa
la divinidad, esta práctica de aprendizaje de la
Idade M oderna (Cultura Popular en la Edad M oder
ya está dominado. La verdad pasa distante y su
lectura y relectura, la repetición, el control, el d o
entusiasm o
poético
absorbiéndole
por
te n e m o s
luz y
som bras
propias,
hoy
na). São Paulo: Companhia das Letras, 1989, p.68.
inteligencia se transforma en un recién nacido. Le da
m inio de la técnica para expresarse mejor. Este
4 Las form u laciones de N esto r C ancline q ue aquí
vuelta a la página de toda la concepción filosófica
conjunto de principios qu e rigen sistemas, pero
racionalista. Su percepción en estado d e ALERTA no
qu e son opiniones d e autores avisados, que
globalização imaginada (La globalización imaginada). São
se presentan se en c uentran en A
Paulo: Ilum inuras, 2 0 0 3 . 5 Térm ino utilizado por M oacir dos Anjos, en
Local/Global: arte em tránsito (Local/Global: arte entránsito). Río d e Janeiro: Jorge Zah ar Ed., 2 0 0 5 . 6 Id, p. 14.
C a rd a n d o ía pre/sa con 5oa diente/S ¡Existe arte! Co ntra cualquier tip o de división, d e
soporta lo que está sucediendo y sim plem ente deja
insisten en decir YO PU ED O CREAR, incorporan el
que la violen. Com pletam ente dom inado se apodera
d eb er sagrado, son creyentes vivos, se perm iten la
de uno este transitorio. Su trabajo com anda su
conciencia de sí mismos, form ulan sus propios
conducta impulsiva, dejando que el inconsciente
códigos escrupulosos, son solidarios a la vida.
aflore com o un traum a en el hueso. A p arece un
Precisamos ver para alfabetizar la m irada y vivir
m undo desapercibido, reelaborando significados
para entender el Arte. Fue así q ue Picasso m iró las
del cotidiano. Todo se subordina a explicaciones
máscaras Africanas y se hizo más humano, fue así
sicológicas. Se le comunica su com portam iento a la
que Vitalino hizo el hom bre de barro, que J. Borges
xilos y
escribió
cordéis, así
luz de esa ciencia: sofocado por la leche materna o
grabó
a la sombra de los arquetipos — su m adre gigantesca
funden sin la diferencia del más y mayor, la verdad
las culturas se
lo observa y lo orienta con voz contundente.
es siem pre única sin dudas atropelladas, nuestra
p o r secuencias
El barro es para moldar, el papel para dibujar,
históricas del p o d e r financiero, de clases sociales,
el lienzo es para pintar en una acción obvia, eche
hecha en la casa grande,
etnias y ven cedores d e guerras. Existe lo hum ano
tinta antes d e secar; en la carrera d e la m ateria,
tiene m iedo de lo popular esconde una frustración
capaz
m estiza, subordina la historia a sus deseos, mira de
con fusos
de
status
a lim e n ta d o s
tra n s fo rm a r
paisajes,
a lim e n ta r
cultura es de negros, indios y blancos, una m ezcla
senzalay bosques. Quien
el
to q u e más allá del pincel; aplaste los colores,
espíritu, re fo rm a r los sentim ientos, p erfeccionar
pulverizando la lógica crom ática. Su trabajo es
reojo y percibe a pedazos, tantea la superficie sin
los sentidos, estructurar los lenguajes, sensibilizar
intenso. M uévase hasta sudar y alterar su corazón.
percibir la form a, huele y no visualiza, traga saliva y
d e ja n d o q u e se m anifieste el orgullo d e prim ate.
Sufra q u eriendo d ejar m arcado el últim o m en
no le gusta lo que digiere, oye y se asusta con
La transform ació n d e la arcilla en m ateria para
saje de la hum anidad. D esconsidere vio le n ta
gruñidos, percibe y no siente qu e el A rte es puro
m anipulación, la com prensión de su plasticidad,
m e n te lo existente, d esprécielo y p inte d e nuevo,
reflejo d e lo qu e somos. Tenemos una muestra con
netrar por influencias eruditas, aunque conserve su
A rte
Es en ese contexto sociocultural en transformación,
d enom inado “popular”, que respira encuentros y
típico del Brasil de hoy, que se inscribe la mayoría
naturaleza propia. La sabiduría popular y la imagina
exhala sudor de trabajo y lucha en la vida.
d e las obras seleccionadas. S o rprendentes, en la
ción individual y colectiva se hermanarían en obras
m edida en q ue presentan soluciones plásticas in
difíciles de definir bajo una sola catalogación.
artistas
de
una
tierra
e fe rv e s c e n te en
Rinafido S iív a
ventivas en el abord aje d e tem as actuales. En algu
La o p o rtu n id a d de partic ip ar co m o ju rad o de
ARTISTA PLÁSTICO Y PROFESOR DE ARTE /
nos casos, realm ente hay una visión crítica de la re
selección de la Bienal Naí'fs d o Brasil d e 2 0 0 6
CURADOR-ADJUNTO DE LA BIENAL NAÍFS DO BRASIL
alidad com o se puede constatar en las pinturas que
p ro fu n d iza mi convicción de que al género, fu e r
[ENTRE CULTURAS] 2006
muestran la destrucción del m edioam biente y la cri
te m e n te vinculado al a rte popular, aún no se lo
m inalidad urbana. De entre tantos cuadros de inte
valoriza intern am ente, tal vez p o r ser una m an i
rés estético y antropológico, vale destacar
festación p rodu cid a p o r artistas no eruditos, a
Bienaí Na'íJ/S, en s in to n ía con 5a conbenporaneidad
Arepro duçãodadengue(Lareproduccióndel dengue) de
Aléx Benedito dos Santos, uno de los ganadores del
dos en el am b ie n te rural, pero p ro gresivam en te
P rem io de A quisição (P re m io de Adquisición). El
ad e n tran d o en el universo urbano, en buena p a r
De entre los m uchos que pretenden hacer arte,
pintor no se intim ida fre nte al lienzo. Es notable la
te d e los casos con un rechazo a las reglas con
son pocos los q ue van más allá de la banalidad de
libertad de su dibujo, no sólo por el vigor del gesto,
vencionales d e la pintura, ya sea p o r elección o,
las fórm ulas establecidas para aventurarse en la
sino tam bién por la concom itancia de las narrativas:
para la m ayoría de los artistas, p o r falta d e a c c e
experiencia de la creación espontánea. En una
La línea organiza el espacio, describe los hechos y
so a ellas.
Bienal Naif, más que en cualquier otra, es de espe
subordina la pintura que se a tie n e a los tonos
rarse la expresión original, sin prejuicios, m ovida
som bríos d e la periferia. Jab oticaba l no es Nueva
e n o rm e
por el deseo de com unicar del individuo y por el
York pero Santos pu e d e llegar a ser un Basquiat.
de origen po p u la r y en c ontrar talento s obliga a
p artir de tem as populares g en era lm e n te inspira
R ecorrer el m undo de los naif es un desafío y
fascinante.
S u m erg irse
en
el a rte
con ocer el m ayor núm ero posible d e artistas,
pulsar de la vida social. Sin em bargo, ni siem pre
id en tific a n d o
carac terísticas
q u e tra n sfo rm a n
esa libertad está presente en las obras enviadas
/A a ria A Íic e A \i5 5 ie t
para la selección del jurado. Eso porque, a lo largo
HISTORIADORA DEL ARTE / JURADO DE LA BIENAL NAÍFS
a algunos d e esos pintores en exp o n e n te d e lo
d e los años, se cristalizó algo com o un “estilo naif”,
DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
q ue hay de m ejor artísticam ente, destacándolos no sólo co m o naif, sino que colocándolos en tre
un m odo de pintar que se está reproduciendo casi
los principales nom bres del a rte universal, inde
en serie, volviéndose m arca registrada de la pintu
¿Qué n a ij /so¡¡ ¡¡o?
ra erróneam ente den om inada “prim itiva”. Ese ha
p e n d ie n te m e n te d e categorías, estilos, n o m e n claturas y tem áticas, q ue pueden ser la p re e m i
cer ordenado, bien com portado, tiene sus caracte rísticas: com posición frontal y plana, form as bien
Desde 1999, a partir de una investigación para escri
nencia d e lo onírico y de lo im aginario, de la
delineadas rellenas d e colores vivos y tem as rela
bir el libro
crítica social, d e la violencia urbana o la valo riza
paisajes del cam p o — siem pre m iniaturizados. Esa
OspincéisdeDeus: vidaeobradopintor naif WaldomirodeDeus(LospincelesdeDios: viday obradel pintor naif WaldomirodeDeus), he encon
form a de p intar d e origen po p u la r fue "ennoble
trado las más diversas definiciones del arte d en o
Por to d o eso, tras la fase inicial en que la
cida” por Tarsila d o Am aral, en su fase Pau-Brasil
m inado naif o primitivista. Hasta hoy, siete años
Bienal fue dirigida p o r el entusiasta investigador
en los lejanos años de la década d e 1920. La a p e r
después, ninguna de ellas me ha convencido com
y curador Antonio Nascimento, vinculado al S E S C /
tura m odernista tuvo el m érito de hacer salir del
pletamente, ya que la mayoría proviene de críticos o
Piracicaba, a p artir de 2 0 0 4 , la presencia de un
anonim ato a algunos artistas populares y de abrir
dueños de galerías más interesados en defender
cu rad o r extern o transform a en o b lig ato ria la dis
la com unicación entre el universo erudito y el pue
ciertos espacios en la academ ia o en el m ercado que
cusión de lo q u e viene a ser ese d e c a n ta d o arte
blo. Fue con esos avances q u e se consolidó la
en observar d e cerca a los artistas y sus trabajos.
naif. Sin em bargo , m e p erm ito la libertad d e co n
cionados a la tradición rural — fiestas populares,
referid a produ cció n estereo tip ad a que actu al
D e fo rm a general, los con ceptos m ás u tiliza
m en te está en el m ercado y se pretende artística.
dos coinciden en definir el estilo naif co m o aquel
ción idílica de la zona rural y de sus activida des económ icas y sociales.
siderar que, una vez más, g en era lm e n te la cues tión se p lantea de fo rm a equivocada.
El jurado del cual form é parte, sin menospreciar
m arcado p o r los colores vivos, la im aginación, la
Se les p re g u n ta a los críticos q u é es lo naif.
a los que se rigen por una iconografía tradicional
estilización y un p o d er d e síntesis llevado al lien
¿ N o sería m ás lógico in vertir la p re g u n ta e in te
m ente identificada com o naif, privilegió una pro
zo con una técnica a p a re n te m e n te rudim entaria.
rro g a r a los artistas del ev e n to p o r q u é ellos se
ducción más audaz. Son obras vinculadas al m undo
En esos aspectos, se podría d ec ir q u e el a rte naif
con sideran naif? D esde el m o m e n to en q u e c re
contem poráneo; reveladoras de la com plejidad de
b rota del inconsciente colectivo.
ad o re s
de
p rá c tic a m e n te
to d o s
los
E stados
la vida urbana y de lo que resta del universo rural
Eso señala dos elementos fundamentales: el arte
brasileños d e c id e n en v ia r sus tra b a jo s para la
en la m em oria de los que migraron hacia la ciudad.
naif estaría en constante renovación, dejándose pe
e va luac ión d e una com isión ju z g a d o ra para p a r
[ 230 ]
tic ip a r en una B ienal Naif, c a b e in d a g a r cuál
tra ñ a r que, al consolidarse la idea d e un estilo
es el m o tivo .
p ro p io a lo naif, ella diese m ás lugar a e s te re o ti
[E n tr e Cuübura/s] mabrice/S p o p u ía re /6
¿Porqué ellos se consideran naif? C uando se m i
pos q u e a una visión c o h eren te d e esa creación,
"W e
ran al espejo y cuando miran su trabajo, antes d e en
d es d e una persp ectiva an tro p o ló g ica o estética.
bou nderies o f a rt and th e a rt w orld, an influx
viarlo p or correo, se identifican, más o menos cons
Ecos d e un ro m an tic ism o nostálgico qu e siem pre
o f tru ly indigestible ‘o u tsid e’ a rtifacts.”
cientem ente en cada caso, com o naif y, cuando
prefirió el c a m p o a la ciudad, aso cian do lo p o p u
esperan el resultado del jurado, ya sea positivo o
lar al
negativo, necesariamente, en lo más profundo del
cultura, se anquilosaron en una cierta creación
En el com ienzo del m odernism o, la aspiración por
alma, se deparan con la pregunta: ¿Qué naif soy yo?
d en o m in ad a e s p o n tán ea (a u n q u e fuese más difí
el “arte to ta l” condujo a interesantes experim entos
folclore c o m o
las raíces
auténticas d e
n ee d
exh ib itio n s
th a t
q u e stio n s
th e
Jam es C lifford (1 9 8 8 )
una
autenticidad...), q u e inclusive c o n
d e integración d e las artes com o lenguaje, con te
lim itaciones hum anas y atribu cion es re g la m e n ta
quistó un sec to r del m ercado . H abría sido m ejor
nido y espectáculo. El C a baret Voltaire y los Ballet
rias les d a a to d o s una respuesta, una e n tre las
buscar
arte, cread o por
Rusos d e Serge Diaghilev fueron ejem plos m agní
m últiples
posibles. D u ra n te los p róxim os dos
un cierto m ás acá o m ás allá d e los estándares
ficos. Pero una contradicción rondaba el M o d er
años los q u e fueron evaluados, estén o no en
eruditos, y q u e m uchas veces se nos escapa p o r
nismo: la ansiedad clasificatoria q u e llevó a m u
esta Bienal 2 0 0 6 , p o d rán reflexionar acerca de
qu e nos habla d e otras form as d e
los resultados y — quién sabe — enviar nuevas
representar el m undo.
La com isión ju z g a d o ra d e esta Bienal, con sus
obras sob re esa m ism a p reg u n ta q u e los a c o m paña d e fo rm a perenne: — Pero, al final, ¿qué naif soy yo?
cil certificar su
lo que nos dice ese o tro
comprender y
chos "ismos” en el a rte erudito y a una división del A rte basada en la clase social, separando tam bién
Si eso se hubiese to m a d o en serio, hace m u
el A rte del pueblo en varios fragm entos. En la é p o
cho tie m p o nos hab ríam os d a d o cu e n ta q u e esos
ca actual, yo diría que los m ovim ientos en direc
artistas populares o sin estudios o sim p lem en te
ción a la destrucción d e barreras entre las artes y
m arginales no están fuera d e nuestra realidad
e ntre los códigos eruditos y populares com ienzan
O /ic a r D 9A m b ro/4 Ío
c o n tem p o rá n ea, con sus tensiones y aflicciones,
a con tar victorias. Una d e ellas es esta exposición
PERIODISTA Y CRÍTICO DE ARTE / JURADO DE LA BIENAL
sus sueños y esperanzas, no pud ien do, p or lo
en la que busqué, con la ayuda d e otros curadores
NAÍFS DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
tan to , ser co n finado s a te m á tic a s exclusivas o
y artistas, interrelacionar el A rte Popular, la Cultura
fo rm a s co n gela das d e representación . En la d in á
Visual del Pueblo y la producción d e artistas erudi
m ica d e la cultura, el n a/Tsiem pre hablará d e una
tos que trabajan con m atrices populares. Pensé
vo lu n tad d e creación d e individuos que, p or co n
q u e sería m ás difícil convencer a los artistas erudi
dición sociocultural o elección propia, buscan
tos a participar en una exposición junto a artistas
Un a rte
Naif : a rte
má/S
aüüá de 5o/S e/stereobipo/s
ingenuo, primitivo, espontáneo, ínsito...
tra d u cir su sen tim ien to del m u n d o en un len g u a
populares que no tienen educación form al y con
dounier Rousseau y
je e stétic o ajeno a las convenciones d e elite, de
trabajadores que, a través d e im ágenes, se asem e
de la presencia influyente del arte oriental y afri
m ayo r éxito c u a n to m ás p ro fu n d o sea el im a g i
jan a publicistas d e los pobres q u e llaman la a te n
cano en la Europa d e finales del siglo X IX y co
nario por m ed io del cual se expresa y m ayo r sea
ción hacia sus productos, sus tiendas o aquello
m ienzos del siglo XX, fueron innum erables las
la origin alidad o el d o m in io té c n ic o d e sus m e
que representa su subsistencia, usando imágenes
designaciones q u e intentaron abarcar en su diver
dios d e expresión.
com erciales d e inflexión popular.
D esde el descubrim iento del
naif no
fue a lg o q u e los
C reo q u e estab a tra u m a tiza d a por la reacción
m iem b ro s del ju rad o hubiesen p rep a ra d o para
d e la co m u n id ad d e críticos y jóvenes artistas
evaluar las casi 8 0 0 obras enviadas d e p rá c tic a
co n te m p o rá n e o s d e los años 9 0 , reacción c o n
m e n te to d o el país a Piracicaba. Esas obras se
traria a mi tra b ajo en un p ro ye cto m ulticulturalis-
europ eos d e vanguardia, sin que, no obstante, se
nos im pusieron p o r su extraordinaria riq ueza y
ta para el M useu d e A rte C o n te m p o rá n e a da
alterase el indisim ulable tono despreciativo que
diversidad te m á tic a y form al, d elin e a n d o p or sí
U n iv e rs id a d e d e
con tinuó m arcánd ola fre nte al a rte q u e no necesi
solas criterios d e elección y prem iació n. Difícil t a
C o n te m p o rá n e o d e la U niversidad d e São Paulo).
sidad un a rte fuera d e los cánones eruditos d e la tradición occidental. Inicialm ente vista c o m o una
museodelosho rrores, ella llegaría después a inspirar m ovim ientos producción a ser confinada a un
Esta visión d e lo
São
Paulo
(M u s e o
d e A rte
ta adjetivos para legitim arse sim p lem en te por ser
rea, sin dud a, p o rq u e habría q u e eleg ir y prem iar
Los insultos q u e oí hacían con q u e el e p íte to
el arte, con sus cód igo s estéticos que
a m uchas más. Pero tam b ié n , no o b s tan te, una
"loca” pareciese un elo g io a m is oídos. El te n e r mi
con siderado
siem pre se consideraron universales.
Naif, un a rte menor, en suma, q u e nos disp en
pru eb a d e la im p o rtan cia c recien te qu e esta
n o m b re en la lista negra d e la elite q u e fre cu en ta
Bienal gana con cad a nueva edición.
los m useos no significó nada d e la n te d e la g u e rra q u e d ec lararon las personas q u e do m in ab an
saría d e e n ten d erlo en sus propios térm inos, ya fuese la creación d e los pueblo s d en om inad os
primitivos o la d e los pobres,
M a ría Lucia M o n te a
el sistem a d e las A rtes co n tra el hecho d e q u e
iletrados y locos en
ANTROPÓLOGA / JURADO DE LA BIENAL NAÍFS DO BRASIL
h ayam os co n seg u id o co n q u istar a las clases más
nuestras sociedades. D e esta fo rm a, no es d e ex
[ENTRE CULTURAS] 2006
p ob res c o m o fre cu en tad o ra s del Museo. So bre la
Carnavalescos, q u e p re s e n ta b a a le g o
las diferencias, ya q u e ha sido en n o m b re d e las
rías d e carnaval q u e c o m e n ta b a n el universo del
d iferencias q u e se viene n e g a n d o a las c o m u n id a
m os juntos. Ellos son: la d o c to ra L ed a G uim arães,
A rte , tu v e q u e o ír c o m o reacción a la g ran visita
des p o b res el d e re c h o d e ejercer sus habilidades
d e la U n ive rs id ad e d e G oiânia, con qu ien discutí
d el
exp osic ión
últim os d iez años, invitánd olo s para q u e tra b a je
este
d e n tro d el A r te C o n te m p o rá n e o . Esta d e s ig n a
sob re lo P o pular en los ú ltim os cinco años, in te r
Museo!". ¿H ay algún e s p e c ta d o r q u e no sirva en
ción, "A rte C o n te m p o rá n e o ”, se reserva a los p o
c a m b ia n d o ideas sob re lecturas y viajes: la d o c to
un M useo público?
cos felices d e clase m edia, so fisticada p o r la cul
ra M arisa M okarzel, pro feso ra d e la U n am a, en el
tura e ru d ita, blan ca y e u ro p eizad a.
e s ta d o d e Pará, d irecto ra y c u rad o ra del Espaço
pueblo :
“¡N ad ie
im p o rta n te
v ie n e
a
La m ag n ífic a exp o sic ió n d e G laucia A m aral y M ay Suplicy, Arte Periférica: combogós, latas e sucatas(A r te Periférica: combogós1,tarro s y c h a
La artista Lubaiana H im id2 afirm a m u y bien que
C ultural Casa das O n ze Janelas, con quien he es
éxito, para ella, sería ver su trabajo en cinco d ife
ta d o co n v e rs a n d o so b re m o d e rn is m o y p o s t
ta rra s ) (o c tu b re , 1 9 9 0 ) fu e in te rp re ta d a e rró n e a
ren tes lugares al m is m o tie m p o , y no una p ro g re
m o d e rn is m o ,
m e n te c o m o una exp osición d e A rte Po pular
sión d e d e ja r d e e x p o n e r en los fo n d o s d e un res
C o n te m p o rá n e o , en los m ucho s lugares d o n d e
cuando, en a q u ella ép o c a , yo era m u c h o m ás ra
ta u ra n te para e x p o n e r en una g alería d e arte
nos en contram o s; y R o b e rto G alvão, artista, cu ra
dical q u e hoy y ni siquiera a c e p ta b a la d e s ig n a
é tn ic o y, después, en la Tate. Esta idea d e éxito
dor, h istoriado r del A rte. C o n él y Lúcia, su mujer,
ción A rte P o p u lar p o r h a b e r sido c re a d a p o r los
adem ás
de
c o n c e p to s
de
A rte
c o m o progresión d e lugar es aún m u y m odernista.
las charlas van del A rte a la vida, siem p re regadas
d e n o m in a r al
D u ra n te los años 9 0 , al c o m e te r la au d a c ia d e
a m uchas g a m b a s y ag u a d e coco. Llevam os m ás
“o tr o ”. Lo q u e e s tá b a m o s h ac ien d o era m o strar
e x p o n e r dife re n te s có d ig o s culturales en el m is
la C u ltura Visual d el Pueblo, q u e aq u ello s qu e
m o espacio, d e n tro d e un sistem a q u e d e b e ría
Para mi alegría, ellos ace p ta ro n la invitación
a p re n d ie ro n p o r el a b e c é d e la crítica e u ro p ea
ser igual para to dos, fui m al e n te n d id a . V a m o s a
para ser curadores-adjuntos. Tam bién necesitaba
eran, y son, incap ac es d e reco n o cer c o m o p ro
ver ahora, en el siglo XXI.
un c u ra d o r-a d ju n to en R ecife, en d o n d e te n g o
in te lectu ales
h eg em ô n ic o s
para
d u c c ió n cultural, m u c h o m en o s c o m o A rte. Para mí, el p ro b le m a d e la in te ra cció n en tre
d e d ie z años e n c o n trá n d o n o s en la playa.
B e a triz S arlo3 nos recu e rd a q u e "ante la esp e-
m ucho s am ig o s d e varios años. D e c id í in vitar a
cialización d e la cu ltura (c o m p a rtim e n to s d e v a n
Rinaldo, un nuevo am igo, al q u e conocía p o c o pero
las culturas — la m arg in al y la cen tral, en tre
g u a rd ia
am bos
cuyo trabajo plástico m e gusta m ucho. Mis planes
“H ig h ” y “L o w ”, e n tre local y glo b al — no sólo es
o b s ervad o s p o r el m e rc a d o ), la m irad a política
eran trabajar con ellos en sus Estados, pero la vida
un e n fre n ta m ie n to e n tre d o m in a c ió n y su b o rd i
p ro b a rá un sistem a d e redes [...] Tales redes,
se encargó d e cam b iar aquellos planes y sólo pude
nación, es una ten sión co n tinua, d isten d id a m ejo r
cu a lquiera q u e sea su sentido, no son un nuevo
ir a Fortaleza, Teresina y U b eraba. Trabajé por e -
en la m úsica q u e en o tras artes en Brasil.
sistem a d e jerarquías, sino un esp a c io d e m áxim a
mail con
visib ilid ad d e las diferencias, o rie n ta d o no sólo
consultores, Darían Rosa (Brasilia); Elizabeth M.
El in fo rm e N a seem
Ignores, para
Khan,
The Arts Britain
la F u n d ació n G u lb enkian, en 1976,
d e s tru y ó las pos ib ilid ad es fru c tific a n te s d e la
y
c o m p a rtim e n to s
pop u la res ,
los curad ores-adju nto s y con mis am igos
p ara el cam b io , sino ta m b ié n in te re s a d o en la d e
A g uiar (Rio G rande d o Sul); Lívia M arques Carvalho
m o c ra tiz a c ió n d e las instituciones cu ltu rales”.
(Paraíba); Marcelo C outinho (Pernam buco); Robson X avier da Costa (P araíb a) y G láucia Am aral, mi h er
te n s ió n /a rd o r cultural. A u n q u e haya re q u e rid o
La C rítica Cultural, m ás q u e la Crítica d e A rte,
m ás fo n d o s para las "Artes É tn icas” (o tra dud osa
ha a b ie rto las m en tes d e los universitarios q u e es
m ana por elección, qu e o cu p ó m u ch o d e su p re
clasificación para el A r te P o p u la r), pro d u cid as
tu d ian A rte y, p o r eso, d e to d o s los artistas erudi
cioso tie m p o a y u d á n d o m e en las decisiones y en
p o r inm igrantes en Inglaterra, él reco m en d ó : "que
tos q u e citan lo p o p u la r co n vida dos ahora, apenas
la investigación.
la h arm o n iz a c ió n se d e b e a lc a n z a r re co n o cie n d o
uno no a c e p tó la invitación, p o r razones circuns
Les agrad ezco m ucho a todos y todas, pues,
las d ife re n te s c o m u n id a d e s c o m o sien d o c u ltu
tanciales tem porales q ue lo hicieron te m e r ser visto
con los problem as d e salud qu e hubo en mi familia,
ra lm e n te se p a ra d a s ”.
e n tre los Populares. Esto es un gran progreso en
estos nueve am igos/as fueron mis ojos y mi acción. P lan eé e s ta b le c e r c o m o núc leo d e la exp o si
Lo q ue esta reco m en d ació n p rovo có fue la
relación a los años 9 0 , c u a n d o no e n c o n tré ningún
“g h e tiz a c ió n ” cultural d e los pobres, la m u ltiplica
a p o y o en tre los artistas y los críticos d e A rte para
ción el d iá lo g o e n tre tres obras:
ción d e estereotipias acerca d e culturas d e las m i
el p ro ye cto m ulticulturalista q u e desarrollé. Sólo
da Onça Caetana (L a
A metamorfose
m e ta m o rfo s is d e la O n za
norías, fuera d e entreten ció n exó tica para los ri
los a n tro p ó lo g o s y la crítica culturalista qu e se ini
C a e ta n a ), una a lfo m b ra p ro d u c id a p o r la m a n u
cos. Una sociedad rica co m o la d e N o rteam érica
ciaba e n tre nosotros, con intelectuales co m o Sueli
fa c tu ra d e Casa C aiad a, en P e rn am b u co , c o n fo r
construyó Museos en separado para el A rte Latino
Rolnik, M aria Lúcia M ontes, C laudia Toni se a tre
m e diseño d e A ria n o Suassuna (co lecció n d e M.
am ericano,
vieron a escribir, ap o y a n d o la osadía.
A rtistas
N egros, A rtistas Asiáticos,
A rtistas M ujeres etc., pero m antuvo, c o m o sím b o
Para esta exposición,
[Entre Culturas] matrices
Ligia d e A m o rim B a rb osa); A
joven caetana), d e
Moça Caetana (La
D aniel M aced o , d e N atal, de
lo d e distinción, a la q u e to d o s los artistas d e cual
populares, escribí un
q u ier origen aspiran, las exposiciones en el M O M A.
la idea d e exponer, al m is m o tie m p o , los tres d is
Es im p osib le q u e des arro llem o s una sociedad
tin to s extracto s culturales y se lo env ié a tres a m i
Um dia é doCaçador, outro da Caça(Undíaesdel Cazador y el otro dela Presa), la o n za en des can so d el a r
d e cu ltura m ultirracial si nos b asam os a p e n as en
gos con los q u e he con versad o a lo largo d e los
tista p in to r m ural en G oiânia, Inácio da Silva.
p e q u e ñ o texto, en fa tiz a n d o
la colección d e A n to n io M arques, y
1 C ierto tip o d e ladrillos utilizados en el N o rte de
Lo más difícil d e conseguir fue el tra b ajo de
m arid o y yo fuim os am igos d e A rian o y Zélia en
Inácio d a Silva. Las fotos q u e Leda m e envió
Recife y te n g o d e ellos los m ejores recuerdos.
Brasil (n o ta d e la tra d u cto ra).
d e los m uros q u e él había p intado eran exu beran
C u ando decidim os venirnos a São Paulo, él vatici
2 Lub aian a Him id. In: S andy Nairne.
tes. Es así, p in tan d o im ágenes en muros, q u e él se
nó q u e term inaríam os "prep arando sándw ich de
Art. London: A
Channel Four Book, 1987, p. 2 4 0 .
gana la vida, y no había ninguna obra tra n sp o rta
m o rta d ela en un bar d e São Paulo”. Esta im agen
3 B e atriz Sarlo.
Paisagens Imaginárias. São Paulo:
ble. Con el m ism o profesionalism o d e los artistas
nos a co m p añ ó en la, a veces difícil, con dición de
EDUSP, 2 0 0 5 , p. 63.
eruditos q u e necesitan patrocinio para realizar sus
nordestinos en São Paulo y, cu a n d o las cosas no
4 G avin Jantjes.
instalaciones, Inácio da Silva se dispuso a pintar
iban c o m o m erecíam os, nos d ecíam os el uno al
Totah G allery and A rtra g e 2, Londres, 1983
algo para nosotros. La onza del cen tro -o este sur
otro: "¡Peor sería ven der sándw ich d e m ortadela!”.
gió gloriosa d e este proyecto y, en la exposición,
Pero, pensándolo bien, extrapolar, ¡nterterrito-
OnçaCaetanad e Suassuna.
rializar, mezclar, luchar contra el exclusivismo hege
Por lo tanto, ten em o s dirigiendo nuestra m uestra
mônico, contra la dictadura del cód igo europ eo y
observa, cuidadosa, a la
Critical Perspectives,
B IB L IO G R A F ÍA
State of the Art. London: A Channel Four Book, 1987. G avin Jantjes. Critical Perspectives, E d w ard Totah
norteam ericano blanco entre las murallas d e la uni
m arlo C ultura Visual del Pueblo. Este térm in o está
versidad es casi "vender sándwich d e m ortadela".
m enos m aculado p or la m ala voluntad del pod er
Ariano, tenías razón. “M íram e” aquí, valorizando el
cultural h eg em ô n ic o ); uno d e los artistas más
hibridism o cultural e intentando producir, con mis
eruditos d e Brasil, q u e d es d e los años 6 0 , ha bus
am igos d e diversos lugares del Brasil, un banquete
cad o influir en la po lítica cultural del país, en d i
cultural en que las sem ejanzas unan códigos diver
rección a la valorizació n d e lo po p u la r y a la
sos y las diferencias ganen visibilidad igualitaria
w w w .galeriabrasiliana.com .br
con strucción del diálogo erudito pop ular y la in
m ente, lado a lado, en com ún desacuerdo.
w w w .raw art.co m
Onça Moça Caetana de
Caetana se
transform a en la
A d em ás d e a g ra d e c e r a los c u rad o res-ad ju n tos, consultores y grand es am igos, cuyos nom bre
Daniel M acedo, q u e apren d ió con el M ovim iento
ya he m encionad o, ag ra d e zc o ta m b ié n a otros
A rm orial liderado por A riano Suassuna, a relacio
dos am igos, Luís N o gueira y G erard o Vilaseca,
narse con las reglas del lenguaje visual.
p o r la ayu da y p o r la fu erza qu e dieron, junto a
El M o vim ien to A rm orial, b a u tiz a d o en los años 7 0 , "estaba d es tin ad o a luchar co n tra un proceso d e d e s caracterizac ió n y d e vu lgarización d e la cultura brasileña, [...] al m ism o tie m p o q u e bus
G láucia A m aral, para q u e yo no renunciase. A los coleccionadores q u e nos prestaron las obras, les ag ra d e zc o p o r su generosidad. A los artistas qu e a c e p ta ro n p artic ip a r en la
[Entre Culturas] Matrices Populares,
cáb am o s un a rte eru d ito brasileño, b asado en las
exposición
raíces populares d e nuestra cultura.” — dijo Ariano
mi reco n o cim ien to por la visión plural q u e tien en
en una entrevista. Ello sucedía en un m o m e n to
d e la cultura brasileña.
en q u e el "Alto M o d ern ism o ” do m in ab a, el fo rm a
Por m ed io d e N ivaldo, que p o r la exposición
lism o era el cre d o crítico y la palabra "raíces” so
ab d ic ó d e su quiosco d e caram elos y golosinas
n ab a p e o r q u e p o rno grafía. A n tes d e morir, la
( “C o n fe ito s”c o m o se decía d u ra n te mi infancia
van guardia p ataleó y co n d en ó al infierno a Ariano
allá en R ecife), le a g ra d e z c o a los tra b ajad o res
y a sus seguidores. Él a firm ab a q u e q uien era de
que, aun q u e no sean con siderados artistas ni por
la elite era el A rm orial, y parecía significar que
la co m u n id ad crítica ni por ellos m ismos, enri
quien p e rte n e c ía a la elite intelectual era el p u e
q u e cen visu alm en te su e n to rn o o sus instru m en
blo d e este país. H o rro rizó a m uchos.
tos d e trabajo.
Diez años después, U m b e rto Eco, con
El nom
bredelarosa, operaría con valores m uy sem ejan tes a los del M o vim iento A rm orial, fu n d ien d o lo eru d ito con la novela policíaca d e raíces po p u la
Term ino c ita n d o a G avin Jantjes, un
outsider
d e los círculos hegem ônicos, c o m o yo m e veo: "A rte no es una sim ple parte, sino el corazón c o m p lejo d e nuestro cu e rp o cultu ral”.4
res. A rian o fue n o m b rad o Secretario d e Cultura d e P e rn am b u co y a ctu alm en te es a p lau d id o por
Ana /A ae Barbosa
los m edios, q u e transform aro n al ho m b re erudito
ARTE/EDUCADORA / CURADORA DE LA BIENAL
sobre la E dad M edia en fen ó m e n o popular. Mi
NAÍFS DO BRASIL [ENTRE CULTURAS] 2006
Ed w ard
Him id., Lubaiana in S andy Nairne.
a un p in to r d e m uros (¿ A rte Popular? Prefiero lla
te rm e d ia c ió n del tra b ajo d e M acedo. La
State of the
G allery and A rtra g e 2, Londres, 1983 Sarlo, B eatriz.
Paisagens Imaginárias. São
EDUSP, 2 0 0 5 .
SITES
w w w .ka ra ndash .com .br
Paulo:
SESC — Serviço Sociaí do Com ércio Admini/sbração RejionaS no Estado de São Pauío
Bienaí Na'íj/s do, Bra/sií 200¿ [Entre Cuíbura/s]
a g r a d e c im e n t o s
A n ton io do Nascim ento, A b ra h ão Cavalcante, A derson M edeiros, Alexandre Filho, A lexandre
CURADORIA
Sequeira, A n ton io Marques, Antunys, Ariano
A n a M ae Tavares Bastos Barbosa
Suassuna, A rm an d o Q ueiroz, Caito, Carlos
CURADORES ADJUNTOS
Diretoria d e Ensino da R egião de Piracicaba,
DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL
Led a G uim arães,
Educativa FM, Elieni Tenório, Em anoel Araújo,
D anilo S antos d e M iranda
Marisa M okarzel,
FIEC - Federação das Indústrias d o Estado do
R inaldo José da Silva,
Ceará, G azeta d e Piracicaba, Geo, Gilvan Cabral,
R o b e rto G alvã o Lima.
GiraPira, Giselda L o m b a rd e Ercolin, Guma,
JÚRI DE SELEÇÃO E PREMIAÇÃO
Jocatos, Joelson, Jornal d e Piracicaba, José Altino,
SUPERINTENDENTE DE COMUNICAÇÃO SOCIAL
M aria A lice Milliet d e Oliveira,
José O távio Lemos, Kátia Jacarandá, Lilian
Ivan Giannini
M aria Lúcia M ontes,
França, Lúcia Maria Castilho Piza, Luiz Tananduba,
PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL
A b ra m Szajm an
SUPERINTENDENTE TÉCNICO SOCIAL
Oliveira, Christina M achado, Daniel Macedo,
Joel N a im aye r Padula
G ustavo Pandolfo, G ustavo Vaz, Jair Júnior,
O scar D 'A m b ro sio .
Manoel Graciano, M argarida Leda Kaciukaitis
GERENTE DE AÇÃO CULTURAL
Rosana Paulo d a C unha
Pandolfo, M aria A m élia Vieira, M aria José Batista, PROJETO EDUCATIVO
M aria Ligia A m o rim Barbosa, M estre Nato,
AEProduções/
O ldack Chaves, O távio Pandolfo, Paulo Carneiro,
Edna Onodera, Rejane G. Coutinho,
GERENTE ADJUNTO
Erick Orloski, José Minerini Neto, M oa Simplicio,
Paulo S érg io C asale
Christiane Coutinho, A lberto Tembo.
Paulo Miranda, Pedro Inácio da Silva, Prefeitura M unicipal d e Piracicaba, Renato Valle, Rinaldo Silva, R oberto Galvão, R oberto Rugiero,
ASSISTENTES
PROJETO ARQUITETÔNICO-EXPOGRÁFICO
Ruma, Sebastião d e Paula, Shirley Paes Leme,
Évelim Lúcia M oraes
arte 3 /
Tarcísio Félix, Tribuna Piracicabana, U N A M A -
Juliana B raga d e M atto s
A rq u ite to s Assistentes: C hico Gitahy,
Pedro M endes da Rocha
Universidade da A m azô nia, Viga Gordilho.
Marilia D a n ta s e D aniela M arcondes. GERENTE DE ARTES GRÁFICAS
Eron Silva
SESC SÃO PAULO
Av. Álvaro Ramos, 991CEP03331-000 SãoPaulo SPBrasil Tel 116607-8000 ■0800-118220 Telefax 6607-8080 www.sescsp.org.br
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Ed ito r Edison Paes d e Mello GERENTE DO SESC PIRACICABA
Se b astião E. C. M artins
REPRODUÇÃO FOTOGRÁFICA DAS OBRAS
GERENTE ADJUNTO
Assistente: F ern a n d o G onçalves.
A n d ré Fortes
F á b io J. Rodrigu es Lopes
SESC PIRACICABA IDENTIDADE VISUAL E CATÁLOGO
APOIO TÉCNICO
V ic to r Burton
Lúcia Lop es Sim ões
D esigners Assistentes: A n g e lo A llevato B o ttin o
S ecretaria: F ern a n d a M ucillo M olina.
e F ern a n d a Mello.
v e r s ã o in g lês
Labranã /
Ann Puntch /
v e r s ã o es p a n h o l
r e v is ã o o r t o g r á f ic a
Valeria
M aria Lúcia Leão.
Rua Ipiranga 155CEP13400-480 - Piracicaba São PauloSPBrasil Tel 193434-4022 • Telefax 193434-4175 Email: emai/@plracicaba.sescsp.org.br BIENAL NAIFS
DO BRASIL
[ENTRE CULTURAS]
2006
Realizadapelo SESCSP\ Unidade Piracicaba De23 desetembro de2006 a 31deJaneiro de2007. bienalnalfs@plraclcaba.sescsp.org.br S e te m b ro 2 0 0 6
Con/ieiho Rejionaí do S65C 2004/2010 PRESIDENTE
REPRESENTANTES DO CONSELHO REGIONAL
A b ra m S zajm an
JUNTO AO CONSELHO NACIONAL
EFETIVOS
EFETIVOS
C icero B u eno B ran dão Júnior
A b ra m Szajm an
E d u ard o V a m p ré D o N a scim ento
Euclides Carli Raul C o cito
Eládio A rro y o M artins Elisete Berchiol Da Silva Iwai Ivo Dall’A c q u a Júnior Jair Toledo Jo rg e Sarhan Salom ão
SUPLENTES
A ld o Minchillo C o stábile M a ta ra zzo Junior O zias B ueno
José M aria D e Faria DIRETOR DO DEPARTAMENTO REGIONAL
José M aria Saes Rosa José S antino D e Lira Filho Luciano Figliolia M anuel H e n riq u e Farias R am os M areio Chaves Pires V aldir A p a re c id o Dos Santos W a la c e G arro u x S a m p aio
SUPLENTES
A m a d e u C astanheira A rio vald o M aniezo A rn a ld o José Pieralini B e n ed ito Toso De A rru d a Carlos A lb e rto D ’am b ró sio Dan G uinsburg Joã o H errera M artins M aria Elena Taques M ariza M edeiros Scaranci Paulo Joã o D e O liveira Alonso Paulo R o b e rto Gullo Rafik Hussein Saab
D anilo Santos D e M iranda
Bienal Nalfs do Brasil . São Paulo: SESC, 2006. 236p. Textos em português, Inglês e espanhol. ISBN 85-98112-28-3 1. A rte Nalf 2. A rte Popular 3. Pintura I. SESC. A dm inistra ção Regional no Estado de São Paulo. CD D - 700.074
ISBN 8 5 -9 8 1 1 2 -2 8 -3
9788598
112282
Hal#.?