Compendio das eras da provincia do Para

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[20] nio o seu primeiro Convento no entao suburbio da Cidade á lingua d'agua. Patenteaò-se os moradores descontentes do Capitad-Mor pela destemperada severidade, com quo administra o governo politico: porem elle de quan­ do em quando servindo se da industria das entiadas nos sertòes do Amazonas ao resgate de escravos adoça a regideza para nao exacerbar os animos, e manter assim a publica tranquillidade, - N o s principios de Abril os Padres da C o m p a ­ nhia denominada de Jesus requerem aó Senado da Camara permissaò para erguerem u m Collegio na Cidade. Oppoem-se o Procurador e m n o m e do povo dizendo que estando a Cidade ainda no Seu primordio, e nella havemlo ja um Convento de Carmelitas, e outro de Capuchos, nao convi­ nha conceder licença para fundaçaò de mais Ordens Religiosas. Padece rejeiçaò a supplica dos mencionados Regulares. Refere-se aò Capitaö-Mor que alguns Princìpaes dos Topinambazes celebrando uma dessas grandes festas, e m que usualmente os esperta o sumo da mandioca fermentada alardeárao valentí­ as, com que podiad facilmente destruir os Portu­ gueses. Devaça-se desta borracheira: e condemn a o vinte e quatro a morte natural para sempre. Cuja pena o Capitaó- M o r manda exe cutar e m u m m e s m o dia a ferro pelas maós de outros Indios inimigos dos Topinambazes. O povo encara com índignacaó este furioso procedimento com gente naturalmente ebrifestante. 1626—1808.

Governo geral do MaranhaO e Gran-Para isen.


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