Revista Soluções - Edição 12

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de instalação de toldos, Luiz Alvino de Barros resolveu investir no conhecimento acumulado, para abrir o próprio negócio, em Umuarama, noroeste do Paraná. Porém, a formalização do empreendimento aconteceu só cinco meses depois do seu efetivo funcionamento, no início de 2010. Luiz Alvino de Barros enxergou a oportunidade de entrar para o mercado formal com a figura jurídica do Empreendedor Individual, instituída no Brasil em julho de 2009. No dia 5 de março de 2010, tornou-se empreendedor individual e consolidou a formalização da empresa, a L.A.Toldos e Luminosos, com orientações de consultores do Sebrae/PR. A escolha pela legalização do negócio significou novas perspectivas. A condição de emitir nota fiscal, inclusive para atender órgãos públicos, mais competitividade e acesso ao crédito influenciaram no aumento do faturamento do negócio. O teto anual de R$ 36 mil (em 2012, aumentará para R$ 60 mil, conforme projeto sancionado pelo governo federal) tornou-se pequeno.

Luiz Alvino de Barros, empresário

De empreendedor individual a empresário de microempresa Levantamento, divulgado pelo Sebrae, revela que 87% dos recém-formalizados paranaenses desejam crescer Por Giselle Ritzmann Loures

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Com o crescimento, a L.A.Toldos e Luminosos, no início de 2011, passou de empreendimento individual para microempresa, empreendimento que fatura até R$ 240 mil por ano (em 2012, até R$ 360 mil). Uma evolução que garantiu ao empresário, além de ampliar sua carteira de clientes num raio de até 100 quilômetros de Umuarama, a possibilidade de contratar mais funcionários. Hoje, a empresa emprega seis pessoas e tem espaço para novas contratações. Para o empresário, o crescimento sustentável é um desafio permanente. “Penso daqui uns quatro anos passar para a faixa de faturamento que corresponde ao de pequena empresa (empreendimentos que faturam a partir de R$ 360 mil até R$ 3,6 milhões, por ano, pela nova legislação)”, projeta. O otimismo de Luiz Alvino de Barros não é um sentimento isolado e faz parte de estatísticas. O Sebrae/PR reuniu em uma pesquisa informações sobre o comportamento dos empreendedores individuais paranaenses. Segundo o levantamento, divulgado no primeiro semestre deste ano, 87% dos empreendedores individuais entrevistados afirmaram querer crescer e virar donos de microempresas. Assim como

o hoje empresário de Umuarama. A maioria dos empreendedores individuais do Paraná, ainda de acordo com o estudo do Sebrae, não possui fonte de renda complementar. São artesãos, cabeleireiros, carpinteiros, costureiras, manicures, pedreiros, pintores e sapateiros, dentre 400 atividades, que sobrevivem exclusivamente de ofícios, pequenos empreendimentos que viraram negócios, por ‘herança’ dos pais e que evoluíram, no dia a dia, com a prática do exercício.

Tendência

Foto: Cristiane Shinde/Studio Alfa

Crescimento constante

Há 15 anos como funcionário do segmento

Conforme a pesquisa, realizada pelo Sebrae Nacional nos 26 estados e Distrito Federal, para traçar um perfil do segmento, 70% dos empreendedores individuais paranaenses – até o fechamento desta edição, eram mais de 85 mil - afirmaram depender de seus negócios como única forma de sustento. Os outros 30% possuem fontes de renda alternativa. “Esse índice (70%) de empreendedores que têm em seus ofícios única fonte de renda é significativo. E mostra que o Sebrae e parceiros estão no caminho certo. O Empreendedor Individual, como programa de estímulo à legalização de pequenos negócios, é uma proposta de inclusão produtiva que atende, de forma efetiva, empreendedores. É uma opção de desenvolvimento, com geração de emprego e renda”, diz Julio Cezar Agostini, diretor de Operações do Sebrae/PR. Do total de empreendedores individuais no Estado, no período analisado pela pesquisa (de setembro de 2009 a maio de 2011), 56% são homens e 44% são mulheres. Oitenta e seis porcento trabalham sozinhos no negócio e 14% possuem um empregado.

Setenta porcento dos empreendedores individuais paranaenses afirmaram depender de seus negócios como única forma de sustento

A distribuição dos formalizados, por setores e atividades, é a seguinte: serviços (36,3%); comércio (35,2%); indústria (16,9%); e construção civil (11,5%). Enquanto que a faixa etária com maior número de empreendedores individuais é a de 18 a 39 anos (60% do total). Os empreendedores individuais paranaenses veem vantagens na formalização e 97% dos entrevistados a recomendam. Noventa e oito porcento disseram que, após a formalização, aumentaram ou mantiveram suas vendas.

Perfil Apesar de a imagem do empreendedor individual ser frequentemente associada a do vendedor ambulante e outras atividades desenvolvidas na rua, 80% dos empre-

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