Revista do SENGE-RS nº 110 | Outubro de 2018
PAUTA MÍNIMA PARA O GOVERNO DO ESTADO
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GESTÃO 2018-2020
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PROTEJA TUDO O QUE É IMPORTANTE PARA VOCÊ. Uma parceria com a ¨°ɓǹژ°ƷǒɓȵȏȽ, o °-wG-ژ°ƷǒɓȵȏȽ oferece planos criados especialmente para nossos associados, de acordo com a necessidade específica de cada um. ژى¥ȵȏɋƷƬƥȏژưƷژ¥ƌɋȵǠȂȒȄǠȏژي°Ʒǒɓȵȏ ژɓɋȏȂȐɫƷǹًژ°Ʒǒɓȵȏژ-ȂȲȵƷȽƌȵǠƌǹًژ ژژژ°Ʒǒɓȵȏ¨ژƷȽǠưƷȄƩǠƌǹًژ-ȴɓǠȲƌȂƷȄɋȏȽژ¥ȏȵɋƍɋƷǠȽ ژى°-¨U¾ژٮژ°ƷǒɓȵȏژưƷ¨ژƷȄưƌژȲȏȵژUȄƩƌȲƌƩǠưƌưƷ¾ژƷȂȲȏȵƍȵǠƌ ¨ژٮژ ¨ژىƷȽȲȏȄȽƌƨǠǹǠưƌưƷ ژǠɫǠǹژ¥ȵȏ˟ȽȽǠȏȄƌǹ ژى°ƷǒɓȵȏژưƷژÝǠưƌ ژى°ƷǒɓȵȏژÝǠƌǒƷȂ Aproveite essas vantagens exclusivas para associados do SENGE. Saiba mais:
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nº 110 Publicação do Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio Grande do Sul DIRETORIA EXECUTIVA Diretor Presidente Alexandre Mendes Wollmann Diretor Vice-Presidente Tadeu Rodriguez Diretor Vice-Presidente José Luiz Azambuja Diretor Administrativo Cezar Henrique Ferreira Diretor Administrativo Adjunto Nelso Portelinha Diretor Financeiro Luiz Alberto Schreiner Diretor Financeiro Adjunto Francisco Carlos Bragança de Souza Diretor de Negociações Coletivas Diego Mizette Oliz Diretor de Negociações Coletivas Adjunto João Leal Vivian Diretor de Apoio e Qualificação Profissional Gustavo Silva da Rocha Diretora de Apoio e Qualificação Profissional Adjunta Nanci Begnini Giugno DIRETORES Fernando Martins Pereira da Silva, Jorge Luiz Gomes, Vera Maria Kroeff Carrion, Sérgio Luiz Brum, Córdula Eckert, Maércio de Almeida Flores Cruz, Márcio de Aguiar Gomes, Luís Inácio Camargo Gré, Carlos André Bulhões Mendes, Alexandre Rava de Campos e Luciano Valério Lopes Soares REPRESENTAÇÃO JUNTO À FNE Adriano de Vasconcelos Maboni e Marcos Newton Pereira CONSELHO FISCAL Ricardo Barreira Orling, Augusto Portanova Barros,Sonia Maria dos Santos Castro, Roberto Silva Dias, Lino Ivânio Hamann e Pedro Henrique Guardiola Ferreira CONSELHO TÉCNICO CONSULTIVO Vinicius Teixeira Galeazzi, Luiz Antônio Antoniazzi, Jussara Maria Leite Mattuella, Orlando Pedro Michelli, Flávio Abreu Calcanhotto, Luiz Antonio Timm Grassi, Marco Antônio Kappel Ribeiro, Valery Nunes Pugatch, Adinaldo Soares de Fraga, Gerson Cavassola, Mogli Carlos Veiga, Eduardo Fleck, Dairton Ramos Lewandowski, Rafael Volquind e Arnaldo Luiz Dutra NÚCLEOS REGIONAIS Núcleo Metropolitano Rogério Dorneles Severo, Cibele Elaine Vencato, Flávio Ampessan, Ciro Carlos Lucchese Ceratti, Iracema Duval da Silva Sant’Anna Oliveira, Josana de Cândido, Cláudio Luiz Garcia D´Almeida, Maximiliano Finkler Neto, Joaquim José Schuck, Jayme Tonon e Luiz Carlos Dias Garcia Núcleo Serra Sandra Maria Dalmina e Valfredo Reali Núcleo Sul Fábio Silveira Costa, Mário Augusto de Lima e Silva, Anderson Garcia Brião e Alice Helena Coelho Scholl Núcleo Litoral Rodrigo de Toledo
Palavra do Presidente Colegas, É com grande satisfação e redobrada responsabilidade que eu e os demais colegas diretores assumimos os rumos do Sindicato dos Engenheiros por mais uma gestão. Nossa categoria profissional, tão importante e tão heterogênea, demonstrou mais uma vez sua confiança ao optar pelo modelo de ação sindical que vem sendo empregado no SENGE-RS há quase uma década. Planejamos um Sindicato plural e participativo, no qual o conceito de valorização profissional alcança significado amplo e diversificado. Trabalhar por melhores condições de trabalho e de remuneração é uma importante parcela de nossa atuação. Qualificação profissional, protagonismo na proposição e equacionamento de temas do desenvolvimento, serviços e benefícios diferenciados, são eixos que complementam e consolidam um planejamento estratégico vencedor. Afinal, que outra entidade sindical atinge a cada ano números crescentes de novas associações? Quais entre elas estariam mais preparadas do que o SENGE para enfrentar o retrocesso e os obstáculos impostos pela Reforma Trabalhista? Trabalho em defesa do engenheiro e da Engenharia no Rio Grande do Sul é o que não falta. Mantemos nossas portas abertas a parcerias institucionais com diversas entidades, incluindo as principais universidades do Estado. Focamos nos novos profissionais, criando o Núcleo Jovem Engenheiro e intensificando nossa presença e apoio a iniciativas dos acadêmicos e dos seus professores. Mais uma vez, protagonizamos importantes debates com a sociedade como a questão dos Planos de Prevenção Contra Incêndios, da segurança alimentar, do setor elétrico, da uberização do trabalho em complemento a outros tantos organizados pelo SENGE disponibilizados a quem interessar pelos nossos canais da internet através de vídeos e conteúdos informativos. O Sindicato dos Engenheiros está no caminho certo, sólido e coletivo, pronto para mais 75 anos de uma história inovadora. Convido a todos a participar desta trajetória. Alexandre Mendes Wollmann Diretor Presidente 2014 – 2020
Núcleo Fronteira Oeste Sandra Severo D’Abreu, Márcio Marun Gomes, Maximiliano Alves de Moraes e Vulmar Silveira Leite Núcleo Oeste Núcleo Central, Tailor Luz Garcia, Roberto Cera Pileco e Eduardo Rigon Gelain Núcleo Noroeste Luiz Carlos Cruz Melo Sereno Núcleo Planalto Luis André de Almeida Maciel e Nilton Cipriano Dutra de Souza Núcleo Alto Uruguai Paulo César Schommer e Gilberto Rodrigues Jaenisch
Sumário Gestão 2017 – 2020 Segurança Contra Incêndio Setor Elétrico em discussão Pauta Mínima 2018 Uberização do Trabalho Transportes Solidez contra o Retrocesso Ação Sindical Qualificação Profissional Núcleo Jovem Engenheiro
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Jornalista Responsável e redação Silvio Mezzari – MTE/RS 10.028
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Redação Myrian Plá – MTE/RS 13.501 Morgana de Mattos – MTE/RS 15.605
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Diagramação Carlos Ismael Moreira – MTE/RS 15.021
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Projeto Gráfico Martins + Andrade Impressão Gráfica Comunicação Impressa
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Acesse as redes do Senge
PATROCÍNIO
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Chamamento Público Valorização Profissional Protocolo 2017040914
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DIRETORIA
Nova Gestão: Trabalho e compromisso com a representatividade dos engenheiros Marcada pelo expressivo crescimento no número de sócios, a gestão que conduziu o Sindicato dos Engenheiros para um novo patamar de seu quadro social assume novamente sua posição. Agora, porém, com a missão de manter a força e a representatividade de colegas engenheiros de todo o estado em um cenário político e econômico novo. Os desafios impostos pela Reforma Trabalhista exigirão dos trabalhadores uma nova visão frente às questões da categoria, que deverá se pautar cada vez mais pela pluralidade e participação nas atividades do seu Sindicato. Neste ambiente marcado pelo dinamismo, a diretoria do SENGE reafirma o posicionamento da entidade na busca pela valorização dos profissionais da área tecnológica, desenvolvendo ações que visam à qualificação, a inserção e a valorização dos profissionais da Engenharia. Para assumir esse trabalho, a equipe, liderada pelo presidente reeleito Alexandre Mendes Wollmann e os vices, Tadeu Rodriguez e José Luiz Azambuja, comprova já desde os primeiros meses da nova gestão, como a união de competências se faz fundamental para o alcance de conquistas. A prestação de serviços já foi ampliada, e quem é sócio já conhece as novas vantagens de participar deste Sindicato. Ao mesmo tempo, com a continuidade da gestão, será possível ao SENGE manter sua trajetória de crescimento, tanto na participação dos associados nos rumos da entidade, quanto na ampliação cada vez maior das negociações coletivas, com foco permanente na valorização profissional. Vale lembrar também que, junto à Diretoria Executiva, a entidade também é composta pela Diretoria Ampliada, representantes junto à Federação Nacional dos Engenheiros, Conselho Fiscal, Conselho Técnico Consultivo e dez Núcleos Regionais (Metropolitano, Serra, Sul, Litoral, Sudoeste, Oeste, Central, Noroeste, Planalto e Alto Uruguai). Em todas as partes do Estado, há profissionais representando a categoria. Conheça os membros da Diretoria Executiva do SENGE.
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ALEXANDRE MENDES WOLLMANN PRESIDENTE
Engenheiro mecânico, pós-graduado em Engenharia de Produção (UFRGS), Alexandre Wollmann é profissional de carreira da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN). Foi o responsável pela significativa ampliação da presença do Sindicato nas mesas de negociações, quando a entidade consolidou sua posição de legítima representante dos engenheiros, arquitetos, geólogos, geógrafos e demais profissionais da área tecnológica.
TADEU UBIRAJARA MOREIRA RODRIGUEZ VICE-PRESIDENTE
Engenheiro mecânico, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (PUCRS), Tadeu Rodriguez é profissional de carreira da Companhia Riograndense de Saneamento (CORSAN) desde 2004, além de ter trabalhado no Ministério da Marinha e na empresa DHB Componentes Automotivos. É conselheiro titular da Câmara Especializada de Engenharia Industrial (CEEI) do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RS (CREA-RS); diretor de Negociações Coletivas Nacionais da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) Gestão 2016 – 2019; diretor de Valorização Profissional da Confederação Nacional de Trabalhadores Universitários (CNTU).
JOSÉ LUIZ BORTOLI DE AZAMBUJA VICE-PRESIDENTE
Engenheiro agrônomo (UFRGS), pós-graduado em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (UFFRJ), José Luiz Azambuja é profissional de carreira da Associação Riograndense de Empreendimentos, Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER/RS). É o diretor de Relações Internas da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) Gestão 2016-2019, e foi secretário Executivo do Programa de Alívio à Pobreza no RS, financiado pelo BIRD, de 1996 a 1998. No SENGE, já exerceu o cargo de presidente por duas gestões (2008-2011 e 2011-2014), sendo o responsável pela reativação do Conselho Técnico Consultivo, implantação de Planejamento Estratégico, de Mídia e de Gestão de Pessoas por Competência para os funcionários do Sindicato.
CEZAR HENRIQUE FERREIRA DIRETOR ADMINISTRATIVO Engenheiro agrônomo, pós-graduado em Irrigação e Drenagem (UFRGS), Cezar Ferreira é vinculado à EMATER, onde atuou como extensionista local nas cidades de Giruá, Alecrim, Palmares do Sul e Porto Alegre, como gerente regional adjunto em Porto Alegre, e como chefe de Gabinete, diretor administrativo e coordenador estadual de Crédito Rural. Foi também professor da faculdade de Engenharia Agrícola da ULBRA. Atualmente é Conselheiro Suplente do CREA-RS e diretor Superintendente da Fundação Assistencial e Previdenciária da Extensão Rural do RS – FAPERS.
NELSO VOLCAN PORTELINHA DIRETOR ADMINISTRATIVO ADJUNTO Engenheiro agrônomo (UFPEL) e mestre em Fitotecnia (UFRGS), Nelso Portelinha atuou por mais de 31 anos na Área de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER-RS). No SENGE, já ocupou cargo de diretor financeiro adjunto (2008-2011) e diretor financeiro titular (2011-2014).
LUIZ ALBERTO SCHREINER DIRETOR FINANCEIRO Engenheiro eletricista (UFSM), e pós-graduado em Sistema de Potência (UFSC), Luiz Schreiner é profissional de carreira da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), tendo sido representante da companhia nos Grupos de Estudo de Expansão do Sistema Interligado Nacional. É assessor técnico da Frente Parlamentar pela Manutenção e Fortalecimento da CEEE e da Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Renovação das Concessões de Distribuição de Energia Elétrica.
DIEGO MIZETTE OLIZ DIRETOR DE NEGOCIAÇÕES COLETIVAS Engenheiro eletricista (UCPEL), pós-graduado em Gestão de Negócios de Energia (ESPM), Diego Oliz é engenheiro de carreira da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica- CEEE-GT, onde foi responsável técnico pela Divisão de Expansão da Transmissão, sendo o gestor desta área que executa obras de Subestações e Linhas de Transmissão. É também conselheiro Titular da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do CREA-RS.
JOÃO LEAL VIVIAN DIRETOR DE NEGOCIAÇÕES COLETIVAS ADJUNTO Engenheiro civil (FURG), João Leal Vivian é profissional de carreira da Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC), onde atuou como pesquisador, coordenador substituto do Laboratório de Materiais de Saneamento e como Gerente do Departamento de Obras e Manutenção. É também conselheiro Titular da Câmara Especializada de Engenharia Civil do CREA-RS e Conselheiro Suplente do Conselho Estadual de Segurança, Prevenção e Proteção Contra Incêndio do RS (COESPPCI).
GUSTAVO SILVA DA ROCHA DIRETOR DE APOIO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL Engenheiro eletricista (UFRGS), pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho (UFRGS), e em Gestão Empresarial (ESPM), Gustavo da Rocha é engenheiro de carreira da Companhia Estadual de Geração e Transmissão de Energia Elétrica (CEEE-GT), onde atuou como responsável técnico pelas áreas de projetos de subestações e de engenharia de manutenção de equipamentos de alta tensão. Também é inspetor-chefe da Inspetoria de Porto Alegre do CREA-RS.
NANCI BEGNINI GIUGNO FRANCISCO CARLOS BRAGANÇA DE SOUZA DIRETOR FINANCEIRO ADJUNTO Engenheiro civil e professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, Francisco Carlos Bragança de Souza é doutor em Engenharia Ambiental e ex-coordenador Nacional das Câmaras de Engenharia Civil do CONFEA. Foi 1° vice-presidente do CREA-RS, bem como vice-presidente da Sociedade de Engenharia do RS e presidente do Conselho Deliberativo da entidade; ex-diretor de Portos do RS (SPH); ex-diretor da Metroplan. Atuou como membro titular do Conselho de Administração do BANRISUL e como presidente do Conselho Fiscal da CEEE.
DIRETORA DE APOIO E QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL ADJUNTA Engenheira civil, mestre em Planejamento Urbano e Regional (UFRGS), especialista em Avaliação de Impacto Ambiental, Gerenciamento de Bacias Hidrográficas e Perícia Judicial Ambiental, Nanci Giugno é consultora em Saneamento Ambiental e Planejamento Urbano e Regional. Foi diretora de Gestão Territorial da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – METROPLAN; diretora do Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul - DRH/Sema (2011-2012); presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Abes-RS (2009-2011 e 20112013). No SENGE, já exerceu o cargo de conselheira técnica consultiva. O ENGENHEIRO
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PREVENÇÃO 75 ANOS
SENGE mobiliza Santa Maria para debater o futuro da segurança contra incêndio Auditório lotado para o 11º Painéis da Engenharia em Santa Maria
O Futuro da Segurança Contra Incêndio foi o tema da 11ª edição dos Painéis da Engenharia, realizada nos dias 17 e 18 de abril, no auditório do Centro de Tecnologia da UFSM, em Santa Maria. Foi o primeiro evento realizado pelo SENGE no interior do Estado, atendendo aos esforços da entidade em promover debates relevantes à sociedade e à categoria em todo o Rio Grande do Sul. Em dois dias de programação, professores e especialistas nacionais e internacionais debateram as normas, regulamentações eavançosligadosaosetordesegurançacontra incêndios. A iniciativa contou com o patrocínio do CREA-RS e apoio do CT-UFSM. A abertura do evento contou com a presença do representante do CREA-RS, Juarez Lopes, do professor Tiago Bandeira Marchesan da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da UFSM, do tenente coronel do Corpo de Bombeiros de Santa Maria, Claudio Pereira, do vice-prefeito de Santa Maria, Sergio Cechin, e do presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Sérgio da Silva. O presidente do SENGE, Alexandre Wollmann, destacou o caráter propositivo 6
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da iniciativa, no sentido de fomentar o debate sobre padrões técnicos e a evolução da legislação pertinente à segurança contra incêndios passados cincos anos da tragédia da Boate Kiss. “De forma democrática e participativa, não mediremos esforços nas articulações necessárias para o destravamento das questões ligadas ao crescimento e a justiça social do país”, destacou.
PROFESSOR DE COIMBRA APRESENTA O EXEMPLO DA LEI PORTUGUESA Destacando tragédias marcadas por incêndios de grandes proporções, resultantes de erros recorrentes, o professor da Universidade de Coimbra, João Paulo Correia Rodrigues, ministrou a Palestra Magna com o tema “Segurança Contra Incêndio – Aprender com o passado para prevenir o futuro”. O professor criticou a fragmentação criada pelas regulações estaduais no Brasil, na sua maior parte baseadas
na legislação de São Paulo, e recomendou a busca de uma uniformidade federativa visando maior clareza para o setor e para os profissionais que atuam na área de segurança contra incêndio, a exemplo de Portugal. Após o evento, o professor João Paulo também ministrou curso na sede do SENGE, em Porto Alegre, sobre análise de risco e organização da gestão da segurança contra incêndio em edifícios.
ENSINO, PESQUISA E MERCADO A primeira palestra tratou sobre os grupos de ensino e pesquisa na área de segurança contra incêndio, com destaque para a geração de conhecimento fomentada pelas universidades gaúchas, e a importância desse trabalho estar conectado ao mercado. O tema foi conduzido pelo diretor da Escola de Engenharia e coordenador da pós-graduação em Engenharia Civil da UFRGS, Luis Carlos Pinto Filho. Na sequência, a certifiProfessor João Paulo Correia Rodrigues, da Universidade de Coimbra
cação de produtos e projetos em segurança contra incêndio foi o tema do primeiro painel, com a mediação do diretor do Sindicato e coordenador geral do evento, João Leal Vivian. A professora Ângela Graeff, gestora de pesquisa do Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais da UFRGS, tratou da certificação de produtos e classificação de materiais, e na sequência foram apresentados estudos de caso pelo professor Fabrício Bolina, do Instituto Tecnológico em Desempenho para Construção Civil ITT Performance/Unisinos, e pelo diretor da UL do Brasil, Vladson Athayde.
LEGISLAÇÃO, CASES E PROJEÇÕES PARA O FUTURO As alterações e avanços na prevenção de incêndios após a tragédia da Boate Kiss foram tema da palestra ministrada pelo ex-comandante do Corpo de Bombeiros Militar do RS, coronel Adriano Krukoski, abrindo o segundo dia de programação dos Painéis da Engenharia. A palestra seguinte, ministrada pelo diretor do SENGE e da RCC Incêndio, Alexandre Rava Campos, apresentou cases em projetos, instalações, inspeções e manutençõesemredeshidráulicasdecombateaincêndio. O engenheiro criticou de forma incisiva práticas que dissociam os planos de prevenção da eficácia concreta dos projetos, visando apenas a liberação dos empreendimentos, e apontou deficiências que ainda precisam ser resolvidas no setor e na legislação pertinente. O debate sobre o comportamento estrutural na segurança contra incêndio foi tema do painel mediado pela professora Larissa Kirchhof, da UFSM. Participaram também o professor da UFSM, Rogerio Cattelan de Lima, apresentando contribuições científicas ao tema; o professor da Poli-USP, Valdir Pignatta e Silva, tratando sobre a compartimentação na segurança das estruturas em incêndio; e Rogério Lin, diretor presidente da Associação Brasileira de Proteção
O evento também fomentou na imprensa o debate sobre os avanços na legislação de segurança contra incêndios desde a tragédia da Kiss há cinco anos
Passiva Contra Incêndio (ABPP), abordando a proteção passiva contra incêndio. No encerramento do evento, o coronel Carlos Cotta Rodrigues, do Instituto de Engenharia, tratou sobre a Engenharia de Incêndio do Século 21, e o pesquisador do grupo de fomento à segurança contra incêndio (NUTAU-USP), Walter Negrisolo, falou sobre o desenvolvimento histórico e visão do futuro tomando como base a nova minuta para a NBR 9077. O mediador do painel foi o diretor Alexandre Rava Campos. A Comissão Técnica do evento contou com os diretores do SENGE, Gustavo Rocha, João Leal Vivian, Nanci Giugno e Alexandre Rava de Campos, a coordenadora de Apoio e Qualificação Profissional, Jacqueline Gisler, o gerente de Comunicação, Silvio Mezzari, e os profissionais Luiz Carlos Pian-
ta, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, Eduardo Estevan e Fabricio Bolina.
WORKSHOPS A 11ª edição dos Painéis da Engenharia também oportunizou aos inscritos, de forma inédita, três workshops com temas relacionados à área de segurança contra incêndio: “Simulação computacional de incêndios” ministrado pela engenheira Juliane Natália Dolvitch (UFRGS), “Pressurização de escadas de segurança e controle da movimentação de fumaça”, com o engenheiro Carlos Cotta Rodrigues (Instituto de Engenharia), e “Áreas classificadas em armazenagem e processos industriais com cereais - PPCI” , com o engenheiro Celestino Rossi (RossiExplo).
Palestrantes do evento realizaram visita técnica às instalações da Boate Kiss
Assista aos vídeos das palestras
O valor arrecadado com as inscrições foi doado à AVTSM, em ato que contou com a presença de familiares de vítimas e do vice-reitor da UFSM, Luciano Schuck
Para Clélio Campolina Diniz, um projeto de nação é fundamental na corrida pela inovação
Amilcar Guerreiro tratou sobre os rumos do setor
ENERGIA
Luiz Alberto Schreiner salientou a necessidade de um modelo mais realista para o setor elétrico
SENGE traz o setor elétrico Nos dias 12 e 13 de setembro, o Sindicato dos Engenheiros reuniu profissionais e acadêmicos de destaque em âmbito nacional para debater sobre os desafios e oportunidades do setor elétrico durante a 12ª edição dos Painéis da Engenharia, realizada no auditório da entidade. O seminário abordou a evolução tecnológica do setor, bem como o cenário de avanço da regulamentação e os modelos de expansão previstos no PNE 2060. Os debates buscaram a conscientização dos novos papéis a serem assumidos entre os agentes do setor e o modelo de desenvolvimento desejado pela sociedade para o uso da energia. Na abertura do evento, o diretor do SENGE, Luiz Alberto Schreiner, criticou a postura dos governos brasileiros que, de forma cíclica, vêm ao longo dos anos entregando ao capital privado setores estratégicos como energia, petróleo, gás, mineração, bancos de fomento, entre outras áreas fundamentais ao desenvolvimento e à soberania nacional. Também destacou o esgotamento do atual setor elétrico, diante dos avanços sociais e tecnológicos, e a necessidade de um novo modelo mais realista, principalmente na formação de tarifas mais adequadas que permitam uma margem de investimento na modernização, expansão e melhoria constante do sistema.
Também esteve presente na abertura do 12º Painéis da Engenharia o representante da Secretaria de Minas e Energia, Eduardo Zimmermann.
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E PANORAMA DO SETOR Abordando o desenvolvimento tecnológico do setor elétrico, o primeiro painel contou com a palestra do professor Clélio Campolina Diniz, ex-reitor da Universidade Federal de Minas Gerais e ex-Ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação. Diniz ressaltou a importância de um projeto de nação, com planejamento de médio e longo prazo, para colocar o Brasil na corrida global pela inovação. O segundo painel apresentou um panorama do setor elétrico, abordando a evolução da regulamentação, os modelos e a privatização de ativos do setor, e ainda a expansão da geração. Dando início ao tema, o professor do Instituto de Energia da USP e ex-diretor de gás da Petrobras, Ildo Sauer, falou sobre a disputa de interesses que prejudica o segmento e apresentou dados que explicam porque as privatizações do setor elétrico não foram motivadas para atender aos interesses da sociedade. Na sequência, o ex-presidente da CEEE,
Público lotou o auditório para acompanhar os debates
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José Francisco Pereira Braga, falou sobre como as decisões do setor energético impactam toda a sociedade, destacando que apenas 56% das obras previstas estão em andamento. Criticou, ainda, o modelo institucional, os leilões de energia e a formação tarifária baseada em índices, e não no custo efetivo. O debate foi mediado pelo professor Tiago Cassol Severo (UCS). O coordenador do Programa Pró Energia RS, Rafael Crochemore Ney, trouxe a visão das concessionárias sobre a expansão do setor elétrico. O segmento de distribuição foi apontado como o maior desafio do País, que congrega 101 distribuidoras, 82 milhões de consumidores e 1.8 milhões de novas ligações por ano. Também participou do segundo painel o secretário-adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Moacir Carlos Bertuol, tratando sobre os rumos do setor elétrico e os desafios e oportunidades da área de geração. Bertuol apresentou com detalhes o Plano Decenal de Expansão de Energia – PDE 2026, a estrutura institucional do setor, o planejamento energético e os indicadores que precisam ser contemplados em relação ao aumento demográfico, PIB, oferta de energia e investimentos necessários. O debate contou com a mediação da engenheira Jussara Mattuella (SENGE).
Ildo Sauer falou sobre o panorama do setor elétrico
O representante do MME, Moacir Bertuol, e a coordenadora técnica do evento, engenheira Jussara Mattuella
ao centro dos debates PROPOSIÇÕES E REPERCUSSÕES O segundo dia de programação do 12º Painéis da Engenharia iniciou com o painel abordando as proposições do novo modelo do setor elétrico e suas repercussões para a sociedade. O engenheiro Amilcar Guerreiro, diretor de estudos de energia elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apontou que o setor vive um momento de transformação importante, exemplificando com a possibilidade de que, em breve, o usuário poderá gerar a própria energia transformando-se em agente do sistema. A palestra seguinte tratou sobre o cenário da energia eólica no Brasil e no RS, bem como a visão dos empreendedores do segmento, por meio das palestras dos engenheiros Guilherme Sari e Marcela Sperb Moraes. A mediação foi da engenheira Adriane Petry (UFRGS). Guilherme Sari ressaltou que o grande desafio é atender a evolução do mercado de energia brasileiro em tão curto espaço de tempo, uma vez que a energia eólica só tem 12 anos de operação de fato. Além disso, as energias renováveis são um segmento que exige planejamento por serem fontes intermitentes. Na sequência, Marcela Sperb Moraes apresentou dados de pesquisa que estimam que
Guilherme Sari e Marcela Sperb Moraes abordaram o cenário da energia eólica no Estado e no País
as fontes renováveis estão predestinadas a se tornarem quase 50% da geração mundial até 2050. Segundo a palestrante, o Brasil é o segundo melhor país para se investir em energia, perdendo apenas para a China. O papel das energias renováveis na expansão da geração e no novo modelo do setor elétrico foi o tema do último painel do evento. O debate iniciou com a participação do chefe do Laboratório de Energia Solar da UFRGS, Arno Krenziger, que falou sobre o potencial da energia solar no Brasil. Na sequência, o professor do Departamento de Engenharia Mecanica da UFSC, Julio Cesar Passos, apresentou pesquisas que têm sido desenvolvidas na área e tecnologias que podem oferecer novas soluções para o setor. O painel prosseguiu com a palestra de Clóvis Reichert, gerente de operações do Instituto SENAI de Tecnologia em Petróleo, Gás e Energia (IST PGE). Na sua apresentação, destacou ações para o desenvolvimento do setor do biogás e biometano no contexto das energias renováveis, e a necessidade de aproveitar a capacidade dessa fonte de energia. O painel foi mediado pelo engenheiro Reinaldo Custódio (Eletrosul). Energia solar fotovoltaica, com foco em pesquisa e formação de recursos humanos, foi a palestra final da 12ª edição dos Painéis da Engenharia, ministrada pelo professor Adriano Moehlecke, coordenador do Núcleo
Tecnológico de Energia Solar da PUCRS. Foi apresentado histórico sobre os primeiros sistemas experimentais no Brasil e as primeiras empresas que atuaram no ramo nos anos 70. O professor apontou a necessidade das universidades, associações e governos se reunirem visando pensar no futuro a longo prazo e em formas de inserir a indústria e a mão-de-obra nacional neste processo de consolidação dos sistemas fotovoltaicos, bem como o desenvolvimento de pesquisas, novas tecnologias, processos e modelos no setor. A mediação foi do professor Tiago Cassol Severo (UCS). A Comissão Técnica do 12º Painéis da Engenharia teve como integrantes os diretores do SENGE, Gustavo Rocha, Nanci Giugno e Vinicius Galeazzi, os professores Adriane Petry (UFRGS) e Tiago Cassol (UCS), e a coordenação técnica de Jussara Mattuella (SENGE).
WORKSHOP Simultâneo aos debates, foi realizado o workshop sobre Aterramento de Subestações: do Projeto às Medições, ministrado pelo engenheiro Marcos Telló, profissional com mestrado pela UFSC e doutorado pela UFRGS. Foi também professor da Escola de Engenharia da PUCRS e, desde 1982, é engenheiro da CEEE.
Assista aos vídeos das palestras
ELEIÇÕES 2018
SENGE apresenta Pauta Mínima aos candidatos ao governo do Estado Ciente do seu compromisso junto à categoria e à sociedade, o Sindicato dos Engenheiros mais uma vez abriu espaço para dialogar sobre a gestão pública com os candidatos aos cargos executivos e legislativos nas Eleições 2018. Por meio da Pauta Mínima para a Administração do Estado, o SENGE apresentou proposições técnicas nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, que visam contribuir com a boa gestão e a profissionalização da administração pública para a qualidade dos serviços entregues à população. A iniciativa vem sendo reproduzida desde 2012, tanto em pleitos municipais, quanto na eleição estadual. Para debater e apresentar a Pauta Mínima, foram convidados os principais candidatos ao Palácio Piratini, segundo as pesquisas de intenção de voto. Atenderam ao convite da dire-
Candidato a governador Eduardo Leite (PSDB)
toria do SENGE os candidatos Jairo Jorge (PDT), Roberto Robaina (PSol), Miguel Rossetto (PT) e Eduardo Leite (PSDB), que foram recebidos na sede do Sindicato para, democraticamente, discutir os rumos do Rio Grande e da gestão pública. Também esteve no Sindicato a candidata ao Senado, Abigail Pereira (PCdoB).
QUALIDADE E PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO Entre as contribuições apresentadas pela Pauta Mínima, destacam-se procedimentos fundamentais como a atualização dos processos administrativos e ainda a redução de influências político-partidárias, econômicas ou pessoais nas funções, cargos e atribuições de caráter técnico. O SENGE também destaca a valoriza-
Candidato a governador Jairo Jorge (PDT)
ção dos profissionais das áreas de Engenharia, Arquitetura e Agronomia, com remunerações compatíveis com sua importância estratégica. Nesse âmbito, foram tema de todos os encontros a extinção das fundações estaduais e os impactos que essa decisão do atual governo vêm trazendo ao planejamento e às políticas públicas do Estado. Os diretores do SENGE fizeram duras críticas à situação imposta ao quadro de pesquisadores da FEE e à perda de dados importantes do ponto de vista da economia e estatística; à desativação da Cientec e interrupção de contratos e projetos em andamento; à extinção da FEPAGRO e da FZB, e descontinuidade das pesquisas realizadas pelas instituições; aos prejuízos que serão decorrentes da interrupção dos trabalhos da Metroplan para o planejamento urbano, entre outras questões relativas às fundações.
Candidato a governador Miguel Rossetto (PT)
Use o QR Code para fazer o download do documento com a Pauta Mínima para a Administração do Estado entregue aos candidatos ao governo pelo SENGE
A tentativa de privatização das empresas do setor energético do Estado, CEEE, Sulgás e CRM, também foi criticada em todos os encontros, oportunidade em que foi solicitado aos candidatos um posicionamento direto sobre a questão. Em relação à Agricultura, um dos pilares da economia gaúcha, foi apontada a redução drástica do orçamento público para o setor, criando um cenário desproporcional à importância deste setor para o Estado. Nesse âmbito, os diretores do SENGE ressaltaram a preocupação da entidade com a situação da EMATER, principal instrumento de implantação de políticas públicas agrícolas e que atualmente atende 230 mil famílias. A Pauta Mínima elenca, ainda, a relevância dos investimentos na área de saneamento, recursos hídricos e política ambiental, o fortalecimento da CORSAN enquanto empresa pública, o importante trabalho desenvolvido pelos Comitês de Bacias Hidrográficas, entre outras pautas. Também foram tratados os necessários investimentos em logística e nos modais de transporte, destacando o trabalho do DAER e da EGR, bem como nos projetos para a Metade Sul, no Polo Carboquímico e o contexto do Polo Naval de Rio Grande.
DÍVIDA PÚBLICA, REFORMAS E PATRIMÔNIO PÚBLICO
Candidato a governador Roberto Robaina (Psol)
Candidata ao Senado Abigail Pereira (PCdoB)
Foram realizadas críticas ao sistema da Dívida Pública do Estado com a União e o Regime de Recuperação Fiscal, que impõe o congelamento de gastos públicos e a liquidação de empresas estratégicas nos setores de energia, saneamento e financeiro. A medida ainda ratifica uma dívida com o governo federal sem questioná-la, em vez de buscar um encontro de contas com as desonerações e perdas decorrentes da Lei Kandir. As Reformas Trabalhista e Previdenciária e os seus impactos sobre os trabalhadores e a sociedade também foram tratadas nas reuniões com os candidatos.
O ENGENHEIRO
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PROTAGONISMO
David Deccache
Ciclo de Palestras SENGE discute a Uberização do Trabalho Visando aprofundar a reflexão e o estudo sobre os fenômenos resultantes da Reforma Trabalhista, da indústria 4.0 e das novas tecnologias no mercado de trabalho, o Conselho Técnico Consultivo (CTC) do Sindicato promoveu o Ciclo de Palestras SENGE com o tema “Uberização do Trabalho”. Ao longo de cinco meses, foram realizadas palestras englobando assuntos transversais ao tema da uberização e das novas relações de trabalho, como a financeirização da economia, os aspectos do trabalho intermitente e sem vínculos, a Reforma Trabalhista e a precarização do mercado do trabalho, a desestruturação das fontes de financiamento da Seguridade Social, a ação corporativa e o protagonismo social e político dos sindicatos e o cooperativismo digital. O planejamento das atividades foi realizado pela comissão técnica formada pelos membros do CTC, os engenheiros Luiz Antônio Grassi, Arnaldo Dutra,
Marilane Teixeira
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Enéas de Souza
O ENGENHEIRO
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Gerson Cavassola e Vinicius Galeazzi. Dando início ao Ciclo de Palestras SENGE, o economista Enéas de Souza tratou sobre a financeirização da economia e do mercado de trabalho no contexto da geopolítica mundial, apontando ainda a dinâmica responsável pela precarização do trabalho. Enéas foi presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul – BRDE, diretor de Planejamento da Financiadora de Estudos e Projetos e secretário de Ciência e Tecnologia do RS. A Internet das Coisas, Indústria 4.0, a Tecnologia da Informação e suas implicações no mercado de trabalho foram o tema da palestra do professor Sérgio Bampi, coordenador do Instituto de Informática da UFRGS. Bampi alertou para a irreversibilidade das mudanças promovidas pelas tecnologias no mercado, bem como o necessário estímulo a uma educação técnica-científica para a adaptação do trabalhador a esse novo modelo, que exige uma nova
postura dos profissionais ao mesmo tempo em que transforma os locais e as relações de trabalho. Ele salientou ainda os desafios provenientes desse cenário para a garantia do bem-estar social, como o recolhimento de encargos e manutenção de benefícios para trabalhadores sem vínculo ou que atuam junto a empresas transnacionais. O Ciclo de Palestras SENGE também recebeu o economista David Deccache, que palestrou sobre a crise estrutural do capital na economia brasileira e o fenômeno da uberização. Dedicado à análise das causas da crise brasileira na última década, Deccache é assessor econômico na Câmara dos Deputados e membro do Núcleo de Estudos em Economia e Sociedade Brasileira (NEB - UFF). A partir da análise sobre a evolução da dívida do setor público, o economista criticou o desmonte do estado de bem-estar social, agravado pelo teto dos gastos, como justificativa para conter as contas públicas.
Pedro Celestino
José Dari Krein
Ludmila Costhek Abílio
Assista aos vídeos das palestras
A nova forma de subordinação do trabalho, chamada de ‘uberização’, também foi analisada durante o Ciclo de Palestras SENGE. Com o título “o trabalhador intermitente, o trabalhador autônomo e a uberização do trabalho”, a doutora em Ciências Sociais, Ludmila Abílio, apresentou uma análise das novas configurações de exploração do trabalho, incentivadas pela recente Reforma Trabalhista e pelos avanços tecnológicos que intermediam o contato entre o trabalhador e o consumidor. Segundo a socióloga, o novo contexto de autogerenciamento do trabalhador se enquadra perfeitamente dentro dos objetivos do capitalismo, que percebeu que o trabalhador pode ser mais produtivo quando “empreendedor de si próprio”. A pesquisadora ainda afirma que, ao contrário do que parece, o Estado não está reduzindo sua presença na economia, uma vez que ele foi fundamental para desregular o sistema trabalhista e assegurar a
legalidade dessa operação, garantindo assim a promoção da exploração em uma triangulação com o capital e o trabalho. Os desafios dos sindicatos frente a esse novo cenário de mudanças tecnológicas e da Reforma Trabalhista foram tema da palestra da doutora em desenvolvimento econômico (UNICAMP) e pesquisadora na área de relações de trabalho, gênero e sindicalismo, Marilane Teixeira. Segundo ela, o Brasil atravessa desde os anos 90 um profundo processo de reestruturação, com a redução do peso da indústria nacional e o crescimento da participação de comércio e serviços na economia, que atualmente já representam quase 70% do PIB. Nesse período se transformou também a identidade do trabalhador, enquanto sujeito social e político, bem como sua postura e sua ocupação no mercado de trabalho, rompendo as relações de pertencimento, participação e interesses comuns. Todo esse cenário, segundo Marilane, impacta
Sergio Bampi
o movimento sindical, que sente cada vez mais dificuldades em mobilizar, organizar e manter sua legitimidade. Ela cita ainda o descolamento de algumas entidades da sua base de representação, o que faz com que não percebam ativamente as mudanças que vêm acontecendo. Concomitante à análise das transformações do mercado de trabalho e da Reforma Trabalhista, o Ciclo de Palestras também abordou os impactos da crise no setor de Engenharia, com o fechamento de milhares de empresas e postos de trabalho. Na palestra “O papel da Engenharia na saída da crise”, o presidente do Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, Pedro Celestino Pereira Filho, traçou um retrospecto do desenvolvimento da indústria brasileira. Apontou ainda o papel da Engenharia na construção do país e a contribuição de empresas como a Petrobras para o fomento à ciência e tecnologia, reconhecida em todo o mundo. Encerrando o Ciclo de Palestras, o professor do Instituto de Economia da Unicamp, José Dari Krein, palestrou sobre os efeitos da Reforma Trabalhista sobre a precarização do trabalho e o comprometimento das fontes de financiamento da Seguridade Social. Krein é doutor em Economia Social e do Trabalho, pesquisador e diretor do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT). A cobertura completa e os vídeos das palestras estão disponíveis na TV SENGE.
Vinícius Galeazzi Conselho Técnico Consultivo
O ENGENHEIRO
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ARTIGO
TRANSPORTE: garantia de Por: eng. Mogli Veiga O transporte é fator decisivo para a mobilidade e a acessibilidade das pessoas e bens. No Brasil, de todos os modais atualmente disponíveis, o modelo rodoviário, implementado a partir da década de 50, permanece sendo o principal meio utilizado para escoamento da produção e transporte de pessoas. Neste quesito, o Rio Grande do Sul reflete o mesmo comportamento do país quanto à sua matriz modal de transportes. Ou seja, aqui temos um transporte predominantemente baseado no modal rodoviário.
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O ENGENHEIRO
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A REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE E SEUS PROBLEMAS A característica socioeconômica do RS revela uma população concentrada na Região Metropolitana e Serra do Nordeste, onde se concentra o PIB do Estado. É nessas regiões que as atividades industriais são mais predominantes; nas demais regiões, as atividades do agronegócio são mais desenvolvidas. Como consequência, a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) apresenta gargalos em função do seu grande adensamento urbano e da conformação viária existente, que permite o acesso às várias regiões do país. Outro fator importante a se considerar é que a RMPA se apresenta ao mesmo tempo como origem e destino, e ainda como corredor de passagem para pessoas e transporte de bens, impactando cada vez mais a acessibilidade e a mobilidade.
SUGESTÕES DE SOLUÇÃO Para solucionar isso, algumas sugestões possíveis incluem a criação de um Arco Metropolitano, com a implantação de trechos rodoviários que retiram o tráfego pesado e de passagem de Porto Alegre. Outra possibilidade estaria na criação da RS-10 – Corredor Metropolitano. Hoje, quase a totalidade do transporte de passageiros no eixo do Vale do Sinos é realizado através da BR-116, seja pelo modal ferroviário (TRENSURB) ou pelo modal rodoviário (ônibus metropolitanos). A proposta seria implantar no eixo da rodovia RS-10 (estudada), um corredor de transporte público metropolitano, utilizando os modais BRT e/ou VLT. Em relação à infraestrutura rodoviária, é necessário dar continuidade na conclusão de projetos e/ou obras já existentes no DAER, assim como definir os principais corredores de transportes do Estado, através de Estudos de Viabilidade de projeto e obra, bem como
mobilidade e de acessibilidade apresentar soluções para travessias urbanas interceptadas por rodovias estaduais. Já em relação à Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), contratar e implantar projetos/obras de aumento de capacidade das rodovias sob sua responsabilidade licitadas em 2018 se faz fundamental.
TRANSPORTE DE PASSAGEIROS O transporte de passageiros requer a criação de um Plano Diretor de Transporte Intermunicipal e Operacional de Passageiros do Estado, de modo a modernizar e integrar o atual sistema. Com isso, o Estado poderia garantir aos usuários níveis mais adequados de mobilidade, acessibilidade, segurança, conforto, em um contexto tarifário socialmente justo. Além disso, garantiria a melhoria de qualidade dos serviços e o aumento da eficiência de operação, com consequente redução de custos, tanto para o operador, como para o usuário e o poder público. Partindo dessa ideia, levantamos algumas premissas, como integrar o transporte intermunicipal de passageiros a partir
da descentralização em polos regionais. A redução de custos, por outro lado, adviria da racionalização dos percursos, reduzindo a quilometragem percorrida pela frota; da redução dos tempos de viagens, através de integração de linhas; da redução do número de linhas ligando o interior à capital, melhorando a ocupação do sistema de transporte; e da alimentação dos polos por linhas regionais de pequeno curso. É importante lembrar que utilizar vias de melhor qualidade no percurso polos/ POA reflete, igualmente, na melhoria das condições de mobilidade, assim como no melhoramento da acessibilidade aos municípios menores, ligando-os a seus polos por linhas de curto percurso. Ao mesmo tempo, deve-se pensar no melhoramento das condições das rodoviárias de porte médio e grande, de modo que possam atender a demanda de maneira adequada, principalmente aquelas concentradas nos polos, provenientes da integração modal. A criação de um sistema tarifário integrado e de um sistema de controle digitalizado, de forma on-line com o órgão gestor, propiciarão o controle, a aferição e correção do sistema com maior eficiência.
AÇÕES CONJUNTAS COM O GOVERNO FEDERAL Uma série de possíveis ações realizadas em conjunto com o governo federal poderiam viabilizar melhorias para o transporte na Região Metropolitana de Porto Alegre. Especialmente no setor ferroviário, se verifica a necessidade de aprimoramento da malha já existente, bem como a retomada de projetos importantes, como a extensão da Ferrovia Norte-Sul – PR/RS e a Ferrovia Litorânea Sul – SC/RS. Já no que se refere ao setor portuário, a realização de estudos para ampliação e modernização dos portos existentes é uma necessidade clara, assim como a implantação de terminais logísticos nos polos produtores do Estado. Outro âmbito que não pode ser esquecido é o setor aquaviário, que merece um estudo para implantar as hidrovias do Jacuí e Lagoa Mirim, bem como para ampliar o transporte de passageiros utilizando esse modal.
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GESTÃO
SOLIDEZ contra o retrocesso De todos os efeitos nefastos provocados pela vigência da chamada Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17), o fim da obrigatoriedade do recolhimento da Contribuição Sindical é o dispositivo que atingiu de forma mais contundente as entidades. Por todo o País, não houve um só sindicato que não tenha sido afetado e muitos tornaram-se simplesmente inviáveis da noite para o dia. No entanto, as consequências foram atenuadas nas entidades que se prepararam ao longo do tempo para mitigar a dependência do Imposto Sindical. É o caso do SENGE-RS, onde esta deixou de ser a principal fonte de recursos há bastante tempo. Mesmo assim, para enfrentar a nova realidade e continuar qualificando cada vez mais a estrutura de atendimento aos associados e à categoria, o Sindicato não perdeu tempo. Promovemos uma revisão drástica em nossa planilha de custos e de investimentos, porém, mantendo e até ampliando o quadro de funcionários. Isso porque, contrariando as expectativas e o desempenho do mercado, mantivemos no positivo importantes indicadores como o crescimento do número de sócios e de beneficiários dos planos de saúde, compensando em boa parte a perda de receita da Sindical. Tal desempenho, aliado ao destacado incremento na realização das mais variadas atividades na sede, vinculadas à ação sindical, à realização de eventos, cursos do Programa de Qualificação, locações,
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cedências e do próprio atendimento ao associado, revela a necessidade de dotarmos o SENGE de uma estrutura operacional cada vez mais ampla, e não o contrário.
AMPLIAÇÃO DOS BENEFÍCIOS O Plano de Saúde SENGE Unimed é a melhor opção para o engenheiro e sua família. Essa verdade vem sendo reafirmada a cada dia por um número crescente de novos beneficiários que comprovam a solidez e a qualidade incomparável do plano. Mesmo assim, o SENGE avançou mais e formalizou convênios com outras unidades regionais da Unimed, além da Unimed Porto Alegre. Isso permite acesso aos nossos planos a todos os engenheiros residentes no Rio Grande do Sul. Temos contratos com a Unimed das regiões de Caxias do Sul,
Passo Fundo, Ijuí, Santo Ângelo, Bagé e Santa Rosa. Também não para de crescer o número de beneficiários do Plano Odontológico SENGE Uniodonto, assim como o Plano Previdenciário SENGE Previdência que já soma um patrimônio na casa dos R$ 4 milhões. Além das alternativas na área da saúde e da seguridade social, o Sindicato vem diversificando sua plataforma de vantagens diferenciadas oferecidas aos associados com impacto positivo e direto no orçamento familiar e na qualidade de vida das pessoas. Firmamos convênios com diversas concessionárias e passamos a garantir descontos especiais mais vantajosos que as promoções normais
na compra de veículos zero quilômetro. Até o fechamento da edição desta revista, já integravam esse acordo as marcas Ford (Ribeiro Jung), Chevrolet (Simpala), Volkswagen (Panambra) e Nissan (Iesa), enquanto que novas opções estão sendo negociadas. Também foi firmado convênio com a RSul Seguros para oferecer desde as coberturas tradicionais, como seguros de veículos, seguros residenciais, pessoais e empresariais, como coberturas especiais, entre elas incapacidade temporária e responsabilidade profissional. Outra novidade importante é o convênio com a empresa Fotosfera Energia que passa a oferecer aos associados acesso a projetos de produção de energia solar fotovoltaica nas mais variadas dimensões, adequados às regulamentações, às novas tecnologias e às linhas de crédito bastante vantajosas oferecidas pelas instituições de fomento. Convergem para o atendimento dessas novas demandas a presença dos parceiros em plantões semanais na sede do Sindicato, bem como a participação deles em eventos da entidade.
DESCONTOS NAS UNIVERSIDADES Outro benefício diferenciado que cresce a cada dia são os descontos oferecidos aos associados da categoria Efetivo, seus dependentes e os da categoria Sócio Estudante nas mensalidades das mais importantes universidades e institutos. São vantagens válidas tanto para graduação quanto para a pós-graduação e que variam de uma instituição para a outra, mas que representam grande economia ao longo dos anos. Integram este programa, convê- nios com a Unisinos, Uniritter, Ulbra, Feevale, Unilasalle, Imed, UCS, Unijuí, PUCRS, UFRGS, Uninter, Unileya, Faculdade Dom Bosco e Faculdade João Paulo II. Assim, o Sindicato dos Engenheiros reafirma seu compromisso histórico com a inovação, se credenciando sempre ao papel de ser de fato a casa do engenheiro, retribuindo a confiança e a participação dos associados na forma de vantagens e benefícios diretos, a partir de uma gestão responsável, ágil e eficiente.
% 1 0 1
NÚMERO DE ASSOCIADOS DESDE 2010
434
8.437 2010
896
402
400
9.239
8.837 2011
2012
10.135
2013
614
10.749
2014
337
5.713 2010
402
11.856
2015
6.115 2011
800
6.402
2012
7.202
2013
56
481 2010
534
493
7.695
2014
8.537
2015
% 8 2 1
2011
48
71
40
574
2012
Total de vidas
2016
2017
2018* * Parcial até 18/09
1.811 1.604 1.291
9.828
2016
11.432
2017
654
2013
702
2014
773
2015
13.243
2018* * Parcial até 18/09
Novas vidas
80
53
13.498
842
Total de vidas
SENGE UNIODONTO DESDE 2010
16.943
15.257
Novos sócios
% 2 3 1
287
1.642
1.107
Total de sócios
VIDAS NOS PLANOS SENGE UNIMED DESDE 2010
1.686
1.759
125 116 84
857
2016
973
2017
Novas vidas
O ENGENHEIRO
| OUTUBRO/2018
1.098
2018* * Parcial até 18/09
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AÇÃO SINDICAL
Os desafios da ação sindical
Assembleia da CEEE (07/03/18) aprova proposta para Acordo 2017/2019
Criada sob o pretexto de “modernizar” a legislação como uma medida necessária para a retomada do crescimento e da geração de empregos, a Reforma Trabalhista abriu o caminho para, sob o jugo da lei, precarizar as relações de trabalho, trazendo enorme insegurança jurídica e a perda de direitos para trabalhadores. Agora, passado quase um ano desde a aprovação da Lei 13.467/2017, o cenário torna explícita a ineficiência da medida: a falta de emprego e a estagnação persistem, ao mesmo tempo em que a queda no número de ações trabalhistas reflete a dificuldade do acesso dos trabalhadores à Justiça. Nesse contexto, o trabalho do SENGE vem sendo um esforço contínuo para evitar que os engenheiros sejam submetidos a situações precarizantes. O trabalho intermitente, a terceirização e a quitação anual do contrato de trabalho são ameaças constantes para a nossa categoria e apenas alguns dos meios legais trazidos pela reforma para enfraquecimento e desvalorização dos trabalhadores. Abordado com profundidade pelo SENGE em uma série de eventos (veja na pg. 12), a pejotização tem sido o meio pelo qual o empregador pratica a chamada “uberização” do trabalho, anulando direitos trabalhistas conquistados ao tornar o funcionário um “engenheiro empreendedor”, porém sem autonomia de fato, atrelado à exclusividade na execução de seu trabalho e à subordinação ao contratante 18
O ENGENHEIRO
| OUTUBRO/2018
com o qual antes mantinha contrato CLT. Além desse arranjo, a Reforma Trabalhista também desobrigou a homologação da rescisão do contrato de trabalho feita com a assistência dos sindicatos, podendo o empregado e o empregador formalizar o desligamento na própria empresa, independentemente do tempo de contrato. Resultado disso é a queda nos indicadores de homologações realizadas pelo SENGE no último período. Assim, o Sindicato perdeu o controle do número de desligamentos e os empregados deixaram de ter o acompanhamento jurídico quando da rescisão. HOMOLOGAÇÕES
482
439
Redução das homologações em virtude da dispensa da obrigação da homologação nos sindicatos ou no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), quando da rescisão do contrato de trabalho
272 80 2015
2016
2017
2018
Já em relação aos Acordos e Convenções Coletivas firmados pelo SENGE em 2018, até o mês de setembro, haviam sido assinados somente dois acordos/conven-
ções e outros 18 ainda permaneciam em fase de negociação. A queda ocorreu em razão da retirada de direitos nas propostas encaminhadas pelos sindicatos patronais e empresas. No cenário nacional, segundo o Ministério do Trabalho, o impacto resultou em significativa redução da quantidade de negociações concluídas e protocoladas no Sistema Mediador do MTE. Em comparação com o primeiro semestre de 2017, em 2018 houve queda de 34% e de 45,2%, respectivamente, no número de acordos e convenções coletivas.
SALÁRIO MÍNIMO PROFISSIONAL FRENTE AO MERCADO Outra batalha constante do SENGE é a manutenção de direitos já conquistados pelos engenheiros enquanto categoria diferenciada. Entre eles, o Salário Mínimo Profissional (SMP) assegurado pela Lei 4950-A/66. Embora a perda de direitos da classe trabalhadora em decorrência da Reforma Trabalhista tenha sido a tônica do último ano, a atividade sindical não parou. Em negociação coletiva, a RGE-Sul reconheceu o SMP, que foi incluído entre as cláusulas firmadas. Conquistado em 2013, a aplicação do SMP foi concretizada em janeiro de 2017, após escalonamento, evitando ações trabalhistas e garantindo a valorização dos profissionais. Em outros casos em que as negociações não evoluí-
após a Reforma Trabalhista
SENGE na greve geral (30/06/17): Engenheiros na luta contra as reformas
ram, o Sindicato recorreu aos meios legais em ações contra dezenas de empresas.
A QUEDA DA ULTRATIVIDADE O fim da ultratividade é mais um desafio trazido pelas mudanças recentes. A ultratividade das normas coletivas pode ser compreendida como possibilidade de as cláusulas de acordo ou convenção coletiva continuarem produzindo efeitos nos contratos de trabalho mesmo após encerrado o prazo de vigência do instrumento coletivo. Essencial para evitar a perda de direitos já conquistados pelos trabalhadores em negociações coletivas, esse instituto jurídico coíbe a pressão das empresas sobre os empregados durante o processo de negociação de renovação de acordos e convenções. Porém, a Reforma Traba-
Gratificação de Responsabilidade Técnica (GRT) garantida para colegas da prefeitura de Novo Hamburgo (31/10/2017)
lhista alterou o artigo 614 da CLT para, expressamente, vedar a ultratividade das normas coletivas. Essa alteração legislativa vem acarretando exclusão e redução de direitos historicamente conquistados pelos trabalhadores em negociações anteriores. Além disso, o fim da ultratividade causa sérios prejuízos ao próprio processo de negociação de acordos e convenções coletivas, uma vez que, ao retirar tal garantia da classe trabalhadora, causou um desequilíbrio de forças entre empresas e empregados durante esse processo, fortalecendo ainda mais a classe patronal.
DEFESA DO EMPREGO E DO PATRIMÔNIO PÚBLICO No último ano, o SENGE tem buscado cada vez mais qualificar a negociação sindical, buscando, para isso, uma união de
forças com outras entidades sindicais, como, por exemplo, a composição da Frente Jurídica em Defesa das Fundações. Com essa composição, o SENGE e a equipe de advogados conseguiram a manutenção de empregos para 70 colegas engenheiros que seriam desligados com a extinção das fundações. Esta é uma das maneiras encontradas pelo SENGE e demais sindicatos para fortalecer o enfrentamento à política nacional de desmonte do patrimônio público. O reforço também é essencial para fazer frente aos desafios impostos pela Reforma Trabalhista. Aliás, a crise social gerada com a depredação do patrimônio público também foi abordada com grande destaque durante a 75ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, realizada em agosto, em Maceió (AL). Na Carta de Maceió, entidades nacionais que integram o Sistema Confea/Crea destacam que no “deliberado desmonte da economia nacional e do patrimônio público”, a engenharia se tornou um dos setores econômicos mais afetados, com a estimativa de mais de 100 mil profissionais desempregados.
AÇÕES NAS PREFEITURAS Em continuidade às ações de valorização de colegas que atuam em prefeituras em todo o estado, o SENGE vem atuando fortemente para garantir o reconhecimento dos profissionais de Engenharia e a importância do seu trabalho para o planejamento, execução, aprovação e fiscalização de obras e serviços essenciais aos municípios. Em Novo Hamburgo, esse esforço resultou na aprovação da Gratificação por Responsabilidade Técnica (GRT), um direito inerente à atividade, conquistada ao final de 2017.
SENGE mobiliza servidores e cobra proposta da CORSAN (15/08/17)
O ENGENHEIRO
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QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL 20
Participe do programa de Indicador de Satisfação Cursos de Qualificação
96% BOM E ÓTIMO
4%
REGULAR
CURSOS MAIS PROCURADOS E UM PROGRAMA EM CONSTANTE ATUALIZAÇÃO
Curso de Mapeamento com Vant’s (Drones), em Bagé
As mudanças do mundo do trabalho, mais do que nunca, vêm trazendo novos desafios e exigências aos profissionais. Neste cenário, o SENGE vem atuando de modo a oportunizar a seus representados a capacitação necessária para o desenvolvimento de competências que lhes permitam infinitas possibilidades de atuação. Com atenção aos diversos formatos de itinerários formativos para os profissionais das engenharias, a área de Qualificação Profissional do Sindicato tem desenvolvido um trabalho diferenciado na oferta de cursos. A formatação do Programa de Qualificação do SENGE é baseada em estudos de mercado, considerando as tendências do setor. Desta forma, são contempladas as competências profissionais alinhadas às necessidades atuais. A qualificação dos instrutores também consiste em um diferencial apontado pelos alunos. Mais do que formação acadêmica, os instrutores têm experiência profissional consistente e comprovada, levando para as salas de aula do SENGE uma visão atual e inovadora. Assim, os cursos O ENGENHEIRO
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são estruturados unindo teoria e prática com o objetivo de desenvolver e aprimorar as competências profissionais dos alunos. Além disso, os cursos são avaliados pelos participantes, e os resultados utilizados como ferramenta de constante aperfeiçoamento, possibilitando uma melhoria contínua. Com isso, o Programa de Qualificação do SENGE tem conquistado posição de referência no RS, com elevado grau de satisfação entre seus alunos.
INDICADORES DE SATISFAÇÃO Os dados do levantamento de satisfação dos alunos que participaram dos cursos oferecidos pelo SENGE nos primeiros 8 meses de 2018 não deixam dúvidas sobre a qualidade do programa. Mais de 95% das avaliações apontaram um grau de satisfação ótimo ou bom. Mesmo assim, o objetivo é aumentar esse índice ainda mais, considerando as oportunidades de melhorias sugeridas pelos participantes que deverão ser implantadas em breve.
Alguns dos cursos oferecidos pelo SENGE já são reconhecidos entre os profissionais. São cursos como o de Elaboração de Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndios (PPCI); Orçamento e Cálculo do Benefícios e Despesas Indiretas (BDI); Norma Regulamentadora de Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (NR 10); Etapas de uma Incorporação Imobiliária e NBR 12721; Energia Solar Fotovoltaica – Desenhos e Aplicações no Brasil; Áreas Classificadas e Técnicas de Aterramento; Subestações de Média Tensão; Remoção de Nitrogênio e Fósforo em Sistemas de Tratamento de Efluentes; Mapeamento com VANTs (Drones) e Excel para Engenheiros, entre outros. Sempre com turmas lotadas, esses cursos são parte consistente do programa de qualificação do Sindicato, com novas turmas sendo abertas regularmente a cada mês. Outro destaque no programa de qualificação do SENGE é a renovação constante de cursos. Sempre conectado
Qualificação do SENGE às necessidades do mercado e às demandas sugeridas pelos participantes, o SENGE tem trabalhado cada vez mais para oferecer cursos de vanguarda na área tecnológica e de gestão. Confira no box os novos cursos oferecidos:
Instalação de Sistemas Fotovoltaicos: curso na sede do SENGE
CONHEÇA OS NOVOS CURSOS E ÁREAS DE ATUAÇÃO Gestão e Confiabilidade Metrológica Propriedade Intelectual NR12 – Norma Regulamentadora de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos Projeto, Dimensionamento e Cálculos de Estações de Tratamento de Efluentes Nova Lei de Licitações nº13.303/2016 Segurança contra Incêndio no Desempenho de Edificações Painel Sensorial: Análise de Odor e Gosto da Água Lighting Design – Desenho de Iluminação Classificação de Edificações para fins de PPCI Saídas de Emergência Perícia Judicial Ambiental Idiomas – Proficiência, Concursos, Entrevistas, Viagens Segurança da Informação Conforto Ambiental Estatuto das Cidades e Planos Diretores Etapas de um Projeto de Parcelamento do Solo
Elaboração de PPCI é um dos cursos mais procurados do Programa de Qualificação do SENGE
Curso in company na Trensurb sobre Orçamento e Cálculo do BDI de Obras Civis
Como resultado, os cursos do SENGE têm sido a escolha de profissionais e empresas que buscam a qualificação de suas equipes. A modalidade in company é também um destaque da Área de Qualificação do SENGE, que neste ano já realizou cursos nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Bagé, além de Porto Alegre, em empresas públicas e privadas. Em Bagé, parceria com o Núcleo de Engenheiros e Arquitetos permitiu a realização de um curso há muito demandado pelos profissionais da região: Mapeamento com VANTs (drones). Para o presidente do NEAB, engenheiro Adalberto Gulart Schafer, “essa é uma ação de valorização da profissão, de aperfeiçoamento profissional, que ajuda na qualidade dos trabalhos de Engenharia e Agronomia na Região da Campanha”, destaca. Além de levar cursos para o interior do Rio Grande do Sul e de ser convidado para ministrar alguns em outros estados brasileiros, o SENGE identifica em seu cadastro que muitos profissionais se deslocam do interior e da Região Metropolitana de Porto Alegre para realizar cursos na sede do Sindicato. Segundo a diretora Nanci Begnini Giugno, as avaliações permitem afirmar que as facilidades oferecidas, co-
mo estacionamento gratuito, coffee break, excelência no atendimento personalizado, possibilidade de interação e de formação de networking, localização e horários diferenciados (manhã, tarde noite e sábados), são atrativos fundamentais para o sucesso do Programa de Qualificação.
CURSOS MAIS PROCURADOS EM 2018 Elaboração de PPCI - Prevenção e Proteção contra Incêndios Orçamento e Cálculo do BDI de Obras Civis: Públicas e/ou Privadas NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade Etapas de uma Incorporação Imobiliária e NBR 12721 Energia Solar Fotovoltaica – Desenhos e Aplicações no Brasil Áreas Classificadas e Técnicas de Aterramento - Ipiranga (RJ/SP) Subestações de Média Tensão Remoção de Nitrogênio e Fósforo em Sistemas de Tratamento de Efluentes Mapeamento com VANTs (Drones) Excel para Engenheiros
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NÚCLEO JOVEM ENGENHEIRO 22
O futuro passa pelo SENGE
Primeira composição do NJE Christian Mallmann Cristiano de Oliveira Freitas Daniele Locatelli Massignani Edilson Silveira de Vargas Eduardo Michael Schumacher Fernando Vaz da Silva Flávio Paulo Martini Neto Gabriel Venturin Krummenauer Gabriela Fleck Giliardi Duarte Brum Jéssica Bandeira Moraes Monir Silva Saldanha Otavio Augusto Brasil Oliveira Raphael Ventura Vithória Freitas Monteiro
Posse dos voluntários do Núcleo Jovem Engenheiro do SENGE
Com o objetivo de aproximar estudantes e jovens profissionais de Engenharia da experiência sindical, além de oportunizar à entidade o fluxo de novas ideias, ações e posicionamentos, o SENGE lançou recentemente o Núcleo Jovem Engenheiro RS (NJE), um programa de voluntariado formado por estudantes e recém-formados em cursos de Engenharia. Seguindo uma tendência já praticada em SENGEs de outros estados, o núcleo gaúcho se destaca pelo formato, desenvolvido com a participação dos próprios jovens. A posse dos integrantes do Núcleo foi realizada no dia 28 de setembro, em evento que reuniu no auditório do SENGE a diretoria da entidade, associados, professores e estudantes de diversas instituições do Estado. O lançamento contou com a sessão de autógrafos do livro-reportagem “Patrimônio Ameaçado”, do jornalista Cléber Tentardini, e a palestra do engenheiro eletricista Gilmar Zwirtes, sobre “Engenharia de Transformação: a tríade da transformação como alavanca para atingir a alta performance profissional e pessoal”. Além de estimular a renovação do quadro social, a criação do NJE pelo SENGE busca uma maior eficiência na comunicação com os futuros engenheiros, conscientizando-os quanto às questões importantes para a categoria e a atividade profissional, disseminando conhecimento sobre as leis que regulamentam o exercíO ENGENHEIRO
| OUTUBRO/2018
cio da profissão, e despertando nos jovens o interesse pelas questões sindicais, que buscam a valorização do profissional de engenharia perante a sociedade. Toda a elaboração do projeto, suas atividades e estrutura, foi criada por um grupo de estudantes e recém-formados, selecionados para compor a comissão de desenvolvimento no NJE. “A ideia foi, desde o início, formatar um projeto que atendesse aos anseios desses jovens, percebendo suas necessidades e ambições enquanto futuros colegas” destacam os diretores Diego Oliz e João Vivian, que lideraram a implantação do núcleo. A comissão definiu a realização de quatro projetos principais: 1) Comunicação, conscientização, divulgação e inclusão de novos sócios; 2) Qualificação (cursos, palestras, visitas) para formandos e recémformados; 3) Projetos sociais – desenvolver ações utilizando a Engenharia como meio de transformação social; e 4) Encon-
tro Gaúcho de Jovens Engenheiros – um evento com foco em networking e qualificação específico para este público. Para os diretores do SENGE, a formatação final do NJE conseguiu refletir bem a realidade desses jovens profissionais. “Ficamos muito surpresos com a qualidade das propostas que recebemos. É uma geração que está vindo com muita vontade de participar, de contribuir”, destacaram. Já os voluntários integrantes enxergam no programa uma oportunidade de se inserir no mercado de trabalho e de buscar fazer a diferença na sua futura profissão: “Minha expectativa é ter uma bagagem profissional, e que eu possa participar de um projeto destinado a um bem comum. Quero poder ser um dos jovens a fazer a diferença, propondo uma valorização maior na profissão de Engenheiro, que no Brasil é ainda tão pouco valorizado”, destacou a estudante Daniele Locatelli Massignani, estudante de Engenharia Civil e integrante do NJE.
Comissão definiu as principais frentes de atuação do NJE
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