Historia do Brazil. Tomo quarto

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HISTORIA DO BRAZIL.

sahir pygmeo. Durante a gravidez de sua mulher não 1642. devia o marido matar animal algum bravo, nem fazer qualquer arma, ou o cabo de algum instrumento. Por quinze dias depois do nascimento não comia elle carne, tirava a corda ao arco, nem armava laços ás aves; e se a criança adoecia, todos os parentes se abstinhão das comidas que no seu entender lhe farião mal a ella, se as comesse. Algumas mulheres gostavão de amamentar cachorrinhos, practica monstruosa e repugnante que não raro se tem descoberto entre selvagens. Facil era entre os Guaranis a condição do sexo fragil ; encumbia-lhe na verdade transportar tudo, quando a horda mudava de acampamento, mas tambem por isso lhe tocava o privilegio de marcar o comprimento da jornada de cada dia, e apenas uma de cançada arreava a carga, todos fazião alto. Aos caciques sos era licito ter muitas mulheres a um tempo, podendo o irmão d’um regulo Techo. 37, 58. Noticias fallecido tomar-lhe a viuva, alliança que em outros do Paraguay. Ms. Charlevoix. casos não se permittia. 181-4. Na guerra usavão alguns Guaranis do laço e bola, que tão fatal havia sido aos primeiros Hespanhoes no Prata. Prendião-se tres d’estas bolas, do pezo de uma libra cada uma, de outras tantas cordas, de tres a quatro varas de comprimento, amarradas junctas. Pois que vinha dos Puelches o uso d’esta arma, é provavel que se limitasse ás hordas do sul. O arco guarani é aguçado em ambas as pontas, servindo de

IV.

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