Revista Saúde in Foco • volume 1 • nº 4 •Outubro - Novembro - Dezembro • Ed. Especial.

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SAÚDE E CUIDADO

CONVERSANDO SOBRE AIDS

MARIA PAULA JACOBUCCI BOTELHO Doutora e Mestre em Odontologia Dentística Especialista em Odontopediatria e Especialista em Fisiopatologia e Educação em Saúde Odontóloga e Professora Universitária paulajacobucci@hotmail.com Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/ 7066878750035482

O dia primeiro de dezembro foi escolhido para ser o dia para se discutir a respeito da AIDS1 , trocar informações e experiências em todo o mundo. Além disso, é um dia para fortalecer ações de apoio às pessoas que vivem com o vírus, para se estimular a tolerância e o cuidado com essas pessoas. É preciso lutar contra o vírus e não se colocar contra os portadores do vírus. Para que as pessoas não tenham preconceito em relação aos portadores do vírus, é preciso conhecer mais ao seu respeito. O HIV foi encontrado em amostras de sangue humano datadas da década de 1950 na África. Até a década de 1980 o vírus se disseminou em silêncio pelo mundo (por isso essa fase é denominada fase silenciosa da aids). Em 1981 foram publicados os primeiros relatos sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), nos Estados Unidos (RACHID; SCHECHTER, 2008). A identificação do vírus da imunodeficiência humana (HIV) foi feita em 1983 por pesquisadores franceses (BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, 2005): trata-se de um vírus RNA que se caracteriza pela presença da enzima transcriptase reversa, que permite a transcrição do RNA viral em DNA (daí o nome retrovírus - RNA transcrito / copiado de volta no DNA da célula), que pode então se integrar ao genoma da célula do hospedeiro (RACHID; SCHECHTER, 2008). Pertence à subfamília Lentiviridae, que tem como característica a ação lenta, levando a um curso gradual das doenças que causam. Essa é uma informação importante: se alguém se colocou em uma situação de risco para a transmissão do HIV é fundamental que faça o teste o mais rapidamente possível. O vírus pode demorar até 15 anos para causar a doença aids. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico da infecção pelo HIV, melhor o prognóstico. Quando a doença aids se manifesta é porque as células de defesa (CD4) da pessoa já estão muito diminuídas. Como sua função é coordenar as ações

VOLUME 1 • Nº4 • OUTUBRO-NOVEMBRO-DEZEMBRO/2018

do sistema imunológico, este fica com suas funções altamente prejudicadas (BRASIL, 2008). É importante destacar que o diagnóstico precoce da infecção pelo HIV permite que seja instituído o tratamento precocemente, preservando as células de defesa e garantindo melhor qualidade de vida aos portadores do vírus. A medicação utilizada atualmente tem muito menos efeitos adversos e é altamente eficaz. Apesar de o conhecimento a respeito das formas de transmissão do vírus terem sido elucidadas, a epidemia ainda não está sob controle e já foi responsável pela morte de pessoas maravilhosas. Até quando vamos continuar a nos colocar em risco? Até quando vamos continuar a discriminar os portadores e os doentes de aids? Como diria Betinho: “é fundamental, portanto, reafirmar que esse vírus não é mortal. Mortal somos todos nós. Isso sim é o inelutável e faz parte da vida”. Vamos nos unir na luta contra a aids e em favor dos portadores do HIV e doentes de aids. 1. Algumas siglas, popularizadas pelos meios de comunicação, assumiram um sentido nominal: é o caso de AIDS (em inglês), a síndrome da imunodeficiência adquirida, sobre a qual a Comissão Nacional de Aids do Ministério da Saúde (que se faz representar pela sigla CNAIDS) decidiu recomendar que todos os documentos e publicações do ministério nomeiem por sua sigla original do inglês – aids –, em letras minúsculas (Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de editoração e produção visual da Fundação Nacional de Saúde. Brasília: Funasa, 2004. 272p.)

REFERÊNCIAS: BASÍLIO-DE-OLIVEIRA, C.A. ATLAIDS. Atlas de Patologia da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids/HIV). São Paulo: Atheneu, 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Recomendações para terapia anti- retroviral em adultos infectados pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

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